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BIOSSEGURANÇA-2

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1 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 
2 BIOSSEGURANÇA......................................................................................... 5 
2.1 Princípios de Biossegurança .................................................................... 8 
2.2 Níveis de Biossegurança ........................................................................ 10 
2.3 Portaria 2616 do Ministério da Saúde de 12/05/1998 ............................ 11 
2.4 PCIH e CCIH .......................................................................................... 16 
2.5 Definições .............................................................................................. 18 
2.6 Higiene e hábitos pessoais .................................................................... 21 
2.7 Descontaminação .................................................................................. 22 
2.8 Equipamento de proteção individual – EPI............................................. 22 
2.9 Precauções padrão ................................................................................ 26 
2.10 Classificação de risco dos agentes biológicos .................................... 31 
3 PROCESSOS DE DESCONTAMINAÇÃO E ESTERELIZAÇÃO .................. 32 
3.1 Recursos humanos ................................................................................ 33 
3.2 Materiais de acabamento da CME ......................................................... 35 
3.3 Processos desenvolvidos na Esterilização............................................. 36 
3.4 Os microrganismos ................................................................................ 38 
3.5 Os germes e a origem das infecções ..................................................... 39 
3.6 Classificação dos Artigos Hospitalares .................................................. 40 
3.7 Esterilização por calor úmido ................................................................. 43 
3.8 Esterilização por calor Seco ................................................................... 46 
3.9 Microbiologia da pele ............................................................................. 48 
4 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE .................................................... 49 
4.1 Regulamentações .................................................................................. 51 
4.2 Riscos dos RSS ..................................................................................... 54 
4.3 Classificação .......................................................................................... 57 
 
 
 
4.4 Exposição a agentes biológicos ............................................................. 59 
4.5 Coleta seletiva dos resíduos sólidos de saúde ...................................... 60 
4.6 DOENÇAS OCUPACIONAIS ................................................................. 63 
4.7 O adoecimento dos trabalhadores e sua relação com o trabalho .......... 64 
5 ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO ................................................ 73 
5.1 Fatores de risco para ocorrência de infecção ........................................ 74 
5.2 Cuidados ao manusear material pérfurocortante e biológico ................. 74 
5.3 Procedimentos recomendados pós-exposição a material biológico ....... 75 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 77 
7 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS .................................................................... 82 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para 
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a 
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, 
é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida 
e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
5 
 
2 BIOSSEGURANÇA 
 
Fonte: br.linkedin.com 
 
O termo Biossegurança pode ser definido como conjunto de ações voltadas para 
prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, 
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando a 
saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida. A 
Biossegurança é tratada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), que foi 
instituída pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Desde sua criação, o 
objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das 
ações ligadas à Biossegurança de forma a ter o melhor entendimento entre o Ministério 
da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao tema. 
O interesse em biossegurança é manifestado no crescente número de 
regulamentações nacionais e internacionais para controle dos procedimentos de 
biotecnologia. A biossegurança tem várias normas que preconizam a diminuição 
da exposição de trabalhadores a riscos e a prevenção de contaminação 
ambiental. (HAMBLETON 1992, apud PENNA 2010, p. 556). 
As medidas de biossegurança devem ser adotadas e associadas a um plano de 
educação, garantindo assim a integridade vital dos profissionais, sendo que, esta, possui 
um papel fundamental na promoção à saúde, através da abordagem de medidas de 
 
6 
 
controle de infecção, além de colaborar para a preservação do meio ambiente e para a 
redução de riscos à saúde. 
A biossegurança inclui procedimentos de armazenamento, esterilização, proteção 
individual e coletiva e normas para evitar acidentes. 
Biossegurança é definida como um conjunto de estudos e ações destinados a 
prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam 
comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente. (MOLINARI 
2009, apud MINISTÉRIO DA SAÚDE 2010, p. 29). 
O ambiente hospitalar é considerado complexo, sendo composto por pessoas, 
soluções, equipamentos, material contaminado com variados microrganismos, papéis, o 
que favorece a ocorrência de acidentes. Para o perfeito funcionamento destes 
ambientes, é necessário ter disciplina, ética, adesão às normas e legislação, pois a 
ausências desses fatores em um ambiente extremamente hostil, tornam-se vulneráveis 
aos riscos que o permeia. 
A partir de doenças como o HIV e Hepatites, começaram as necessidades de se 
discutir e adotar mecanismos de proteção, tanto para os profissionais envolvidos no 
atendimento em saúde, quanto para os usuários, como focos principais na prevenção da 
exposição a materiais biológicos potencialmente infecciosos, bem como a proteção 
através da imunização. 
A combinação de procedimentos padrão, mudanças na prática de trabalho, uso 
dos diversos recursos tecnológicos e educação continuada são as melhores alternativas 
para reduzir exposições ocupacionais, devendo estar disponível para os profissionais 
atuantes, as normas e procedimentos que facilitem pronta comunicação, avaliação, 
aconselhamento, tratamento e acompanhamento dos acidentes de trabalho com 
material biológico. 
Essas normas devem estar de acordo com as exigências federais, estaduais e 
municipais, sendo necessária uma rotina clara e objetiva, seguida por todos os 
profissionais envolvidosno atendimento em saúde buscando manter a cadeia asséptica, 
para minimizar a contaminação cruzada e os riscos de acidente. 
O caráter multidisciplinar da biossegurança, com limites amplos e em constante 
construção, deve ser entendido, como um campo de estudos que vai além do ambiente 
de trabalho, interagindo de forma dinâmica com as Ciências da Natureza, na qual se 
encontra fortemente inserida. 
 
7 
 
O princípio básico da biossegurança é o controle de riscos, um elemento 
considerável do esforço gradual da busca de proteção contra as ameaças à vida 
humana. A responsabilidade legal pelo controle de riscos e pela segurança em 
ambientes de trabalho cabe aos administradores, no entanto os funcionários devem 
incorporar em sua rotina de trabalho boas técnicas microbiológicas e normas de 
biossegurança. 
Esta ação é realizada de forma constante, com treinamentos e alertas, sempre 
com a preocupação de manter as condições de saúde e observar os riscos potenciais 
associados ao trabalho. 
Risco é definido como qualquer situação que aumenta a probabilidade de 
ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. Estes são possíveis danos pessoais, 
infecções ou outras consequências negativas ao ser humano e meio ambiente. 
Fator de risco são todas as características ou circunstâncias que acompanham 
um aumento de probabilidade de ocorrência do fato indesejado sem que este fator tenha 
intervenção necessariamente em sua causalidade. 
Agente de risco é qualquer componente de natureza física, química ou radioativa 
que possa comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
Mapa de risco é a expressão gráfica de distribuição dos riscos envolvidos em um 
processo de trabalho realizado em um ponto específico. Tais riscos têm origem nos 
diversos elementos do processo de trabalho e a forma de organização do trabalho 
(arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de 
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, dentre outros). 
Análise de risco é a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações 
destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que 
possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e ao ambiente. 
As análises dos riscos de acidentes constituem o primeiro passo para 
compreender as causas efetivas que motivam as perdas humanas e materiais. A 
partir daí, aplicando-se os conhecimentos acidentários é possível operar os 
sistemas, especialmente os produtivos, dentro das faixas de segurança 
aceitáveis, permitindo o convívio das pessoas com os riscos, que previamente 
conhecidos, serão eliminados ou controlados. (CARMELLO 2008, apud 
BARROS 2013, p. 13). 
 
8 
 
Os profissionais da saúde sempre estarão expostos a algum tipo de risco, sendo 
estes classificados em cinco grupos: 
Risco de acidente: É quando há um evento negativo e indesejável, causando 
lesão pessoal ou dano material. Alguns exemplos são queimaduras, cortes e 
perfurações. 
Risco ergonômico: Quando há qualquer fator interferente na característica 
psicomorfológica do trabalhador, afetando sua saúde. Por exemplo transporte manual 
de peso, movimento repetitivo, postura inadequada que pode gerar doença relacionada 
ao trabalho. 
Risco físico: Está relacionado a diversas formas de energia que o trabalhador 
está submetido, como pressões anormais, temperatura extrema, ruído, vibrações, 
radiações ionizantes, ultrassom. 
Risco químico: É a exposição a agentes ou substâncias químicas presentes no 
ambiente ou processo de trabalho que possam penetrar no organismo por via 
respiratória, ser absorvido pela pele ou mesmo por ingestão. 
Risco biológico: Está associado ao manuseio ou contato com materiais 
biológicos ou animais infectados com agentes biológicos que possam produzir efeitos 
nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente. 
Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas foram 
classificados pelo Ministério da Saúde por meio da Comissão de Biossegurança 
em Saúde (CBS). Os critérios de classificação têm como base diversos 
aspectos, tais como: virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, 
concentração e volume, origem do material potencialmente infeccioso, 
disponibilidade de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento 
eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador. 
(BRASIL 2006, apud PENNA 2010, p. 557). 
2.1 Princípios de Biossegurança 
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho com 
promoção da contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao 
trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou 
eliminado. O termo “contenção” é usado para descrever os métodos de segurança 
utilizados na manipulação de materiais infecciosos ou causadores de riscos no meio 
laboral, onde estão sendo manejados ou mantidos. 
 
