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Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 7º Semestre Uma pneumonia consiste em uma inflamação do parênquima pulmonar, que corresponde à área do pulmão onde se dão as trocas gasosas, essenciais para a manutenção da vida. Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é a infecção do trato respiratório inferior causada por agentes adquiridos na comunidade ou com surgimento em até 48 horas após admissão hospitalar. Estão excluídos dessa definição aqueles que apresentam internação hospitalar por mais de 2 dias nos últimos 90 dias; residem em casa de repouso; receberam antibióticos endovenosos e/ou quimioterapia nos últimos 30 dias e tratam-se em clínicas de hemodiálise. Esses pacientes apresentam maior risco de infecção por germes multirresistentes e, por isso, serão abordados como pneumonia associada à assistência à saúde. No Brasil, a pneumonia afeta cerca de 2,1 milhões de brasileiros todos os anos, segundo dados do DATASUS. Com mais de 960 mil casos por ano, é a principal causa de internação hospitalar e a quinta causa de morte no Brasil em 2011. O custo das admissões hospitalares por PAC também é elevado, especialmente daquelas que requerem internação em UTI. ETIOLOGIA O avanço de métodos diagnósticos como PCR para múltiplos agentes e também a pesquisa de antígenos urinários aumentaram a capacidade de diagnóstico etiológico para até 80% dos casos de PAC e associada aos cuidados da saúde. Os agentes etiológicos variam de acordo com a localidade, características do paciente e gravidade da PAC. Streptococcus pneumoniae (bactéria, gram +) era o agente responsável por 95% dos casos de pneumonia. Apesar de permanecer como o principal agente causador dessa entidade, sua frequência decaiu após uso da vacina antipneumocócica para adultos e da pneumocócica conjugada para crianças, além da redução da taxa de tabagismo. Outras bactérias que causam PAC são Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. Os agentes atípicos, Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae, além das espécies de Legionella completam os principais agentes bacterianos das PAC. Algumas características do hospedeiro podem aumentar a chance de PAC por agentes específicos. FISIOPATOLOGIA A pneumonia resulta da proliferação dos patógenos microbianos nos espaços alveolares e da resposta do hospedeiro a esses agentes patogênicos. Os pulmões são constantemente expostos a partículas e microrganismos que estão presentes nas vias aéreas superiores e, por microaspiração, chegam ao trato respiratório inferior. O desenvolvimento da infecção indica deficiência da defesa do hospedeiro, exposição a agente altamente virulento ou inoculação excessiva do agente. Além da microaspiração, a disseminação hematogênica é outro mecanismo fisiopatológico presente, principalmente na infecção por Staphylococcus aureus. Quando essas barreiras são superadas ou quando os microrganismos são suficientemente pequenos para serem inalados até os alvéolos, os macrófagos alveolares residentes são extremamente eficientes na eliminação e destruição dos patógenos. Os macrófagos são auxiliados por proteínas produzidas pelas células epiteliais locais e têm propriedades intrínsecas de opsonização ou atividade antibacteriana ou antiviral. Depois de serem fagocitados, os patógenos – mesmo que não sejam destruídos – são eliminados pelo sistema elevatório mucociliar ou pelos vasos linfáticos e não causam mais risco de infecção. A pneumonia evidencia-se apenas quando a capacidade dos macrófagos alveolares ingerirem ou destruírem os microrganismos é suplantada. Nessa condição, os macrófagos alveolares ativam a resposta inflamatória para reforçar as defesas das vias respiratórias inferiores, que vai desencadear a síndrome clínica da pneumonia. A liberação de mediadores inflamatórios como a IL-1 e o TNF provoca febre. As quimiocinas como a IL-8 e o fator de estimulação das colônias de granulócitos estimulam a liberação dos neutrófilos e sua atração ao pulmão e isso causa leucocitose periférica e secreções