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130 UNIDADE 2 | DIREITOS HUMANOS Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, Brasil, governos, agências de desenvolvimento e até mesmo algumas ONGs continuam firmemente patriarcais. Apesar da crença generalizada de que as mulheres “avançaram muito” na conquista da melhoria social e econômica, continuam a enfrentar muitos dos mesmos obstáculos de uma década atrás. E em alguns casos, estes problemas se tornaram ainda mais intimidantes. Na Rio-92, as mulheres se uniram como nunca e apresentaram uma visão de um mundo onde todas as mulheres seriam instruídas, livres de violência e capazes de fazer suas próprias escolhas reprodutivas. Como consequência dessa mobilização, a Declaração do Rio e a Agenda 21 determinaram a participação plena das mulheres no desenvolvimento sustentável e a melhoria de sua situação em todos os níveis da sociedade. O trabalho que começou na Conferência de 92 não terminou no Rio. Devido aos esforços das ONGs femininas lá, a saúde e os direitos humanos das mulheres foram incluídos na agenda internacional. A Agenda 21 do Rio abriu caminho para a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) no Cairo, Egito, em 1994. O Programa de Ação do Cairo reafirmou os direitos das mulheres e sua participação equitativa em todas as esferas da sociedade, como pré-requisito para a melhoria do desenvolvimento humano. As declarações e promessas feitas nessas conferências foram os primeiros passos significativos para a melhoria de vida das mulheres, porém ainda resta muito a fazer. Consideremos a estatística abaixo, divulgada pelas Nações Unidas e outras organizações ambientais e de saúde: • Mais de 350 milhões de mulheres em todo o mundo não dispõem de acesso a serviços de planejamento familiar. • Mais de 500.000 mulheres morrem, anualmente, de complicações durante a gravidez e o parto. • O crescimento populacional ainda está acelerado nas 48 nações menos desenvolvidas – aproximadamente 80 milhões de pessoas são adicionadas ao planeta, anualmente. Muitas delas nascem em locais onde a falta de infraestrutura e serviços públicos limita o tempo de vida tanto de jovens quanto de idosos. • A maior geração de jovens da história da humanidade – 1,7 bilhões de pessoas entre 10 e 24 anos – está prestes a entrar em seu período reprodutivo. A onda jovem ocorre ao mesmo tempo em que o financiamento internacional para planejamento familiar e contraceptivos, especialmente dos Estados Unidos, foi abolido. Consequentemente, muitos dos jovens ficam privados de orientação e dos mecanismos para se protegerem de gravidezes indesejadas, relacionamentos violentos e doenças sexualmente transmissíveis.
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