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Imunidade inataImunidade inata e inflamação · Início da resposta imune: prevenir, controlar ou eliminar a infecção do hospedeiro · Elimina células danificadas e inicia o processo de reparo tecidual: reconhecimento e resposta a moléculas do hospedeiro em células estressadas, danificadas e mortas · Mecanismos rápidos e indiferenciados para eliminar céls danificadas e iniciar o reparo: · Avisa e modula a resposta adaptativa: torna essa resposta otimamente efetiva, fornece os sinais de perigo que alertam o sistema imune adaptativo · Os dois tipos principais de reações protetoras da imunidade inata são a inflamação e a defesa antiviral · Inflamação · Processo pelo qual leucócitos circulantes e proteínas plasmáticas são levados aos sítios de infecção e são ativados para destruir e eliminar os agentes agressores · Principal reação a céls danificadas ou mortas e aos acúmulos de subs. anormais · Componentes · Barreiras químicas e físicas · Células circulantes efetoras: macrófagos e neutrófilos (fagocitam os MO), células NK (célula de lise) · Proteína circulantes efetoras: Sistema complemento (se unir à superfície de MO para causar sua lise), proteína C reativa (marcador de inflamação, ativa sistema complemento) e lectina de ligação à manose (fazem opsonização, revestimento, de MO, falicilitando o reconhecimento pelosmacrófagos) · Citocinas (diversas): mensageiro, sem efeito de morte, mas aumenta o potencial da resposta imune (ativa macrófagos, promove inflamação, etc) Reconhecimento inato · O sistema imune inato reconhece estruturas moleculares produzidas por patógenos microbianos (PAMPs) · PAMPs · Padrões moleculares associados ao patógeno · Diferentes tipos de MO (vírus, bactérias gram-, gram+) expressam PAMPs diferentes · Essas estruturas são mais abundantes em microrganismos do que nas células do hospedeiro · Ex: RNA dupla fita de vírus, LPS em bactérias gram-negativas, ácido lipoteicoico em bactérias gram-positivas · O sistema imune inato reconhece produtos microbianos que são normalmente essenciais à sobrevivência dos MO (RNA viral de dupla fita, LPS...) · O sistema imune inato também reconhece moléculas endógenas que são produzidas ou liberadas por células danificadas ou que estão morrendo. (DAMPs) · DAMPs · Padrões moleculares associados ao dano · Estruturas liberadas após danos às células · Dano celular causado por infecções ou lesão estéril · Geralmente os DAMPs não são liberados por células em morte por apoptose · Ex: HSPs (proteínas induzidas pelo estresse), urato monossódico (cristal) · O sistema imune inato usa vários tipos de receptores celulares, presentes em diferentes locais nas células do sistema inato, moléculas solúveis no sangue e nas secreções mucosas, para reconhecer PAMPs e DAMPs · Quando os PRR se ligam aos PAMPs e DAMPS, ativam vias de transdução de sinal que promovem as funções antimicrobianas e pró-inflamatórias das células que os expressam · PRR (Receptores de reconhecimento padrão) · Os PAMPs e os DAMPs são captadas pelos PRR · Presentes na superfície das células da imunidade inata · Expresso na superfície, em vesículas fagocíticas e no citosol de vários tipos celulares (locais em que podem estar presentes os microrganismos) · Sistema imune inato não reage contra células e tecidos sadios normais · Células normais não produzem ligantes para receptores da imunidade inata · Receptores estão localizados em compartimentos celulares onde não encontram moléculas do hospedeiro que poderiam reconhecer · Proteínas reguladoras expressas por células normais previnem a ativação de vários componentes da imunidade inata Receptores da imunidade inata · Receptores do tipo Toll (TLR): endossoma e extracelular · Receptores do tipo NOD (NLR): citosólicos · Receptores do tipo RIG (RLR): citosólicos para perceber a presença de ácidos nucleicos · Receptores citosólicos de DNA e via STING · Receptores para carboidratos: ex. presente na superfície de macrófagos · Receptores Scavengers · Receptores Formil-peptídeo ○ Receptores solúveis: ex. proteína C · Classificação · Citosólica: para MO internalizam na célula, como Toxoplasma e vírus. Ex: NOD (NLR) e RIF (RLR) · Extracelular: para MO extracelulares. Ex: Toll (TLR), lectina, receptores para carboidratos · Endossoma: para MO que tem entrada via vesícula (forçada ou via endocitose). Permite que alguns tolls detectem ácidos nucleicos. Ex: Toll (TLR) · Receptores do tipo Toll (TLR- Toll like receptor) · Reconhecem produtos de uma ampla gama de MO, além de moléculas expressas ou liberadas por células estressadas e em processo de morte · São glicoproteínas integrais de membrana tipo I, que contêm repetições ricas em leucina · Estão envolvidos nas respostas a moléculas expressas por MO (como LPS) e nas respostas a moléculas endógenas cuja expressão