purulentas aumentadas. Os mediadores inflamatórios liberados pelos macrófagos e pelos neutrófilos recém- recrutados acarretam extravasamento alveolocapilar semelhante ao que é observado na síndrome da angústia Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 7º Semestre respiratória aguda (SARA), embora na pneumonia esse processo fique localizado (ao menos inicialmente). Até mesmo os eritrócitos conseguem atravessar a membrana alveolocapilar, e isso causa hemoptise. O extravasamento capilar é responsável pelos infiltrados radiográficos e pelos estertores detectáveis à ausculta, enquanto a hipoxemia é atribuída ao preenchimento dos espaços alveolares. A dispneia tem como causas a redução da complacência pulmonar secundária ao extravasamento capilar, a hipoxemia, a hiperestimulação do centro respiratório, as secreções profusas e, ocasionalmente, o broncospasmo desencadeado pela infecção. Se a doença for grave, as alterações da mecânica pulmonar secundárias às reduções do volume e da complacência pulmonares, bem como o shunt intrapulmonar do sangue, podem levar o paciente à insuficiência respiratória e à morte. *Acometimento da pneumonia tende a se iniciar na base, e por contiguidade pode evoluir* QUADRO CLÍNICO Os pacientes com PAC geralmente apresentam-se com início agudo ou subagudo de febre (78%), tosse (82%) com ou sem expectoração e dispneia (40 a 90%). Outros sintomas comuns, como dor torácica, dor pleurítica e escarro com hemoptoicos, além de sintomas inespecíficos, como mialgias, anorexia e fadiga, podem estar presentes. Os achados de exame físico como taquipneia, taquicardia, hipotensão, crepitações localizadas e sinais sugestivos de consolidação podem estar presentes em frequência e combinação variáveis, e são sugestivos de pneumonia. É importante notar que os pacientes idosos frequentemente não apresentam febre, tosse ou mesmo dispneia. Podem apresentar- se com quadro clinico inespecífico, como desorientação, mudanças abruptas da capacidade funcional e descompensação de uma doença previamente estável, como diabete, DPOC ou insuficiência cardíaca. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da pneumonia baseia-se em achados clínicos (febre, tosse, expectoração, dor torácica) e achados de exame físico (estertores crepitantes, sinais de consolidação, taquipneia, taquicardia) confirmados pela radiografia de tórax, já que nenhum conjunto de sinais e sintomas é acurado o bastante para predizer com alto grau de certeza a presença de pneumonia. A radiografia de tórax também é importante para avaliação da gravidade, identificação de complicações (Derrame pleural) e diagnóstico diferencial. É importante dar atenção aos pacientes imunossuprimidos que podem apresentar-se inicialmente sem alterações radiológicas. Padrões radiológicos incluem consolidação lobar, focos de consolidação, opacidades intersticiais e cavitação. O diagnóstico etiológico ainda é difícil, embora novos métodos tenham aumentado o diagnóstico etiológico para até 80% dos pacientes. Portanto, a pesquisa do agente etiológico fica reservada para os casos graves ou naqueles em que, pelos dados epidemiológicos e clínicos, imagina-se que o resultado possa mudar o tratamento empírico padrão. Para esse grupo de pacientes, cultura de escarro, hemoculturas e pesquisa urinária para antígenos de Legionella e pneumoco, bem como reação em cadeia de polimerase (PCR) para pesquisa de vírus respiratórios da comunidade devem ser realizados. A cultura de escarro é positiva em até 80% dos casos de pneumonia por S. pneumoniae quando coletada antes ou até 12 horas após o início da terapia antimicrobiana, porém a positividade das hemoculturas não ultrapassa 25%. Todos os pacientescom PAC que apresentem derrame pleural puncionável devem ser submetidos à toracocentese. O material deve ser submetido à coloração de Gram e cultura, além das análises bioquímicas. O rendimento da coloração de Grame e da cultura do liquido pleural é baixo, mas sua implicação terapêutica, em termos de escolha do antibiótico e necessidade de drenagem, justifica o procedimento. A broncoscopia com lavado broncoalveolar não é necessária na maioria dos casos de PAC, ficando reservada sua indicação para PAC cm pacientes imunocomprometidos ou nos casos cm que houver falha terapêutica. Além dos exames para diagnóstico etiológico, exames laboratoriais adicionais são geralmente recomendados para pacientes que necessitam de hospitalização. Entre eles, hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, glicemia, enzimas hepáticas, bilirrubinas e gasometria arterial. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Praticamente todas as decisões quanto à escolha do tratamento, exames diagnósticos a serem feitos e local de tratamento da PAC baseiam-se na avaliação inicial da gravidade da PAC. A gravidade de um episódio de PAC é estimada por meio de critérios baseados em dados de história, exame físico e exames complementares. Dois são os principais: FINE (ou PSI) e CURB- 65. Ambos avaliam a necessidade ou não de internação. O índice de gravidade da PAC (PSI) foi realizado com o propósito de identificar pacientes com PAC com baixo risco de mortalidade, que poderiam ser tratados ambulatoriamente com segurança. Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 7º Semestre O escore de FINE é composto de duas etapas. Na primeira, se não houver um fator de risco, o paciente é definido como classe 1 de risco e não necessita de maior exploração complementar. Os fatores de risco avaliados estão no quadro: Se na primeira etapa existir algum fator de risco presente, passa- se para a segunda, que considera dados clínicos, laboratoriais e a radiografia de tórax. Para cada um desses dados, o paciente recebe uma pontuação e, em função do total de pontos atingidos, os pacientes são separados nas classes II a V. Com o valor obtido do Quadro 5, classifica-se a PAC em cinco classes de gravidade. Essa classificação leva em conta o risco de óbito em cada classe e, portanto, ajuda na decisão do local de tratamento. O escore CURB-65 é um índice que, assim como o escore de FINE, permite identificar os pacientes com pneumonia e baixo potencial de gravidade. Ele é bastante simples e avalia objetivamente a presença de cinco fatores: É importante notar que a decisão do local de tratamento da PAC deve sempre estar subordinada ao julgamento clínico, principalmente diante de situações não previstas nesses escores de gravidade. Em suma, pacientes de baixo risco (PSI de I a III ou CURB-65 de 0 a 1) podem ser tratados ambulatoriamente, na ausência de alterações graves dos sinais vitais (em relação ao PSI) ou comorbidades graves (no caso do CURB-65) e se não houver impedimentos sociais e condições que impeçam a ingestão correta das medicações. Aproximadamente 10% dos pacientes admitidos no hospital com PAC requerem admissão em UTI, entretanto as indicações variam largamente entre médicos e instituições. É importante a tentativa de padronização da indicação de internação em UTI para otimizar a utilização desse recurso e não atrasar a ida à UTI dos pacientes que realmente necessitem. Embora o CURB-65 e o PSI classe V de gravidade sejam escores objetivos para identificação de pacientes com indicação de UTI, ambos se mostraram, ao longo do tempo, muito sensíveis e pouco específicos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnóstico diferencial da PAC é extenso e deve ser considerado para escolha da terapêutica adequada. TRATAMENTO O aspecto mais importante a ser considerado na escolha do esquema do tratamento empírico da PAC é a gravidade da apresentação clínica inicial, principal determinante do local de tratamento do paciente: ambulatorial, hospitalar ou em unidade de terapia intensiva. Também influencia de modo significativo Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 7º Semestre nessa escolha a presença de comorbidades e de condições de risco para agentes particulares. 