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Barragens

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG 
CAMPUS CATALÃO – CAC 
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IVACY FONSECA DE BRITO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARRAGEM DE REJEITO: ASPECTOS TÉCNICOS, LEGAIS 
E SEGURANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CATALÃO- GO 
MARÇO/ 2016 
 
 
IVACY FONSECA DE BRITO JUNIOR 
 
 
 
 
 
 
BARRAGEM DE REJEITO: ASPECTOS TÉCNICOS, LEGAIS 
E SEGURANÇA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de Engenhar ia 
de Minas da Universidade Federal 
de Goiás – UFG, como requisito 
parcial para obtenção do título de 
bacharel em Engenharia de Minas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Renato de Paula Araújo 
 
Coorientador: Prof. Raphael Tomáz 
 
 
 
 
CATALÃO-GO 
MARÇO/2016 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
Brito, Ivacy Fonseca e 
 Barragem de Rejeito: Aspectos Técnicos, Legais e Segurança 
[manuscrito] / Ivacy Fonseca de Brito Jr. - 2016. 
 68 f. : il., figs., tabs. 
 
 Orientador: Prof. Renato de Paulo Araújo: Coorientador: Prof. Ms. 
Raphael Tomaz. 
 Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Goiás, Campus 
Catalão, Curso de Engenharia de Minas, 2016. 
 Bibliografia. 
 Inclui lista de tabelas e figuras. 
 
1. Métodos de alteamento. 2.Aspectos técnicos. 3. Legislação. 4. Plano 
emergencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IVACY FONSECA DE BRITO JUNIOR 
 
BARRAGEM DE REJEITO: ASPECTOS TECNICOS, LEGAIS E 
SEGURANÇA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Goiás – 
UFG, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Engenharia de Minas. 
BANCA EXAMINADORA 
 
_________________________________________ 
Prof. Renato de Paula Araújo 
Universidade Federal de Goiás – UFG 
 
_________________________________________ 
Prof. Alcides Eloy Nunes 
Universidade Federal de Goiás - UFG 
 
________________________________________ 
Prof. Rita de Cássia Pedrosa Santos 
Universidade Federal de Goiás - UFG 
 
________________________________________ 
Prof. Raphael Tomaz 
Universidade Federal de Goiás – UFG 
Aprovado em ___/___/___ 
 
 
 
 
 AGRADECIMENTO 
 
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da dadiva da vida e me propiciar ter 
uma vida maravilhosa repleto de paz, força para querer vencer e realizações pessoais. Aos 
meus pais, Ivacy Fonseca de Brito e Izilda Palmira Silva Fonseca, complementando com 
minhas irmãs Thalita Silva Fonseca e Thaysa Silva Fonseca, que sempre me apoiaram e 
deram suporte para pleitear as oportunidades que a vida me deu, com muita força, trabalho 
e humildade me ensinou ser um homem honesto, altruísta, humilde e temente a Deus. 
Sendo minha base para qualquer escolhe, difíceis ou fáceis na minha vida, sempre estando 
ao meu lado, sendo assim não possuo palavra para agradeço tudo isso. 
Aos meus amigos e companheiros (amigos) de republica em especial a Rep. 
Alambique que me ensinou o poder da divisão, com gesto simples e honrado me mostrou 
amizade sincera que vou levar para o resto da vida. Nesses momentos de confraternização 
puder formar uma segunda “ família” repleto de pessoas que só acrescentaram em minha 
conduta pessoal, tanto no lado bom, como exemplo a ser seguindo como no lado ruim, 
exemplo á não se seguido. Tive um amadurecimento e conhecimento imensurável, graças 
ao estudo que a Universidade nos propicia, sendo reflexos de muito estudo, perseverança, 
dificuldades, companheirismo e amizade. 
A minha namorada Isabella Cavasini, por ter paciência e amor, nos momentos 
difíceis e solidão que tive que passar ao longo do curso. Sempre suprindo essas lacunas, 
com seu amor e carinho. Devo esse gesto de gratidão e amor a ela, sendo assim essa 
vitória também e dela. 
Quero agradecer aos professores pela sua destreza de passar o seu conhecimento 
para nós alunos. Apesar da dificuldade de cada um, conseguimos absorver o máximo de 
conhecimento, que é um processo continue e incansável. Agradecer meu Orientador 
Renato de Paula, pelo seu empenho e amizade que me passou ao longo desse trabalho de 
conclusão de curso. E aos demais componente da banca por aceitar e compor essa banca, 
composta de profissionais excelentes e bem treinados. 
Chegamos ao fim de um ciclo que se finaliza, vencemos, mas não terminamos 
essa jornada da vida. Iniciaremos outros ciclos, com certeza mais forte e determinado a 
 
 
vencer, com uma base mais forte e solida, graças ao primeiro passo que demos nesse ciclo 
que se finaliza. Que Deus continue nos abençoando e nos propiciando sempre esses 
momentos de lutas, mas no final, um gostinho de vitória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Quem julga ser alguma coisa, não sendo nada, está enganando a si mesmo. 
Que cada um teste seu próprio trabalho e nele encontre motivos para se vangloriar, 
sem precisar se comparar com ninguém. Cada um tem seu próprio fardo para 
carregar”. 
 
