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Direito Empresarial - Nova Concursos - 2020pgdf

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DIREITO EMPRESARIAL
ÍNDICE
Fundamentos do direito empresarial. Origem e evolução histórica, autonomia, fontes e características. Teoria 
da empresa. Empresário: conceito, caracterização, inscrição, capacidade; empresário individual; pequeno 
empresário. Lei Complementar nº 123/2006 (microempresa e empresa de pequeno porte). Prepostos do 
empresário. Institutos complementares: nome empresarial, estabelecimento empresarial, escrituração.................. 01
Registro de empresa. Órgãos de registro de empresa. Atos de registro de empresa. Processo decisório do 
registro de empresa. Inatividade da empresa. Empresário irregular. Lei nº 8.934/1994 e suas alterações................ 13
Propriedade industrial. Lei nº 9.279/1996. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Propriedade 
industrial e direitos autorais. Patentes. Desenho industrial. Marca: espécies. Procedimento de registro. Indicações 
geográficas........................................................................................................................................................................................................ 24
Direito societário. Sociedade empresária: conceito, terminologia, ato constitutivo. Sociedades simples e 
empresárias. Personalização da sociedade empresária. Classificação das sociedades empresárias. Sociedade 
irregular. Teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Desconsideração inversa. Regime jurídico dos 
sócios. Sociedade limitada. Sociedade anônima. Lei nº 6.404/1976 e suas alterações. Sociedade em nome coletivo. 
Sociedade em comandita simples. Sociedade em comandita por ações. Operações societárias: transformação, 
incorporação, fusão e cisão. Relações entre sociedades: coligações de sociedades, grupos societários, 
consórcios, sociedade subsidiária integral, sociedade de propósito específico. Dissolução, liquidação e extinção 
das sociedades. Concentração empresarial e defesa da livre concorrência........................................................................... 27
Direito falimentar. Lei nº 11.101/2005. Falência e recuperação de empresas (Lei nº 11.101/2005). Recuperação 
judicial e extrajudicial. Aprovação do plano de recuperação judicial. Classificação de créditos e tratamento 
aplicável ao crédito tributário. Principais atribuições da assembleia geral de credores, do administrador judicial e 
do comitê de credores. Hipóteses de decretação de falência. Efeitos da falência quanto à pessoa do falido, quanto 
às obrigações do falido, quanto aos contratos e quanto aos bens do falido. Arrecadação. Ação de responsabilidade. 
Pedido de Restituição. Embargos de Terceiro. Realização do ativo. Pagamento do passivo. Encerramento da falência 
e extinção das obrigações do falido....................................................................................................................................................... 42
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FUNDAMENTOS DO 
DIREITO EMPRESARIAL. ORIGEM E 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA, AUTONOMIA, 
FONTES E CARACTERÍSTICAS. 
TEORIA DA EMPRESA. EMPRESÁRIO: 
CONCEITO, CARACTERIZAÇÃO, 
INSCRIÇÃO, CAPACIDADE; EMPRESÁRIO 
INDIVIDUAL; PEQUENO EMPRESÁRIO. 
LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006 
(MICROEMPRESA E EMPRESA DE 
PEQUENO PORTE). PREPOSTOS 
DO EMPRESÁRIO. INSTITUTOS 
COMPLEMENTARES: NOME EMPRESARIAL, 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL, 
ESCRITURAÇÃO.
FUNDAMENTOS DO DIREITO EMPRESARIAL. ORI-
GEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA, AUTONOMIA, FON-
TES E CARACTERÍSTICAS. 
O Direito Comercial junto ao Direito Civil forma o que 
se denomina Direito Privado, assim dividido sistemático 
e unicamente para fins didáticos (uma vez que o Direito, 
verdadeiramente uno, se inter-relaciona em todos os 
seus ramos). 
Embora o comércio já existisse desde priscas eras, o 
Direito Comercial surge como sistema na Idade Média, 
por meio do desenvolvimento das “corporações de 
ofício”, formadas pela burguesia que vivia do comércio 
junto aos feudos, e que estipulava regras jurídicas mais 
dinâmicas e próprias de suas atividades, diferente das 
regras do Direito Romano e Canônico. 
Evolução Histórica
São três as fases da evolução do Direito Comercial: 
1. período subjetivista: Corporações de ofício - ju-
risdição própria e regras baseadas nos usos e nos 
costumes. O Direito comercial é o direito aplicável 
aos integrantes de uma específica corporação de 
ofício. Possuía o caráter classista e corporativo. 
2. período objetivista: iniciado com o liberalismo eco-
nômico preconizado pela burguesia, consolida-se 
com o Código Comercial francês, que influencia a 
criação do Código Comercial brasileiro; 
Sistema francês (atos de comércio) – Houve “a obje-
tivação do direito comercial, isto é, a sua transformação 
em disciplina jurídica aplicável a determinados atos e não 
a determinadas pessoas, relacionando-se não apenas 
com o princípio da igualdade dos cidadãos, mas tam-
bém com o fortalecimento do estado nacional ante os 
organismos corporativos” (Curso de Direito Comercial, 
Fábio Ulhôa, pág. 14). “Qualquer cidadão pode exercer a 
atividade mercantil e não apenas aos aceitos em deter-
minada associação profissional (a corporação de ofício 
dos comerciantes)” (Idem, pág. 14). As corporações de 
ofício foram extintas durante este período. (implicou na 
abolição do corporativismo, porque deixou de ficar res-
trito a determinado grupo). O sistema francês é baseado 
nos atos de comércio – grupo de atos, sem que entre eles 
se possa encontrar qualquer elemento interno de liga-
ção, o que acarretaria indefinições no tocante a natureza 
mercantil de algumas delas. Implicou um fracionamento 
nas atividades civis e comerciais pela natureza do objeto.
Analisando o conjunto de atos, o comercialista Rocco 
identificou a intermediação ou interpolação como ele-
mento comum. Entre o produtor e o consumidor, haveria 
a interposição do comerciante que buscaria o lucro. Es-
tariam excluídas as atividade imobiliárias (bens imóveis 
ou de raiz) diante do caráter sacro da propriedade. OBS: 
Essa visão não é compartilhada por Fábio Ulhôa, confor-
me demonstra a seguinte passagem: “A teoria dos atos 
de comércio resume-se, rigorosamente falando, a uma 
relação de atividades econômicas, sem que entre elas se 
possa encontrar qualquer elemento interno de ligação, o 
acarreta indefinições no tocante à natureza mercantil de 
algumas delas” 
Embora o Código Comercial brasileiro de 1850 se ba-
seasse no sistema francês, não adotou expressamente 
a nomenclatura atos de comércio, utilizando-se do vo-
cábulo “mercancia” (Art. 4º do Código Comercial). Em 
complemento a este diploma, foi editado o Regulamento 
737 (art. 19) que enumerou atividades que considerariam 
mercancia: Compra e venda ou troca de bens móveis ou 
semoventes, no atacado ou varejo, para revenda ou alu-
guel; operações de câmbio, banco, corretagem, expedi-
ção, consignação e transporte de mercadorias; espetácu-
los públicos; indústrias, seguro, fretamento e quaisquer 
contratos relacionados a comércio marítimo, além de 
armação e expedição de navios.
A Teoria dos atos de Comércio não consegui acompa-
nhar a dinâmica econômica, porque surgiram uma série 
de atividades que não se enquadrariam no seu conceito 
como a prestação de serviços em massa e as atividades 
agrícolas. 
3. período correspondente ao Direito Empresarial: Em 
evolução e abraçado pelo novo Código Civil, leva 
em conta a organização e efetivo desenvolvimento 
de atividade econômica organizada. 
Sistema italiano (teoria da empresa) - O foco passa 
do ato para a atividade. “Vista como a consagração da 
tese da unificação do direito privado, essa teoria, contu-
do, bem examinada, apenas desloca a fronteira entre os 
regimes civil e comercial. No sistema francês, excluem-se 
atividades de grande importância econômica – como a 
prestação de serviços, agricultura, pecuária, negociação 
imobiliária – do âmbito de incidência do direito mercan-
til, ao passo, que, no italiano, cria-se um regime geral 
para o exercício da atividade economia, excluindo-sede-
terminadas atividades de menor expressão, tais as dos 
profissionais liberais ou dos pequenos comerciantes” 
(Idem, pág. 17 – com alterações). A consagração legisla-
tiva da “Teoria da Empresa” ocorreu com a promulgação 
do Códice Civile em 1942.
“Conceitua-se empresa como sendo atividade, cuja 
marca essencial é a obtenção de lucros com o ofereci-
mento ao mercado de bens ou serviços, gerados estes 
mediante a organização dos fatores de produção (for-
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ça de trabalho, matéria-prima, capital e tecnologia)” O 
empresário é identificado levando-se em conta a ativi-
dade por ele desempenhada. Portanto, o foco do direito 
comercial atual é a empresa, entendida esta como uma 
atividade profissional, econômica e organizada, voltada 
à obtenção de lucros. Para tanto, o empresário ou a so-
ciedade que a desenvolvem assumem riscos e colocam à 
disposição do consumidor produtos ou serviços. 
“A ‘Teoria da Empresa’, que inspirou a reforma legis-
lativa comercial de diversos países, teve sua efetiva inser-
ção no ordenamento nacional somente com o advento 
do Código Civil de 2002. A Primeira Parte do Código Co-
mercial de 1850 foi expressamente derrogado pelo Códi-
go Civil (art. 2045), que em seu Livro II tratou do “direito 
de empresa” (arts. 966 a 1195). Atualmente, somente a 
parte referente ao comércio marítimo (arts. 457 a 796) 
continua vigente no Código Comercial. 
