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CURSO: GESTÃO PÚBLICA 
MATERIAL COMPLEMENTAR PARA A DISCIPLINA DE 
LICITAÇÕES E CONTRATOS PÚBLICOS 
 
Justificativa: Alteração das principais leis gerais sobre licitações 
e contratos vigentes no Brasil: Leis n. 8.666/93, 10.520/02 (Lei 
do Pregão), 11.079/04 (PPP) e 12.462/11 (RDC). 
Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos – 
Lei n. 14.333/21 
 
Olá, aluno(a): 
 Em 1º de abril de 2021, o Governo Federal sancionou a Nova Lei de 
Licitações – Lei n. 14.133/21. Essa NLL é oriunda do Projeto de Lei n. 1.292/95, 
que cria modalidades de contratação, exige seguro-garantia para grandes obras, 
tipifica crimes relacionados ao assunto e disciplina vários aspectos do tema para 
as três esferas de governo (União, Estados e Municípios). 
 Dando continuidade às mudanças que ocorrem na temática de licitações 
e contratos, vamos discutir a Nova Lei de Licitações e Contratos e observar os 
impactos das mudanças propostas para os entes federativos e os gestores que 
atuam na área de compras e contratações públicas dos diversos órgãos da 
Administração Pública. 
O Projeto de Lei n. 1.292/1995, Projeto da Nova Lei de Licitações e 
Contratos, foi aprovado pela Câmara dos Deputados. No entanto, a Câmara 
ainda votará algumas propostas de alterações no ano de 2021, mas o texto já 
aprovado em primeira votação possivelmente não sofrerá modificações 
significativas. Encerrada essa segunda votação dos Deputados Federais, o 
Projeto de Lei volta ao Senado, onde poderá ser arquivado ou aprovado, 
seguindo, neste último caso, para sanção presidencial, o que ocorreu em 1º de 
abril de 2021, quando foi sancionada a Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. 
De acordo com Oliveira do Portal de Licitações, o texto analisado pelo 
Parlamento brasileiro, em sua essência, é resultante do trabalho da Comissão 
Temporária de Modernização da Lei de Licitações e Contratos, criada pela 
Presidência do Senado Federal em 2013. A mencionada comissão apresentou 
uma proposta de lei, gerando assim o Projeto de Lei do Senado n. 559/2013. O 
Senado brasileiro aprovou, com algumas alterações substanciais, o referido 
projeto em dezembro de 2016 e o remeteu para a Câmara, onde foi apensado a 
um outro projeto antigo, motivo pelo qual tramitou nesta última casa sob o 
registro de PL n. 1.292/1995. 
Vale destacar que o Projeto de Lei revoga as Leis n. 8.666/1993, a Lei do 
Pregão e a Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC, 
instalando um regime geral de contratação pública que assimila experiências já 
vividas com o pregão e com o RDC, assim como inova com a previsão de 
institutos ainda não experimentados no Brasil. 
A seguir destacamos os nove aspectos que gerarão mais impactos nas 
licitações e contratos brasileiros, conforme destacado por Oliveira que 
constavam no PL 1.292/95 e foram mantidos na NLL. 
https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/566446-COMISSAO-ESPECIAL-APROVA-PROPOSTA-DE-NOVA-LEI-DAS-LICITACOES;-TEXTO-VAI-A-PLENARIO.html
 
Fonte: autoria própria 
 
 
1. Integração de elementos da governança à legislação de 
contratação pública 
Segundo Oliveira (2019), o primeiro aspecto que chama atenção no 
projeto é a integração de elementos gerenciais às normas de licitação e contrato. 
São diversos os instrumentos de governança incluídos pelo PL no procedimento 
de contratação. Inicialmente merece destaque pontos ligados à 
profissionalização, como a criação da figura do agente de contratação (art. 8º) e 
a exigência de promoção da gestão por competências na designação de agentes 
públicos para trabalhar na área de licitação e contrato (art. 7º). 
 [....] 
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, 
pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores 
efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da 
Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o 
trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e 
executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom 
andamento da licitação. 
[...] 
Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou 
a quem as normas de organização administrativa indicarem, 
promover gestão por competências e designar agentes públicos 
para o desempenho das funções essenciais à execução desta 
Lei que preencham os seguintes requisitos: 
I – sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado 
público dos quadros permanentes da Administração Pública; 
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou 
possuam formação compatível ou qualificação atestada por 
certificação profissional emitida por escola de governo criada e 
mantida pelo poder público; e 
III – não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou 
contratados habituais da Administração nem tenham com eles 
vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, 
trabalhista e civil. 
1. Governança
2. Contratação 
Eletrônica
3. Orçamento 
sigiloso
4. Modalidades 
de Licitação
5. Critérios de 
julgamento das 
propostas
6. Instrumentos 
auxiliares para 
as contratações
7. Modos de 
disputa
8. Contratação 
integrada e 
semi-integrada
9. Garantia 
contratual
 
