Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1. DEFINIÇÕES A Biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde, não só por abordar medidas de Controle de Infecções para proteção da equipe de assistência e usuários em saúde. Ela tem um papel fundamental na promoção da consciência sanitária, na comunidade onde atua, sobre a importância da prevenção do meio ambiente na manipulação e no descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes e na redução geral de riscos à saúde e acidentes ocupacionais. A palavra biossegurança é uma designação genérica da segurança das atividades que envolvem organismos vivos (bio = vida + segurança). É uma junção da expressão "segurança biológica", voltada para o controle e a minimização de riscos advindos da exposição, manipulação e uso de organismos vivos que podem causar efeitos adversos ao homem, animais e meio ambiente. Ao adotarmos procedimentos específicos para evitar ou minimizar os riscos de atividades potencialmente perigosas que envolvem organismos vivos, estamos aplicando a biossegurança. Tais procedimentos são amplamente adotados em hospitais, laboratórios que pesquisam ou produzem patógenos ou outros organismos que apresentam potencial de dano à saúde pública, à vida humana e ao meio ambiente. Segundo a Fiocruz temos a seguinte definição: "Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de ricos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos da qual depende a vida de todos os seres vivos no nível individual e coletivo e do ambiente em geral." No Brasil, a biossegurança passou a ser mais amplamente abordada na questão dos organismos geneticamente modificados, popularmente conhecido por "OGMs" ou transgênicos". Estes organismos são assim conhecidos porque passaram por um processo de melhoramento conhecido como "engenharia genética". A Lei de Biossegurança regula todos os aspectos da manipulação e uso de OGMs no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte, importação, produção, armazenamento e comercialização. Seu escopo limita-se ao uso da engenharia genética, ou uso da técnica do DNA/RNA recombinante, para a troca de material genético entre organismos vivos. Outras técnicas biotecnologias, como fusão celular e cultura de tecidos, não são incluídas. O cerne da questão da biossegurança é a implementação de medidas que previnam os riscos. Vamos adotar como exemplo a questão dos riscos no trânsito. Se vamos atravessar a rua, sempre corremos o risco de atropelamento. Rapidamente analisamos e tomamos a decisão de atravessar ou não esta rua. Usamos, para tanto, as informações disponíveis, neste caso, o fluxo de automóveis (quantidade, velocidade), distância a ser percorrida para atravessar a rua, etc. Com 2 esta atitude estamos, efetivamente, realizando uma análise de risco. Os resultados desta análise serão usados para a tomada de decisão sobre atravessar ou não a rua (correr ou não o risco, dependendo de sua intensidade). A consciência dos profissionais em relação aos riscos a que estão expostos cresceu, adoção de medidas de segurança nos laboratórios e nos serviços de saúde: desinfecção, descartáveis, esterilização, higiene etc. Os riscos são gerados pela ação do homem e nunca é demais a formação continuada dos recursos humanos para criação de uma consciência crítica e precaucionária. ALGUMAS DOENÇAS OCUPACIONAIS Doenças Infecciosas: o AIDS - Primeiro caso na Inglaterra em 1984 (perfuração e agulha- acidente com uma enfermeira). o Hepatite B - profissionais de saúde tem um risco 10 X maior que a população. o Leptospirose- atendimento de populações em catástrofes (enchentes). o Tuberculose. Doenças emergentes- impactos sociais e para e ecologia: o Febre hemorrágica da Argentina e da Bolívia: modificações na agricultura, favorecimento da proliferação de vetor; o Febre de Rift Valley - aumento da população de ratos urbanos, barragens e inundações; o Dengue - aumento da densidade populacional em áreas urbanas; o Influenza - Troca de materiais genéticos e geração de novos sorotipos entre espécies reservatórios; Doenças não transmissíveis o Intoxicações químicas agudas; o Intoxicações químicas crônicas (doenças neurológicas, hepáticas, alergias, câncer, aborto, parto prematuro, malformação congênita do filho, etc); o Sobre exposição ao RX (leucopenia, leucemia). BIOSSEGURANÇA E IATROGENIA Lei nº 11.105, de 24 de Março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança. 3 A utilização dos antibióticos em medicina, apesar dos extraordinários efeitos curativos, pode causar efeitos indesejáveis, que por vezes colocam a vida do paciente em risco ou determinam sequelas orgânicas. A iatrogenia decorrente da antibioticoterapia é com frequência inevitável, já que resulta das ações tóxicas ou irritantes inerentes ao medicamento ou de manifestações de hipersensibilidade do hospedeiro, ou ainda alterações metabólicas e biológicas que se operam no paciente devidas a ação do antibiótico em uso. A iatrogenia refere-se a um estado de doença , efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico. Há muitas fontes de iatrogenia, como: o Erro medico; o Negligência ou procedimentos com falhas; o Suicídio assistido (ex: Eutanásia); o Má caligrafia nas prescrições; o Interação medicamentosa; o Efeitos adversos dos medicamentos; o Má utilização dos antibióticos, levando à criação de resistências; o Tratamentos radicais; o Erros de diagnóstico; o Infecções nosocomiais. 2. HIGIENE E PROFILAXIA Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da população, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial para saúde, economia e produção de um país. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), a população mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como consequência, a 4 cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças como (diarreia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. O saneamento básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma parcela significativa da população mundial. No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundial ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico a sua população. Compreender as noções básicas de higiene e profilaxia possibilita nossa melhor atuação,tanto do ponto de vista individual quanto coletivo. Higiene É um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças infecciosas usando desinfecção, esterilização e outros métodos de limpeza com o objetivo de conservar e fortificar a saúde. Profilaxia É a aplicação de meios tendentes a evitar as doenças ou a sua propagação. Uma doença tem um ou mais agentes causadores. Estes necessitam de alguma maneira interagir com o organismo para gerar a doença. Toda e qualquer medida que procure impedir esta interação pode ser chamada de medida profilática. Muitas pessoas acreditam que para se ter saúde basta manter uma boa alimentação e evitar vícios que afetam o organismo. Outras, que a saúde depende de acesso a bons serviços de prestação de assistência pública ou privada. Apesar de esses fatores - e muitos outros, em conjunto - serem indispensáveis para alcançarmos condições ideais de vida com saúde, faz-se necessário ressaltar que a higiene é um dos mais importantes para assegurar tais condições. Quando nos referimos à higiene, falamos não apenas da individual, no dia-a-dia, como tomar banho e escovar os dentes. Além dessas ações, voltadas para o cuidado e preservação do corpo, todas aquelas direcionadas à manutenção da saúde mental também integram o que denominamos higiene pessoal. Nessa perspectiva, o homem deve ser orientado a buscar uma vida equilibrada, reconhecendo, porém, que a saúde física e mental dependem de ações tanto individuais como coletivas. No nível das ações individuais, para que as pessoas optem por adotá-las, faz-se necessário que saibam de sua importância e tenham condições de utilizá-las. Daí a relevância da educação e orientação para a saúde transmitidas nas esferas familiar, cultural e das ações governamentais. Considerando-se o permanente inter-relacionamento do homem com os seus semelhantes e o meio ambiente, amplia-se sua responsabilidade no campo da higiene. Assim, ao nos referimos à higiene e sua relação com as condições de saúde da população não podemos pensar apenas na dimensão da responsabilidade individual. Prevenir doenças e manter a saúde humana não depende apenas de campanhas de vacinação em massa ou acesso aos serviços de saúde. É preciso planejar e investir de forma a permitir uma efetiva integração de ações nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 5 As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada. A meta de redução da infecção no hospital depende do ato simples de lavagem das mãos, da motivação e orientação dos profissionais da equipe de Saúde. As mãos são consideradas ferramentas principais dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois são as executoras das atividades realizadas. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais Potter e Perry (2004) definem lavagem das mãos como atrito, breve, de todas as superfícies das mãos com o auxilio de sabão, seguidas pelo enxágue sob um jato de água. Potter e Perry 2004, diz ainda que a finalidade da lavagens das mãos é remover toda a sujidade e os micro-organismos transitórios das mãos, bem como reduzir as contagens microbianas totais com o passar do tempo. A higienização das mãos é responsabilidade de todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: Uso de Água e Sabão Indicação o Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. o Ao iniciar o turno de trabalho. o Após ir ao banheiro. o Antes e depois das refeições. o Antes de preparo de alimentos. o Antes de preparo e manipulação de medicamentos. o Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. Uso de Preparação Alcoólica Indicação Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: 6 Antes de contato com o paciente Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. Após contato com o paciente Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos. Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos. Após risco de exposição a fluidos corporais Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente. Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo. Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intravascular. Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequencia: sítio menos contaminado para o mais contaminado. Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente. Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa. Antes e após remoção de luvas 7 Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissionalperceba, possibilitando a contaminação das mãos. Uso de Antissépticos Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das mãos e degermação da pele. Indicação: o Higienização anti-séptica das mãos; o Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes; o Nos casos de surtos. DEGERMAÇÃO DA PELE o No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). o Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter. o intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. Insumos necessários ÁGUA A água utilizada em serviços de saúde deve ser livre de contaminantes químicos e biológicos, obedecendo aos dispositivos da Portaria n. 518/GM, de 25 de março de 2004, que estabelece os procedimentos relativos ao controle e à vigilância da qualidade deste insumo. Os reservatórios devem ser limpos e desinfetados, com realização de controle microbiológico semestral. SABÃO Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. Recomenda-se que o sabão seja agradável ao uso, possua fragrância 8 leve e não resseque a pele. A adição de emolientes à sua formulação pode evitar ressecamentos e dermatites. A compra do sabão padronizado pela instituição deve ser realizada segundo os parâmetros técnicos definidos para o produto e com a aprovação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Para confirmar a legalidade do produto, pode-se solicitar ao vendedor a comprovação de registro na Anvisa/MS. AGENTES ANTISSÉPTICOS São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam- se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. PAPEL-TOALHA O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se destinam. Podem ser divididas em: o Higienização simples das mãos. o Higienização antisséptica das mãos. o Fricção de antisséptico nas mãos. o Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS Fonte: Manual de Higienização das mãos - Anvisa. 9 10 3. MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA O desenvolvimento de doenças infecciosas é caracterizado pela ocorrência de uma série de eventos sucessivos e ordenados chamados de ciclo das relações patógeno x hospedeiro. Relação entre os seres vivos onde um organismo (parasito) não só vive as custas de outro organismo (hospedeiro), mas depende bioquimicamente deste. o Patógeno: É um agente com potencial agressivo ao homem. Por exemplo, uma bactéria ou um vírus podem ser patógenos. o Hospedeiro: O hospedeiro da doença é o homem. Medidas que visem a tornar o organismo mais resistente a agressão dos patógenos, também são exemplos de medidas profiláticas de doenças. CARCTERÍSTICAS DOS AGENTES MICROBIOLÓGICOS Os micro-organismos são classificados de acordo com: o Grau e patogenicidade o Poder de invasão o Resistência a processos de esterilização o Virulência o Capacidade mutagênica. Conhecer o agente patogênico e os riscos de contagio, infecção e transmissão são fundamentais. CLASSIFICAÇÃO POR CLASSE DE RISCO Quatro grupos: oBaixo risco individual ou coletivo (Baccilus cerus); oModerado risco individual e coletivo limitado (Schistosoma mansoni); oElevado risco individual e baixo coletivo (HIV; Mycobacterium tuberculosis); oElevado risco individual e coletivo (Vírus Ebola). OS RISCOS DO USO DE INSETICIDAS o São substâncias agrotóxicas utilizadas no “combate” a vetores de endemias por eles transmitidas: malária, dengue, febre amarela, D. de Chagas, leishmaniose; esquistosomose; filariose. 11 o Exposição dos profissionais de saúde que aplicam esses venenos; da população aos venenos; do ecossistema a substâncias biocidas. Diversos deles são tóxicos para o SNC; hematológico; hepático; imunológico; suspeita de carcinogênese; etc PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR Infecção é a invasão e a multiplicação dos microorganismos nos tecidos do corpo, produzindo sinais e sintomas e também uma resposta imunológica. A reprodução desses micróbios produz lesões no hospedeiro, seja por competirem com o metabolismo endógeno, seja por causarem lesões celulares devidas às toxinas produzidas pelo microrganismo ou à multiplicação intracelular. A resposta imunológica do próprio hospedeiro pode agravar essa lesão tecidual, que pode ser localizada como um úlcera de pressão infectada) ou sistêmica. A gravidade da infecção varia segundo a capacidade de produzir doença e a quantidade de microorganismos invasores, segundo a resistência das defesas do hospedeiro e segundo vários outros fatores. É aquela que pode ser adquirida após a internação do cliente/paciente em um hospital ou ainda, quando da sua alta, se essa infecção estiver relacionada com a sua internação. Critérios para Confirmação o Análise do prontuário o Exames laboratoriais o Toda infecção apresentada após 72h da internação o Pacientes transferidos de outros hospitais o Infecções de recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas pela placenta entre outros Formas de Infecção o Endógeno: Infecção da flora do próprio paciente que convertem-se em patógenos pela manipulação ou ato terapêutico que modifica sua estrutura. o Exógeno: Infecção originada da flora de outro paciente, transmitida por contato físico direto ou objetos contaminados. As internações hospitalares longas e freqüentes colocam alguns pacientes em risco particularmente alta de adquirir infecções resistentes aos antibióticos. Os mais suscetíveis são os paciente muito jovens, muito idosos, portadores de enfermidade graves e indivíduos que estiverem usando equipamentos invasivos (como drenos e equipamentos para respiração artificial). Alguns desses pacientes já têm sistemas imunológicos debilitados, que o tornam mais suscetíveis. PROFILAXIA o Lavar as mãos com frequência antes e após de qualquer procedimento. 