O Novo Código Civil, então, revogando parcialmen-
te o Código Comercial, consagrou o regime jurídico do 
empresário e da sociedade empresária. Além disso, cui-
dou também de contratos comerciais e títulos de crédito 
(CC/02, Arts. 887 a 926)
Antes mesmo da sua efetiva incorporação ao sistema 
pátrio, o direito brasileiro já vinha se aproximando gra-
dualmente da teoria da empresa através da edição de 
alguns diplomas legislativos:
- CDC – definiu fornecedor independente do gênero 
de atividade econômica desenvolvida;
- Lei 8.245/91 (Lei de Locações) – dispôs sobre a re-
novação compulsória independentemente da qua-
lidade de empresário ao estendê-lo às sociedade 
civis com fim lucrativo (§ 4º do art. 51), eliminando 
o privilégio que a Lei de Luvas havia estabelecido 
em favor apenas dos exercentes de atividade co-
mercial
- Lei 8.934/94 (Registro Público de Empresas Mercan-
tis e atividade Afins) – Art. 2º Os atos das firmas 
mercantis individuais e das sociedades mercantis 
serão arquivados no Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins, independentemente 
de seu objeto, salvo as exceções previstas em lei.
Autonomia
O fato de grande parte da disciplina do direito comer-
cial encontrar-se inserida no Código Civil não significa 
que houve confusão ou unificação do direito comercial 
ao civil. Tais ramos do direito são autônomos e indepen-
dentes, com regras, princípios e estrutura próprios. O Di-
reito comercial é dotado de autonomia 
- legislativa – CF/88, Art. 22. Compete privativamente 
à União legislar sobre: (...) I - direito civil, comercial, 
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, ae-
ronáutico, espacial e do trabalho;
- científica ou profissional – o direito comercial de-
tém algumas características que lhe são peculiares, 
possuindo princípios próprios, o que lhe confere 
um campo de atuação profissional específico;
- didática – constitui uma disciplina curricular autôno-
ma e essencial nas Faculdades de Direito
Enunciado 75 do CJF – Art. 2.045: a disciplina de ma-
téria mercantil no novo Código Civil não afeta a autono-
mia do Direito Comercial. 
Características do Direito Comercial 
Enquanto ramos com natureza e estrutura de direito 
privado, o direito comercial detém algumas característi-
cas que são peculiares, destacando-se, dentre elas, 
- “cosmopolitismo” – porque criado e renovado cons-
tantemente pela dinâmica econômica mundial. Por 
essa razão, a legislação comercial esta repleta de 
leis e convenções internacionais. Por exemplo, em 
relação à propriedade industrial, o Brasil é unionis-
ta, signatário da Convenção de Paris para a Pro-
teção da Propriedade Industrial, em vigor desde 
1883, Leis Uniforme de Genebra sobre letra de 
câmbio, nota promissória e cheque (Decretos n.º 
57.595/66 e 57.663/66) 
- “menos formal” ou informalismo – é mais simples 
sem ser, contudo, simplista. Decorre da própria na-
tureza do comércio atual realizado através de ope-
rações em massa (contratos de adesão), transações 
eletrônicas e globalizadas que não admitem o sis-
tema seja lapidado com formalismo e exigência 
excessivas. 
- mais “elástico” – exige maior dinâmica ante as ino-
vações que diuturnamente se operam no comér-
cio, seu objeto. 
- fragmentarismo – não é composto por um sistema 
fechado de normas [a semelhança do Código Civil 
de 1916 que possuía as características de centra-
lidade, completude e exclusividade], mas sim por 
com um complexo de leis. A matéria não está reu-
nida num único Código. 
- onerosidade – Busca do lucro. Os atos se presumem 
onerosos (ex. mandato comercial é presumivel-
mente oneroso e não gratuito, como no mandato 
civil). Essa característica não impede, contudo, que 
as empresas pratiquem atos gratuitos no contexto 
da responsabilidade social. 
Lei 6.404/76, Art. 154. O administrador deve exercer 
as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para 
lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as 
exigências do bem público e da função social da empre-
sa. 
§ 4º O conselho de administração ou a diretoria po-
dem autorizar a prática de atos gratuitos razoáveis em 
benefício dos empregados ou da comunidade de que 
participe a empresa, tendo em vista suas responsabilida-
des sociais. Por Mayara Erick 
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EXERCÍCIO COMENTADO
1. (Prefeitura de Foz do Iguaçu - PR - Procurador do 
Município Júnior - FAFIPA – 2019). Analise as proposi-
ções a seguir:
I. Durante o período subjetivo, iniciado com a edição 
do Código Comercial, era adotada a Teoria dos Atos de 
Comércio, os quais eram definidos no referido diploma, 
ainda hoje vigente no ordenamento pátrio.
II. A Teoria da Empresa, preconiza a aplicação do Direito 
Empresarial tendo por alicerce a atividade exercida pelo 
empresário, e foi adotada a partir de 1850 com a edição 
do Código Comercial.
III. As corporações de ofício deram origem ao Direito 
Empresarial, sendo inseridas no período objetivo de sua 
evolução histórica.
Considerando as proposições acima, assinale a alternati-
va CORRETA:
a) Todas as proposições estão corretas.
b) Somente III está correta.
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Nenhuma proposição está correta.
Resposta: Letra E.
I - ERRADA, pois o período é objetivo.
2ª fase – caráter objetivista/sistema objetivo; teoria 
francesa dos atos de comércio (comerciante era quem 
praticava os atos de comércio; estes atos foram defi-
nidos no Regulamento n. 737/1850); a Lei n. 556/1850 
(Código Comercial brasileiro) adotou essa teoria fran-
cesa; porém, foi criticada por não conseguir justificar 
a incidência das normas de regime jurídico comercial 
a algumas atividades tipicamente econômicas, como a 
prestação de serviços, a negociação imobiliária, a agri-
cultura e a pecuária.
II. ERRADA, pois foi adotada pelo Código Civil de 2002.
3ª fase – caráter subjetivista moderno/sistema subjeti-
vo moderno; teoria italiana da empresa (empresário é 
quem exerce profissionalmente atividade econômica). 
Adotada pelo Código Civil de 2002, que revogou par-
cialmente o Código Comercial de 1850.
III. ERRADA, pois foram inseridas no período subjetivo.
1ª fase – caráter subjetivista clássico/sistema subjetivo 
clássico; teoria das corporações de ofício (o direito comer-
cial era direito dos membros das corporações de ofício).
TEORIA DA EMPRESA. EMPRESÁRIO: CONCEITO, 
CARACTERIZAÇÃO, INSCRIÇÃO,CAPACIDADE; EM-
PRESÁRIO INDIVIDUAL; PEQUENO EMPRESÁRIO. 
No Código Civil de 1916 vigorava a Teoria dos Atos 
de Comércio, cujo objetivo era fornecer os elementos 
necessários para a identificação do sujeito das regras do 
direito comercial, o comerciante. Nesta teoria, a sua ca-
racterização se dava em função da atividade desempe-
nhada.
O atual Código recepcionou a Teoria de Empresa, que 
objetiva fornecer os elementos necessários para a iden-
tificação do empresário, ou seja, o sujeito das regras do 
direito empresarial, portanto a sua caracterização está na 
forma e no modo como irá exercer a atividade.
Considera-se empresário quem exerce profissional-
mente atividade econômica organizada para a produção 
ou circulação de bens ou serviços. É preciso que haja 
exercício continuado da atividade empresarial, sendo 
que há uma sucessão repetida de atos praticados de for-
ma organizada, para que haja constantemente uma ofer-
ta de bens e serviços à coletividade. Doutrinadores, como 
Maria Helena Diniz, em Curso de Direito Civil Brasileiro, 
elenca os requisitos para haver o profissionalismo:
a) habitualidade ou prática continuada de uma série 
de atos empresariais;
b) pessoalidade, contratação de empregados para a 
produção e circulação de bens e serviços em nome 
do empregador e
c) monopólio de informações pelo empresário sobre 
condições de uso, qualidade do material ou servi-
ços, defeitos de fabricação, etc.
Os elementos do conceito empresário estão emba-
sados na:
- produção de bens: se caracteriza por transformar ou 
montagem.
- circulação de bens: faz a intermediação entre o pro-
dutor do bem e o consumidor final.
- prestação de serviços: o próprio termo já diz, se ca-
racteriza pela prestação.
- circulação de serviços: se caracteriza por fazer a 
intermediação dos serviços entre o prestador e o 
consumidor final
Pela teoria de empresa recepcionada pelo nosso Có-
digo em substituição a teoria dos atos de comércio, o 
empresário será caracterizado em função da forma pela 
qual ele irá exercer sua atividade. Portanto, será conside-
rado empresário quem exercer sua atividade econômica 
com profissionalismo e de modo organizado.
A propriedade empresarial deverá atender à função 
social, exigida pela nossa Constituição Federal, por isso 
o empresário deverá exercer sua atividade econômica 
organizada de produção e circulação de bens e serviços 
no mercado de consumo, de forma a prevalecer a livre 
concorrência sem que haja abuso de posição, proporcio-
nando meios para a efetiva defesa dos interesses do con-
sumidor e a redução de desigualdades sociais.
Portanto, a função social do contrato de sociedade e 
a da propriedade empresarial busca a boa-fé objetiva do 
empresário, a transparência negocial e a efetivação da 
justiça social.