🠖 Pacientes Ambulatoriais Os pacientes com PAC sem necessidade de internação são tratados com antibióticos escolhidos empiricamente, baseados no patógeno mais provável. De acordo com o consenso das sociedades americanas de tórax e de doenças infecciosas (lDSA/ATS), os antibióticos indicados para pacientes previamente hígidos e sem condições de risco específicas devem ser os macrolídeos (azitromicina ou claritromicina). Entretanto, alguns consensos europeus, como o britânico e o sueco, mantêm a escolha da amoxicilina como droga de tratamento empírico para PAC não complicada. Os argumentos são: 1. Streptococcus pneumoniae apresenta maior sensibilidade a penicilina e derivados do que aos macrolídeos em diversos países. 2. Apesar da queda na prevalência de PAC por S. pneumoniae, ainda é o principal agente dessa entidade. 3. Caso o paciente não apresente resposta clinica satisfatória, os macrolídeos poderão ser iniciados e/ou associados. 🠖 Pacientes com comorbidades - DPOC, insuficiência cardíaca, doença renal, diabete melito, alcoolismo, câncer, asplenia, condições imunossupressoras, uso de antibiótico nos últimos 3 meses. - Fluoroquinolonas respiratórias (levofloxacino, gemifloxacino, moxifloxacino). - Betalactâmicos (amoxicilina, amoxicilina/clavulanato, cefuroxima) + macrolídeos. A presença de comorbidades significativas ou uso prévio de antibióticos nos últimos 3 meses aumentam a probabilidade de infecção por germes resistentes. Antibióticos da mesma classe dos antibióticos usados previamente devem ser evitados para tratamento de uma nova infecção. 🠖 Pacientes Internados O tratamento empírico para pacientes internados deve ser instituído baseando-se nos patógenos mais prováveis, tendo em vista as comorbidades e as condições específicas. Se houver isolamento do patógeno, a terapia deve ser direcionada. ∘ Pacientes internados (Exceto em UTI) - Fluoroquinolonas respiratórias - Betalactâmicos (ceftriaxona, cefotaxima, ampicilina/sulbactano) + macrolídeo. A recomendação para associação betalactâmico + macrolídeo ou a monoterapia com fluoroquinolona demonstrou uma redução da mortalidade com o uso desse esquema em relação ao uso da cefalosporina isolada. A monoterapia com macrolídeo pode ser considerada em pacientes jovens, eventualmente internados por outro motivo que não a PAC, com doença não grave, sem comorbidades importantes e sem fatores de risco para patógenos Gram-negativos. A terapia inicial deve ser endovenosa; entretanto, certos pacientes sem fatores de risco para PAC grave podem ser tratados por via oral, especialmente com antibióticos com alta biodisponibilidade, como as fluoroquinolonas. ∘ Pacientes internados em UTI Betalactâmicos + macrolídeos ou fluoroquinolonas respiratórias. Em um estudo observacional, os pacientes com PAC e choque que foram tratados com terapia combinada (cefalosporina + macrolídeo) tiveram mortalidade menor que os tratados com monoterapia com fluoroquinolona respiratória. 🠖 Pneumonia por influenza A pneumonia da comunidade por influenza (A ou B) é grave, com elevado risco de infecção bacteriana sobreposta e, consequentemente, alto índice de internação hospitalar e óbito em grupos de risco. A Figura 2 apresenta manifestação macroscópica e a microscopia óptica da pneumonia por influenza A H1N1. O tratamento antiviral de escolha é o oseltamivir. O tratamento concomitante com corticosteroides ainda é controverso por ter sido avaliado em estudos observacionais que demonstraram maior mortalidade quando doses elevadas foram usadas, porém um potencial efeito benéfico com dosesmenores e por períodos mais curtos. 🠖 Pneumonia Aspirativa - Clindamicina, amoxicilina/clavulanato ou metronidazol. - Metronidazol deve ser evitado como monoterapia. A pneumonia aspirativa ocorre quando bactérias da orofaringe chegam às vias aéreas distais e refere-se à infecção pulmonar por bactérias menos virulentas, primariamente anaeróbias, que constituem parte da flora normal da orofaringe. A evolução clinica é, em geral, mais indolente com sintomas, arrastando-se por vários dias ou até semanas. Muitos pacientes podem apresentar-se com abscesso pulmonar, pneumonia necrotizante ou empiema secundário a fistula broncopulmonar. Maria Eduarda de Souza Trigo Fernandes – 7º Semestre Os aspectos clínicos característicos de uma pneumonia aspirativa com envolvimento de anaeróbios são: - Sintomas indolentes. - Condições predisponentes à aspiração: pacientes portadores de doença neurológica sequelar (AVC, demência e doenças neuromusculares, alcoólatras e portadores de doenças da motilidade esofágica). - Ausência de bacteremia. - Cultura de escarro sem crescimento bacteriano. - Escarro pútrido. - Presença de doença periodontal. - Evidência de necrose pulmonar em radiografia ou tomografia torácica. 