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Constituição Federal (Artigos 196 a 200) Seção II DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - No caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - No caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - Os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - Os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (Vide Medida provisória nº 297. de 2006) Regulamento § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI - Fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - Participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Lei 8080: Lei Orgânica da Saúde! A Lei 8.080 – ou Lei Orgânica da Saúde – dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Foi estabelecida em 19 de setembro de 1990 e instituiu o famoso Sistema Único de Saúde (SUS). Lei 8.080: SUS De acordo com o regulamento e o nosso material para concurso, estão incluídas na lei não só o atendimento à população, mas também a execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica, da saúde do trabalhador e de assistência terapêutica. Porém, a lei sofreu diversas alterações ao longo de sua existência, sendo as mais recentes em 2015 e 2017. Entenda! Artigo 23 “Art. 23 – É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de I – Doações de organismos internacionais vinculados à ONU; https://blog.grancursosonline.com.br/material-para-concurso/ II – Entidades de cooperação técnica; III – Financiamento e empréstimos.’’ Com a Lei nº 13.097, a participação de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde no Brasil será permitida também a pessoas jurídicas previstas em legislação. Artigo 7 Já referente ao artigo 7, houve uma alteração para inserir, entre os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), o princípio da organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral. Tal mudança ocorreu devido à Lei nº 13.427. Relação entre a Lei 8.080 e 8.142 Como foi falado em todo o texto, a Lei 8.080 deu origem ao SUS. No entanto, é a 8.142 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do mesmo e sobre os principais aspectos relacionados aos recursos financeiros. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípioslimítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde; III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; IV - Comissões Inter gestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema; VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde; VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial; e VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. De acordo com o Decreto 7.508, para ser instituída a Região de Saúde a mesma deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I - Atenção primária; II - Urgência e emergência; III - atenção psicossocial; IV - Atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V - Vigilância em saúde. Os entes federativos que compõem uma Região de Saúde deverão definir: I - Seus limites geográficos; II - População usuária das ações e serviços; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV - Respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. A seguir serão apresentados alguns aspectos relevantes definidos pelo Decreto 7.508/2011: • A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Inter gestores. • O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde(COAPS) é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários. • O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde(COAPS) definirá as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com relação às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde. • As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos. • O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. • A criação da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) que compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde. • A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas Comissões Inter gestores as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES. • A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais RENAME compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. • A humanização do atendimento do usuário será fator determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. Cabe ressalta que de acordo com o Art. 12, ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região. Entre os desafios relativos à gestão e organização do sistema, Giovanella et al. (2012) aponta a heterogeneidade da capacidade de gestão entre diferentes municípios e estados e a persistência da superposição e excesso de oferta de algumas ações e insuficiência de outras, demonstrando pouca integração entre os serviços. O Decreto 7.508/2011 está sendo implementado e tem possibilidades de enfrentar tais desafios e, se não for possível resolve-los em sua totalidade, mas ao menos amenizar tais discrepâncias, lembrando que o Sistema Único de Saúde é um processo em construção, onde as diferentes medidas adotadas sempre vislumbram a melhora dos serviços e consequentemente a melhora da saúde da população brasileira. Em relação à Atenção Básica, que é considerado um dos Pilar do Sistema Único de Saúde, a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 aprovou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), estabelecendo a revisão das diretrizes e normas para a sua organização, para organização da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/6/unidades_conteudos/unidade01/p_01.html http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/6/unidades_conteudos/unidade01/p_01.html Programas federais que visam superar o déficit de profissionais em regiões de periferia e de difícil acesso O Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) é uma iniciativa do governo federal para promover o aperfeiçoamento de médicos na Atenção Básica e favorecer o provimento de profissionais em regiões de difícil acesso, como no interior dos estados e em periferias das grandes cidades. O programa oferece uma bolsa mensal, paga pelo governo federal, e incentivo de 10% nas provas de residência aos profissionais que atuarem durante um ano em periferias de grandes centros, municípios do interior ou em áreas mais distantes. Os profissionais participantes deste Programa passam por curso de especialização em Saúde da Família, com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento na Atenção Básica, considerando que aproximadamente 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos neste nível de atenção. O Programa Mais Médicos (PMM) também é uma iniciativa do governo federal visando a melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde. O Programa prevê investimentos em infraestrutura, tanto da rede hospitalar, como das unidades de saúde, e objetiva também levar mais médicos para regiões onde há carência destes profissionais. As vagas do PMM são oferecidas prioritariamente para médicos brasileiros, que tenham interesse em atuar nas regiões onde faltam profissionais. Caso não se consiga preencher todas as vagas, serão aceitas candidaturas de estrangeiros. O objetivo principal desta vertentedo Projeto é levar médicos a todas as regiões do país, inclusive as mais distantes. Também visando resolver a problemática da falta de médicos em muitas regiões do país, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, pretende autorizar a abertura de 11,5 mil novas vagas nos cursos de medicina no país até 2017. Porém, é o Governo Federal quem irá definir quais são as áreas que devem receber novos cursos de medicina, considerando as prioridades do SUS e as universidades deverão então apresentar propostas para abertura de novos cursos para estas regiões. Também é requisito para abertura de novos cursos a existência de Programas de Residência Médica em especialidades consideradas prioritárias para o SUS, como: Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, e Medicina de Família e Comunidade.
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