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Contexto e Fatores da Expansão Marítima Aula UP

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Contexto e Fatores da Expansão Marítima: Ciclo oriental
Modulo 1- Frente 1
Fatores:
Cruzadas que propiciaram o renascimento do comércio na Europa porque era dominado pelos árabes desde o século VII, que foram expulsos, e houve a reabertura do Mediterrâneo à navegação europeia. Proporcionaram também contatos comerciais com o Oriente;
Produtos orientais (especiarias principalmente) chegavam aos mercadores italianos e eram revendidas na Europa;
Transição do Feudalismo para o Capitalismo
Saques efetuados nas cidades muçulmanas colocaram numerosas moedas em circulação;
Foram organizadas diversas companhias que tinham diversos donos (‘acionistas’) e barcos;
Várias rotas comerciais foram desenvolvidas : a do Mediterrâneo ligava as cidades italianas a Constantinopla e a outros portos do litoral oriental desse mar; a da Champagne ligava Itália a Flandres, de onde partia a rota do Mar do Norte, rumo a Constantinopla.
Rotas secundárias ligavam-se as principais, formando verdadeiros nós de trânsito onde paravam os comerciantes para trocar e vender seus produtos, dando origem às feiras medievais, que eram de caráter temporário; pouco a pouco, elas foram prolongando-se e estabilizando-se, acabando por se tornar centros permanentes de trocas.
Muitas cidades surgiram de uma vila , da sede de um bispado ou em torno de um castelo fortificado situado em uma rota de comércio (feiras).
Cidades eram chamadas de burgos e seus habitantes burgueses;
Como os burgos surgiam nas terras do senhor feudal, os burgueses pagavam anualmente uma soma em dinheiro a ele;
Artesãos se organizaram em corporações de acordo com a profissão. Estas evitavam a concorrência externa e a rivalidade entre os artesãos de uma mesma cidade, regulando a quantidade, qualidade e preço da produção de cada um e adequando a produção ao consumo não havendo risco de superprodução.
Plano econômico – procura de novos mercados, tanto para consumir os excedentes europeus de manufaturados como para fornecer metais preciosos e artigos orientais através de uma nova rota;
Plano sociopolítico – interesse da burguesia mercantil em ampliar a circulação comercial, a qual foi também impulsionada pelo fortalecimento do poder do Estado Nacional;
Fatores da expansão Ultramarina Europeia
Plano Cultural – maior curiosidade intelectual e a contribuição das grandes invenções (pólvora, bússola, papel e imprensa);
Plano religioso – ideal cruzadista, isto é, o empenho em expandir a fé cristã por meio de conversão dos gentios (pagãos)
A formação do Reino de Portugal está associada a Guerra de Reconquista entre cristãos e muçulmanos na Península Ibérica. Muitos nobres marginalizados pelas transformações do feudalismo participaram das lutas contra os mouros em troca de feudos. Henrique de Borgonha recebeu do Rei de Leão e Castela, Afonso VI, terras situadas entre os Rios Douro e Minho (condado Portucalense). Em 1139, Afonso Henriques, filho de Henrique de Borgonha, rompeu as relações de suserania e vassalagem com os castelhanos e intitulou-se rei de Portugal, fundando a Dinastia de Borgonha (1139-1383)
Origem de Portugal
Fatores:
Desenvolvimento comercial, que proporcionou o surgimento de uma burguesia dinâmica e economicamente forte;
Interesse do grupo mercantil em expandir suas transações comerciais;
Consolidação do poder real por meio da Revolução de Avis.
Pioneirismo Luso nas Grandes Navegações
Aperfeiçoamentos náuticos pela invenção da caravela, utilização da vela triangular ou “latina”e a existência de um centro de estudos em Sagres;
Posição geográfica favorável;
Espírito cruzadista presente na expansão lusa.
Com a morte de D. Fernando, último rei da dinastia de Borgonha, o problema da sucessão colocou em choque a nobreza e o grupo mercantil: a viúva D. Leonor e a nobreza queriam anexar Portugal a Castla, sob o pretexto de que a filha do rei falecido era casada com o rei de Castela. O grupo mercantil e o povo queriam Portugal independente
Revolução de Avis (1383-1385)
A Revolução de Avis (1383-1385) foi uma insurreição popular apoiada pelo grupo mercantil.