Nos termos do art. 977, faculta-se aos cônjuges con-
tratar sociedade entre si, exceto se casados no regime de 
comunhão universal ou no regime de separação obriga-
tória. 
Dentre as obrigações dos empresários está:
a) registro - o empresário está obrigado a se inscrever 
no registro público de empresas mercantis de sua 
respectiva sede antes de iniciara exploração de sua 
atividade. A sua natureza é, em regra, declaratória, 
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pois não será a inscrição na junta que tornará o su-
jeito empresário, mas sim pela forma que exercerá 
sua atividade. Em sendo a atividade exercida rural, 
a natureza do registro será constitutiva, pois só se 
submeterá ao regime jurídico do direito empre-
sarial aquele que optar por sua inscrição na junta 
comercial.
b) escrituração - o empresário deverá manter regu-
larmente escriturados os livros que lhe são obri-
gatórios.
c) balanço - ele deverá levantar anualmente Balanço 
Patrimonial (bens, direitos e obrigações) e Balanço 
de Resultado Econômico (hoje, é a Demonstração 
de Resultado Econômico) - despesas, custos e re-
ceitas.
Vale ressaltar que os livros empresariais são dotados 
pelo sigilo, ou seja, nenhuma autoridade, juiz, ou tribu-
nal, sob qualquer pretexto, poderá ordenar ou fazer dili-
gência para verificar se o empresário observa ou não, na 
escrituração de seus livros, as formalidades prescritas em 
lei. Existem duas exceções:
a) o juiz poderá autorizar a exibição integral dos li-
vros, quando necessária, para resolver questões 
relativas à sucessão, sociedade ou comunhão, ad-
ministração ou gestão por conta de outrem ou em 
caso de falência.
b) as autoridades fazendárias poderão no exercício da 
fiscalização do pagamento de impostos exigirem, 
nos termos da lei, a exibição dos livros empresa-
riais.
Já no que se refere ao empresário individual, este é 
uma pessoa natural, que, registrando-se na Junta Comer-
cial, em nome próprio e empregando capital, natureza e 
insumos, entre outros atributos, atuando com profissio-
nalidade, exercendo, portanto, uma atividade econômica 
para produção ou circulação de bens ou serviços no mer-
cado. Ele será o titular da empresa. 
A atividade empresarial surge quando é iniciada, sob 
orientação do empresário individual. 
A partir de janeiro de 2012, os interessados em ex-
plorar atividade empresarial passaram a ter mais uma 
opção, além das já conhecidas sociedade empresária e 
empresário individual. Trata-se da “empresa individual de 
responsabilidade limitada”.
O seu surgimento tem o intuito de incentivar a for-
malização de milhares de empreendedores que atuam 
de forma desorganizada e de desestimular a criação de 
sociedades que na prática são constituídas por uma úni-
ca pessoa, com o intuito de se beneficiar da limitação de 
responsabilidade.
A pessoa física tem a vantagem de tomar as decisões 
isoladamente, sem a necessidade de convocar reuniões 
ou deliberar com sócios, além disso, o empresário indi-
vidual equipara-se à pessoa jurídica empresária para fins 
de tributação.
Mas ao compor a sociedade, as pessoas físicas envol-
vidas obtêm duas principais vantagens sobre o empresá-
rio individual. A primeira: é a união de capitais e de co-
nhecimentos, que são compartilhados entre os sócios no 
desenvolvimento da atividade. A segunda: é a separação 
patrimonial entre os sócios e a sociedade e a decorren-
te limitação de responsabilidade, presente nas espécies 
societárias mais utilizadas. O empresário individual, por 
sua vez, responde ilimitadamente pelas obrigações assu-
midas no exercício da atividade empresarial.
O Código exige que o empresário e a sociedade em-
presarial sigam um sistema de contabilidade, com base 
na escrituração de seus livros, além de anualmente pro-
mover o balanço, salvo no caso do pequeno empresário. 
O Diário, contudo, é livro necessário a todos os empre-
sários, inclusive os pequenos, Nele serão lançadas, com 
individuação, clareza e caracterização do documento res-
pectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas 
as operações relativas ao exercício da empresa. estende-
-se ao pequeno empresário. A contabilidade deverá ser 
confiada a contabilista legalmente habilitado. Importante 
consideração é a trazida no artigo 1.190, que prevê que 
“nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pre-
texto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se 
o empresário ou a sociedade empresária observam, ou 
não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas 
em lei.”
Teoria de empresa, que objetiva fornecer os 
elementos necessários para a identificação 
do empresário, ou seja, o sujeito das re-
gras do direito empresarial, portanto a sua 
caracterização está na forma e no modo 
como irá exercer a atividade.
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Regis-
tros – Remoção - CONSULPLAN – 2019). Segundo o 
art. 966 do Código Civil, considera-se empresário quem 
exerce profissionalmente atividade econômica organiza-
da para a produção ou a circulação de bensou de servi-
ços. Ainda, à luz do Código Civil, a respeito da atividade 
de empresário, analise as afirmativas a seguir.
I. As cooperativas podem submeter-se ao regime jurídico 
empresarial, desde que optem por registrar-se no Regis-
tro Público de Empresas Mercantis.
II. O empresário é obrigado a inscrever-se no Registro 
Público de Empresas Mercantis, mas a falta da inscrição 
não lhe retira a condição de empresário e a sua submis-
são ao regime jurídico empresarial. 
III. Aquele que, mesmo impedido, exerce atividade em-
presarial, responderá pelas obrigações contratadas, no 
limite do patrimônio da pessoa jurídica. 
IV. O empresário que tenha como a principal profissão a 
atividade rural deve se registrar na Junta Comercial, caso 
em que ficará equiparado, para todos os efeitos, ao em-
presário sujeito a registro.
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Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
b) Apenas as afirmativas I e III são falsas.
c) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
Resposta: Letra A.
I. CC, art. 982. Salvo as exceções expressas, conside-
ra-se empresária a sociedade que tem por objeto o 
exercício de atividade própria de empresário sujeito a 
registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, 
considera-se empresária a sociedade por ações; e, 
simples, a cooperativa.
II. CC. art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário 
no Registro Público de Empresas Mercantis da respec-
tiva sede, antes do início de sua atividade.
III. CC, art. 973. A pessoa legalmente impedida de 
exercer atividade própria de empresário, se a exercer, 
responderá pelas obrigações contraídas.
IV. CC, art. 971. O empresário, cuja atividade rural 
constitua sua principal profissão, pode, observadas as 
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágra-
fos, requerer inscrição no Registro Público de Empre-
sas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois 
de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao 
empresário sujeito a registro.
LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006 (MICROEMPRE-
SA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE). 
O Simples Nacional é um regime compartilhado de 
arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável 
às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previs-
to na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 
2006.
Abrange a participação de todos os entes federados 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
É administrado por um Comitê Gestor composto por 
oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal 
do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e 
dois dos Municípios.
Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o 
cumprimento das seguintes condições:
- enquadrar-se na definição de microempresa ou de 
empresa de pequeno porte;
- cumprir os requisitos previstos na legislação; e
- formalizar a opção pelo Simples Nacional.
Características principais do Regime do Simples Na-
cional:
- ser facultativo;
- ser irretratável para todo o ano-calendário;
= abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pa-
sep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a 
Seguridade Social destinada à Previdência Social a 
cargo da pessoa jurídica (CPP);
- recolhimento dos tributos abrangidos mediante do-
cumento único de arrecadação - DAS;
- disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico 
para a realização do cálculo do valor mensal devi-
do, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, 
para constituição do crédito tributário;
- apresentação de declaração única e simplificada de 
informações socioeconômicas e fiscais;
- prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do 
mês subsequente àquele em que houver sido au-
ferida a receita bruta;
- possibilidade de os Estados adotarem sublimites 
para EPP em função da respectiva participação no 
PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Esta-
dos cuja receita bruta total extrapolar o respectivo 
sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS direta-
mente ao Estado ou ao Município.
Empresas optantes pelo Simples
As empresas optantes pelo Simples Nacional que 
prestarem serviços mediante cessão de mão-de-obra ou 
empreitada NÃO ESTÃO SUJEITAS À RETENÇÃO PREVI-
DENCIÁRIA, sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura 
ou do recibo de prestação de serviços emitidos, com ex-
ceção da microempresa (ME) ou a empresa de pequeno 
porte (EPP) tributada na forma:
a) Dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123, de 
14 de dezembro de 2006, para os fatos geradores 
ocorridos até 31 de dezembro de 2008;
b) Do Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, para os fatos geradores ocorri-
dos a partir de 1º de janeiro de 2009.
São atividades de prestação de serviços tributadas na 
forma do Anexo IV da referida Lei Complementar:
a) A construção de imóveis e obras de engenharia 
em geral, inclusive sob a forma de subempreita-
da, execução de projetos e serviços de paisagismo, 
bem como decoração de interiores;
b) O serviço de vigilância, limpeza ou conservação.
Cessão de mão-de-obra e empreitada
Para efeitos de retenção, a legislação previdenciária 
definiu seu próprio conceito de cessão de mão de obra e 
empreitada. Conforme art. 115 e 116 IN 971/2009.
Art. 115 - Cessão de mão-de-obra, por sua vez, é a 
colocação à disposição da empresa contratante, em 
suas dependências ou nas de terceiros, de trabalha-
dores que realizem serviços contínuos, relacionados 
ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a 
natureza e a forma de contratação, inclusive por meio 
de trabalho temporário.
