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UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 1a Atividade presencial – MA 11 – 2013 Considere as seguintes sentenças: i) “Para todo x, é satisfeita a condição P (x)”; ii) “Existe algum x que satisfaz a condição P (x)”. Seja A o conjunto de todos os objetos de um certo conjunto universo U que satisfazem a condição P (x). 1. Escreva as sentenças i) e ii) usando a linguagem de conjuntos, assim como suas negações e compare os resultados obtidos. Solução: Neste contexto considere o conjunto A ⊂ U , onde U é o conjunto universo e A o conjunto dos elementos de U que satisfazem a condição P (x). i- “Para todo x, é satisfeita a condição P (x)” ⇒ A = U . ii- “Existe algum x ∈ U que satisfaz a condição P (x)” ⇒ A 6= ∅. Agora, fazendo a negação das sentenças, se obtém: i- “Existe algum x ∈ U que não satisfaz P (x)” ⇒ Ac 6= ∅. ii- “Nenhum x ∈ U satisfaz a condição P (x)” ⇒ Ac = U ou A = ∅. 2. Sejam X1, X2, Y1 e Y2 subconjuntos de um conjunto universo U . Suponha que X1 ∪X2 = U e Y1 ∩ Y2 = ∅, que X1 ⊂ Y1 e que X2 ⊂ Y2. Prove que X1 = Y1 e X2 = Y2. Solução: Por hipótese, se tem que X1 ⊂ Y1 e X2 ⊂ Y2. Resta mostrar que Y1 ⊂ X1 e Y2 ⊂ X2. Com efeito, seja y ∈ Y1. Como X1 ∪ X2 = U ⇒ y ∈ X1 ou y ∈ X2, mas se y ∈ X2 e X2 ⊂ Y2, então necessariamente se teria y ∈ Y2, o que não é posśıvel, uma vez que Y1 ∩ Y2 = ∅. Logo, y ∈ X1 ⇒ Y1 ⊂ X1. Da mesma forma, seja y ∈ Y2. Como X1 ∪ X2 = U ⇒ y ∈ X1 ou y ∈ X2, mas se y ∈ X1 e X1 ⊂ Y1, então necessariamente se teria y ∈ Y1, o que não é posśıvel, uma vez que Y1 ∩ Y2 = ∅. Logo, y ∈ X2 ⇒ Y2 ⊂ X2, o que completa a demonstração. 3. Mostre que, para todo m > 0, a equação √ x + m = x tem exatamente uma raiz. Solução: Esta equação só faz sentido em R, se x ≥ 0 e só é satisfeita se x ≥ m. Assim, √x + m = x ⇔ √x = x −m ⇔ x = (x−m)2 e x > m. A igualdade x = (x−m)2 equivale a x2 − (2m + 1)x + m2 = 0, que possui duas raizes positivas e distintas, cujo produto é m2. Portanto, apenas uma delas será maior que m, esta será a solução da equação original. 4. As ráızes do polinômio x3− 6x2 + 11x− 6 são 1, 2 e 3. Neste polinômio, substitua o termo 11x por 11× 2 = 22, obtendo então x3 − 6x2 + 16, que ainda tem 2 como raiz mas não se anula para x = 1 nem x = 3. Enuncie um resultado geral que explique este fato. Uma solução: Como resultado geral, dado um polinômio p(x) = anxn + · · · + a1x + a0, fazendo g(x) o polinômio obtido de p(x) substituindo o termo aixi por aiωi, para algum número ω conhecido e algum i fixo, com 0 ≤ i ≤ n. Como p(ω) = g(ω), se ω é raiz de p(x), então g(ω) = 0. No entanto, não existe relação entre as demais ráızes de p(x) e g(x), o que explica o fato apresentado no exemplo. 5. Para as sentenças a seguir, verifique se elas são verdadeiras ou falsas e forme sua negação. a) Existe um número real x tal que x2 = −1; b) Para todo número inteiro n, vale n2 > n. c) Para todo número real x, tem-se x2 > 1 ou x2 < 1. 2 Gabarito da 1a Atividade presencial – MA 11 Solução: a) Falso, pois ∀x ∈ R, x2 ≥ 0, cuja negação é ∀x ∈ R, x2 6= −1. b) Falso, pois n = 0 ou n = 1 vale a igualdade. Neste caso, a negação é: ∃ algum n ∈ Z, tal que n2 ≤ n. c) Falso, basta tomar x = 1, tendo como negação: ∃ algum x ∈ R, tal que x2 ≤ 1 ou x2 ≥ 1. 6. Considere os seguintes conjuntos: F = conjunto de todos os filósofos; M = conjunto de todos os matemáticos; C = o conjunto de todos os cientistas; P = conjunto de todos os professores. a) Exprima cada uma das afirmativas a seguir usando a linguagem de conjuntos: i– Todos os matemáticos são cientistas ⇒M⊂ C; ii– Alguns matemáticos são professores ⇒M∩P 6= ∅; iii– alguns cientistas são filósofos ⇒ C ∩ F 6= ∅; iv– todos os filósofos são cientistas ou professores ⇒ F ⊂ C ∪ P; v– nem todo professor é cientista ⇒ P ∩ Cc 6= ∅. b) Faça o mesmo com as seguintes afirmativas: vi– Alguns matemáticos são filósofos ⇒M∩F 6= ∅; vii– nem todo filósofo é cientista ⇒ F ∩ Cc 6= ∅; viii– alguns filósofos são professores ⇒ F ∩ P 6= ∅; ix– se um filósofo não é matemático, então ele é professor ⇒ F ⊂M∪P; x– alguns filósofos são matemáticos ⇒ F ∩M 6= ∅. c) Tomando as cinco primeiras afirmativas como hipóteses, verifique quais do segundo grupo (vi a x) são necessariamente verdadeiras. Solução: Com base no diagrama da figura 1 ao lado, as hipóteses (i) a (v) são satisfeitas, ou seja, M⊂ C, M∩P 6= ∅, C ∩ F 6= ∅, F ⊂ C ∪ P e P ∩ Cc 6= ∅ No entanto, nenhuma das afirmações (vi) a (x) é satisfeita. Figura 1: Diagrama de Venn 7. Prove que x2 + x− 1 = 0 ⇒ x3 − 2x + 1 = 0. Solução: A implicação é obtida multiplicando ambos os termos da igualdade x2 + x− 1 = 0 por x− 1. 8. Sejam A, B e C conjuntos. Determine uma condição necessária e suficiente para que se tenha A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C. Solução: A condição A ⊂ C é necessária, pois se A ⊂ C ⇒ A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) = (A ∪ B) ∩ C. Por outro lado, se vale a igualdade, como A ⊂ A∪ (B ∩ C) e A∪ (B ∩ C) = (A∪B)∩ C ⊂ C, implica que A ⊂ C. Portanto, A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ C ⇔ A ⊂ C. Prof. Geraldo L. Diniz 3 9. A diferença entre conjuntos é definida por A − B = {x|x ∈ A e x /∈ B}. Determine uma condição necessária e suficiente para que se tenha A− (B − C) = (A− B)− C. Solução: O conjunto (A−B)−C é formado pelos pontos de A que não estão em B nem em C, ou seja, estão apenas em A. Enquanto o conjunto A− (B − C) é formado pelos pontos que estão apenas em A junto com aqueles que estão em A ∩ C. Logo, a igualdade será satisfeita, se e só se, A ∩ C = ∅. 10. Prove que, para x, y e k inteiros, tem-se x + 4y = 13k ⇔ 4x + 3y = 13(4k − y). Solução: Se x + 4y = 13k ⇒ 4x + 3y = 4(x + 4y)− 13y = 4(13k)− 13y = 13(4k − y). Por outro lado, se 4x + 3y = 13(4k − y) ⇒ x+4y = 10(4x+3y)−13(3x+2y) = 10[13(4k−y)]+13(3x+2y) = 13[10(4k−y)−3x−2y] = 13[40k−3(x+4y)] ⇒ x + 4y = 13× 40k − 39(x + 4y) ⇒ 40(x + 4y) = 40(13k) ⇒ x + 4y = 13k. Porto, 23 de Fevereiro de 2013 UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 2a atividade presencial – MA 11 – 2013 1. Prove que a função f : X −→ Y é injetiva se, e somente se, existe uma função g : Y −→ X, tal que g(f(x)) = x para todo x ∈ X. Solução: (⇐) Se existe g : Y −→ X, tal que g(f(x)) = x, ∀x ∈ X, então f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = g(f(x1)) = g(f(x2)) = x2, logo f é injetiva. (⇒) Se f é injetiva, então definindo g : Y −→ X da seguinte forma: seja x0 ∈ X, fixo. Dáı, dado y ∈ Y , caso não exista x ∈ X tal que f(x) = y, se define g(y) = x0, caso contrário, ou seja, se y = f(x) para algum x ∈ X, sendo f injetiva, este x é único, neste caso se define g(y) = x. Assim, definida desta forma, g : Y −→ X cumpre a condição g(f(x)) = x. 2. Prove que uma função f : X −→ Y é sobrejetiva se, e somente se, existe uma função h : Y −→ X, tal que f(h(y)) = y, ∀ y ∈ Y . Solução: (⇐) Se existe h : Y −→ X, tal que f(h(y)) = y, ∀ y ∈ Y , então ∀ y ∈ Y se tem y = f(x), com x = h(y), logo f é sobrejetiva. (⇒) Se f é sobrejetiva, então para cada y ∈ Y o conjunto f−1(y) 6= ∅. Assim, para algum x ∈ f−1(y) escolhido, se define h(y) = x. Desta forma, a função h : Y −→ X cumpre a função f(h(y)) = y ∀ y ∈ Y . 3. Dada uma função f : X −→ Y , suponha que g, h : Y −→ X são funções tais que g(f(x)) = x, ∀x ∈ X e f(h(y)) = y, ∀ y ∈ Y . Prove que g = h. Solução: Dado qualquer y ∈ Y , seja x ∈ X, tal que h(y) = x. Assim, usando as hipóteses dadas, vem: g(y) = g(f(h(y))) = g(f(x)) = x = h(y) ∴ g = h. 4. Prove, por indução, que se X é um conjunto finito com n elementos então existem n! bijeções f : X −→ X. Solução: Com efeito, a afirmação é verdadeira para n = 1, pois se X tem 1 único elemento, então existe apenas uma bijeção f : X → X. Supondo que a afirmação seja verdadeira ∀n ≤ K ∈ N. Seja, X um conjunto com K + 1 elementos. Fixando um elemento x0 ∈ X, considere uma bijeção f : X→ X, tal que f(x0) = x′, para algum x′ ∈ X, escolhido previamente. Dáı, definindo uma bijeção de X − {x0} sobre X − {x′}, existem K + 1 posśıveis escolhas para x′ e, pela hipótese de indução, existem K! bijeções de X − {x0} sobre X − {x′}. Logo, há (K + 1).K! = (K + 1)! bijeções de X sobre X. Portanto, a afirmação é verdadeira ∀n ∈ N. 5. Prove, por indução, que um conjunto com n elementos possui 2n subconjuntos. Solução: A afirmação é verdadeira para n = 1, pois fazendo X = {a} se tem ∅ e {a} são os dois únicos subconjuntos de X. Agora, supondo que a afirmação seja verdadeira para um conjunto X com n elementos, dáı para um conjunto Y com n + 1 