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3 EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA TÍTULO DO TRABALHO: A ética, a biossegurança e a atuação profissional no campo da saúde 4 TÍTULO DO TRABALHO: A ética, a biossegurança e a atuação profissional no campo da saúde Trabalho de Educação Física apresentado como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Educação Física Orientador: Prof. Florianópolis 2021 5 Florianópolis 2021 6 SUMÁRIO O que deve ser levado em consideração na elaboração e orientação de atividades físicas gerais, no contexto escolar, no processo de crescimento e desenvolvimento humano? Durante o desenvolvimento humano e, principalmente, no ambiente escolar, vemos como o aluno vai se desenvolvendo não só com o crescimento corporal, mas também um desenvolvimento motor. Este desenvolvimento deve ser acompanhado pelos profissionais da Educação Física tendo em consideração suas etapas. Este percorrerá muitas vezes da criança de pouca idade até as fases mais adultas. O profissional deverá em cada etapa buscar desenvolver o aluno de forma que possa gradativamente crescer neste processo, por isto, as atividades para as crianças menores desenvolverão os sentidos mais simples, enquanto de um jovem sentidos mais avançados. A importância de uma boa formação motora já nas menores idades irão ser uma base para que ao crescer o aluno se desenvolva de forma mais harmoniosa. Caso certas atividades motoras básicas, não tenham sido desenvolvidas, poderá durante o processo de crescimento ter muitas dificuldades em outras mais complexas. Buscará o profissional da Educação Física analisar particularmente cada aluno encontrando suas principais dificuldades e trabalhar para que estas se desenvolvam, isto permitirá um desenvolvimento sadio e evitará inconvenientes futuros. 7 Ao considerar questões relativas à ética no âmbito da saúde e principalmente na Educação Física, devemos antes de mais nada considerar o homem, objeto e agente do estudo desta área que enquanto indivíduo racional e livre busca antes de mais nada o bem. Daí vem o fundamento da ética humana: o bem viver, a ordenação dos atos e a busca da felicidade. É nisto fundada a ética Aritotélico-Tomista. Todavia nossas debilidades e imperfeições, como mentalidades culturais e sociais podem atuar nas deliberações do indivíduo e nem sempre nossas ações e buscas serem boas. A saúde busca estudar o homem não somente em seu corpo, órgãos, tecidos e células, mas também todos os agentes que atingem o homem direta ou indiretamente, sejam eles outros seres vivos (animais, vírus, bactérias, protozoários), substâncias químicas e, até mesmo, agentes psíquicos. Portanto a Educação Física enquanto área da saúde não limitar-se-á a analisar desta forma o homem, mas buscará olhar todo o conjunto. Este conjunto ajudará o profissional a entender não somente questões motoras, mas ter um olhar crítico, real e prudente da pessoa humana. Este olhar só poderá ser obtido quando o profissional ter diante de si a ética profissional, não somente como regras presentes no Código de Ética dos Profissionais da Educação Física, mas buscando entender e aplicar estes princípios em sua carreira. Desta forma o profissional não será apenas um seguidor de normas, mas terá o senso ético dentro de si, o que irá ordenar suas ações. A Bioética justamente terá como fundamento o respeito a pessoa humana desde sua concepção. Este respeito ou dignidade se fundamentará em princípios, e deverá o profissional da Educação Física se ater a estes ao analisar os casos particulares e tomar as devidas posições conforme estes. Deverá também ter diante de si os desafios e males mais comuns e as ideias incutidas na mentalidade social que fazem estes se manterem ainda existindo e influenciando as ações de muitos atletas, alunos, profissionais e da sociedade de um modo geral. A beneficência e a não maleficência são princípios que buscam promover o bem do paciente e evitar o mal. Com isto o profissional deverá sempre buscar o bem do paciente, não somente físico e corporal, mas também psíquico e mental. Para isto necessitará excluir a visão do homem-máquina e ver no paciente um ser como a si mesmo que necessita de cuidados que respeitem suas particularidades. Para poder entender isto ele deve buscar antes de mais nada conhecer o paciente, suas 8 debilidades, objetivos e motivações, para assim instrui-lo no que achar mais competente. Outro destes princípios é a autonomia que se identificará com a noção do homem enquanto ser livre. Todavia este princípio não é absoluto. Uma criança, por exemplo, não terá capacidade de deliberar muitas vezes as ações que deve ou não tomar, devendo o responsável tomar a decisão por ela, ou conduzi-la a tomar a decisão mais acertiva e a fugir da prejudicial. Podemos utilizar isto também às pessoas que perderam parcialmente ou totalmente a lucidez. Também esta autonomia ou liberdade é limitada principalmente quando fere a dignidade do homem, promove o mal ou vai contra o bem comum. Quanto aos dois primeiros exemplos poderíamos dar o exemplo do suicídio que, devendo ser evitado a todo custo, é em si mesmo um mal e fere a dignidade da vida humana. No terceiro exemplo, contrariar o bem