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FARMACOTÉCNICA AVANÇADA FARMACOTÉCNICA AVANÇADA ORGANIZADORES SUZANA GONÇALVES CARVALHO; SIMONE COULAUD CUNHA ORGANIZADORES SUZANA GONÇALVES CARVALHO; SIMONE COULAUD CUNHA Farm acotécnica avançada GRUPO SER EDUCACIONAL Este livro vai tratar, em quatro unidades, de tudo o que é preciso saber sobre farmacotécnica avançada, abordando as formas farmacêuticas líqui- das e sistemas dispersos; as formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos – aerossóis; os sistemas transdérmicos; e as formas farmacêuti- cas estéreis e sólidas. Você conhecerá o conceito de cada uma das formas farmacêuticas neste livro, que mostrará também, de forma didática e clara, suas característi- cas, suas funções e di�culdades. Tudo isso ilustrado com �guras que ajuda a �xar o conteúdo. gente criando futuro I SBN 9786555580471 9 786555 580471 > C M Y CM MY CY CMY K FARMACOTÉCNICA AVANÇADA Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Diretor de EAD: Enzo Moreira Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes Coordenadora educacional: Pamela Marques Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi Carvalho,Suzana Gonçalves. Farmacotécnica avançada/ Suzana Gonçalves Carvalho ; Simone Coulaud Cunha. – São Paulo: Cengage, 2020. Bibliografia. ISBN 9786555580471 1. Farmacêutica. 2. Saúde. 3. Farmácia. 4. Cunha, Simone Coulaud. Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com “É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da democracia com a ampliação da escolaridade. Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer- lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no contexto da sociedade.” Janguiê Diniz PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL Autoria Suzana Gonçalves Carvalho Doutoranda em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus Araraquara. Farmacêutica (2017) pela Universidade Federal do Espirito Santo. Mestra em Ciências Veterinárias (2019) pela mesma universidade, onde desenvolveu atividades com as linhas de Pesquisa: Obtenção e caracterização de complexos de inclusão entre ciclodextrinas e fármacos de interesse farmacêutico; Desenvolvimento e análise de produtos baseados em polímeros e delineamento de formas farmacêuticas. Possui experiência e/ ou interesse na área de pesquisa em Farmacotécnica e Tecnologia Farmacêutica, principalmente nos seguintes temas: Complexos de inclusão com ciclodextrinas, polímeros, produtos de uso veterinário, formulações farmacêuticas, desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos e Nanotecnologia Farmacêutica Simone Coulaud Cunha Possui graduação em Farmácia, especializações em Farmacologia e Farmácia Hospitalar. Foi docente das especializações em Microbiologia e Análises Clínicas do CPG-SBAC. Especialista em regulação e vigilância sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), participante do GT de produtos tradicionais (MTC e Florais). Experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Vigilância Sanitária, e também Cosmetologia e estética, atuando principalmente nos seguintes temas: medicamentos, fitoterapia, medicina tradicional chinesa, plantas medicinais, cosmetologia e propaganda e internet. SUMÁRIO Prefácio .................................................................................................................................................8 UNIDADE 1 - Formas farmacêuticas líquidas e sistemas dispersos ..................................................9 Introdução.............................................................................................................................................10 1 Formas Farmacêuticas Líquidas ......................................................................................................... 11 2 Sistemas dispersos ............................................................................................................................. 14 3 Géis ....................................................................................................................................................26 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................30 UNIDADE 2 - Formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos - aerossóis .........................31 Introdução.............................................................................................................................................32 1 Noções preliminares – aerossóis ........................................................................................................ 33 2 Formas farmacêuticas semi-sólidas ................................................................................................... 38 3 Bases de pomadas ............................................................................................................................. 45 4. Elaboração de pomadas .................................................................................................................... 50 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................52 UNIDADE 3 - Sistemas transdérmicos, formas farmacêuticas estéreis e sólidas ..............................53 Introdução.............................................................................................................................................54 1 Sistemas transdérmicos de liberação de fármacos ............................................................................ 55 2 Formas farmacêuticas estéreis e isotônicas ....................................................................................... 58 3 Legislação ...........................................................................................................................................60 4. Formas farmacêuticas sólidas ........................................................................................................... 62 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................70 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................71UNIDADE 4 - Óvulos, supositórios, fitomedicamentos e formas contemporâneas ...........................73 Introdução.............................................................................................................................................74 1 Supositórios e óvulos ......................................................................................................................... 75 2 Bases utilizadas em supositórios e óvulos ......................................................................................... 79 3 Preparação de supositórios ................................................................................................................ 82 4 Formas farmacêuticas contemporâneas ............................................................................................ 85 5 Manipulação de fitoterápicos ............................................................................................................ 87 6 Tipos de extratos ................................................................................................................................ 91 7 Formulação e fabricação de fitomedicamentos ................................................................................. 92 PARA RESUMIR ..............................................................................................................................94 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................95 Indicado para estudantes da área farmacêutica, este livro aprofunda o assunto da farmacoterapia em quatro unidades com conteúdo bastante didático. São elas: as formas farmacêuticas líquidas e sistemas dispersos; as formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos – aerossóis; os sistemas transdérmicos; e as formasfarmacêuticas estéreis e sólidas. A primeira unidade vai apresentar os conceitos e principais componentes que compõem esses sistemas e as funções farmacotécnicas de cada um nas formulações, as características físico-químicas envolvidas nessas formulações, bem como quando se aplica, as instabilidades envolvidas e como evitá-las das formas farmacêuticas líquidas e sistemas dispersos. Você aprenderá a delinear e desenvolver soluções, suspensões, emulsões e géis e a diferença básica entre elas, quando e como escolher a forma farmacêutica de acordo com as características físico-químicas do fármaco e as necessidades do paciente. Na unidade 2, formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos – aerossóis, conheça os principais conceitos destas categorias e entenda quais as principais dificuldades e desafios para a elaboração de produtos considerando estas formas. De que maneira a preservação do meio ambiente deve estar sempre presente como aliada do desenvolvimento tecnológico. Conheça também algumas das principais normas que orientam as práticas farmacotécnicas. Serão mostradas aqui também de que maneira você pode identificar as matérias-primas mais comumente utilizadas no processo de manipulação de produtos farmacêuticos e cosméticos e suas peculiaridades. Sistemas transdérmicos, formas farmacêuticas estéreis e sólidas são os assuntos abordados na terceira unidade. Serão apresentados aqui o conceito, os principais componentes que compõem esses sistemas e quais as funções farmacotécnicas de cada um nas formulações, as legislações vigentes que preconizam sobre essas formas farmacêuticas, as características físico-químicas envolvidas nessas formulações e as peculiaridades em cada sistema. Serão explicados