 Gálatas 6, 3-5 
 
 
Resumo 
Na maioria das vezes o processo de construção de barragem de rejeito e feito de forma 
mal projetada ou construída de forma irregular causando catástrofes ambientais e 
sociais em sua localidade. Esse trabalho expõe os métodos de construção e 
implantação de uma barragem. Apresentando os aspectos técnicos legais, junto com 
as leis que regulamenta e fiscaliza o empreendimento, mostrando os principais riscos 
que causa uma má construção. E por último apresenta um plano emergencial que 
condiz com o rompimento de uma barragem, diminuído assim os riscos da população 
e desastre ambientais. Apresentando assim um gerenciamento de contenção de rejeito 
eficaz com o máximo de segurança na execução do seu projeto. 
Palavra-chave: Segurança; barragem de rejeito; aspectos técnicos e legais. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Most of the time the tailings dam construction process and made of poorly designed 
or built so erratically causing environmental disasters and partners in your locality. 
This work presents the best method of construction and implementation of a dam. 
Introducing the legal technicalities, along with laws that regulates and supervises the 
project, showing the main risks that cause a bad construction. Finally presents an 
emergency plan that is consistent with the breaking of a dam, thus decreasing the risk 
of population and environmental disaster. thus presenting an effective waste 
containment management with maximum security in the execution of your project. 
Keyword: tailings dam safety, technical and legal aspects of tailings dams, legisla t ion 
in tailings dams. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Figuras 
 
Figura 1: Desenho esquemático de uma barragem de rejeito ......................... 21 
Figura 2: Método de alteamento a montante.................................................... 22 
Figura 3 Método de alteamento a jusante......................................................... 24 
Figura 4: Método linha de centro ..................................................................... 26 
Figura 5: Métodos comparativos....................................................................... 26 
Figura 6: Relação entre Pr(%) e Índice de confiabilidade(β).......................... 31 
Figura 7: Controle de percolação ..................................................................... 33 
Figura 8: Marcos superficiais ........................................................................... 34 
Figura 9: Marcos superficiais ........................................................................... 35 
Figura 10: Piezômetro ......................................................................................36 
Figura 11: Modelo e equipamento de piezômetro ............................................ 36 
Figura 12: Régua de nível ................................................................................. 37 
Figura 13: Tabela de inspeção .......................................................................... 41 
Figura 14: Inspeção de trincas.......................................................................... 42 
Figura 15: Inspeção de tubulações ................................................................... 42 
Figura 16: Inspeção do Talude ......................................................................... 43 
Figura 17: Inspeção da geomembrana ............................................................. 43 
Figura 18: Numero de empreendedores e seu uso no Brasil ........................... 50 
Figura 19: Mapa de inundação ......................................................................... 60 
 
 
 
Lista de Quadro 
 
Quadro 1: Relação entre Produto e Rejeito ..................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
Resumo ................................................................................................................. 8 
1 Introdução ................................................................................................... 14 
2 Objetivo ....................................................................................................... 15 
2.1 Objetivo Geral ..................................................................................... 15 
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................... 15 
3 Justificativa ................................................................................................. 16 
4 Revisão Bibliográfica.................................................................................. 17 
4.1 Recursos Minerais ............................................................................... 17 
4.2 Rejeito na Mineração.......................................................................... 18 
4.3 Barragem de Rejeito ........................................................................... 20 
4.4 Método de Alteamento à Montante ................................................... 21 
4.5 Método de Alteamento à Jusante....................................................... 23 
4.6 Método da linha de centro.................................................................. 25 
4.7 Aspectos Técnicos e Legais................................................................. 27 
4.7.1 Planejamento e Projeto Executivo da Barragem de Rejeito ..... 27 
4.7.2 Critérios para Escolha da Localização........................................ 28 
4.7.3 Fator de Segurança e Analise de Estabilidade............................ 29 
4.7.4 Estudos de Ensaios Técnicos ........................................................ 31 
4.7.5 Controle de Percolação ................................................................. 32 
4.8 Monitoramento, Supervisão e Inspeção de Barragem de Rejeito .. 33 
4.8.1 Marcos Superficiais ....................................................................... 34 
4.8.2 Piezômetros .................................................................................... 35 
4.8.3 Régua .............................................................................................. 37 
4.8.4 Inspeção .......................................................................................... 38 
4.9 Legislação Técnicas de Barragem ..................................................... 44 
 
 
4.9.1 Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), Lei 
12.334/2010 46 
4.9.2 Características da Barragem para Enquadramento na Lei 
12.334/10 47 
4.9.3 Instrumento da Lei 12.334/2010................................................... 48 
4.9.4 Órgãos Fiscalizadores de Segurança de Barragens ................... 50 
4.9.5 Responsabilidade dos Órgãos Fiscalizadores ............................. 51 
4.9.6 Responsabilidades da ANA (Agencia Nacional de Água) como 
gestora do sistema de segurança de barragens .................................................. 51 
4.9.7 Os Responsáveis Técnicos do Empreendimento......................... 52 
4.9.8 O Processo de Regulamentação da Lei........................................ 53 
4.10 Acidentes e Incidentes em Barragem ................................................ 54 
4.11 Plano Emergencial .............................................................................. 57 
5 Considerações finais ................................................................................... 61 
6 Referências bibliográficas .......................................................................... 63 
 
14 
 
 
14 
 
1 Introdução 
Uma das ações que potencialmente geram maior impacto no meio ambiente são 
as atividades de mineração, sendo os resíduos sólidos os principais responsáveis pelo 
impacto ambiental nessas atividades. Seu tratamento e armazenamento visando 
minimizar os custos e maximizar a segurança são um dos principais objetivos das 
mineradoras para cumprir as exigências ambientais e sociais, englobando toda a área que 
está ao seu arredor (RESENDE, 2015). 
O armazenamento é feito através das barragens de rejeitos, estruturas com a 
finalidade de reter os resíduos sólidos e água dos processos de beneficiamento de minér io, 
dispondo da melhor forma o rejeito do processo, respeitando os aspectos técnicos e legais 
e de segurança para um projeto de construção de uma barragem de rejeito (ABRÃO, 
2008). 
O planejamento inicia com a pesquisa do melhor local para implantação, sendo 
influenciado por todas as variáveis direta ou indiretamente que possam interferir na obra, 
tais variáveis são: características topográficas, mineralógicas, geotécnicas, ambienta is, 
geográficas, sócias e avaliação de riscos. Com essa análise podemos estudar as possíveis 
variáveis ligadas ao custo de implementação, fator do segurança do empreendimento, 
controle de percolação entre outros (ASSIS, 1998) 
Para que possa haver um projeto executado e bem elaborado é necessário um bom 
monitoramento e inspeção periódica, haja vista que esse estudo minimiza acidentes, 
ocorridos por falta de manutenção ou com indicativos que mostra um possível erro na 
estrutura da barragem, como trincas em cristas de taludes ou percolação de água no pé do 
enrocamento, no quais são erros visíveis e fáceis de ser identificado. (ABRÃO, 2008). 
Contudo esse desse tema rege a construção e fiscalização de uma barragem de 
rejeito. Políticas adotadas nos empreendimentos mineiros que ditam o regimento de 
órgãos fiscalizadores, cada vez mais operante no mundo da mineração. 
 