É importante destacar que a figura do pregoeiro continua para os 
certames na modalidade pregão (art. 8º, § 5º). 
Duas ferramentas importantes que são incorporadas ao projeto são 
voltadas para o planejamento da contratação, a exemplo do plano de 
contratações anuais (art. 12), ferramenta fundamental para imprimir uma maior 
qualidade aos processos de licitação. 
Segundo Oliveira (2019), outro instrumento previsto é a gestão de riscos 
(parágrafo único, do art. 11) com a expressa possibilidade de adoção da matriz 
de riscos (art. 21). 
[...] Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: 
I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de 
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, 
inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto; 
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a justa 
competição; 
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços 
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução 
dos contratos; 
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional 
sustentável. 
 
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é 
responsável pela governança das contratações e deve 
implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de 
riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar 
os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito 
de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, 
promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o 
alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às 
leis orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia 
em suas contratações. 
A gestão de riscos é uma ferramenta obrigatória nos casos de contratos 
com regime de contratação integrada ou semi-integrada (§ 3º, do art. 21). 
[...] Art. 21 
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de 
grande vulto ou forem adotados os regimes de contratação 
integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente 
contemplará matriz de alocação de riscos entre o contratante e 
o contratado. 
 
O envolvimento da alta administração no processo de contratação pública, 
conforme preconiza o PL 1.292/1995, comprometendo os dirigentes do órgão ou 
entidade com os objetivos do certame, é fundamental para a melhoria dos 
processos licitatórios. 
De acordo com Oliveira (2019), é da responsabilidade da alta direção a 
governança das contratações e a implementação de processos e estruturas 
voltadas para avaliação, direcionamento e monitoramento dos processos de 
licitação em relação aos seus objetivos. 
 
2. Contratação eletrônica 
A regra para todos os procedimentos de contratação passa a ser a 
contratação eletrônica nos termos do § 2º, do art. 17, “as licitações serão 
realizadas preferencialmentena forma eletrônica”. 
 [...] Art. 17 
§ 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a 
forma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, 
desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada 
em ata e gravada mediante utilização de recursos tecnológicos 
de áudio e vídeo. 
 
Podemos observar que, caso o projeto venha a se tornar lei, todas as 
modalidades de licitação poderão ser realizadas na forma eletrônica. Quanto ao 
uso da forma presencial, segundo Oliveira (2019), o PL não traz nenhuma 
condição específica, exigindo apenas que o gestor exponha no processo o 
motivo da sua opção e que registre a sessão pública em ata e grave o referido 
ato com a utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo (§ 2º, do art. 17). 
 
3. Orçamento sigiloso 
Conforme já dito, o projeto da nova lei de licitação e contrato revoga a Lei 
do RDC, mas incorpora ao regime geral de contratação uma série de institutos 
previstos no Regime Diferenciado de Contratações Públicas. Um desses é o 
orçamento sigiloso. O art. 18, inciso IV, obriga a Administração licitante a 
elaborar na fase preparatória do certame o orçamento estimado com a 
composição dos preços utilizados para a sua formação. 
[...] Art. 18 
IV – o orçamento estimado, com as composições dos preços 
utilizados para sua formação; 
 
Entretanto, tal orçamento poderá, mediante justificativa da autoridade 
contratante, ser mantido em sigilo até que se finalize a fase de julgamento das 
propostas (art. 23). 
[...] 
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser 
compatível com os valores praticados pelo mercado, 
considerados os preços constantes de bancos de dados 
públicos e as quantidades a serem contratadas, observadas a 
potencial economia de escala e as peculiaridades do local de 
execução do objeto. 
 