Após várias batalhas entre portugueses e castelhanos, estes foram vencidos pelas forças comandadas por Nuno Álvares Pereira, na batalha de Aljubarrota em 1385. D. João foi então proclamado rei de Portugal, tornando-se D. João I, fundador da dinastia de Avis.
Os empreendimentos marítimos portugueses podem ser divididos em duas etapas distintas: invasão do litoral africano e procura de um novo caminho marítimo para o Oriente (Índias).
A primeira foi iniciada pela tomada de Ceuta em 1415, entreposto mercantil norte-africano até então controlado pelos mouros. Nessa fase, durante a qual foram fundadas várias feitorias na costa africana para traficar escravos e produtos locais (ouro, marfim, pimenta-vermelha) descobriram-se as ilhas de Madeira, Açores e Cabo Verde.
Viagens Portuguesas
Com a conquista de Constantinopla pelos turcos (1453), os preços das especiarias orientais elevaram-se, tornando urgente a busca de uma rota para as Índias.
O Estado luso empenhou-se em completar o “périplo africano”.
Destacam-se as viagens de Bartolomeu Dias (Cabo das Tormentas ou Boa Esperança, em 1488) e de Vasco da Gama (chegada a Calicute, na Índia em 1498). 
Em 1500 iniciou-se a construção do Império Colonial Português no Oriente.
Ciclo Ocidental e Consequências da Expansão Marítima
Módulo 2
A Expansão Marítimo Comercial dos Tempos Modernos, no caso da Espanha demorou um pouco mais por conta da Guerra da Reconquista. Somente em 1492, após a Batalha de Granada, é que os Reis Católicos expulsaram os muçulmanos de seu território.
Cristovão Colombo (genovês ou catalão) completou sua formação de marinheiro a serviço do rei português. Acreditava que era possível atingir o Oriente através do Ocidente.
Empreendimentos espanhóis
Não conseguindo apoio financeiro de Portugal, Colombo associou-se aos irmãos Pinzon e recebeu uma pequena ajuda dos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
Com uma nau e duas caravelas, partiu do Porto de Palos em 3 de agosto de 1492. Em 12 de outubro do mesmo ano, avistou a ilha de Guanahani (atual São Salvador), a sudeste da Flórida.
Colombo não duvidou em nenhum momento que tivesse descoberto novas terras, por isso chamou de “índios” os habitantes das ilhas centro-americanas.
Como vice-rei, realizou ainda quatro viagens, procurando encontrar os mercados indianos. Descobriu as Pequenas Antilhas, Porto Rico, Jamaica, Trinidad, o Continente Sul-Americano na foz do Rio Orenoco e atingiu as costas da América Central (atual Panamá)
Américo Vespúcio, comerciante e piloto florentino a serviço de Portugal e Espanha, realizou quatro viagens à América, corrigindo o erro de Colombo.
Em 1513, Núnez Balboa descobriu o “Mar do Sul” (Oceano Pacífico).
A confirmação da hipótese da esfericidade da Terra deve-se ao português Fernão de Magalhães, que, a serviço da Espanha, realizou o primeiro périplo mundial entre 1519 e 1522.
Morto nas Filipinas pelos nativos, a viagem foi completada pelo espanhol Sebastián de Eclano. 
Como descobridores do Novo Mundo, os espanhóis dominaram rapidamente os impérios indígenas existentes no México (astecas) e no Peru (incas), a fim de se apossar do ouro e da prata americanos.
França e Inglaterra participaram tardiamente da expansão marítima em razão de fatores internos.
Na Inglaterra, o processo de centralização monárquica foi retardado pela resistência da nobreza, a burguesia nacional estava pouco interessada nos mercados extraeuropeus, a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e a Guerra das Duas Rosas (1435-55).
Quanto aos holandeses, a principal razão de seu atraso em participar das Grandes Navegações foi de ordem política, pois a Holanda somente se declarou independente da Espanha em 1581.