ainda como delinear e desenvolver formas farmacêuticas sólidas, quando e como escolher a forma farmacêutica de acordo com as características físico-químicas do fármaco e as necessidades do paciente. Para finalizar este livro, a unidade 4 vai tratar de óvulos, supositórios, fitomedicamentos e formas contemporâneas e seus principais conceitos. Serão apresentados as principais dificuldades e os desafios para a elaboração de produtos considerando estas categorias. As autoras demonstram a forma de identificar as matérias-primas mais comumente utilizadas no processo de manipulação de produtos farmacêuticos e suas particularidades. Apresentarão ainda as vantagens e as desvantagens da administração de fármacos na forma de supositórios versus aqueles por via oral. Por fim, detalharemos o processo produtivo de um fitomedicamento e seu controle de qualidade. PREFÁCIO UNIDADE 1 Formas farmacêuticas líquidas e sis- temas dispersos Olá, Você está na unidade Formas farmacêuticas líquidas e sistemas dispersos. Conheça, aqui, o conceito, os principais componentes que compõem esses sistemas e quais são as funções farmacotécnicas de cada um nas formulações, assim como as características físico-químicas envolvidas nessas formulações, quando se aplicam, bem como as instabilidades envolvidas e como evitá-las. Aprenda como delinear e desenvolver soluções,suspensões, emulsões e géis, além da diferença básica entre elas, quando e como escolher a forma farmacêutica de acordo com as características físico-químicas do fármaco e as necessidades do paciente. Bons estudos! Introdução 11 1 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS Formas farmacêuticas líquidas são preparações farmacêuticas constituídas por, pelo menos, um princípio ativo e se encontram no estado líquido. Podem ser de uso oral, oftálmico, tópico, nasal, otológico e paranteral. São preferíveis no tratamento de pessoas com dificuldade de deglutição, como, por exemplo, crianças, idosos e enfermos pela facilidade de deglutição e pela possibilidade de ser edulcorado e flavorizado, aumentando, assim, sua adesão ao tratamento. São exemplos de formas farmacêuticas líquidas as soluções, os xaropes e os elixires (ANSEL, POPOVICH ALLEN, 2000). 1.1 Soluções Uma solução pode ser definida como forma farmacêutica, uma vez que todos os constituintes se encontram dispersos em um determinado veículo, podendo ser aquosas ou oleosas. Conhecer a solubilidade do fármaco a ser trabalhado é essencial no desenvolvimento dessas formulações. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Os principais adjuvantes farmacêuticos utilizados na manipulação de soluções são: o co- solvente, os conservantes, os antioxidantes, os agentes complexantes, os edulcorantes, os flavorizantes e os corantes (ANSEL; POPOVICH ALLEN, 2000). A tabela 1 mostra um exemplo de formulação de solução indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. 12 Tabela 1 - Componentes de uma solução e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na tabela, temos o exemplo de uma formulação de solução indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo a cafeína como fármaco, o propilparabeno e o metilparabeno os conservantes, o propilenoglicol o co-solvente, metabissulfito de sódio o antioxidante, o EDTA dissódico o agente complexante, a sacarose o edulcorante, a água purificada o veículo, e o flavorizante o corante. Veículo É um constituinte essencial no preparo de soluções, uma vez que é o responsável por dispersar os componentes presentes nessa formulação. São exemplos de veículo a água e os óleos vegetais. Co-solventes São aqueles responsáveis por dispersar componentes específicos da formulação que não são solúveis no veículo. São exemplos de co-solventes o propilenoglicol, a glicerina, o polietilinoglicol, o sorbitol e o álcool. Conservantes São essenciais em formulações aquosas uma vez que a presença de água favorece o crescimento microbiano, responsáveis por favorecer uma maior estabilidade aos medicamentos. Soluções oleosas não necessitam do uso de conservantes. São exemplos de conservantes os parabenos, o benzoato de sódio e o ácido benzoico. 13 Antioxidantes São necessários tanto em soluções aquosas quanto em oleosas, devendo ser escolhidos os antioxidantes de acordo com essa característica em hidrofílicos e em lipofílicos,que são responsáveis por evitar com que ocorra oxidação nas formulações. São exemplos de antioxidantes hidrofílicos o metabissulfito de sódio e a vitamina C, e de antioxidantes lipofílicos o butilhidroxitolueno (BHT) e a vitamina E. Agentes complexantes Também denominados quelantes, são compostos responsáveis pela retirada de íons metálicos de uma formulação, pois podem prejudicar na estabilidade de um produto. O agente quelante mais usual no preparo de formulações farmacêuticas é o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). Edulcorantes, flavorizantes e corantes São adjuvantes farmacêuticos utilizados para melhorar características organolépticas e para aumentar a aceitabilidade de determinado medicamento. Os edulcorantes são responsáveis por atribuir o sabor doce a uma formulação. São exemplos de edulcorantes utilizados no desenvolvimento de medicamentos a sacarose, a sacarina e o aspartame. Os flavorizantes possuem como principal função farmacotécnica o mascaramento de sabor, e como exemplos de flavorizantes são os sabores: laranja, morango, cereja, limão, entre outros. Os corantes são responsáveis por atribuir cor a uma determinada formulação. 1.2 Xaropes Xarope é uma forma farmacêutica com alta concentração de açucares. Formulações de xaropes contendo acima de 85% de açucares – conforme o xarope base preconizado pela farmacopeia brasileira – não necessitam da adição de conservantes, pois a alta concentração de açucares faz com que atuem como conservantes por efeito osmótico (AULTON, 2005). São caracterizados por possuírem um sabor bastante adocicado e a possibilidade de flavorizar, isto é, dar sabor. Os xaropes são ideais para crianças com dificuldade de aderir a algum tratamento, além de serem ótimos para o mascaramento de sabor dos fármacos com gosto ruim. Existem, também, xaropes dietéticos para uso de pessoas com diabetes. O processo de fornecimento de temperatura é essencial no preparo de xaropes. A tabela 2 mostra um exemplo de formulação base de xarope indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. 14 Tabela 2 - Componentes de um xarope base e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborado pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na tabela, temos o exemplo de uma formulação de xarope base indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo a glicerina um agente plastificante, a sacarose edulcorante e água purificada o veículo. 1.3 Elixires Os elixires são formas farmacêuticas compostas por solução hidroalcoólica e geralmente com sabor adocicado. São utilizados principalmente em formulações que o ativo não seja solúvel em água e tenha solubilidade em álcool. Os antissépticos bucais são um exemplo simples de elixir (AULTON, 2005). São compostos farmacotécnicos utilizados em formulações de elixires os veículos, co-solventes (álcool etílico), edulcorantes, flavorizantes e corantes. Edulcorantes e flavorizantes são incluídos geralmente para mascarar o sabor do álcool. A tabela 3 mostra um exemplo de formulação de elixir indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. Figura 1 - Componentes de um antisséptico bucal e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na tabela, temos exemplo de uma formulação de elixir indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo o timol e o mentol os ativos, a sacarina sódica o edulcorante, o álcool etílico o co-solvente, a água purificada como veículo e, além disso, a adição de corante verde e de flavorizante de menta. 2 SISTEMAS DISPERSOS São preparações farmacêuticas cujos fármacos insolúveis ou imiscíveis ( ) se encontram 15 distribuídos sob determinado veículo ( ). Elas possuem mais de uma fase. São exemplos de sistemas dispersos as suspensões, as emulsões e os géis. 2.1 Suspensões Suspensões são dispersões heterogêneas, bifásicas compostas por duas fases principais, sendo elas: dispersa ou interna (sólido insolúvel) e dispersante ou externa (veículo de alta viscosidade). São utilizadas para a administração de fármacos insolúveis quando eles possuem sua estabilidade comprometida no preparo de soluções e/ou para melhorar a aceitabilidade durante o tratamento, uma vez que sistemas líquidos facilitam a deglutição (ANSEL; POPOVICH ALLEN, 2000). Os principais adjuvantes farmacêuticos utilizados na manipulação de suspensões são: veículo, agente suspensor, agentes molhantes, agentes eletrolíticos, conservantes, antioxidantes, agentes complexantes. Além disso, outros agentes, que podem estar presentes nessas formulações, são corretores do pH, dos flavorizantes, dos edulcorantes e dos corantes (AULTON, 2005). A tabela 4 mostra um exemplo de formulação base de suspensão indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. Tabela 3 - Componentes de uma suspensão e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora, 2020. 