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DIREITO EMPRESARIAL REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS

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DIREITO EMPRESARIAL – REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS
Para compreender o Sistema Nacional de Registro Público de Empresas Mercantis, é fundamental analisar o seguinte organograma:
Sistema Nacional de Registro Público de Empresas Mercantis
· Órgão Federal: DREI (Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração)
· Substituiu o antigo DNRC (Departamento Nacional de Registro do Comércio).
· Responsável por uma ampla gama de competências, conforme a Lei n.º 8.934/94.
· Área Técnica:
· Supervisão das Juntas Comerciais.
· Orientação para Juntas Comerciais e outros envolvidos no Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis.
· Coordenação do registro público de empresas mercantis e da atuação das Juntas Comerciais em todo o Brasil.
· Elaboração de atos normativos, incluindo as Instruções Normativas do DREI.
· Área Administrativa:
· Competência supletiva, pois a Junta Comercial possui competência administrativa principal.
· A organização administrativa da Junta Comercial é de responsabilidade do governo do Estado ou do Distrito Federal ao qual ela está vinculada.
Mudança na Subordinação Administrativa:
· De acordo com a Lei n.º 13.833/2019, todas as Juntas Comerciais estão agora subordinadas administrativamente aos respectivos governos estaduais ou ao governo do Distrito Federal.
· A subordinação técnica ao DREI permanece.
Implicações na Competência Jurisdicional:
· A subordinação administrativa à Junta Comercial afeta a competência jurisdicional para casos de mandado de segurança contra atos do presidente da Junta Comercial.
· Questões administrativas competem à Justiça Estadual ou à Justiça do Distrito Federal na área fazendária.
· Questões técnicas de direito empresarial competem à Justiça Federal.
· A competência jurisdicional varia com base na natureza (administrativa ou técnica) da questão em discussão.
Competências da Junta Comercial:
· A Junta Comercial possui diversas competências, conforme estabelecidas no artigo 32 da Lei n.º 8.934/94.
1. Matrícula e cancelamento de leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais.
2. Arquivamento de documentos relacionados à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas.
3. Arquivamento de atos relacionados a consórcios e grupos de sociedade (Lei nº 6.404/1976).
4. Arquivamento de atos referentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a operar no Brasil.
5. Declarações de microempresas.
6. Arquivamento de outros atos ou documentos designados por lei ou que sejam do interesse de empresários e empresas mercantis.
7. Assentamento de usos e práticas mercantis.
Efeitos do Arquivamento:
· O artigo 36 da Lei n.º 8.934/94 estabelece que os documentos devem ser apresentados à Junta Comercial dentro de 30 dias a partir de sua assinatura.
· Se apresentados dentro desse prazo e deferidos, os efeitos do arquivamento retroagem à data de assinatura.
· Se apresentados após 30 dias, os efeitos do arquivamento começam a partir da data do deferimento pelo órgão competente.
Isso significa que, em casos de atraso no arquivamento, os efeitos de um ato empresarial não retroagirão à data de sua assinatura, o que pode ter implicações importantes para o status legal da empresa e seus negócios. É essencial observar atentamente esses prazos e efeitos para garantir o cumprimento das regulamentações empresariais.
1.3 Hipóteses de decisão colegiada
Vamos agora abordar o artigo 41 da Lei n.º 8.934/94, que estabelece as situações em que é obrigatória uma decisão colegiada dentro da Junta Comercial. As decisões podem ser tomadas de forma colegiada ou singular, dependendo da situação. Então, quando uma decisão deve ser tomada de forma singular e quando é exigida a decisão colegiada?
As hipóteses que requerem uma decisão colegiada estão descritas no artigo 41 da referida lei. No entanto, quando o cenário não se enquadra nessas hipóteses específicas, a decisão pode ser tomada de forma singular. O artigo 41 estabelece que estão sujeitos ao regime de decisão colegiada pelas juntas comerciais:
I. O arquivamento dos atos de constituição de sociedades anônimas. II. O arquivamento dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de empresas mercantis. III. O arquivamento dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conforme previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. IV. O julgamento do recurso previsto nesta lei.