Nesse sentido, se for necessário para a elaboração das propostas, a 
Administração deverá divulgar o detalhamento dos quantitativos. Além disso, se 
a licitação for julgada pelo critério de maior desconto, o preço estimado ou o 
máximo aceitável deverá necessariamente constar no edital. É que, nesses 
casos, a publicação do valor de referência da Administração é essencial para 
que os proponentes ofereçam seus descontos. 
Conforme destaca Oliveira (2019), essa é uma relevante ferramenta para 
a Administração, pois a depender do mercado, a divulgação do orçamento 
estimado no momento da licitação acarreta o efeito âncora, elevando os preços 
das propostas o mais próximo possível do valor máximo admitido pela 
Administração. 
 
4. Modalidades de licitação 
A título de observação inicial acerca do tratamento das licitações no PL, 
ressaltamos que, embora de forma tímida, o projeto procura fugir da rigidez 
procedimental contida na Lei n. 8.666/1993. Um exemplo disso pode ser 
encontrado no art. 12, inciso III, que prevê: “o desatendimento de exigências 
meramente formais que não comprometam a aferição da qualificação do licitante 
ou a compreensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afastamento 
da licitação ou a invalidação do processo”. 
Segundo Oliveira (2019), há nesse dispositivo a previsão do princípio do 
formalismo moderado que empresta às formas legais de prática dos atos uma 
compreensão instrumental. O procedimento da licitação, em qualquer das suas 
modalidades, engloba no projeto uma série de fases, que devem ocorrer na 
seguinte sequência, conforme art. 17. 
[...] 
Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, 
em sequência: 
I – preparatória; 
II – divulgação do edital de licitação; 
III – apresentação de propostas e lances, quando for o caso; 
IV – julgamento; 
V – habilitação; 
VI – recursal; 
VII – homologação. 
 
A NLL traz para todas as demais modalidades de licitação a inversão das 
fases de julgamento e habilitação já presente no pregão e no RDC, ou seja, todas 
as modalidades passam a ser processadas com o julgamento antes da 
habilitação, pelo que só é habilitado o vencedor do certame. Ressalvamos o fato 
de a NLL admitir, mediante exposição das vantagens, a realização da habilitação 
antes das fases de apresentação de propostas e lances e de julgamento. 
A NLL prevê as seguintes modalidades de licitação: 
 
 
Duas modalidades que constavam na Lei n. 8.666/93: a tomada de preços 
e o convite não constam no projeto. Já o RDC, considerado atualmente como 
uma modalidade licitatória, deixa de existir como tal, embora muitas das práticas 
MODALIDADES 
DE LICITAÇÃO
Lei 14.133/21
PREGÃO
CONCORRÊNCIA
CONCURSOLEILÃO
DIÁLOGO 
COMPETITIVO
desse regime diferenciado tenham a sua aplicação facultada nas modalidades 
previstas no projeto (orçamento sigiloso, contratação integrada, critério de 
julgamento de maior retorno econômico, modos de disputa aberto e fechado 
etc.). 
Oliveira (2019) destaca que a novidade é o diálogo competitivo, pois as 
demais modalidades previstas no Projeto de Lei já existem no regime licitatório 
brasileiro. 
A seguir apresentamos as modalidades previstas e quando são 
aplicáveis. 
MODALIDADE APLICAÇÃO 
Concorrência (art. 6º, 
XXXVIII c/c art. 28) 
 Contratação de serviços técnicos 
especializados de natureza predominantemente 
intelectual e obras e serviços de engenharia e 
arquitetura; 
 Contratação de bens e demais serviços 
considerados especiais. 
Concurso (art. 6º, XXXIX)  Escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico. 
Leilão (art. 6º, XL)  Alienação de bens imóveis ou de bens móveis 
inservíveis ou legalmente apreendidos. 
Pregão (art. 6º, XLI, c/c art. 
28) 
 Contratação de bens e serviços comuns, assim 
considerados aqueles que possuam padrões de 
desempenho e qualidade aptos a serem 
objetivamente definidos no edital por meio de 
especificações usuais no mercado. 
Diálogo Competitivo (art. 
6º, XLII, c/c art. 31) 
 Contratações cujo objeto é complexo a ponto 
de a Administração necessitar da colaboração 
do mercado para desenvolver as alternativas 
capazes de atender à necessidade/unitilidade 
pública a ser suprida com o contrato. 
Fonte: adaptado de: Coelho (2019, p. 5-6) 
 