15 
 
2 Objetivo 
2.1 Objetivo Geral 
O objetivo geral do trabalho é abordar os aspectos técnicos e legais de um projeto 
de barragem de rejeito na mineração, junto com os parâmetros analisados e o plano 
emergencial 
 
2.2 Objetivos Específicos 
Os objetivos específicos é apresentar, discutir, analisar os principais pontos na construção 
de uma bacia de rejeito no que condiz: 
 Aspectos técnicos e legais; 
 Critério de construção de barragens; 
 Legislação envolvendo barragens; 
 Monitoramento, manutenção e principais causas de acidente gerados; 
 Plano emergencial. 
 
16 
 
3 Justificativa 
O setor mineral brasileiro passou por um crescimento nos últimos anos, a sua 
produção aumentou exponencialmente devida à grande procura de matéria-prima para os 
mais variados bens, onde os países desenvolvidos e em crescimento necessitaram de 
matéria-prima para seu sustento e desenvolvimento. Em contrapartida o Brasil aproveitou 
esse cenário externo favorável para fornecer commodities, sendo uns dos maiores 
exportadores de commodities do mundo. Atrás do crescimento vem o grande desafio, a 
construção de contenção do rejeito gerado com a produçãomineral. 
Essa contenção, chamada de barragem de rejeito, deve seguir aspectos técnicos e 
legais, para que possa ter maior eficiência e segurança na sua contenção. A cada ano que 
passa as suas dimensões estão ficando cada vez maiores e mais complexas, com um 
armazenamento que extrapola a sua projeção, causando catástrofe gerando um prejuízo 
incalculável: ambiental, social e financeiro para empresa. 
Esses acidentes são provenientes da má construção e monitoramento das 
barragens de rejeitos, de projetos inacabados e com formação errônea de sua construção. 
O foco desse trabalho é expor de forma simples uma revisão das construções, métodos e 
leis a serem consideradas na sua construção de barragens de rejeito. 
 
17 
 
4 Revisão Bibliográfica 
As construções de barragens são obras amplas que podem ser usados nos mais 
variados sentidos e que apresentam vários formatos de construções, dependendo do seu 
uso e funcionalidade. A barragem pode ser para uso de: Irrigações, navegação, 
hidrelétricas, abastecimento para uso humano, abastecimento para uso industrial entre 
outros. O foco desse trabalho será as barragens de rejeito na mineração (ÁVILA, 2008). 
As barragens de contenção de rejeito são estruturas construídas pelas mineradoras 
com o objetivo de reunir e armazenar o rejeito produzido em grande escala no ato do 
beneficiamento do minério, sendo a segurança o princípio básico do armazenamento dos 
subprodutos da atividade mineradora (AFFONSO, 2004). 
Os vários tipos de barragens, podem variar de acordo com o material empregado 
e o método de construção, as condições topográficas e geológicas do terreno precisam ser 
apropriadas e é preciso avaliar os possíveis impactos sociais e os riscos ao meio ambiente. 
O projeto de uma barragem deve atender aos critérios e estudos de segurança estrutural 
para evitar cisalhamento e fissuras ou outros problemas que possam causar vazamento ou 
rompimento. A legislação ambiental brasileira impõe normas rígidas de controle e 
estocagem deste rejeito em barragens (RESENDE, 2015). 
 
4.1 Recursos Minerais 
Segundo Rezende (2015), os recursos minerais são corpos inorgânicos de 
composição química e de propriedade física definida e que tem utilidade como matéria-
prima. São encontrados naturalmente na crosta terrestre, isto é, que fazem parte da sua 
própria formação. Não há participação humana no seu processo de criação. 
Minério e toda rocha constituída de um mineral ou agregado de minerais contendo 
um ou mais minerais valiosos, possíveis de serem aproveitados economicamente, 
existentes na crosta terrestre. São classificados em metálico e não metálico. 
Como exemplo de minerais metálico, apresentam em sua composição elementos 
com características físico-química dos metais, por exemplo, o ferro, cobre, alumínio, 
dentre outros. Fazem parte dos minerais não metálicos, o grupo é composto por minér ios 
 
18 
 
que não contém em sua composição propriedades dos metais, por exemplo, a areia, o 
diamante, o calcário, dentre outros (AFFONSO, 2004). 
Os recursos minerais podem ser encontrados na natureza, em estado puro como a 
prata e o ouro ou associados a outros minerais. Para extrair a matéria prima que deseja, e 
imprescindível beneficia- los, ou seja, separa-los dos demais, muito deles sem valor 
econômico (rejeito) que compõem as rochas em que eles se encontram. Os minera is 
beneficiados são chamados de minério (ASSIS, 1998). 
 
