@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); CASOS CLÍNICOS - Avaliação clínica da oclusão funcionalPARTE IIITópico:Protocolo de diagnóstico e conduta clínica nas disfunções articulares e musculares associadas às disfunções temporomandibulares Caso 1.Juliana das Neves, 26 anos, estudante de engenharia de produção, procurou a clínica de odontologia da universidade com queixa de dor e \u201cclick\u201d na ATM do lado esquerdo. Questionada sobre o histórico da sua dor, ela relatou outros episódios sem tratamento, há mais ou menos 90 e 180 dias. A crise atual está no seu 5º dia. Durante a anamnese, verificou-se que as crises de dor coincidem com o final de cada trimestre, período de maior estresse. Ao exame clínico dental, verificou-se facetas de desgaste com diferentes graus de severidade, mas não há falta de elementos dentais. As restaurações estão satisfatórias, e a condição periodontal também está dentro dos padrões de normalidade. Na radiografia panorâmica, não foram encontradas anormalidades. O exame funcional revelou que, no movimento de protrusão, a guia anterior ocorre em todos os incisivos, sem toque nos dentes posteriores, e no movimento de lateralidade há função de grupo. O exame da articulação revelou limitação de abertura, estalo ou \u201cclick\u201d, dor à palpação do lado esquerdo, bem como sensibilidade muscular à palpação. Qual o papel do exame funcional para diagnóstico da queixa de Juliana? Existe algum sinal clínico dental que pode contribuir para o diagnóstico? E comportamental, existe alguma contribuição da anamnese?Resolução: Relatou episódios de dor sem tratamento, associados a períodos de maior estresse. A crise atual está no seu 5º dia. Durante o exame clínico, verificou-se facetas de desgaste com diferentes graus de severidade, compatível com episódios de bruxismo. Os outros padrões avaliados estão dentro da normalidade. O exame funcional revela como as estruturas dentais se articulam em movimento. Sempre que houver queixa, necessita-se de um detalhamento deste exame, com avaliação dos movimentos de lateralidade, protrusão e contatos dentais, para que, se for constatado algum desvio de normalidade, se possa correlacionar com a queixa. Como Juliana apresentava padrões aceitáveis, nenhuma intervenção imediata, neste sentido, é necessária. O desgaste dentário indica história de bruxismo. Dessa forma, pode-se reforçar a anamnese e concluir que a paciente tem bruxismo do sono, como relatado por Juliana: cansaço ao acordar e frequente dores de cabeça. A questão comportamental e emocional também é fator contributivos. O estresse no final do semestre agrava a situação da disfunção articular de Juliana. O exame da articulação revelou limitação de abertura, estalo ou \u201cclick\u201d e dor à palpação do lado esquerdo, o que configura o deslocamento de disco do lado esquerdo. A sensibilidade muscular à palpação revela um sintoma decorrente da atividade parafuncional, o bruxismo, que se agrava devido ao estresse do final de trimestre. O tratamento que pode ser proposto para este caso é inicialmente o aconselhamento à paciente, para que durante o dia ela mantenha seus dentes desencostados, não realize apertamento dental e procure atividades para aliviar o período de estresse. A confecção de placa estabilizadora ou miorrelaxante para o período de sono é indicada e, à medida que os sintomas forem controlados, o uso pode ser suspenso, bem como ao menor sinal de estresse o uso da placa está novamente indicado. Caso 2.Na clínica de dentística, você e sua dupla atenderam João Augusto. Ele tinha necessidade restauradora do elemento 46, que apresentava uma restauração extensa de amálgama insatisfatória. O procedimento ocorreu tranquilamente, mas, pela extensão da restauração e dificuldade de adaptação da matriz interproximal e confecção dos pontos de contato, demorou 1 hora e 30 minutos. Ao final do procedimento, os contatos foram checados; e o paciente, liberado. Na consulta da semana seguinte, você programou restauração no elemento 26 e, chegado o dia, ao receber João Augusto, ele relata estar sentindo muita dor na região de ATM. Quais as possíveis complicações deste procedimento? Essa dor pode ser de origem dental, traumática? Por contato excessivo? Resolução: Nos procedimentos realizados, foi feito bloqueio alveolar inferior com mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000, restauração extensa e isolamento absoluto. Ao exame clínico, não foi encontrada evidência de dor de origem odontogênica, o paciente não relata dor ao frio e ao quente, a condição periodontal está de acordo com a normalidade e, quando pedido para apontar a origem da dor, ele é enfático ao demostrar a região da ATM. Notase uma pequena limitação de abertura de boca. Feita a palpação nos músculos mastigatórios, o paciente relatou sensibilidade. No exame radiográfico não havia nenhuma alteração articular, logo, conclui-se que a dor era de origem traumática pela anestesia local, associada a cocontração protetora, sendo que a dor muscular secundária estava presente. O tratamento de escolha para este caso foi o uso de anti-inflamatórios por via oral, com associação de massagem local, restrição dos movimentos mandibulares e com dieta pastosa e eliminação de hábito de mascar chiclete, relatado pelo paciente. A placa estabilizadora é indicada para estes casos? Observe a condição secundária.
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