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TRABALHO ENFERMAGEM

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INTRODUÇÃO
A Sífilis é uma doença infecciosa crônica a qual tem como agente etiológico o Treponema Pallidum e pode acometer diversos sistemas e órgãos, como pele, fígado, coração e sistema nervoso central. Tornou-se conhecida na Europa no final do século XV e disseminou-se pelo mundo transformando-se em uma doença endêmica no século XIX. Com o grande desenvolvimento da medicina neste século bem como da farmacologia, a implantação da penicilina viria para dar fim a esta doença, porém em 1960 com a criação dos métodos anticoncepcionais orais e a revolução do comportamento sexual, o número de pessoas infectadas pelo Treponema Pallidum voltou a aumentar e, em 1970, com o advento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) tornou-se mais preocupante ainda a criação de estratégias para o combate desta enfermidade. Em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava que 12 milhões de pessoas, entre elas cerca de 2 milhões de gestantes, estariam infectadas pelo Treponema Pallidum e atualmente observa-se ainda uma tendência de aumento da incidência de sífilis e de sífilis congênita em todo o mundo, provando que há uma grande necessidade de se aprofundar mais nos métodos de prevenção e controle desta doença.
DESENVOLVIMENTO 
O que é?
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada por bactéria. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).
Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental.
Como se transmite?
A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).
Quais os sintomas?
A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.
Os sinais e sintomas podem variar em cada estágio da doença e dividem-se em: 
· Sífilis primária - Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e normalmente é indolor.
· Sífilis secundária - Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses depois do contato. Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Podem ocorrer também febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. Essas lesões são ricas em bactérias. 
· Sífilis latente - Não aparecem sinais ou sintomas. A maioria dos diagnósticos ocorre nesse estágio. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária. 
· Sífilis terciária - Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Menos frequente hoje em dia. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões 8 cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
· Sífilis Congênita: A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pela bactéria causadora da sífilis, através da placenta. É uma doença grave e pode causar má formação do feto, sérias consequências para a saúde da criança. Geralmente, é mais agressiva na fase inicial da gestação, o que leva o bebe a uma maior exposição ao treponema. A contaminação do feto pode ocasionar aborto, óbito fetal e morte neonatal Aproximadamente 50% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento. O quadro pode se estabelecer antes dos 2 anos (sífilis congênita precoce) ou depois dos 2 anos (sífilis congênita tardia). Os principais sintomas são: lesões cutâneo-mucosas (exantema maculoso) principalmente na face e extremidades, lesões bolhosas, fissuras periorais e anais. Na sífilis congênita tardia as lesões são irreversíveis caracterizadas por: fronte olímpica, palato em ogiva, tíbia em sabre, dentes de Hutchinson e molares em amora.
Como se prevenir?
Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.
Como é feito o diagnóstico da sífilis?
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal forma de diagnóstico da sífilis.
O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS) como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica da doença. Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais, para se chegar a um diagnóstico seguro e correto de sífilis congênita.
Como tratar?
O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização de antibióticos. O principal medicamento utilizado é a penicilina benzatina (benzetacil). O maior problema para o tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, deve realizar controle mensal de cura. Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica.
CONCLUSÃO 
A sífilis é uma doença cujo tratamento e controle é imprescindível para romper-se a cadeira de transmissão do treponema. São necessárias mais políticas públicas que incentivem o uso do preservativo, o cuidado com materiais perfuro cortantes e o acompanhamento do pré-natal pra que maiores complicações sejam evitadas. Também se faz necessária o aconselhamento do paciente procurando mostrar a importância da comunicação com o parceiro e a preparação e planejamento das equipes de saúde no combate a esta doença.
BIBLIOGRAFIA:
· Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - Serviço de Assistência Especializada Familiar Materno Infantil - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY
https://www.ufpb.br/saehu/contents/noticias/sifilis-o-que-e-causas-sintomas-tratamento-diagnostico-e-prevencao-1
· Biblioteca Virtual em Saúde - MINISTÉRIO DA SAÚDE
https://bvsms.saude.gov.br/sifilis-2/
· Pesquisa Acadêmica para VIII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica - SÍFILIS: UMA ABORDAGEM GERAL
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2013/oit_mostra/ana_carolina_zschornak_da_silva.pdf

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