elementos, fixando {a} ∈ Y , seja X = Y − {a}. Assim, há dois tipos de subconjuntos de Y , aqueles que não contém a, ou seja, os conjuntos das partes de X, que somam 2n subconjuntos e aqueles que contem a, que também somam 2n subconjuntos, dáı o total de subconjuntos de Y é dado por 2n + 2n = 2 · 2n = 2n+1. Portanto, a afirmação é valida para todo n ∈ N. 6. Seja p ∈ N um número primo. Prove que √p /∈ Q. Solução: Por absurdo, supondo que √ p ∈ Q ⇒ √p = m n , m e n naturais. Dáı, ( √ p)2 = m2 n2 ⇒ n2p = m2, mas sendo p primo e como p divide ambos os termos da igualdade, isso é uma contradição, já que o número de fatores de p do lado esquerdo é ı́mpar, enquanto do lado direito o número de fatores é par. 2 Gabarito da 2a segunda atividade presencial – MA 11 7. Sejam a, b, c, d > 0, tais que a b < c d . Mostre que a b < a + c b + d < c d . Solução: a b < c d , como a, b, c, d > 0, então ad < bc ⇒ (a + c)d = ad + cd < (b + d)c ⇒ a + c b + d < c d . Da mesma forma, a b < c d ⇒ ad < bc ⇒ ad + ab < bc + ab ⇒ a(b + d) < b(a + c) ⇒ a b < a + c b + d . Uma posśıvel interpretação para este fato, seria considerar o faturamento de uma empresa no primeiro semestre (f1), obtendo a média mensal ( f1 6 ) e o faturamento desta mesma empresa no segundo semestre (f2), obtendo a média mensal ( f2 6 ) . Supondo f1 6 < f2 6 . Dáı, o faturamento médio anual satisfaz a condição f1 6 < f1 + f2 12 < f2 6 . 8. Considere todos os intervalos da forma In = [ 0, 1 n ] , n ∈ N. Qual a intersecção para todos os intervalos, ou seja, ⋂ n∈N In (Justifique!)? E no caso em que os intervalos são abertos, ou seja, An = ( 0, 1 n ) , n ∈ N (Justifique!)? Solução: Como, ∀n ∈ N, 0 ∈ In = [ 0, 1 n ] ⇒ 0 ∈ ⋂ n∈N In. No caso dos intervalos abertos esta intersecção é vazia, pois supondo que exista algum x ∈ ⋂ n∈N ( 0, 1 n ) , como x > 0 é posśıvel encontrar um número natural n0 tal que n0 > 1 x , ou seja, x > 1 n0 . Dáı, x /∈ ( 0, 1 n0 ) logo, x /∈ ⋂ n∈N ( 0, 1 n ) ∴ ⋂ n∈N ( 0, 1 n ) = ∅. 9. Considere um número racional m n , onde m e n são primos entre si. Sob que condições este número admite uma representação decimal finita? Quando a representação é uma d́ızima periódica simples? Solução: Se a fração irredut́ıvel m n possui representação decimal finita, então existe um número natural K tal que n ·K é uma potência de 10. Isso significa que o denominador é da forma n = 2r · 5s. Se n é primo com 10, ou seja, não é diviśıvel por 2 nem por 5, então m n gera uma d́ızima periódica simples, pois neste caso, algum múltiplo de n tem a forma 99 . . . 90 . . . 0 e como n é primo com 10, se n divide 999 . . . 9× 10r, necessariamente n divide o fator 999 . . . 9, dáı se conclui que n tem um múltiplo do tipo 999 . . . 9. Logo, existe um número natural k, tal que n · k = 999 . . . 9, donde mk nk = mk 999 . . . 9 , o que mostra a geratriz da d́ızima periódica simples. 10. Sejam a e b números reais não negativos. Mostre que ( a + b 2 )2 ≤ a 2 + b2 2 . Como você interpreta esta desigual- dade geometricamente? Uma Solução: Partindo da desigualdade, se tem que ( a + b 2 )2 ≤ a 2 + b2 2 ⇐⇒ a 2 + 2ab + b2 4 ≤ a 2 + b2 2 ⇐⇒ a2 + 2ab + b2 ≤ 2a2 + 2b2 ⇐⇒ 0 ≤ 2a2 − a2 − 2ab + 2b2 − b2 ⇐⇒ 0 ≤ a2 − 2ab + b2 ⇐⇒ 0 ≤ (a− b)2. Esta última desigualdade é válida para quaisquer a, b reais. Porto, 25 de Fevereiro de 2013. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 3a atividade presencial – MA 11 1. Considere os conjuntos A = [−1, 3), B = [1, 4], C = [2, 3], D = (1, 2] e E = (0, 2]. Mostre que 0 pertence (ou não) ao conjunto ((A−B)− (C ∩D))− E. Solução: Como (A−B) = [−1, 3)− [1, 4] = [−1, 1) e C ∩D = {2}, logo ((A−B)− (C ∩D)) = [−1, 1). Dáı, ((A−B)− (C ∩D))−E = [−1, 1)− (0, 2] = [−1, 0]. Portanto, 0 ∈ ((A−B)− (C ∩D))− E. 2. Considere os passos da resolução da inequação a seguir e verifique se estão todos corretos. 5x + 3 2x + 1 > 2 ⇒ 5x + 3 > 4x + 2 ⇒ x > −1 Solução: A primeira implicação só é verdadeira, se 2x + 1 > 0 ⇒ x > − 12 , ou seja, 5x + 3 2x + 1 > 2 ⇒ 5x + 3 > 4x + 2 e x > −1 2 ⇒ x > −1 e x > −1 2 ⇒ x > −1 2 (1) Por outro lado, se x < −1 2 , então 5x + 3 2x + 1 > 2 ⇒ 5x + 3 < 4x + 2 e x < −1 2 ⇒ x < −1 e x < −1 2 ⇒ x < −1 (2) Portanto, a solução correta da inequação é x < −1 ou x > −1 2 , em termos de intervalo: (−∞,−1) ∪ ( −1 2 ,∞ ) . 3. Na solução da inequação a seguir, verifique se as implicações apresentadas estão todas corretas. 2x2 + x x2 + 1 < 2 ⇒ 2x2 + x < 2x2 + 2 ⇒ x < 2 Solução: Como x2 + 1 > 0∀x ∈ R, as implicações estão corretas. 4. Qual a aproximação da raiz cúbica de 3, por falta, com 3 casas decimais. Solução: De 13 < 3 < 23 ⇒ 1, 43 = 2, 744 < 3 < 3, 375 = 1, 53 ⇒ 1, 443 = 2, 985984 < 3 < 3, 048625 = 1, 453 ⇒ 1, 4423 = 2, 998442888 < 3 < 3, 004685307 = 1, 4433 Portanto, a aproximação de 3 √ 3, por falta, com 3 casas decimais é 1, 442. 5. Ao terminar um problema envolvendo radicais, os alunos são aconselhados a racionalizar o denominador obtido. Dê uma explicação convincente para esta ação. Solução: Uma boa razão para racionalizar o denominador é para obter uma fração equivalente onde o de- nominador seja um número natural, pois sendo um número irracional torna-se mais dispendioso (no caso de operações manuais) obter aproximações de grau maior do quociente, uma vez que a cada aproximação melhor do denominador se deve refazer todas as operações para obter o quociente. Por outro, lado se a irracionalidade está no numerador, basta prolongar a divisão acrescentando mais casas decimais ao dividendo. No entanto, se for usada uma calculadora ou planilha eletrônica a racionalização do denominador se torna desnecessária. 2 Gabarito da 3a atividade presencial – MA 11 6. Utilizando uma interpretação geométrica encontre a solução da inequação |x− 1| < |x− 5|. Solução: A inequação é válida, se e somente se, x está mais próximo de 1 do que de 5. Como o ponto equidistante de 1 e 5 é x = 3, logo a solução deve ser x < 3. 7. Mostre a propriedade arquimediana dos números reais, ou seja, dado um número real α existe um número natural n, tal que α < n. Uma Demonstração: Suponha, por absurdo, que exista um numero real b tal que todo numero natural n seja menor ou igual a b. Nesse caso, N é limitado superiormente e, então, possui uma cota superior. Seja s a menor das cotas superiores. O número s − 1, sendo menor que s, não é majorante de N e, então, existe um número natural n0 tal que n0 > s − 1. Mas isso implica que n0 + 1 > s. Como n0 + 1 é um número natural, s não é majorante e, portanto, também não pode ser a menor das cotas superiores de N. Assim, conclúımos que s não é a menor das cotas superiores de N o que é uma contradição, pois por hipótese, s foi escolhido como sendo a menor das cotas superiores. Isso prova que para todo número real existe um número natural maior que ele. ¥ 8. Sejam α e β números reais positivos. Mostre que √ αβ ≤ 1 2 (α + β). Uma demonstração: ∀α, β ∈ R, se tem que 0 ≤ (α−β)2, logo 4αβ ≤ (α−β)2+4αβ. Dáı, como α,β > 0, vem √4αβ ≤ √ (α + β)2 ⇒ 2 √ αβ ≤ α + β ⇒ √αβ ≤ α + β 2 . ¥ 9. Dados α e β números reais quaisquer, com α < β. Mostre que existe um número q ∈ Q tal que α < q < β. Uma demonstração: Como α < β, se tem que β − α > 0, dáı pela propriedade arquimediana dos reais, tomando n, número natural suficientemente grande, de modo que 0 < 1 n < β − α ⇒ 1 < nβ − nα, de modo que nα < nβ − 1. Novamente, usando a propriedade arquimediana dos números reais para β + 1, se obtém um número natural N de modo que nβ + 2 < N . Agora, escolhendo o menor natural m satisfazendo N − m < nβ e dada a condição de N , se tem que m ≥ 2, sendo m mı́nimo, vem N − (m − 1) ≥ nβ ⇒ N − m ≥ nβ − 1. Assim, usando o fato que nα < nβ − 1 ⇒ nα < N − m. Dáı, se tem nα < N − m < nβ ⇒ α < N −m n < β, o que completa a demonstração. ¥ 10. Descreva geometricamente o conjunto { x ∈ R : x2 − 2x + 1 > 0}. Solução: Como x2 − 2x + 1 = (x − 1)2 ≥ 0, valendo a igualdade somente quando x = 1. Assim, a inequação é satisfeita para todo x real distinto de 1, dáı o conjunto pode ser representado geometricamente pela reta real aberta em x = 1, como mostrado na figura 1. Figura 1: Representação geométrica do conjunto { x ∈ R : x2 − 2x + 1 > 0}. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da Atividade presencial – MA 11 – 26/mar a 1/abr/2012 1. Uma caixa d’água de 1000 litros tem um furo no fundo por onde escoa água a uma vazão constante. Ao meio dia de um certo dia ela foi cheia e às 6 horas da tarde deste dia, ela só tinha 850 litros. Quando ficará pela metade? Uma solução: Como a caixa d’água esvazia numa vazão constante, o volume V (t) de água a cada instante t, pode ser calculado por: V (t) = 1000− rt, onde r é a vazão instantânea da caixa d’água. Como 6 horas após a caixa ter sido cheia, havia 850 litros, dáı vem: V (6) = 1000− 6r = 850 ⇒ r = 25. Logo, V (t) = 1000− 25t. Assim, para saber quando ela ficará pela metade, basta resolver a equação 1000−25t = 500 ⇒ t = 20. Portanto, a caixa ficará pela metade 20 horas após o meio-dia, ou seja, isso ocorrerá às 8 horas da manhã do dia seguinte. 2. Se 3 operários, trabalhando 8 horas por dia, constroem um muro de 36 metros em 5 dias. a- Quantos dias serão necessários para que uma equipe de 5 operários, trabalhando 6 horas por dia, construa um muro de 15 metros? Uma solução: Se 3 operários controem o muro em 5 dias, então 1 operário trabalhando nas mesmas condições levará 5 × 3 = 15 dias para fazer o mesmo serviço. Dáı, 5 operários trabalhando em iguais condições levarão 15 5 = 3 dias para executar o mesmo serviço. No caso em que o muro mede 15 metros, então estes 5 operários trabalhando da mesma forma, farão o serviço em 3× 15 36 = 5 4 dias. Finalmente, se estes 5 operários, trabalham 6 horas ao invés de 8 horas por dia para fazer o muro de 15 metros, então o resultado deverá ser multiplicado por 8 6 . Logo, para realizar este trabalho os 5 operários levarão 5 4 × 8 6 = 5 3 dias, ou seja, 1 dia e 4 horas de trabalho. b- Que hipóteses foram implicitamente utilizadas na solução do item anterior? Uma solução: Nas considerações apresentadas no item a) as hipóteses utilizadas foram: – O tempo necessário para fazer o muro é diretamente proporcional ao tamanho do muro; e – inversamente proporcional ao número de operários e ao número de horas trabalhadas por dia. c- Com base nestas hipóteses, exprima o número D de dias necessários à construção de um muro em função do número N de operários, do comprimento C do muro e do número H de horas trabalhadas por dia. Uma solução: Pelas hipóteses apresentadas no item anterior, se tem que: D = k · C N ·H , onde k é a constante de proporcionalidade. Dáı, com base nos dados in iniciais do problema a constante k fica unicamente determinada, ou seja, fazendo C = 36, N = 3 e H = 8, se tem D = 5. Então, 5 = k · 36 3 · 8 ⇒ k = 10 3 . Portanto, a equação procurada é D = 10 3 · C N ·H . 3. Pessoas apressadas podem diminuir o tempo gasto em uma escada rolante subindo alguns degruas da escada durante o percurso. Para uma certa escada, foi observado que uma pessoa gasta 30 segundos na escada quando sobe 5 degraus e gasta 20 segundos quando sobe 10 degraus. Quantos degraus possui a escada e qual o tempo normalmente gasto no percurso? Uma solução: Seja d o número de degraus da escada, a qual sobe com velocidade de s segundos para cada degrau. Uma pessoa estando parada, leva d · s segundos para subir a escada. Assim, com os dados do problema, se tem (d− 5)s = 30 e (d− 10)s = 20. 2 Gabarito da Atividade presencial – MA 11 Logo, s = 30 d− 5 = 20 d− 10 ⇒ 30d− 300 = 20d− 100 ⇒ d = 20. Se a escada tem 20 degraus, logo s = 20 d− 10 = 20 10 = 2, ou seja, são gastos 2 segundos para subir cada degrau. Assim, o tempo gasto no percurso será de 2× 20 = 40 segundos. 4. Elias fez compras em 5 lojas. Em cada loja, gastou metade do que possuia e pagou, após cada compra, R$ 2,00 de estacionamento. Se ao final das compras ainda ficou com R$ 20,00, que quantia ele possuia incialmente? Uma solução: Na última compra, Elias gastou metade do que tinha e lhe restaram R$ 22,00. Logo, ele entrou na loja com R$ 44,00. Ao entrar na 4a loja, ele possuia o dobro disso mais o custo do estacionamento, ou seja, 2× R$ 46,00 = R$ 92,00. Na terceira loja, ele tinha: 2× R$ 94,00 = R$ 188,00. Na segunda loja, ele tinha 2× R$ 190,00 = R$ 380,00. Por fim, ao chegar na primeira loja ele tinha 2× R$ 382,00 = R$ 764,00. Caso ele pagasse apenas um estacionamento o valor seria R$ 704,00. 5. Atualmente, a previdência adota a chamada “fórmula 95”, na qual um trabalhador terá direito à aposentadoria quando a soma da idade com o tempo de contribuição atinge 95. Adontando esta fórmula, com que idade se aposentará uma pessoa que começou a trabalhar aos 25 anos? Uma solução: Se a pessoa começa a trabalhar aos 25 anos e o tempo decorrido para se aposentar será o mesmo para a sua idade, logo, 25 + x+ x = 95 ⇒ x = 35. Dáı, 25 + 35 = 60 anos é a idade com que a pessoa irá se aposentar. 6. Arnaldo deu a Beatriz tantos reais quanto Beatriz possui e dá a Carlos tantos reais quanto Carlos possui. Em seguida, Beatriz dá a Arnaldo e a Carlos, tantos reais quanto cada um possui. Finalmente, Carlos faz a mesma coisa e todos terminam com R$ 16,00. Quanto cada um possuia no ińıcio. Uma solução: Denotando por A, B e C, respectivamente, o número de reais que Arnanldo, Beatriz e Carlos possuiam e sabendo que foram feitas 3 transferências, após a primeira transferência, cada um ficou com A−B−C; 2B e 2C, respectivamente, seguindo a ordem alfabética. Após a segunda operação, os valores ficaram em: 2A− 2B − 2C; 2B− (A−B−C)− 2C e 4C, ou seja, 2A− 2B− 2C; 3B−A−C e 4C. No final, após a última transferência, se tem 4A− 4B − 4C; 6B − 2A− 2C e 7C −A−B. Dáı, lebrando que cada um ficou com 16 reais, basta resolver o sistema: 4A− 4B − 4C = 16−2A+ 6B − 2C = 16−A−B + 7C = 16 ⇒ A = 26B = 14 C = 8 7. Um carro sai de A para B e outro de B para A, simultaneamente, em uma linha reta, com velocidades constantes e se cruzam em um ponto situado a 720m do ponto de partida mais próximo. Completado o percurso, cada um deles parou por 10 minutos e retornou ao ponto de partida, com a mesma velocidade da ida. Na volta, eles se cruzam em ponto situado a 400m do outro ponto de partida. Qual a distância entre A e B? Uma solução: A B v A v B d Figura 1: Esquema representativo do problema. A figura 1 representa a situação apresentada no problema. Considerando as variáveis apresentadas na figura, o modelo matemático que representa esta situação pode ser constrúıdo da seguinte forma: Prof. Geraldo L. Diniz 3 – Considerando as velocidades vA e vB em metros por minutos (m/min) tendo decorridos t minutos após o carro partir de A ele terá percorrido uma distância dA(t) = vAt,enquanto o carro que partiu de B, neste mesmo tempo t terá percorrido uma distância dB(t) = vBt. – Denominando por d a distância entre as duas cidades, então no momento do encontro o tempo decorrido será o mesmo para ambos os carros, sendo que o carro que partiu de A terá percorrido vAt = 720, enquanto o carro que partiu de B percorreu vBt = d− 720. – Agora, dividindo membro a membro, se obtém a equação de proporcionalidade dada por: vA vB = 720 d− 720 . – Seja tf o tempo total decorrido desde a partida até o segundo encontro e lembrando que cada carro ficou parado por 10 minutos ao chegar na cidade oposta, então a distância percorrida por cada carro é dada por: vA(tf − 10) = d+ 400 e vB(tf − 10) = 2d− 400. – Dividindo novamente membro a membro, se chega a segunda equação de proporcionalidade, dada por: vA vB = d+ 400 2d− 400 . – Por fim, igualando as duas equações obtidas, vem: 720 d− 720 = d+ 400 2d− 400 ⇒ d2−1760d = 0 ⇒ d = 0ou d = 1760m . Portanto, a distância entre as cidades A e B é de 1.760 metros. 8. Para que valores reais a inequação min{x+ 1; 5− x} > 2x− 3 é satisfeita. Uma solução: Como min{x+ 1; 5− x} = x+ 1 se x < 23 se x = 2 5− x se x > 2 ⇒ x+ 1 > 2x− 3 ⇒ x < 43 > 2x− 3 ⇒ x < 3 5− x > 2x− 3 ⇒ x < 83 ⇒ x < 8 3 9. Determine a imagem da função f : R −→ R, tal que f(x) = max{x− 1; 10− 2x}. Uma solução: Como max{x− 1; 10− 2x} = x− 1 se x > 11 3 8 3 se x = 11 3 10− 2x se x < 11 3 ⇒ f(x) ≥ 8 3 ∀x ∈ R 10. A e B são duas locadoras de automóvel. A cobra 1 real por quilômetro rodado mais uma taxa fixa de R$ 100,00. B cobra 80 centavos por quilômetro rodado mais uma taxa fixa de R$ 200,00. Discuta a vantagem de A sobre B ou de B sobre A, em função do número de quilômetros rodados. Uma solução: A locadora A cobra 100+x reais, enquanto a locadora B cobra 200+0, 8x reais. Assim, o preço de B será menor quando 200 + 0, 8x < 100 + x ⇒ x > 500. Portanto, para quilometragem acima de 500 km, a locadora B será mais vantajosa, enquanto a locadora A é mais vantajosa para quilometragem inferior a 500 km. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 5a atividade presencial – MA 11 1. Em uma escola há duas provas mensais, a primeira com peso 2 e a segunda com peso 3. Se o aluno não alcançar média 7 nessas provas, fará prova final. Sua média final será então a média entre a nota da prova final, com peso 2 e a média das provas mensais, com peso 3. João obteve 4 e 6 nas provas mensais. Se a média final para aprovação é 5, quanto ele precisa obter na prova final para ser aprovado? Uma solução: Pelas notas obtidas, João está com média M = 4× 2 + 6× 3 5 = 5, 2. Assim para João ser aprovado deverá obter uma nota P na prova final, tal que 5, 2× 3 + P × 2 5 ≥ 5 ⇒ P ≥ 4, 7. Portanto, João deverá obter uma nota igual ou superior a 4,7 na prova final. 2. Para que valores reais de x se tem a igualdade min{2x− 1; 6− x} = x? Uma solução: Como min{2x− 1; 6− x} = 2x− 1 se x < 73 11 3 se x = 7 3 6− x se x > 73 ⇒ { 2x− 1 = x ⇒ x = 1 6− x = x ⇒ x = 3 ⇒ x ∈ {1, 3}. 3. O que caracteriza uma função linear? Uma solução: Pelo Teorema Fundamental da Proporcionalidade, se pode caracterizar a função linear por: Seja ϕ : R −→ R uma função monótona injetiva (crescente ou decrescente), tal que ϕ(x+ y) = ϕ(x)+ϕ(y), para quaisquer x, y ∈ R. Então, ϕ(x) é uma função linear. Outra solução: Com base no teorema da caracterização da função afim, é posśıvel caracterizar a função linear da seguinte forma: Seja ϕ : R −→ R uma função monótona injetiva, tal que ϕ(0) = 0. Se o acréscimo ϕ(x + h) − ϕ(x) = g(h) depender apenas de h, então ϕ(x) é linear. 4. Encontre a solução no conjunto dos números reais, caso exista, para a desigualdade |x + 1− |x− 1|| ≤ 2x− 1. Uma solução: Como |x + 1− |x− 1|| = −2x se x < 0 2x se 0 ≤ x ≤ 1 2 se x > 1 ⇒ −2x ≤ 2x− 1 ⇒ 14 < x < 0 (impossivel) 2x ≤ 2x− 1 ⇒ 0 < −1 (impossivel) 2 ≤ 2x− 1 ⇒ x > 32 ⇒ x > 3 2 . 5. Se f : R −→ R é uma função monótona que transforma qualquer progressão artimética x1, x2, · · · , xn, . . . numa progressão aritmética y1 = f(x1), y2 = f(x2), · · · , yn = f(xn), . . . ; mostre que f é uma função afim. Uma solução: Seja g : R −→ R, dada por g(x) = f(x) − f(0), dáı g leva qualquer progressão aritmética em outra progressão atimética, com a propriedade adicional g(0) = 0. Nestes termos, agora basta mostrar que g é linear. Qualquer que seja x ∈ R, o conjunto {−x, 0, x} forma uma PA. Logo, {g(−x), g(0) = 0, g(x)}, também forma uma PA, o que implica 0− g(x) = g(−x) ⇒ g(−x) = −g(x). Agora, considerando x ∈ R e n ∈ N, os números 0, x, 2x, . . . , nx formam uma PA e, por hipótese, o mesmo ocorre com suas imagens pela g, ou seja, os números g(0), g(x), g(2x), . . . , g(nx) também formam uma PA, cuja razão r pode ser obtida pela diferença entre os dois primeiros termos, isto é, r = g(x)−g(0) = g(x). Isso implica que g(nx) = nġ(x). Por fim, se n é um inteiro negativo, então −n ∈ N, logo g(nx) = −g(−nx) = −(−nġ(x)) = nġ(x). Desta forma, g(nx) = ng(x)∀n ∈ Z e ∀x ∈ R. Dáı, pelo Teorema Fundamental da Proporcionalidade, segue que g(x) é linear, ou seja, g(x) = ax. Finalmente, fazendo f(0) = b, então g(x) = f(x)− f(0) ⇒ f(x) = ax + b. cqd. 2 Gabarito da 5a Atividade presencial – MA 11 6. Encontre a função quadrática cujo gráfico é dado pela figura 1. Uma solução: Considerando a figura dada e a equação da função quadrática na forma f(x) = a(x−m)2 + k os parâmetros a, m, e k podem ser obtidos da seguinte forma: Pela figura 1, a ordenada do vértice é dada por 9 − 8 = 1 ⇒ k = 1. Agora, tomando a mesma parábola com vértice na origem a equação equivalente é dada por Y = aX2, para o mesmo parâmetro a, neste caso se tem para X = 2 ⇒ Y = 8, logo 8 = a22 ⇒ a = 2. Assim, a função quadrática se torna f(x) = 2(x −m)2 + 1. Por fim, considerando o ponto (1, 9) da parábola no sistema original de coordenadas, se tem que f(1) = 9 ⇒ 2(1 − m)2 + 1 = 9 ⇒ m = 3 ou m = −1. Mas como m é a abcissa do vértice e se encontra à esquerda de (1, 9), logo m = −1. Portanto a função quadrática procurada é f(x) = 2(x− (−1))2 +1 ⇒ f(x) = 2x2 + 4x + 3. 8 2 2 (1,9) Figura 1: Gráfico da parábola. 7. Escreva a função quadrática f(x) = 8x − 2x2 na forma f(x) = a(x−m)2 + k. A seguir, calcule suas ráızes (se existirem), o eixo de simetria de seu gráfico e seu valor mı́nimo (ou máximo). Solução: f(x) = 8x− 2x2 = −2(x2 − 4x) = −2(x2 − 4x + 4− 4) ⇒ f(x) = −2[(x− 2)2 − 4] ⇒ f(x) = −2(x− 2)2 + 8. Da equação f(x) = −2[(x − 2)2 − 4], se obtém as ráızes que são os valores para os quais (x − 2)2 = 4. Dáı, x− 2 = ±2, logo as ráızes são x1 = 0 e x2 = 4. O eixo de simetria é a reta vertical x = 2. O valor máximo que f(x) atinge é 8. 8. Encontre os valores mı́nimo e máximo assumidos pela função f(x) = x2 − 4x + 3, nos intervalos [1, 4] e [6, 10]. Solução: Como a parábola f(x) = x2 − 4x + 3, tem seu vértice em (2,−1), então - Em [1, 4]: 2 ∈ [1, 4] ⇒ min f(x) ocorre em x = 2, onde f(2) = −1 e seu máximo será em x = 4, onde f(4) = 3. - Em [6, 10]: o mı́nimo ocorre em x = 6, onde f(6) = 15 e o máximo ocorre em x = 10, onde f(10) = 63. 9. Seja a função f : R −→ R, tal que f(x) = ax2 + bx + c, com a > 0. Mostre que f ( x1 + x2 2 ) ≤ f(x1) + f(x2) 2 . Solução: Primeiramente, considerando x1 6= x2 se tem que ( x1 + x2 2 )2 < x21 + x 2 2 2 , pois x21 + x 2 2 2 − ( x1 + x2 2 )2 = x21 − 2x1x2 + x22 4 > 0, se x1 6= x2. Assim, se x1 6= x2 e a > 0, então f ( x1 + x2 2 ) = a ( x1 + x2 2 )2 + b ( x1 + x2 2 ) + c < a x21 + x 2 2 2 + b x1 + x2 2 + c = = (ax21 + bx1 + c) + (ax 2 2 + bx2 + c) 2 = f(x1) + f(x2) 2 . 10. Prove que se a, b e c são inteiros ı́mpares, as ráızes de y = ax2 + bx + c não são racionais. Uma Solução: Fazendo a = 2k + 1, b = 2m + 1 e c= 2n + 1 e levando no discriminante b2 − 4ac, vem: b2 − 4ac = (2m + 1)2 − 4(2k + 1)(2n + 1) = 4m(m + 1)− 16kn− 8k − 8n− 3. Prof. Geraldo L. Diniz 3 Como m(m + 1) é o produto de dois números consecutivos, necessariamente um deles é par, logo 4m(m + 1) é múltiplo de 8. Assim, como −16kn− 8k − 8n também é múltiplo de 8. Logo, b2 − 4ac é 3 unidades menor que um múltiplo de 8, ou seja, é um número que dividido por 8 deixa resto 5. Os posśıveis restos da divisão de um número por 8 são 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 ou 7, cujos quadrados dividido por 8 darão resto 0, 1, 4, 1, 0, 1, 4, 1, respectivamente. Logo, nenhum quadrado perfeito deixa resto 5 ao ser dividido por 8. Portanto, b2 − 4ac não é quadrado perfeito e suas ráızes jamais serão racionais. cqd. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2012/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2012 Gabarito da 6a atividade presencial – 7 a 13/mai/2012 1. Numa vidraçaria há um pedaço de espelho, sob a forma de um triângulo retângulo de lados 60cm, 80cm e 1m. Quer-se, a partir dele, recortar um espelho retangular com a maior área posśıvel. Afim de economizar corte, pelo menos um dos lados do retângulo deve estar sobre um lado do triângulo. Solução: Com base na figura 1, fazendo os lados do espelhos iguais a x e y em cent́ımetros, se tem para cada caso: x 100 y 60 80 (a) 100 60 80 y x (b) Figura 1: Esboço para o corte dos espelhos a) Usando a semelhança de triângulos para os triângulos da sobra do corte do espelho se tem que 60− x x = y 80− y ⇒ 4x + 3y = 240 ⇒ x = 60− 3 4 y. Como a área do retângulo é dada por xy = ( 60− 3 4 y ) y = −3 4 y2 + 60y. Esta área será máxima no vértice da parábola, que ocorre para y = − b 2a = − 60− 34 = 40 ⇒ x = 30. Portanto, o retângulo de área máxima tem lados iguais a 40 cm e 30 cm, neste caso, a área é de 1.200 cm2. b) Para o caso da figura 1 (b), considerando a altura h relativa a hipotenusa de 100 cm, dada por h = 60× 80 100 = 48 cm. Usando a semelhança entre os triângulos de hipotenusas x e 100, se tem que x 100 = 48− y 48 ⇒ y = 48(100− x) 100 . Como a área A do retângulo é A = xy ⇒ A = 48x(100− x) 100 = 48x − 0, 48x2, cujo valor máximo ocorre para x = 48 2× (−0, 48) = 50. Portanto, os lados do retângulo são 50 cm e 24 cm, cuja área é 1.200 cm2. Nos dois casos considerados a área máxima foi a mesma, portanto independe os lados do triângulo em que o retângulo se apoia. Além disso, é posśıvel mostrar que para se obter um retângulo de área máxima é necessário que o retângulo seja conforme os dois casos considerados, caso contrário sua área será menor que o valor obtido nestes casos. 2. No instante t = 0 um ponto P está em (−2, 0) e um ponto Q está em (0, 0). A partir desse instante, Q move-se para cima com velocidade de 1 unidade por segundo e P move-se para a direita com velocidade de 2 unidades por segundo. Qual é o valor da distância mı́nima entre P e Q? Solução: Para um instante t qualquer as equações, em termos de coordenadas, que descrevem os movimentos dos pontos P e Q são P = (2t− 2, 0) e Q = (0, t). Assim, a distância PQ = √ (2t− 2)2 + t2 = √5t2 − 8t + 4 será mı́nima quando PQ2 também for mı́nima. Assim, isto ocorre para t = − −8 2× 10 = 0, 8. Logo, para t = 0, 8 ⇒ PQ = √ 0, 8 = 2 5 √ 5 é a distância mı́nima. 3. Se x e y são números reais tais que 3x + 4y = 12, determine o valor mı́nimo de z = x2 + y2? Solução: Como x = 12− 4y 3 ⇒ z = ( 12− 4y 3 )2 + y2 = 16− 32 3 y + 25 9 y2. Assim, z será mı́nimo para y = − − 32 3 2× 259 ⇒ y = 32 3 × 9 50 = 48 25 ⇒ x = 12− 4 48 25 3 = 36 25 . Logo, o valor mı́nimo de z será z = ( 36 25 )2 + ( 48 25 )2 = 144 25 . 