§ 1º Dependências de terceiros são aquelas indicadas 
pela empresa contratante, que não sejam as suas pró-
prias e que não pertençam à empresa prestadora dos 
serviços.
§ 2º Serviços contínuos são aqueles que constituem 
necessidade permanente da contratante, que se repe-
tem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a 
sua atividade fim, ainda que sua execução seja reali-
zada de forma intermitente ou por diferentes traba-
lhadores.
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§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a cessão do trabalhador, em caráter não eventual, 
respeitados os limites do contrato.
Art. 116 - Empreitada é a execução, contratualmente estabelecida, de tarefa, de obra ou de serviço, por preço ajustado, 
com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas de-
pendências da empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo como objeto um resultado 
pretendido.
Alíquota
Para cálculo do ISS, o responsável deverá aplicar sobre a base de cálculo, o percentual correspondente à alíquota do 
respectivo serviço prestado, salvo quando o serviço for realizado por prestador optante pelo Simples.
No caso de prestador optante pelo simples, cabe a ele informar na nota fiscal de prestação de serviço ou NFS-e, a 
alíquota do ISSQN a ser retido na fonte.
A retenção deverá ser feita no ato do pagamento ao prestador de serviço e o recolhimento da guia deve ser obser-
vado o prazo para recolhimento na legislação de cada Município para o qual o imposto é devido.
Dispensa da Retenção
Para a dispensa da retenção consultar o prescritivo legal no art. 2º da LC nº 116/2003, além da legislação do Mu-
nicípio onde o serviço foi prestado.
ABRANGÊNCIA DAS RETENÇÕES A TODAS AS PESSOAS JURÍDICAS
Pessoas Jurídicas Optantes pelo Simples e Declaração de Opção Obrigatória
Em sua grande maioria, as Pessoas Jurídicas optantes pelo Simples, observadas as exceções e apresentada a Decla-
ração de Opção, não sofrem as retenções.
Para não efetuar a retenção é obrigatória a apresentação da Declaração de Opção.
As Pessoas Jurídicas Optantes pelo Simples Nacional, com basena Lei Complementar nº 123/2006, deverão recolher 
mensalmente os seguintes Impostos e Contribuições:- IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, INSS (Patronal, com exceções 
em alguns tipos de serviço), ICMS (Tem exceções), e ISS (Também tem exceções).
Ao se contratar uma Pessoa Jurídica Prestadora de Serviços, optante pelo SIMPLES, esta já deverá ser notificada 
pela contratante e sempre que possível, solicitar em cada pagamento, a Declaração exigida, conforme o Anexo I da IN 
SRF 791, de 10 de dezembro de 2007, de que está devidamente cadastrado, segundo o regime da lei complementar nº 
123/2006, na condição de Micro Empresa-ME e/ou Empresa de Pequeno Porte - EPP.
Sendo assim, a optante pela tributação descrita no regime Simples Nacional, não deve sofrer retenção dos tributos 
Federais e Previdenciários, que devem ser descriminados na declaração.
Muitas empresas consultam o site da Receita Federal, para confirmar o cadastro de opção pelo Simples.
Empresas Enquadradas no Simples na Condição de Fonte Pagadora
As Pessoas Jurídicas optantes pelo Simples Nacional, quando estiverem na condição de fonte pagadora, deverão 
efetuar a retenção das contribuições aqui tratadas.
Entidades obrigadas a efetuar a retenção
De acordo com o artigo 148 da IN RFB 971/2009 estão obrigadas a efetuar a retenção sobre o valor da nota fiscal, 
da fatura ou do recibo de prestação de serviços e ao recolhimento da importância retida em nome da empresa contra-
tada, quando forem contratantes de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, as seguintes pessoas 
jurídicas:
a) entidades beneficente de assistência social em gozo de isenção;
b) a empresa optante pelo Simples ou pelo Simples Nacional;
c) o sindicato da categoria de trabalhadores avulsos;
d) o OGMO,
e) o operador portuário;
f) e a cooperativa de trabalho.
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Alterações introduzidas pela Lei Complementar 147/2014
(Fonte: www.brasil.gov.br)
A Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014, alterou a Lei Complementar nº 123, de 2006, que institui o Es-
tatuto da Micro e Pequena Empresa e dispõe sobre o Simples Nacional. As alterações serão objeto de regulamentação 
pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN). As principais modificações estão descritas a seguir.
 
NOVAS ATIVIDADES
 
A LC 147/2014 prevê que a ME ou EPP que exerça as seguintes atividades poderão optar pelo Simples Nacional a 
partir de 01/01/2015 (*):
a) Tributadas com base nos Anexos I ou II da LC 123/2006: Produção e comércio atacadista de refrigerantes (*)
b) Tributadas com base no Anexo III da LC 123/2006:
b.1. Fisioterapia (*)
b.2. Corretagem de seguros (*)
b.3. Serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, na modalidade fluvial, ou quando possuir 
características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropo-
litana para o transporte de estudantes e trabalhadores (retirando-se o ISS e acrescentando-se o ICMS)
c) Tributada com base no Anexo IV da LC 123/2006: Serviços Advocatícios (*)
d) Tributadas com base no (novo) Anexo VI da LC 123/2006:
d.1. Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem
d.2. Medicina veterinária
d.3. Odontologia
d.4. Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia e de clínicas de nutrição, de 
vacinação e bancos de leite
d.5. Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação
d.6. Arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas 
e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia
d.7. Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros
d.8. Perícia, leilão e avaliação
d.9. Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração
d.10. Jornalismo e publicidade
d.11. Agenciamento, exceto de mão-de-obra
d.12. Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exer-
cício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profis-
são regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da LC 123/2006.
 
(*) A opção de empresas dos novos setores ora autorizados (novas e já existentes) poderá ser feita a partir de data 
a ser fixada em resolução do CGSN. 
 
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ANEXO VI DA LC 123/2006
 
O novo ANEXO VI da LC 123/2006, vigente a partir de 
01/01/2015, prevê alíquotas entre 16,93% e 22,45%.
 
LIMITE EXTRA PARA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS
 
A partir de 2015, o limite extra para que a EPP tenha 
incentivos para exportar passará a abranger mercadorias 
e serviços. Dessa forma, a empresa poderá auferir receita 
bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo R$ 3,6 milhões 
no mercado interno e R$ 3,6 milhões em exportação de 
mercadorias e serviços.
 
BAIXA DE EMPRESAS
 
Poderá haver a baixa de empresas mesmo com pen-
dências ou débitos tributários, a qualquer tempo. O pe-
dido de baixa importa responsabilidade solidária dos em-
presários, dos titulares, dos sócios e dos administradores 
no período da ocorrência dos respectivos fatos geradores.
 
MEI – CONTRATAÇÃO POR EMPRESAS
 
Para a empresa que contrata MEI para prestar servi-
ços diferentes de hidráulica, eletricidade, pintura, alvena-
ria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos, 
extinguiu-se a obrigação de registro na GFIP e recolhi-
mento da cota patronal de 20% (o art. 12 da LC 147/2014 
revogou retroativamente essa obrigatoriedade). 
Todavia, quando houver os elementos da relação de 
emprego, o MEI deverá ser considerado empregado para 
todos os efeitos. Adicionalmente, a LC 123/2006 estabe-
lece que o MEI, a ME e a EPP não podem prestar serviços 
na modalidade de cessão de mão-de-obra.
As empresas optantes pelo simples nacio-
nal que prestarem serviços mediante ces-
são de mão-de-obra ou empreitada não 
estão sujeitas à retenção previdenciária, 
sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura 
ou do recibo de prestação de serviços emi-
tidos, com exceção da microempresa ou a 
empresa de pequeno porte.
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (MPC-PA - Procurador de Contas - CESPE – 2019). 
Considerando as disposições do Estatuto Nacional da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Com-
plementar n.º 123/2006), julgue os itens a seguir, com re-
lação ao tratamento legal às microempresas e empresas 
de pequeno porte em licitações públicas.
I Microempresas e empresas de pequeno porte poderão 
participar de licitação mesmo que possuam débitos tri-
butários pendentes de regularização.
II Será assegurada nas licitações, como critério de de-
sempate, preferência de contratação para microempre-
sas e empresas de pequeno porte, entendendo-se por 
empate as situações em que as propostas apresentadas 
sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem 
classificada ou, em caso de pregão, até 5% superiores ao 
melhor preço.
III A referida lei prevê hipóteses especiais de licitações 
direcionadas, direta ou indiretamente, a microempresas 
e empresas de pequeno porte.
IV Poderão emitir cédula de crédito microempresarial as 
microempresas e empresas de pequeno porte titulares 
de direitos creditórios decorrentes de empenhos liqui-
dados por órgãos e entidades da União, dos estados, do 
Distrito Federal e dos municípios não pagos em até trinta 
dias contados da data de liquidação.
Assinale a opção correta.
a) Apenas os itens I e III estão certos.
b) Apenas os itens I e IV estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Apenas os itens II e IV estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Resposta: Letra E.
I - Certo - Art. 43. As microempresas e as empresas de 
pequeno porte, por ocasião da participação em certa-
mes licitatórios, deverão apresentar toda a documen-
tação exigida para efeito de comprovação de regula-
ridade fiscal e trabalhista, mesmo que esta apresente 
alguma restrição.
II- Certo - Art. 44. Nas licitações será assegurada, 
como critério de desempate, preferência de contrata-
ção para as microempresas e empresas de pequeno 
porte.