4.2 Rejeito na Mineração 
Segundo Ávila (2008), o rejeito é o material resultante das atividades extrativas 
da mineração que envolve processo de beneficiamento do minério. Os rejeitos são 
materiais finos contendo partículas em suspensão em meio aquoso formando lamas ou 
podem ser sólidos e particulados de granulometria fina. 
Para Chammas (1989); o rejeito é uma dosada mistura de água e sólido visando a 
racionalidade do seu manuseio, transporte e disposição. O mesmo passa por três estados 
de comportamento até atingir a sua condição final de deposição: 
1° estado inicial do rejeito com comportamento liquido necessário ao seu 
transporte por via hidráulica, denominado de polpa; 
2° estado: estagio intermediário correspondente ao processo de sedimentação, 
com comportamento semilíquido e semi-viscoso; 
3° estado: estágio em que ocorre o processo de adensamento e que corresponde 
ao rejeito propriamente dito comportando-se como um solo arenoso ou argiloso, 
dependendo de sua granulometria. 
O rejeito tem a característica granulométrica variada dependendo do tipo de 
processo e beneficiamento. A sua granulometria pode varia de areias finas a coloides, 
apresentando 70 a 75% de porcentagem de sólido na polpa. Pode ser classificado de 
acordo com a sua toxicidade, de acordo com a NBR 10.004/1987 de acordo com 
Chammas (1989): 
 Classe 1- Perigoso 
 Classe 2- Não perigoso 
 
19 
 
 IA- Não Inerte; 
 IB- Inertes 
 
De acordo com Abrão (2010), o material rejeitado no beneficiamento aponta três 
características fundamentais para o seu método de disposição do rejeito, com essas 
características podemos avaliar e apresentar um método de armazenamento mais eficaz. 
Os estudos das variáveis do material rejeito apresentam pontos importantíssimos para as 
quais temos que levar em consideração: o desaguamento da matéria que é a concentraç ão 
de sólidos e água no rejeito, o tipo de transporte a ser utilizado, tamanho da área da bacia 
de contenção do rejeito, quais os tipos de aditivos a serem utilizados e quais os 
equipamentos mais adequados para cada tipo de material rejeitado. Esses tipos de rejeito 
são classificados como: 
 Rejeito Espessado 
 Rejeito em pasta 
 Rejeito em polpa (método convencional) 
De acordo com o quadro abaixo, temos uma relação de quantidade de substância 
mineral que alimenta o processo e substância que deixa o processo, tendo assim uma 
relação de produto e rejeito observado abaixo. 
 
 
Quadro 1: Relação entre Produto e Rejeito 
 
Fonte: Resende, 2015 
 
20 
 
4.3 Barragem de Rejeito 
 
As barragens de contenção de rejeito podem ser vistas como uma das maiores e 
mais visíveis estruturas resultante das atividades da mineração e como um dos maiores 
legados das obras de engenharia; prevê-se que consistir em estruturas estáveis ao longo 
prazo e integradas ao meio ambiente após a sua desativação (DITR, 2007). 
Segundo Abrão (2008), existe três métodos de disposição de rejeito que são: o 
método jusante, método a montante e linha de centro. É feito inicialmente um dique de 
partida com material de empréstimo e ao longo do tempo são construídos os alteamentos. 
Os rejeitos são lançados ao longo da crista do dique por ciclones ou por series de pequenas 
tubulações, para que haja uma formação uniforme da praia. A sedimentação das partículas 
dá-se em função do seu tamanho e densidade, isto é, as partículas mais finas e leves fic am 
em suspensão e transportam-se para o centro da barragem, e as partículas mais grossas e 
pesadas sedimentam-se rapidamente mais próximo do dique. A diferença entre esses 
métodos jusante, a montante e linha de centro está na direção do alteamento em relação 
ao dique inicial. 
Na construção de uma obra de contenção de rejeito um dique de partida é 
construído inicialmente, utilizando a topografia ao seu favor, que serve para 
armazenamento do subproduto do processo mineral que não apresenta valor comercial. 
Esse material e transportado para o reservatório por um canal de água ou por meio de 
tubulações. As barragens de contenção são fechadas por pedras do próprio relevo para 
segurar os resíduos, com o fundo coberto de material argiloso que é impermeável, para 
não contaminar o lençol freático. Os sedimentos podem ser retirados ao secar ou podendo 
ocorrer a ampliação da barragem por meio de técnicas chamadas de alteamento, que 
amplia a estrutura de contenção. Na figura abaixo, pode ser visível com é o formatode 
uma barragem de rejeito (ABRÃO, 2008). 
Na figura 1 é ilustrativamente apresentado o formato de uma barragem de rejeito 
e suas principais características. 
 
21 
 
 
Figura 1: Desenho esquemático de uma barragem de rejeito 
 
 Fonte: Resende, 2015 
 
4.4 Método de Alteamento à Montante 
Inicialmente é montado o dique de partida e nos alteamentos o eixo da barragem 
se desloca para o montante. A polpa é descarregada ao longo do perímetro da crista do 
dique, formando uma praia. A descarga pode ser por ciclones, ou com uma sequência de 
tubulações menores perpendiculares à tubulação principal, chamados de “spigots”, que 
permitem uma melhor uniformidade na formação da praia (ABRÃO, 2008). 
Nas etapas posteriores, são construídos diques em todo o perímetro da bacia. O 
tamanho dos diques nos alteamentos é uma variável que depende das necessidades 
operacionais do processo. O dique inicial geralmente é sempre maior que os diques das 
etapas seguintes. Se os alteamentos forem construídos com rejeitos, é necessário que esses 
contenham de 40 a 50% de areia e que na descarga da polpa seja alta porcentagem de 
sólidos por peso para que ocorra a segregação granulométrica; essa alta porcentagem de 
sólidos pode ser obtida pela ciclonagem da polpa (VICK, 1983). 
De acordo com Trancoso (1997), método de montante para alteamento de 
barragens de rejeito é o mais econômico em curto prazo, pois permite obter a menor 
relação entre volumes de areia / lama. 
Segundo Trancoso (2008) as principais vantagens são: 
 
22 
 
 O volume de material (de rejeitos ou de empréstimos) dos alteamentos é 
menor; 
 Maior velocidade de alteamento; 
 Facilidade de operação; 
 Pode ser construída em topografias muito íngremes, onde o limitante 
principal é a área de deposição. 
As principais desvantagens são: 
 Baixa segurança (a linha freática muito próxima ao talude de jusante). 
 Susceptibilidade à liquefação por sismos naturais ou por vibrações 
decorrentes do movimento de equipamentos, quando os alteamentos são realizados com 
os rejeitos, isto devido à fundação do alteamento ser constituída de areias saturadas fofa 
não compactada e/ou não classificadas (rejeitos descarregados por “spigots”). 
 Existe a possibilidade de ocorrência de “piping” devido à linha freática 
estar muito próxima do talude da jusante e á não compactação dos rejeitos, ou quando 
ocorre a concentração de fluxo entre dois diques compactados. 
A figura 2, mostra o processo de alteamento a montante, ilustrando os principa is 
elementos presentes: dique inicial, os alteamentos, o rejeito disposto e sua fundação. 
 