Por disposição expressa do projeto, o pregão e a concorrência “seguem 
o rito procedimental comum” (art. 28), ou seja, têm exatamente o mesmo 
procedimento. A diferença entre um e outro está apenas no critério de julgamento 
das propostas, pois no pregão são aplicáveis apenas os critérios de menor preço 
ou de maior desconto (art. 6º, XLI), ao passo que na concorrência as propostas 
podem ser julgadas com base nos critérios de menor preço, maior desconto, 
melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço e maior retorno econômico 
(art. 6º, XXXVIII). 
O concurso e o leilão permanecem basicamente com a mesma 
configuração que possuem na Lei n. 8.666/1993. Quanto ao leilão, o PL 
n. 1.292/1995 remete para regulamento as normas sobre seus “procedimentos 
operacionais” (art. 30). 
A novidade é o diálogo competitivo, cujo escopo é a adjudicação de 
contratos dotados de complexidade técnica, jurídica ou financeira. Trata-se de 
um instituto oriundo do Direito Europeu cujo foco inicial foi incentivar os Estados 
Membros da União Europeia a promoverem parcerias público-privadas, as 
PPPs. A ideia subjacente nessa modalidade de licitação é a de que o setor 
privado pode contribuir para as soluções públicas. Por isso, ele é apropriado para 
aquelas situações nas quais o poder público sabe da sua necessidade, mas não 
sabe como supri-la. 
No diálogo competitivo, o objeto da contratação é concebido no curso da 
licitação. A peculiaridade desse procedimento é que antes do julgamento das 
propostas há uma etapa de qualificação técnica e econômico-financeira e outra 
de diálogo com os candidatos. A qualificação e o julgamento das propostas 
pouco se diferem do que existe na concorrência na forma como regulada hoje, 
sendo a fase de qualificação, digamos assim, equivalente à habilitação técnica 
e econômico-financeira. Na etapa do diálogo, cada candidato apresenta a sua 
soluçãoà Administração. Reparemos que se trata de diálogo mesmo, pois cada 
licitante apresenta sua proposta de objeto do contrato de maneira individualizada 
para a Administração. Escolhida a solução, parte-se para o julgamento das 
propostas, que deve ocorrer de acordo com um dos critérios de julgamento 
previstos no PL n. 1.292/1995. 
Essa modalidade é apta para casos complexos, sendo, por isso, de 
aplicação restrita. Na Europa, poucos são os países que se valem dessa espécie 
de procedimento, apesar de o terem positivado no seu direito interno. Ele é 
bastante utilizado na Inglaterra e na França. 
Segundo Nohara (2018), o diálogo competitivo será a oportunidade de a 
Administração Pública saber das soluções inovadoras ou mesmo das 
possibilidades que o mercado (no caso do diálogo competitivo, dos participantes 
da licitação que são provenientes do mercado) dispõe para gerar uma 
contratação técnica, ou com distinta metodologia, que melhor atenda às suas 
necessidades, pois ela nem sempre dispõe de conhecimentos suficientemente 
atualizados, dada dinamicidade própria do mercado ou, ainda, de domínio 
restrito para formulação de contratações complexas ou inovadoras 
customizadas. 
De acordo com Nohara (2018), a ideia seria utilizar o diálogo competitivo 
em situações em que: (1) o objeto envolva (a) inovação tecnológica ou técnica; 
(b) o órgão ou a entidade não possa ter a sua necessidade satisfeita sem a 
adaptação de soluções disponíveis no mercado; e (c) as especificações técnicas 
não possam ser definidas com precisão suficiente pela Administração; e 2) que 
se verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que 
possam vir a satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes 
aspectos: (a) solução mais técnica adequada; (b) requisitos técnicos aptos a 
concretizar a solução já definida; e (c) a estrutura jurídica ou financeira do 
contrato. 
Nohara (2019) destaca que assim como no Procedimento de 
Manifestação de Interesse (PMI), no diálogo competitivo, a iniciativa privada irá 
abrir sua expertise ao Poder Público, que deve tratar com sigilo das técnicas e 
das soluções apresentadas, pretende-se pois inserir na Lei de Licitações uma 
determinação no sentido de que a Administração não poderá revelar aos outros 
licitantes as soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por 
um licitante sem o seu consentimento. 
Dois aspectos devem ser cuidados quando da realização do diálogo 
competitivo: o respeito à confidencialidade e o cuidado com a presença de 
conflito de interesses. 
 