França, Inglaterra e Holanda
Deslocamento do eixo econômico europeu do Mediterrâneo para o Atlântico, acarretando a decadênciadas cidades italianas;
Colonização da América, com utilização do trabalho compulsório indígena e africano;
Expansão do comércio europeu e grande afluxo de metais preciosos provenientes da América;
Adoção do mercantilismo, fundamentada no regime de monopólio;
Circulação de mercadorias;
Consequências da Expansão Ultramarina Europeia
Fortalecimento da burguesia mercantil nos países atlânticos e consolidação do Estado Moderno (absolutista);
Europeização do mundo e expansão do catolicismo.
A Santa Sé era autoridade supranacional e foi sempre acatada pelos monarcas europeus. Somente ao papa competia distribuir “a missão cristianizadora a ser desenvolvida em terras de infiéis.
Os portugueses sempre foram beneficiados com as intervenções pontifícias.
Após a viagem de Cristovão Colombo e a consequente descoberta de novas terras além-mar, o papa Alexandre VI em 1493, pela Bula Inter Coetera, garantiu aos Reis Católicos a posse das terras que ficassem além de um meridiano imaginário , traçado de polo a polo e passado a cem léguas a oeste de qualquer das ilhas de Cabo Verde.
A Rivalidade Luso-Espanhola
D. João II, “o príncipe perfeito”, rei de Portugal, protestou contra a parcialidade do papa e propôs uma nova linha divisória. Sugeriu que fosse adotado um paralelo que, a partir das ilhas Canárias, assegurasse o norte para a Espanha e o sul para Portugal. A negativa dos Reis Católicos fez D. João organizar uma armada destinada a ocupar as terras descobertas por Colombo. 
Temendo a represália de Portugal, a Espanha sugeriu uma conciliação, que resultou na assinatura do Tratado de Tordesilhas, em junho de 1494. Previa-se no tratado um meridiano a ser traçado de polo a polo a partir das ilhas de Cabo Verde, estendendo-se a 370 léguas a oeste deste deste arquipélago, ficando as terras situadas a leste para Portugal e a oeste para a Espanha.
O tratado foi ratificado pelo papa Júlio II, em 1506, por solicitação de D. Manuel. A sua demarcação nunca chegou a ser feita por conveniência das duas Coroas.
É comum utilizarmos a expressão “Descobrimento do Brasil” para designar o momento em que os portugueses iniciaram seu processo de dominação sobre este território.
Quando os portugueses chegaram no Brasil, o território já se encontrava habitado pelos nativos.
A História do Brasil foi escrita sob a óptica de quem ocupou as terras e, pela força das armas, venceu os nativos, ou seja ela é contada sob os olhos europeus (visão eurocêntrica).
Visão Eurocêntrica da História do Brasil
A própria expressão “Descobrimento do Brasil” revela que os portugueses desconsideravam a existência dos indígenas e, o Brasil, somente passou a existir a partir da tomada de posse das terras pela Coroa portuguesa.
Se aceitarmos essa visão, a História do Brasil não passará de um capítulo da História de Portugal.
Colonização Espanhola na América
Módulo 3
Depois dos primeiros contatos com a América recém-descoberta, os espanhóis começaram a colonização, ocupando o atual Haiti. Daí partiram os “conquistadores” Hernán Cortés e Francisco Pizarro para a conquista do México (terras dos astecas) e do Peru (terra dos incas). As riquezas metalíferas localizadas nos planaltos mexicano e Andino fizeram com que a metrópole espanhola concentrasse a colonização nessas áreas.
A Expansão Espanhola e a Conquista da América
Os colonizadores espanhóis estabeleceram um sistema de organização político-administrativo que visava ao controle direto sobre a América, por meio da divisão do Império Espanhol em quatro vice-reinos: Nova Espanha (México e América Central), Nova Granada (Equador, Colômbia, Venezuela e Panamá), Peru (Peru, Bolívia e Chile) e Rio da Prata (Argentina, Paraguai e Uruguai)
A Administração do Império Espanhol
A ocupação efetiva desse imenso território concentrou-se na exploração argentífera (que contém prata) e aurífera, deixando de lado a agricultura tropical.
O polo dinâmico da exploração limitou-se à região representada pelo Golfo do México, o Porto de Vera Cruz, de onde saíam a prata e o ouro em direção a Sevilha, cuja Casa de Contratação controlava todo o comércio das colônias.