🠖 Corticosteroides Recentemente estudos mostraram benefício do uso de corticosteroides em PAC grave. Estudo prospectivo em pacientes com PAC grave mostrou que a infusão continua de hidrocortisona por 7 dias diminuiu o tempo de internação hospitalar e a mortalidade. 🠖 Duração do Tratamento O tratamento deve ser administrado por pelo menos 5 dias e não deve ser interrompido antes de o paciente atingir os critérios de estabilidade clínica e estar afebril por 48 ou 72 horas. Tratamentos mais longos podem ser necessários no caso de patógenos menos comuns, como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. 🠖 Resposta ao Tratamento Com a antibioticoterapia adequada, alguma melhora do quadro clínico deve ser observada nas primeiras 48 a 72 horas. Deve-se avaliar o padrão da febre, frequência respiratória, frequência cardíaca, oxigenação, pressão arterial e estado clinico geral. O tempo para resolução do infiltrado pulmonar à radiografia de tórax é variável, podendo geralmente oscilar entre 4 e 12 semanas. A melhora clinica não precisa ocorrer paralelamente à melhora radiológica. Alguns pacientes podem apresentar sequelas radiológicas definitivas, como estrias fibróticas, deformações vasculares ou brônquicas, obliteração de seios costofrênicos e bronquiectasias. Casos de pacientes que não obtiveram melhora clinica após 72 horas do início do tratamento ou que pioraram nas primeiras 48 horas são considerados como falha terapêutica. 🠖 Falha Terapêutica De 6 a 15% dos pacientes internados com PAC não respondem ao tratamento antibiótico inicial. Sabe-se que a mortalidade nesse grupo é maior. Deve-se tentar estabelecer uma avaliação sistemática para se identificar a etiologia da falha terapêutica desses pacientes. Resposta inadequada do hospedeiro, em vez de antibioticoterapia inadequada, é a causa mais comum de não resposta quando se usa o tratamento antibiótico padrão; portanto, deve-se sempre avaliar as comorbidades do paciente como possíveis causas para resposta inadequada. Ao avaliar um paciente que não respondeu ao tratamento empírico, é importante extrair dados epidemiológicos mais detalhados que possam sugerir uma etiologia infecciosa incomum (tuberculose, pneumocistose, Legionella). Outros procedimentos diagnósticos podem ser realizados, como tomografia de tórax e broncoscopia. A broncoscopia pode avaliar a presença de obstrução brônquica que esteja causando pneumonia pós-obstrutiva, além de realizar a coleta de lavado broncoalveolar para análise citológica e microbiológica. Em alguns casos, pode-se realizar a biópsia transbrônquica. Finalmente, a biópsia pulmonar cirúrgica pode ser realizada em casos selecionados, principalmente quando uma extensa pesquisa etiológica foi inconclusiva e houve falha do tratamento empírico. PREVENÇÃO A vacinação contra pneumococo (23-valente não conjugada) e influenza é a principal forma de prevenção contra PAC. Todas as pessoas com 50 anos de idade ou mais, risco aumentado de complicações, contatos intradomiciliares de pessoas de alto risco e profissionais de saúde devem receber anualmente a vacina do vírus inativado da influenza. A vacinação contra influenza está associada à diminuição de pneumonia, de hospitalização e de morte. A vacina pneumocócica é recomendada para pessoas com 65 anos de idade ou mais e para aquelas com risco aumentado de infecção, ou seja: doenças cardiopulmonares crônicas, diabete, alcoolismo, hepatopatias, asplenia funcional ou anatômica, fístula liquórica, uso de imunossupressores e residentes em casa de repouso. A segunda dose deve ser realizada 5 anos após a primeira.