5. Critérios de julgamento 
Oliveira (2019) comenta que o Projeto de Lei n. 1.292/1995 abandona o 
termo tipo de licitação utilizado pelo art. 45, § 1º, da Lei n. 8.666/1993, referindo-
https://direitoadm.com.br/191-licitacao/
se aos critérios de julgamento das propostas em diversos dispositivos, 
especialmente no seu art. 32. 
Oliveira (2019) coloca que, em decorrência lógica dos princípios 
constitucionais da igualdade e da impessoalidade (art. 5º, c/c o art. 37, XXI, todos 
da Constituição), o art. 5º do projeto mantém de forma expressa o princípio do 
julgamento objetivo. Assim, ainda que se entenda que o PL trouxe maior 
discricionariedade ao gestor na definição dos critérios de seleção do contratante, 
é preciso sempre ter em conta que essa discricionariedade deve ser exercida de 
maneira impessoal, de modo que os parâmetros utilizados para aferir a melhor 
proposta devem ser objetivos e funcionais. 
De acordo com o art. 32, do PL n. 1.292/1995, as propostas serão julgadas 
com base nos seguintes critérios: 
 
Como maior novidade, podemos observar o critério de maior retorno 
econômico. Esse é um tipo de licitação exclusivo para licitações cujo objeto seja 
um contrato de eficiência (art. 6º, LIII). 
[...] Art. 6º 
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de 
serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento 
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao 
contratante, na forma de redução de despesas correntes, 
remunerado o contratado com base em percentual da economia 
gerada. 
 
Nos contratos de eficiência, o que se pretende não é a obra, o serviço ou 
o bem em si, mas sim o resultado econômico mais vantajoso decorrente de uma 
dessas prestações, motivo pelo qual a melhor proposta nessa espécie de ajuste 
é aquela que oferece um maior retorno econômico. 
A seguir, apresentamos os critérios de julgamento das propostas previstos 
no PL n. 1.292/1995 aplicáveis em cada uma das modalidades de licitação: 
 
MODALIDADE CRITÉRIO DE JULGAMENTO 
Concorrência (art. 6º, 
XXXVIII c/c art. 28) 
 Menor preço 
 Melhor técnica ou conteúdo artístico 
 Técnica e preço 
 Maior retorno econômico 
CRITÉRIOS DE 
JUGAMENTO
MENOR 
PREÇO
MAIOR 
DESCONTO
MELHLOR 
TÉCNICA OU 
CONTEÚDO 
ARTISTICO
TÉCNICA E 
PREÇO
MAIOR LANCE 
MAIOR 
RETORNO 
ECONÔMICO
 Maior desconto 
Concurso (art. 5º, XXXIX)  Melhor técnica ou conteúdo artístico 
Leilão (art. 6º, XL)  Maior lance 
Pregão (art. 5º, XLI, c/c art. 
28) 
 Menor preço 
 Maior desconto 
Diálogo competitivo (art. 6º, 
XLII, c/c art. 31) 
 Menor preço 
 Maior desconto 
 Melhor técnica ou conteúdo artístico 
 Técnica e preço 
 Maior retorno econômico 
Fonte: adaptado de: Coelho (2019, p. 8) 
 
6. Instrumentos auxiliares das licitações e das contratações 
Conforme Oliveira (2019), o PL n. 1.292/1995 classifica alguns 
procedimentos já conhecidos das contratações governamentais brasileiras como 
instrumentos auxiliares. 
Art. 77. São procedimentos auxiliares das licitações e das 
contratações regidas por esta Lei: 
I – credenciamento; 
II – pré-qualificação; 
III – procedimento de manifestação de interesse; 
IV – sistema de registro de preços; 
V – registro cadastral. 
 
Exceto o procedimento de manifestação de interesse, os demais 
instrumentos auxiliares estão, ainda que em nível infralegal, no ordenamento 
jurídico pátrio vigente. 
De acordo com o articulista, o credenciamento é uma importante 
ferramenta para contratações por inexigibilidade. Trata-se de uma maneira de se 
operacionalizar uma contratação por inexigibilidade nas seguintes situações: a) 
necessidade de contratação simultânea, paralela e não excludente, de mais de 
um dos agentes do mercado; b) casos em que o contratante é o Poder Público, 
mas o usuário do serviço é um terceiro, a quem cabe a seleção do prestador; c) 
situações de mercados fluidos, nos quais a variação dos preços praticados é 
frequente a ponto de inviabilizar a realização de licitação. Vejamos o que diz o 
referido artigo. 
Art. 78. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes 
hipóteses de contratação: 
I – paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa 
para a Administração a realização de contratações simultâneas 
em condições padronizadas; 
II – com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção 
do contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação; 
III – em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do 
valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a 
seleção de agente por meio de processo de licitação. 
 
