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UNIDADE 3 | POLÍTICA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE 198 Outra iniciativa governamental existente é a linha de financiamento de apoio a projetos de eficiência energética – PROESCO do BNDES. O PROESCO tem como principais clientes empresas de serviços de conservação de energia, usuários finais de energia e empresas de geração, transmissão e distribuição de energia. O financiamento apoia intervenções que comprovadamente contribuam para a economia de energia, aumentem a eficiência global do sistema energético ou promovam a substituição de combustíveis de origem fóssil por fontes renováveis. Os programas criados para promover a eficiência energética também necessitam de mais relevância institucional, a exemplo do modelo em vigor atualmente nos Estados Unidos. Poderiam ser consideradas iniciativas como uma política de eficiência para veículos, que estabeleceria um consumo máximo por quilômetros rodados em carros, como foi feito no governo Carter e que agora retorna. Outro exemplo seria aproveitar oportunidades como a redução do IPI para veículos, exigindo uma contrapartida de eficiência do setor de automóveis, que se beneficiaria do incentivo fiscal, como foi feito com os eletrodomésticos em 2009. Esses exemplos reforçam como políticas que podem impulsionar ações de eficiência energética. Um estudo do Banco Mundial (2010) aponta que o uso de lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), luminárias reflexivas, reatores eletrônicos e lâmpadas trifósforo para iluminação junto com refrigeração mais eficiente seriam responsáveis pelos maiores ganhos em eficiência no uso de eletricidade no Brasil. Os maiores ganhos em termos de emissões estariam no uso de combustíveis pela indústria, substituindo combustíveis de biomassa não renováveis (carvão vegetal e lenha) por renováveis, melhoria nos processos de combustão, recuperação e otimização dos sistemas de calor e de cogeração de energia. Substituição de Combustíveis Fósseis Automotivos Os combustíveis fósseis têm grande participação no mercado brasileiro. Existem alternativas em uso no Brasil e no mundo para substituí-los, porém a escala dessa ampliação necessita de maior estudo. Duas alternativas que visam à minimização da participação de combustíveis fósseis para o abastecimento automotivo foram apontadas durante o seminário: o etanol como uma fonte de combustível renovável e o carro elétrico. O etanol não é novidade no mercado brasileiro. Segundo Tolmasquim (EPE), o Brasil é um dos países com menor custo para a produção de etanol, assim como também é o país com a maior produtividade por área, o que o coloca em uma posição competitiva favorável. Em 1975 foi lançado o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), um programa governamental que visava à substituição em larga escala da gasolina pura, com o objetivo de reduzir as importações de petróleo. Em 1988, a oferta de álcool não foi capaz de acompanhar o crescimento da demanda e foi instaurada a crise de abastecimento da entressafra, afetando a credibilidade do programa. Trinta anos depois, o Brasil volta a expandir os canaviais com o objetivo de oferecer, em grande escala, o combustível alternativo. Dessa vez a iniciativa não é apenas governamental, mas também da iniciativa privada, que vislumbra o uso cada vez maior do etanol como combustível no Brasil e no mundo. Em 2008, a produção nacional de energia da cana-de-açúcar superou a da gasolina.
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