A administração colonial ficava por conta do Conselho das Índias, criado em 1524, por Carlos I (também imperador da Alemanha, com o nome de Carlos V), que nomeava os vice-reis e capitães gerais.
O vice-rei correspondia à maior autoridade executiva na América, sendo representante direto da coroa espanhola e responsável por funções militares, judiciais, fiscais, administrativas e financeiras.
Todo o aparelho burocrático montado tinha por objetivo impedir o contrabando e garantir a manutenção do monopólio comercial e da cobrança de impostos para a coroa espanhola.
A exploração das minas de prata e ouro foi realizada por meio do trabalho compulsório dos indígenas, particularmente da “mita”, pela qual as aldeias de índios eram forçadas a entregar certa quantidade de seus membros aptos para realizar trabalhos durante um prazo determinado.
Ganhavam uma certa quantidade de dinheiro e eram destinados aos mais variados serviços.
A mita era praticada pelos incas e outras civilizações pré-colombianas.
A base socioeconômica da colonização espanhola foi o sistema de “encomienda”, pela qual o colonizador da terra tinha o direito de receber dos índios um pagamento em trabalho, devendo em troca convertê-los a fé católica.
O aparelho burocrático foi dirigido pelos chapetones (espanhóis nascidos na Espanha) enquanto os criollos, espanhóis nascidos na América, ocupavam postos secundários da administração colonial.
Administração Colonial Espanhola
Primórdios da Colonização Portuguesa
Módulo 4
O governo português pouco se interessou pelo Brasil nos anos que se seguiram ao descobrimento, porque o comércio com as Índias oferecia lucros mais imediatos. 
A Coroa, além de arrendar a exploração do pau-brasil a um grupo de particulares (ricos comerciantes, em especial cristãos novos- judeus que fugiam da Inquisição) , chegou a enviar duas expedições exploradoras e duas guarda-costas (expedições de Gaspar Lemos e Gonçalves Coelho, vieram fazer o reconhecimento do litoral brasileiro e expulsar e evitar os franceses do litoral.
Período Pré-Colonial (1500-30)
A partir de 1530, com o fracasso do comércio de especiarias e a presença de contrabandistas franceses no litoral brasileiro, Portugal viu-se obrigado a mudar de atitude. Assim com o objetivo de proteger sua colônia e nela desenvolver a produção açucareira, o rei D. João III (O Colonizador) enviou para o Brasil uma primeira expedição colonizadora, sob o comando de Martim Afonso de Sousa.
Início da Colonização
Martim Afonso, em 1532, fundou São Vicente, primeira vila do Brasil, marco inicial da colonização portuguesa na América e local de instalação do primeiro engenho de açúcar.
Está vinculada à incapacidade econômica do Estado português em financiar diretamente a colonização, pois o monopólio do comércio com as Índias não dava mais lucro. Por isso, D. João III decidiu dividi-lo em capitanias hereditárias, para que elas mesmas fossem colonizadas com recursos particulares, sem gastos para a Coroa.
O regime de capitanias obteve êxito nas ilhas atlânticas (Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé).
Capitanias Hereditárias
O território brasileiro foi dividido em 14 capitanias, doadas a doze donatários. Os limites de cada território, definidos sempre por linhas paralelas iniciadas no litoral, estavam especificados na Carta de Doação. Este documento estipulava também que a capitania seria hereditária, indivisível e inalienável, podendo ser readquirida somente pela Coroa. Um segundo documento era o Foral, que regulamentava minuciosamente os direitos do rei.
Os donatários não recebiam a propriedade das capitanias, mas apenas sua posse. Mas possuíam amplos poderes administrativos, militares e judiciais, sendo responsáveis unicamente perante o soberano. Tratava-se, portanto, de umregime administrativo descentralizado.
São Vicente e Pernambuco foram as únicas capitanias que prosperaram. O fracasso do projeto como um todo decorreu de vários fatores: 
D. João III resolveu criar o Governo Geral para centralizar a administração colonial, subordinando as capitanias a um governador-geral que coordenasse e acelerasse o processo de colonização do Brasil. Elaborou-se em 1548, o Regimento do Governador-Geral no Brasil, que regulamentava as funções do governador e seus principais auxiliares – o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).