9 
 
As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção 
manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução cada vez mais rápida 
do conhecimento científico e tecnológico propicia condições favoráveis, que 
possibilitam ações que colocam o Brasil em patamares preconizado pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à biossegurança e saúde. No 
Brasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada quando o Brasil tomou 
parte do Programa de Treinamento Internacional em Biossegurança ministrado 
pela OMS que teve como objetivo estabelecer pontos focais na América Latina 
para o desenvolvimento do tema. (CBS 2010 apud MINISTÉRIO DA SAUDE 
2010, p. 36). 
Os agentes biológicos obedecem uma classificação de acordo com seu potencial 
de risco: 
Classe de risco 1: Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e 
coletivo, definidos como não patogênicos para pessoas ou animais adultos sadios. 
Classe de risco 2: Agentes biológicos que oferecem moderado risco individual e 
limitado risco para a comunidade, que provocam infecções no homem ou nos animais, 
cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente seja 
limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. 
Classe de risco 3: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e 
moderado risco para a comunidade, que possuem capacidade de transmissão por via 
respiratória e causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as 
quais existem medidas de tratamento e prevenção. Representam risco se disseminados 
na comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. 
Classe de risco 4: Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e 
comunitário com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de 
transmissão desconhecida. Nem sempre está disponível um tratamento eficaz ou 
medidas de prevenção contra esses agentes. Causam doenças humanas e animais de 
alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio 
ambiente. Esta classe inclui principalmente os vírus. 
Classe de risco especial: Agentes biológicos que oferecem alto risco de causar 
doença animal grave e de disseminação no meio ambiente de doença animal não 
existente no país e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância 
para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e redução na produção de 
alimentos. 
 
10 
 
2.2 Níveis de Biossegurança 
O nível de Biossegurança de um procedimento é determinado segundo o agente 
biológico de maior classe de risco envolvido. Quando não se conhece a patogenicidade 
do agente biológico deve-se realizar uma avaliação do risco para estimar o nível de 
contenção. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é responsável 
pelas atribuições relativas ao estabelecimento de normas, análise de risco, definição 
dos Níveis de Biossegurança e classificação de Organismos Geneticamente Modificados(OGM). 
As características físicas, estruturais e de contenção determinam o tipo de 
microrganismo que pode ser manipulado nas dependências onde estão presentes riscos 
ocupacionais. 
Nível de Biossegurança 1: É o nível básico de contenção, que se baseia nas 
práticas padrões de microbiologia. Não é requerida nenhuma característica de desenho, 
além de bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laborais. 
Nível de Biossegurança 2: Diz respeito aos microrganismos pertencentes a 
classe de risco 2. É necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras 
físicas primarias como cabines de segurança biológica e equipamentos de proteção 
individual e secundárias. 
Nível de Biossegurança 3: Destinado aos trabalhos com microrganismos de 
classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de 
microrganismos da classe de risco 2. São requeridos, além dos itens do nível de 
biossegurança 2, o desenho e a construção especial. Deve ser rígida a operação, 
inspeção e manutenção das instalações e equipamentos. Além disso o suporte técnico 
deve receber treinamento específico. 
Nível de Biossegurança 4: É o nível de contenção máxima, destinado a 
manipulação de microrganismos de classe de risco 4, onde há o mais alto grau de 
contenção, representando uma unidade geográfica e funcionalmente independente de 
outras áreas. Esses laboratórios além de requerer requisitos físicos e operacionais dos 
níveis de contenção 1, 2 e 3, também pedem barreiras de contenção como instalações, 
desenho dos equipamentos de proteção e procedimentos especiais de biossegurança. 
Os quatro níveis de biossegurança estão em ordem crescente no maior grau de 
contenção e complexidade do nível de proteção. 
 
11 
 
Sabendo analisar o risco biológico ao qual se está exposto, pode-se decidir em 
qual nível de biossegurança o agente infeccioso se encaixa, quais os equipamentos de 
segurança utilizar e dessa forma, pode-se proteger o profissional, a comunidade e o meio 
ambiente ao risco exposto. 
Há ainda os manuais de Biossegurança, que são de responsabilidade de 
comissões formadas, que preparam normas dentro da legislação vigente, com revisões 
quando necessárias. 
São alguns setores envolvidos com o desenvolvimento de manuais de 
biossegurança: CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), comissão criada 
por funcionários de todos os níveis. SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional) sob responsabilidade de um médico do trabalho. O SESMT protege a 
integridade do trabalhador e promove sua saúde. PPRA (Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais) está sob responsabilidade direta da Comissão de Biossegurança, 
avaliando os riscos biológicos e o local de trabalho. 
A preservação da saúde e da segurança no ambiente de trabalho constituem 
uma das principais bases para o desenvolvimento adequado da força de 
trabalho, sendo indispensável quando se espera ter um ambiente produtivo e de 
qualidade. O sucesso na obtenção dos resultados está intimamente relacionado 
com a valorização do recurso humano dentro da empresa, como um dos fatores 
primordiais. (CHIAVENATTO 1989, apud MONTEIRO 2005, p. 3). 
2.3 Portaria 2616 do Ministério da Saúde de 12/05/1998 
 
Fonte: anvisa.gov.br 
 
12 
 
Esta portaria do Ministério da Saúde, dispõe sobre a obrigatoriedade da 
manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle de infecções hospitalares 
(PCIH), devido aos riscos significativos à saúde dos usuários. 
As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e 
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade 
das infecções nos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções 
Hospitalares. 
O PCIH é um conjunto de ações desenvolvidas com a finalidade de reduzir ao 
máximo a incidência e gravidade das infecções hospitalares. 
Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir CCIH, órgão 
de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle 
de infecção hospitalar, que deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de 
nível superior, formalmente designados. Os membros da CCIH serão consultores e 
executores, sendo que o presidente ou coordenador da CCIH será um dos membros da 
mesma, indicado pela direção do hospital. 
A equipe de CCIH será composta de profissionais consultores, será assim 
disposta e representada pelos seguintes serviços: médico, enfermeiro, farmacêutico, 
profissional de laboratório de microbiologia e administração, e de membros executores, 
representando o Serviço de Controle de Infeção Hospitalar sendo encarregados da 
execução das ações programadas de controle de IH e serão, no mínimo, 2 técnicos de 
nível superior da área de saúde para cada 200 leitos ou fração deste número com carga 
horária diária, mínimas de 6 horas para o enfermeiro e 4 horas para os demais 
profissionais. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. 
O monitoramento constante das práticas de saúde deve focar em custos e 
qualidade para segurança do paciente. A utilização de indicadores clínicos, 
definidos como medidas quantitativas contínuas ou periódicas de variáveis, 
características ou atributos de um dado processo ou sistema, vem se tornando 
uma ferramenta útil para avaliar os serviços de saúde. (LACERDA 2006, apud 
MENEGUETI 2015, p.99). 
Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser 
acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. 
Pacientes críticos são aqueles em terapia intensiva adulto, pediátrico e neonatal, 
pacientes de berçário de alto risco, queimados, submetidos a transplantes de órgãos, 
hemato oncológicos, com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida dentre outros. 
 
13 
 
À CCIH do hospital compete elaborar, implementar, manter e avaliar PCIH de 
acordo com as características e necessidades da instituição, contemplando ações 
relativas a implantação de um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções 
Hospitalares, adequação, implementação e supervisão das normas e rotinas técnico 
operacionais, visando à prevenção e controle das infecções hospitalares. Cabe a ela 
também a capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição, uso 
racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares, avaliação 
periódica das informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das 
infecções hospitalares e aprovação de medidas de controle propostas pelos membros 
executores da CCIH. 
Preconiza-se que um dos membros executores seja, preferencialmente, 
enfermeiro. Dessa forma, mesmo estando diante da premissa de 
interdisciplinaridade profissional e do trabalho em equipe, com frequência o 
enfermeiro representa ser o “carro-chefe” para a realização de atividades a 
serem desenvolvidas pelos membros executores. (GIAROLA 2012, apud 
SANTOS 2014, p. 411). 
Deverá também realizar investigação epidemiológica de casos e surtos e 
implantar medidas imediatas de controle, elaborar e divulgar relatórios e comunicar à 
autoridade máxima da instituição e às chefias de todos os setores do hospital a situação 
do controle das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na comunidade 
hospitalar. Cabe a ela também a elaboração, implementação e supervisão de normas e 
rotinas técnico operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas 
infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento. 
Adequar, implementar e supervisionar a aplicação de normas e rotinas técnico 
operacionais, a fim de prevenir e tratar as IH, definindo em cooperação com a Comissão 
de Farmácia e Terapêutica, a política de utilização de antimicrobianos, germicidas e 
materiais médico-hospitalares para a instituição, é papel da CCIH, alémde cooperar com 
o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter 
capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao 
controle das infecções hospitalares, também se destacam entre as competências. 
A ela compete elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar, cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem como 
fornecer as informações epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes, 
notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, os casos diagnosticados ou 
 