2 Gabarito da 6a atividade presencial 4. Encontre a solução no conjunto dos números reais, caso exista, para a desigualdade x4 + x2 − 20 > 0. Solução: Fazendo x2 = y, a inequação se reduz a y2 + y − 20 > 0, que resulta em y < −5 ou y > 4. Dáı, vem x2 < −5, que não se verifica para nenhum número real, ou x2 > 4 ⇒ x < −2 ou x > 2. Portanto, a solução da inequação é x ∈ (−∞,−2) ∪ (2,∞). 5. João tem uma fábrica de sorvetes. Ele vende, em média, 300 caixas de picolés, por R$ 20,00 cada caixa. Entretanto, percebeu que, cada vez que diminúıa R$ 1,00 no preço da caixa, vendia 40 caixas a mais. Quanto ele deveria cobrar pela caixa para que sua receita fosse máxima? Solução: Se João reduz x reais no preço da caixa, então ele venderá 300 + 40x caixas ao preço de 20− x reais cada caixa. Logo, sua receita R será: R = (300 + 40x)(20 − x) = −40x2 + 500x + 6000, que terá um valor máximo para x = − 500 2× (−40) = 25 4 = 6, 25. Portanto, o preço de cada caixa deverá ser de 20− 6, 25 = 13, 75 reais para que a receita seja máxima. 6. Determine explicitamente os coeficientes a, b e c do trinômio f(x) = ax2 + bx + c em função dos valores f(0), f(1) e f(2). Solução: Tomando os valores de x dados no trinômio, se obtém o sistema c = f(0) a + b + c = f(1) 4a + 2b + c = f(2) ⇒ c = f(0) a + b = f(1)− f(0) 4a + 2b = f(2)− f(0) ⇒ c = f(0) a + b = f(1)− f(0) 2a = f(2)− 2f(1) + f(0) Donde, a = f(2)− 2f(1) + f(0) 2 , b = 4f(1)− f(2)− 3f(0) 2 e c = f(0). 7. Prove a unicidade do quociente e do resto, isto é, se P (x) = p(x)q1(x) + r1(x) e P (x) = p(x)q2(x) + r2(x), com gr r1(x) e gr r2(x) ambos menores do que gr p(x), então q1(x) = q2(x) e r1(x) = r2(x) ∀x ∈ R. Solução: Sendo P (x) = p(x)q1(x) + r1(x) e P (x) = p(x)q2(x) + r2(x), com gr r1(x) e gr r2(x) ambos menores do que gr p(x), então subtraindo membro a membro, se obtém p(x)[q1(x)− q2(x)] = r2(x)− r1(x). Mas, se q1(x)− q2(x) não for identicamente nulo, então o grau do produto no primeiro membro será maior ou igual ao grau de p(x), o que é absurdo, pois o grau do segundo membro (r2(x) − r1(x)) tem grau menor que o grau de p(x). Logo, q1(x)− q2(x) ≡ 0, isto é, q1(x) = q2(x). Dáı, substituindo no primeiro membro, se tem que 0 = r2(x)− r1(x) ⇒ r1(x) = r2(x). ¥ 8. Diz-se que o número real α é uma raiz de multiplicidade m do polinômio p(x) quando se tem p(x) = (x−α)mq(x) com q(α) 6= 0. Se m = 1 ou m = 2, α chama-se, respectivamente, uma raiz simples ou uma raiz dupla. Prove que α é uma raiz simples de p(x) se, e somente se, p(α) = 0 e p′(α) 6= 0. Prove também que α é uma raiz dupla de p(x) se, e somente se, p(α) = p′(α) = 0 e p′′(α) 6= 0. Generalize. Solução: i- α é uma raiz simples de p(x) ⇔ p(α) = 0 e p′(α) 6= 0. Demonstração: (⇒) Se α é uma raiz simples de p(x), então p(x) = (x− α)q(x), com q(α) 6= 0. Como, p′(x) = (x− α)′q(x) + (x− α)q′(x) = q(x) + (x− α)q′(x), então p′(α) = q(α) + (α− α)q′(α) = q(α) 6= 0 (⇐) Se p(α) = 0, então p(x) = (x− α)q(x) ⇒ p′(x) = q(x) + (x− α)q′(x) e como p′(α) 6= 0 ⇒ 0 6= q(α) + (α− α)q′(α) = q(α). Portanto, α é raiz simples de p(x). ¥ ii- α é uma raiz dupla de p(x) ⇔ p(α) = 0, p′(α) = 0 e p′′(α) 6= 0. Demonstração: (⇒) Se α é uma raiz dupla de p(x), então p(x) = (x− α)2q(x), com q(α) 6= 0. Logo, p′(x) = 2(x− α)q(x) + (x− α)2q(x) ⇒ p′(α) = 2(α− α)q(α) + (α− α)2q(α) = 0 e p′′(x) = 2q(x)+4(x−α)q′(x)+(x−α)2q′′(x) ⇒ p′′(α) = 2q(α)+4(α−α)q′(α)+(α−α)2q′′(α) = 2q(α) ⇒ p′′(α) = 2q(α) 6= 0 Prof. Geraldo L. Diniz 3 (⇐) p(α) = 0 = p′(α) e p′′(α) 6= 0, então p(x) = (x− α)q(x) uma vez que α é raiz de p(x). Além disso, como p′(x) = (x−α)′q(x) + (x−α)q′(x) = q(x) + (x−α)q′(x) ⇒ p′(α) = q(α) ∴ q(α) = 0; logo α é raiz de q(x). Neste caso, existe um polinômio q1(x), tal que q(x) = (x− α)q1(x) ⇒ p(x) = (x− α)q(x) = (x− α)2q1(x). Dáı, p′(x) = [ (x− α)2]′ q1(x) + (x− α)2q′1(x) ⇒ p′(x) = 2(x− α)q1(x) + (x− α)2q′1(x) ⇒ p′′(x) = 2q1(x) + 4(x− α)q′1(x) + (x− α)q′′1 (x) ⇒ p′′(α) = 2q1(α) + 4(α− α)q′1(α) + (α− α)q′′1 (α) = 2q1(α) e como p′′(α) 6= 0 ⇒ q1(α) 6= 0 ¥ Generalizando: α é uma raiz com multiplicidade n de p(x) se, e só se, p(α) = p′(α) = p′′(α) = · · · = p(n−1)′(α) = 0 e p(n)′(α) 6= 0. 9. Seja p(x) um polinômio cujo grau n é um número ı́mpar.Mostre que existem números reais x1 e x2 tais que p(x1) < 0 e p(x2) > 0. Conclua dáı que todo polinômio de grau ı́mpar admite pelo menos uma raiz real. Solução: Seja p(x) = n∑ i=0 aix i, supondo an > 0 e tomando K = max{|ai|, i = 0, 1, · · · , n− 1}. Dáı, i. Se x > 1 ⇒ ∣∣∣∣∣ n−1∑ i=0 aix i ∣∣∣∣∣ ≤ n−1∑ i=0 |ai|xi ≤ ( n−1∑ i=0 |ai| ) xn−1 ≤ ( n−1∑ i=0 K ) xn−1 = nKxn−1. Agora, tomando o valor de x2 > 1 e x2 > nK an ⇒ anx2 > nK ⇒ anxn2 > nKxn−12 > ∣∣∣∣∣ n−1∑ i=0 aix i 2 ∣∣∣∣∣ ⇒ p(x2) > 0. ii. Se x < −1 ⇒ ∣∣∣∣∣ n−1∑ i=0 aix i ∣∣∣∣∣ ≤ n−1∑ i=0 |ai| · |xi| ≤ ( n−1∑ i=0 |ai| ) |x|n−1 ≤ ( n−1∑ i=0 K ) |x|n−1 = nK|x|n−1. Agora, tomando o valor de x1 < −1 e x1 < −nK an ⇒ anx1 < −nK ⇒ anx n 1 < −nKxn−11 (∗) uma vez que n é impar e, dáı, xn−11 é positivo. Logo, |anxn1 | > nK|x1|n−1. Assim, na desigualdade (∗) o menor número é o que tem o maior módulo, como |anxn1 | > ∣∣∣∣∣ n−1∑ i=0 aix i 1 ∣∣∣∣∣ e anx n 1 é negativo, então p(x1) < 0. Para o caso an < 0, bastar considerar o polinômio −p(x) que se reduz aos casos estudados acima, chegando a mesma conclusão. Por fim, usando a continuidade de polinômios, se tem que dado um intervalo não degenerado [x1, x2], tal que p(x1) · p(x2) < 0, ou seja, p(x) tem sinais contrários nos extremos do intervalo, então ∃ ξ ∈ [x1, x2] para o qual p(ξ) = 0. Portanto, pelos resultados obtidos em i. e ii., se conclui que p(x) se anula para algum x quando n é impar. ¥ UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 7a atividade presencial – 14 a 20/mai/2012 1. Seja f(b, t) uma função positiva, definida para b ≥ 0 e t ∈ R, linear em b crescente (ou decrescente) em t, tal que f(b, s+ t) = f(f(b, s), t) para quaisquer b, s, t. Prove que f é de tipo exponencial. Uma solução: Considere φ(t) = f(1, t). Logo, pelas propriedades de f , φ é estritamente monótona e φ(s + t) = f(1, s + t) = f(f(1, s), t) = f(f(1, s) · 1, t) = f(1, s) · f(1, t) = φ(s) · φ(t). Dáı, pelo teorema de caracterização da fuynção exponencial, fazendo a = φ(1) = f(1, 1), donde f(1, t)φ(t) = at∀ t ∈ R. Além disso, se tem que f(b, t) = f(b · 1, t) = b · f(1, t) = b · at. � 2. a) Como você explicaria a um aluno no ensino fundamental que a0 = 1? E que a−n = 1 an ? Uma possibilidade: i. Para a0, supondo an ̸= 0 e usando a propriedade da potenciação para quocientes de mesma base, se tem que am an = am−n, logo a0 = an−n = an an = 1 ii. Para a−n, usando a explicação dada em i., se tem que 1 = a0 = an−n = an · a−n e como a n an = 1 ⇒ 1 = an an = an · a−n = an 1 an , dáı cancelando o fator an a ambos os termos da última igualdade se chega a a−n = 1 an . b) Como você explicaria a um aluno no ensino fundamental que a 1 2 = √ a ? E que a m n = n √ am? Uma possibilidade: i. Para a 1 2 , usando a propriedade da potenciação para a potência de potência, com (am) n = am·n, donde se tem que ( a 1 2 )2 = a 1 2 2 = a 2 2 = a1 = a. Dáı, extraindo a raiz quadrada a ambos os termos da igualdade( a 1 2 )2 = a ⇒ √( a 1 2 )2 = √ a ⇒ a 12 = √ a. ii. Como explicado no item i., se tem que a 1 n = n √ a. Agora, para a m n = am 1 n = (am) 1 n = n √ am. 3. Mostre que a função f : Q −→ R definida por f(r) = ar é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1. Uma solução: Pondo m n = r, com m ∈ Z e n ∈ N, então ar = amn , de modo que (ar)n = am, ou seja, am é a n-ésima potência de ar ou, de forma equivalente, ar = n √ am. i) Se a > 1 ⇒ am · a > am · 1 ⇒ am+1 > am ∀m ∈ Z,. Dáı, tomando a potência 1n a desigualdade se mantém. Logo, ( am+1 ) 1 n > (am) 1 n ⇒ a m+1 n > a m n . Assim, para s = m+ 1 n > m n = r ⇒ f(s) = a m+1 n > a m n = f(r). Portanto, f gera uma sequência crescente se a > 1. ii) Se a < 1 ⇒ am · a < am · 1 ⇒ am+1 < am ∀m ∈ Z,. Dáı, tomando a potência 1n a desigualdade se mantém. Logo, ( am+1 ) 1 n < (am) 1 n ⇒ a m+1 n < a m n . Assim, para s = m+ 1 n > m n = r ⇒ f(s) = a m+1 n < a m n = f(r). Portanto, f gera uma sequência decrescente se a < 1. 