ou localização indica dano celular (como HSPs) · Se ligam diretamente aos PAMPs ou a moléculas adaptadoras que se ligam aos PAMPs · Classe que abrange 9 receptores · Alguns são expressos na superfície celular e outros em membranas intracelulares (endossomos) · Expressos na membrana plasmática: TLRs 1, 2, 4, 5 e 6 · Expressos dentro das células (RE e nas membranas endossômicas): TLRs 3, 7, 8 e 9 · Esses últimos detectam ácidos nucleicos microbianos · RNA de fita simples e de fita dupla não são exclusivos de MO · O RNA da célula hospedeira normalmente está ausente nos endossomos, por isso a distinção (com base na localização celular dessas moléculas) · Ativação · O reconhecimento de ligantes pelo TLR resulta na ativação de vias de sinalização, e, por fim, de fatores de transcrição, induzindo a expressão de genes cujos produtos são importantes para as respostas inflamatória e antiviral · Ativação: cascata de eventos intracelulares que culminam na transcrição de genes · As vias de sinalização podem iniciar pela ligação do ligante ao TLR na superfície da célula, ao TLR no retículo endoplasmático ou ao TLR nos endossomos, levando à dimerização das proteínas de TLR · Dimerização do TLR → recruta proteínas de adaptação → recruta e ativa as proteínas cinases → ativa fatores de transcrição → transcrição gênica → produtos · Principais fatores de transcrição ativados: fator nuclear kB (NFkB), proteína de ativação 1 (AP-1), fator regulador de interferol 3 (IRF3) e IRF7 · NFkB e AP-1 estimulam a expressão de genes codificadores de moléculas requeridas p respostas inflamatórias, como citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão endotelial · IRF3 e IRF7 promovem a produção de interferons do tipo 1, que servem nas respostas antivirais · Logo, como produtos temos: citocinas inflamatórias (ex: TFT e IL-1), quimiocina, moléculas de adesão endotelial (ex: selectina), citocinas antivirais (ex: IFN tipo I) dependendo de qual Toll foi ativado · Receptores do tipo NOD (NLRs, do inglês, NOD-like receptors) · Reconhecem PAMPs e DAMPs e recrutam outras proteínas para formar complexos de sinalização de inflamação → inflassoma · Constituem uma família de mais de 20 proteínas citosólicas · Expressos no citosol de células epiteliais de mucosa e fagócitos e respondem a peptidoglicanas da parede celular bacteriana · Classe de receptores citosólicos, ativados principalmente pelos DAMPs · NOD1 e NOD2 são membros da subfamília NLRC · NOD1: reconhece DAP derivado de peptidoglicano de bactérias Gram-negativas · NOD2: reconhece MDP derivada de peptidoglicanas de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas · Ativação NOD1 e NOD2 · Oligômeros de NODs reconhecem seus ligantes (toxinas bacterianas) → ocorre uma alteração conformacional → domínios efetores recrutam quinases formando um complexo sinalizador (sinalossomo NOD) → as quinases ativam NFkB que estimula a produção de citocinas e moléculas envolvidas na inflamação · Inflamassomos · São complexos multiproteicos que se formam no citosol em resposta aos PAMPs e DAMPs, cuja função é gerar formas ativas das citocinas inflamatórias IL-1β e IL-18 · São compostos de oligômeros de um sensor NLRP3, da caspase-1 e de um adaptador que liga ambos · Esses complexos oligoméricos somente se formamquando os sensores respondem aos PAMPs, DAMPs ou a alterações na célula indicativas da presença de infecção ou dano. · Portanto, a inflamação mediada por IL-1β e IL-18 ocorre quando há PAMPs ou DAMPs no citosol · O sensor NLRP3 (receptor da família NOD) vaga pelo citosol e detecta mudanças intracelulares (prod. bacterianos, cristais, efluxo de K+) · Ativação do inflamassomo · O sensor NLRP3 se junta com adaptador e caspase-1 para formar um inflamassoma. · A caspase-1 fica ativada, ativando citocinas permitindo que elas sejam secretadas (ex. quebra a pró-IL-1 transcrita pela ação do Toll em IL-1B ativa, que pode ser secretada) · Caspase-1: principal função é clivar as formas precursoras citoplasmáticas inativas de IL-1β e IL-18 tornando elas ativas, as quais saem da célula e desempanham funções pró-inflamatórias · A ativação do inflamassomo causa uma forma inflamatória de morte celular programada de macrófagos e DCs, chamada piroptose · Piroptose: caracterizada pelo inchaço das células, perda da integridade da membrana plasmática e liberação de mediadores inflamatórios, incluindo IL-1β, IL-18, TNF, IL-6 e IL-8. · Substâncias cristalinas são potentes ativadores de inflamassomo (gota- cristais de urato monossódico nas articulações) Componentes do sistema imune inato · Barreiras epiteliais · Os epitélios atuam como barreiras físicas (queratina, muco), produzem substâncias antimicrobianas e abrigam linfócitos intraepiteliais · As células epiteliais formam as zônulas de oclusão · Peptídeos antimicrobianos: defensinas e catelicidina