Portanto, em relação a essas situações, a decisão deve ser necessariamente colegiada. Porém, ao examinar o artigo 41, percebemos que as sociedades limitadas não se encaixam nessas hipóteses, o que significa que, para essas sociedades, a decisão pode ser tomada de forma singular. O artigo 42 esclarece isso:
Art. 42. Os atos próprios do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, que não estão previstos no artigo anterior, podem ser objeto de decisão singular proferida pelo presidente da junta comercial, por vogal ou servidor com comprovados conhecimentos de Direito Comercial e Registro de Empresas Mercantis.
Portanto, se a situação envolve uma sociedade limitada, a decisão será tomada de forma singular. No entanto, quando se trata de sociedades anônimas ou de outras situações mencionadas no artigo 41, a decisão deve ser colegiada.
É essencial lembrar essas distinções, pois, quando a situação não se encaixar em nenhuma das hipóteses mencionadas, a decisão será singular.
1.4 Processo revisional na junta comercial
Continuando na Lei n.º 8.934/94, é crucial abordar o processo revisional na Junta Comercial, que envolve três cenários: pedido de reconsideração, recurso ao plenário e recurso ao DREI.
O artigo 44 detalha esses três cenários de revisão presentes na lei. O inciso I trata do pedido de reconsideração, o inciso II se refere ao recurso ao plenário e o inciso III aborda o recurso ao DREI. O âmbito de aplicação do pedido de reconsideração é definido no artigo 45:
Art. 45. O pedido de reconsideração tem como objetivo obter a revisão de despachos singulares ou de Turmas que formulam exigências para o deferimento do arquivamento. Deve ser apresentado no prazo para cumprimento da exigência para apreciação pela autoridade recorrida em 3 (três) dias úteis ou 5 (cinco) dias úteis, respectivamente.
Portanto, o pedido de reconsideração é apropriado quando se busca a revisão de despachos singulares ou de Turmas que fazem exigências para o deferimento do arquivamento.
Já o artigo 46 estabelece o recurso ao plenário, que é aplicável a todas as decisões definitivas, sejam elas singulares ou de Turmas, ou seja, decisões colegiadas:
Art. 46. Das decisões definitivas, singulares ou de Turmas, cabe recurso ao plenário, que deve ser decidido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar da data do recebimento da peça recursal, ouvida a procuradoria, no prazo de 10 (dez) dias, quando a mesma não for a recorrente.
Por fim, o artigo 47 estabelece o recurso ao DREI, que é uma instância administrativa final para recursos:
Art. 47. Das decisões do plenário cabe recurso ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração como última instância administrativa.
Portanto, esses são os aspectos do processo revisional na Lei n.º 8.934/94.
1.5 Efeitos e prazos dos recursos
O artigo 49 da lei estipula que os recursos previstos não têm efeito suspensivo, o que significa que a execução das decisões não é suspensa durante a análise dos recursos.
Além disso, o artigo 50 estabelece que todos os recursos previstos na lei devem ser interpostos no prazo de 10 dias úteis. Esse prazo começa a contar a partir da data da intimação da parte ou da publicação do ato no órgão oficial de publicidade da junta comercial.
É crucial estar ciente de que todos os recursos não têm efeito suspensivo e que devem ser apresentados dentro do prazo de 10 dias úteis.
1.6 Artigos relevantes
Existem outros dispositivos interessantes na lei. O artigo 35-A foi inserido pela Lei n.º 14.195/2021, permitindo que empresários oupessoas jurídicas utilizem o número de inscrição no CNPJ como nome empresarial, seguido da partícula identificadora do tipo societário ou jurídico, quando exigido por lei.
