@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); CASOS CLÍNICOS - Avaliação clínica da oclusão funcionalTópico:Exame clínico da articulação temporomandibular (ATM) e sistema estomatognático pautado na fisiologia e mecanismos biomecânicos neuromuscularesCaso 1.Gustavo compareceu à clínica odontológica da universidade solicitando uma limpeza nos dentes. Relatou sentir dores de cabeça constantemente, mas que cessam quando usa analgésicos. Gustavo tem 26 anos, é estudante, não apresenta problemas de saúde geral. Ao exame clínico, foi observado cálculo dental nos incisivos anteriores, restaurações satisfatórias e uma boa higiene oral. Considerando o exame clínico e o histórico do paciente, vamos elaborar uma anamnese e um exame clínico direcionado para responder esses questionamentos. Existe a possibilidade de a dor de Gustavo ser de origem odontogênica? Elabore perguntas relacionadas à dor para melhorar a anamnese e direcioná-la. Ao exame clínico, quais manobras podem ser úteis para auxiliar o cirurgião-dentista nesta investigação?Resolução: Ele compareceu à clínica odontológica da universidade para fazer uma profilaxia. Através da anamnese foi relatada dor de cabeça frequente. Podemos investigar melhor essa dor com perguntas relacionadas ao tipo de dor, queixa de dor, início, localização, horário, qualidade da dor, duração e intensidade, graduando para que o paciente consiga quantificar. Por exemplo, em uma escala de dor de 0 a 10, em quanto você classifica a dor, Gustavo? Esta dor é agravada pelo uso do computador? Por ruídos? Por mascar chiclete? O seu sono é muito irregular? Após todos os detalhes da anamnese direcionada concluídos, deve-se fazer um exame físico que aborde os músculos, através da palpação. A avaliação da articulação temporomandibular deve ser realizada através da avaliação da amplitude da abertura, lateralidade, protrusão e trajeto mandibular. A auscultação é importante para identificar click ou crepitação. Ao exame clínico intrabucal, deve se observar a qualidade das restaurações de Gustavo e fazer radiografias interproximais, para eliminar qualquer fator dental de confundimento. Assim, com todos os resultados em mãos, poderá se estabelecer o diagnóstico do paciente. Vamos lá, tente estabelecer suas hipóteses diagnósticas para esse caso.Caso 2.Gabriel é um adolescente muito ativo, adora praticar esportes, mas não consegue controlar a ansiedade. Sua mãe, Maria, cuida muito bem da sua saúde bucal. Gabriel é uma criança zero cáries, mas no exame clínico foi observada uma retração gengival associada ao elemento 34. Quais são os possíveis fatores causais da retração gengival? Na anamnese, não encontramos nenhum fator associado. Quais perguntas na anamnese devem ser feitas para direcionar e detectar algum fator causal que possa levar a uma retração gengival? Ao exame clínico, não havia contato prematuro e nenhuma inserção de bridas que pudesse ocasionar tal recessão. Se Gabriel tivesse uma brida inserida associada ao elemento 34, qual a sua conduta clínica? Ao final do exame, Gabriel relatou morder as canetas durante a aula, e a região apontada diz respeito exatamente ao problema encontrado.Resolução: Para resolução deste caso, é importante, primeiramente, atuar na remoção do hábito, por ser um fator local causal da recessão gengival. Além deste, deve-se orientar para a sobrecarga articular pelo movimento parafuncional. Ao morder uma caneta, ocorre um movimento de alavanca na mandíbula, o que resulta em uma articulação com diminuição da compressão das estruturas no lado do hábito, e na articulação contralateral há um aumento da pressão pela compressão das estruturas. Para compensar este evento, o pterigóideo lateral desloca o disco mais para a região anterior, pois a porção posterior do disco é mais espessa, para manter o contato entre as estruturas não permitindo o deslocamento. Dessa forma, há uma ação indesejada do músculo e um estresse ligamentar. Embora a exposição ao hábito pelo elemento dental seja há pouco tempo, pois a erupção ocorreu há mais ou menos 4 anos, a articulação pode ter sido afetada pelo hábito desde a fase de dentadura decídua. Logo, deve-se ter um cuidado na anamnese e nos exames físicos, para que, mesmo sem sintomatologia, possam ser identificadas quaisquer alterações.
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