3 16 #ParaCegoVer: Na tabela, temos exemplo de uma formulação de suspensão indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo a carboximetilcelulose sódica o agente suspensor, o metabissulfito de sódio o antioxidante, o EDTA dissódico o agente complexante, o propilparabeno e o metilparabeno os conservantes, o polissorbato 80 o agente molhante, o cloreto de alumínio o agente eletrolítico, o ácido cítrico corretor de pH e a água purificada o veículo. O veículo é um constituinte básico das suspensões. Podem ser utilizados como veículo de suspensões: a água purificada, o xarope simples, os óleos, entre outros. Agora, conheceremos os agentes. Agente suspensor Também denominado agente viscosante ou espessante, é o responsável por atribuir viscosidade à formulação, característica essa muito importante no desenvolvimento de suspensões por garantir a floculação do sistema. Como exemplo de agentes suspensores pode-se citar a CMC-Na (carboximetilcelulose sódica), a goma xantana, a goma arábica, a gelatina, entre outros. Agente molhante Também denominado agente umectante, é utilizado nas suspensões para reduzir o ângulo de contato entre os sólidos e os líquidos e para, dessa forma, facilitar sua molhabilidade. Exemplos de agentes molhantes são os tensoativos (lauril sulfato de sódio, polissorbatos etc), a glicerina, o sorbitol, o polielilenoglicol, o propilenoglicol, entre outros. Agente eletrolítico Também é um dos agentes responsáveis por favorecer a floculação do sistema, eles estão ligados diretamente à carga superficial e ao potencial zeta do sistema. São exemplos de agentes eletrolíticos utilizados usualmente o cloreto de sódio (NaCl), o cloreto de alumínio (AlCl3) e o fosfato diácido de potássio (K2HPO4). Agente conservante É necessário em suspensões devido à grande quantidade de água presente nessas formulações, pois atua evitando contaminação microbiológica. Entre os conservantes mais utilizados como adjuvantes farmacêuticos estão os parabenos, o benzoato de sódio, o ácido benzoico, os sulfitos e os bissulfitos, entre outros 17 Suspensões devem apresentar propriedades físicas adequada a fim de garantir uniformidade de dose (AULTON, 2005). Tais características devem ser levadas em consideração durante todo o delineamento e o desenvolvimento farmacotécnico dessas formulações, a equação de Stokes, a seguir, apresenta alguns parâmetros que podem influenciar diretamente na sedimentação em suspensões diluídas. Figura 2 - Equação de Stokes Fonte: Elaborada pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na figura, temos a equação de Stokes. • Vs: É a velocidade de sedimentação • g: É a constante gravitacional. • ρp: É a densidade da partícula. • ρw: É a densidade do meio. • d: É o diâmetro das partículas; • μ: É a viscosidade do meio. Ao analisarmos a equação de Stokes, é possível observar que a viscosidade é um parâmetro inversamente proporcional à velocidade de sedimentação, dessa forma, quanto maior a viscosidade da suspensão, menor sua velocidade de sedimentação.Em contrapartida, o diâmetro das partículas é um parâmetro proporcional à velocidade de sedimentação, ou seja, quanto maior o diâmetro de partícula, maior a velocidade de sedimentação. A viscosidade do meio e o diâmetro das partículas são propriedades possíveis de ajustar, do ponto de vista farmacotécnico, para a obtenção de propriedades físicas desejadas e um sistema floculado. Entender as propriedades físicas das suspensões, bem como a classificação do resultado final é importante, uma vez que isso permite identificar se o sistema apresenta características de um sistema floculado ou defloculado. Sistemas floculados São preferíveis do ponto de vista farmacotécnico, caracterizados por apresentarem velocidade de sedimentação rápida, fácil redispersibilidade, sobrenadante límpido e sedimento volumoso. 18 Desse modo, sistemas floculados podem ser obtidos por meio da adição correta de agentes suspensores, responsáveis por manterem a viscosidade adequada, evitando que o sedimento fique compactado pela sedimentação muito rápida ou que a velocidade de sedimentação seja lenta e com difícil redispersibilidade, caracterizada por uma formulação muito viscosa. Ademais, agentes molhantes e eletrolíticos também influenciam na floculação do sistema (AULTON, 2005). Sistemas defloculados Ao contrário dos sistemas floculados, são caracterizados por formulações com velocidade de sedimentação lenta, sobrenadante turvo, de difícil redispersibilidade e sedimento compactado. Sistemas desfloculados possuem sedimentos compactados denominados caking (AULTON, 2005). Caking Pode ser definido como uma instabilidade física que ocorre em suspensões, sendo responsável pelo sedimento compactado não redispersível. A formação de caking pode ser impedida pelos agentes eletrolíticos que ocorrem devido à presença de forças repulsivas decorrentes e ao potencial zeta das partículas. Assim, são análises imprescindíveis na caracterização e no controle de qualidade físico- químico de suspensões: Tabela 4 - Componentes de uma formulação de emulsão tópica e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na tabela, temos exemplo de uma formulação de suspensão indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo a carboximetilcelulose sódica o agente suspensor, o metabissulfito de sódio o antioxidante, o EDTA dissódico o agente complexante, o propilparabeno e o metilparabeno os conservantes, o polissorbato 80 o agente molhante, o cloreto de alumínio o agente eletrolítico, o ácido cítrico corretor de pH e a água purificada o veículo. 19 2.3 Elaboração de suspensões Para a elaboração de suspensões é necessário saber quais os fatores que interferem nessa formulação, podendo causar problemas de instabilidade como a formação de caking, sendo eles a viscosidade, o tamanho de partícula, os agentes eletrolíticos e os tensoativos. Para contornar tais problemas, é necessário se certificar que há: a adição do tensoativo adequado na quantidade correta, o ajuste da viscosidade, a redução no tamanho de partícula, o agente eletrolítico adequado na quantidade correta e o armazenamento adequado. Seguem, abaixo, os passos de como elaborar um creme simples: 1) Delinear a formulação e os componentes que serão utilizados. 2) Pesar todos componentes da formulação. 3) Aos poucos, adicionar o agente suspensor ao veículo sob ligeiro aquecimento. 4) Em outro béquer, dispersar o agente conservante, complexante e antioxidante com seu devido co-solvente. 5) Após o agente suspensor estar totalmente disperso no veículo, adicionar os componentes dispersos, no passo quatro, sob a solução. 6) Adicionar o fármaco em um gral e reduzir ao máximo seu tamanho de partícula. 7) Adicionar o agente molhante sob o fármaco no gral. 8) Incorporar o fármaco na dispersão contendo agente suspensor em gral. 9) Adicionar o agente eletrolítico. 10) Corrigir o PH, se for aplicável. 11) Adicionar edulcorante, flavorizante e corante, se aplicável. 12) Embalar e envazar. 20 2.4 Emulsões Emulsões são sistemas heterogêneos, termodinamicamente instáveis, constituídas por duas fases imiscíveis: oleosa e aquosa, necessitando, por sua vez, de uma terceira fase composta por um agente emulsificante (tensoativo). Eles podem ser do tipo A/O (água/óleo) ou O/A (óleo/ água), caracterizados por possuírem uma aparência branca, leitosa e opaca. Além disso, podem ser de uso interno ou externo (ANSEL; POPOVICH ALLEN, 2000). Emulsões do tipo A/O possuem componentes lipossolúveis (oleosos) em sua fase externa e componentes hidrossolúveis (aquosos) em sua fase interna. Possuem uma grande quantidade se compostos lipossolúveis e, dessa maneira, são indicados no preparo de cosméticos, como demaquilantes. Emulsões do tipo O/A possuem componentes hidrossolúveis (aquosos) em sua fase externa e em sua fase interna, possuem quantidade reduzida de óleos, o que lhe confere uma propriedade emoliente menor, além de serem emulsões de fácil obtenção e relativamente baratas. Os principais adjuvantes farmacêuticos utilizados na manipulação de emulsões são: veículo de fase aquosa, veículo de fase oleosa, agente emulsificante (tensoativo), agente de consistência, conservante, antioxidante, agentes complexantes, agentes sensoriais, agentes umectantes, agentes emolientes, flavorizantes (emulsões orais), edulcorantes (emulsões orais) e aromatizantes (emulsões tópicas). A tabela 5 mostra um exemplo de formulação base de emulsão para uso tópico indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. FIQUE DE OLHO A embalagem é um cuidado muito importante quando se trata de suspensões e, para garantir uniformidade de dose, ela precisa necessariamente de agitação. Sendo assim, a embalagem deve conter espaço suficiente para agitação e escrito “agite antes de usar” em seu rótulo. 21 Tabela 5 - Componentes de uma formulação de emulsão tópica e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora (2020). #ParaCegoVer: Na tabela, temos exemplo de uma formulação de emulsão tópica indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Os componentes foram divididos em fase aquosa e fase oleosa. Os veículos de fase aquosa e oleosa são constituintes básicos e imprescindíveis de uma emulsão, uma vez que sem a presença dos dois não é possível a obtenção de uma emulsão. São exemplos de veículos de fase aquosa a água, o xarope (para emulsões orais), a glicerina e o sorbitol. Como exemplo de veículos de fase oleosa, podemos citar os óleos vegetais e a vaselina. Agente emulsificante ou tensoativo É responsável pela formação de emulsões por meio da redução da tensão superficial entre os dois líquidos imiscíveis, promovendo a dispersão entre eles. A escolha do tensoativo, bem como a quantidade de tensoativo utilizar consistem em uma etapa muito importante no processo de desenvolvimento de emulsões, pois a escolha incorreta ou a quantidade insuficiente pode prejudicar sua formação. São exemplos de tensoativos utilizados no preparo de emulsões os polissorbatos. 