 
 
 
Figura 2: Método de alteamento a montante 
 
 Fonte: Resende, 2015. 
 
 
23 
 
4.5 Método de Alteamento à Jusante 
É apontado assim por que nos alteamentos o eixo da barragem se arrasta para 
jusante. É construído um dique inicial impermeável, o qual deve ter uma drenagem 
interna, combinada por filtro inclinado e tapete drenante. O talude interno da barragem 
ou talude de montante, nos alteamentos, é impermeabilizado. A drenagem interna e a 
impermeabilização do talude de montante não são obrigatórias se os rejeitos possuem 
características de alta permeabilidade e ângulo de atrito elevado (ÁVILA, 2008). 
Neste método os rejeitos são ciclonados e o “underflow” é lançado no talude da 
jusante. Somente são utilizados os rejeitos grossos no alteamento, os quais são 
compactados quando as características de umidade da zona o permitam; também se pode 
utilizar material de empréstimo, ou estéril proveniente da lavra (RITCEY, 1989). 
Existem variantes do método da jusante, onde são construídos um dique inicial e 
um dique de enrocamento; os rejeitos ciclonados vão sendo depositados entre essas duas 
estruturas para formar os alteamentos. Observa-se que neste método a quantidade de 
rejeitos para realizar os alteamentos deve ser maior do que no método de jusante 
convencional. A camada impermeabilizante do talude a montante é substituída por um 
tapete drenante do dique inicial ao dique de enrocamento, para que a linha freática não 
fique próxima do talude a jusante, (ARAÚJO, 2006). 
De acordo com Bernardo (2010) vantagens são: 
 Pode ser usado em lugares com vibrações e/ou alta sismicidade, já que, se 
compactados os rejeitos do “underflow”, a susceptibilidade de liquefação é muito menor. 
 Operação bastante simples 
 O método é eficiente para o controle das superfícies freáticas, pela 
construção de sistemas contínuos de drenagem. 
 Possibilita a compactação de todo o corpo da barragem. 
 Maior segurança devido aos alteamentos controlados (disposição da 
fração grossa dos rejeitos a jusante, sistemas de drenagem e compactação): as 
probabilidades de “piping” e de rupturas horizontais são muito menores. 
 O estéril proveniente da lavra pode ser utilizado, e/ou misturado nos 
alteamentos. 
 
 
24 
 
As principais desvantagens desse método são: 
 Necessidade de grandes quantidades de rejeitos nas primeiras etapas da 
construção. 
 Dependendo das características dos rejeitos, os problemas de área se 
incrementariam, devido aos taludes bastante abatidos. 
 Necessidade de sistemas de drenagem eficientes, havendo probabilidade 
de colmatação. 
 Devido à complexidade dos diques de partida e de enrocamento e aos 
sistemas de drenagem, os investimentos iniciais são altos. 
 Em zonas de alta pluviosidade é possível que os rejeitos a jusante não 
possam ser compactados adequadamente, devendo-se esperar épocas de estio para a 
operação de equipamentos em cima dos rejeitos. 
 Não possibilita a proteção com cobertura vegetal no talude de jusante, e 
tampouco drenagem superficial durante a fase construtiva, devido à superposição dos 
rejeitos. 
 É necessário o emprego de ciclones para garantir uma ótima separação dos 
rejeitos. 
A figura 3 ilustra os principais elementos presente nesse método de alteamento a 
jusante. 
 
 
 
 Fonte: Resende, 2015 
 
Figura 3 Método de alteamento a jusante 
 
25 
 
4.6 Método da linha de centro 
O método da linha de centro é assim chamado devido ao eixo da barragem ser 
mantido na mesma posição enquanto ela é elevada, é uma solução intermediaria entre o 
método de montante e a jusante (inclusive em termos de custo), embora seu 
comportamento estrutural se aproxime do método da jusante (TRANCOSO,2008). 
Inicialmente é construído um dique de partida e o rejeito é lançado perifericamente 
da crista do dique até formar uma praia. O alteamento subsequente é formado lançando 
materiais de empréstimo, estéril da mina ou “underflow” de ciclones, sobre o limite da 
praia anterior e no talude de jusante do maciço de partida, mantendo o eixo coincidente 
com o eixo do dique de partida (SOARES, 2004). 
Por ser uma combinação dos dois métodos descritos anteriormente, as vantagens 
e desvantagens são similares às dos mesmos, tentando minimizar as desvantagens. 
As principais vantagens de acordo com Abrão (2008) são: 
 Facilidade na construção. 
 Eixo dos alteamentos constante. 
 Redução do volume de “underflow” em relação ao método da jusante. 
As principais desvantagens são: 
 Necessidade de sistemas de drenagem eficientes e sistemas de contenção 
a jusante (se o material de rejeito fica saturado a jusante, pode comprometer a estabilidade 
do maciço). 
 Operação complexa; é necessário equipamento para deposição mecânica a 
jusante. 
 Pela complexidade da operação, os investimentos globais podem ser altos. 
 
A figura 4 ilustra as principais características do método de linha de centro: 
alteamento, fundação, dique inicial, rejeito disposto. 
 
 
26 
 
Figura 4: Método linha de centro 
 
 Fonte: Resende, 2015 
 
 
A figura 5 demonstra um comparativo entre os três métodos (montante, jusante e 
linha de centro) e suas principais especificações.Figura 5: Métodos comparativos 
 
 Fonte: Resende, 2015. 
 