14 
 
suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica, a notificação compulsória, 
atendidos em qualquer dos serviços ou unidades do hospital e atuar cooperativamente 
com os serviços de saúde coletiva, notificando ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e 
Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados ou 
suspeitos de infecções. 
Ressalta-se que o não cumprimento das normas da CCIH pode estar 
relacionado à falta de informação dos clientes e profissionais sobre as 
tecnologias e os métodos de prevenção e, também, ao desconhecimento da 
gravidade de doenças. Um outro aspecto a considerar é a questão de ordem 
socioeconômica e cultural, que está intimamente relacionada com a ocorrência e 
transmissão da doença. (MARTINEZ 1992, apud GUERRA 2003, p. 48). 
Caberá à autoridade máxima da instituição constituir formalmente a CCIH, nomear 
os componentes da CCIH por meio de ato próprio, propiciar a infraestrutura necessária 
à correta operacionalização da CCIH, aprovar e fazer respeitar o regimento interno da 
CCIH, garantir a participação do Presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos 
e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, 
independente da natureza da entidade mantenedora da instituição de saúde, garantir o 
cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual de 
Controle de Infecção Hospitalar e fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal 
atuante no âmbito hospitalar. 
À CCIH/MS, compete definir diretrizes de ações de controle de infecção 
hospitalar, apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infeção 
hospitalar, coordenar as ações nacionais de prevenção e controle, estabelecer normas 
gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares, estabelecer critérios, 
parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar, promover a articulação 
com órgãos formadores, com vistas à difusão do conteúdo de conhecimentos do controle 
de infecção hospitalar, cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde, identificar 
serviços municipais, estaduais e hospitalares para o estabelecimento de padrões 
técnicos de referência nacional, prestar cooperação técnica, política e financeira aos 
Estados e aos Municípios, para aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e 
controle de infecção, acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as 
competências estaduais e municipais de atuação, na prevenção e controle das infecções 
hospitalares, estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na 
área de vigilância epidemiológica, estabelecer sistema de avaliação e divulgação 
 
15 
 
nacional dos indicadores da magnitude e gravidade das infecções hospitalares e da 
qualidade das ações de seu controle, planejar ações estratégicas em cooperação técnica 
com os Estados, Distrito Federal e os Municípios, acompanhar, avaliar e divulgar os 
indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar. 
Às Coordenações do Estado e Distrito para o Controle de Infecção Hospitalar, 
compete a elaboração de diretrizes de ação, baseadas na política nacional de controle 
de infecção hospitalar, estabelecer normas para a prevenção e controle de infecção 
hospitalar, descentralizar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar dos 
municípios, prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios, executando ações 
e serviços de saúde, coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as ações de prevenção 
e controle de infecção hospitalar do Estado e Distrito Federal, acompanhar, avaliar e 
divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar, informar, 
sistematicamente, à Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da 
Saúde, a partir da rede distrital, municipal e hospitalar, os indicadores de infecção 
hospitalar estabelecidos. 
Às Coordenações compete ações de prevenção e controle de infecção hospitalar 
na rede, participação no planejamento, programação e organização da rede 
regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual, 
colaboração e acompanhamento juntamente com os hospitais na execução das ações 
de controle de infecção hospitalar, prestação de apoio técnico à CCIH dos hospitais, 
informando à Coordenação Estadual de controle de infecção hospitalar do estado, a 
partir da rede hospitalar, os indicadores de infecção hospitalar estabelecidos. 
A OMS preconiza que as autoridades em âmbito nacional e regional 
desenvolvam ações com vistas à redução do risco de aquisição de infecções. 
Os objetivos devem ser estabelecidos em âmbito nacional ou regional em 
consonância com demais objetivos de saúde nestas esferas. O engajamento 
entre as agências de saúde pública federal, estadual e local e os profissionais 
de saúde das instituições torna-se vital para a implantação, sustentabilidade e 
expansão de um programa de vigilância e prevenção de infecções. (ANVISA 
2013, apud ANVISA 2016, p. 8). 
 
16 
 
2.4 PCIH e CCIH 
 
Fonte: ipog.edu.br 
A Infecção Hospitalar (IH) é definida como doença adquirida após admissão do 
paciente e que se manifesta após a internação ou alta, quando puder ser relacionada 
com a internação ou procedimentos hospitalares. 
A base da prevenção de infecção hospitalar é a nomeação de um grupo de 
trabalho, chamado Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), capaz 
de desenvolver um programa eficiente com impacto na melhoria da qualidade 
assistencial e na segurança dos pacientes e profissionais da saúde. (PUCCINI 
2010, apud MPSP 2010, p.11). 
A vigilância epidemiológica ativa é um dos pilares do controle das IH, pois permite 
a determinação do perfil endêmico das instituições, a identificação de eventos 
inesperados, como surtos e o direcionamento das ações de prevenção e controle. 
Os órgãos estaduais de saúde no exercício da atividade fiscalizatória devem 
observar a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de formas de proteção 
capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes e pacientes. As 
dificuldades para uma definição de infecção hospitalar adequada aos tempos modernos 
e as polêmicas sobre os indicadores que devem ser considerados e o modelo de 
intervenção para o seu controle, tornam obrigatório a implementação da CCIH e PCIH 
em todas unidades hospitalares. 
O PCIH, Programa de Controle de Infecção Hospitalar é definido como o conjunto 
de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima 
 
17 
 
possível da incidência e da gravidade das IH, adquirida após a internação do paciente e 
que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando relacionada a 
hospitalização. 
Somente através de uma equipe de saúde intensivamente educada, treinada e 
cobrada quanto às recomendações de precauções universais é que será 
possível a prevenção das infecções hospitalares, sendo necessário que, todos 
os profissionais aceitem, respeitem e cumpram todas as normas estabelecidas 
pela CCIH. (DESTRA 2002 apud CONSTANTINO 2007, p.3). 
A CCIH fiscaliza e regulamenta normas de segurança e controle das infecções 
hospitalares. Tais medidas somente podem ser tomadas se existir estrutura adequada, 
incluindo profissionais qualificados e participação nas reuniões deliberativas do hospital. 
As reuniões da CCIHdevem ser periódicas e suas resoluções devem ser 
repassadas ao corpo clínico e à direção do hospital, seguindo diretrizes e normas para a 
prevenção e o controle das infecções hospitalares, reunidas da seguinte forma: 
 Qualquer pessoa física ou jurídica que desenvolva atividades hospitalares de 
assistência à saúde, seja de direito público ou privado, tem a obrigação de 
instalar a comissão e desenvolver o PCIH, 
 A CCIH deve ser composta por profissionais da área de saúde de nível 
superior formalmente designados. 
 Os hospitais podem se consorciar para executar o programa de controle de 
infecções hospitalares, mas devem ter CCIH própria pelo menos com 
membros consultores. 
 O PCIH deve ser adaptado à realidade de cada hospital, mas suas ações 
devem ser desenvolvidas deliberada e sistematicamente, conforme 
determinados conceitos e critérios diagnósticos, 
 Este programa deve conter um protocolo de utilização dos antibióticos 
estabelecido pela comissão, que deve ser rigorosamente seguido por todos 
os médicos, 
 A responsabilidade para a constituição, implementação e fornecimento de 
adequada estrutura da CCIH é da autoridade máxima da instituição, que deve 
aprovar e fazer respeitar o regimento interno da comissão, propiciar o efetivo 
cumprimento de suas determinações, fomentar a educação e o treinamento e 
repassar as informações pertinentes às autoridades estaduais e municipais. 
 