A pré-qualificação está atualmente prevista no art. 114, da Lei n. 
8.666/1993. Na forma vigente, é possível pré-qualificar produtos a serem 
licitados na modalidade concorrência. O PL n. 1.292/1995 vai mais longe e 
admite a pré-qualificação de licitantes e de bens para fins de licitação processada 
em qualquer uma das modalidades previstas no PL (art. 79). 
[...] 
Art. 79. A pré-qualificação é o procedimento técnico-
administrativo para selecionar previamente: 
I – licitantes que reúnam condições de habilitação para participar 
de futura licitação ou de licitação vinculada a programas de 
obras ou de serviços objetivamente definidos; 
II – bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade 
estabelecidas pela Administração. 
 
Nesse sentido, a pré-qualificação é um procedimentoprévio à licitação 
cujo objetivo é antecipar a verificação dos requisitos exigidos pela Administração 
referentes à qualificação do licitante ou do seu produto. 
Um importante avanço previsto no projeto é a possibilidade de restringir a 
participação no certame àqueles que foram pré-qualificados (§ 10, do art. 79). 
[...] Art. 79 
§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-
qualificação poderá ser restrita a licitantes ou bens pré-
qualificados. 
 
De acordo com Oliveira (2019), essa é uma regra fundamental para o 
sucesso da pré-qualificação, pois sua grande vantagem é a antecipação de fases 
da licitação. Caso se admita a participação de concorrentes não pré-qualificados, 
pouco proveito se tirará do instituto. Isso por dois motivos: a) repetição na 
licitação de atos já praticados na pré-qualificação; b) esvaziamento da pré-
qualificação, tendo em vista que ela não oferecerá vantagem alguma ao 
empresário. 
A maior novidade nesse campo dos instrumentos auxiliares é o 
Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI (art. 80). 
[...] 
Art. 80. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, 
mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a 
ser iniciado com a publicação de edital de chamamento público, 
a propositura e a realização de estudos, investigações, 
levantamentos e projetos de soluções inovadoras que 
contribuam com questões de relevância pública, na forma de 
regulamento. 
 
 Nos processos licitatórios de grande complexidade, uma das maiores 
dificuldades da Administração Pública nas licitações é suprir a carência de 
informação acerca de soluções, práticas e preços existentes no mercado. No 
intuito de suprir essa assimetria de informação, o ordenamento jurídico de 
diversos países tem colocado à disposição das autoridades contratantes uma 
espécie de procedimento prévio à publicação do certame, cujo objeto é a coleta 
de informações acerca das soluções oferecidas pelo mercado para as 
necessidades públicas. 
Conforme destaca Oliveira (2019), no PMI, é possível dizer (art. 80): a) é 
uma solicitação à iniciativa privada de realização de estudos e projetos para 
soluções da Administração Pública; b) tem o objetivo de suprir a assimetria de 
informação entre a Administração e o mercado; c) é uma etapa que antecede a 
licitação. 
Já o Sistema de Registro de Preço – SRP também é uma das espécies 
de instrumentos auxiliares. Destacamos que a regulamentação do PL avança em 
relação a esse instituto porque traz ao nível da lei uma série de questões que 
antes eram tratadas apenas em regulamento, a exemplo da possibilidade de 
adesão (§ 2º, do art. 85). 
[...] 
Art. 85 
§ 2º Se não participarem do procedimento previsto no caput 
deste artigo, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de 
registro de preços na condição de não participantes, observados 
os seguintes requisitos: 
I – apresentação de justificativa da vantagem da adesão, 
inclusive em situações de provável desabastecimento ou 
descontinuidade de serviço público; 
II – demonstração de que os valores registrados estão 
compatíveis com os valores praticados pelo mercado na forma 
do art. 23 desta Lei; 
III – prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade 
gerenciadora e do fornecedor. 
 
Além disso, o PL n. 1.292/1995 inova ao, por exemplo, prever a 
possibilidade de vigência da ata por até dois anos (art. 83) e admitir o SRP para 
hipóteses de contratação direta (§ 6º, do art. 88). 
[...] 
Art. 83. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de 
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde 
que comprovado o preço vantajoso. 
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de 
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as 
disposições nela contidas. 
 