O Governo Geral
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que fundou Salvador, primeira cidade e capital do Brasil. Com ele vieram os primeiros jesuítas e foi criado o primeiro bispado em terras brasileiras.
A administração do segundo governador-geral, Duarte da Costa, apresentou sérios problemas: sublevação de índios na Bahia, conflito entre o governador e o bispo e a invasão francesa do Rio de Janeiro (criação da França Antártica)
Tomé de Sousa
Duarte da Costa
Chegando ao território colonial em julho de 1553, ele veio para substituir o governador Tomé de Souza que havia pedido ao rei Dom João III para deixar o cargo concedido pela autoridade real. Na sua chegada ao Brasil, Duarte da Costa veio acompanhado por um grupo de padres jesuítas dentre os quais estava José de Anchieta.
No ano de 1555, Duarte da Costa enfrentou sérios problemas com a tentativa dos franceses em consolidar uma colônia na região do Rio de Janeiro. O conflito desenvolvido após a chegada dos franceses foi de extrema dificuldade, pois os invasores contavam com o apoio militar dos índios que lutavam contra a presença dos portugueses.
Duarte da Costa
Na verdade, a postura refletia a política nada amistosa de Duarte da Costa, que permitiu a utilização da mão-de-obra dos indígenas.
A postura menos amistosa com as populações nativas pretendia resolver os problemas enfrentados com a falta de escravos africanos a serem empregados nas lavouras de cana-de-açúcar. Entre outras ações, esse governo-geral organizou tropas que combateriam as tribos indígenas do Recôncavo Baiano, que se negavam a ceder território para os colonizadores lusitanos. Consequentemente, o governo teve grandes problemas com os clérigos que conduziam as atividades religiosas no território brasileiro.
Em compensação, o terceiro governador-geral, Mem de Sá, mostrou-se tão eficiente que a metrópole o manteve no cargo até sua morte. Foi ele que conseguiu expulsar os invasores franceses, graças a atuação de seu sobrinho Estácio de Sá.
Em 1º de março de 1565, o sobrinho de Mem de Sá, Estácio de Sá, fundou a cidade de São Sebastião, que passou a ser a base das operações da luta contra os franceses. O desfecho do caso se deu somente com a ajuda de tropas do governador e da região de São Vicente e dos índios temiminós do Espírito Santo, onde foi possível expulsar os estrangeiros definitivamente.
Em 1563, os jesuítas José de Anchieta e Manuel de Nóbrega conseguiram firmar a paz entre os índios tamoios e os portugueses, a chamada Paz de Iperoig. O fim do conflito entre os índios tamoios e os portugueses foi importante para permitir a sobrevivência do Colégio de São Paulo e a permanência dos colonizadores na região.
Depois de Mem de Sá, a colônia foi dividida temporariamente em dois governos-gerais:
Mem de Sá
A Repartição do Norte, com capital em Salvador, e a do Sul, com capital no Rio de Janeiro.
No ano de 1578, durante a batalha contra os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei português dom Sebastião desapareceu.Esse evento iniciou uma das mais complicadas crises sucessórias do trono português, tendo em vista que o jovem rei não teve tempo suficiente para deixar um descendente em seu lugar. 
Nos dois anos seguintes, o cardeal dom Henrique, seu tio-avô, assumiu o Estado português, mas logo morreu sem também deixar herdeiros.
Imediatamente, Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que pudesse exercer tal direito. Houve então, o estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos espanhol e português sob um mesmo governo.
 Filipe II tinha interesse em estabelecer o comércio de escravos com os portugueses, que controlavam tal atividade na costa africana. Além disso, o controle da maior parte das possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros obtidos através da arrecadação tributária.
Apesar de todas estas vantagens, o imperador espanhol teve a astúcia de manter uma significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por comerciantes e burocratas portugueses. 
Mesmo preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica também foi responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil.
Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão holandesa, que alcançou o monopólio da atividade açucareira em praticamente todo o litoral nordestino. No ano de 1640, a chamada Restauração, definiu a vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por D. João IV, passou a controlar Portugal.