O artigo 59 é uma questão polêmica. Ele estabelece que, ao expirar o prazo de uma sociedade constituída por tempo determinado, ela perderá a proteção do nome empresarial. No entanto, essa regra deve ser analisada à luz do artigo 1.033 do Código Civil, que permite a prorrogação da sociedade por tempo indeterminado.
Portanto, se uma sociedade for encerrada ou tiver seu prazo determinado expirado, mas os sócios decidirem prorrogá-la por tempo indeterminado, a proteção do nome empresarial não será perdida. É fundamental comunicar essa deliberação à Junta Comercial, conforme estabelecido no artigo 1.033, I. Além disso, o artigo 64 da lei estabelece que a certidão dos atos de constituição e alteração de empresários individuais e sociedades mercantis, fornecida pelas juntas comerciais, é o documento hábil para a transferência de bens para a sociedade por meio do registro público competente.
Outro ponto relevante refere-se ao artigo 35, VII, "a" e "b", que trata da incorporação de imóveis à sociedade por meio de contrato social. O texto estabelece a necessidade de uma descrição detalhada do imóvel e da obtenção de outorga conjugal, quando necessária. Isso dispensa a necessidade de uma escritura pública. No entanto, essa exceção se aplica somente ao ato de incorporação. Se a situação envolver a desincorporação de imóveis da sociedade para os sócios, a escritura pública será necessária.
Um último aspecto importante a ser considerado é a incidência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). O CTN e a Constituição estabelecem que, como regra geral, não há incidência desse imposto quando um imóvel é incorporado ao capital social ou desincorporado, desde que o objeto da sociedade não esteja relacionado à compra e venda de imóveis, locação de imóveis ou arrendamento mercantil. No entanto, a incidência pode ocorrer se a atividade relacionada a imóveis for preponderante na receita operacional da sociedade.
É importante ter em mente que, além das regras gerais, há exceções e aspectos específicos que precisam ser considerados em situações relacionadas à incorporação e desincorporação de imóveis no contexto empresarial.
A escrituração do empresário é um tópico de extrema importância no direito empresarial, uma vez que envolve questões relacionadas ao Código de Processo Civil e à matéria probatória. A escrituração dos livros de um empresário não apenas pode servir como prova a seu favor, mas também pode ser utilizada contra ele. Neste artigo, abordaremos os principais aspectos relacionados à escrituração do empresário.
Obrigações de Escrituração: De acordo com o artigo 1.179 do Código Civil, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a manter um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, que seja baseado na escrituração uniforme de seus livros, correspondente à documentação pertinente. Além disso, eles devem elaborar anualmente o balanço patrimonial e o balanço de resultado econômico.
Exceção para Pequenos Empresários: No entanto, é importante destacar que o pequeno empresário, conforme definido no artigo 970 do Código Civil, está dispensado dessas obrigações. A definição de pequeno empresário é encontrada na Lei Complementar nº 123/2006, artigo 68, que estabelece que o pequeno empresário é aquele que atende a três requisitos: ser empresário individual, estar enquadrado como microempresa (com receita bruta de até R$ 360.000,00) e com receita bruta anual não superior a R$ 81.000,00. Essas regras também se aplicam ao Microempreendedor Individual (MEI).
Autenticação dos Livros: Os livros empresariais obrigatórios devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis antes de serem utilizados, exceto para os livros não obrigatórios, que podem ser autenticados mesmo que a empresa não seja registrada.
Presunção Relativa e Sigilo: Os livros empresariais gozam de sigilo, embora esse sigilo não seja absoluto. A autoridade fazendária e a autoridade judicial podem examinar os livros empresariais, mas apenas no âmbito do objeto da investigação. Existe uma presunção relativa de veracidade dos lançamentos nos livros empresariais, o que significa que esses lançamentos são considerados verdadeiros, a menos que o empresário demonstre o contrário por meios permitidos em direito.
