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UNIDADE 3 | POLÍTICA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
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Outra iniciativa governamental existente é a linha de financiamento de 
apoio a projetos de eficiência energética – PROESCO do BNDES. O PROESCO tem 
como principais clientes empresas de serviços de conservação de energia, usuários 
finais de energia e empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. 
O financiamento apoia intervenções que comprovadamente contribuam para 
a economia de energia, aumentem a eficiência global do sistema energético ou 
promovam a substituição de combustíveis de origem fóssil por fontes renováveis. 
Os programas criados para promover a eficiência energética também necessitam 
de mais relevância institucional, a exemplo do modelo em vigor atualmente nos 
Estados Unidos. Poderiam ser consideradas iniciativas como uma política de 
eficiência para veículos, que estabeleceria um consumo máximo por quilômetros 
rodados em carros, como foi feito no governo Carter e que agora retorna. Outro 
exemplo seria aproveitar oportunidades como a redução do IPI para veículos, 
exigindo uma contrapartida de eficiência do setor de automóveis, que se beneficiaria 
do incentivo fiscal, como foi feito com os eletrodomésticos em 2009. 
Esses exemplos reforçam como políticas que podem impulsionar ações de 
eficiência energética. Um estudo do Banco Mundial (2010) aponta que o uso de 
lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), luminárias reflexivas, reatores eletrônicos 
e lâmpadas trifósforo para iluminação junto com refrigeração mais eficiente seriam 
responsáveis pelos maiores ganhos em eficiência no uso de eletricidade no Brasil. 
Os maiores ganhos em termos de emissões estariam no uso de combustíveis pela 
indústria, substituindo combustíveis de biomassa não renováveis (carvão vegetal 
e lenha) por renováveis, melhoria nos processos de combustão, recuperação e 
otimização dos sistemas de calor e de cogeração de energia.
Substituição de Combustíveis Fósseis Automotivos
Os combustíveis fósseis têm grande participação no mercado brasileiro. 
Existem alternativas em uso no Brasil e no mundo para substituí-los, porém a 
escala dessa ampliação necessita de maior estudo. Duas alternativas que visam 
à minimização da participação de combustíveis fósseis para o abastecimento 
automotivo foram apontadas durante o seminário: o etanol como uma fonte de 
combustível renovável e o carro elétrico. 
O etanol não é novidade no mercado brasileiro. Segundo Tolmasquim 
(EPE), o Brasil é um dos países com menor custo para a produção de etanol, assim 
como também é o país com a maior produtividade por área, o que o coloca em 
uma posição competitiva favorável. Em 1975 foi lançado o Programa Nacional do 
Álcool (Proálcool), um programa governamental que visava à substituição em larga 
escala da gasolina pura, com o objetivo de reduzir as importações de petróleo. Em 
1988, a oferta de álcool não foi capaz de acompanhar o crescimento da demanda e 
foi instaurada a crise de abastecimento da entressafra, afetando a credibilidade do 
programa. Trinta anos depois, o Brasil volta a expandir os canaviais com o objetivo 
de oferecer, em grande escala, o combustível alternativo. Dessa vez a iniciativa 
não é apenas governamental, mas também da iniciativa privada, que vislumbra o 
uso cada vez maior do etanol como combustível no Brasil e no mundo. Em 2008, a 
produção nacional de energia da cana-de-açúcar superou a da gasolina.

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