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APG 30 – Coceira danada Faculdade de Medicina de Itajubá – 2021 Letícia Lima Abertura: 17/05/2021 Fechamento: 20/05/2021 · Termos desconhecidos: Não há · Formulação do problema: · Pápulas: lesão menor que um centímetro, caracteriza por mudanças na cor e na textura da pele · Liquenificação: processo de alteração da pele, espessamento da pele com acentuação das marcas cutâneas normais · Brainstorming: · Qual a relação da hipersensibilidade com a dermatite atópica? · Qual a relação do local de aparecimento da doença? · Porque piora ao brincar com o cachorro ou no frio? · Conclusão: · É caracterizada por dor, calor, rubor, tumor e coceira · Objetivos: a dermatite é a inflamação da pele 1. Estudar a fisiopatologia e as manifestações clínicas da dermatite atópica 2. Diferenciar os tipos de dermatite 3. Citar o diagnóstico e tratamento da dermatite atópica Dermatite atópica · Também conhecida como eczema atópico · Doença inflamatória pruriginosa (coceira) da pele caracterizada por eritema mal definido com edema, vesículas e secreção na fase aguda e espessamento da pele (Liquenificação) na fase crônica · É a dermatose mais frequente na infância · Em 45% dos casos surge durante os primeiros 6 meses · Em 60% durante o primeiro ano · Em 85% dos casos, antes dos 5 anos · 75% das crianças com DA irão apresentar melhora entre os 10 e os 14 anos, mas 25% podem persistir com a doença na adolescência Fisiopatologia · Os fatores genéticos são importantes no desenvolvimento da doença, mas sua fisiopatologia é complexa e pouco compreendida · Parece resultar de uma interação complexa entre desregulação imune, disfunção da barreira epidérmica e anormalidades farmacofisiológicas · Um dos fatores envolvidos parecer ser uma disfunção imunológica · Estímulos antigênicos levando à ativação de um padrão Th2, liberação de citocinas, aumento dos níveis de IgE e Eosinofilia, com alteração secundária da barreira cutânea · Entretanto, ocorre uma inversão deste padrão para Th1 nas fases crônicas da doença · O trauma mecânico causado pela coçadura também libera citocinas pró-inflamatórias das células epidérmicas, perpetuando a inflamação · A outra hipótese defende uma alteração primária da barreira cutânea e as alterações imunológicas seriam um epifenômeno (secundário a isto) · Alguns estudos demonstram mutações do gen da filagrina (principal proteína necessária para a formação da camada córnea – primeira barreira de proteção da pele) associadas ao início precoce da DA e à presença de ictiose vulgar (conjunto de condições que causam alterações na epiderme) · Ocorre, ainda, aumento da perda transepidérmica de água, alteração dos corpos lamelares provavelmente por anormalidades na produção das ceramidas e estas alterações levam ao aumento da penetração de alérgenos ambientais, aumentando a inflamação e a sensibilização · As alterações farmacofisiológicas incluem o aumento dos níveis de atividade da fosfodiesterase nos monócitos dos pacientes atópicos, o que levaria ao aumento da produção de prostaglandinas e IL-10, as quais inibem a função Th1 e aumentam a produção de IgE Manifestações clínicas · Se manifesta de modo diferente em pessoas de idades distintas (Crianças e adultos) · Lactentes · Lesões ocorrem principalmente na face, no couro cabeludo, no tronco e na região extensora dos membros · As lesões iniciais são pápulas ou placas eritematosas pruriginosas, várias delas com exsudação e crosta hemática · A Liquenificação nessa faixa etária é rara · Pré-puberal (2-10 anos) · A pele é seca e áspera, o prurido ocorre principalmente nas áreas das pregas antecubitais e poplíteas, levando à Liquenificação (espessamento) e ao aparecimento de placas circunscritas, eritematosas, descamativas e exsudativas · Lesões periorbitária, periorais, fissura infralobular, dupla prega palpebral (Dennie Morgan) e olheiras são comuns · O prurido é intenso · A exsudação pode levar à formação de crostas hemáticas e a infecção secundária por estafilococo é comum · Puberal · As lesões são mais frequentes nas pregas flexoras