18 
 
 As Coordenações Nacional, Estadual, Municipal e do Distrito Federal de 
Controle de IH planejam e executam as políticas públicas relacionadas a tais 
infecções, que devem ser respeitadas pelos responsáveis. 
Diversos estudos têm demonstrado que as taxas de infecção hospitalar podem 
ser reduzidas, ou mesmo chegarem a valores próximos de zero em alguns sítios 
como a infecção da corrente sanguínea, quando se adota um programa de 
vigilância associado à implantação e gerenciamento de medidas de controle de 
infecção. (FERNANDES 2007, apud MPSP 2010, p. 12). 
A busca constante destas comissões e programas de controle e prevenção, é 
diminuir a um número insignificante as infecções, através da educação principalmente 
da equipe de saúde e educação do paciente e acompanhante. Para tal, é sempre válido a 
aplicação de medidas de educação em todos os âmbitos cotidianos, inclusive no 
ambiente domiciliar, pois adotando medidas rotineiras muito se pode prevenir. 
A segurança no local de trabalho depende de toda a equipe, que deve planejar a 
tarefa a ser executada, verificar o funcionamento da aparelhagem a ser utilizada e 
conhecer o material a ser manipulado, visando à prevenção de acidentes de trabalho. 
A Biossegurança e a importância dos mecanismos de proteção individual e 
coletiva, visam a competência em realizar atividades de forma a prevenir, controlar, 
reduzir e eliminar os fatores de risco inerentes aos processos de trabalho que possam 
comprometer a saúde humana, o meio ambiente e a qualidade do trabalho. 
2.5 Definições 
 Acidente: É todo evento anormal no local de trabalho com danos ao 
patrimônio da entidade ou empresa, ferimentos leves ou graves em 
colaboradores e que deve ser investigado, para evitar que a repetição 
acarrete outras vítimas. 
 Acidente de trabalho: É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a 
serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, 
causando morte e perda ou redução permanente ou temporária da 
capacidade para o trabalho. 
 
19 
 
 Agente de Risco: Qualquer componente de natureza física, química, 
biológica ou radioativa que possa vir a comprometer a saúde do homem, dos 
animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
 Análise de risco: É o processo de levantamento, avaliação e comunicação 
dos riscos, considerando o ambiente e os processos de trabalho, para 
implementar ações de prevenção, controle, redução ou eliminação dos 
mesmos. 
 Classe de risco: É o grau de risco associado ao material biológico que se 
manipula. 
Os critérios de classificação têm como base diversos aspectos, tais como: 
virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e 
volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de 
medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose 
infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador. Os agentes 
biológicos foram classificados em classes de 1 a 4, incluindo também a classe 
de risco especial. (BRASIL 2006, apud PENNA 2010, p. 557). 
 Contenção: O termo descreve os métodos de segurança que devem ser 
utilizados na manipulação de agentes de risco no local onde estão sendo 
manejados ou mantidos. 
 Incidente: É uma circunstância acidental passível de ocorrer durante o 
trabalho, sem danos imediatos ao trabalhador, porém, com possibilidades de 
agravos futuros se não houver medidas urgentes de bloqueio. 
 Material biológico: É todo material que contenha informação genética e seja 
capaz de auto reprodução ou reprodução em um sistema biológico. Inclui os 
organismos cultiváveis e agentes infecciosos, como vírus, bactérias, fungos 
filamentosos, leveduras e protozoários, células humanas, animais e vegetais, 
as partes replicáveis destes organismos e células, príons e os organismos 
ainda não cultivados. 
 Níveis de Biossegurança: É o grau de contenção necessário para permitir o 
trabalho com materiais biológicos de forma segura para os seres humanos, os 
animais e o ambiente. Consiste na combinação de práticas e técnicas de 
laboratório, equipamentos de segurança e instalações laboratoriais. 
 Patogenicidade: Capacidade de um agente biológico causar doença em um 
hospedeiro suscetível. 
 
20 
 
 Risco Ocupacional: Probabilidade de ocorrência de acidentes ou agravos à 
saúde ou à vida do trabalhador, decorrentes de condições inadequadas 
durante suas atividades no trabalho. 
 Riscos de Acidentes: Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação 
de perigo e possa afetar sua integridade, bem-estar físico e moral. 
 Riscos Biológicos: Probabilidade de ocorrência de danos ou agravos à 
saúde humana, animal ou ao meio ambiente decorrentes da exposição a 
agentes ou materiais considerados perigosos do ponto de vista biológico, 
como manuseados nos laboratórios. São distribuídos em quatro classes, por 
ordem crescente de riscos. 
Os agentes biológicos apresentam um risco real ou potencial para o homem e 
para o meio ambiente, por esta razão, é fundamental montar uma estrutura que 
se adapte à prevenção de tais riscos. (CASTRO 1996, apud PENNA 2010, p. 
557). 
 Riscos Ergonômicos: Qualquer fator que possa interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua 
saúde. 
 Riscos Físicos: São as diversas formas de energia a que possam estar 
expostas os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, 
temperatura externas, radiações. 
 Riscos Químicos: São substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases. 
 
21 
 
2.6 Higiene e hábitos pessoais 
 
Fonte: cristofoli.com 
As atividades laborais requerem do profissional uma série de cuidados, justificada 
pelo risco à saúde, em função do manuseio de material biológico contaminado, bem 
como da utilização de vidraria, equipamentos e produtos químicos. 
As boas práticas são fundamentais e referem-se às normas de conduta que regem 
o trabalho, de modo a garantir a segurança individual e coletiva, bem como a 
reprodutibilidade da metodologia e dos resultados obtidos. 
Manter cabelos presos, uso de sapatos fechados, o ideal é não usar lentes de 
contato, porém se for indispensável usá-las, não as manusear durante o trabalho e 
protege-las por óculos de segurança, não aplicar cosméticos quando estiver em área de 
pacientes, retirar piercing, manter as unhas cortadas e limpas, retirar acessórios e 
adornos duranteas atividades, são cuidados básicos para manter a higiene e segurança 
no trabalho. 
A higiene do trabalho propõe-se combater, no ponto de vista não médico, as 
doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do 
trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais 
(condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem-
estar do trabalhador). (NASCIMENTO 2002, apud BRITO 2012, p. 9). 
 
 
22 
 
As mãos devem ser lavadas, aplicando antissépticos, preferencialmente álcool a 
70% ao entrar no ambiente de trabalho, após realizar qualquer procedimento, depois de 
retirar luvas e jaleco e antes de sair para o ambiente externo. 
O uso de luvas não substitui a necessidade da lavagem das mãos porque elas 
podem ter pequenos orifícios inaparentes ou danificar-se durante o uso, podendo 
contaminar as mãos quando removidas. 
É inconveniente o uso de fumo, bebidas e alimentos, armazenar alimentos e 
artigos de uso pessoal, segurar o telefone ou manipular qualquer outro objeto calçando 
luvas, usar telefones celulares durante as atividades laborais no ambiente hospitalar e 
receber pessoas estranhas ao serviço, inclusive crianças. 
2.7 Descontaminação 
As superfícies e bancadas de trabalho devem ser limpas e descontaminadas 
antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento utilizando 
álcool a 70%, ou hipoclorito de sódio. 
Todo material potencialmente contaminado por agentes biológicos, como vidraria 
e equipamentos, deve ser armazenado com segurança antes de removê-los para 
autoclavação ou descarte. 
2.8 Equipamento de proteção individual – EPI 
EPIs são elementos de contenção de uso individual utilizados para proteger o 
profissional do contato com agentes biológicos, químicos e físicos no ambiente de 
trabalho. A utilização do EPI torna-se obrigatória durante todo atendimento e 
procedimento. 
Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados elementos 
de contenção primária ou barreiras primárias e podem reduzir ou eliminar a exposição 
da equipe, de outras pessoas e do meio ambiente aos agentes potencialmente 
perigosos. 
As luvas devem ser utilizadas para prevenir a contaminação da pele, das mãos e 
antebraços com material biológico, durante a prestação de cuidados e na manipulação 
 
23 
 
de instrumentos, superfícies e cuidado direto ao paciente, sendo de uso exclusivo e 
descartável, não dispensando, porém, a necessidade de lavar as mãos. 
As luvas devem ser usadas em atividades que ofereçam riscos químicos, físicos e 
biológicos, conferindo proteção contra dermatites, queimaduras químicas e térmicas, 
bem como as contaminações ocasionadas pela exposição repetida a pequenas 
concentrações de numerosos compostos químicos. 
Enquanto estiver de luvas, o trabalhador não deve manusear maçanetas, 
telefones fixos ou celulares, puxadores de armários e outros objetos de uso comum, 
sendo contraindicado o uso destas fora da área de trabalho. Para lavar ambientes e 
utensílios contaminados, bem como em todo e qualquer procedimento junto ao paciente, 
deve-se fazer o uso de luvas e sempre descartá-las de forma segura. 
Elas fazem parte do equipamento de proteção individual, e seu uso na 
precaução de contato em situações pertinentes é determinado pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Então, faz-se necessário que os 
profissionais tenham um conhecimento sobre elas e as usem de forma adequada 
para que o controle das infecções seja eficaz. (SANTOS, OLIVEIRA 2013, apud 
PADILHA 2016, p. 633). 
As luvas de proteção para o manuseio de material biológico, deve ser de látex, e 
deve ser usada sempre que houver chance de contato com sangue, fluídos do corpo, 
secreções, dentre outros. Para pessoas alérgicas ao látex, estão indicadas as luvas de 
PVC, vinil ou nitrila. 
A higienização das mãos deve ser realizada antes e depois do uso das luvas, 
uma vez que estas podem apresentar pequenos defeitos, não aparentes ou serem 
rasgadas durante o uso, provocando contaminação das mãos durante a sua remoção. 
São empregados para proteger profissionais da saúde do contato com agentes 
infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. Também 
servem para evitar a contaminação do material, utensílios e procedimentos em geral. 
O jaleco fornece uma barreira e proteção e reduz a oportunidade de transmissão 
de microrganismos e contaminação química. Previne a contaminação das roupas, 
protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos, salpicos e derramamentos 
de material infectado. 
O jaleco ou avental descartável deve ser resistente e impermeável. Seu uso é 
obrigatório durante a jornada de trabalho quando o funcionário estiver em procedimento. 
Jalecos nunca devem ser colocados no armário onde são guardados objetos pessoais. 
 