12 o Não permitir que funcionários e acompanhantes se sentem no leito dos clientes. o Manter higiene pessoal adequada (unhas aparadas e limpas, uniforme limpo, cabelos presos ou curtos, barba feita) o Observar no cliente os sinais e sintomas: febre, erupção de pele, ferimentos com pus ou diarreia. o Materiais não descartáveis devem ser colocados em solução desinfetante antes da lavagem. o Manter a limpeza na unidade do cliente 4. HIGIENIZAÇÃO E LIMPEZA HOSPITALAR Para o desenvolvimento das ações de prestação de assistência à saúde, além de outros fatores, necessitamos também de um ambiente seguro,higiênico e com asseio.Normalmente delegamos esta atribuição a um Serviço denominado Limpeza Hospitalar. Deve, no entanto, haver uma colaboração de todos, gestão compartilhada e corresponsabilidades. Histórico Idade média Início do capitalismo (Séc. XVII). Instituições para alojar pessoas doentes ou não, peregrinos, pobres e inválidos. As doenças mais comuns eram as infecções exógenas, transmitidas por vias aéreas, água, alimentos, solo, mãos (Ex. Tb, cólera). Séc. XVIII até início do Séc. XX Abordagem epidemiológica das doenças infecciosas numa era pré-bacteriológica, mediante o uso do “ar puro, da luz, do calor, da limpeza, do repouso, da dieta”. Foi através de Florence Nightingale que se iniciou o desenvolvimento de uma preparação formal e sistemática para a aquisição de um conhecimento e de um trabalho de natureza distinta daqueles buscados pelos médicos no hospital reorganizado, cujos fundamentos originavam-se das ações da Medicina Social, quais sejam, permitir a manutenção do organismo em condições de não adoecer ou de se recuperar de doenças. Essa percepção da doença como um esforço para restaurar a saúde mostrou- se uma idéia fecunda, dando à enfermagem uma dimensão original - a de favorecer esse processo reparativo mediante o uso do "ar puro, da luz, do calor, da limpeza, do repouso e da dieta" (NIGHTINGALE, 1989, p. 5), com isso vieram as infecções exógenas e endógenas inespecíficas, em vários “sítios” (Ex. Infecções urinárias, respiratórias, de ferida cirúrgica). Meados do Séc. XX 13 Quando as tentativas de explicar o contágio resultaram na compreensão de que pequenas partículas invisíveis seriam as causadoras da doença, foi retomada a vertente da causalidade. Iniciava-se assim a era bacteriológica, com as descobertas de Pasteur, Koch e outros para a cura das doenças infecciosas. O desenvolvimento das vacinas para a prevenção das doenças representou outro grande avanço. Era bacteriológica, foi caracterizada pelas suas aplicações: assepsia, antissepsia, desinfecção, esterilização e antibioticoterapia. Infecções endógenas inespecíficas multirresistentes, causadas por microrganismos da flora humana. Aumentando as intervenções no próprio ser humano tendo criar “mundo asséptico” - esterilizar o ambiente e o homem” LIMPEZA É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter em estado de asseio os artigos, reduzindo a população microbiana. Constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos hospitalares. A limpeza deve preceder os procedimentos de desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana através remoção da sujidade e da matéria orgânica presentes nos materiais.O excesso de matéria orgânica aumenta não só a duração do processo de esterilização, como altera os parâmetros para este processo. O avanço tecnológico tem lançado no mercado equipamentos complexos dotados de estreitos lúmens que tornam a limpeza um verdadeiro desafio. Assim, é lícito afirmar que a limpeza rigorosa é condição básica para qualquer processo de desinfecção ou esterilização. “É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar" (ANVISA,2005) Conceitos de LIMPEZA o "Limpeza é o processo de localizar, identificar, conter, remover e desfazer-se de forma adequada, de substâncias indesejáveis, ou seja, poluentes de uma superfície ou ambiente.” o (Abralimp, 1998) o "Limpeza é a remoção de qualquer corpo indesejável, visível ou não, de uma superfície, sem alteração das características originais do item que está sendo limpo, e onde o processo utilizado não seja nocivo ao meio ambiente.” (VIVIANI, 2003) o “LIMPEZA – 1. ato ou efeito de limpar. 2. Qualidade de limpo, de asseado, asseio. 3. Esmero, apuro.” (Dicionário Aurélio) o “LIMPEZA hospitalar é o processo de remoção de sujidades mediante a aplicação de energia química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo.” (ANVISA, 2000) Descontaminação de Artigos 14 Descontaminação e desinfecção não são sinônimos. A descontaminação tem por finalidade reduzir o número de micro-organismos presentes nos artigos sujos, de forma a torná-los seguros para manuseá-los, isto é, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de agentes químicos desinfetantes como glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sódio e outros no processo de descontaminação, prática largamente utilizada, não tem fundamentação. O agente químico é impedido de penetrar nos micro-organismos pois há tendência das soluções químicas ligarem-se com as moléculas de proteínas presentes na matéria orgânica, não ficando livres para ligarem-se aos micro-organismos nas proporções necessárias dando uma “falsa segurança” no manuseio do material como descontaminado. Além disso o uso desses agentes na prática da descontaminação causa uma aderência de precipitado de matéria orgânica no artigo, prejudicando sobremaneira a posterior limpeza. Ação ou energia química É proveniente da ação dos produtos que têm a finalidade de limpar através da propriedade de dissolução, dispersão e suspensão da sujeira. Ação ou energia mecânica É proveniente de força física aplicada sobre a superfície para remover a sujeira resistente à ação do produto químico. Essa ação pode ser obtida pelo ato de esfregar manualmente com esponja, escova, pano ou sob pressão de uma máquina de lavar. Ação ou energia térmica É proveniente da atuação do calor que reduz a viscosidade da graxa e gordura tornando-as mais facilmente removíveis pela aceleração da ação química. (ANVISA, 2000) TIPOS DE LIMPEZA HOSPITALAR Limpeza concorrente É aquela realizada, de forma geral, diariamente e sempre que necessário. Utiliza-se a limpeza úmida e o uso de água e sabão. A limpeza concorrente inclui os pisos, instalações sanitárias, superfícies horizontais de equipamentos e mobiliários, alguns utensílios utilizados, esvaziamento e troca de recipientes de resíduos. Limpeza terminal É uma limpeza mais completa, abrangendo todo o ambiente e todos os materiais e equipamentos, em todas as suas superfícies externas e internas, em todos os cantos. Na unidade de um paciente internado deve ser realizada após sua alta, transferência ou óbito. No Centro Cirúrgico após as cirurgias eletivas do dia. Limpeza imediata É realizada quando ocorre sujidade em áreas críticas e semicríticas, em qualquer período do dia.Consiste na remoção imediata de respingos ou deposição de matéria orgânica para evitar a sua veiculação ou seu ressecamento e conseqüente liberação para o ambiente dos microrganismos porventura presentes. Deve-se avaliar a necessidade ou não de descontaminação. Só deveram ser utilizados produtos com os princípios ativos permitidos segundo a Portaria 15/88 – MS. 15 Cuidados em relação ao uso de produtos químicos o Estabelecer quais produtos podem ser utilizados. o Adquirir somente produtos com registro no MS. o Realizar a diluição em local adequado e por pessoal treinado. o Observar as condições de armazenamento (local e embalagem). o Orientar para que não realizem mistura de produtos. Perfil do funcionário da limpeza o Escolaridade – desejável o 1º grau. o Outras características: potencial de aprendizado, capacidade de manter um relacionamento interpessoal, trabalhar em equipe, adequada postura pessoal e profissional. Princípios básicos da limpeza o Utilização de forma correta de equipamento de proteção individual (EPI). Portaria MTE no 485, de 11 de novembro de 2005 - NR 32. o Uso de uniforme completo (inclui luvas de borracha, sapatos impermeáveis). o Higiene pessoalbásica. o Prevenção de acidente de trabalho. o Programas de atualização em técnicas de limpeza, controle de infecção, ética, soluções (diluição, uso e riscos). o Gerenciamento do serviço: atualmente tem-se delegado esta atribuição a um profissional da Enfermagem. o Dimensionamento de pessoal o Analisar fatores de interferência (tipo de piso, área total do hospital, números de pessoas circulantes, quantificação e natureza dos equipamentos). o Produtividade em metros quadrados por hora trabalhada (áreas internas 300 m2/ 8hs). Planejamento Deve ser elaborado um planejamento detalhado e cuidadoso para a execução das tarefas. Avaliando a intensidade do tráfego, presença dos usuários no local, horários de determinadas