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Tratamento lesões não cariosas INTRODUÇÃO → As lesões dentárias não cariosas podem ser classificadas como: atrição, abfração, abrasão e erosão; → A abfração foi introduzida em 1991, tais lesões ocorriam devido à flexão do dente, causada por forças oclusais e da consequente fadiga do esmalte e dentina distantes do ponto da aplicação da força: • Quando um dente tem forças exercidas no seu longo eixo, estas são dissipadas com um mínimo de stress na dentina e no esmalte. No entanto, se a força é lateral, o dente é flexionado para ambos os lados. Então, esta cíclica compressão/tensão pode alcançar o limite da fadiga e levar à ruptura das uniões químicas dos cristais de hidroxiapatita (fratura de esmalte). Algumas situações, como interferências oclusais, contatos prematuros e bruxismo, podem gerar forças oclusais que favorecem a ocorrência desse tipo de desgaste. → A mais indicada e efetiva abordagem no controle do aparecimento das lesões dentárias não cariosas por trauma oclusal corresponde à identificação e à remoção do fator etiológico, através da realização de um adequado ajuste oclusal e/ou o uso de dispositivos interoclusais, que ajudam nesse controle e minimizam os efeitos deletérios do trauma. DISPOSITIVOS INTEROCLUSAIS → São aparelhos orais removíveis usados entre a maxila e a mandíbula, que ajudam a eliminar a informação proprioceptiva proveniente do periodonto de sustentação e da articulação temporomandibular; → Podem provocar alteração no relacionamento oclusal, redistribuindo as forças, prevenindo desgastes e mobilidade dentária, reduzindo a parafunção noturna, alterando o padrão neuromuscular e o relacionamento articular; → Ajudam os músculos a recuperarem o tônus de contração e de repouso fisiológico, o que ajuda a diminuir os reflexos de apertar os dentes e funciona como dispositivos para estabelecimento da harmonia neuromuscular no sistema mastigatório, minimizando as forças parafuncionais; → São usados para a proteger os dentes e as estruturas de suporte contra forças irregulares desenvolvidas por hábitos parafuncionais, que podem provocar perdas ósseas e desgastes/perdas estruturais dos dentes; também são usados em disfunções temporomandibulares; → Recobrem as superfícies incisais e oclusais dos dentes, eliminando a propriocepção dentária proveniente dos ligamentos periodontais (periodonto de sustentação) e, consequentemente, levando a um relacionamento maxilomandibular (côndilo- disco) mais favorável; → Podem ser conhecidos como: placa estabilizadora, oclusal, placa de mordida, noturna ou splint ocusal; → O objetivo principal do aparelho é criar uma oclusão ideal, e isso é conseguido quando os côndilos estão em relação cêntrica, relaxando os músculos da mastigação e prevenindo o desgaste dentário devido à atividade parafuncional; → O material adequado para a confecção de placas é aquele que, além de proporcionar conforto ao paciente, facilitar o ajuste oclusal e ter baixo custo, seja resistente ao desgaste sem, no entanto, causar danos à estrutura dental. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO A FUNÇÃO → Relaxar a musculatura; → Permitir o assentamento do côndilo na posição de relação cêntrica; → Prover informação diagnóstica; → Proteger dentes e estruturas adjacentes do bruxismo; → Auxiliar a propriocepção do ligamento periodontal; → Reduzir o nível de hipóxia celular. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO TIPO DE AÇÃO → Reposicionadores ou estabilizadores. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO TIPO DE MATERIAL → Aparelhos de acrílico autopolimerizável; → Acrílico termopolimerizável; → Acrílicos resilientes; → Silicones/polivinil. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO MÉTODO DE CONFECÇÃO → A técnica direta (na boca, a partir de uma placa de acetato); → As técnicas indiretas (encerada e prensada em laboratório); → Pré-fabricadas. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO A COBERTURA OCLUSAL → De cobertura parcial, com contatos apenas nos dentes anteriores (Jig, Front-platteau); → De cobertura parcial, com contatos apenas nos dentes posteriores (placa de Gelb); → De cobertura total, abrangendo todos os dentes do arco. CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO A LOCALIZAÇÃO → Maxila; → Mandíbula; → Dupla (Nóbilo)(placas/dispositivos oclusais lisos com função miorrelaxante e para promover melhor oclusão funcional). PASSO A PASSO PARA CONFECÇÃO DE UM DISPOSITIVO INTEROCLUSAL RÍGIDO 1. Montagem dos modelos de gesso em articulador; 2. Preenchimento das áreas retentivas da arcada maxilar; 3. Enceramento do aparelho; 4. Inclusão do modelo encerado em mufla; 5. Injeção de resina acrílica termopolimerizável; 6. Ajuste do aparelho e adaptação final em boca. VARIAÇÃO SUGERIDA 1. Montagem dos modelos de gesso em articulador; 2. Preenchimento das áreas retentivas dos dentes da arcadamaxilar; 3. Aplicação de uma solução isolante nos modelos; 4. Delimitação do contorno desejado do aparelho com cera embastão; 5. Monômero e polímero acrílico pulverizados sobre o modelosuperior; 6. Determinação da oclusão, ocluindo o modelo inferior noacrílico recém-preparado. CONFECÇÃO DO DISPOSITIVO INTEROCLUSAL RESILIENTE Um dispositivo de pressão a vácuo é usado com folhas de silicone termo formáveis de 2 mm de espessura. As folhas de silicone ficam completamente adaptadas ao modelo no dispositivo de pressão a vácuo. A folha é removida e, com uma tesoura, recortam-se os limites do aparelho interoclusal. A porção palatina é removida para a obtenção da forma final.
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