§ 1 Entende-se por empate aquelas situações em que 
as propostas apresentadas pelas microempresas e 
empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% 
(dez por cento) superiores à proposta mais bem clas-
sificada.
III - Certo - Art. 47. Nas contratações públicas da ad-
ministração direta e indireta, autárquica e fundacional, 
federal, estadual e municipal, deverá ser concedido 
tratamento diferenciado e simplificado para as micro-
empresas e empresas de pequeno porte objetivando 
a promoção do desenvolvimento econômico e social 
no âmbito municipal e regional, a ampliação da efici-
ência das políticas públicas e o incentivo à inovação 
tecnológica. 
IV - Certo - Art. 46. A microempresa e a empresa de 
pequeno porte titular de direitos creditórios decorren-
tes de empenhos liquidados por órgãos e entidades da 
União, Estados, Distrito Federal e Município não pagos 
em até 30 (trinta) dias contados da data de liquidação 
poderão emitir cédula de crédito microempresarial.
PREPOSTOS DO EMPRESÁRIO. 
Toda empresa é feita por pessoas e para pessoas, di-
reta ou indiretamente.
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Assim, o capital humano é um recurso aplicado ao 
dia a dia do negócio, de forma a realizar a sua atividade 
econômica.
Administradores, gerentes, funcionários, entre outros, 
são aqueles que fazem a empresa acontecer, trabalhan-
do para concretizar seu objetivo. Ou seja, seus atos são 
exercidos em nome da empresa.
O artigo busca mostrar o que é, quem são os prepos-
tos e quais suas responsabilidades ao carregar a empresa 
em suas atividades específicas.
1. Preposto
O próprio nome já é bem esclarecedor, uma vez que 
é aquele que foi “pre” “posto” naquela situação, foi esco-
lhido anteriormente para a atividade.
A palavra vem do latim praepositus, de praeponere, 
que é aquele posto adiante ou à frente.
Preposto é a pessoa devidamente nomeada para re-
presentar a empresa em seus atos. Pode ter vínculo em-
pregatício ou não com a empresa, e pode ser um colabo-
rador permanente ou temporário.
De bom alvitre ressaltar que o preponente é aquele 
que constitui o preposto como tal.
Seu regramento legal está nos artigos 1.169 a 1.178 
do Código Civil – CC.
Há algumas disposições que o preposto deve seguir 
no que diz respeito à sua relação com a empresa e o 
preponente:
O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-
-se substituir no desempenho da preposição, sob pena 
de responder pessoalmente pelos atos do substituto e 
pelas obrigações por ele contraídas (art. 1.169 do CC);
Ou seja: o preposto não pode delegar suas atividades 
para terceiro. Se o fizer, responde por tudo aquilo que o 
terceiro fez indevidamente. O preposto só pode delegar 
sua atividade para terceiro se tiver prévia autorização por 
escrito para fazer isso.
O preposto, salvo autorização expressa, não pode ne-
gociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, 
embora indiretamente, de operação do mesmo gênero 
da que lhe foi cometida, sob pena de responder por per-
das e danos e de serem retidos pelo preponente os lu-
cros da operação (art. 1.170 do CC);
Ou seja: a atuação do preposto é exclusiva, não po-
dendo fazer negócios por conta própria. Caso o faça, 
pode responder por perdas e danos causados e terá que 
dar o lucro do negócio ao preponente.
Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou 
valores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os 
recebeu sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo 
para reclamação (art. 1.171 do CC).
Ou seja: se ao preposto for entregue papel, bem ou 
valor sem que esse tenha recusado seu recebimento, ele 
se torna responsável por aquilo que lhe foi entregue. Ex-
ceto se a lei prever casos que conceda ao preposto al-
gum prazo para reclamar sobre aquela entrega.
2. Gerente
Gerente não se confunde com sócio administrador, 
esse último é o que deve ser nomeado no contrato ou es-
tatuto social para exercer a administração da sociedade.
Abaixo desse pode haver o gerente ao qual incumbe 
a gestão do dia a dia da empresa.
São características:
Gerente é o preposto permanente (ou seja, sem even-
tualidade, ele está no seu cargo diariamente) no exercício 
da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agên-
cia (art. 1.172 do CC);
O gerente está autorizado a praticar todos os atos 
necessários ao exercício dos poderes que lhe delegaram, 
exceto se houver disposição legal exigindo que o gerente 
tenha poderes especiais (situação que a lei especifique 
como necessário que sejam dados poderes específicos e 
de forma expressa) para atuar (art. 1.173 do CC);
Se a empresa tiver mais de um gerente, estes são so-
lidários nos poderes conferidos. O que quer dizer que 
podem exercer as mesmas atividades e conjunto ou se-
paradamente. A não ser que haja estipulação de poderes 
para cada um dos gerentes (art. 1.173, parágrafo único 
do CC);
Sendo os poderes do gerente limitados, só se pode 
considerar válidas as limitações, perante terceiros que 
tratarem com ele, quando for arquivado e averbado o 
instrumento de sua nomeação no registro da empresa 
na Junta Comercial, se for o caso. Se, dependendo do 
que acontecer, ficar comprovado que o terceiro sabia da 
limitação do gerente, não precisaria do arquivamento e 
averbação (art. 1.174 do CC);
Para a mesma finalidade e com idêntica ressalva do 
item anterior, deve a modificação ou revogação do man-
dato que conceda a gerência ser arquivada e averbada 
na Junta Comercial (art. 1.174, parágrafo único do CC);
O gerente, nos atos que praticar dentro do limite de 
seus poderes, nos que pratique em nome do preponen-
te e nos atos que praticar em seu próprio nome, mas 
à conta do preponente, responde em conjunto com o 
preponente (art. 1.175 do CC);
O gerente pode comparecer à Justiça em nome do 
preponente, pelas obrigações resultantes do exercício da 
sua função como preposto (art. 1.176 do CC).
3. Contabilista
O contador (graduado em contabilidade) e o técnico 
de contabilidade (formação técnica) ou, simplesmente, 
contabilistas, como denomina o Código Civil, é o profis-
sional inscrito no Conselho Regional de Contabilidade.
Por exercer representatividade da empresa, também 
é considerado seu preposto. Como tal, possui as seguin-
tes regulamentações legais:
Os assentos lançados nos livros ou fichas do empre-
sário ou sociedade preponente, por qualquer dos pre-
postos contabilistas encarregados de sua escrituração, 
produzem os mesmos efeitos como se o fossem reali-
zados pelo preponente. No que também se enquadram 
erros e falhas do contabilista. A exceção existe se o con-
tabilista houver agido com má-fé, ou seja, com o intuito 
de prejudicar (art. 1.177 do CC)
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No exercício de suas funções como contabilistas, os 
prepostos são responsáveis, perante os preponentes, 
pelos atos culposos (sem intenção de prejudicar). E em 
relação aos atos dolosos (com intenção de prejudicar), é 
responsável conjuntamente (de forma solidária) ao pre-
ponente perante terceiros. Em ambos os casos, quando o 
preponente arcar com o prejuízo, este poderá cobrar do 
contabilista a reparação dos danos que sofreu (art. 1.177, 
parágrafo único do CC).
Por isso, é fundamental que o empresário tenha um 
profissional de contabilidade de sua maior confiança, 
além de ser necessário ter uma noção da matéria para 
acompanhar o trabalho do contabilista.
4. Outros casos
- Terceirizado
O terceirizado que age em nome da empresa também 
é considerado preposto para os fins de direito, ainda que, 
nesse caso, não exista vínculo empregatício.
A terceirização permite que umaempresa transfira 
para outra uma atividade que seria sua, alocando os ter-
ceirizados para atuar pela empresa terceirizadora.
Com a Lei nº 13.429/2017 (tendo alterado a Lei nº 
6.019/1974, que dispõe sobre trabalho temporário nas 
empresa urbanas e dá outras providências), se permite 
também terceirizar as atividades fins da empresa, não 
apenas as atividades meio (como era permitido anterior-
mente), tanto no setor público como privado.
- Representante comercial
Sendo um tipo de contrato de agência e distribuição, 
a representação comercial também se apresenta de for-
ma a constituir prepostos da empresa, vez que o repre-
sentante atua em nome daquela.
A representação comercial é regida pela Lei nº 
4.866/1965.
Responsabilidade
Como se vê, a empresa é plenamente responsável pe-
los atos praticados por seus prepostos desde que em seu 
nome, ou seja, exercendo sua função dentro da atividade 
empresarial.
Tal responsabilidade está caracterizada da seguinte 
forma:
Os preponentes são responsáveis pelos atos de qual-
quer preposto, desde que praticado nos seus estabeleci-
mentos e relativos à atividade da empresa, mesmo que 
não autorizados por escrito (art. 1.178 do CC);
Quando os atos de seus prepostos forem praticados 
fora do estabelecimento, somente obrigarão o prepo-
nente nos limites dos poderes conferidos por escrito em 
instrumento específico, que não pode ser suprido pela 
certidão ou cópia autêntica do seu teor (art. 1.178, pará-
grafo único do CC).
Ademais, o artigo 932, III do Código Civil responsa-
biliza o empregador pela reparação que tenha causado 
seu preposto:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação 
civil:
(...)
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, 
serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele;
O empregador, inclusive, deverá reparar o dano ainda 
que não haja culpa de sua parte (art. 933 do CC).