22 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Agente de consistência É um adjuvante farmacotécnico de fase oleosa utilizado para dar viscosidade à formulação, facilitando sua espalhabilidade. São exemplos de agentes de consistência o álcool cetílico, o álcool cetoestearílico e o álcool estearílico. A nova geração de emulsões conta com ceras autoemulsionantes, ou seja, não há necessidade do uso do tensoativo, pois o mesmo está presente juntamente com agente de consistência. Um exemplo de cera autoemulsionante é o Lanette, utilizado na produção de cremes aniônicos, composto por álcool cetoestearílico e tensoativo. Conservantes hidrofílicos São adicionados à fase aquosa da formulação, ambientes aquosos são tendenciosos ao crescimento microbiano. São exemplos de conservantes utilizados em emulsões os parabenos, os sulfitos e os bissulfitos. Antioxidantes lipofílicos São adicionados à fase oleosada formulação, pois óleos são mais susceptíveis à oxidação. São utilizados usualmente como antioxidantes lipofílicos em emulsões: o BHT e a vitamina E. Agentes sensoriais São adjuvantes destinados ao aprimoramento do sensorial da formulação e, consequentemente, da adesão. 23 São exemplos de agentes sensoriais a lanolina anidra, a lanolina etoxilada e a lanolina acetilada Agentes umectantes Possuem como função principal a retenção de água na formulação, favorecendo, assim, a hidratação. Eles são essenciais para evitar a perda de água por evaporação. São exemplos de agentes umectantes o sorbitol, a glicerina, o propilenoglicol, o polietilenoglicol e o butilenoglicol. Agentes emolientes Excipiente utilizado em formulações de emulsão. Atuam atenuando ou evitando o ressecamento da pele. Os óleos vegetais, como o óleo de macadâmia, o óleo de coco, o óleo de uva, entre outros, são exemplos de agentes emolientes. Aromatizantes ou fragrâncias São utilizadas em formulações de emulsões para uso tópico, como loções e cremes. Servem principalmente para mascarar o odor de emulsões que possuem em sua grande maioria, odor característico de óleo, devido à grande quantidade em sua composição, é utilizada também para aumentar a aderência, podendo atender às preferências de aroma do usuário. As emulsões devem ser bem delineadas, principalmente em relação à escolha, à quantidade dos excipientes utilizados e à técnica de preparo, a fim de evitar problemas de instabilidade física. Os principais problemas relacionados à instabilidade física em emulsões são denominados cremagem e coalescência. Cremagem É uma instabilidade física reversível, na qual ocorre a formação de uma camada fina na superfície da emulsão, que ocorre principalmente devido ao tempo de armazenamento ou à temperatura excessiva. Coalescência É uma instabilidade física irreversível, na qual ocorre a separação total das fases, decorrente principalmente da temperatura excessiva, da agitação excessiva ou deficiente, do tipo e da quantidade de agente emulsificante (tensoativo). 24 Outro parâmetro importante no delineamento de emulsões é conhecer os mecanismos de hidratação (oclusão, umectação e emoliência) da pele, assim como os excipientes responsáveis por promover cada uma delas. A hidratação por oclusão atua formando uma camada oclusiva na pele, impedindo ou retardando a evaporação de água e, dessa forma, hidratando a pele. São exemplos de excipientes que promovem hidratação por oclusão: manteigas, ceras, óleos fixos e oleato de oleila. A hidratação por umectação também retém água na epiderme, todavia, diferentemente da hidratação por oclusão, esse mecanismo fixa as moléculas de água pelas ligações/pontes de hidrogênio. Os glicóis e a glicerina são utilizados como agentes que promovem a umectação. A hidratação por emoliência promove a retenção de água na epiderme, aumentando a capacidade oclusiva natural da própria pele. São exemplos de adjuvantes farmacêuticos que hidratam por emoliência os óleos vegetais como o óleo de amêndoas, óleo de algodão, entre outros. São análises importantes na caracterização da eficácia de emulsões: • a avaliação de características organolépticas da formulação (aspecto, cor, brilho, toque, cobertura e cor na pele); • a determinação do pH; • a análise da textura; • a espalhabilidade; • a centrifugação e o estresse térmico; • o tamanho de gotícula. Novos estudos permitiram a descoberta de novos tipos de emulsões, as microemulsões e as nanoemulsões. Ambas têm sido amplamente estudadas como sistemas de liberação de fármacos, apresentando como principais vantagens seu tamanho reduzido, que permite maior contato com local de ação, o aumento da biodisponibilidade, o aumento da solubilidade, além da capacidade de direcionamento. Pesquisas e emulsões convencionais vêm sendo desenvolvidas, tanto para a aplicação farmacêutica quanto para a aplicação cosmética (GUPTA et al., 2019). As microemulsões e as nanoemulsões apresentam características organolépticas bem diferentes das emulsões convencionais, elas se caracterizam por serem translúcidas ou opalescentes, com baixa viscosidade. Porém, nem todas as nanoemulsões são translúcidas ou opalescentes, dependendo do tamanho, também podem ter um aspecto leitoso. Apesar da faixa de tamanho entre ambas ser parecida, sua principal diferença está na sua estabilidade. As microemulsões são termodinamicamente estáveis, portanto, possuem menores chances de ocor- FIQUE DE OLHO A concentração micelar crítica (CMC) é a concentração mínima para que ocorra formação de micelas. Emulsões devem estar com a concentração acima da CMC. 25 rerem instabilidades físicas tais como a coalescência e a cremagem. Assim como as emulsões convencionais, a microemulsão e a nanoemulsão também devem se encontrar acima da CMC. 2.7 Elaboração de cremes Para a elaboração de cremes, é necessário saber quais os fatores que interferem nessa formulação, podendo causar problemas de instabilidade tais como a cremagem e a coalescência, sendo eles: • o tempo de agitação; • a velocidade de agitação; • o tamanho das gotículas; • a viscosidade do meio e temperatura. Para contornar tais problemas é necessária a adição do tensoativo adequado na quantidade correta, o controle do tempo e da velocidade de agitação, a armazenagem em condições adequadas de temperatura, bem como o ajuste da viscosidade das fases. Dessa forma, o desenvolvimento de cremes é um método simples e que requer bastante atenção a fim de evitar problemas de instabilidade física. Seguem abaixo os passos de como elaborar um creme simples: 1) Delinear a formulação e os componentes que serão utilizados. 2) Pesar todos componentes da formulação. 3) Dispersar os agentes antioxidantes, conservantes e complexantes nos seus devidos co- solventes. 4) Colocar todos componentes da fase aquosa para aquecer (inclusive os agentes conservantes e complexantes já dispersos) até temperatura de 80ºc (regular temperatura utilizando termômetro). 5) Colocar todos componentes da fase oleosa para aquecer (inclusive o antioxidante já disperso) até temperatura entre 70ºc e 80ºc. 6) Quando ambos estiverem sob mesma temperatura, adicionar fase oleosa na fase aquosa. 7) Em banho de gelo, fornecer agitação constante para a formulação até consistência de creme. 26 8) Triturar em gral os aditivos e dispersar no seu devido co-solvente (quando necessário). 9) Incorporar os aditivos na formulação base. 10) Adicionar aromatizante (quando aplicável). 11) Embalar e envasar a formulação e manter sob temperaturas amenas ideais. 3 GÉIS Géis são formas farmacêuticas semissólidas, de uso principalmente tópico, existindo também géis de uso oral. Eles apresentam vantagens para o uso tópico tais como boa espalhabilidade, podem incorporar fármacos hidrossolúveis e não são oleosos. Seu mecanismo de hidratação é por umectação. Os principais adjuvantes farmacêuticos utilizados na manipulação de géis são: o veículo, o agente gelificante, o co-solvente, os conservantes, os antioxidantes, o agente complexante, o agente alcalinizante e os aromatizantes. A tabela 6 mostra um exemplo de formulação base de gel para o uso tópico, indicando os adjuvantes farmacêuticos e sua devida função farmacotécnica. Tabela 6 - Componentes de uma formulação de emulsão tópica e sua devida função farmacotécnica Fonte: Elaborada pela autora, 2020. #ParaCegoVer: Na tabela, temos o exemplo de uma formulação de gel indicando os componentes com sua devida função farmacotécnica. Sendo o carbopol® 940 o agente gelificante, o hidróxido de sódio o agente alcalinizante, metilparabeno e propilparabeno os conservantes, a glicerina co- solvente, vitamina C o antioxidante, EDTA o agente complexante e a água purificada o veículo. O veículo é composto em praticamente todos os casos de preparo de gel por água ou solução hidroalcoólica, fundamental no preparo de gel, pois sem o veículo o processo de gelificação responsável por originar o gel nãoacontece. O agente gelificante é responsável pela doação de viscosidade à determinada formulação. Os polímeros comumente utilizados como agentes 27 geleificantes entre eles são: o carboxivinílico (Carbopol 940), o hidroxi-etil-celulose (Natrosol) e a gelatina. O agente alcalinizante é fundamental, uma vez que a adição faz com ocorra a formação de gel. É importante ressaltar que o uso de um agente alcalinizante é necessário apenas para alguns tipos de polímeros (ex.: Carbopol), enquanto, para outros (ex.: Natrosol), a formação de gel é espontânea. Um exemplo de adjuvante farmacêutico utilizado como agente gelificante é o hidróxido de sódio (NaOH). 3.1 Elaboração de géis O desenvolvimento de géis é um método simples e que requer bastante atenção. Seguem abaixo os passos de como elaborar um gel simples: 1) Delinear a formulação e os componentes que serão utilizados. 