4. Prove que uma função do tipo exponencial fica unicamente determinada quando se conhecem dois de seus valores. Uma solução: Suponha que f(x) = b · ax e φ(x) = βαx são funções tais que f(x1) = φ(x1) e f(x2) = φ(x2), com x1 ̸= x2. Dáı, basta mostrar que a = α e b = β. Com efeito, pois se f(x1) = φ(x1), então ba x1 = βαx1 e f(x2) = φ(x2) ⇒ bax2 = βαx2 , logo, ( a α )x1 = β b = ( a α )x2 , mas como x1 ̸= x2, então necessariamente a α = 1, donde a = α. Dáı, bax1 = βax1 ⇒ b = β. Portanto, f(x) ≡ φ(x). � 2 Gabarito da 7a atividade presencial – 14 a 20/5/2012 5. A meia-vida de uma determinada substância é um ano. Quanto tempo levará para que um corpo puro desta substância com 10 gramas se reduza a apenas 1 grama? Solução: Seja Q(t) = Q0a −αt, onde α > 0, a função que descreve a quantidade da substância para cada instante t (t em anos). Assim, como a meia-vida é um ano, vem: Q(1) = Q0 2 ⇒ Q0a−α·1 = Q0 2 ⇒ a−α = 1 2 ⇒ 1 aα = 1 2 ⇒ a = 2 e α = 1. Logo, Q(t) = Q02−t. Dáı, se Q0 = 10 e Q(t) = 1 ⇒ 1 = 10 · 2−t ⇒ 2−t = 1 10 ⇒ 2−t = 10−1 ⇒ (10log 2)−t = 10−1 ⇒ −t log 2 = −1 ⇒ t = 1 log 2 ≈ 3,3 anos. 6. A população de uma cidade era de 750 mil habitantes no fim de 1950 e 900 mil no fim de 1960. Qual a população previśıvel para esta cidade no final do ano 1970 e quando a população irá atingir 1,5 milhão? Solução: Seja P (t) = P0a αt, onde α > 0, a função que descreve a população ao final de cada ano. Para simplificar os cálculos, fazendo x = t− t0, onde t0 = 1950 e p = P 1.000 , então p(x) = p0a βx, como P (1950) = 750.000 ⇒ p(0) = 750 e P (1960) = 900.000 ⇒ p(10) = 900. Dáı, 750a10β = 900 ⇒ aβ = 10 √ 900 750 = 10 √ 6 5 ⇒ p(x) = 750 ( 10 √ 6 5 )x . i) Assim, para o ano de 1970 ⇒ x = 20 ⇒ p(20) = 750 ( 10 √ 6 5 )20 ⇒ p(20) = 750 ( 6 5 )2 = 750 36 25 = 1.080. Portanto, no final de 1970 a população será de 1,08 milhão de habitantes. ii) Se p(x) = 1.500 ⇒ 1.500 = 750 ( 10 √ 6 5 )x ⇒ 2 = ( 10 √ 6 5 )x ⇒ x = ln 2 ln 10 √ 6 5 = 10 ln 2 ln 6− ln 5 ≈ 38. Logo, t = 38 + 1950 = 1988. Portanto, a população atingirá 1,5 milhão de habitantes ao final de 1988. 7. A que taxa de juros compostos devo investir meu capital a fim de que ele dobre ao final de 5 anos? Solução: Seja C(t) = C0(1 + i) t, t > 0 (t em anos e i a taxa anual) a função que descreve o capital acumulado ao final de cada ano. Então, para que o capital dobre ao final de 5 anos, se tem que C(5) = 2C0 ⇒ 2C0 = C0(1 + i)5 ⇒ (1 + i)5 = 2 ⇒ i = 5 √ 2− 1 ≈ 0, 15. Portanto, a taxa deve ser aproximadamente 15% ao ano, para que o capital dobre ao final de 5 anos. 8. Uma bola de aço, aquecida a uma temperatura de 100o é deixada num ambiente mantido a uma temperatura de 40o. Em dois minutos a temperatura da bola é de 80o. Em quanto tempo a temperatura será de 43o? Solução: Seja D(t) = D0a −αt, α > 0 (t em minutos), a função que descreve a diferença de temperatura entre a bola e o ambiente ao longo do tempo. Como a temperatura ambiente é de 40o e a bola estava a 100o, então a diferença de temperatura em t = 0, era D0 = 100 o - 40o = 60o. Logo, D(t) = 60a−αt, como após 2 minutos a temperatura da bola era 80o, então a diferença de temperatura com o ambiente era D(2) = 80o - 40o = 40o. Dáı, 40 = 60a−2α ⇒ a−α = √ 2 3 ⇒ D(t) = 60 (√ 2 3 )t . Logo, se a temperatura da bola é 43o, então a diferença de temperatura com o meio é 3o, dáı, D(t) = 3o ⇒ 3 = 60 (√ 2 3 )t ⇒ (√ 2 3 )t = 3 60 ⇒ t = ln 120 ln √ 2 3 = 2(ln 1− ln 20) ln 2− ln 3 ⇒ t ≈ 14, 76 min. Portanto, a bola terá uma temperatura de 43o decorridos aproximadamente 14min e 45s. Prof. Geraldo L. Diniz 3 9. O corpo de uma v́ıtima de assassinato foi descoberto às 23 horas. O médico legista chegou às 23h30min e imediatamente tomou a temperatura do cadáver, que era de 34,8o. Uma hora mais tarde ele tomou a temperaturaoutra vez e obteve 34,1o. Use a lei de resfriamento de Newton para estimar a hora em que ocorreu o assassinato, sabendo que a tempertura do quarto era mantida constante a 20o e suponha que a temperatura normal de uma pessoa viva é 36,5o. Solução: Seja D(t) = D0a −αt, α > 0 (t em horas), a função que descreve a diferença de temperatura entre o cadáver e o ambiente. Para simplificar os cálculos, fazendo x = t − 23, 5, o tempo decorrido em horas após às 23h30min. Dáı, tomando d(x) = d0a −βx se as 23h30min a temperatura do cadáver era 34,8o, então x = 0 e a diferença de temperatura entre o cadaver e o ambiente é dada por: d(0) = 34, 8− 20 = 14, 8 ⇒ d0 = 14, 8. Como uma hora depois a temperatura do cadáver era 34,1o, então 34, 1− 20 = d(1) ⇒ 14, 1 = 14, 8a−β ⇒ a−β = 14, 1 14, 8 ≈ 0, 95 ⇒ d(x) = 14, 8(0, 95)x. Na hora do crime a diferença de temperatura era d(x) = 36, 5− 20 = 16, 5 ⇒ 16, 5 = 14, 8(0, 95)x ⇒ (0, 95)x = 16, 5 14, 8 ⇒ (0, 95)x ≈ 1, 11 ⇒ x ≈ ln 1, 11 ln 0, 95 ≈ −2, 03 ⇒ −2, 03 ≈ t− 23, 5 ⇒ t ≈ 23, 5− 2, 03 = 21, 47. Portanto, o crime ocorreu por volta das 21h28min. 10. Admita que a população atual de baleias no mundo de uma determinada espécie é de 1000 indiv́ıduos e que a cada ano o aumento natural da população é de 25% (crescimento vegetativo = nascimentos - mortes naturais). Suponha que o número de baleias abatidas pelos pescadores a cada ano é de 300 indiv́ıduos e que esta tendência vai se manter nos próximos anos. Obtenha a equação que modela a população P (t), onde t é o tempo em anos a partir do ano atual. Uma solução: Denotando por Pn a população de baleias no ano n, este problema pode ser modelado pelo seguinte esquema de equações recursivas: P1 = P0(1 + 0, 25)− 300 ⇒ P1 − P0 = 0, 25P0 − 300 ⇒ P2 − P1 = 0, 25P1 − 300 ⇒ P3 −P2 = 0, 25P2 − 300 · · · Pn+1 −Pn = 0, 25Pn − 300, cuja solução do tipo exponencial pode ser escrita na forma Pn = A−Bαn, onde α = 1 + i = 1, 25 = 5 4 . Se n = 0 representa o ano atual (condição inicial), então P0 = 1.000 ⇒ P0 = A− Bα0 ⇒ A− B = 1000. Além disso, se n = 1, então P1 = A − Bα1 = 1.000 × 1, 25 − 300 = 950 ⇒ A − 5 4 B = 950. Dáı, resolvendo o sistema algébrico resultante vem:{ A−B = 1.000 (1) A− 5 4 B = 950 (2) ⇒ De (1), vem: A = 1.000−B, levando em (2), se obtém: 1.000 +B − 5 4 B = 950 ⇒ 1 4 B = 1.000− 950 ⇒ B = 200 e A = 1.200. Portanto, a solução procurada é P (t) = 1.200− 200 ( 5 4 )t , onde t é o tempo em anos. Obs.: Esta solução só faz sentido para P (t) ≥ 0. Dáı, 1.200−200 ( 5 4 )t ≥ 0 ⇒ ( 5 4 )t ≤ 6 ⇒ t ≤ ln 6 ln 5− ln 4 ≈ 8, ou seja, mantidas estas condições a espécie será extinta em 8 anos. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá 8a atividade presencial 1. Considere x > 1 um número real cuja parte inteira tem k algarismos. Mostre que a parte inteira de log10 x é igual a k − 1. Uma solução: Se x > 1 é um número cuja parte inteira tem k algarismos, então x pode ser escrito na forma x = M,d1d2 · · · dk−1 × 10k−1, onde 0 < M < 10 e d1d2 · · · dk−1 é a denominada mantissa. Assim, tomando log10 x vem: log10 x = log10 ( M,d1d2 · · · dk−1 × 10k−1 ) = log10 M,d1d2 · · · dk−1 + log10 10k−1 = k − 1 + y, onde 0 < y < 1 uma vez que 0 < M < 10. Portanto, a parte inteira de log10 x tem k − 1 algarismos. 2. Determine a potência n > 0 de modo que (0, 999)n seja menor que um milionésimo. Solução: Se (0, 999)n < 1 106 ⇒ log10 (0, 999)n < log10 ( 1 106 ) ⇒ n log10 0, 999 < log10 10−6 = −6 ⇒ n(−0, 000434512) < −6 ⇒ n > −6 −0, 000434512 ⇒ n > 13.808, 6. Portanto, n = 13.809 é a menor potência que satisfaz a desigualdade. 3. Mostre que a função logaŕıtmica L : R+ −→ R é ilimitada inferior e superiormente. Demonstração: (i) Seja β um número real tão grande quanto se queira. Dáı, tomando n um número natural tal que n > β L(2) . Como L(2) > 0 ⇒ n · L(2) > β. Dáı, usando a propriedade n · L(2) = L(2n). Logo, L(2n) > β. Assim, basta escolher x = 2n que se tem L(x) > β. Portanto, a função L é ilimitada superiormente. (ii) Para mostrar que L é ilimitada inferiormente, basta usar a propriedade L ( 1 x ) = −L(x). Dáı, dado qualquer número real α, pelo item (i), é posśıvel obter x ∈ R+, tal que L(x) > −α. Logo, tomando y = 1 x ⇒ L(y) = −L(x) < α. Portanto, L é ilimitada inferiormente. 