atividades e o processo a ser utilizado. Para que ocorro padronização dos serviços os protocolos devem ser escritos. Serviço próprio X Serviço terceirizado Em ambos deve existir definição clara das funções. Na contratação de uma firma terceirizada, deve-se estabelecer todos os aspectos desejados no contrato de trabalho. Na área hospitalar deve haver um grupo/comissão para avaliar a execução do contrato 16 Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde A RDC no 306, de 07 de dezembro de 2004 – ANVISA determina as normas de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde como: Realizar segregação no momento da geração do resíduo. Dar destino adequado aos materiais pérfuro-cortantes. Manejo integrado no controle das pragas Para que haja controle das pragas é necessária a aplicação de venenos específicos para cada espécie a cada 06 meses. Que devem incluir: o Manipulação ambiental: tratamento das instalações. Revestimento de paredes, pisos, ralos, tubulações, caixas de gorduras. o Educação em saúde: mínimo de conhecimento sobre os hábitos dos animais, manutenção adequada de instalações e equipamentos. o Controle químico/biológico: desratização e desinsetização. Profissionais habilitados e responsáveis tecnicamente. Produtos registrados e aprovados. 5. PREVENÇÃO DE DOENÇAS Muitas doenças infecciosas podem ser evitadas ou tratadas com antibióticos e outras medidas terapêuticas eficazes. Contudo, ainda enfrentamos o problema das infecções. As infecções podem ser transmitidas por quatro mecanismos: contato, ar, veículo e vetor. Transmissão por contato É o mecanismo mais comum para transmissão das infecções e pode ser subdividida em: o Direta: A disseminação dos micro-organismos de um individuo ao outro, através do contato físico real. Os micróbios cujo mecanismo de transmissão é direto podem ser transferidos durante as atividades de assistência aos pacientes tais como: banho, troca de curativos e introdução de dispositivos invasivos, caso as mão dos profissionais de saúde ou suas luvas estejam contaminadas. Ex.: escabiose e herpes simples. o Indireta: Ocorre quando um indivíduo entra em contato com um objeto contaminado. Como por exemplo: termômetros, endoscópios, equipamentos e etc. 17 Transmissão por ar Acontece quando as partículas microbianas ou partículas de poeira contendo germes permanecem suspensas no ar por um período prolongado e em seguida são disseminadas pelas correntes de ar e inaladas. Ex. Bacilo da tuberculose. Transmissão por veículo Veículo é uma substância que mantém a vida do microorganismo, até que seja ingerido ou inoculado em um hospedeiro suscetível. Ex. sangue, soro, água, alimentos. A transmissão ocorres comumente na comunidade. Transmissão por vetor Ocorre quando um portador intermediário (pulga, mosquito) transfere o agente patogênico para outro ser vivo. PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS A ocorrência de surtos é de notificação compulsória e normatizada por portarias específicas, sendo dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária a ocorrência de surto de DTA. A notificação é obrigatória para médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde. Os objetivos da investigação epidemiológica são: o coletar informações básicas necessárias ao controle do surto de DTA; o diagnosticar a doença e identificar os agentes etiológicos relacionados ao surto; o identificar os fatores de risco associados ao surto; o propor medidas de intervenção, prevenção e controle pertinentes; o analisar a distribuição das DTA na população sob risco; o divulgar os resultados da investigação epidemiológica às áreas envolvidas e à comunidade. Aspectos epidemiológicos O perfil epidemiológico das doenças transmitidas por alimentos no Brasil ainda é pouco conhecido. Somente alguns estados e/ou municípios dispõem de estatísticas e dados sobre os agentes etiológicos mais comuns, alimentos mais frequentemente implicados, população de maior risco e fatores contribuintes. Distribuição geográfica 18 É universal. A incidência varia de acordo com diversos aspectos: educação, condições socioeconômicas, saneamento, fatores ambientais, culturais e outros. o Modo de transmissão - pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. o Modo de contaminação - a contaminação pode ocorrer em toda a cadeia alimentar, desde a produção primária até o consumo (plantio, manuseio, transporte, cozimento, acondicionamento, etc). Destacam-se como os maiores responsáveis por surtos os alimentos de origem animal e os preparados para consumo coletivo. o Período de incubação - varia conforme o agente etiológico, podendo ser de frações de hora a meses. As DTA´s podem ser causadas por: o Toxinas: produzidas pelas bactérias Staphylococcus aureus, Clostridium spp, Bacillus cereus, Escherichia coli, Vibrio spp etc o Bactérias: Salmonella spp, Shigella spp, Escherichia coli etc o Vírus: Rotavirus, Norwalk etc o Parasitas: Entamoeba spp, Giardia lamblia, Cryptosporidium parvum etc. o Substâncias tóxicas: Metais pesados, agrotóxicos etc.. CONTROLE E A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Monitorar de forma contínua a morbimortalidade das DCNT, é uma atividade fundamental do sistema de vigilância. Ela deve ser executada em todos os níveis gestores do sistema, do município ao nacional. O programa de prevenção e controle do tabagismo As ações educativas são essenciais para esse processo e devem anteceder e acompanhar qualquer ação para prevenção do câncer. Essas ações podem ser pontuais como as campanhas de conscientização, e a divulgação de informações pela mídia. As ações educativas continuadas são essenciais para transformar as informações disseminadas, em mudanças de atitudes e de comportamento favoráveis a uma vida mais saudável. O programa foi delineado visando sistematizar ações educativas e mobilizar ações legislativas e econômicas: o reduza a aceitação social do tabagismo; o reduza os estímulos para que os jovens comecem a fumar e os que dificultam os fumantes a deixarem de fumar; o proteja a população dos riscos da exposição à poluição tabagística ambiental; o reduza o acesso aos derivados do tabaco; o aumente o acesso dos fumantes ao apoio para cessação de fumar; o controle e monitore todos os aspectos relacionados aos produtos de tabaco comercializados, desde seus conteúdos e emissões até as estratégias de comercialização e de divulgação de suas características para o consumidor. 19 O Programa Viva Mulher O controle do câncer em nosso país representa, atualmente, um dos grandes desafios que a saúde pública enfrenta. Isto porque, além de sera segunda causa de morte por doença, o câncer demanda a realização de ações de variados graus de complexidade, acopladas à necessidade de recursos humanos oriundos de diversas áreas do conhecimento. O programa “Viva Mulher” foi concebido no ano de 1996, como estratégia nacional para controle do câncer de colo uterino e de mama e sua implantação teve inicio no primeiro semestre de 1997. A organização da Atenção Básica em saúde A Atenção Básica em Saúde caracteriza-se por desenvolver um conjunto de ações que abrangem a promoção, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação. É desenvolvida sob a forma de trabalho multiprofissional e interdisciplinar, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, considerando a dinamicidade existente nesse território, pelas quais assume a responsabilidade sanitária. Dentro da organização da Atenção Básica encontramos os seguintes programas: O controle da Hipertensão Arterial e do Diabetes Hipertensão Arterial (HA) e o Diabetes Mellitus (DM) são doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), de alta prevalência cujos fatores de risco e complicações representam hoje a maior carga de doenças em todo o mundo. A Política Nacional de Atenção Integral a Hipertensão Arterial e ao Diabetes objetiva articular e integrar ações nos diferentes níveis de complexidade e nos setores públicos e privados para reduzir fatores de risco e a morbimortalidade por essas doenças e suas complicações, priorizando a promoção de hábitos saudáveis de vida, prevenção e diagnóstico precoce e atenção de qualidade na atenção básica. Prevenção e Controle das Doenças Transmissíveis A varíola está erradicada desde 1978, a poliomielite recebeu a certificação da erradicação da transmissão autóctone em 1994, o sarampo encontra-se