2) Pesar todos componentes da formulação. 3) Hidratar o agente gelificante previamente no veículo da formulação por pelo menos 3 horas. 4) Após hidratação, incluir os demais componentes na formulação (com exceção do aditivo e aromatizante). 5) Adicionar o agente alcalinizante, gota por gota e com agitação vigorosa até a gelificação. Esse passo é o mais importante na formação de gel, pois o agente alcalinizante em falta acarreta na não formação do gel, e em excesso pode acarretar na denominada “quebra do gel” um processo irreversível. A dica é adicionar gota por gota e agitar após a adição de cada gota. 6) Dispersar o aditivo em quantidade suficiente de co-solvente e incorporar essa dispersão no gel. O ideal é que a incorporação seja realizada em gral de vidro ou porcelana. 7) Após o gel preparado e incorporado, adicionar o aromatizante (quando aplicável). 8) Embalar e envasar. 3.2 Boas práticas de manipulação Toda e qualquer elaboração de medicamentos deve seguir as boas práticas de manipulação de medicamentos (BPFM), previstos na RDC nº 67 de 8 de outubro de 2007, que dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano em farmácias. Além disso, deve-se seguir formulações de acordo com instruções da farmacopeia brasileira mais atualizada (2019) aprovada pela RDC nº 298 de 12 de agosto de 2019. As boas práticas de manipulação dividem as atividades em cinco grupos, sendo o grupo I, responsável pela manipulação de medicamentos contendo insumos de origem animal, o grupo II, responsável pela manipulação de medicamentos contendo insumos de baixo índice terapêutico, grupo três, responsável pela manipulação de hormônios, antibióticos, citostáticos e produtos especiais, 28 grupo IV, responsável pela manipulação de produtos estéreis, grupo V, responsável pelos medicamentos homeopáticos e, grupo VI, responsável pelos medicamentos de doses unitárias. As BPFM preconizam sobre a limpeza de espaços e superfícies, o controle de qualidade da matéria- prima e do produto acabado, os equipamentos de proteção individual, entre outros. O controle de qualidade de matéria-prima deve ser realizado inclusive com a água de produção, pelo menos, a cada seis meses. Ademais, as BPFM preconizam também sobre a importância do procedimento operacional padrão (POPs), com a finalidade de garantir qualidade no processo de limpeza e de padronizar a qualidade de formulações farmacêuticas mais usuais. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 29 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • entender sobre as formas farmacêuticas líquidas e sistemas dispersos; • compreender as diferenças entre soluções, xaropes, elixires, suspensões, emulsões e géis; • saber quais são os componentes essenciais para cada forma farmacêutica estudada; • saber quais são os fatores influenciam na estabilidade dos sistemas estudados; • aprender a elaborar suspensões, cremes e géis. PARA RESUMIR ANSEL, H. C.; POPOVICH, N. G.; ALLEN, L. V. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. São Paulo: Editorial Premier, 2000. AULTON, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. São Paulo: Artmed, 2005. GUPTA, P. K. et al. An update on nanoemulsions using nanosized liquid in liquid Colloidal Systems. IntechOpen. 1-20, 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019. 879p BRASIL. Resolução RDC nº 67 de 08/10/2007. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. USP. The United States Pharmacopoeia. 30. ed. Rockville: United States Pharmacopoeial Convention, 2007. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UNIDADE 2 Formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos - aerossóis Você está na unidade Formas farmacêuticas semissólidas e sistemas dispersos – aerossóis. Conheça aqui os principais conceitos destas categorias e entenda quais as principais dificuldades e desafios para a elaboração de produtos considerando estas formas. Veja como a preservação do meio ambiente deve estar sempre presente, como aliada do desenvolvimento tecnológico. Conheça também algumas das principais normas que orientam as práticas farmacotécnicas. Por fim, aprenda a identificar as matérias-primas mais comumente utilizadas no processo de manipulação de produtos farmacêuticos e cosméticos e suas peculiaridades. Bons estudos! Introdução 33 1 NOÇÕES PRELIMINARES – AEROSSÓIS Os aerossóis são dispersões coloidais de líquidos ou sólidos em gases. Podem ter fases dispersas líquidas, como as névoas e neblinas, ou sólidas, como a fumaça, conforme Aulton (2016). Segundo Allen (2013), aerossóis são formas farmacêuticas pressurizadas que, quando acionadas, emitem uma fina dispersão de materiais líquidos e/ou sólidos contendo uma ou mais substâncias ativas em forma gasosa. Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: Figura 1 - Dispersão em partículas de aerossol Fonte: Nikkytok, Shutterstock, 2020. #ParaCegoVer: a imagem mostra uma mão segurando um frasco de aerossol e apertando a sua válvula, dispersando uma nuvem de partículas no ar. 34 1.1 Preparação de aerossóis Os aerossóis podem ser preparados tanto por métodos de dispersão quanto de condensação. Os aerossóis preparados através de condensação envolvem, inicialmente, a produção de um vapor supersaturado do material a ser disperso, que pode ser obtido pelo super-resfriamento do vapor. Ocasionalmente, a supersaturação leva à aglutinação de núcleos, que crescem em partículas de dimensões coloidais. Já, a preparação através dos métodos de dispersão é de maior interesse no meio farmacêutico e pode ser conseguida pelo uso de recipientes sob pressão com, por exemplo, gases liquefeitos empregados como propelentes. Se uma solução, ou uma suspensão de ingredientes ativos, estiver contida no propelente líquido ou em uma mistura desse líquido e um solvente adicional, então, no momento em que válvula do recipiente for aberta, a pressão de vapor do propelente forçará a mistura para fora do recipiente. A grande expansão do propelente à temperatura ambiente e à pressão atmosférica produz uma dispersão de ingredientes ativos no ar. Embora as partículas em tais dispersões sejam usualmente maiores do que aquelas nos sistemas coloidais, essas dispersões ainda são, geralmente, chamadas de aerossóis. 1.2 Propelentes São responsáveis pelo desenvolvimento da pressão dentro do recipiente de um aerossol e por expelir o produto quando a válvula é aberta. Propelentes são substâncias fundamentais na elaboração de um aerossol e devem ser formulados de modo a propiciar a pressão de vapor necessária para a liberação do ativo através da válvula. Caracteristicas que devem ser observadas na escolha de um propelente são peso molecular, ponto de ebulição, vapor de pressão, densidade do líquido e ponto de ignição, conforme Allen (2013). 1.3 Embalagem e válvula do aerossol A eficácia de um aerossol depende da correta combinação de formulação, recipiente e válvula. Como em toda forma farmacêutica, a formulação não deve interagir quimicamente com as partes da embalagem ou da válvula, nem interferir naestabilidade da formulação ou na integridade e operação do sistema. A embalagem e a válvula devem, assim, ser capazes de resistir à corrosão e à pressão exigida pelo produto, e a válvula deve contribuir para a forma do produto a ser emitido. Vários materiais têm sido usados na produção de recipientes de aerossóis, entre eles: • vidro, revestidos com películas plásticas ou não; • metal, incluindo latão laminado com aço, alumínio e aço inoxidável; • plásticos. 35 Se não fosse a fragilidade e o risco de quebra, os recipientes de vidro seriam a primeira escolha para a maioria dos aerossóis, uma vez que o vidro apresenta menos reatividade química com a fórmula do que os recipientes de metal e não está sujeito à corrosão. Além disso, o vidro é também mais adaptável para a criação de diferentes estilos e designs. Em contrapartida, quando utilizados, os recipientes de vidro devem ser construídos de forma precisa para proporcionar o máximo de segurança e resistência ao impacto. Os revestimentos plásticos são comumente aplicados na superfície externa dos recipientes de vidro, para torná-los mais resistentes às quebras acidentais e, no caso de quebra, evitar o espalhamento de fragmentos. Quando for o caso, a superfície interna do recipiente de vidro também pode ser revestida para torná-lo mais resistente quimicamente aos componentes da formulação. Recipientes de latão laminado são as embalagens metálicas mais frequentemente usadas em aerossóis. Quando necessário, revestimentos protetores especiais são empregados no interior, para evitar a corrosão e a interação química do recipiente com a formulação. Os recipientes plásticos têm encontrado pouca utilização no acondicionamento de aerossóis por sua perrneabiliclade ao vapor contido na embalagem, além de interações químico-físicas que podem afetar a liberação do ativo, reduzindo a eficácia do produto. No caso de uma embalagem desenvolvida para indústria de alimentos, deverá ser obeservada também a legislação específica para materiais em contato com alimentos, que determina os materiais e corantes que podem ser utilizados para esta categoria. A legislação em questão e a listagem de materiais autorizados para uso pode ser encontrada no site da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Já, a função da válvula é permitir a expulsão do conteúdo do canister de forma necessária, na velocidade adequada e, no caso de válvulas dosificadoras, na quantidade ou dose apropriada. Os materiais utilizados na produção de válvulas também devem ser resistentes e inertes às formulações. Dessa forma, entre os materiais comumente utilizados na produção de partes das válvulas estão os plásticos, as borrachas, o alumínio e o aço inoxidável. 