Isso se dá por não ter a empresa/empregador esco-
lhido bem seu preposto (culpa in eligendo), por não ter 
instruído bem seu preposto (culpa in instruendo), por 
não vigiar os atos de seu preposto (culpa in vigilando) e/
ou até mesmo porque a empresa/empregador lucra com 
os atos de seu preposto, então, teria que arcar também 
com os prejuízos por ele causado. (Por Rafael Loreto)
O preposto, salvo autorização expressa, 
não pode negociar por conta própria ou de 
terceiro, nem participar, embora indireta-
mente, de operação do mesmo gênero da 
que lhe foi cometida, sob pena de respon-
der por perdas e danos e de serem retidos 
pelo preponente os lucros da operação
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (SEFAZ-GO - Auditor-Fiscal da Receita Estadual - 
FCC – 2018). Quanto aos prepostos e à escrituração das 
empresas, é correto afirmar:
a) Os preponentes são responsáveis pelos atos de quais-
quer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos 
e relativos à atividade da empresa, exceto se não au-
torizados por escrito.
b) Em nenhuma hipótese pode o preposto negociar por 
conta própria ou de terceiro, nem participar de opera-
ção do mesmo gênero da que lhe foi fixada, sob pena 
de responder por perdas e danos.
c) Quando a lei não exigir poderes especiais, conside-
ra-se o gerente autorizado a praticar todos os atos 
necessários ao exercício dos poderes que lhe foram 
outorgados; os poderes conferidos a dois ou mais ge-
rentes serão sempre solidários.
d) O empresário e a sociedade empresária são obriga-
dos a seguir um sistema mecanizado de contabilidade, 
bem como levantar semestralmente o balanço patri-
monial e o de resultado econômico.
e) Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma auto-
ridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá 
fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresá-
rio ou a sociedade empresária observam, ou não, em 
seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Resposta: Letra E.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, ne-
nhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pre-
texto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar 
se o empresário ou a sociedade empresária observam, 
ou não, em seus livros e fichas, as formalidades pres-
critas em lei.
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INSTITUTOS COMPLEMENTARES: NOME EMPRE-
SARIAL, ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL, ESCRI-
TURAÇÃO.
Antes do início de suas atividades, o empresário deve 
promover a sua inscrição no Registro Público de Empre-
sas Mercantis da respectiva sede, cuja função é das Jun-
tas Comerciais sob fiscalização e supervisão do Departa-
mento Nacional de Registro do Comércio - DNRC. Como 
bem assinala Pereira Calças, não é a inscrição do empre-
sário na Junta Comercial que determina se ele é ou não 
empresário, mas a qualidade de empresário decorre da 
situação fática consistente na organização dos fatores de 
produção (capital, trabalho, in sumo e tecnologia) com a 
finalidade de produção ou circulação de bens ou servi-
ços. A ausência de registro nas Juntas Comerciais carac-
teriza o empresário como empresário irregular ou de fato 
e, mesmo nesta situação, nos termos da Lei de Falências 
e Recuperação de empresas estará sujeito a falência, mas 
não lhe será permitido requerer a benesse da recupera-
ção judicial e tampouco requerer a falência de seus de 
vedores. Daí decorre a distinção entre empresário regu-
lar e empresário irregular, sendo que, este último deixa 
de cumprir com o determinado no artigo 967 do Código 
Civil e tem como consequência a perda de determinados 
benefícios que um empresário devidamente inscrito na 
Junta Comercial possui, como a possibilidade de reque-
rimento de falência ou entrar com pedido de recupera-
ção judicial e limitação de responsabilidade dos sócios 
nos casos das sociedades limitadas e, agora, no caso do 
empresário individual de responsabilidade limitada. O 
empresário regular é aquele que, nos termos dos artigos 
967 do Código Civil, procede com a sua inscrição na Junta 
Comercial competente, cujo requerimento deverá conter 
a qualificação do empresário, a firma, o capital, o objeto 
e a sede a empresa. O registro mercantil tem como fi-
nalidade dar publicidade aos atos nele registrados, por 
este motivo tem apenas característica de ato declaratório 
e não constitutivo, uma vez que não consta no artigo 
966 do Código Civil a expressão “devidamente inscrito 
no registro de comércio”, mas apenas que empresá-
rio é aquele que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada com a finalidade de produção ou 
circulação de bens e serviços. Como alhures tratado, o 
registro do empresário no registro mercantil tem, em 
regra, natureza declaratória, mas no caso do empresá-
rio rural a natureza do registro é constitutiva. Assim, o 
empresário, mesmo não estando registrado no Registro 
Público de Empresas Mercantis, estará sujeito à falência 
e, por estar irregular, haverá indícios de crime falimentar, 
como ausência de escrituração. Segundo o Conselho da 
Justiça Federal, enunciado 199, da III Jornada de Direito 
Civil, o registro do empresário na Junta comercial não é 
requisito de sua caracterização, mas apenas requisito de 
sua regularidade. O empresário individual que pretender 
abrir sucursal, filial e agência em local sujeito à jurisdição 
de outro Registro Público de Empresas Mercantis, deverá 
nele realizar a sua inscrição com prova do registro origi-
nário, sendo também obrigatório o registro de estabe-
lecimento secundário no registro da respectiva sede.
Estabelecimento empresarial: é um conjunto de bens 
corpóreos e incorpóreos organizado pelo empresário 
para a exploração de sua empresa. Desta forma é uma 
universalidade de fato indispensável para a exploração 
da atividade pelo empresário. Por exemplo: terreno, pré-
dio, máquinas, mercadorias, marca, nome empresarial, 
ponto comercial etc.
Atualmente, é utilizada a expressão “estabelecimento 
empresarial”.Mas há autores que usam, ainda, a expres-
são “estabelecimento comercial”, o que em nada com-
promete o instituto.
Trespasse: é o contrato de alienação do estabeleci-
mento empresarial.
O adquirente do estabelecimento empresarial é o res-
ponsável pelas dívidas que conhece, se tornando solida-
riamente responsável. Em relação às dividas tributárias e 
trabalhistas não é preciso ter conhecimento das mesmas.
Por isso, o adquirente do estabelecimento empresa-
rial responde por todas as dívidas relacionadas ao ne-
gócio explorado, desde que estejam devidamente con-
tabilizadas. Ele continuará responsável solidariamente 
pelo prazo de até 1 ano, a contar em relação às dívidas 
já vencidas da publicação do trespasse; e em relação às 
demais (dívidas vincendas) da data de seus respectivos 
vencimentos.
O contrato de Trespasse deverá ser averbado na junta 
comercial, devendo ser publicado na imprensa oficial. Via 
de regra, o empresário é livre para alienar o seu estabe-
lecimento empresarial, mas se não lhe restarem outros 
bens que garantam a satisfação de todos os seus credo-
res, a eficácia da alienação dependerá do prévio paga-
mento dos mesmos ou então da anuência de todos os 
seus credores no prazo de até 30 dias a contar de suas 
respectivas notificações.
Em havendo a manifestação contrária à alienação 
de apenas um dos credores, fica vedada a venda. Caso 
não seja respeitada, a alienação se torna irregular e por 
consequência é ineficaz, não produzindo efeitos para os 
credores.
Concorrência: em havendo a alienação, o alienante 
não poderá fazer concorrência nos 5 anos subsequentes 
à transferência, pois caso contrário é considerada con-
corrência, ou seja, atuar no mesmo mercado.
A alienação do estabelecimento empresarial precisa 
seguir alguns requisitos, como vimos acima:
a) por ter valor econômico, é uma das garantias dos 
credores do empresário, portanto deverá haver a 
concordância destes, na alienação do estabeleci-
mento, caso contrário, poderá ter sua falência de-
cretada;
b) o contrato de alienação deve ser averbado na Junta 
Comercial para poder surtir efeitos perante tercei-
ros;
c) o adquirente do estabelecimento (comprador) res-
ponde pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferência, desde que regularmente contabili-
zados, continuando o alienante (vendedor) solida-
riamente obrigado pelo prazo de 01 ano (a cláu-
sula de não-transferência do passivo, não libera o 
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adquirente), garantindo-se ao adquirente o direito 
de regresso (direito de cobrar) contra o alienante 
pelas dívidas pagas;
d) o adquirente será, também, sucessor do alienante 
nos débitos tributários e trabalhistas;
e) se não houver autorização expressa, o alienante 
não poderá estabelecer-se novamente no mesmo 
ramo de atividade, pelo prazo de 05 (cinco) anos, 
fazendo concorrência a este. 
O título do estabelecimento empresarial não se con-
funde com o nome empresarial. O título do estabeleci-
mento é o elemento de identificação, já o nome empre-
sarial é o elemento de identificação do empresário. Não 
há obrigatoriedade de utilização do mesmo nome. 
Já o nome empresarial é o elemento de identificação 
do empresário, tanto pessoa física (empresário indivi-
dual) como pessoa jurídica (sociedade empresária).
Para o registro do empresário na Junta Comercial, é 
necessária a adoção de um nome empresarial.
Existem duas espécies de nome empresarial:
a) FIRMA
Tem como base o nome civil.
O empresário individual só poderá adotar firma, que 
deverá conter seu nome completo ou não, sendo opcio-
nal o acompanhamento de seu ramo de atividade. 
Algumas sociedades empresariais também adotam 
firma ou razão social, podendo ser o nome civil de todos 
os sócios, ou então de um ou alguns sócios. Não precisa 
ter o ramo de atividade.
O empresário individual e o representante legal da 
sociedade empresária que adotaram firma deverão assi-
nar todos os instrumentos de relações jurídicas, não com 
seu nome civil, mas com o empresarial.
b) DENOMINAÇÃO
A denominação pode ser composta pelo elemento 
fantasia ou pelo nome civil de um, alguns ou de todos 
os sócios. 