27 
 
 
 
4.7 Aspectos Técnicos e Legais 
 
4.7.1 Planejamento e Projeto Executivo da Barragem de Rejeito 
 
O projeto de construção de barragens de rejeito e um projeto bastante complexo, 
que temos que levar em consideração muitos parâmetros que devemos seguir para que 
possamos construir uma barragem estável e duradora. Essa construção leva em 
considerações diretrizes no qual apresenta: projeto conceitual que estabelece as linhas 
mestras da estruturais, estabelecendo seus conceitos básicos sem se preocupar muito com 
seu dimensionamento, geralmente faz parte dos estudos de viabilidade econômica 
(ABRÃO, 2008). 
O projeto básico que apresenta o pré-dimensionamento da estrutura e fornece os 
desenhos e as especificações necessárias para a contratação de empreiteiro para sua 
construção. E o projeto executivo, que é o dimensionamento final da estrutura e fornece 
os desenhos e as e especificações necessárias para a execução (ASSIS, 1995). 
 Há pontos importantes que devesse levar em consideração na formação de um 
projeto de construção de uma barragem. Os principais tópicos é a definição do local do 
barramento, a definição do tipo de barragem que deverá ser construída, o projeto 
geotécnico, a preparação dos documentos ambientais para licitação do empreendimento, 
planejamento de manutenção e operação da barragem e as especificações para a 
desativação (BERNADO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Figura 6: Cronograma dos aspectos técnicos 
Fonte: Autoria própria 
 
4.7.2 Critérios para Escolha da Localização 
 
Para escolha de um local de instalação de uma barragem de rejeito, tem que haver 
um estudo, com analises de custo de transporte do material, estudo da geotécnica da área, 
distância da lavra e usina de beneficiamento do mineiro, possíveis área de habitação nas 
proximidades das barragens, entre outras (ARAÚJO, 2006). 
E um critério que deve ser analisado, com um estudo bem aprofundado pois será 
o local que constituirá a barragem. Irá trazer um impacto muito grande para sociedade, 
atingindo direto ou indiretamente as pessoas da sociedade e seus colaboradores. A 
localização deve ser escolhida com um estudo de impactos ambientais e sociais, com 
amplitude máxima possível (ASSIS, 1995). 
O fator econômico é um índice importantíssimo a ser considerado na escolha da 
localização, pois ele diz até onde ele pode investir e a suas prioridades. A localização da 
barragem deve ser o mais próximo possível da área de beneficiamento e em nível mais 
baixo que a planta, pois diminuir o fator energético, minimizando os gastos. A barragem 
 
29 
 
necessita do menor volume de material de construção possível, possibilitando assim a 
recuperação de águas no reuso do processo, de forma prática e mais econômica possível 
(ÁVILA, 2008). 
A localização deve abranger a maior relação entre o volume de reservatório e a 
área do aterro da barragem tendo uma relação de menor custo benefício, apresentado um 
grande volume de armazenamento em relação a uma pequena área de superfíc ie. 
Ocorrendo uma menor interferência do reservatório na comunidade local e seus 
interessados, direto e indiretamente (ARAÚJO, 2006). 
Deve ter a menor distancia possível da usina de beneficamente até o local da 
barragem, que resulta em menor comprimento das linhas de condução dos rejeitos e de 
retorno da água, minimizando assim os custos. Também deve ter uma menor distância 
possível entre a área da mina ou de áreas de empréstimo, o que possibilita de forma mais 
econômica, a utilização do estéril ou de material adequado a construção da barragem de 
estéril (BERNADO, 2010). 
 
4.7.3 Fator de Segurança e Analise de Estabilidade 
 
O fator de segurança é uma avaliação crucial, com ele que seguimos os parâmetros 
para analisar os possíveis casos de acidente. Devem-se obter medidas que propicia um 
elevado fator de segurança, para que se possa ter um ambiente seguro e saudável de 
trabalho e moradia. Esse fator impõe cautelas a serem seguidas, nos dando diretrizes em 
ambiente que devemos ter maiores cuidados. Tais medidas que devem ser seguidas para 
que se possa aumentar o fator de segurança numa barragem de rejeito são: A remoção da 
água no reservatório, minimizar a saturação dos rejeitos, melhorando assim a sua 
estabilidade (ARAÚJO, 2006). 
As fundações devem oferecer resistência à compressibilidade e permeabilidade 
condizentes com as boas técnicas construtivas aumentando o seu poder de eficácia. Os 
taludes devem ser os mais seguros possíveis, dentro das características primordiais na 
construção da barragem que são: a altura, o nível de água e das matérias disponíve is, 
sempre havendo um controle desses níveis. Não devendo haver consequências seria, 
principalmente, ao ser humano advinda da ocorrência de ruptura total ou parcial 
(ABRÃO, 2008). 
 
30 
 
Análises de estabilidade podem ser feitos por dois métodos: o determinístico e o 
probabilístico. São métodos que dão base em parâmetros a seguir para a escolha da 
localização da barragem (SILVA,2008). 
O método determinístico leva em consideração as melhores quantificações dos 
parâmetros de entrada para determinação do fator de segurança. Assim, esses métodos 
consideram implicitamente que a diferença entre os valores estimados e reais dos 
parâmetros de entrada são iguais a zero. Modelo matemático que determina os resultados, 
exatamente, a partir das condições iniciais (FERATTINI, 1992). 
Os métodos probabilísticos apesar de não eliminarem as incertezas das variáve is 
de entrada permitem sua quantificação, possibilitando uma análise mais apurada dos 
riscos envolvidos contribuído dessa forma no processo de tomada de decisão. Para 
Machado e Ribeiro (2001), Segundo Método de Monte Carlo têm-se: 
 Seleção do modelo determinístico de base para a função de desempenho; 
 Tomada de decisão relativa à quais parâmetros irão ser modelados 
probabilisticamente; 
 Estimativa, respeitando a curva de distribuição de frequência de Gauss, 
dos parâmetros de entrada do modelo determinístico adotado. Para isso, se usa um falso 
gerador de números aleatórios que seleciona um valor aleatório N para cada variável de 
entrada baseado na sua distribuição de probabilidades. E após isso, usam-se esses valores 
para resolver a função de desempenho, calculando o FS (estes cálculos são normalmente 
efetuados considerando-se somente a superfície crítica obtida a partir da análise 
determinística realizada previamente); 
 Obtenção da distribuição de frequências do FS e cálculo da média e do 
desvio padrão do FS, além da probabilidade de ruptura do talude, que no caso será a 
probabilidade do FS <=1 ou determinado em projeto e o índice de confiabilidade. 
A probabilidade de ruptura (Pr) pode ser obtida através do cálculo do índice de 
confiabilidade (β), onde µ onde corresponde ao valor médio obtido para o FS e (α) 
corresponde ao seu desvio padrão, sendo que o mesmo pode ser definido como: 
𝛽 =
(µ − 1)
𝛼
 