Nome Empresarial: O nome empresarial é um elemento fundamental para identificar o empresário e sua atividade comercial. Ele é distinto de uma marca ou título de estabelecimento. O nome empresarial pode assumir diferentes formas, como firma ou denominação, dependendo do tipo de empresa. Empresários individuais e algumas sociedades podem usar firma ou denominação, enquanto sociedades anônimas e cooperativas usam a denominação.
Princípios do Nome Empresarial: Os princípios que regem o nome empresarial incluem o atributivo (proteção após registro), veracidade (deve refletir a realidade) e novidade (não pode ser idêntico a outro nome empresarial já registrado). No entanto, a novidade pode ser relativizada em alguns casos, desde que as atividades comerciais sejam distintas e não haja risco de confusão.
Este artigo abordou os principais aspectos relacionados à escrituração do empresário e ao nome empresarial. É fundamental que empresários compreendam suas obrigações de escrituração e garantam que seus nomes empresariais estejam em conformidade com a lei.
Nome Empresarial
O nome empresarial, como definido no Artigo 1.155 do Código Civil, é um elemento crucial no registro de empresas e na sua operação. Existem regras e regulamentações que determinam como o nome empresarial deve ser usado e protegido. Vamos explorar alguns aspectos importantes relacionados a esse tópico.
Proteção do Nome Empresarial por Território
A proteção do nome empresarial é delimitada geograficamente, de acordo com o território no qual ele é registrado. Por exemplo, quando uma empresa registra seu ato constitutivo na Junta Comercial do Rio de Janeiro, a proteção desse nome será válida apenas no estado do Rio de Janeiro, de acordo com o Artigo 1.166 do Código Civil.
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.
Se uma empresa deseja proteger seu nome empresarial além do território estadual, é necessário averbá-lo em cada Junta Comercial onde deseja obter essa proteção. Somente assim é possível obter a proteção nacional do nome empresarial. No geral, a proteção do nome empresarial é restrita ao território do estado onde a Junta Comercial atua ou, no caso do Distrito Federal, à sua jurisdição.
Nome Empresarial de Sociedade Limitada
É importante observar que as sociedades limitadas devem adotar uma firma ou denominação que contenha a palavra final "limitada" ou sua abreviação, de acordo com o Artigo 1.158, §1º do Código Civil.
Art. 1.158, § 1º, CC. A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
A regra geral é que a sociedade limitada pode usar tanto firma quanto denominação. No entanto, a firma não pode ser usada se todos os sócios forem pessoas jurídicas, pois a firma deve obrigatoriamente conter o nome de um ou mais sócios, desde que sejam pessoas físicas. Se todos os sócios forem pessoas jurídicas, a adoção do nome empresarial na forma de firma não é possível.
Além disso, o Artigo 1.158, §2º do Código Civil estabelece que a denominação deve descrever o objeto da sociedade e pode conter o nome de um ou mais sócios. No entanto, essa indicação do objeto é opcional, exceto para sociedades limitadas, devido à regra especial do Artigo 1.158, §2º. É importante prestar atenção também no §3º desse artigo.
Art. 1.158, §2º, CC. A denominação devedesignar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. Art. 35, III, L. 8.934/94. Os atos constitutivos de empresas mercantis que, além das cláusulas exigidas em lei, não designarem o respectivo capital e a declaração de seu objeto, cuja indicação no nome empresarial é facultativa.
A indicação do objeto empresarial é facultativa, com exceção das sociedades limitadas devido à regra do Artigo 1.158, §2º. Por fim, o §3º desse artigo estabelece que a omissão da palavra "limitada" na firma ou denominação de uma sociedade limitada resulta na responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que utilizarem o nome empresarial sem essa expressão. É importante destacar que essa responsabilidade não recai sobre os sócios, mas sim sobre os administradores que empregam a firma ou denominação sem a expressão "limitada".
