higiene das maos

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LABORATÓRIO DE ENFERMAGEM 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
 
As infecções relacionadas à assistência à saúde estabelecem um problema grave 
que gera grande desafio no cuidado, exigindo ações efetivas e assertivas na prevenção 
e no controle de infecções. As infecções nos serviços de saúde ameaçam tanto os 
pacientes quanto os próprios profissionais, acarretando sofrimentos e gastos excessivos 
para o sistema de saúde (Brasil, 2020). 
As mãos são as principais ferramentas dos profissionais que atuam na assistência 
à saúde. Sendo assim, a segurança dos pacientes nesses serviços depende da correta e 
frequente higienização das mãos desses profissionais. Desde 1846, a higienização 
apropriada das mãos, embora simples, é considerada a medida mais importante para 
reduzir a transmissão de infecções nos serviços de saúde (Brasil, 2020). 
A pele é um órgão cuja formação e integridade estão sob controle homeostático, 
e qualquer alteração aumenta a proliferação de suas células. Devido a sua localização 
superficial, a pele é constantemente exposta a vários tipos de microrganismos. A flora 
bacteriana da pele das mãos é classificada em residente e transitória. A microbiota 
transitória, que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período e é 
removida pela higienização simples das mãos, com água e sabonete, por meio de fricção 
mecânica. Já a microbiota residente está aderida às camadas mais profundas da pele, 
sendo mais resistente à remoção apenas por água e sabonete, por exemplo (Brasil, 
2020). 
A enfermagem é uma das profissões que utilizam as mãos como ferramenta de 
trabalho, sendo o cuidado direto ao paciente sua principal atribuição. A qualidade de 
sua assistência prevê o êxito das práticas relacionadas diretamente à correta 
higienização das mãos, indispensável para garantir e elevar a segurança do cuidado ao 
paciente. Com a pandemia do coronavírus, o hábito de lavar as mãos tornou-se um 
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grande aliado na prevenção da doença e disseminação do vírus, não só pelos 
profissionais de saúde, chamando a atenção da população em geral para esse tema 
(Zompero; Klein; Teruel, 2022). 
As infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) representam grande agravo 
à saúde pública, pois contribuem para a elevação da morbimortalidade dos pacientes, 
além de causarem aumento de gastos hospitalares. As Iras são infecções adquiridas 
justamente na prestação dos cuidados de saúde, ou seja, na assistência ao paciente. Elas 
estão diretamente relacionadas à contaminação cruzada entre pacientes hospitalizados, 
sendo as mãos dos profissionais da área de saúde a via de transmissão de patógenos 
mais comuns, devido à falta de ou incorreta higienização (Cunha et al., 2018). 
Cunha et al. (2018) citam que a higienização das mãos deve fazer parte da rotina 
dos profissionais de saúde, principalmente daqueles que prestam assistência direta ao 
paciente. Essa prática reduz as taxas de Iras e é o modo mais simples e eficaz de prevenir 
a transmissão de microrganismos no ambiente assistencial. 
A Organização Mundial da Saúde (2009) recomenda que a higienização das mãos 
ocorra em cinco momentos da assistência considerados de alto risco para a transmissão 
de microrganismos, para evitar a infecção cruzada dos pacientes: 
• antes do contato direto com o paciente; 
• antes da realização de procedimentos assépticos (limpeza); 
• após riscos de contato com fluidos corpóreos; 
• após tocar o paciente; 
• após tocar superfícies próximas ao paciente. 
 
