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Histologia Juliana Almeida – Medicina UNIRIO Intestinos Intestino Delgado • A maior porção de intestinos – em média 7m de comprimento. • Onde acontece a digestão. o A digestão começa na cavidade oral, continua no estômago e termina no ID. • Onde há a absorção dos nutrientes. • Porções: duodeno, jejuno íleo. Modificações na Superfície Luminal › Acontecem para que o intestino delgado possa exercer suas funções (principalmente a de absorção). › Pregas circulares – dobras, tanto da mucosa, quanto da submucosa. São permanentes (não se adaptam ao volume, como as rugas do estômago). Aumentam a área de contato e diminuem a velocidade da passagem do alimento pela luz intestinal (mais tempo de absorção). São mais intensas no duodeno, no jejuno e na metade inicial do íleo. › Vilosidades – dobras da lâmina própria + epitélio. Função de aumentar a área de absorção – aumentam cerca de 10x. › Microvilos – dobras da membrana apical da célula. Aumentam em 20x a superfície de absorção. › Criptas de Lieberkuhn. Glândulas tubulosas simples que também possuem células absortivas. Pregas Circulares Aplicabilidade Clínica - ESPRU › Nome dado a várias patologias resultantes da má-absorção intestinal. › Exemplo: enteropatia induzida por glúten – doença celíaca. O glúten é uma substância presente no centeio e no trigo que destrói os microvilos e até as vilosidades intestinais de pessoas susceptíveis. Mucosa › Epitélio cilíndrico simples Células absortivas cilíndricas. No meio das céls. absortivas, encontram-se: células caliciformes, células neuroendócrinas e células M. › Lâmina própria Tecido conjuntivo frouxo bem vascularizado. Presença de nódulos linfoides (GALT) e quilíferos ou lacteal (vasos linfáticos que ficam no interior das vilosidade). >> importância clínica dos quilíferos/lacteal: quando alguma célula do epitélio se modifica, se multiplicando muito, pode atingir esses vasos linfáticos de modo a se espalhar pelos vasos – risco de metástase. › Muscular da mucosa Composta de músculo liso. Não entra toda dentro da vilosidade intestinal, mas algumas fibras musculares lisas podem penetrá-las. Células SNED (sistema neuroendócrino difuso) ✓ Produzem hormônios parácrinos (agem no local) e endócrinos. ✓ Ex: Células I – colecistocinina (CCK): estimula a liberação de enzimas pancreáticas e a contração da vesícula biliar (estimuladas pela gordura). Células K – peptídeo inibidor gástrico: inibe a secreção de HCl (estimulada pelo quimo chegando ácido demais no duodeno). Células que detectam sabor doce: estimulam a liberação de insulina pelo pâncreas. Células M ✓ Presentes no íleo. ✓ Células com aspecto pavimentoso. ✓ Revestem a superfície onde há nódulos linfoides. ✓ Captam o antígeno e lançam (transportam) ele nas proximidades dos nódulos, para que as céls. linfoides façam o trabalho imunológico. Criptas de Lieberkun ✓ Glândulas tubulosas simples que aparecem no intestino delgado, mas são mais aparentes o intestino grosso. ✓ Se abrem nos espaços intervilosos. ✓ Apresenta células: Absortivas e caliciformes; Regenerativas (se multiplicam e regeneram o epitélio) e SNED; M e intermediárias (também se multiplicam e repõe as céls. mortas); Paneth – aparece apenas no intestino delgado; produzem subtâncias bactericidas (não pode ficar no grosso que tem a flora bacteriana). Submucosa › Constituída de tecido conjuntivo denso não modelado, fibroelástico e bem vascularizado. › Apresenta vasos linfáticos e plexo submucoso (Meissner). Vasos linfáticos mandam pequenos vasos para mucosa, os quelíferos. O plexo nervoso é importante para o movimento da submucosa, da mucosa e das glândulas (pode estimular a secreção das criptas). › Presença de glândulos de Brunner apenas no duodeno. Glândulas de Brunner ✓ Glândulas tubulosas ramificadas exócrinas. ✓ Produzem