eliminado. Ainda nesta década será atingida a meta de erradicação da raiva humana transmitida por animais domésticos, da rubéola congênita e do tétano neonatal. Ainda dentro deste grupo de doenças transmissíveis com tendência ao declínio, estão a difteria, a rubéola, a coqueluche e o tétano acidental, que têm em comum o fato de serem imunopreveníveis, a doença de Chagas e a hanseníase, ambas endêmicas há várias décadas em nosso país, e a febre tifóide, associada a condições sanitárias precárias. Difteria 20 A difteria é uma doença transmissível aguda, toxiinfecciosa, causada por bacilo toxigênico que frequentemente se aloja nas amígdalas, na faringe, na laringe, no nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. Diminuição em decorrência do aumento da utilização da vacina tríplice bacteriana (DTP). Coqueluche A coqueluche, conhecida como tosse espasmódica, é uma doença imunoprevenível de grande importância na infância, que pode levar a complicações graves, inclusive com óbito. Quando a vacina tríplice bacteriana (DTP) passou a ser preconizada para crianças menores de 7 anos, observa-se um declínio na incidência da coqueluche. Tétano O tétano é uma doença transmissível, não contagiosa, que apresenta duas formas de ocorrência: acidental e neonatal. A primeira forma geralmente acomete pessoas que entram em contato com o bacilo tetânico ao manusearem o solo ou por meio de ferimentos ou lesões ocorridas por materiais contaminados, em ferimentos na pele ou na mucosa. O tétano neonatal é causado pela contaminação durante a secção do cordão umbilical pelo uso de instrumentos cortantes ou material de hemostasia inadequadamente esterilizados ou não esterilizados, pelo uso de substâncias contaminadas no coto umbilical, como teia de aranha, pó de café, fumo, esterco. O tétano acidental pode ser evitado pelo uso da vacina DTP na infância e com a vacina dupla adulto (dT) em adultos, além dos reforços a cada dez anos para quem já tem o esquema completo. Outra medida importante é a adoção de procedimentos adequados de limpeza e desinfecção de ferimentos ou lesão suspeita para tétano nas unidades de saúde. Poliomielite A persistência da poliomielite em outros continentes, com o permanente risco de importação do vírus, enquanto não for alcançada a erradicação em escala mundial, justifica a permanência da estratégia dos dias nacionais de vacinação e o fortalecimento da vigilância epidemiológica das paralisias. Sarampo O sarampo é um dos cinco exantemas da infância clássicos. É altamente infeccioso e transmitido por secreções respiratórias como espirros e tosse. Após o início de uso da vacina tornou-se raro nos países que a utilizam de forma eficaz, como Brasil e Europa. Contudo, ainda causa 40 milhões de casos e um a dois milhões de mortes por ano em países sem programas de vacinação. Rubéola Destaca-se a realização de uma campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em idade fértil em todo o país nos anos de 1998 a 2002. No campo das doenças infectocontagiosas, a importância epidemiológica da rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação. A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe (aborto e natimorto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Raiva humana A raiva é uma doença infecciosa aguda, de etiologia viral, transmitida por mamíferos, que apresenta dois ciclos principais de transmissão: urbano e silvestre. É uma zoonose de grande 21 importância na saúde pública por apresentar letalidade de 100%. As principais fontes de infecção no ciclo urbano são cão e gato. No Brasil, o morcego hematófago é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre. Doença de Chagas A doença de Chagas é uma doença transmitida principalmente por triatomíneos (insetos hematófagos), conhecidos como barbeiros. Na ocorrência da doença, observam-se duas fases clínicas: uma aguda, que pode ou não ser identificada, podendo evoluir para uma fase crônica caso não seja tratada com medicação específica. No Brasil, devido à transmissão vetorial domiciliar ocorrida no passado e hoje interrompida, predominam os casos crônicos. Hanseníase O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. A hanseníase, doença endêmica, tem apresentado uma redução significativa de sua prevalência OMS de eliminar essa doença como problema de saúde pública, com a Meta proposta pela redução de sua prevalência para 1,0 por 10 mil habitantes no ano de 2005. Febre tifoide A febre tifoide é uma doença transmissível associada às precárias condições sanitárias, de higiene pessoal e ambiental, sendo frequente sua ocorrência sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos contaminados. A imunidade adquirida após a infecção ou a vacinação não é definitiva, e a vacina não apresenta efetividade para o controle de surtos. DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM QUADRO DE PERSISTÊNCIA o Malária o Tuberculose o Meningites o Leishmaniose visceral o Leishmaniose Tegumentar Americana o Febre amarela silvestre o Hepatites virais o Esquistossomose o Leptospirose o Acidentes por animais peçonhentos DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES E REEMERGENTES 22 o Aids o Cólera o Dengue o Hantaviroses 6. CLASSIFICAÇÃODAS CIRURGIAS As infecções pós operatórias devem ser analisadas conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de micro-organismos presentes no tecido a ser operado. A classificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico. LIMPA: São aquelas que têm reduzido potencial de infecção; não ocorre abertura de vísceras ocas ou infração da técnica asséptica. Exemplo: cirurgia de varizes. POTENCIALMENTE CONTAMINADA: Abertura de víscera oca, com mínimo extravasamento de conteúdo ou pequenas infrações técnicas. CONTAMINADA: abertura de víscera oca com grosseiro extravasamento de conteúdo, inflamação aguda sem pus e lesões traumáticas com menos de 6 horas. INFECTADA: São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão com presença de pus, víscera oca perfurada e lesões traumáticas com mais de 6 horas de evolução. Exemplo: aneurisma micótico. ASSEPSIA Conjunto de medidas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de bactérias. A antissepsia refere-se à desinfecção de tecidos vivos com antissépticos. Antissépticos A sua concentração não pode ser tóxica para as células. São exemplos o álcool etílico (70º), peróxido de hidrogênio (10 volumes), eosina (para gram-positivos), permanganato de potássio, hipoclorito de sódio (0,48%) e iodopovidona (derivado do iodo, altamente eficaz, exceto no caso da hepatite B). Métodos de Assepsia o Degermação o Desinfecção 23 o Esterilização o Antissepsia Descontaminação Descontaminação e desinfecção não são sinônimos. A descontaminação tem por finalidade reduzir o número de micro-organismos presentes nos artigos sujos, de forma a torná-los seguros para manuseá-los, isto é, ofereçam menor risco ocupacional. O uso de agentes químicos desinfetantes como glutaraldeído, formaldeído, hipoclorito de sódio e outros no processo de descontaminação, prática largamente utilizada, não tem fundamentação. O agente químico é impedido de penetrar nos micro-organismos, pois há tendência das soluções químicas ligarem-se com as moléculas de proteínas presentes na matéria orgânica, não ficando livres para ligarem-se aos micro-organismos nas proporções necessárias dando uma “falsa segurança” no manuseio do material como descontaminado. Além disso o uso desses agentes na prática da descontaminação causa uma aderência de precipitado de matéria orgânica no artigo, prejudicando sobremaneira a posterior limpeza. Desinfecção O termo desinfecção deverá ser entendido como um processo de eliminação ou destruição de todos os microrganismos na forma vegetativa, independente de serem patogênicos ou não, presentes nos artigos e objetos inanimados. A destruição de algumas bactérias na forma esporulada também pode ocorrer, mas não se tem o controle e a garantia desse resultado. No seu espectro de ação, a desinfecção de alto nível deve incluir a eliminação de alguns esporos, o bacilo da tuberculose, todas as bactérias vegetativas, fungos e todos os vírus. A desinfecção de alto nível é indicada para ítens semi-críticos como lâminas de laringoscópios, equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível. O agente mais comumente utilizado para desinfecção de alto nível é o