dos braços, pescoço e pernas · Pode haver acometimento isolada da face ou do dorso das mãos e pés · Nos casos crônicos, a pele é seca, coriácea e liquenificada Fatores desencadeantes · Genética · História familiar de DA é comum · Vários genes foram identificados (5q31-33) e eles codificam citocinas envolvidas com a regulação da síntese de IgE · Infecção · Há um aumento da colonização da pele das pessoas com DA pelo S. aureus · A infecção geralmente causa piora da DA e já foi proposto que o S. aureus aja como um superantígeno · Clima · Em extremos de temperatura as exacerbações da DA são frequentes · Há pouca tolerância ao calor e o clima seco piora a xerose · A exposição solar tende a melhorar as lesões, mas há prurido nos locais de maior sudorese · Esses fatores externos agem como irritantes ou alérgenos, iniciando a cascata de inflamação Diagnóstico · Depende da exclusão de outros diagnósticos, como escabiose, dermatite de contato, dermatite seborreica, linfoma cutâneo, ictiose, psoríase, imunodeficiências, entre outras doenças primarias · A falta de um bom marcador bioquímico para o diagnóstico é um grande obstáculo ao estudo dessa dermatose · Bacterioscopia e cultura das lesões de pele podem auxiliar no isolamento do germe envolvido no caso de infecção secundária e a identificar a sensibilidade antibiótica · Testes alérgicos são de pouca valia e os exames podem servir mais para excluir diagnósticos diferenciais Tratamento · É voltado às anormalidades subjacentes: ressecamento, prurido, infecção e inflamação · Há um programa de orientações abrangendo a causa da doença, as medidas de tratamento e atitudes para evitar mudanças de temperatura e estresse a fim de minimizar as respostas vasculares e sudoríferas · O tratamento básico começa com o cuidado ideal da pele, abordando o defeito na barreira da pele com o uso contínuo de emolientes e hidratação da pele, juntamente com os cuidados no tocante à exposição a substâncias irritantes ambientais e alimentos que causem exacerbações dos sintomas · Os emolientes são amplamente utilizados para aliviar o problema de pele seca e o prurido · Uma característica chave da DA é o ressecamento da pele causado por uma disfunção na barreira da pele, com a perda de água transepidérmica; esta é acompanhada por prurido intenso e inflamação · Contato com a água deve ser minimizado · Tomar banho com água morna e sabão neutro · Os banhos ressecam a pele · Contudo, é importante manter um baixo nível de microrganismos para impedir infecções · Os corticosteroides tópicas são um tratamento importante para os surtos agudos, mas podem causar efeitos colaterais locais e sistêmicos · Sua potência é classificada pelo potencial de vasoconstrição · Potências fracas ou moderadas são utilizadas na face e nas áreas genitais; potência moderada ou elevada são utilizadas em outras áreas do corpo · Aqueles de baixa potência podem ser suficientes em todas as áreas do corpo em crianças ou mais jovens · Uma das principais preocupações do uso é o adelgaçamento da pele · Outra preocupação é a supressão suprarrenal secundária e a supressão do crescimento em crianças resultantes da absorção sistêmica · O tratamento com envoltórios úmidos, no qual um curativo úmido é aplicado sobre emolientes em combinação com antissépticos tópicos (p.ex. triclosana, clorexidina) ou corticosteroides tópicos, tem se mostrado benéfico em alguns casos de dermatite atópica · A infecção secundária por S. aureus é comum e geralmente é tratada com regimes curtos de antibióticos · Os corticosteroides a curto prazo também são usados durante os surtos agudos em pacientes adultos · A ciclosporina e a azatioprina, ambos agentes imunossupressores, também podem ser utilizados, levando-se em consideração os seus efeitos potencialmente nocivos · Os anti-histamínicos são úteis por seus efeitos sedativos e podem ser úteis durante os episódios de prurido intenso · A fototerapia isolada ouem combinação aos corticosteroides durante as crises agudas é frequentemente praticada, com resultados benéficos
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