24 
 
Devem ser descontaminados antes de serem lavados e não devem ser utilizados nas 
áreas administrativas, banheiros, refeitórios e outras áreas comuns. 
Os óculos de segurança devem ser usados em atividades que possam produzir 
respingos ou aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais, bem como em 
procedimentos que utilizem fontes luminosas intensas e eletromagnéticas, que envolvam 
risco químico, físico ou biológico. Após sua utilização, lavar com água e sabão. No caso 
de trabalho com agentes biológicos, utilizar solução desinfetante de hipoclorito, evitar o 
uso de solução alcoólica por danificar o equipamento. 
Os óculos oferecem proteção contra respingos de agentes corrosivos, irritações 
e outras lesões oculares decorrentes da ação de trabalho. Devem proporcionar visão 
transparente e sem distorções. 
As máscaras de proteção são indicadas para as vias respiratórias e mucosa oral 
durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de respingos ou 
aspiração de agentes patógenos eventualmente presentes no sangue e outros fluidos 
corpóreos. 
Deve ser escolhida de modo a permitir proteção adequada, portanto, no 
atendimento de pacientes com infecção ativa, particularmente tuberculose, devem ser 
usadas máscaras especiais, tipo N95 com capacidade para filtrar partículas maiores que 
0,3μm com uma eficiência de 95%, N99 ou N100. 
Os profissionais que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com 
agentes biológicos classe 3, como Mycobacterium tuberculosis ou Histoplasma 
capsulatum, por exemplo, devem utilizar máscaras com sistema de filtração que retenha 
no mínimo 95% das partículas menores que 0,3μm. 
As máscaras de proteção são equipamentos, confeccionados em tecido ou fibra 
sintética descartável. 
O doente ou portador, quando fala, tosse ou espirra, dispersa agentes 
etiológicos de doenças de transmissão aérea. Deste modo, qualquer pessoa 
pode ser exposta a esses agentes quando entre em contato com o doente ou 
portador, ao entrar em ambientes contaminados, ou ainda ao realizar 
procedimentos nestas pessoas. (BRASIL 2005, apud MOURA 2014, p. 13). 
As máscaras ou respiradores N95 ou PFF2 possuem filtro eficiente para 
retenção de pequenas partículas, vapores tóxicos e contaminantes presentes na 
 
25 
 
atmosfera sob a forma de aerossóis, tais como o bacilo da tuberculose e outras doenças 
de transmissão aérea. Dessa forma, aumentam a proteção dos profissionais. 
Cuidados na utilização e preservação possibilitam a reutilização da máscara 
N95/PFF2, tais como: não utilizar cosméticos, pois os produtos podem manchar e 
obstruir os filtros das máscaras, diminuindo a eficiência de proteção, não guardar em 
bolsos de jalecos, não dobrar, nem amassar. Guardá-las sempre em local seco entre 
folhas de papel absorvente. 
As máscaras de proteção respiratória são necessárias quando se manipulam 
gases irritantes (cloreto de hidrogênio, dióxido de enxofre, amônia, formaldeído), que 
produzem inflamações ao contato direto com tecidos, pele, conjuntiva ocular e vias 
respiratórias.São usadas nas atividades que utilizam gases anestésicos e solventes orgânicos 
que tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central e gases asfixiantes como 
hidrogênio, nitrogênio e dióxido de carbono, potencialmente agressores ao cérebro. 
As toucas ou gorros devem ser utilizadas dependendo da atividade 
desenvolvida, para proteger os cabelos de contaminação de aerossóis e respingos de 
líquidos ou evitar que os cabelos contaminem uma área estéril. 
Os trabalhadores com sandálias, calçados abertos ou de pano estão sujeitos a 
acidentes e lesões nos pés. O calçado deve ser compatível com o tipo de atividade e 
devem ser resistentes à ação de agentes químicos e proteger contra respingos e 
materiais contaminados e que causam queimaduras. Para trabalhos de limpeza, são 
indicadas botas de borracha de PVC. 
Em situações de emergência, como o derrame de líquidos ou qualquer material 
perigoso, o responsável pela limpeza deve estar com os pés devidamente protegidos. 
Quando o piso é escorregadio, é recomendável o uso de calçados com solado 
antiderrapante. 
Os pró-pés, sapatilhas esterilizadas confeccionadas em algodão para áreas 
estéreis, que podem ser reutilizadas conforme o tipo de material de sua confecção e a 
atividade desenvolvida, sendo indicadas para áreas estéreis como bloco cirúrgico e 
laboratórios. 
 
26 
 
2.9 Precauções padrão 
 
 
Fonte: rioenfermagem.com 
As Precauções Padrão representam um conjunto de medidas que devem ser 
aplicadas no atendimento de todos os pacientes hospitalizados, independente do seu 
estado infecioso presumível ou confirmado, e na manipulação de equipamentos e artigos 
contaminados ou sob suspeita de contaminação. Estas precauções deverão ser utilizadas 
quando existir o risco de contato com sangue, líquidos corpóreos, secreções e 
excreções. 
A adesão depende, todavia, da oferta e disponibilidade de EPIs pelas 
instituições, e do conhecimento e atitude por parte dos profissionais. Assim, 
conhecer o nível de adesão às PPs de seus profissionais, a fim de planejar e 
realizar estratégias educativas que busquem garantir a segurança no ambiente 
laboral e redução de doenças ocupacionais, é essencial para os serviços de 
saúde. (PEREIRA 2013, apud FERREIRA 2016, p. 97). 
Lavagem das mãos: A lavagem rotineira das mãos com água e sabão, elimina 
além da sujidade visível, todos os microrganismos que se aderem à pele durante o 
desenvolvimento de atividade mesmo estando a mão enluvada, sendo a principal medida 
de bloqueio da transmissão de germes. Deve-se lavar as mãos sempre, antes de uma 
atividade e logo após seu término, assim como no dia a dia antes das refeições e após a 
ida ao banheiro. É ideal que se mantenha unhas curtas e as mãos sem anéis para 
diminuir a retenção de germes. 
Para a realização da lavagem das mãos são necessárias pia, saboneteira 
suspensa e vazada para sabonete em barra ou dispensador de sabonete líquido, com 
rotina de limpeza semanal, toalhas de papel, torneira com fechamento automático, 
preferivelmente. 
 
27 
 
A sequência de esfregação das partes da mão com maior concentração 
bacteriana que são as pontas dos dedos, meio dos dedos e polegares, se dá através da 
seguinte técnica: não encostar na pia, abrir a torneira, administrar o sabão na mão, 
friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar, palmas e dorso 
das mãos pelo tempo aproximado de 15 segundos, enxaguar as mãos deixando a 
torneira aberta, enxugar as mãos com papel toalha, fechar a torneira com a mão 
protegida com papel toalha, caso não tenha fechamento automático. 
É importante lembrar que para melhor remoção da flora microbiana as mãos 
devem estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana 
ficará retida nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem 
rotineira das mãos o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da 
flora transitória e parte da flora residente. 
O uso de sabões com antissépticos devem ficar restritos a locais com pacientes 
de alto risco e no desenvolvimento de procedimentos cirúrgicos e invasivos ou em 
situações de surto de infecção hospitalar. 
Manipulação de instrumentos e materiais: Os instrumentos e materiais 
contaminados com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser 
manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas, roupas, e evitar a 
transferência de microrganismos para outros pacientes e ambiente. 
Cuidado na manipulação de materiais cortantes e de punção: Ao manusear, 
limpar, transportar ou descartar agulhas, lâminas de barbear, tesouras e outros 
instrumentos de corte é necessário extremo cuidado para evitar acidentes. A estes 
materiais dá-se o nome de instrumentos pérfurocortante, devendo serem descartados 
em caixas apropriadas, rígidas e impermeáveis e colocadas próximo à área de sua 
manipulação. 
Nunca se deve reencapar agulhas após o uso, nem remover com as mãos 
agulhas usadas de seringas descartáveis e não realizar a quebra da mesma. Seringas 
e agulhas reutilizáveis devem ser transportadas para a área de limpeza e esterilização 
em caixa de inox ou bandeja. 
Ambiente e equipamentos: Toda unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e 
desinfecção de superfícies do ambiente e de equipamentos. 
 