comum, citemos as leis civis e de trânsito, que possuem proibições para o benefício das demais pessoas e da segurança da sociedade. Esta autonomia, enquanto lícita e ética, deve ser sempre respeitada pelo profissional, não buscando impor ao paciente as suas ideias e opiniões. Deve antes de tudo apresentar as boas e más consequências de cada decisão a fim de fazer com que a decisão do paciente seja sempre deliberada de forma consciente e plena. Por fim, o princípio da justiça deve ser compreendido como dar a cada um aquilo que lhe compete. Este princípio será plenamente utilizando ordenando-se pelos demais. O profissional saberá medir cada situação e analisar cada caso conforme sua prudência. O profissional da Educação Física, deverá sempre ter estes princípios diante de si para poder exercer eticamente sua profissão e buscar o bem e evitar o mal. Todavia, como em qualquer área, existem barreiras que atrapalham a plena concretização e ação destes princípios advindos de uma mentalidade deturpada e comum na modernidade: o individualismo, o hedonismo e o utilitarismo. O individualismo pode, em nossa compreensão, ser definido como a ideia do indivíduo pelo indivíduo. Este eleva a liberdade humana as suas últimas consequências e enxerga a ética apenas como aquilo que é bom para o indivíduo e a critério dele. A verdadeira liberdade é aquela que é justamente regulada ao bem moral. O individualista enxerga-se a si mesmo entre os demais e coloca-se acima dos outros. Este erro pode ser tomado por todos aqueles que deixando-se levar pelo orgulho, colocam-se acima de tudo. Um atleta, pensando em si mesmo e na 9 finalidade de ganhar por ganhar, pode tomar atitudes drásticas e procurar a utilização de substâncias para melhorar seu desempenho: o doping, a suplementação e a utilização de anabolisantes. Todavia a utilização do doping, das suplementações e de anabolizantes não é somente levada por uma mentalidade individualista, exitem outros fatores. Em nossa sociedade sobrevalesse outro mal: o hedonismo, culto ao corpo e ao prazer. De fato, não é ilícito ao homem buscar o prazer e o bem do corpo, porém sempre regulado pela virtude moral. Virtus in medio est (a virtude está no meio) e o hedonismo pelo contrário do equilíbrio é o exagero. O hedonista busca o prazer e foge da dor acima de qualquer coisa e conduz todasas suas ações morais para isto. Este prazer pode ser tanto físico como psicológico. A busca pelo corpo perfeito e definido, pela maior força, pela vitória e a fuga e incompreensão de qualquer imperfeição, fraqueza e derrota é o que caracteriza o hedonista. Este procurará utilizar os meios lícitos para chegar aos seus objetivos, mas pode se não for redirecionado, buscar meios ilícitos. A utilização exagerada de suplementos e anabolizantes pode causar problemas gravíssimos, principalmente em quem possui uma mentalidade deturpada e não saberá notar seus limites. A visão utilitarista do mundo buscará todos os meios úteis para chegar a finalidade desejada. Tudo é visto como útil ou inútil e a regra disto é o indivíduo. Relacionando-se estes três conceitos, podemos notar os malefícios éticos que podem levar. O indivíduo, buscando o prazer, tomando a si mesmo como parâmetro utilizará o que puder para chegar ao seu fim. Perfeitamente estes conceitos se encaixam na Educação Física, principalmente por esta tocar as partes mais sensíveis e o corpo humano. A Educação Física deve antes de mais nada promover não estes ‘bens’ vazios e com fim em si mesmo, mas deve buscar o bem ético que tratamos em primeiro lugar. Deve promover a saúde, em todos os seus aspectos e isto deve ser cultivado desde as primeiras idades na formação escolar. Deve-se evitar a cultura da competição, não dizemos que não possam haver competições, mas que as mesmas não devem ser o motivo para a prática da atividade física. O profissional deverá sempre deixar isto claro, principalmente quando o paciente tiver complicações de saúde que o impeçam de ter um desenvolvimento como os demais. Buscará analisar tudo trazendo ao paciente para cada decisão as consequências que terá, mas sempre respeitando suas decisões. Caso os princípios não sejam os mesmos, o 10 profissional terá sempre o direito de não agir contra a sua consciência e de fazer procedimentos que mesmo sendo legais, não concorde. Bibliografia BRASIL. Resolução CONFEF nº 307/15 – Código de Ética dos Profissionais de Educação Física. https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/381. Acesso em: 20 de novembro de 2021. CONFEF. Estatuto do Conselho Federal de Educação Física. Publicado no Diário Oficial da União (DOE), nº 237, Seção 1, p.137-143. https://www.confef.org.br/confef/conteudo/471. Acesso em: 19 de novembro de 2021. JUNQUEIRA, Cilene Rennó. Bioética. UNASUS, Unifesp. https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade1 8/unid ade18.pdf. Acesso em: 19 de novembro de 2021. SILVA, Méri Rosane Santos. Doping: consagração ou profanação. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 27, n. 1, p. 9-22, set. 2005. http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/1416/131-392-1-PB.pdf?sequence=1. Acesso em: 19 de novembro de 2021. SUMÁRIO
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