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Cunha et al. (2017) afirmam que a higienização das mãos com água e sabão 
elimina os microrganismos transitórios e reduz os residentes, interrompendo, na 
maioria das vezes, a transmissão de doenças. 
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica a higienização das 
mãos em: 
• higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e 
sabonete comum, sob a forma líquida; 
• higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e 
sabonete associado a agente antisséptico; 
• fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de 
preparação alcoólica nas mãos, para reduzir a carga de microrganismos, 
sem a necessidade de enxágue com água ou secagem com papel-toalha 
ou outros equipamentos (Brasil, 2017). 
A Anvisa defende que o ato de higienizar as mãos deve ser realizado por todos 
os profissionais que trabalham em serviços de saúde, desde os que mantêm contato 
direto ou indireto com os pacientes até os que atuam na manipulação de medicamentos, 
alimentos e material estéril ou contaminado (Brasil, 2020). Além dos profissionais que 
prestam assistência, é recomendado que os familiares, acompanhantes e visitantes 
higienizem as mãos antes e após o contato com o paciente. 
Segundo a Anvisa, o uso de luvas não altera nem substitui a higienização das 
mãos. Sua utilização consiste na proteção dos profissionais e dos pacientes em serviços 
de saúde, não devendo ser adotada indiscriminadamente, restringindo-se às seguintes 
indicações: 
✓ para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais 
e com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes; 
✓ para reduzir a possibilidade de os microrganismos das mãos do profissional 
contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas); 
✓ para reduzir a possibilidade de transmissão de microrganismos de um paciente 
para outro em situações de precaução de contato. 
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Além disso, também é necessário: 
✓ trocar de luvas sempre que se entrar em contato com outro paciente; 
✓ trocar de luvas durante o contato com o paciente, se for mudar de um sítio 
corporal contaminado para outro, limpo; 
✓ trocar de luvas quando estiverem danificadas; 
✓ nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (como telefones, 
maçanetas e portas) quando se estiver com luvas; 
✓ higienizar as mãos antes e após o uso de luvas (Brasil, 2020). 
Ainda de acordo com a Anvisa, para que se tenha uma eficaz higienização das mãos, 
é necessário que alguns cuidados sejam levados em consideração, para garantir o bom 
estado da pele das mãos. Para isso, comportamentos devem ser evitados e princípios 
devem ser seguidos, conforme exposto no quadro a seguir: 
 
GARANTINDO O BOM ESTADO DA PELE 
DAS MÃOS 
A fricção das mãos com preparação 
alcoólica contendo agente umectante 
agride menos a pele do que a higiene 
com sabonete líquido e água. 
Luvas entalcadas podem causar irritação 
quando utilizadas simultaneamente com 
produtos alcoólicos. 
O uso de cremes de proteção para as 
mãos ajuda a melhorar a condição da 
pele, desde que sejam compatíveis com 
os produtos de higiene das mãos e as 
luvas utilizadas. 
COMPORTAMENTOS QUE DEVEM SER 
EVITADOS 
Utilizar sabonete líquido e água 
simultaneamente com produtos 
alcoólicos. 
Utilizar água quente para lavar as mãos 
com sabonete líquido. 
Calçar luvas com as mãos molhadas, 
levando a riscos de irritação. 
Higienizar as mãos além das indicações 
recomendadas. 
Usar luvas fora das recomendações. 
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PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER SEGUIDOS 
Enxaguar abundantemente as mãos para 
remover resíduos de sabonete líquido e 
sabonete antisséptico. 
Friccionar as mãos até a completa 
evaporação da preparação alcoólica. 
Secar cuidadosamente as mãos após 
lavar com sabonete líquido e água. 
Manter as unhas naturais, limpas e 
curtas. 
Não usar unhas postiças quando entrar 
em contato direto com os pacientes. 
Deixar punhos e dedos livres, sem a 
presença de adornos, como relógios, 
pulseiras, anéis, etc. Todos os adornos 
das mãos e antebraços devem ser 
removidos antes do procedimento. 
Aplicar regularmente um creme protetor 
para as mãos (uso individual). 
 
Quadro 1 – Cuidados com a pele das mãos. 
 
Fonte: Adaptado de Brasil (2020). 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente e qualidade em 
serviços de saúde: medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. 
Brasília, DF: Anvisa, 2017. 
 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente: higienização 
das mãos. Brasília, DF: Anvisa, 2020. 
 
CUNHA, E. A.; VARGAS, J. A.; MORAIS, L. O.; GARCIA, P. G. Avaliação da contaminação 
extrínseca de sabonete líquido utilizado para lavagem das mãos em um hospital 
filantrópico. Revista Brasileira de Ciências Médicas e da Saúde, v. 6, n. 6, p. 1-5, 2018. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manual de referência técnica para a higiene das 
mãos. Genebra: OMS, 2009. 
 
ZOMPERO, A. F.; KLEIN, T. A. S.; TERUEL, F. M. Oficina sobre higienização das mãos para 
alunos do curso de enfermagem: uma proposta com utilização de multimodos de 
representação. Revista Saúde em Redes, v. 8, n. 2, p. 145-159, 2022. 
 
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