O Código exige que o empresário e a sociedade em-
presarial sigam um sistema de contabilidade, com base 
na escrituração de seus livros, além de anualmente pro-
mover o balanço, salvo no caso do pequeno empresário. 
O Diário, contudo, é livro necessário a todos os empre-
sários, inclusive os pequenos, Nele serão lançadas, com 
individuação, clareza e caracterização do documento res-
pectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas 
as operações relativas ao exercício da empresa estende-
-se ao pequeno empresário. A contabilidade deverá ser 
confiada a contabilista legalmente habilitado. Importante 
consideração é a trazida no artigo 1.190, que prevê que 
“nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pre-
texto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se 
o empresário ou a sociedade empresária observam, ou 
não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas 
em lei.”
Estabelecimento empresarial: é um conjun-
to de bens corpóreos e incorpóreos organi-
zado pelo empresário para a exploração de 
sua empresa. Desta forma é uma universa-
lidade de fato indispensável para a explora-
ção da atividade pelo empresário.
#FicaDica
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (TJ-RS - Titular de Serviços de Notas e de Registros 
– Provimento - VUNESP – 2019). Em relação ao registro 
e o nome empresarial, dispõe o Código Civil:
a) O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições es-
peciais da lei, não pode, antes do cumprimento das 
respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, salvo 
prova de que este o conhecia.
b) O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida para 
o empresário e para as sociedades simples e empresá-
rias, será requerido pelo sócio com poderes de gestão, 
e, no caso de omissão ou demora, por qualquer um 
dos sócios, sendo que os documentos necessários ao 
registro deverão ser apresentados no prazo de vinte 
dias, contado da lavratura dos atos respectivos.
c) Para fins de registro, cumpre à autoridade competente, 
a qualquer tempo, verificar a autenticidade e a legi-
timidade do signatário do requerimento, bem como 
fiscalizar a observância das prescrições legais con-
cernentes ao ato ou aos documentos apresentados, 
obrigando-se a comunicar no prazo de 30 dias ao re-
presentante do Ministério Público, eventuais indícios 
de fraudes detectadas.
d) É vedada a utilização de firma na sociedade anônima e 
na sociedade em comandita por ações, que obrigato-
riamente deverão adotar denominação designativa do 
objeto social, aditada da expressão “sociedade anôni-
ma” e “comandita por ações”, por extenso ou abrevia-
damente.
e) O nome empresarial não pode ser objeto de aliena-
ção, exceto se o adquirente do estabelecimento, por 
ato entre vivos, exercer a mesma atividade empresarial 
de seu antecessor, mediante autorização expressa do 
alienante no contrato social e declaração da quitação 
do preço.
Resposta: Letra A.
Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposi-
ções especiais da lei, não pode, antes do cumprimen-
to das respectivas formalidades, ser oposto a terceiro, 
salvo prova de que este o conhecia.
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REGISTRO DE EMPRESA. ÓRGÃOS 
DE REGISTRO DE EMPRESA. ATOS DE 
REGISTRO DE EMPRESA. PROCESSO 
DECISÓRIO DO REGISTRO DE EMPRESA. 
INATIVIDADE DA EMPRESA. EMPRESÁRIO 
IRREGULAR. LEI Nº 8.934/1994 E SUAS 
ALTERAÇÕES.
Segundo o Autor Armando Luiz Rovai, aquele que tem 
o intuito de empreender, de acordo com os ditames da 
lei, deve, necessariamente, arquivar seus atos societários 
no órgão responsável pela execução do registro público 
mercantil, ouseja, na Junta Comercial, a qual manterá em 
seus arquivos o histórico de todas as sociedades regis-
tradas, desde o seu nascimento até sua efetiva extinção. 
Para tanto, é preciso que a instrumentalização seja feita 
de forma correta, garantindo, assim, a publicidade e efi-
cácia do ato mercantil e consequentemente do registro 
empresarial.
A Junta Comercial, no exercício de suas funções, ga-
rante a publicidade, autenticidade e segurança dos atos 
jurídicos, bem como de procede com a atualização do 
cadastramento, proteção do nome empresarial e avalia-
ção formal da possibilidade de deferimento dos docu-
mentos levados a arquivamento.
O Registro Público de Empresas Mercantis compreen-
de três procedimentos distintos. Dentre eles, o primeiro é 
a matrícula dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpre-
tes comerciais, trapicheiros e administradores de arma-
zéns-gerais, além do cancelamento de matrículas.
Já o segundo procedimento compreende o arquiva-
mento de documentos relativos à constituição, alteração, 
dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, 
sociedades mercantis e cooperativas; atas relativas a 
consórcio e grupo de sociedade; atos concernentes a 
empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar 
no Brasil; declarações de microempresa; atos ou docu-
mentos que, por determinação legal, sejam atribuídos 
ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades 
Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário 
e às Empresas Mercantis.
No que concerne ao terceiro procedimento, temos a 
autenticação dos instrumentos de escrituração das Em-
presas Mercantis registradas e dos agentes auxiliares do 
comércio.
Segundo as ideias de Rovai, a finalidade do Registro 
Empresarial é a de resguardar a segurança, publicidade e 
eficácia dos atos levados a arquivamento, dando, assim, 
uma garantia maior às partes envolvidas.
É imprescindível que os instrumentos levados a regis-
tro contenham a exata pretensão dos sócios, para que 
não haja diversas interpretações e não pairem dúvidas 
a respeito da pretensão das partes. Além disso, a inser-
ção dos dados corretos, nítidos e verídicos deve respeitar 
os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência, privilegiando o interesse público 
em relação ao interesse individual.
Os efeitos do registro mercantil emanam e dão conta 
da necessidade do operador do direito ater-se à publici-
dade, segurança e eficácia dos arquivamentos dos atos 
societários, coordenando-os aos preceitos empresariais 
no atual momento histórico, políticos e econômico em 
que vivemos.
De acordo com Bruno Mattos e Silva, o registro de 
empresas é realizado pelas Juntas Comerciais, que sub-
metem-se de forma técnica ao Departamento Nacional 
do Registro de Comércio – DNRC e de maneira adminis-
trativa aos Estados, e é regido pela norma de Lei nº 8.934 
datada em 18 de novembro de 1994.
A Junta Comercial realiza registros empresariais vol-
tados para sociedades empresárias personalizadas. En-
quanto que o Registro Civil das Pessoas Jurídicas encar-
rega-se em efetivar o registro das sociedades simples, 
ainda que estas tenham constituição na forma de um 
dos tipos de sociedade empresária, de acordo com o art. 
1.150 do novo Código Civil.
Em vista disso, não é possível estabelecer que o Ofi-
cial de Registro Civil das Pessoas Jurídicas tem poder 
reconhecido para consagrar o registro de um contrato 
social que destinado à fundação de uma sociedade em-
presária, de perfil limitada.
É possível afirmar porém, que a Junta Comercial pode 
ser considerado o único órgão do Registro Público de 
Empresas Mercantis habilitado a receber a inscrição dos 
empresários.
A Junta Comercial pode ser interpretada como de na-
tureza jurídica de um órgão do Estado, sem personalida-
de jurídica, ou de autarquia estadual, conforme exposto 
pela lei local. Durante 77 anos, por exemplo, a Junta Co-
mercial foi órgão de administração direta no estado de 
Minas Gerais. Apenas no dia 2 de setembro de 1970, com 
o surgimento da Lei Estadual nº 5.512, foi reconhecida 
como uma autarquia. Diferentemente do Rio Grande do 
Sul, onde a Junta Comercial é apenas órgão da adminis-
tração direta.
De acordo com o art. 967 do novo Código Civil, a 
inscrição da respectiva sede do empresário, anterior ao 
início das operações, no Registro Público de Empresas 
Mercantis (leia-se, na Junta Comercial) é compulsório. 
Entretanto, não é este registro específico de delimita que 
só é reconhecido empresário quem está registrado como 
tal na Junta Comercial. Na falta do registro, a caracteri-
zação jurídica de empresário mas permanece, mas este 
aquele que não seguiu com o arquivamento regular da 
sua firma individual ou dos seus atos constitutivos é san-
cionado perdendo vantagens desse regime e tornando-
-se um empresário irregular.
Isto se dá, pois o art. 967 estabelece que todo em-
presário tem obrigação de estar registrado na Junta Co-
mercial, sem alternativa de realizar ou não a inscrição do 
empresário no registro público de empresas mercantis 
da respectiva sede, que se fará com requerimento que 
contenha seu nome, firma, capital, objeto e a sede da 
empresa.
Desse modo, o empresário que não proceder com os 
atos constitutivos dispostos em lei, ou firma arquivados 
na Junta Comercial, não será considerado empresário 
regular ficando impossibilitado de dispor das vantagens 
que os empresários regulares têm. Além disso, não con-
seguirá inscrever-se como contribuinte de ICMS no Esta-
do, muito menos emitir nota fiscal.
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Isto posto, o empresário devo prosseguir com seu re-
gistro na Junta Comercial. Registro este que será feito 
mediante arquivamento dos atos constitutivos da socie-
dade empresária no caso de atividade exercida por uma 
pessoa jurídica ou mediante arquivamento da firma in-
dividual, caso a atividade seja exercida por uma pessoa 
física em nome próprio.