4. Sejam L, M : R+ −→ R duas funções logaŕıtmicas. Mostre que existe uma constante c > 0, tal que M(x) = cL(x) ∀x > 0. Demonstração: Primeiramente, supondo que exista um número a > 1, tal que L(a) = M(a). Neste caso, necessariamente L(x) = M(x) para todo x > 0, pois se L(a) = M(a) ⇒ L(ar) = M(ar), para qualquer r racional, já que L(ar) = r · L(a) = r ·M(a) = M(ar). Agora, por absurdo, supondo que exista algum b > 0, tal que L(b) ̸= M(b). Sem perda de generalidade, seja L(b) < M(b). Dáı, escolhendo um número natural n tão grande de modo que n · [M(b)− L(b)] > L(a). Então, L(a 1 n ) = L(a) n < M(b)− L(b) Assim, os números L(a 1 n ), 2L(a 1 n ), 3L(a 1 n ), · · · dividem R+ em intervalos justapostos de mesmo comprimento L(a 1 n ). Como L(a 1 n ) < M(b)−L(b), então para algum número natural m se tem que m ·L(a 1n ) ∈ (L(b), M(b)), ou seja, L(b) < m · L(a 1n ) < M(b). Logo, m · L(a 1n ) = L(amn ) = M(amn ). Então, L(b) < L(a m n ) = M(a m n ) < M(b), o que é uma contradição, pois sendo L crescente da primeira desi- gualdade se obtém que b < a m n . Por outro lado, sendo M também crescente, da última desigualdade se obtém que a m n < b. Desta contradição, se conclui que não existe tal b. Portanto, se L(a) = M(a) para a > 1, então M(x) = L(x) ∀x > 0. Por fim, para provar o caso geral, dadas duas funções logaŕıtmicas L e M quaisquer, como L(2) > 0 e M(2) > 0, uma vez que 2 > 1. Dáı, tomando c = M(2) L(2) e considerando a função logaŕıtmica N : R+ −→ R, dada por N(x) = c · L(x). 2 8a atividade presencial Como N(2) = c · L(2) = M(2) L(2) · L(2) = M(2), então pelo que foi provado anteriormente se tem que N(x) = M(x)∀x > 0. Portanto, M(x) = c · L(x) ∀x > 0. � 5. Sejam a > 1 e 0 < b < 1, constantes reais quaisquer. Mostre que existem números reais positivos c e d, tais que loga x = c · log2 x e logb x = d · log 12 x, ∀x ∈ R +. Demonstração: Com efeito, se u = loga x e v = log2 x ⇒ au = x = 2v = (ac)v = acv ∴ u = cv, ou seja, loga x = c · log2 x, para todo x > 0, onde c = loga 2. Da mesma forma, se u = logb x e v = log 12 x ⇒ b u = x = ( 1 2 )v = (bd)v = bdv ∴ u = dv, ou seja, logb x = d · log 1 2 x, para todo x > 0, onde d = logb 1 2 . Donde se conclui que duas funções logaŕıtmicas quaisquer diferem por um fator constante. 6. Apresente um explicação convincente para a afirmação que ∀ a > 1, real, loga x → ∞ muito lentamente, quando x → ∞. Uma explicação: Dado M > 0, se tem que loga x > M ⇐⇒ x > aM . Assim, com base no problema 2, se desejamos que log10 x > 1000, será necessário que a expressão decimal de x tenha pelo menos 1001 algarismos. 7. Mostre que se y e a são positivos, então ln y a+ √ a2 + y2 = ln √ a2 + y2 − a y . Solução: ln y a+ √ a2 + y2 = ln y a+ √ a2 + y2 · a− √ a2 + y2 a− √ a2 + y2 = ln y(a− √ a2 + y2) a2 − (a2 + y2) = ln y(a− √ a2 + y2) −y2 = ln √ a2 + y2 − a y 8. Seja L : R+ −→ R uma função logaŕıtmica. Dados quaisquer números reais α < β, mostre que existe um número real x > 0, tal que α < L(x) < β. Demonstração: Seja n um número natural fixo, tal que n > L(2) β − α ⇒ L(2) n < β − alpha. Dáı, denotando por c = L(2) n se tem para os múltiplos inteiros de c que m · c = m n L(2) = L ( 2 m n ) , m ∈ Z, decompõem a reta real em intervalos justapostos de comprimento c < β − alpha. Portanto, existe algum m ∈ Z de modo que m · c esteja no interior do intervalo I = (α, β). Dáı, tomando x = 2 m n ⇒ α < L(x) = L(2mn ) < β. �. 9. Seja r = p q um número racional. Mostre que y = er se, e só se, ln y = r. Demosntração: (⇒) Se y = er, então lny = r · ln e = r, pois ln e = 1. (⇐) Seja y > 0 um número real tal que ln y = r. Como ln (er) = r e ln é uma função biuńıvoca, donde se conclui que y = er. � Prof. Geraldo L. Diniz 3 10. Mostre que a soma Sp = 1 + 1 2 + 1 3 + · · ·+ 1 p é maior que ln(p+ 1) e conclua que lim p→∞ Sp = ∞. Figura 1: Esboço para o cálculo de ln 6. Solução: Na figura 1 se tem a soma das áreas dos retângulos supera a área sob a curva, no intervalo de 1 a 6, ou seja, 1 + 1 2 + 1 3 + 1 4 + 1 5 > ∫ 6 1 1 x dx = lnx ∣∣∣∣6 1 = ln 6. Assim, generalizando temos que Sp = 1 + 1 2 + · · ·+ 1 p > ∫ p+1 1 1 x = ln(p+ 1), logo lim p→∞ Sp > lim p→∞ ln(p+ 1) = ∞ ∴ lim p→∞ Sp = ∞ UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 9a atividade presencial 1. Mostre que lim x→0 (1 + x) 1 x = e, para x ̸= 0. y = 1 x y x1 1 1+x 1 1 +x C D A B E F (a) Área de ln (1 + x), x > 0 y = 1 x y x1 1 1+x 1 1 +x C D A B E F (b) Área de ln (1 + x), −1 < x < 0 Figura 1: Áreas das faixas hiperbólicas H1+x1 , (x > 0) e H 1 1+x, (−1 < x < 0) Demonstração: Considerando a figura 1 acima, será feito um estudo para os casos x → 0+ e x → 0−, como se segue: i) Se x > 0, então com base na figura 1(a), a área da faixa hiperbólica H1+x1 compreendida entre os pontos ACEF é menor que a área do retângulo formado por ACDF e maior que a área do retângulo ABEF dadas, respectivamente, por AACDF = x · 1 = x AACEF = H1+x1 = ln (1 + x) AABEF = x · 1 1 + x = x 1 + x , donde, x 1 + x < ln (1 + x) < x, multiplicando os três membros por 1x > 0 a desigualdade se mantém, logo 1 1 + x < 1 x ln (1 + x) < 1 ⇒ 1 1 + x < ln (1 + x) 1 x < 1, agora tomando a exponencial (na base e) dos três membros, se tem e 1 1+x < eln (1+x) 1 x < e1 ⇒ e 1 1+x < (1 + x) 1 x < e. Dáı, quando x → 0+ vem lim x→0+ e 1 1+x ≤ lim x→0+ (1 + x) 1 x ≤ lim x→0+ e ⇒ e ≤ lim x→0+ (1 + x) 1 x ≤ e ⇒ lim x→0+ (1 + x) 1 x = e. ii) Se −1 < x < 0, uma vez que x → 0−, então com base na figura 1(b) que, por simetria em relação a bissetriz y = −x equivale ao estudo para y = 1 x no intervalo indicado (1 + x, 1), se pode notar que a área da faixa hiperbólica H11+x compreendida entre os pontos ACEF é menor que a área do retângulo dado por ACDF e maior que a área do retângulo ABEF dadas, respectivamente, por AACDF = −x · 1 1 + x = −x 1 + x AACEF = H 1 1+x = − ln (1 + x) AABEF = −x · 1 = −x, donde, −x < − ln (1 + x) < −x 1 + x , multiplicando os três membros por 1−x > 0 a desigualdade se mantém, logo 1 < 1 x ln (1 + x) < 1 1 + x , agora tomando a exponencial dos três membros, se tem e1 < eln (1+x) 1 x < e 1 1+x ⇒ e < (1 + x) 1 x < e 1 1+x . Logo, tomando o limite quando −x → 0+, que equivale a x → 0− vem lim x→0− e ≤ lim x→0− (1 + x) 1 x ≤ lim x→0− e 1 1+x ⇒ e ≤ lim x→0− (1 + x) 1 x ≤ e ⇒ lim x→0− (1 + x) 1 x = e. Portanto, lim x→0 (1 + x) 1 x = e. � 2 MA11 – Gabarito da 9a atividade presencial 2. Mostre que lim x→0 (1 + ax) 1 x = ea, para x ̸= 0. Uma solução: Fazendo a mudança de variável u = ax ⇒ 1 x = a u e se x → 0 ⇒ u → 0, logo lim x→0 (1 + ax) 1 x = lim u→0 (1 + u) a u ⇒ lim u→0 (1 + u) a u = lim u→0 [ (1 + u) 1 u ]a = [ lim u→0 (1 + u) 1 u ]a , dáı usando o resultado do problema anterior, vem [ lim u→0 (1 + u) 1 u ]a = ea � 3. Mostre que lim x→∞ ( 1 + a x )x = ea, para x ̸= 0. Uma solução: Fazendo a mudança de variável y = 1 x , logo, se x → ∞ ⇒ y → 0. Assim, se tem que lim x→∞ ( 1 + a x )x = lim y→0 (1 + ay) 1 y e, pelo problema anterior, vem: [ lim y→0 (1 + ay) 1 y ] = ea � 4. Mostre que lim n→∞ ( 1− 1 n )n = 1 e . Uma solução: No problema anterior, tomando a = −1 e considerando x ∈ N vem: lim n→∞ ( 1− 1 n )n = lim x→∞ ( 1 + −1 x )x ∣∣∣∣ x∈N = e−1 = 1 e � 5. Mostre que lim x→∞ ex x = ∞. Uma solução: Como x → ∞, sem perda de generalidade, considerando x > 0 se tem que ex > 1 + x > x ⇒ e x2 > x 2 . Dáı, elevando ao quadrado ambos os termos da desigualdade se obtém ex > x2 4 . Como x > 0, multiplicando ambos os termos da desigualdade por 1x > 0, vem ex x > x 4 ⇒ lim x→∞ ex x ≥ lim x→∞ x 4 = ∞. � 6. Com base na definição do número e, para todo n ∈ N, mostre que ( 1 + 1 n )n < e < ( 1 + 1 n )n+1 . Uma solução: Considerando a figura 1(a) e o que foi feito na primeira parte do problema 1, se obteve que 1 x ln (1 + x) < 1, fazendo x = 1n vem ln ( 1 + 1 n )n < 1. Agora, tomando a exponencial (na base e) a ambos os termos se obtém eln (1+ 1 n ) n < e1 ⇒ ( 1 + 1n )n < e. Por outro lado, como ( 1 + 1 n )n < ( 1 + 1 n )n( 1 + 1 n ) e a função ln é estriamente crescente, então ln ( 1 + 1 n )n < ln [( 1 + 1 n )n( 1 + 1 n )] . Além disso, considerando a definição do número e, na figura 1(a), como sendo o valor de x para o qual a área sob a curva é exatamente 1, então se tem que 1 < ln [( 1 + 1 n )n( 1 + 1 n )] = ln ( 1 + 1 n )n+1 . Dáı, tomando a exponencial a ambos os termos, se chega a e < ( 1 + 1 n )n+1 . Portanto, ( 1 + 1 n )n < e < ( 1 + 1 n )n+1 . � Prof. Geraldo L. Diniz 3 7. Suponha que um bem tenha seu valor comercial depreciado a uma taxa anual de k% ao ano. Obtenha a equação que descreva o valor atualizado deste bem para um instante t > 0 qualquer e determine em quanto tempo ele valerá metade do valor pago. Uma solução: Se a taxa de depreciação é k%, que pode ser escrito na forma k 100 , então denotando por V (t) o valor atualizado do bem, a equação que descreve a depreciação deste bem é dada por: V (t) = V0e − k100 t, onde V0 é o valor pago pelo bem no momento da aquisição. Assim, o instante t em que o bem valerá metade de seu valor de aquisição pode ser obtido como a seguir. V (t) = V0 2 ⇒ V0 2 = V0e − k100 t ⇒ 1 2 = e− k 100 t ⇒ − k 100 t = − ln 2 ⇒ t = ln 2 100k . 