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Feudalismo Formação e Consolidação do Feudalismo Com a divisão do Império Carolíngio, em 843, houve um enfraquecimento do poder do rei. Quando os vikings, árabes e húngaros invadiram a Europa, nos séculos IX e X, os reis carolíngios pediram ajuda militar aos nobres e, em troca, doaram a eles um feudo. Assim, os nobres foram se fortalecendo. Aquele que doava um feudo era chamado suserano ou senhor, e o que recebia era denominado vassalo. Com o feudo, o vassalo recebia o direito sobre a população que ali vivia e trabalhava. A doação do feudo se dava por meio de um juramento de fidelidade, pelo qual um nobre se comprometia a proteger e auxiliar militarmente outro. Assim, aos poucos, o território foi se fragmentando em diversos feudos. Em cada um deles, a autoridade máxima era o próprio senhor feudal: era ele que julgava e aplicava as penas, cobrava os impostos e cunhava sua própria moeda. A partir do século IX o feudo passou a ser hereditário. As principais características de Feudalismo são: Relações baseadas na dependência e na finalidade; Poder político descentralizado (dividido entre diversas pessoas, e não concentrado no rei); Predomínio do Cristianismo; Produção econômica voltada para a subsistência. Economia Baseava-se na agricultura (trigo, cevada, feijão, ervilha, uva) e no pastoreio ( bois, porcos, cavalos e cabras). O local do feudo onde os camponeses cultivavam a terra e criavam gado se chamava senhorio, que estava dividido em três grandes áreas: o manso senhorial (terras onde tudo que se produzia era do senhor), o manso servil (terras que os camponeses usavam para sobreviver e cumprir as obrigações para com o senhor) e as terras comunais (florestas e pastagens), usadas por todos os habitantes do feudo. O feudo produzia quase tudo que seus habitantes necessitavam, por isso se diz que a economia era autossuficiente. O comércio na época era restrito. Trocava-se geralmente um produto por outro, e a moeda era cunhada no próprio feudo. Até o século XI, os instrumentos usados na agricultura feudal eram rudimentares. A sociedade Na sociedade feudal, a posição social de uma pessoa dependia do seu nascimento. Assim, o filho de nobres era nobre por toda a vida. E o filho de camponeses, mesmo trabalhando duro, não conseguia alterar sua posição social. No auge do Feudalismo europeu, a sociedade era dividida em três grupos: o clero, a nobreza e os trabalhadores (servos, vilões e escravos). O Clero Era formado pelo papa, cardeais, bispos, abades, monges e padres. Muitos desses religiosos tinham origem nobre e possuíam feudos enormes. A Igreja Católica era a instituição mais rica da sociedade feudal. Em um tempo em que a terra era a principal medida de riqueza, um terço das terras da Europa Ocidental pertencia a Igreja. A nobreza Compunha-se de reis, duques, marqueses, condes, viscondes e barões. Apesar de o clero ser o grupo mais rico, a nobreza era a classe dirigente da sociedade feudal. Valia-se das armas para impor seu domínio. Os nobres ofereciam proteção e exigiam ser sustentados e alimentados pelo povo desarmado. Viviam na ociosidade e consideravam o trabalho uma atividade indigna. Nobreza As principais ocupações da nobreza eram a guerra, as caçadas e os torneios, por meio dos quais esperavam obter ganhos: o vencedor ficava com o cavalo e as armas do vencido e, se conseguisse fazê-lo prisioneiro, exigia um resgate para libertá-lo. Os trabalhadores Boa parte dos trabalhadores rurais era formada pelos servos, que era assim chamado por encontrar-se preso à terra, isto é, não tinha liberdade para deixar o feudo em que vivia e trabalhava. Porém, servo não é o mesmo que escravo. O servo não podia ser vendido, trocado ou punido, como se fazia com o escravo. Além disso era dono de seus instrumentos de trabalho. Em troca de proteção senhorial e do direito de usar a terra para seu próprio sustento, os servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. As principais obrigações dos servos eram: Corveia: obrigação de trabalhar de graça, para o senhor, alguns dias por semana. Além de cuidar das plantações do senhor, o servo devia construir ou consertar caminhos, reparar pontes, cortar e carregar madeira; Talha: obrigação de entregar ao senhor uma parte do que produzia no lote reservado ao seu próprio uso; Banalidade: pagamento em produtos que os servos deviam ao senhor pelo uso do forno, do moinho, das prensas e outros equipamentos do feudo. Além dessas obrigações, o servo tinha ainda de pagar o dízimo (10%) da sua produção à Igreja. Além dos servos, havia os vilões, trabalhadores livres, isto é, que não estavam presos à terra. Os servos e vilões trabalhavam de sol a sol. Apesar disso, eram muito pobres, pois a maior parte das riquezas que produziam acabava nos celeiros ou na mesa dos seus senhores. Servos