1.4 Aplicação de aerossóis na indústria farmacêutica O uso dos aerossóis é particularmente importante na administração de fármacos via sistema respiratório. Além dos efeitos locais, os efeitos sistêmicos podem ser obtidos se o fármaco é absorvido para a corrente sanguínea pelos pulmões. Preparações tópicas também são apropriadas para apresentação sob a forma de aerossóis, facilitando a aplicação do produto. Outros tipos de aerossóis farmacêuticos incluem espumas vaginais e retais. 36 Os aerossóis usados para proporcionar uma mistura transportada pelo ar são chamados de sprays espaciais. São muito utilizados na indústria de saneantes e produtos de limpeza, sendo que desodorizantes de ambiente e inseticidas caracterizam esse grupo. O tamanho de partícula do produto liberado é pequeno, usualmente menor que 50 μm, e deve ser controlado com cuidado para que as gotículas dispersas permaneçam no ar por um longo tempo. A atuação de um aerossol espacial típico produz 120 milhões de partículas, das quais um número considerável deverá restar suspenso no ar por uma hora. Na indústria cosmética os aerossóis também vêm se consolidando como forma farmacêutica de particular interesse. Os aerossóis destinados a transportar a substância ativa a uma superfície são chamados de sprays de superfície ou de revestimento. Os aerossóis tópicos podem ser alocados nesse grupo, que também inclui um grande número de aerossóis de uso cosmético, produtos de higiene pessoal e produtos domésticos, tais como desodorantes, sprays para cabelo, perfumes e colônias, espumas de barbear, repelentes de insetos, tintas em spray, ceras, polidores, limpadores e lubrificantes. Além disso vários outros produtos de uso veterinário e da indústria alimentícia apresentam-se também na forma de aerossóis. 1.5 Aerossóis e a camada de ozônio As Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio (SDO) são aquelas sintetizadas para diversos usos, como na refrigeração (automotiva, doméstica, comercial ou industrial), na produção de espumas, na agricultura, em laboratórios e também como matéria-prima de vários processos industriais. O Protocolo de Montreal, assinado em 1987, se propôs a regular a produção e o consumo de SDOs e dividiu essas substâncias químicas em sete famílias, de acordo com Brasil (2017): • clorofluorcarbonos (CFCs); • hidroclorofluorcarbonos (HCFCs); • halons; • brometo de metila; • tetracloreto de carbono (CTC); • metilclorofórmio; • hidrobromofluorcarbonos (HBFCs). Em 1988, o consumo de CFC como propelente em perfumes, aerossóis sanitários, inseticidas e outras aplicações foi banido por meio da Portaria do Ministério da Saúde número 534, antes mesmo de o Brasil ter ratificado o Protocolo de Montreal, conforme Brasil (1988). 37 Após a publicação Resolução CONAMA número 267, em 2000, foi proibida a importação de CFCs a partir de janeiro de 2001, com exceção do CFC-12 para manutenção de equipamentos, que somente foi proibido em 2007, de acordo com Brasil (2000). A importação de CFCs para fins medicinais na produção de Medicamentos Inaladores de Dose Medida (MDIs), por sua vez, foi permitida até 2009. Os MDIs são medicamentos utilizados, em geral, por pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Esses medicamentos usavam misturas de CFC-11, CFC-12 ou CFC-114, como agente propelente, segundo Brasil (2017). Em 2016, os os países signatários do Protocolo de Montreal decidiram pela aprovação de uma emenda que inclui os hidrofluorcarbonos (HFCs) na lista de substâncias controladas pelo Protocolo. Embora os HFCs não causem danos à camada de ozônio, apresentam elevado impacto ao sistema climático global e vêm sendo usados há tempos como alternativas em substituição aos CFCs e HCFCs. Essa emenda ficou conhecida como Emenda de Kigali e prevê um cronograma de redução da produção e consumo dos HFCs até um patamar mínimo a ser atingido pelos Estados Partes. Assim, o Brasil deverá congelar o consumo dos HFCs em 2024, iniciando sua redução escalonada a partir de 2029, para, em 2045, atingir o consumo máximo de 20% em relação à linha de base estabelecida em 2024. Figura 2 - Proteção ambiental: o desenvolvimento de novas tecnologias deve andar em paralelo com a preservação do meio ambiente Fonte: Digitalconsumator, Shutterstock, 2020. #ParaCegoVer: a imagem mostra o planeta Terra envolvido por três setas verdes simbolizando o cuidado com o meio ambiente. 38 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2 FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS As formas farmacêuticas de aplicação tópica dividem-se em cremes, pomadas, pastas e géis. Sua aplicação pode ser feita sobre a pele ou mucosas, propiciando a administração local ou sistêmica de ativos, conforme Brasil (2019). 2.1 Noções preliminares Do ponto de vista farmacotécnico, pomadas, cremes e pastas são preparações semissólidas em que o fármaco está contido em uma base adequada, que pode ser hidrofílica ou hidrofóbica. Essas bases desempenham um papel fundamental na formulação das preparações semissólidas, não existindo nenhuma base universalmente compatível como veículo para todas as substâncias ativas ou indicações terapêuticas. A base mais adequada para um fármaco deve ser determinada de forma individualizada, de modo a fornecer velocidadede liberação, propriedades de adesão após aplicação e textura ideais. Em resumo, pomadas são misturas simples de ativos em uma base, enquanto cremes são emulsões semissólidas menos viscosas do que as pomadas. Os cremes são tidos como tendo um maior apelo estético, devido ao aspecto não gorduroso de alguns cremes, à sua capacidade de dissipar-se após a aplicação e de absorver secreções das lesões cutâneas. FIQUE DE OLHO O Brasil aderiu ao Protocolo de Montreal por meio do Decreto número 99.280, de 06 de junho de 1990, tornando-se Estado Parte. Assim, o consumo de CFCs, halons, CTC, metil clorofórmio e brometo de metila (com exceção do uso em quarentena e pré-embarque) encontra-se totalmente banido no Brasil e os HCFCs estão em atual fase de eliminação. 39 As pastas contêm mais materiais sólidos do que as pomadas e são, portanto, mais ásperas e menos penetrantes, sendo geralmente empregadas devido à sua ação protetora. Assim, quando um efeito protetor é mais desejável do que uma ação terapêutica, opta-se pela pasta, porém quando a ação terapêutica é necessária, opta-se por pomadas e cremes. Comercialmente, muitos agentes terapêuticos são preparados em forma de pomada e creme e são dispensados e usados de acordo com a preferência particular do paciente ou do prescritor, segundo Allen (2013). 2.2 Creme É uma forma farmacêutica semissólida que consiste em uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais ativos dissolvidos ou dispersos em uma base adequada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele ou em mucosas, conforme Brasil (2019, p. 29). Os cremes farmacêuticos são preparações que contêm um ou mais agentes medicinais dissolvidos ou dispersos em emulsões óleo em água ou água em óleo (O/A ou A/O) ou em outros tipos de bases removíveis por água. Os chamados cremes evanescentes são emulsões de O/A que apresentam grande quantidade de água e ácido esteárico ou outros componentes oleosos. Após a aplicação do creme, a água evapora, deixando um fino filme de ácido esteárico ou de outro componente oleoso utilizado. São usados principalmente em produtos para aplicação sobre a pele e naqueles de aplicação retal ou vaginal. De acordo com Allen (2013), muitos pacientes e prescritores preferem os cremes às pomadas graças à maior facilidade de espalhamento e retirada. Figura 3 - Uso de cremes Fonte: Mediapool, 2020. #ParaCegoVer: a imagem mostra uma mulher espalhando um creme na perna. 40 Amplamente utilizado pelas indústrias farmacêutica, cosmética e de alimentos, o termo creme é popularmente difundido e, muitas vezes, erroneamente usado para descrever produtos que não sejam formados por uma base emulsionada, apenas por apresentar aspecto cremoso, conforme Coutinho (2014). Na cosmetologia um creme deve atender ainda os parâmetros a seguir: • Viscosidade Dependendo do tipo de frasco no qual o produto será comercializado, facilitando seu manuseio. • Aspecto Depende do tipo de formulação desejada, como emulsão cremosa ou gel–creme. • PH Deve estar entre 5,5 – 6,5 (creme de formulação básica). É possivel encontrar-se ainda cremes com características mais específicas, como peelings químicos, filtros solares, cremes anti-idade, cremes antiacne, cremes preventivos de assaduras etc. 2.3 Géis De acordo com a Farmacopéia Brasileira, é a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal, isto é, um sistema no qual partículas de dimensão coloidal (tipicamente entre um nanômetro e um milímetro) são distribuídas uniformemente através do líquido, e pode conter partículas suspensas. Gel hidrofóbico Consiste, usualmente, de parafina líquida com polietileno ou óleos gordurosos com sílica coloidal ou sabões de alumínio ou zinco. Gel lipofílico Resultante da preparação obtida pela incorporação de agentes gelificantes — tragacanta, amido, derivados de celulose, polímeros carboxivinílicos e silicatos duplos de magnésio e alumínio à água, glicerol ou propilenoglicol, conforme Brasil (2019). Também chamados de geléias (jellies), os géís são formas farmacêuticas semissólidas que 41 consistem em dispersões de pequenas