Os arts. 36 e 37 da Lei nº 8.934/94 descorrem sobre os 
requisitos que devem conter no pedido de arquivamen-
to. De forma generalista, os atos constitutivos de pes-
soa jurídica precisam conter o “visto” de um advogado, 
respeitando as determinações do art. 1º, § 2º, da Lei nº 
8.906, de 4 de julho de 1994. Salvo microempresas e às 
empresas de pequeno porte, que de acordo com o § 2º 
do art. 9º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezem-
bro de 2006 ficam isentadas desta obrigação.
Podemos afirmar então que o ato, documento ou 
instrumento apresentado para arquivamento na Jun-
ta Comercial, servirá de objeto de exame para o devi-
do cumprimento das formalidades legais, de forma que 
caso verificada inconsistência / vício insanável, o registro 
será indeferido; no caso de vício sanável, o processo será 
colocado em exigência com prazo de 30 dias para cum-
primento a contar da data da ciência pelo interessado ou 
da publicação do despacho.
Considerando a nomenclatura do art. 32 da Lei nº 
8.934/94, a palavra “registro” é expressão genérica que 
compreende:
- a matrícula e seu cancelamento, relacionada aos 
leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comer-
ciais, trapicheiros e administradores de armazéns-
-gerais;
- o arquivamento sendo:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, 
dissolução e extinção de firmas mercantis individu-
ais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de socieda-
de de que trata a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis es-
trangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que, por determinação le-
gal, sejam atribuídos ao Registro Público de Em-
presas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles 
que possam interessar ao empresário e às empre-
sas mercantis;
- a autenticação dos instrumentos de escrituração das 
empresas mercantis registradas e dos agentes au-
xiliares do comércio, na forma de lei própria.
Com o acima exposto, a matrícula dos tradutorespú-
blicos é feita então na Junta Comercial, e não em Cartório 
de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
É errado dizer que o empresário tem três dias úteis 
para submeter ao Registro Público de Empresas Mercan-
tis os atos destinados a registro, contados desde a data 
de seu preenchimento.
Conforme apresentado pelo art. 36, os documentos 
relacionados ao arquivamento tem um prazo de 30 (trin-
ta) dias contados de sua assinatura para serem apresen-
tados, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento; 
ao exceder o prazo, o arquivamento só será reconhecido 
a partir do despacho que o conceder.
Porém, como apontado anteriormente, é incorreto 
afirmar que a obrigatoriedade de inscrição do empresá-
rio no Registro Público de Empresas Mercantis da res-
pectiva sede só se torna efetiva após o início de sua ativi-
dade, pois essa inscrição deve ocorrer anteriormente ao 
início das atividades.
Quanto aos documentos que não podem ser arqui-
vados, dispõe uma Lei nº 8.934/4 específica referente ao 
Art. 35.
Alguns atos da Junta Comercial são subordinados à 
outros regimes e dependem portanto da deliberação por 
parte do seu órgão colegiado. Assim dispõe o art. 41 da 
Lei nº 8.934/94.
Os atos não previstos nesse dispositivo serão julga-
dos particularmente tendo objeto de decisão singular 
proferida pelo presidente da junta comercial, por vogal 
ou servidor que possua comprovados conhecimentos de 
Direito Comercial e de Registro de Empresas Mercantis, 
desde que designados pelo presidente da junta comer-
cial. É o exposto no art. 42 da Lei nº 8.934/94.
O arquivamento de ata de assembleia geral, levado 
por uma sociedade anônima, por exemplo estará sujeito 
à análise ao corpo de decisão colegiado pela junta co-
mercial competente para efetivar o registro público de 
empresas mercantis e atividades afins.
No caso de pedido indeferido pela Junta Comercial, o 
interessado poderá interpor recursos no âmbito adminis-
trativo, previstos no art. 44 da Lei nº 8.934/94 e instruídos 
pela Instrução Normativa DNRC nº 85, de 29/2/2000.
Independente da interposição do recurso administra-
tivo, o interessado pode buscar tutela judicial. A Justiça 
Federal é reconhecida pelo STJ como competente para o 
julgamento de mandado de segurança contra ato prati-
cado pela JC. Portanto, é incorreto afirmar que o manda-
do de segurança contra ato de registro de determinada 
sociedade empresária deverá ser impetrado perante a 
justiça estadual competente.
As ações ordinárias entretanto, são definidas pelo 
STJ como de competência da Justiça Federal. Seguindo 
esse raciocínio, em um concurso público considerou-se 
errado dizer que “A Justiça Estadual é competente para 
declarar a nulidade de uma decisão, da Junta Comercial, 
pertinente ao Registro Público de Empresas Mercantis”. 
Entretanto, recentes precedentes do próprio STJ consi-
deram competente a Justiça Estadual.
Em suma, ao propor eventual mandado de segurança 
contra ato da Junta Comercial este deve ser dirigido à 
Justiça Federal. A Justiça Estadual arcará com os pedidos 
das ações ordinárias.
De acordo com o disposto na Lei nº 8.934/94, o re-
gistro empresarial constitui não somente o arquivamento 
dos atos constitutivos das sociedades empresariais, das 
firmas individuais, mas também a matrícula daqueles 
que anteriormente a reformulação do Código Civil eram 
denominadas “agentes auxiliares do comercio, conforme 
Art. 32.
As juntas comerciais são órgãos da administração es-
tadual que, tem como uma de suas principais funções, 
exercer poder disciplinar, estabelecer código de ética e 
controlar as atividades dos tradutores públicos.
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Além do exposto acima, as juntas comerciais têm ca-
pacidade de promover o assentamento dos usos e prá-
ticas mercantis (costumes) da localidade (vide art. 8º, VI, 
da Lei nº 8.934/94 e arts. 87 e 88 do Decreto nº 1.800/96). 
Na prática porém as juntas não tem realizado essa com-
petência, de forma que o último assentamento de prática 
mercantil de que o autor tem notícia ocorreu em 1965, 
por meio da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais 
e era relativo a cheque visado. Assim, podemos conside-
rar o assentamento dos usos e práticas mercantis, uma 
curiosidade histórica sem maior importância prática nos 
dias de hoje, ainda que previsto em lei.
O acesso às informações contidas no registro público 
deveria ser o mais amplo possível. É errado dizer porém 
qualquer pessoa consegue acessar e obter certidões dos 
assentos das juntas comerciais, mediante pagamento do 
preço devido e comprovação do justo interesse, pois o 
art. 29 da Lei nº 8.934/94 expõe a não obrigação de pro-
var que há justo interesse. A consulta pode ser realizada 
apenas com a realização do pagamento.
O empresário individual ou a sociedade que não 
proceder a qualquer arquivamento por 10 anos subse-
quentes tem o dever de comunica devidamente à Junta 
Comercial que compartilha desejo de manter suas ati-
vidades, conforme artigo 60 da Lei nº 8.934/94. A não 
comunicação acarretará na desconsideração da empresa, 
ficando esta como inativa e tendo seu registro cancelado 
junto à Junta Comercial, abdicando automaticamente da 
proteção ao nome empresarial. Isso não significa que a 
dissolução da sociedade empresária acontecerá, mas sim 
que o empresário na pessoa física e a sociedade empre-
sária estão situação de irregularidade.
Por fim, podemos aceitar que o cancelamento do re-
gistro por inatividade da empresa pela Junta Comercial 
acarreta a perda da legitimidade ativa para requerer a re-
cuperação judicial. Para que a recuperação judicial acon-
teça, é necessário apresentar certidão de regularidade do 
devedor no Registro Público de Empresas para dar entra-
da na petição inicial de recuperação judicial, conforme o 
art. 51, V, da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro.
Segundo Carlos Pimentel, o registro de empresa se dá 
através do vínculo do empresário ao Registro Público de 
Empresas, a cargo das Juntas Comerciais.
O Registro Público de Empresas tem por finalidade 
dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e efi-
cácia aos atos jurídicos, proporcionando segurança aos 
empresários que desenvolvem a atividade mercantil.
De acordo com o artigo 967 do Código Civil, o em-
presário é obrigado a se inscrever no Registro Público de 
Empresas, antes de iniciar suas atividades, caso contrário, 
será vedado de requerer recuperação judicial ou extra-
judicial para si ou falência de outro empresário, além de 
ficar sujeito à pena de detenção de um a dois anos, e 
multa se o fato não constituir crime mais grave.
O registro na Junta Comercial é pré-requisito para a 
autenticação de documentos, portanto, se o empresário 
não se registrar de acordo com os ditames da lei, não 
possuirá livros devidamente autenticados, incorrendo 
em crime previsto na Lei de Falências, além de ficarem 
desprovidos de eficácia probatória.
Com relação às sociedades empresárias, a ausência 
de arquivamento caracteriza a responsabilidade solidá-
ria e ilimitada de todos os sócios pelas obrigações da 
empresa, mesmo se a mesma tiver como objetivo uma 
sociedade limitada.
Carlos Barbosa Pimentel, trata do Sistema Nacional de 
Registro de Empresas Mercantis (SIREM) que é composto 
pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio 
(DNRC) que possui as funções de supervisão, orientação, 
coordenação e normatização técnica dos serviços, com-
petindo-lhe estabelecer normas gerais que deverão ser 
seguidas pelas Jutas, possui um caráter absolutamente 
técnico.
A finalidade do registro empresarial é a 
de resguardar a segurança, publicidade e 
eficácia dos atos levados a arquivamento, 
dando, assim, uma garantia maior às partes 
envolvidas.
#FicaDica
Atos de Registro:
Os atos de registro compreendem a matrícula que é a 
inscrição dos leiloeiros oficiais, tradutores públicos, intér-
pretes comerciais, administradores de armazéns gerais e

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