Além das capitanias e do Governo-Geral, foram criadas as Câmaras Municipais nas vilas e nas cidades do Brasil Colônia. O controle político das Câmaras Municipais era exercido pelos grandes proprietários locais, os “homens bons”. Entre suas competências, destacavam-se p poder sobre preços de mercadorias e a fixação dos valores de alguns tributos. As Câmaras de Belém e São Paulo, procuraram garantir o direito de organizar expedições para escravizar os índios.
As Câmaras Municipais
As eleições para as Câmaras Municipais eram realizadas entre os “homens-bons”. Elegiam-se três vereadores, um procurador, um tesoureiro e um escrivão, sob a presidência de um juiz ordinário (juiz de paz).
Ao longo da colonização, os choques entre os interesses da metrópole e os da colônia, isto é, entre o centralismo e o localismo, foram simbolizados pelo Governo-Geral e pelas Câmaras Municipais.
Era idêntico ao da metrópole, isto é, seguia as denominadas Ordenações Reais, conjuntos de leis publicadas pelo Estado português que possuíam como característica a ação centralizadora e absolutista. 
O Estatuto Jurídico da Colônia
Economia, Sociedade Açucareira e Pecuária
Modulo 5
Economia integrada no sistema capitalista nascente, fornecendo ao centro dele produtos vegetais tropicais, alimentos, matérias-primas e metais preciosos. Era complementar, especializada, altamente dependente do mercado consumidor metropolitano e basicamente de exportação.
Economia predatória, isto é, altamente desgastante em relação aos recursos naturais da colônia, acarretando um rápido esgotamento da terra.
Caracteristicas gerais da colônia de exploração (Brasil)
Era baseada na grande propriedade monocultora. O surgimento da grande propriedade no Brasil não está apenas relacionado à exigência de uma produção em larga escala para a exportação, mas a determinados fatores de origem como as doações de grandes áreas na forma de sesmarias (pertencentes a uma determinada capitania hereditária), à necessidade de ocupação efetiva do território e pelas exigências do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil.
A Grande Lavoura
Eram denominados latifúndios (grande propriedade, com utilização de muita mão de obra, técnicas precárias e baixa produtividade). 
Houve a predominânciado trabalho escravo. 
A implantação desse novo escravismo está adequada às exigências do sistema capitalista nascente e de sua efetivação na periferia do sistema colonial, ou seja, foi fundamental para realizar a acumulação de capitais.
A mão de obra escrava no Brasil abrangeu dois tipos: a indígena (ou escravismo vermelho) e a negra africana. 
A escravidão
A primeira, apesar da reação contrária dos padres jesuítas, foi praticada até 1758, quando ocorreu a abolição do escravismo índio em face do decreto publicado pelo marquês de Pombal.
A mão de obra escrava negra já era adotada pelos portugueses nas ilhas do Atlântico, sendo, portanto, o tráfico negreiro preexistente ao descobrimento do Brasil (mais ou menos 1440).
Escravidão indígena
No Brasil, as primeiras levas de escravos negros foram introduzidas na década de 1530, mas o tráfico negreiro tornou-se mais intenso a partir de 1550, com a dinamização da agricultura canavieira no Nordeste, Bahia e Rio de Janeiro.
A escravidão negra prolongou-se até 1888, tendo o tráfico sido extinto em 1850 Lei Eusébio de Queiróz). Do século XVI até a abolição do tráfico, foram introduzidos e ficaram no Brasil 3.500.000 negros divididos basicamente em dois grupos: sudaneses e bantos. 
A Escravidão Indígena
Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de índios por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 1570. Segundo esse documento, os índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra justa. Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam sujeitos à condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período colonial.A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de transformações na administração colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois, em 1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas submetidas ao poderio da Coroa.
Fora-se dom João V, o rei bonachão, carola e perdulário, morto em 1750, sendo sucedido no mando, de fato, pelo ministro tirânico de dom José I. Mandão e autoritário, Pombal, classificado unanimemente como um dos "déspotas esclarecidos" da Europa das luzes, praticou, nos 21 dos 27 anos que empalmou o governo, a mais rigorosa concentração do poder que Portugal até então conhecera. 