uma secreção mucosa. ✓ Secreção possui bicarbonato, fazendo um tampão básico. Protege a mucosa do duodeno – neutraliza o quimo. Estímulo de secreção vem do SN parassimpático. ✓ Secreção de urogastrona – inibe a produção de HCl e aumenta a taxa de mitose. ✓ Presentes apenas no duodeno. ✓ Liberam seu produto na luz do duodeno. Muscular Externa › Camada de músculo liso – circular interna. › Camada de músculo liso – longitudinal externa. › Plexo mioentérico de Auerbach. Entre as camadas. Um dos responsáveis pela estimulação da musculatura – peristalse. Serosa e Adventícia › Todo o intestino delgado é revestido por uma serosa, exceto a 2ª e a 3ª porção do duodeno. › 2ª e 3ª porção são revestidas por uma adventícia, por conta de sua posição. Diferenças Regionais › Duodeno Glândulas de Brünner (submucosa). Vilosidades mais largas, com formato foleáceo e mais numerosas por unidade de área. Número menor de células calicifores por unidade de área. › Jejuno Vilosidades mais altas e mais estreitas (formato digitiforme). Número maior de células caliciformes por unidade de área. › Íleo Vilosidade mais estreitas, curtas e menos numerosas. Lâmina própria abriga grupos de nódulos linfoides – as placas de Peyer (aglomerados de nódulos linfoides). Intestino Grosso • Histologicamente dividido em: ceco + cólons, reto, canal anal e ânus. Ceco e Cólons › Não possuem vilos. › Possuem muitas criptas de Lieberkuhn (sem células de Paneth). › Presença de muitas células absortivas (água), caliciformes (proteção). › Poucas enteroendócrinas. › Vasos linfáticos apenas na submucosa – tempo para metástase é menor. › Túnica muscular externa – a longitudinal externa se agrupa em três feixes: tênias do colo. › Revestidos totalmente pela serosa. › Apêndice epiplóicos – bolsa da serosa preenchida por tecido adiposo. Várias bolsas no peritônio preenchidas por gordura. Reto › Se assemelha ao colo, porém com criptas mais profundas e em menor número. › Não possuem vilos. Canal Anal › É preciso uma transição de epitélio cilíndrico simples para pavimentoso estatrificado queratinizado. › Criptas curtas e escassas, sendo ausentes no final do canal. › Mucosas com pregas – colunas anais. Importantes para a sustentação do bolo fecal. › Epitélio cilíndrico/cúbico até a linha pectinada (LP). Linha onde encontra-se o assoalho pélvico (composto por músculo esquelético que sustenta os órgãos internos). › Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado até o orifício anal externo. › Lâmina própria com glândulas anais (junção anorretal) e circumanais (no final do canal anal). › Submucosa com Plexo Venoso Hemorroidário interno (acima da LP, do assoalho pélvico) e externo na junção do canal anal com o ânus. O externo é o local de mais frequência das hemorroidas (dilatação da parede do vaso venoso). › Muscular externa – camada circular interna forma o esfíncter interno do ânus (LP); involuntário. › Músculos do assoalho pélvico formam o esfíncter externo do ânus; voluntário. Ânus › Superfície externa. › Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. Diverticulose ou Doença Diverticular › Causada por uma alteração histológica. › Presença de divertículos ou herniações da mucosa e da submucosa através da túnica muscular externa. › A muscular fica frágil e, devido à grande pressão no interior do intestino, a mucosa e a submucosa vão herniar para fora. › Muito frequentes na porção final do intestino – cólons descendente e sigmoide. Sigmoide é uma região de grande pressão. › Alimentos podem ficar depositados no divertículos provocando inflamação ou o divertículo pode se romper. Fezes podem entrar em contato com a cavidade abdominal. >> o pólipo é uma proliferação que vai para dentro da luz intestinal, o divertículo vai para fora – os pólipos tem mais predisposição a evoluírem para um tumor, já que são proliferações.