A probabilidade de ruptura e definida na nessa equação. 
Pr = 1 − ⦰(𝛽) 
 
 
31 
 
A figura abaixo apresenta um gráfico que indica a probabilidade de ruptura (Pr) 
em relação ao índice de confiabilidade da área. 
 
 
Figura 7: Relação entre Pr(%) e Índice de confiabilidade(β). 
 
 Fonte Abrão,2008 
 
 
4.7.4 Estudos de Ensaios Técnicos 
 
Há uma grande necessidade de ensaios de solo e de análise geotécnica, para saber 
as características geotécnicas do solo, obtendo conhecimento de como o solo irá se 
comportar devido algumas modificações na sua estrutura. Essa análise é feita com ensaios 
que condizem com a coleta de material rochoso para medir e estudar as estruturas internas 
e externas do local pretendido para construção da barragem (BERNADO,2010). 
Os principais estudos se baseiam na caracterização completa da granulometria da 
matéria, massa específica realdos grãos do maciço, o coeficiente de elasticidade, ensaio 
de compressão tri axial, coesão, ângulo de atrito e densidade (SOUSA, 2005). 
 
32 
 
 
 
4.7.5 Controle de Percolação 
 
O controle de percolação é de suma importância, sendo um dos fatores mais 
relevantes na análise do projeto de uma barragem. A capacidade de infiltração de fluidos 
desestabiliza o maciço rochoso, causando movimento desorganizado e ruptura das 
barragens (ARAÚJO, 2006). 
Uma das principais causas de ruptura é a falta de controle da percolação dos 
fluidos, esse controle deve manter estável no maciço. Tem que haver uma análise rígida 
de um sistema de drenagem interna, que tem a função principal de conter-se e orientar a 
percolação dos fluidos (SOUSA,2005). 
O controle de percolação aperfeiçoa assim todo o sistema de drenagem na 
barragem, evitando o gradiente hidráulico de saída excessiva de fluidos. Contribuindo 
para a segurança ao escorregamento do talude de jusante, reduzindo o trecho da superfíc ie 
critica submetida as forças de percolação e sub pressão e o trecho de material saturado. 
Sempre lembrando que os gradientes hidráulicos quando elevados podem levar a 
formação de “piping” e comprometer a barragem. A figura abaixo apresenta a drenagem 
interna, que tem a função principal de controlar e orientar a percolação de fluidos através 
da fundação e do maciço otimizando a rede de percolação através da fundação do maciço, 
otimizando a rede de percolação, evitando gradiente hidráulico de saída excessivos. 
A figura 7 demostra a importância da drenagem interna. Sendo a primeira imagem 
ilustra as linhas de surgência de água e o início da formação de um “piping”. A imagem 
subsequente mostra a implantação de um dreno interno no dique, com isso a um controle 
do fluxo de água interno evitando assim a formação de “piping”. 
 
33 
 
 Figura 8: Controle de percolação 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
4.8 Monitoramento, Supervisão e Inspeção de Barragem de Rejeito 
O interesse crescente pela segurança de barragens, seja convencional ou para 
contenção de rejeitos, tem levado, em um número apreciável de países a implementação 
de normas e critérios específicos para o projeto, a construção, a observação, a inspeção e 
o acompanhamento da operação dessas barragens (ARAÚJO, 2006). 
Neste contexto, o monitoramento hidráulico e mecânico de barragens 
convencionais através da instalação de um adequado sistema de instrumentação 
desempenha um papel fundamental na avaliação do comportamento destas estruturas, 
tanto durante o período de construção quanto no regime de plena operação. Através da 
leitura de valores de cargas de pressão, dos deslocamentos, vazões e tensões 
desenvolvidas no corpo da barragem propriamente dita, ou no maciço de fundação, é 
possível comparar quantidades experimentalmente medidas com aquelas previstas pelo 
projeto ou estimadas para uma operação segura da barragem, sujeita, durante a sua vida 
 
34 
 
útil, a várias mudanças de carregamento causadas, por exemplo, por flutuação do nível 
do reservatório e oscilações de temperatura (AFFONSO, 2004). 
A instrumentação é primordial para o monitoramento das barragens, usando 
equipamentos que apresentam dados periódicos da situação na superfície e no subsolo das 
barragens. Esses instrumentos indicam prováveis erros e possíveis catástrofes, que induz 
ao deslocamento das tarefas para solucionar e reparar o possível problema. Sabendo disso 
deve-se ter um monitoramento e instrumentação rigorosa da barragem de contenção de 
rejeito. Citaremos alguns instrumentos de suma importância para o monitoramento e 
supervisão de uma barragem de contenção de rejeito (ÁVILA, 2008). 
 