28 
 
Deve-se proteger as superfícies do contato direto, como botões, alças de 
equipamentos, teclados, mouses e monitores com barreiras do tipo filme plástico (PVC), 
papel alumínio ou outros materiais próprios a este fim. 
As roupas e campos de uso no paciente devem ser manipuladas e transportadas, 
quando sujas com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções, com cuidado em 
sacos plásticos para o sistema de lavanderia, própria ou terceirizada com garantia de 
desinfecção das mesmas. 
Todos os profissionais de saúde devem estar vacinados contra a hepatite B e o 
tétano. Vacina é proteção específica de doenças. 
A medida que se toca em objetos e pacientes com as mãos ocorre o contato com 
enorme quantidade de microrganismos, que aderidos as mãos são repassados para 
outros objetos e pacientes, assim como para outras partes do corpo, como olhos e nariz, 
sendo de suma importância a lavagem das mãos com água e sabão, evitando assim a 
transferência de microrganismos para outras superfícies. 
Uso do álcool glicerinado: Para substituir a lavagem das mãos, indica-se a 
aplicação do álcool glicerinado, composto de álcool 70%, a fim de destruir a flora aderida, 
porém as mãos não devem apresentar sujidade visível. Neste caso indica-se a lavagem 
das mãos com água e sabão. 
O uso do álcool deve proceder com a aplicação do álcool na quantidade de 3 a 5 
ml friccionando todas as faces da mão até secar naturalmente, podendo também ser 
usado como antisséptico após a lavagem das mãos. Neste caso, a lavagem das mãos e 
posterior antissepsia está indicada antes de procedimentos invasivos como punções, 
sondagens, cateterizações e entubações. Outra indicação de aplicação do álcool após 
a lavagem das mãos é em caso de exposição da pele ao contato direto com sangue e 
secreções. 
As novas recomendações para a higienização das mãos ratificadas pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), propõem o uso de preparações 
alcoólicas como procedimento padrão para a antissepsia das mãos 
pelosprofissionais da saúde em substituição a tradicional lavagem das mãos 
com água e sabão, quando estas não estiverem visivelmente ou contaminadas 
com material orgânico. (WHO 2002, apud PRADO 2014, p. 545). 
Antissepsia das mãos: A antissepsia é uma medida para inibir o crescimento ou 
destruir os microrganismos existentes nas superfícies e nas camadas externas da pele 
 
29 
 
ou mucosa, através da aplicação de um germicida classificado como antisséptico. A 
descontaminação depende da associação da degermação e a antissepsia. 
A degermação é a remoção de detritos, impurezas e bactérias que se encontram 
na superfícieda pele, através da utilização de antisséptico com ação bactericida ou 
bacteriostática que irá agir na flora residente da pele. 
Existem antissépticos com diferentes princípios ativos e diferentes veículos de 
diluição como degermante sólido ou cremoso, aquoso ou alcoólico. Variam também na 
ação, concentração e tempo de efeito residual. 
Os antissépticos são indicados para a antissepsia das mãos dos profissionais e 
para pele ou mucosa do paciente em áreas onde serão realizados procedimentos 
invasivos ou cirúrgicos. 
Antissepsia das mãos antes de procedimentos cirúrgicos: Realizada com 
escova de cerdas macias estéril e de uso individual ou descartável, sabão neutro ou 
antisséptico degermante, antisséptico alcoólico e compressas esterilizadas. 
Para a técnica da escovação das mãos deve-se retirar jóias e adornos das mãos e 
manter unhas aparadas e sem esmalte, realizando a aplicação do sabão ou antisséptico 
degermante nas mãos, iniciando a escovação nas unhas e espaços interdigitais, durante 
01 minuto. Esfregar sem uso de escova, a palma, dorso e antebraço do membro durante 
04 minutos, estabelecendo uma sequência sistematizada para atingir toda a superfície 
da mão e antebraço num tempo total de 05 minutos, para cada membro, e após, 
enxaguar abundantemente as mãos e antebraço com água corrente, mantendo os 
braços elevados com as mãos acima do nível dos cotovelos. Fechar a torneira com o 
cotovelo, caso não tenha fechamento automático e secar as mãos e antebraço com 
compressa estéril, seguindo com a aplicação de antisséptico alcoólico. 
O antisséptico cirúrgico deve ser capaz de eliminar totalmente a microbiota 
transitória das mãos e reduzir significativamente a residente no começo do 
procedimento, e inibir o seu crescimento em mãos enluvadas até o final da 
cirurgia. Os antissépticos mais utilizados atualmente são a clorexidina (CHG) e 
o polivinilpirrolidona iodo (PVPI) aplicados com esponja e/ou escova, apesar da 
Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar o uso de escovas para 
essa finalidade pelo seu efeito abrasivo. (WHO 2009, apud GONÇALVES 2011, 
p. 1485). 
A limpeza do Ambiente: É a remoção ou retirada de sujeira através de fricção 
de uma superfície com água e sabão ou detergente. Quanto maior o acúmulo de sujidade 
em uma superfície, maior será o tempo e força de fricção para sua remoção. Em 
 
30 
 
ambiente fechado de assistência à saúde utiliza-se a varredura úmida, feita através de 
rodo e panos úmidos, não se utiliza varrer ou espanar as superfícies para não dispersar 
partículas de poeira que podem se depositar nos artigos hospitalares, serem inaladas 
pela equipe e usuários, ou ainda, contaminar ferimentos expostos. 
O ambiente de trabalho é dividido em áreas. A área física consiste no piso, mesas, 
paredes, balcões, teto, macas, portas, cadeiras, janelas, pias. 
A limpeza deve obedecer a princípios básicos, como a periodicidade e a limpeza 
concorrente realizada diariamente e logo após exposição à sujidade. Inclui o 
recolhimento do lixo, limpeza do piso e superfícies do mobiliário geralmente uma vez por 
turno, além da limpeza imediata do local quando exposto à material biológico. 
A limpeza terminal é geral, realizada semanal, quinzenal ou mensalmente 
conforme a utilização e possibilidade de contato e contaminação de cada superfície. 
Inclui escovação do piso, limpeza de teto, luminárias, paredes, janelas e divisórias. 
Inicia-se a limpeza do local mais alto para o mais baixo, próximo ao chão, a partir do 
local mais limpo para o mais sujo ou contaminado. 
Preparo dos materiais para uso no atendimento ao paciente: O preparo dos 
materiais para uso no atendimento aos pacientes prevê a elaboração de uma rotina do 
responsável pelo controle de infecções na unidade de saúde. Para tal, faz-se necessário 
que se estabeleça a identificação dos tipos de materiais para utilização nas diversas 
ações de saúde básicas ou especializadas prestadas ao usuário. Estes materiais 
incluem equipamentos eletroeletrônicos, mobiliário médico-odontológico, instrumentais 
de uso permanente, materiais específicos, artigos médico-hospitalares e equipamentos 
de proteção individual não descartáveis. 
 
 
31 
 
2.10 Classificação de risco dos agentes biológicos 
 
 
Fonte: segecompany.com.br 
A classificação de risco dos agentes biológicos, se dá a partir dos critérios 
virulência, modo de transmissão, estabilidade do agente, concentração e volume, origem 
do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de medidas profiláticas e de 
tratamento eficazes, dose infectante, tipo de ensaio e fatores referentes ao trabalhador, 
que afetam pessoas, animais e meio ambiente, e estão classificados a seguir: 
Classe de risco 1: Baixo risco individual e coletivo. Inclui os agentes que não 
provocam doenças em humanos ou animais adultos sadios. 
Classe de risco 2: Moderado risco individual e limitado risco coletivo. Inclui os 
agentes que podem provocar infecções ou doenças no homem ou nos animais, cujo 
potencial de propagação na comunidade e de disseminação no ambiente é limitado, 
além de existirem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes 
Classe de risco 3: Inclui os agentes biológicos que se transmite por via 
respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para 
as quais existem usualmente medidas profiláticas e terapêuticas eficazes. Representam 
risco se disseminados na comunidade e no ambiente, podendo se propagar de pessoa 
a pessoa. 
Classe de risco 4: Alto risco individual e coletivo. Inclui os agentes biológicos que 
causam infecções ou doenças graves ao homem ou animais, e representam um sério 
risco para os profissionais e para a coletividade. São agentes patogênicos altamente 
 
32 
 
infecciosos, que se propagam com facilidade pela via respiratória ou de transmissão 
desconhecida. Podem causar a morte, devido escassez de medidas profiláticas ou 
terapêuticas eficazes. 
3 PROCESSOS DE DESCONTAMINAÇÃO E ESTERELIZAÇÃO 
 
Fonte: gagaflies.weebly.com 
 
A preocupação com o risco de transmissão de doenças a partir de microrganismos 
patogênicos, originou o processo de esterilização. 
Com a descoberta da bactéria e a busca da morte microbiana muito se evoluiu 
neste sentido e consequentemente no processo de esterilização. Até meados da década 
de 40, a limpeza, preparo e armazenamento dos materiais era realizado pela equipe de 
enfermagem das próprias unidades. A dinâmica do serviço era descentralizada. 
Na década de 50, surgiram os Centros de Materiais parcialmente centralizados e 
a CME semicentralizada na qual parte dos instrumentos e materiais começou a ser 
preparado e esterilizado. Cada unidade preparava seus materiais e encaminhava para 
serem esterilizados em um único local. Com o avanço tecnológico e a evolução do 
edifício hospitalar, especificadamente na CME surgiu a necessidade de um 
aprimoramento das técnicas e dos processos de limpeza, preparo, esterilização e 
armazenamento de materiais e roupas. 
 