Art. 1.158, § 3º, CC. A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
Proteção e Conflitos do Nome Empresarial
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação, conforme estabelecido no Artigo 1.164. No entanto, o parágrafo único desse artigo traz uma exceção:
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Isso significa que o nome empresarial não pode ser vendido, mas no caso de transferência de estabelecimento, o adquirente pode, se permitido pelo contrato, usar o nome do alienante com a adição de "sucessor de". No entanto, essa condição se aplica apenas a casos de trespasse e quando permitido pelo contrato.
Além disso, o número de identificação nacional de pessoas jurídicas (CNPJ) pode servir como exemplo de nome empresarial. O Artigo 59 da Lei n.º 8.934/94 estabelece que, após o término do prazo de uma sociedade de prazo determinado, essa sociedade perderá a proteção de seu nome empresarial.
Art. 59. Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perderá a proteção do seu nome empresarial.
No entanto, é importante lembrar que o Artigo 1.033 do Código Civil permite a prorrogação de sociedades de prazo determinado por tempo indeterminado. Além disso, o Artigo 1.167 do Código Civil estabelece que qualquer pessoa prejudicada pode, a qualquer momento, propor uma ação para anular o registro do nome empresarial feito com violação da lei ou do contrato.
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
Portanto, essa ação não está sujeita a prazos específicos. Além disso, o Enunciado n.º 1 da I Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal (CJF) estabelece que uma decisão judicial que considera o nome empresarial violador do direito de marca não implica a anulação do respectivo registro no órgão próprio, preservando o direito do empresário de alterá-lo, se necessário.
Enunciado 1 da I Jornada de Direito Comercial do CJF. Decisão judicial que considera ser o nome empresarial violador do direito de marca não implica a anulação do respectivo registro no órgão próprio nem lhe retira os efeitos, preservado o direito de o empresário alterá-lo.
Nesse contexto, é importante observar que o nome empresarial e a marca são institutos com finalidades distintas. Embora a marca tenha proteção nacional, o nome empresarial tem proteção territorial, como mencionado anteriormente.
Conflito entre Nome Empresarial e Marca
O conflito entre nome empresarial e marca pode surgir em determinadas situações. O Artigo 124, V da Lei de Propriedade Industrial, que impede o registro de marcas que reproduzam ou imitem elementos característicos ou diferenciadores do nome empresarial de terceiros, desde que possam causar confusão ou associação.
Art. 124, V, da Lei n.º 9.279/1996. A reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de nome empresarial de terceiros constitui óbice ao registro da marca, desde que suscetível de causar confusão ou associação.
No entanto, a interpretação desse artigo deve ser feita de maneira restritiva e em consonância com o Artigo 1.166 do Código Civil, que estabelece as regras de proteção territorial do nome empresarial.
O conflito entre nome empresarial e marca só ocorre quando o nome empresarial tem proteção territorial em todo o país e quando ambos atuam no mesmo ramo de atividade, de forma a causar confusão. Nesse caso, o conflito é solucionado com base na anterioridade, ou seja, qual foi registrado primeiro. Somente se esses dois requisitos forem atendidos haverá impedimento para o registro da marca.
Nome de Domínio e Marca
No que diz respeito ao conflito entre nome de domínio e marca, o nome de domínio é considerado parte do estabelecimento empresarial como um bem intangível e está sujeito ao princípio "First Come, First Served". Isso significa que o registro de um nome de domínio na internet é concedido ao primeiro requerente que atender aos requisitos para o registro, independentemente de questões de similitude de nome empresarial. No entanto, um detentor de uma marca registrada semelhante pode contestar o uso do nome de domínio se provar má-fé por parte do titular do domínio e confusão no mercado consumidor em relação à marca.
Conclusão
O nome empresarial desempenha um papel fundamental na identificação e proteção das empresas. Sua proteção é delimitada geograficamente, e conflitos podem surgir quando há similitude entre nomes empresariais e marcas, bem como em questões de nome de domínio na internet. Portanto, entender as regras e regulamentações que envolvem o nome empresarial é essencial para o sucesso e a conformidade das empresas no ambiente comercial.

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