Ao entender que o seu programa de reformas tinha que contar com a mais ampla base social, ao tempo em que diminuía ostensivamente o poder da aristocracia, tratou de enaltecer as práticas do negócio.
Marques de Pombal
Complementado pelos alvarás de 1755 e 1757, que diziam que "o comércio não prejudica a fidalguia de quem o exerça", Pombal abriu caminho para a igualdade social e política entre aristocratas e burgueses, dando competências de nobreza às gentes de capitais. O dinheiro originado do mercado e dos investimentos, contrapondo-se às rendas fundiárias e sinecuristas dos nobres deixou de ser estigmatizado, promovendo assim, ainda que moderado, o capitalismo burguês moderno. 
Estendidas às colônias, tais medidas, especialmente no Brasil, conduziram à gradativa superação dos entraves que coibiam os miscigenados, os mulatos e cafuzos de ascenderem na estrutura administrativa e jurídica, bem como estimularam a tolerância para com a mistura racial. Traço que até hoje perdura como uma das maiores características da sociedade brasileira moderna. 
A vez dos jesuítas sentirem a carga do todo-poderoso ministro deu-se a partir de 1759. Pombal fez com que dom José I decretasse em 20 de abril de 1759 a proscrição a Companhia de Jesus do Reino de Portugal. Com mão firme (sequestrando-lhes os bens, fechando-lhes os colégios e as missões, prendendo ou expulsando a maioria dos padres), dando-lhes o prazo de cinco meses, fez com que dois séculos de presença jesuítica desaparecem de uma só vez do mundo dos lusos. Somente do Brasil, terra em que os inacianos estavam há 210 anos, desde 1549, mais de 500 deles foram desterrados e muitos deles conduzidos presos, acusados de viverem à custa dos indígenas, a quem o governo tratou, pelo menos formalmente, de emancipar definitivamente. 
Além do indígena, dois outros elementos humanos foram responsáveis pela estruturação social do Brasil: o elemento branco, que apesar da origem marginal metropolitana, participa em grande parte do processo de dominação; o elemento negro, que atuando como mão de obra na estrutura produtiva, representou a base da colonização, o ‘pilar mais sólido sobre o qual se erigiu a sociedade brasileira’. 
Formação Social do Brasil
Vários autores consideram que a maior parte dos elementos brancos vindos para o Brasil na época da colonização eram degregados, condenados a pagar penas delituosas em terceira instância de gravidade. Os infratores da lei em primeiro e segundo graus eram deportados para a África e somente os de terceiro grau vinham para o Brasil, demonstrando a aspereza da vida na colônia.
Os primeiros brancos deixados em terra por Cabral eram degregados (exilados).
Os portugueses
Martim Afonso de Sousa também deixou aqui homens com penas a cumprir pelos seus crimes. Consta que, entre 256 casos de pena de degredo, 87 foram enviados para o Brasil.
Além dos degredados, vieram também aventureiros europeus, em busca de riquezas e oportunidades. Isto explica o número de holandeses, franceses, alemães e até mesmo italianos que vieram para o Brasil como mercenários nas expedições portuguesas.
Os brancos fidalgos também vieram para o Brasil por vários motivos: porque tinham tido fracassos no Reino, ou porque se endividavam e não podiam saldar seus compromissos, ou ainda porque a expectativa do Novo Mundo os atraísse.
Os portugueses não fizeram nenhuma restrição à integração com os negros e os índios, o que provocou a proliferação de mestiços no Brasil.
Outro grupo que pertence a raça branca e que muito atuou no Brasil desde os tempos coloniais foram os judeus. Os judeus portugueses convertidos ao cristianismo (cristãos-novos) vieram ao Brasil para integrar-se no setor comercial do açúcar. Aqui foram pouco perseguidos pelos Tribunais de Inquisição. Muitos deles integraram-se no setor da produção de açúcar, até mesmo por meio de casamento com as melhores famílias fidalgas vindas do Reino.
Durante o Período Pré-Colonial (1500-30), o extrativismo vegetal de pau-brasil constituiu o único objetivo de Portugal no Brasil. Essa exploração era monopólio da Coroa, que o arrendava a particulares: estes utilizavam mão de obra indígena, remunerando-a com bugigangas. Era uma atividade predatória, apoiada em feitorias (entrepostos para armazenagem do pau-brasil) esta extração não chegou a promover o povoamento da colônia e não conseguiu impedir a presença de estrangeiros no litoral brasileiro.