33 
 
Percebe-se a importância do CME no controle das infecções hospitalares, tendo 
em vista que a infecção de sítio cirúrgico é uma das principais complicações 
causadas em pacientes que necessitam de procedimentos cirúrgicos, 
representando um desafio para os hospitais no controle e na prevenção. Assim, 
o instrumental a ser utilizado no paciente deve ser processado adequadamente, 
a fim de que esse material não se torne uma fonte de contaminação e transmissão 
de microrganismos. (BEZERRA 2005, apud OURIQUES 2013, p. 696). 
Como consequência, a CME torna-se centralizada, com a supervisão de um 
enfermeiro e passa a ser definida como uma unidade de apoio técnico a todas as 
unidades assistenciais, responsável pelo processamento dos materiais, como 
instrumental e roupas cirúrgicas e a esterilização dos mesmos. 
A CME, é uma unidade de apoio técnico, que tem como finalidade o fornecimento 
de materiais médico-hospitalaresadequadamente processados, proporcionando, assim, 
condições para o atendimento direto e a assistência à saúde dos indivíduos enfermos e 
sadios. 
Com as CME funcionando eficazmente, as taxas de mortalidades e de infecções 
hospitalares caem e resultados positivos ficam bastante visíveis. A padronização de 
normas e rotinas técnicas e a validação dos processamentos dos materiais e superfícies 
é essencial no controle de infecção. 
As CME são consideradas áreas críticas, ou seja, ambientes onde existem riscos 
aumentados de transmissão de infecção, onde se realizam procedimentos de risco, com 
ou sem paciente ou onde se encontram pacientes imunodeprimidos. O planejamento da 
CME consiste no recebimento de roupa e material, descontaminação, separação, 
lavagem, preparo, esterilização, guarda e distribuição destes materiais para os demais 
setores. 
3.1 Recursos humanos 
A equipe de enfermagem da CME presta assistência indireta ao paciente, tão 
importante quanto à assistência direta. O quadro de pessoal de uma CME deve ser 
composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e 
auxiliares administrativos, cujas funções estão descritas abaixo: 
Enfermeiro Supervisor: Atua na coordenação do setor, prever os materiais 
necessários para prover as unidades consumidoras, elabora relatórios mensais 
 
34 
 
estatísticos, tanto de custo quanto de produtividade, planeja e faz anualmente o 
orçamento do CME com antecedência de 4 a 6 meses, elabora e mantem atualizado o 
manual de normas, rotinas e procedimentos do CME, que deve estar disponível para a 
consulta dos colaboradores. 
O trabalho do enfermeiro do CME é bastante complexo, pois acumula 
características técnico-assistenciais, como a gestão de pessoas e da área física, 
atividades privativas ao setor, manuseio de novas tecnologias, além da 
capacidade de visualizar as necessidades de outras áreas que dependem do 
seu trabalho. (TAUBE 2007, apud OURIQUES 2013, p.696). 
O enfermeiro atua no desenvolvimento de pesquisas e trabalhos científicos que 
contribuem para o crescimento e as boas práticas de Enfermagem, participando dos 
projetos e colaborando com seu andamento, mantem-se atualizado acerca das 
tendências técnicas e científicas relacionadas com o controle de infecção hospitalar e 
uso de tecnologias avançadas nos procedimentos que englobem artigos processados 
pelo CME e participa de comissões institucionais que interfiram na dinâmica de trabalho 
do CME. 
Técnico Administrativo: Gerencia o serviço de Enfermagem da unidade, 
planeja, coordena e desenvolve rotinas para o controle dos processos de limpeza, 
preparo, esterilização, armazenagem e distribuição dos artigos, desenvolve processo de 
avaliação dos serviços prestados ao cliente interno e externo, estabelece rotinas para a 
manutenção preventiva dos equipamentos existentes no CME, realiza os testes 
necessários e emite pareceres técnicos antes da aquisição de novos artigos e 
equipamentos, verifica os relatórios de manutenção de artigos e equipamentos para 
aprova-los mediantes as evidências do serviço prestado, controla o recebimento, o uso e 
a devolução dos artigos consignados, confecciona relatório diário com informações 
sobre as atividades desenvolvidas e pendentes e outros fatos importantes ocorridos 
durante a jornada de trabalho, participa da passagem de plantão, mantem atualizado o 
inventário do instrumental cirúrgico dos artigos e dos equipamentos do CME e participa 
ativamente dos processos de aquisição de materiais, instrumental cirúrgico e 
equipamentos. 
Técnico de enfermagem: Realiza leitura dos indicadores biológicos, de acordo 
com as rotinas da instituição, recebe, confere e prepara os artigos consignados, realiza 
limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição de artigos, de acordo com 
 
35 
 
solicitação, prepara os carros e caixas cirúrgicas, realiza cuidados com artigos 
endoscópicos em geral, monitora os lotes nos processos de esterilização, realiza revisão 
da listagem de caixas cirúrgicas, bem como à sua reposição e realiza listagem e 
encaminhamento de artigos e instrumental cirúrgico para conserto. 
Auxiliar de Enfermagem: Recebe e limpa os artigos, prepara roupas limpas, 
prepara e esteriliza os artigos e instrumentais cirúrgicos e procede com a guarda e 
distribuição dos artigos esterilizados. 
3.2 Materiais de acabamento da CME 
Com o propósito de evitar a ocorrência de infecção hospitalar, os pisos e paredes 
da CME devem ser laváveis, resistentes, de cor clara, de fácil limpeza, lisos e sem 
características que favoreçam o acúmulo de sujidades. O teto e portas devem ser de 
superfície lisa, clara, lavável, sem juntas, cantos e saliências dispensáveis, devendo 
estas, dispor de visores. 
Na sala de lavagem e descontaminação, as bancadas devem ter cubas fundas 
para evitar respingos no trabalhador, torneiras com disponibilidade de água quente e fria, 
adaptações para possibilitar a limpeza de tubulações e artigos com lumens e balcões 
em aço inoxidável, onde os materiais serão depositados para posterior secagem e 
separação. 
De acordo com a RDC nº. 50 da ANVISA, 2004, a prestação de serviço de apoio 
técnico da CME, conta com os seguintes ambientes: 
Área de lavagem e descontaminação: Local para receber, conferir e anotar a 
quantidade e espécie do material advindo dos demais setores, desinfetar e separar os 
materiais, verificar o estado de conservação do material, proceder a limpeza e 
encaminhamento para a área de preparo. 
A limpeza de um instrumental cirúrgico deve ser rigorosa, sendo uma das etapas 
mais importantes do processo de esterilização. Nessa etapa deve ser removida 
toda a sujidade, pois as cargas microbianas formam barreiras e protegem os 
microorganismos, impedindo que os agentes esterilizantes penetrem nos 
artigos, tornando as etapas subsequentes ineficientes e comprometendo a 
esterilização. (SILVA 2007, apud OURIQUES 2013, p. 697). 
 