No SRP, há também a possibilidade de admitir a hipóteses de contratação 
direta (§ 6º, do art. 81). 
[...] 
Art. 81 
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de 
regulamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de 
dispensa de licitação para a aquisição de bens ou para a 
contratação de serviços por mais de um órgão ou entidade. 
 
Por fim, o registro cadastral, uma relevante ferramenta, que poderá 
comportar um sistema de reputação capaz de conferir incentivos aos bons 
contratados (art. 86). 
[...] 
Art. 86. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da 
Administração Pública deverão utilizar o sistema de registro 
cadastral unificado disponível no Portal Nacional de 
Contratações Públicas, para efeito de cadastro unificado de 
licitantes, na forma disposta em regulamento. 
 
7. Modos de disputa 
O projeto admite que a licitação pode ser disputada de dois modos, aberto 
e fechado (art. 55). 
Art. 55. O modo de disputa poderá ser, isolada ou 
conjuntamente: 
I – aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas 
propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes 
ou decrescentes; 
II – fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em 
sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação. 
 
No primeiro, os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances 
públicos e sucessivos; no segundo, as propostas apresentadas pelos licitantes 
serão sigilosas até o momento definido no edital para a publicização. Ou seja, 
nesse último caso, os licitantes não conhecem as propostas e os lances dos seus 
concorrentes. 
Oliveira (2019) coloca que é muito importante que o legislador ofereça ao 
gestor a possibilidade de aplicar um modo ou outro, de acordo com a realidade 
do certame. Todavia, há casos em que um desses modos é obrigatório. Nas 
licitações de menor preço ou maior desconto, é vedada a utilização do modo 
fechado de maneira isolada, admitindo-se apenas que o gestor mescle no curso 
do procedimento os modos aberto e fechado (art. 55, § 1º). Já nas licitações cujo 
critério for técnica e preço, não será possível o uso do modo aberto (art. 55, 
§ 2º). 
 [...] 
Art. 55 
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será 
vedada quando adotados os critérios de julgamento de menor 
preço ou de maior desconto. 
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando 
adotado o critério de julgamento de técnica e preço. 
 
8. Contratação integrada e semi-integrada 
Oliveira (2019) coloca que no PL também há alterações substanciais 
relativas ao regime de execução dos contratos. Algumas dessas são transpostas 
do RDC, como é o caso dos regimes de execução contratual de contratação 
integrada e semi-integrada. Trata-se de regimes voltados para a contratação de 
obras e serviços de engenharia. Na contratação integrada, fazem parte de um 
único contrato a elaboração dos projetos básico e executivo, a execução da obra 
ou serviço e o fornecimento dos bens ou a prestação dos serviços especiais 
indispensáveis para a realização da obra ou serviço contratado (art. 6º, XXXII). 
[...] 
Art. 6º. 
XXXII – contratação integrada: regime de contratação de obras 
e serviços de engenharia em que o contratado é responsável por 
elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar 
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar 
serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e 
as demais operações necessárias e suficientes para a entrega 
final do objeto; 
 
Por outro lado, no caso da semi-integrada, exclui-se apenas do contrato 
de execução da obra ou serviço de engenharia a elaboração do projeto básico, 
restando a cargo do executor da obra ou serviço de engenharia a elaboração do 
projeto executivo, a execução da obra ou serviço de engenharia e o fornecimento 
dos bens e a prestação dos serviços especiais indispensáveis para a 
consecução do objeto contratado (art. 6º, XXXIII). 
[...] 
Art. 6º. 
XXXIII – contratação semi-integrada: regime de contratação de 
obras e serviços de engenharia em que o contratado é 
responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo, 
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou 
prestar serviços especiaise realizar montagem, teste, pré-
operação e as demais operações necessárias e suficientes para 
a entrega final do objeto. 
 
Os dois regimes são instrumentos modernos, na medida em que se 
aproximam do modelo no qual se busca a solução para as necessidades 
públicas, e não um objeto em si. Com isso, há uma tendência de se retirar do 
mercado soluções avançadas e baratas. 
 