8. Se 10% de um certo material radioativo se desintegram ao final de cinco dias, qual é a meia-vida do material? Uma solução: Com esta redação, se 10% do material se desintegrou, então resta 90% do material original. Dáı, denotando por M(t) a quantidade de material num instante t qualquer, a equação que descreve o decaimento é dada por: M(t) = M0e −αt, onde M0 é a quantidade inicial do material. Assim, usando os dados fornecidos se obtém o valor de α por: M(5) = 0, 9M0 ⇒ 0, 9M0 = M0e−5α ⇒ −5α = ln 0, 9 ⇒ α = ln 10− ln 9 5 ≈ 0, 021. Agora, para obter a meia-vida, basta obter o valor de t para o qual M(t) = M0 2 , logo M0 2 = M0e −0,021t ⇒ t = ln 2 0, 021 ≈ 33, ou seja, a meia vida do material é 33 dias. 9. Uma massa de tório se reduz a 3/4 de sua quantidade inicial após decorridos 33,6 mil anos. Qual é a meia-vida do tório? Uma solução: Denotando por M(t) a massa de tório no instante t, então a equação que descreve o decaimento radioativo do tório é dada por: M(t) = M0e −αt, onde M0 é a massa inicial e α é a taxa de decaimento. Assim, se 3/4 da massa inicial resta decorridos 33,6 mil anos, então M(33, 6× 103) = 3 4 M0 ⇒ 3 4 M0 = M0e −α33,6×103 ⇒ 33, 6× 103α = ln 4− ln 3 ⇒ α = ln 4− ln 3 33, 6× 103 ≈ 8, 6× 10−6. Logo, a meia vida do tório pode ser obtida fazendo M0 2 = M0e −8,6×10−6t ⇒ 8, 6× 10−6t = ln 2 ⇒ t = ln 2 8, 6× 10−6 ≈ 80957. Portanto, a meia vida do tório é aproximadamente 80.957 anos. 10. O carbono-14, denotado por C14, é um isótopo radioativo do carbono que se forma na atmosfera da terra devido ao bombardeamento constante dos raios côsmicos. Ao longo do tempo, a quantidade de C14 tem se mantido estável na atmosfera, porque sua produção tem sido compensada pela sua desintegração. Os seres vivos absorvem e perdem C14 de forma que em cada espécie sua concentração também se mantém estável. Quando o ser morre a absorção cessa, mas a desintegração continua. Este fato é que permite determinar a idade de um fóssil ou de um objeto antigo feitode madeira. A meia-vida do C14 é 5.570 anos. Determine sua taxa de desintegração. Uma solução: Denotando por C(t) a massa de C14 no instante t, então a equação que descreve o decaimento radioativo do C14 é dada por: C(t) = C0e −βt, onde C0 é a concentração inicial e β é a taxa de desintegração. Assim, se a meia-vida é 5.570 anos, então C(5570) = C0 2 ⇒ C0 2 = C0e −β5570 ⇒ 5570β = ln 2 ⇒ β = ln 2 5570 ≈ 1, 2× 10−4. Portanto, a taxa de desintegração do Carbono-14 é aproximadamente 1, 2× 10−4. UFMT – ICET/MATEMÁTICA (PROFMAT – 2013/1) – Prof. Geraldo L. Diniz, MA 11 – Turma: 2013/Cuiabá Gabarito da 10a atividade presencial 1. Determine a maior área de um triângulo de lados a e b. Uma solução: b h a a Figura 1: Área de um triângulo de lados a e b Sem perda de generalidade, tomando b como base do triângulo conforme mostra a figura 1 ao lado, dáı a área A do triângulo é dada por A = b× h 2 Como a base está fixa, então a área será máxima quando a altura h for máxima, que ocorre quando h = a. Portanto, a área máxima é A = ab 2 . 2. Num triangulo ABC são dados os lados a, b e c (satisfazendo a condição de existência de triângulos). Conhecendo o ângulo A é posśıvel determinar os demais elementos do triângulo? Justifique. Solução: Sim, pois uma vez conhecidos os lados de um triângulo e um de seus ângulos, pela lei dos senos se determinam os outros dois ângulos, através da relação: a sen = b senB̂ = c senĈ 3. Mostre que cos 2α = 1− tan2 α 1 + tan2 α . Uma demonstração: Usando a identidade tanβ = senβ cosβ , vem: 1− tan2 α 1 + tan2 α = 1− ( senα cosα )2 1 + ( senα cosα )2 = cos2 α− sen2α cos2 α cos2 α+ sen2α cos2 α = cos2 α− sen2α cos2 α × cos 2 α cos2 α+ sen2α , agora usando as identidades cos 2α = cos2 α− sen2α e cos2 α+ sen2α = 1 ⇒ 1− tan 2 α 1 + tan2 α = cos 2α 1 = cos 2α. � 4. Mostre que sen α = 2 tan ( α 2 ) 1 + tan2 ( α 2 ) . Uma demonstração: Usando a identidade tanβ = senβ cosβ , vem: 2 tan ( α 2 ) 1 + tan2 ( α 2 ) = 2 sen ( α 2 ) cos ( α 2 ) 1 + sen2 ( α 2 ) cos2 ( α 2 ) = 2 sen ( α 2 ) cos ( α 2 ) × cos2 (α2 ) cos2 ( α 2 ) + sen2 ( α 2 ) = 2sen(α 2 ) cos (α 2 ) = sen2 (α 2 ) = senα � 2 Gabarito da 10a atividade presencial 5. Na cidade de Cuiabá, a temperatura em oC ao longo do dia (24 horas), pode ser expressa em termos de funções periódicas. Sabendo que ao longo de uma semana, a temperatura terá mı́nima de 24oC e máxima de 40oC, que ocorrerão às 2 e 14 horas, respectivamente, construa uma função que descreva a temperatura ao longo do dia. Solução: −10 −5 0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Evolução da Temperatura no dia tempo T e m p e ra tu ra (horas) 0 C Figura 2: Gráfico da função τ(t) Para a construção da função que descreve a temperatura (τ) ao longo do dia, usando a função seno, na forma: τ(t) = TM + A 2 senω(t− r), onde TM representa a temperatura média do dia, ω = 2π L repre- senta o peŕıodo de comprimento L, A é a amplitude de variação da temperatura e r é o retardo no tempo para a condição de valor máximo e mı́nimo. Considerando que a amplitude de variação da temperatura ao longo dia é dada por A = 40 − 24 = 16. Além disso, como o ciclo é de 24 horas, então L = 24. Por fim, como a temperatura mı́nima ocorre às 2 horas, logo o retardo no tempo deve ser r = 8 para que isso ocorra. Assim, τ(t) = 40 + 24 2 + 16 2 sen 2π 24 (t− 8) ⇒ τ(t) = 32 + 8sen π 12 (t− 8) 6. Mostre que sen2α = 1− cos 2α 2 . Uma demonstração: Usando a identidade cos 2α = cos2 α− sen2α, vem: 1− cos 2α 2 = 1− ( cos2 α− sen2α ) 2 = (1− cos2 α) + sen2α 2 = sen2α+ sen2α 2 = 2sen2α 2 = sen2α � 7. Mostre se a seguinte identidade é verdadeira ou falsa: sen x− sen y = 2 cos ( x+ y 2 ) sen ( x− y 2 ) . Uma demonstração: Usando as identidades para a soma e diferença de dois arcos, dadas por: sen (x 2 − y 2 ) = sen x 2 cos y 2 − cos x 2 sen y 2 e cos (x 2 + y 2 ) = cos x 2 cos y 2 − senx 2 sen y 2 , vem: 2 cos ( x+ y 2 ) sen ( x− y 2 ) = 2 [ cos x 2 cos y 2 − senx 2 sen y 2 ] [ sen x 2 cos y 2 − cos x 2 sen y 2 ] ⇒ 2 cos ( x+ y 2 ) sen ( x− y 2 ) = 2 [ cos x 2 sen x 2 cos2 y 2 − cos2 x 2 cos y 2 sen y 2 − sen2x 2 sen y 2 cos y 2 + sen x 2 cos x 2 sen2 y 2 ] ⇒ 2 cos ( x+ y 2 ) sen ( x− y 2 ) = 2 [( cos x 2 sen x 2 )( cos2 y 2 + sen2 y 2 ) − cos y 2 sen y 2 ( cos2 x 2 + sen2 x 2 )] ⇒ 2 cos ( x+ y 2 ) sen ( x− y 2 ) = 2 cos x 2 sen x 2 − 2 cos y 2 sen y 2 = sen2 x 2 − sen2y 2 = senx− seny Portanto, a identidade é verdadeira. Prof. Geraldo L. Diniz 3 8. Um observador de um lado do rio visa um ponto (B) na margem oposta e a partir de seu ponto de observação (A) segue por 30 metros na direção perpendicular ao segmento AB e marca outro ponto (C), deste ponto ele mede o ângulo BCA, obtendo 70o. Qual a largura do rio, sabendo que o ponto A está a 3 metros da margem? Solução: B CA 70 0 d 3 30 Figura 3: Calculando a largura de um rio Com base na figura 3 apresentada ao lado, se tem que: sen20 = 30 h e sen70 = d+ 3 h ⇒ d = sen70 30 sen20 − 3 = 30sen70 sen20 − 3 ≈ 300, 9397 0, 3420 − 3 ≈ 79 Portanto, a largura do rio é de aproximadamente 79 me- tros 9. Determine uma identidade para sen (3θ). Uma identidade: Pelo fato que 3θ = 2θ + θ e usando a identidade para o seno da soma de dois arcos, se obtém: sen(3θ) = sen(2θ + θ) = sen2θ cos θ + cos 2θsenθ ⇒ sen(3θ) = 2senθ cos θ cos θ + (cos2 θ − sen2θ)senθ ⇒ sen(3θ) = 2senθ cos2 θ + senθ cos2 θ − sen3θ = 3senθ cos2 θ − sen3θ = 3senθ(1− sen2θ)− sen3θ ⇒ sen(3θ) = 3senθ − 3sen3θ − sen3θ = 3senθ − 4sen3θ 10. Um navio, navegando em linha reta, passa sucessivamente pelos pontos A, B e C. Quando o navio está em A o comandante observa um farol L e calcula o ângulo L̂AC = 30o. Após navegar 4 milhas até o ponto B, ele verifique que o ângulo L̂BC = 75o. Quantas milhas separam o farol do ponto B? Solução: Figura 4: Calculando a distância do farol Com base na figura 4 apresentada ao lado, se tem que ÂBL = 180o − 75o = 105o ⇒ ÂLB = 180o − 105o − 30o = 45o. Dáı, pela lei dos senos, vem d senL̂AB = 4 senÂLB ⇒ d = 4sen30 o sen45o ⇒ d = 4 1 2√ 2 2 ⇒ d = 4√ 2 ⇒ d ≈ 2, 83 Portanto, a distância do farol ao ponto B é de aproximadamente 2,83 milhas. exerciciosU01 MA11_Lista 01 02 ma11_2013_gat1 ma11_2013_gat2 MA11_Lista 03 ma11_2013_gat3 MA11_Lista 04 ma11_2013_gat4 MA11_Lista 05 06 ma11_2013_gat5 ma11_2013_gat6 MA11_Lista 07 ma11_2013_gat7 MA11_Lista 08 ma11_2013_gat8 MA11_Lista 09 ma11_2013_gat9 MA11_Lista 10 ma11_2013_gat10 exerciciosU11 exerciciosU12 exerciciosU13 exerciciosU14 exerciciosU15 exerciciosU16 exerciciosU17 exerciciosU19 exerciciosU20
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