FACILITANDO PORTUGUÊS - Assíndeto

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FACILITANDO O PORTUGUÊS
Assíndeto
Assíndeto: O Poder da Simplicidade nas Palavras
O assíndeto, uma figura de linguagem que aumenta a expressividade da comunicação, caracteriza-se pela ausência deliberada de conectores e conjunções que normalmente ligariam palavras e orações. A conjunção frequentemente omitida é "e", substituída por uma vírgula ou outro sinal de pontuação. Isso confere ao discurso uma qualidade ágil, enérgica e direta, tornando-o mais dinâmico e conciso.
A ausência de conectores ressalta as palavras principais da frase, direcionando a atenção do interlocutor para essas ideias. Sem conjunções, cada termo na frase mantém sua independência, o que lhes confere mais impacto. O assíndeto é capaz de intensificar a força da mensagem, criando um discurso vivo e forte.
Aqui estão alguns exemplos de assíndeto que ilustram essa figura de linguagem:
· "Quem me dera viver livremente, rir, passear, dançar, cantar, me divertir, sair pelo mundo."
· "Não entendo minha filha: chora, grita, reclama, se entristece, se chateia, parece nunca estar bem."
· "Meu filho não quer trabalhar, estudar, ser autônomo, ser independente."
Na literatura, o assíndeto é uma ferramenta que poetas e escritores habilidosos usam para criar uma atmosfera viva e rápida em suas obras:
· "Vim, vi, venci." (Júlio César)
· "Grita o mar, brama o fogo, silva a fera, chora Adão, geme o pranto, brada o rogo." (Francisco de Vasconcelos)
· "A tua raça quer partir, guerrear, sofrer, vencer, voltar." (Cecília Meireles)
· "Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como..." (Graciliano Ramos)
· "Fazia riscos, bordados, mandava vir rendas de Grã-Mogol, cosia com amor, aprendia a arte do bilro." (Cyro dos Anjos)
O assíndeto, com sua origem na palavra grega "asýndeton," revela o poder da simplicidade nas palavras, criando uma conexão direta com o público. É importante notar que o contraponto do assíndeto é o polissíndeto, que envolve o uso excessivo de conectores para fins expressivos.