ou grandes moléculas em um veículo líquido aquoso que obtém consistência semelhante às geléias quando acrescidas de um agente gelificante. Quando o líquido é removido, restando apenas a estrutura do gel, é denominado xerogel. Gelatina em folhas, lágrimas de goma-arábica e flocos de goma guar, por exemplo, são xerogéis, segundo Aulton (2016). Os agentes gelificantes utilizados incluem as macromoléculas sintéticas, como o carbômero 934; os derivados de celulose, como a carboximetilcelulose (CMC) ou a hidroxipropilmetilcelulose; e as gomas naturais, como a goma adragante. Os carbômeros, por sua vez, são polímeros hidrossolúveis de massa molecular elevada do ácido acrílico, reticulados com ésteres alílicos de sacarose e/ou pentaeritritol. Sendo que o NF (National Formulary – Compêndio da farmacopéia americana) contém monografias sobre seis deles: os carbômeros 910, 934 , 934P, 940 e 1.342 . A viscosidade desses polímeros depende de sua composição e eles são usados como agentes gelificantes em concentrações de 0,5% a 2% em água. O carbômero 940, por exemplo, produz a maior viscosidade, entre 40 mil e 60 mil centipoises sob uma dispersão aquosa de 0,5%. Os géis de fase única são aqueles nos quais as macromoléculas estão uniformemente distribuídas por todo o líquido, sem ligações aparentes entre elas e o líquido. Um gel constituído de flóculos de pequenas partículas distintas é chamado de sistema de duas fases, ou magma. O leite de magnésia (ou magma de magnésia), um precipitado gelatinoso de hidróxido de magnésio, é um sistema desse tipo, por exemplo. Os géis podem se tomar mais espessos em repouso, formando sistemas tixotrópicos e, portanto, devem ser agitados antes do uso para que fiquem mais líquidos e, assim, capazes de fluir. Além do agente gelificante e da água, as formulações de géis podem conter fármacos ou agentes cosméticos; solventes, como álcool e/ou propilenoglicol; conservantes antimicrobianos, como metil e propilparabeno ou gluconato de clorexidina; e estabilizantes, como o ácido etilcnodiaminotetracético (EDTA) sódico. Suas características são: consistência de gelatina, transparência e tixotropia; alto teor de água, livres de gordura; alto risco de contaminação microbiana e, por isso, a sua necessidade do uso de conservantes; 42 baixa penetrabilidade cutânea, sendo que o uso de álcool isopropílico e propilenoglicol aumenta essa propriedade; formulação contendo gelificantes, conservantes, umectantes, antioxidante, quelantes e outros. Em relação à sua aplicação comercial, géis medicamentosos podem ser preparados para administração por diversas vias, incluindo percutânea, ocular, nasal, vaginal e retal. O mercado cosmético faz, ainda, distinção entre um gel creme e um creme gel que são indicados usualmente na hidratação da pele oleosa. Ambos possuem a fase aquosa espessada por um polímero orgânico hidrossolúvel, no entanto, um creme gel possui uma fase oleosa constituída de derivados graxos que são emulsionados na fase aquosa espessada em que apenas foi dado um esbranquiçamento ao gel. Além disso, podem agregar um apelo oil-free (livre de óleos) a produtos cosméticos. FIQUE DE OLHO Você sabe o que é tixotropia? É o fenômeno associado à diminuição da viscosidade do sistema, provocado por forças mecânicas, como por exemplo agitação, sendo, porém reversível quando em repouso. Segundo Martin (1993), o produto tixotrópico tende a ter maior vida de prateleira (shelf-life), pois, durante o armazenamento, este apresenta viscosidade constante, o que dificulta a separação dos constituintes da formulação. Além dessa vantagem, a obtenção de formulações de uso tópico com caráter tixotrópico é bastante desejada, pois elas se deformam durante a aplicação,ou seja, tornam-se mais fluídas facilitando o espalhamento e recuperando a viscosidade inicial no momento que se finaliza a aplicação, o que evita que o produto escorra. Por outro lado, é interessante a obtenção de um valor de tixotropia não muito elevado para que o produto não escorra sobre a pele após aplicação devido a uma recuperação muito lenta da sua estrutura e, também, de um valor não muito baixo, pois isso acarretaria em baixa espalhabilidade do produto, não permitindo uma distribuição uniforme sobre a pele, conforme Gaspar (2003). 43 Utilize o QR Code para assistir ao vídeo: 2.4 Pastas As pastas são preparados semissólidos com o objetivo de serem aplicadas, geralmente, sobre a pele. Contêm uma maior proporção de material sólido (cerca de 25% ou mais) do que as pomadas e, por isso, apresentam consistência mais firme. Podem ser preparadas da mesma maneira que as pomadas, por mistura direta ou com uso de calor, para amolecer a base antes da inclusão dos sólidos, que devem ser triturados e tamisados com antecedência. Entretanto, quando um agente de levigação for utilizado para obter maior homogeneidade dos pós, é preferível usar uma porção da base, porque um líquido pode diminuir muito a consistência da pasta. Devido à dureza que caracteriza as pastas, elas permanecem no local de aplicação e são empregadas com eficácia na absorção de secreções serosas. Contudo, devido a essa mesma dureza e impenetrabilidade, as pastas não são adequadas para aplicação em regiões do corpo que tenham pelos. Atualmente, dentre as poucas pastas em uso, encontra-se a pasta de óxido de zinco (pasta de Lassar), que é preparada pela mistura de 25% de óxido de zinco e 25% de amido em vaselina branca. Esse produto, com consistência bastante firme, é mais eficaz para proteger a pele e absorver secreções do que a pomada de óxido de zinco. Suas características são: • pós finamente divididos; • ligeiro efeito secante, onde a água seca restando o pó sobre a pele; • ótimo para absorverem os exsudatos cutâneos; 44 • indicados para lesões que tendem a formar crostas; • podem ser armazenadas em tubos ou bisnagas de plástico ou alumínio ou em potes de vidro ou plástico. 2.5 Pomadas De acordo com a Brasil (2019), na Farmacopéia brasileira, é a forma farmacêutica semissólida, para aplicação na pele ou em membranas mucosas, que consiste da solução ou dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada usualmente não aquosa. Podem conter substâncias medicamentosas ou não, sendo que pomadas que não contêm ingredientes ativos são utilizadas por seus efeitos físicos, como emolientes, protetoras ou lubrificantes. Além disso, as bases de pomadas podem ser empregadas por seus efeitos físicos ou, ainda, como veículo para pomadas medicamentosas ou com outros ingredientes ativos, como por exemplo em cosméticos. Independentemente da sua função, as pomadas seguem uma composição básica, como mostrado na imagem a seguir: Figura 4 - Ingredientes básicos na formulação de pomadas Fonte: Elaborada pelo autor, 2020. #ParaCegoVer: a imagem mostra um diagrama simbolizando os ingredientes básicos usados na formulação de pomadas, que são conservantes, excipiente gorduroso, ingrediente ativo e antioxidantes.t Suas características são: • promover a hidratação e lubrificação da pele; • proteger ferimento cutâneo do meio ambiente; • amolecer ou fundir com a temperatura corporal; • possuir, em sua maioria, excipientes não-aquosos de fase única; • aspecto homogêneo (uma fase); 45 • consistência mole, inerte, inodora, física e quimicamente estável; • compatibilidade com a pele e com os fármacos (veículo para fármacos medicamentosos). 3 BASES DE POMADAS As bases para pomadas são classificadas pela Farmacopeia Americana (United States Pharmacopeia - USP) em: • bases hidrofóbicas; • bases de absorção; • bases laváveis; • bases hidrossolúveis. 3.1 Bases hidrofóbicas As bases hidrofóbicas são também conhecidas como bases de hidrocarbonetos. Quando colocadas sobre a pele, causam efeito hidratante, protegem contra a perda de umidade e agem como agentes oclusivos, podendo permanecer sobre a pele por longos períodos sem ressecar e, por não se misturarem com água, têm sua remoção mais trabalhosa. Água e soluções aquosas podem ser incorporadas, mas somente em quantidades muito pequenas e com dificuldade. Já, quando se deseja a incorporação de pós em uma base hidrofóbica, a vaselina líquida (óleo mineral) pode ser utilizada como agente levigante. Como exemplos, tem-se a vaselina, vaselina sólida, pomada amarela e pomada branca. Vaselina (petrolato) USP É uma mistura purificada de hidrocarbonetos semissólidos obtidos a partir de petróleo. A vaselina é uma massa gordurosa, com coloração variando entre amarelada e âmbar claro. Seu ponto de fusão varia de 38 a 57 graus celsius e pode ser utilizada isoladamente como base para pomadas ou em combinação com outros agentes. Vaselina branca USP Também é uma mistura purificada de hidrocarbonetos semissólidos derivados de petróleo que foi total ou parcialmente descolorida. Por apresentar uma cor menos intensa, é considerada esteticamente mais aceitável sendo muito usada também na indústria cosmética. 46 Pomada amarela USP Apresenta a seguinte fórmula para a preparação de 1 quilograma: 50 gramas de cera amarela e 950 gramas de vaselina, sendo que a cera amarela é uma cera purificada obtida de favos de abelha (Apis mellifera). Assim, a pomada é preparada derretendo-se a cera amarela em banho-maria, e, em seguida, adicionando a vaselina até a obtenção de uma mistura uniforme, seguida de posterior agitação até completo resfriamento. Também chamada de pomada simples, essa preparação possui uma viscosidade ligeiramente superior à da vaselina pura. Pomada branca USP Difere da pomada amarela pela substituição na fórmula por cera (cera purificada e branqueada) e vaselina brancas. 