glutaraldeído. Na desinfecção de nível intermediário não é esperada ação sobre os esporos bacterianos e ação média sobre vírus não lipídicos, mas que seja tuberculicida, elimine a maioria dos fungos e atue sobre todas as células vegetativas bacterianas. Cloro, iodóforos, fenólicos e alcoóis pertencem a este grupo. Os desinfetantes desta classificação, juntamente com os de baixo nível, são tipicamente usados para artigos que entrarão em contato somente com a pele íntegra ou para desinfecção de superfícies. Na desinfecção de baixo nível não há ação sobre os esporos ou bacilo da tuberculose, podendo ter ou não ação sobre vírus não lipídicos e com atividade relativa sobre fungos, mas capaz de eliminar a maioria das bactérias em forma vegetativa. Compostos com quaternário de amônia são exemplos de desinfetantes de baixo nível. Esterilização É o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de micro-organismos presentes : vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico. Entretanto, considerando o comportamento dos micro-organismos num meio de cultura e sob ação de um agente esterilizante (morte em curva logarítmica), o processo de esterilização 24 assume um entendimento mais complexo. Sendo assim, esterilização é o processo pelo qual os micro-organismos são mortos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los no meio de cultura padrão no qual previamente haviam proliferado. Os métodos de esterilização podem ser físicos e químicos. Dentre os físicos há o calor, sob a forma úmida e seca, a radiação e a filtração. Dentre os métodos químicos, há os agentes químicos sob a forma líquida e gasosa. Nas instituições de saúde, os métodos de esterilização disponíveis rotineiramente são o calor, sob a forma úmida e seca, e os agentes químicos. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO Seco estufa Calor água ebulição Úmido autoclave Físico Radiação ultravioleta Radiação Raios Gama Líquidos Químico Gasosos Vapor Saturado Sob Pressão O calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão é o processo de esterilização mais seguro, eficiente, rápido e econômico disponível. O mecanismo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão está relacionado com o calor latente e o contato direto com o vapor, promovendo a coagulação das proteínas. Calor latente: é o calor que um corpo “recebe” sem variação de temperatura e sim de estado físico. É o calor necessário para converter uma umidade de água em vapor. O vapor sob pressão, ao entrar em contato com a superfície fria dos materiais colocados na autoclave, se condensa liberando o calor latente, que é o responsável pela desnaturação dos microrganismos. A esterilização está fundamentada nessa troca de calor entre o meio e o objeto a ser esterilizado. É necessário o estabelecimento de padrões no preparo e no acondicionamento dos artigos a serem esterilizados, além do perfeito funcionamento do equipamento. O acondicionamento dos artigos deve ser feito com embalagens permeáveis ao vapor, além de resistentes a condições úmidas e secas, flexíveis e que não permitam a penetração do micro-organismo após o processo de autoclavação. Não devem conter na sua composição produtos tóxicos, corantes ou liberar 25 resíduos. Devem favorecer o fechamento ou selagem e apresentarem facilidade na abertura sem ocasionar risco de contaminação do seu conteúdo. Para que ocorra o contato do vapor com o material, há necessidade da remoção do ar presente na câmara, pois sendo o ar um bom isolante térmico, impedirá a penetração do vapor nos materiais, reduzindo a eficácia ou impossibilitando o processo de esterilização.A remoção do ar da autoclave pode ser prejudicada pelo tamanho e posição dos pacotes, das embalagens muito apertadas e pela carga excessiva. Destruição a partir da oxidação da célula o Temperatura: 140 a 180 ºC (cerca de 2 horas) o Termostato para aquecimento rápido o Processo: irradiação do calor o Indicado vidrarias para instrumentos de corte ou ponta materiais impermeáveis como pomadas e óleos o Artigos devem estar completamente limpos e protegidos em invólucros adequados Calor Seco A esterilização pelo calor seco é feita em estufas elétricas equipadas com termostato e ventilador, a fim de promover um aquecimento mais rápido, controlado e uniforme dentro da câmara. A circulação de ar quente e o aquecimento dos materiais se faz de forma lenta e irregular, requerendo longos períodos de exposição e temperatura mais elevada do que o vapor saturado sob pressão para se alcançar a esterilização. Este processo deve se restringir a artigos que não possam ser esterilizados pelo vapor saturado sob pressão, pelo dano que a umidade pode lhes causar ou quando são impermeáveis, como vaselina, óleos e pós. A inativação dos micro-organismos pelo calor seco é resultante da oxidação e dessecação. O processo de esterilização pelo calor seco, embora seja simples, exige cuidados como propiciar a livre circulação do ar por toda a estufa e entre as caixas e observar rigorosamente a relação tempo de exposição e temperatura, a fim de assegurar a sua eficácia. O tempo de exposição deve ser considerado apenas quando a temperatura determinada for alcançada, sem incluir o tempo gasto para o aquecimento. O estabelecimento de parâmetros de tempo de exposição e temperatura tem sido uma preocupação constante entre os profissionais responsáveis pela esterilização, pela diversidade de informações disponíveis. Radiação 26 A radiação é uma alternativa na esterilização de artigos termossensíveis, por atuar em baixas temperaturas. É um método disponível em escala industrial devido aos elevados custos de implantação e controle. Além do uso na esterilização de seringas, agulhas hipodérmicas, luvas, fios cirúrgicos e outros artigos médico hospitalares, é empregada também em determinados tipos de alimentos visando aumentar a vida de prateleira dos mesmos e no tratamento de resíduos. É utilizada também pela indústria farmacêutica na esterilização de medicamentos. A radiação é “a emissão e propagação de energia através de um meio material, sob a forma de ondas eletromagnéticas, sonoras ou por partículas”. Radiação ultravioleta o Pouco poder de penetração em artigos o Age provocando mutação do DNA das células o São necessários cuidados especiais com as lâmpadas Radiação ionizante/Gama A radiação ionizante é um método de esterilização que utiliza a baixa temperatura, portanto que pode ser utilizado em materiais termossensíveis. A ação antimicrobiana da radiação ionizante se dá através de alteração da composição molecular das células, modificando seu DNA. As células sofrem perda ou adição de cargas elétricas. Filtração A filtração tem por finalidade eliminar, mecanicamente, os microorganismos e/ou partículas através da passagem por filtro microbiológico. A eficácia da esterilização por filtração depende do uso de elementos filtrantes com poros de dimensões adequadas e das condições de assepsia observadas durante o procedimento. Esta técnica não é considerada infalível, sendo recomendada apenas quando não é possível aplicar métodos mais eficazes. Este processo é empregado em esterilização de fluídos farmacêuticos, como medicamentos endovenosos, drogas, vacinas e esterilização de ar em áreas onde esteja envolvida produção asséptica de produtos farmacêuticos, em salas cirúrgicas, salas para pacientes imunodeprimidos, etc. A filtração de ar incorpora o princípio de fluxo laminar, definido como um “fluxo unidirecional de ar dentro de uma área confinada com velocidade uniforme e turbulência mínima”. Agentes químicos Líquido Os esterilizantes químicos, cujos princípios ativos são autorizados pela Portaria no 930/92 do Ministério da Saúde, são aldeídos, óxido de etileno e outros, desde que atendam a legislação específica. Atuam na destruição de todos micro-organismos inclusive esporos. Os esterilizantes são antimicrobianos com toxicidade não seletiva e agem dentro de 18 horas. Para que ocorra a esterilização os artigos devem estar limpos e secos antes da imersão na solução. O esterilizante deve ficar em recipiente fechado. ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILIENO C2H4O 27 O óxido de etileno é um gás inflamável, explosivo, carcinogênico e quando misturado com gás inerte e sob determinadas condições, tem sido uma das principais opções para esterilização de materiais termossensíveis. Na legislação brasileira há vários documentos que tratam das instalações do óxido de etileno e do controle de saúde dos funcionários que ali trabalham. O seu mecanismo de ação é a alquilação das cadeias proteicas microbianas, impedindo a multiplicação celular. O seu uso está indicado para materiais termossensíveis, desde que obedecidos alguns parâmetros relacionados a: concentração de gás, temperatura, umidade e tempo de exposição. É imprescindível a fase de aeração do material processado. A portaria interministerial 482/99 dos Ministério da Saúde e do Trabalho e Emprego, em relação a aeração dos artigos esterilizados por óxido de etileno, não determina tempo e outras condições pré-estabelecidas mas sim que o executante do processo de esterilização valide todas as suas etapas, inclusive a aeração, devendo os resíduos não ultrapassarem os limites estabelecidos nesta portaria. Como em todo processo, a monitorização da efetividade da esterilização deve ser executada. Entretanto, a da esterilização por agentes químicos é de difícil execução, com exceção dos processos realizados em câmara como o formaldeído, o óxido de etileno e mais recentemente o plasma de hidrogênio. o Gás explosivo - está associado ao CO2 o Método eficaz o Excelente penetração o Materiais sensíveis ao calor (equipamentos cirúrgicos, plásticos) o Material esterilizado requer aeração o Exige invólucros adequados e limpeza prévia do material DESINFECTANTES 1. Compostos de cloro Hipoclorito 2. Compostos fenólicos Fenóis sintéticos - Tercil, Piso-Cide o Lavar material em água corrente o Age de 10 a 30 minutos o Bactericidas, virucidas, fungicidas e tuberculicidas o Provoca irritação na mucosa e despigmentação da epiderme DESINFECTANTES QUÍMICOS A eficácia depende: o Concentração o Tempo de exposição 28 o pH o Temperatura o Natureza do organismo o Presença de matéria orgânica ANTISSÉPTICOS Antissepsia Antissépticos são substâncias providas de ação letal ou inibitória da reprodução microbiana, de baixa causticidade e hipoalergênicas, destinados a aplicações em pele e mucosa. Os micro-organismos encontrados na pele e nas mucosas são classificados em flora residente ou transitória. A flora residente é composta por microrganismos que vivem e se multiplicam nas camadas mais profundas da pele, glândulas sebáceas, folículos pilosos ou feridas. A flora transitória compreende os microrganismos adquiridos por contato direto com o meio ambiente, contaminam a pele temporariamente e não são considerados colonizantes. Estes microrganismos podem ser facilmente removidos com o uso de água e sabão. No entanto, adquirem particular importância em ambientes hospitalares devido à facilidade de transmissão de um indivíduo à outro.Os antissépticos devem atender aos seguintes requisitos: amplo espectro de ação antimicrobiana; ação rápida; efeito residual cumulativo; não causar hipersensibilidade e outros efeitos indesejáveis, como ressecamento, irritação e fissuras; odor agradável ou ausente; boa aceitação pelo usuário; baixo custo e veiculação funcional em dispensadores ou embalagens de pronto uso. O Ministério da Saúde, no sentido de equacionar o grave problema das infecções hospitalares no Brasil, considerou, na Portaria nº 930/92 como princípios ativos adequados para os antissépticos: soluções alcoólicas (álcool etílico e isopropílico); soluções iodadas (iodo em álcool); iodóforos (polivinilpirrolidona I - PVPI); clorohexidina (biguanida); solução aquosa de Permanganato de Potássio; soluções aquosas à base de sais de prata e outros princípios com comprovada eficácia frente S. aureus, S. choleraesuis e P. aeruginosa. Triclosan Apresenta ação contra bactérias Gram positivas e a maioria das Gram-negativas, exceto para a Pseudomonas aeruginosa, e apresenta pouca ação contra fungos. O triclosan pode ser absorvido através da pele íntegra, mas sem consequências sistêmicas relevantes. A sua ação antimicrobiana se faz num período intermediário e tem uma excelente ação residual. Sua atividade é minimamente afetada pela presença de matéria orgânica. Álcool (etílico e isopropílico) O álcool possui muitas qualidades desejáveis dos anti-sépticos: barato, facilmente obtido e tem rápida ação contra bactérias e é também tuberculicida e fungicida. Estudos "in vitro" demonstraram ação virucida, incluindo os vírus respiratórios, o HBV e HIV. O nível ótimo de atividade microbicida acontece com álcool etílico na concentração 70% (p/v) pois, a desnaturação das proteínas dos microorganismos faz-se mais rapidamente na presença da água. Nesta 29 concentração, o álcool etílico é virucida. Estudos demonstraram a redução de 99% da flora da pele, sendo de baixa irritabilidade cutânea, principalmente quando utilizado com um emoliente (1% de glicerol). Indicado como anti-séptico de pele em procedimentos de baixo e médio risco e degermação das mãos da equipe entre os procedimentos quando da impossibilidade da lavagem das mãos. Neste caso, o álcool deve ser friccionado vigorosamente nas mãos até secar. O álcool não remove sujeira ou matéria orgânica. Iodo e iodóforos O iodo tem imediata ação contra bactérias e vírus entéricos e contra cistos de protozoários. Micobactérias e esporos de bacilos e de clostrídios podem também serem eliminados pelo iodo. Além disso, foi observada atividade fungicida e tricomonicida do iodo. O iodóforo mais conhecido é a polivinilpirrolidona um composto de 1 vinil-2- polímero pirrolidona com iodo (PVPI). Em nosso meio as formulações disponíveis até o momento são: PVPI degermante para degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica; PVPI alcoólico indicado para aplicação em pele íntegra e PVPI aquoso para curativos e aplicação sobre mucosas por exemplo na anti-sepsia antes da sondagem vesical. Todas estas formulações são tamponadas para pH da pele. O efeito residual das soluções à base de iodo, considerado como uma propriedade importante dos anti-sépticos depende, dentre outras coisas, da absorção do iodo pela pele sem contudo atingir níveis sistêmicos. O efeito residual dos compostos iodados traz significativas vantagens sobre outros tipos de antisépticos convencionais, especialmente como meio que pode reduzir a flora residente num nível muito maior que, por exemplo, o uso do álcool isopropílico. Clorexidina A atividade microbicida da clorexidina é principalmente contra bactérias G+ e G-. Não age sobre formas esporuladas exceto a temperaturas elevadas. Alguns vírus lipofílicos (por ex: influenza, virus da herpes, HIV) são rapidamente inativados. Sua ação fungicida varia com a espécie. A imediata ação bactericida da clorexidina (15”) supera com vantagem as soluções à base de polionilpinolidona iodo e triclosan (irgasan). O seu uso regular resulta num efeito cumulativo. O produto mantém atividade, mesmo na presença de sangue, e é menos irritante que o PVPI, o que o coloca em vantagem quando comparado. Dentre as suas principais aplicações, destacamos: degermação das mãos e antebraço da equipe; preparo da pele (pré operatório e procedimentos invasivos); lavagem simples das mãos. Nitrato de Prata A solução de nitrato de prata a 1% é utilizada no método de Crede para a profilaxia da conjuntivite gonocócica do recém-nascido. Como não atua sobre Clamídias, tem sido substituída em alguns hospitais por PVPI em solução ocular a 2,5% ou colírio de eritromicina a 0,5% ou colírio de tetraciclina a 1,0%. Há relatos do seu uso também no tratamento de queimaduras. Seu espectro de ação inclui bactérias Gram postivos, Gram negativos, e fungos. 