Pau-Brasil
O produto escolhido por Portugal para a colonização do Brasil foi o açúcar, que era de grande aceitação na Europa e que os portugueses já vinham produzindo nas ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde).
No Brasil, as condições climáticas e o tipo de solo (massapê, em Pernambuco) favoreceu a lavoura canavieira. Os holandeses financiaram, transportaram, refinaram e comercializaram o açúcar brasileiro. Foram também os que mais lucraram.
O Mundo do Açúcar
O Brasil produziu açúcar em larga escala, apoiando-se em três elementos: mão de obra escrava, latifúndio e monocultura. A agroindústria do açúcar no Nordeste levou o Brasil à posição de maior produtor mundial em meados do século XVII. 
Com o estabelecimento do domínio espanhol sobre Portugal (1580-1640) e a situação de guerra vigente entre Espanha e Holanda, a situação do Brasil ficou crítica.
Houve invasões holandesas no Brasil em 1624-25 e 1630-54. Expulsos, passaram a cultivar cana-de-açúcar nas Antilhas. 
Na segundametade do século XVII, o Brasil perdeu a hegemonia na produção mundial de açúcar.
Como atividade complementar a empresa açucareira, o gado forneceu alimento, força motriz e meio de transporte.
Nas grandes fazendas de gado, foi utilizado o trabalho escravo africano e, nas demais, a mão de obra livre do elemento indígena.
Como a pecuária, a lavoura de subsistência foi uma projeção da empresa agrícola canavieira, fornecendo alimento para a população do engenho. 
Atividades Subsidiárias- Pecuária
Essa atividade foi estimulada pela metrópole e praticada por escravos, o que justifica o desinteresse dos fazendeiros e as crises de fome no Período Colonial.
A mandioca, o milho e o feijão, culturas de origem indígena, foram as espécies que de desenvolveram na colônia.
Economia Mineradora
Módulo 6
No Brasil, a extração regular de ouro teve início no século XVIII.
O grande centro minerador do Brasil Colônia foi Minas Gerais, mas houve também duas outras áreas importantes: Mato Grosso e Goiás. Como o ouro explorado era de origem aluvional (superficial), as jazidas se esgotaram rapidamente. 
O primeiro imposto sobre o ouro foi o tradicional quinto (retenção de 20% do ouro levados à casa de Fundição), substituído mais tarde pela capitação (imposto cobrado sobre o número de escravos empregados na mineração)
Havia também a finta (cobrança do quinto com base em uma estimativa da produção aurífera de Minas Gerais). O atraso no pagamento da finta fez com que a Metrópole instituísse a derrama que consistia na cobrança forçada dos quintos atrasados, aplicada compulsoriamente a todos os colonos- mesmo àqueles que não estivessem ligados diretamente à atividade mineradora.
Graças à crescente dependência econômica lusa em relação à Inglaterra a partir da Restauração portuguesa de 1640, o ouro brasileiro acabou sendo canalizado para Londres, sem ter contribuído para a prosperidade de Portugal.
No decorrer do século XVIII, o Brasil tornou-se também produtor de diamantes, valorizadíssimos, porque até então só eram encontrados.
Aberta inicialmente a quaisquer particulares, a exploração diamantífera passou para o regime de contratação (arrendamento concedido pela Coroa), substituído mais tarde pela Real Extração. A área de ocorrência dos diamantes veio a constituir o Distrito Diamantino, submetido a uma administração especial.
A formação social da mineração, embora também tivesse base escravista, diferenciava-se da sociedade do açúcar sob vários aspectos:
Era essencialmente urbana;
Apresentava mobilidade;
Possuía maior poder aquisitivo;
Contava com uma significativa camada intermediária;
Sua elite era intelectualmente mais evoluída que a aristocracia rural tradicional;
Consequências:
Interiorização do povoamento;
Expansão territorial;
Deslocamento do eixo econômico do Nordeste para o Centro-Sul;
Transferência da capital para o Rio de Janeiro;
Florescimento cultural em Minas Gerais. 
Áreas de mineração

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