9. Garantia contratual 
Em regra, o projeto continua a prever que a exigência de garantia 
contratual é uma opção do gestor público (art. 94). Se decidir pela exigência, 
caberá ao contratado escolher entre as opções de caução em dinheiro ou em 
títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária (§ 1º, do art. 95). 
[...] 
Art. 95. A critério da autoridade competente, em cada caso, 
poderá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de 
garantia nas contratações de obras, serviços e fornecimentos. 
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes 
modalidades de garantia: 
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, emitidos 
sob a forma escritural, mediante registro em sistema 
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco 
Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, 
conforme definido pelo Ministério da Economia; 
II – seguro-garantia; 
III – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira 
devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do 
Brasil. 
 
Nesse campo, a grande novidade está no art. 98, do PL n. 1.292/1995, e 
consiste na possibilidade de o edital exigir como garantia de contratos de obras 
e serviços de engenharia seguro-garantia, estabelecendo que, em caso de 
inadimplemento contratual, caberá à seguradora concluir o objeto contratado 
(art. 101). 
[...] 
Art. 98. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de 
grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na 
modalidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista 
no art. 101 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta 
por cento) do valor inicial do contrato. 
 
Art. 101. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o 
edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade 
seguro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso 
de inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e 
concluir o objeto do contrato, hipótese em que: 
I – a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, 
como interveniente anuente, e poderá: a) ter livre acesso às 
instalações em que for executado o contrato principal; b) 
acompanhar a execução do contrato principal; c) ter acesso a 
auditoria técnica e contábil; d) requerer esclarecimentos ao 
responsável técnico pela obra ou pelo fornecimento; 
 
Oliveira (2019) coloca que essa é uma prática internacionalmente 
conhecida como step in right, cujo sentido é o de impor ao segurador a assunção 
da obrigação de entrega da obra ou serviço no caso de o contratado falhar. É 
uma relevante inovação, na medida em que é difícil licitar obra e serviço de 
engenharia com execução incompleta. 
 
10. Vigência contratual 
Por fim, vamos abordar os aspectos relativos à vigência contratual, no 
Projeto da Nova Lei de Licitação e Contrato. O PL estabelece que a duração dos 
contratos deverá ser definida no respectivo instrumento convocatório, 
observando-se a disponibilidade orçamentária no momento da contratação e a 
cada exercício financeiro (art. 104). 
[...] 
Art. 104. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a 
prevista em edital, e deverão ser observadas, no momento da 
contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de 
créditos orçamentários, bem como a previsão no plano 
plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. 
 
O art. 105 admite a assinatura de ajustes com vigência inicial de até cinco 
anos para a contratação de serviço ou fornecimento considerados contínuos, 
desde que seja atestada a maior vantajosidade econômica da contratação 
nesses termos. 
[...] 
Art. 105. A Administração poderá celebrar contratos com prazo 
de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos 
contínuos, observadas as seguintes diretrizes: 
I – a autoridade competente do órgão ou entidade contratante 
deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em 
razão da contratação plurianual; 
II – a Administração deverá atestar, no início da contratação e 
de cada exercício, a existência de créditos orçamentários 
vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção; 
III – a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem 
ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua 
continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe 
oferece vantagem. 
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo 
ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do contrato e 
não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado 
da referida data. 
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de 
equipamentos e à utilização de programas de informática. 
 
Podemos observar que o PL avança ao admitir a possibilidade de 
contratação de fornecimento (aquisição) por prazo que supere a vigência do 
crédito orçamentário. Tanto no caso de serviço como de compra de bens, o prazo 
inicial contratado poderá ser de cinco anos, que serão prorrogáveis por mais 
cinco anos, totalizando uma duração contratual de dez anos. Por fim, 
destacamos a expressa possibilidade de duração contratual por prazo 
indeterminado nos casos de contratos em que a Administração for usuária de 
serviço público em regime de monopólio (art. 107). 
Art. 107. A Administração poderá celebrar contratos com prazo 
de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas f e g 
do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 74 
desta Lei. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Presidência da República, Lei n. 14.333/2. Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2021/lei/L14133.htm. Acesso em: 03 jun. 2021. 
 
NOHARA, Irene Patrícia. Diálogo competitivo. Disponível em: 
https://direitoadm.com.br/dialogo-competitivo/. Acesso em: 07 mar. 2020. 
 
OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de. Os 10 Tópicos Mais Relevantes do Projeto 
da Nova Lei de Licitação e Contrato. Disponível em: 
www.licitacaoecontrato.com.br. Acesso em: 15 mar. 2020. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm
https://direitoadm.com.br/dialogo-competitivo/

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