30 Vantagens o Bactericidas e bacteriostáticos o Não tóxico, não corroem e são hipoalergêncos CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O RISCO DE TRANSMISSÃO DE INFECÇÃO ÁREAS HOSPITALARES Críticas São aquelas onde existe o risco aumentado de transmissão de infecção, onde se realizam procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes com seu sistema imunológico deprimido (ex: salas de operação e de parto, unidade e de tratamento intensivo, sala de hemodiálise). Semi-críticas São todas as áreas ocupadas por pacientes dom doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças infecciosas (enfermarias e ambulatórios). Não-críticas São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes (escritórios, depósitos). ARTIGOS HOSPITALARES Artigos críticos São aqueles que penetram através da pele e mucosas, atingindo os tecidos sub-epiteliais, e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema. Artigos Semi-críticos São todos aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Artigos não-críticos São aquele que entram em contato apenas com a pele íntegra do paciente. TERMOS TÉNICOS UTILIZADOS NA ÁREA DE BIOSSEGURNAÇA TERMOS TÉCNICOS o Aerossol é um conjunto de partículas suspensas num gás com alta mobilidade. o Antissepsia é o método através do qual se impede a proliferação de microrganismos em tecidos vivos com o uso de substância químicas (os anti-sépticos) usadas como bactericidas ou bacteriostáticos. o Assepsia é o conjunto de medidas que permitem manter um ser vivo ou um meio inerte isento de bactérias. A Antissepsia refere-se à desinfecção de tecidos vivos com anti- sépticos. o Assepse é a ausência de infecção ou de material ou agente infeccioso. o Bacteremia é a presença de bactérias nos sangue. o Choque é uma crise aguda de insuficiência cardiovascular, ou seja, o coração e vasos não são capazes de irrigar todos os tecidos do corpo com oxigênio suficiente. 31 o Choque hipovolêmico por hemorragias graves ou desidratação, em que a perda de sangue leva à descida perigosa da pressão arterial. o Choque séptico, em que bactérias produzem endoxinas que causam vasodilatação em todos os vasos de forma inapropriada o Choque cardiogénico, de causa cardíaca por falência desse órgão em manter a pressão sanguínea. o Contágio mediato ocorre quando o agente infeccioso fica um tempo maior exposto ao meio ambiente. Neste caso não há um contato íntimo entre a fonte contaminada com a receptora não contaminada. Exemplo: contagio por gotículas, aerossóis, fômites e mão na boca. o Contágio por vetores ocorre quando temos um elemento intermediário, o vetor, geralmente um inseto. o Degermação é o ato de redução ou remoçãoparcial dos microrganismos da pele, ou outros tecidos por métodos quimiomecânicos. É o que se faz quando se lava as mãos usando água, sabão e escova. o Descontaminação é o ato de redução ou remoção dos microrganismos de objetos inanimados por métodos quimiomecânicos, tornando-os mais seguros de serem manuseados ou tocados. è o que se faz quando se lava estes objetos com água, sabão e escova. o Desinfestação faz-se quando se procura exterminar animais macroscópicos que possam se transformar em transmissores para o homem ou ambientes. Ex. roedores (ex. ratos), insetos (ex, moscas, mosquitos, baratas), aracnídeos (ex, aranhas e escorpiões), ect. o Doença epidêmica: uma doença que afeta simultaneamente um grande número de pessoas; uma doença que se dissemina rapidamente num segmento demográfico da população humana, como todos de uma área geográfica, um quartel ou agrupamento similar ou um grupo humano com semelhanças etárias, sexuais, profissionais, etc; uma grande incidência está acima da esperada o Fômite é qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos, de um indivíduo a outro. o Infecção cruzada é um termo utilizado para referir-se à transferência de microorganismos de uma pessoa (ou objeto) para outra pessoa. 7. PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM MATERIAIS BIOLÓGICOS 32 Os riscos biológicos ocorrem por meio de micro-organismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc. São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microorganismos incluem-se: tuberculose, hepatite, HIV. Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a estes microorganismos. São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas. Além disso, deve-se observar os fatores que interferem na resposta à infecção, como: o Estado nutricional o Condições patológicas preexistentes o Lesão tecidual o Deficiências na produção de anticorpos o Alterações sangüínea o Extremos de idade o Imunidade adquirida o Resistência aos antibióticos o Distúrbios hormonais ASSEPSIA HOSPITALAR O hospital deve ser considerado insalubre por vocação, pois concentra hospedeiros mais suscetíveis e micro-organismos mais resistentes. Os micro-organismos contaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e podem provocar infecções mais difíceis de serem tratadas. Dentro da área hospitalar encontramos os seguintes tipos de assepsia: Assepsia Médica A infecção já existe, procura-se evitar sua propagação. Consiste em práticas que auxiliam a reduzir o número e a impedir a transmissão de micro-organismos patogênicos de uma pessoa (ou lugar). Assepsia Cirúrgica A infecção não existe, procura-se evitar seu aparecimento. Busca impedir a penetração de germes em locais que não o contenham. Procedimentos da equipe de saúde. As infecções também podem ser devidas a vários procedimentos envolvidos na assistência à saúde, incluindo-se: o Excretas: secreção do nariz e garganta, vômito, fezes e urina o Supurações de orifícios do corpo o Exsudato de feridas ou de lesões da pele o Equipamentos e materiais utilizados no cuidado o Roupas (de cama e pessoal) usadas por pacientes 33 o Mãos dos profissionais o Procedimentos diagnósticos e terapêuticos 34 RISCO Para reduzir a ocorrência de lesões e acidentes evitáveis, as instituições de assistência a saúde tem criado programas de controle dos riscos. RISCO: Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou número de ciclos operacionais. Os programas de controle de riscos tem como objetivo a manutenção e melhoria das instituições e dos equipamentos, assegurando um ambiente seguro aos empregados e pacientes. RISCO BIOLÓGICO Enfermagem: principal categoria para exposição Maior grupo nos serviços de saúde Maior contato direto na assistência à pacientes Tipo e freqüência de procedimentos realizados Devemos ter cuidado com o material biológico e saber como a infecção ocorre pode ajuda-lo a evitar ou controlar sua disseminação. A exposição pode se estabelecer através do: Veículo ou Material biológico o sangue, secreção vaginal e sêmen e tecidos; o líquidos de serosas(peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva; o suor, lágrima, fezes, urina, escarro; o ar. Por meio da exposição: o Pérfuro-cortante; o Mucosa; o Pele íntegra; o Inalação de gotículas/aerossóis. A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que não ocorra contaminação por patógenos de transmissão sangüínea nos serviços de saúde. Precauções básicas ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico- hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa. Segundo o Manual de Condutas em exposição ocupacional a material biológico (MS,1999), em caso de exposição o profissional de saúde deve: o 1º passo: Cuidados locais o 2º passo: Registro 35 o 3º passo: Avaliação da Exposição o 4º passo: Avaliação da Fonte o 5º passo: Manejo específico HIV, hepatite B e C o 6º passo: Acompanhamento clínico-sorológico Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) quando o contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos puder ser previsto. Incluem-se ainda as precauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais cortantes, para prevenir exposições percutâneas; e os cuidados necessários de desinfecção e esterilização na reutilização de instrumentos usados em procedimentos invasivos. Os risco são minimizados quando o profissional: Age com Conhecimento/ Conscientização: o Conhecer os possíveis agentes etiológicos e os meios de transmissão o Lavagem das mãos o Imunizações o Manuseio e descarte de pérfuro-cortantes o Conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico o Conhecer as limitações da profilaxia pós exposição Utiliza as Precauções Universais: o Evitar contato direto com fluidos ou secreções orgânicas o Profissional com lesão de pele, cobri – la com curativo o Evitar picada de agulhas e lesões que provoquem soluções de continuidade o Lavar sempre as mãos com água e sabão sempre que lidar com pacientes o Lixo hospitalar o Coletado em saco plástico, amarrado, colocado em novo saco plástico e incinerado Usa os Equipamentos de Proteção individual o Luvas (de procedimento, estéreis) o Máscaras (cirúrgicas, N95) o Capotes (limpos, estéreis, plástico, descartáveis), Jaleco o Protetor facial o Sapato, botas Precauções padrão Precauções com materiais biológicos devem ser usadas para TODOS pacientes 36 o Precauções de barreira - previsão de contato com material biológico de QUALQUER paciente o Luvas são necessárias para tocar material biológico, mucosas ou pele não intacta de todo paciente e para proceder acesso venoso
Compartilhar