3.2 Bases de absorção As bases de absorção podem ser divididas em dois tipos: as que permitem a incorporação de soluções aquosas, resultando em uma emulsão água-em- óleo (A/O), por exemplo, petrolato hidrofílico; aquelas que já são emulsões A/O (bases emulsionadas), que possibilitam a incorporação de quantidades adicionais de soluções aquosas, por exemplo, lanolina. Essas bases são utilizadas como emolientes, embora não ofereçam o mesmo grau de oclusão das bases hidrofóbicas. Elas não são facilmente retiradas da pele através de lavagem, já que a fase externa da emulsão é oleosa. As bases de absorção são muito utilizadas como excipiente por permitirem a incorporação de baixos volumes de soluções aquosas em bases hidrofóbicas. Dessa forma, o processo ocorre através da adição de uma solução aquosa na base de absorção e posterior incorporação da mistura na base hidrofóbica. Petrolato hidrofílico USP Apresenta a seguinte fórmula para a preparação de um quilograma: 30 gramas de colesterol, 30 gramas de álcool estearílico, 80 gramas de cera branca e 860 gramas de vaselina branca. Assim, essa preparação é obtida através da fusão de álcool estearilico e cera branca em banho- maria, acrescentando-se o colesterol sob agitação até dissolução completa. Posteriormente, é adicionada a vaselina branca, agitando-se até o resfriamento total. Algumas variações do petrolato hidrofílico têm a capacidade de absorver algumas vezes a sua massa em água, sendo ideal para incorporar um fármaco hidrossolúvel, sendo um método, muitas vezes, utilizado na produção de pomadas oftálmicas. 47 Em geral, alternativas vegetais à lanolina podem ser compostas por ingredientes insaponificáveis como por β-sitosterol, campesterol, stigmasterol, hidrocarbonetos saturados e tocoferóis. Devem ter alta capacidade de absorção de água, formação de filme protetor sobre os cabelos, melhoria do brilho e da estabilidade de emulsões. 3.3 Bases laváveis As bases laváveis são emulsões óleo em água (O/A) semelhantes aos cremes. Devido à sua fase externa aquosa,são facilmente lavadas da pele. A pomada hidrofílíca USP é um exemplo padrão deste tipo de base, apresentando a seguinte fórmula para a preparar cerca de um quilograma: Lanolina USP (lanolina anidra) Obtida da lã de ovelha (Ovis aries), é uma substância gordurosa purificada, ou seja, processada, limpa, desodorizada e descolorida. Deve conter um máximo de 0,25% de água, aceitando, no entanto, quantidade adicional de água incorporada por mistura. A lanolina modificada USP é processada para reduzir o conteúdo de álcoois de lanolina livres e quaisquer outros resíduos de detergentes e pesticidas. FIQUE DE OLHO Além de ter um potencial alergênico considerável, a lanolina é obtida expondo as ovelhas a altas temperaturas incentivando suas glândulas a produzirem a maior quantidade de sebo no menor espaço de tempo possível, o que provoca considerações a seu uso. A lanolina é muito usada em cosméticos como hidratantes, shampoos, máscaras capilares, hidratantes e batons cremosos, e também usada como excipiente em medicamentos. Gomas de mascar também podem conter lanolina. Como alternativa, manteigas vegetais em produtos de beleza já vêm sendo usadas por diversas marcas, sendo denominada lanolina vegetal ou lanolina vegana. Essa inovação é a demonstração de que o setor de insumos precisa estar alinhado com as demandas do mercado, bem como deve atender às exigências legais de cada país. 48 Figura 5 - Fórmula para preparação de bases laváveis Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. #ParaCegoVer: a imagem mostra uma tabela contendo o componente e a quantidade em gramas para a fórmula de preparação de bases laváveis. A vaselina branca e o álcool estearílico são fundidos em conjunto a cerca de 75 graus celsius. Os outros agentes, previamente dissolvidos na água purificada, são adicionados à mistura, que permanece sob agitação até que esteja fria por completo. O laurilsulfato de sódio atua como agente emulsiflcante; a vaselina branca e o álcool estearílico constituem a fase oleosa da emulsão, sendo que os outros componentes compõem a sua fase aquosa. O metilparabeno e o propilparabeno são conservantes antimicrobianos, necessários neste tipo de formulação. 3.4 Bases hidrossolúveis As bases hidrossolúveis não devem conter componentes oleosos. Elas são completamente laváveis e, por isso, são tidas como não oleosas. Como amolecem muito corn a adição de água, são inadequadas para a incorporação de grandes quantidades de soluções aquosas, sendo utilizadas principalmente para a veiculação de substâncias sólidas. A pomada de polietilenoglicol (PEG), de acordo com o National Formulary (NF), é o protótipo desse tipo de base de pomada. A fórmula geral para preparação de um quilograma de pomada é 400 gramas de PEG 3350 e 600 gramas de PEG 400. A combinação do PEG 3350, um sólido, com o PEG 400, um líquido, resulta em uma preparação semissólida bastante versátil. Se o objetivo for uma pomada mais firme, a fórmula pode ser alterada de modo a conter quantidades iguais dos dois excipientes. Se o propósito for incorporar uma solução aquosa a essa base, a substituição de 50 gramas do PEG 3350 por uma quantidade igual de álcool estearílico será ideal para tomar o produto final mais firme. Bases de PEG podem produzir peróxidos no armazenamento, portanto, embalagens herméticas são recomendadas e a formulação deve ser monitorada para os peróxidos durante 49 estudos de estabilidade a fim de determinar o prazo de validade, conforme Aulton (2016). 3.5 Critérios para seleção da base apropriada A seleção de uma base a ser usada na formulação de uma pomada depende da avaliação cuidadosa de diversos fatores, a saber: • a velocidade necessária de liberação do fármaco a partir da base de pomada; • se a absorção deve ser percutânea ou tópica; • se é desejável a oclusão da umidade da pele; • a estabilidade do fármaco na base escolhida de pomada; • a influência do fármaco sobre a consistência ou outras propriedades da base (interações); • se é desejável que a base seja facilmente removida por lavagem com água; • as características da superfície na qual será aplicada a pomada. Por exemplo, em geral, uma pomada é aplicada sobre a pele seca e sem pelos; um creme, sobre superfícies úmidas e com exsudatos; e uma loção, em áreas onde pode ocorrer fricção, como entre as coxas ou nas axilas. A base que proporcionar a melhor combinação entre os atributos requeridos é considerada a mais adequada. FIQUE DE OLHO O PEG é um polímeroformdo por óxido de etileno e água e representado pela fórmula H(OCH2 CH2)n OH, sendo que n é o número médio de grupos oxietileno. A designação numérica associada ao PEG refere-se à massa molecular média do polímero. PEGs com massa molecular menor que 600 são líquidos claros e inodoros; aqueles com massa molecular acima de 1000 apresentam a consistência semelhante às ceras; e os que possuem massa molecular entre esses valores são semissólidos. Logo, quanto maior a massa molecular, maior a viscosidade. Segundo o NF, a massa molecular dos PEGs varia entre 200 e 8.000. 50 3.6 Tipos especiais de pomadas Ceratos São pomadas gordurosas que contém ceras (>20%) animais (espermacete ou abelhas) ou vegetais (carnaúba), que, no entanto, não sejam emulsionadas. Unguentos São pomadas que contêm resinas, sendo mais espessas que os ceratos. 4. ELABORAÇÃO DE POMADAS A frio Através da simples dispersão, auxiliada por uma espátula ou pão-duro, e placa de espatulação ou com uso de gral e pistilo (pequena escala – método manual), promovendo a incorporação dos ativos. Em escalas maiores, esta preparação pode ocorrer através do uso de mixers ou moinho de rolo (método mecânico). A quente Fundem-se os componentes, em que ceras e outras substâncias com alto ponto de fusão são incorporados às bases. 4.1 Embalagem As pomadas são melhor envazadas em tubos ou seringas, embalagens que minimizam o headspace (espaço entre o produto e a tampa), diminuindo a possibilidade de perda de água e a rancificação por oxidação. 51 Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer as formas farmacêuticas semissólidas e aprender a diferença entre cre- mes, géis, pomadas e pastas; • conhecer as principais características de cada uma destas formas farmacêuticas; • conhecer a aplicação comercial destes produtos; • aprender novos conceitos de farmacotécnica; • conhecer um pouco mais sobre aerossóis, sua fabricação e aplicação comercial. PARA RESUMIR ALLEN, L. V. Jr.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 9 ed. São Paulo: Artmed, 2013. AMIRALIAN, L.; FERNANDES, C. R. Fundamentos da cosmetologia: cremes e loções. Cosmetics & Toiletries (Brasil), São Paulo, v. 30, mai-jun 2018, p. 36-38. AULTON, M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005. BRASIL. Formulário nacional da farmacopeia brasileira: volume 1. 6 ed. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2019. Disponível em http://portal.anvisa. gov.br/documents/33832/259143/Volume+I+Pronto.pdf/4ff0dfe8-8a1d-46b9-84f7- 7fa9673e1ee1, visualizado em 18/02/2020. BRASIL. Resolução CONAMA número 267. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2000. Disponível em http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=265, visualizado em 17/02/2020. 14 de setembro de 2000. BRASIL. Substâncias destruidoras da camada de ozônio. Brasília: MMA, 1997. Disponível em https://www.mma.gov.br/informma/item/581-subst%C3%A2ncias-destruidoras- da-camada-de-oz%C3%B4nio, visualizado em 17/02/2020. BRASIL. Portaria 534. Brasília: Ministério da Saúde,1988. 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