 
36 
 
Área de preparo de materiais: Área destinada a revisar e selecionar os 
materiais, verificando condições de conservação e limpeza, preparar, empacotar ou 
acondicionar os materiais e roupas a serem esterilizados e encaminhar para 
esterilização devidamente identificado. 
Área de esterilização: Área destinada para execução do processo de esterilização 
nas autoclaves, conforme instrução do fabricante, observação dos cuidados necessários 
com o carregamento e descarregamento das autoclaves, controle microbiológico e de 
validade dos produtos esterilizados e manutenção dos equipamentos, mantendo-os 
sempre em bom estado de conservação e uso. 
Área de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados: 
Destinada ao estoque de material esterilizado, para proceder à distribuição às unidades e 
registro de saída do material. 
3.3 Processos desenvolvidos na Esterilização 
Limpeza: Consiste na remoção da sujidade visível mediante o uso da água, 
sabão e detergente neutro ou detergente enzimático em artigos e superfícies. Quando o 
artigo não é adequadamente limpo, ocorre dificuldade nos processos de desinfecção e 
esterilização. 
As limpezas automatizadas, realizadas através das lavadoras termo 
desinfetadoras com jatos de água quente e fria, realizando enxágue e drenagem 
automatizada, a maioria, com o auxílio dos detergentes enzimáticos, possui a vantagem 
de garantir um padrão de limpeza e enxágue dos artigos processados em série, 
diminuem a exposição dos profissionais aos riscos ocupacionais de origem biológica, 
que podem ser decorrentes dos acidentes com materiais perfuro- cortantes. 
As lavadoras ultrassônicas, que removem as sujidades das superfícies dos artigos 
pelo processo de cavitação, são outro tipo de lavadora para complementar a limpeza 
dos artigos com lumens. 
Descontaminação: É o processo de eliminação total ou parcial da carga 
microbiana de artigos e superfícies. 
Desinfecção: É o processo de eliminação e destruição demicroorganismos, 
patogênicos ou não em sua forma vegetativa, que estejam presentes nos artigos e 
 
37 
 
objetos inanimados, mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos, chamados de 
desinfetantes ou germicidas, capazes de destruir esses agentes em um intervalo de 
tempo operacional de 10 a 30 minutos. 
Após a limpeza, os artigos devem ser secos rigorosamente com pano limpo e 
sem fiapos, de cor branca, para visualizar possíveis sujidades. Também pode 
ser utilizado ar comprimido, em tubos, lumes de difícil acesso e, ainda uso de 
álcool, éter e benzina. (POSSARI 2003, apud OURIQUES 2013, p. 698). 
Alguns princípios químicos ativos desinfetantes têm ação esporicida, porém o 
tempo de contato preconizado para a desinfecção não garante a eliminação de todo os 
esporos. São usados os seguintes princípios ativos permitidos como desinfetantes pelo 
Ministério da Saúde: aldeídos, compostos fenólicos, ácido paracético. 
Preparo: Consiste em embalar o material. As embalagens utilizadas para o 
acondicionamento dos materiais determinam sua vida útil, mantêm o conteúdo estéril 
após o reprocessamento, garante a integridade do material. 
A técnica correta para a embalagem do material tem grande importância, pois 
deve contemplar a organização das bandejas e manutenção do produto, que 
será manuseado e transportado até o uso. Além disso, deve ser fácil de abrir, 
fornecer identificação quanto ao nome do produto, data e quem embalou, 
permitindo assim a utilização segura. (SILVA 2007, apud OURIQUES 2013, p. 
698). 
Esterilização: É o processo de destruição de todos os microorganismos, a tal 
ponto que não seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão. 
Um artigo é considerado estéril quando a probabilidade de sobrevivência dos 
microorganismos que o contaminavam é menor do que 1:1.000.000. 
Nos estabelecimentos de saúde, os métodos de esterilização disponíveis para 
processamento de artigos no dia a dia são calor, sob a forma úmida e seca, e agentes 
químicos sob a forma líquida, gasosa e plasma. 
 
 
38 
 
3.4 Os microrganismos 
Fonte: oarquivo.com.br 
Os germes são seres vivos microscópicos infinitamente pequenos, não visíveis a 
olho nu. São classificados em protozoários, fungos, vírus e bactérias. 
Dentre as doenças mais importantes causadas por protozoários, destacam-se a 
Giardíase, Doença de Chagas e a Toxoplasmose. Das doenças causadas por fungos, 
destacam-se as micoses de pele e a Candidíase oral e vaginal, e as doenças causadas 
por vírus destacam-se a Gripe, Hepatites e AIDS. As doenças bacterianas, destacam- 
se a furunculose, amigdalite, cistite, diarreia e pneumonia. 
O período de industrialização europeia fez emergir vários agentes infecciosos, 
até então esparsos na humanidade. Os séculos XVIII e XIX conheceram o 
período da Revolução Industrial. Milhares de camponeses migraram para 
cidades europeias e americanas em busca de empregos nas fábricas. Um 
exército de pessoas depauperadas ficou vulnerável aos microrganismos, 
tornando importante o estudo desses pequenos seres. (LOCKYER 2003, apud 
UJVARI 2008, p. 178). 
Dessa forma, fica claro que os microrganismos, também chamados de agentes 
infecciosos, podem causar infecção, doença caracterizada pela presença de agentes 
infecciosos que provocam danos em determinados órgãos ou tecidos do organismo 
causando febre, dor, eritema, edema, alterações sanguíneas e secreção purulenta do 
local afetado. 
 
39 
 
3.5 Os germes e a origem das infecções 
O contato com microrganismos não significa obrigatoriamente o desenvolvimento 
da doença, pelo contrário, o homem, animais e plantas não apenas convivem com os 
germes, mas dependem direta ou indiretamente deles. Todas as áreas da Terra, que 
reúnem condições de vida, são habitadas por microrganismos e sempre houve 
convivência, inclusive no corpo, onde auxiliam na proteção da pele e mucosas contra a 
invasão de outros germes mais nocivos. 
Estes seres minúsculos decompõem matéria orgânica transformando-a em sais 
minerais prontos para serem novamente sintetizados em substratos nutritivos que 
formarão os vegetais do qual homem e animais se alimentam. O homem e os germes 
convivem em pleno equilíbrio. Somente a quebra desta relação harmoniosa poderá 
causar infecção. 
A doença infecciosa é uma manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema 
parasito-hospedeiro-ambiente, causado pelo aumento da patogenicidade em relação 
aos mecanismos de defesa anti-infecciosa do hospedeiro, ou seja, quebra-se a relação 
harmoniosa entre as defesas do corpo e o número e virulência dos germes, propiciando a 
invasão aos órgãos. 
Pessoas aglomeradas e depauperadas forneceram terreno ideal para as 
doenças contagiosas transmitidas pelas vias respiratórias. Os séculos XVIII e 
XIX foram dominados por tuberculose, coqueluche, difteria e escarlatina. As 
cidades industriais forneciam um caldeirão produtor de microrganismos. 
(LOCKYER 2003, apud UJVARI 2008, p. 178). 
Alguns microrganismos possuem virulência elevada podendo causar infecção no 
primeiro contato, independente das defesas. Outros, usualmente encontram-se na 
microbiota normal, apresentando menos virulência, porém podem infectar o organismo 
diante da redução capacidade de defesa. 
A capacidade de defesa anti-infecciosa é multifatorial, influenciada pela idade, 
estado nutricional, doenças e cirurgias, stress, uso de corticoides, quimioterapia, 
radioterapia, doenças imunossupressoras, fatores climáticos e precárias condições de 
higiene e habitação. 
 
40 
 
Na natureza, o estado de esterilidade, definido como ausência de microrganismo 
vivo, é excepcional e transitoriamente encontrado no feto durante a gestação, excluindo 
os casos de bebês contaminados via placentária pela mãe. 
O contato com os microrganismos começa com o nascimento, durante a 
passagem pelo canal vaginal do parto, onde a criança se contamina com os germes da 
mucosa e então se coloniza mantendo-se por toda a sua existência, até a decomposição 
total do organismo após a morte. 
3.6 Classificação dos Artigos Hospitalares 
Além do tipo de material é necessário classificá-lo de acordo com sua utilização 
direta ou indireta no paciente, o que resultará em três grupos de artigos que determinará a 
forma de processamento. 
Artigos críticos: São os que penetram em mucosas ou pele, invadindo sistema 
vascular e tecidos subepiteliais e expondo os materiais ao contato direto com sangue ou 
outros fluidos contaminantes. Fica indicado sempre a esterilização com todas as etapas 
que incluem este processo. 
Artigos semicríticos: São os que tem contato com pele ou mucosa íntegras, mas 
que para garantir seu múltiplo uso devem passar pelo reprocessamento na forma de 
desinfecção de alto nível ou esterilização. 
Artigos não críticos: São de uso externo ao paciente, entrando em contato 
apenas com pele íntegra, de manipulação pelos profissionais de saúde, o que exige que 
tenham um processamento específico na forma de limpeza ou desinfecção de baixo 
nível. 
O processamento dos artigos, obedece às seguintes etapas: 
Limpeza: Remoção da sujidade da superfície de artigos e equipamentos, através 
da ação mecânica utilizando água e detergente, com posterior enxágue e secagem. A 
grande carga microbiana está concentrada na matéria orgânica, que consequentemente, 
será removida de uma superfície durante a remoção da sujidade. A limpeza deve ser 
sempre realizada como primeira etapa de desinfecção ou esterilização, pois vai garantir 
a qualidade destes processos. 
 
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Na realização da limpeza de artigos ocorre exposição à fluidos contaminados e 
produtos químicos, sendo imprescindível a utilização de equipamentos de proteção 
como óculos, máscara cirúrgica, avental plástico, braçadeiras plásticas e luvas de 
borracha. 
A limpeza se dá com a utilização de produtos como detergente líquido, neutro e 
biodegradável, com aplicação utilizando pano úmido

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