4.8.1 Marcos Superficiais 
 
Os medidores de vazão são usados para medir deslocamentos horizontais e 
verticais em maciços de terra e enrocamento. Ele é composto por uma barra de ferro de 
11/2 polegadas com 1,1m de comprimento e uma esfera de aço de 15mm de diâmetro, 
adaptada ao topo da barra. O dispositivo é colocado nas regiões da crista da barragem e 
talude de jusante, sendo fixado em bloco de concreto de 0,3 m de diâmetro e 1,2m de 
profundidade. Por meio de acompanhamento topográfico se obtém os deslocamentos em 
relação a um marco fixo indeformável ou de referência, instalado fora da região da 
barragem (ABRÃO, 2008). 
A figura 8 e 9 representa alguns marcos superficiais instalados em barragens. 
Figura 9: Marcos superficiais 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
35 
 
 
 
Figura 10: Marcos superficiais 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
4.8.2 Piezômetros 
 
É um equipamento usado basicamente para monitorar o nível do lençol freático. 
Sendo um instrumento de fácil confecção e instalação que apresenta alta durabilidade e 
confiabilidade (ABRÃO, 2008). 
E constituído de um bulbo no local onde se pretende medir a carga de pressão e 
um tubo que liga o bulbo até o local onde será feita a leitura. Ao redor do bulbo se coloca 
uma camada de areia sobre ela e um selo de bentonita ou cimento, para isolar o bulbo. O 
resto do furo de sondagem é preenchido com o solo natural. A leitura do instrumento é 
feita com uso de um pio elétrico: uma trena com uma ponteira elétrica que emite som, 
assim que entrar em contato com a água dando a medida entre a boca do tubo e o nível 
de água (VICK, 1999). 
Existem vários modelos de piezômetros, dentre eles citamos alguns modelos na 
figura abaixo. A primeira figura mostra como é composto o piezômetro e sua camada, 
demonstrando o perfil geológico do aparelho, e as demais se referem aos modelos que 
existem no mercado (ABRÃO, 2008). 
 
36 
 
A figura 10 mostra como é composto o piezômetro e as demais mostra o modelo que 
existe no mercado. 
 Figura 11: Piezômetro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Abrão, 2008. 
 
 
Figura 12: Modelo e equipamento de piezômetro 
Fonte: Àvila, 2008 
 
37 
 
4.8.3 Régua 
 
A régua e colocada na cabeceira das barragens, para medir o nível de água na 
superfície. Esse instrumento indica o nível que está sendo alertado de acordo com a 
quantidade de água que entra na bacia de contenção (ÁVILA, 2008). 
De acordo com cada nível pode-se ficar em alerta se o nível de água extrapola o 
permitido no seu dimensionamento. E também pode-se estudar se as bombas de drenagem 
foram bem dimensionada de bombear toda a água de acordo com a sua especificação. 
Portanto essa régua serve de alerta para cada nível de água e acompanhar o 
monitoramento dos demais equipamentos (SOUSA, 2002). 
A figura 13, demonstra uma régua instalada na margem de uma barragem, 
comprovando o nível de água que apresenta, podendo assim fazer medições diárias do 
nível da barragem. 
 
 
 
Figura 13: Régua de nível 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
 
 
38 
 
4.8.4 Inspeção 
 
A inspeção no campo das áreas das bacias de contenção de rejeito tem por objetivo 
a principal busca de sinais exteriores de instabilização ou deterioração da barragem 
propriamente dita e de suas estruturas auxiliares. Deve haver um programa de 
regularização de atividade pré-estabelecidas, podendo ter diferentes níveis de abordagens 
ou de detalhamento, mas visam avaliação da segurança global do empreendimento 
(ÁVILA, 2008). 
As inspeções de campo devem ser, se possível, orientada por um conhecimento 
prévio do escopo geral do projeto. Essas verificações devem acontecer tanto na área 
informal, que é a executada pelo próprio pessoal que opera a barragem com visualização 
de leituras de instrumentos ou trabalhos de manutenções, é também a comunicação verbal 
ao responsável pela barragem dos problemas detectados (ABRÃO, 2008). 
No requisito que se trata inspeção, apresentam os seguintes tipos: 
I. A inspeçãoformal é uma atividade regular de rotina, que apresenta um series de 
verificações. 
 
 Realizada quinzenalmente ou em menor periodicidade; 
 Realizada por engenheiros de minas, civis ou geólogos; 
 Inclui estudo sucinto da documentação técnica do projeto; 
 Inclui acesso ao processamento dos dados dos instrumentos; 
 Requer planilha de registro e aferição de dados (“check List”); 
 Implica na elaboração de um relatório de avaliação final. 
 
II. Há inspeção anual de segurança segue as seguintes tarefas: 
 
 Executada por equipe multidisciplinar de especialistas 
 Tem caráter abrangente em relação a todos os aspectos do 
empreendimento; 
 Inclui estudo prévio detalhado dos documentos técnicos do projeto 
 Implica na elaboração previa detalhado dos documentos técnicos do 
projeto 
 
39 
 
 Implica na elaboração de um relatório de avaliação final bastante detalhado 
contendo recomendações para investigações, estudos ou ensaios adicionais bem como 
recomendações para ações corretivas imediatas ou de curto prazo. 
 
III. Inspeção especial ou emergencial: 
 
 Inspeções realizadas por especialistas em barragens rejeitam, compreende 
a avaliação detalhada de alguns aspectos específicos da estrutura ou a inspeção de algum 
evento ou anomalia detectada; 
 A implicação recomendação de ações corretivas imediatas ou estudos 
adicionais e demais prescrições cabíveis. 
Há também outros tipos de inspeções que ocorre em atividades periódicas da 
empresa, que são implicações no dia a dia da empresa. São ações que determina a 
visualização de alguma anomalia e é informado ao responsável técnico pelo 
acontecimento. São os seguintes tipos de inspeções de acordo com (ÁVILA, 2008). 
 
IV. Inspeções na crista da barragem: 
 
 Se há existência de trincas ou fissuras; 
 Subsidências ou depressões; 
 Irregularidade do revestimento, desnivelamento do piso e erosões 
laminares. 
 
V. Talude de montante ou praia de rejeitos: 
 
 Existência de trincas ou fissuras; 
 Subsidências ou depressões; 
 Escorregamentos ou abatimentos localizados; 
 Erosões ou ravinamentos 
 Presença ou não de vegetação (tipos, condições); 
 Largura da praia (rejeito) 
 Condições do rip-rap (alteração, deslocamento de blocos) 
 Tocas de animais, formigueiros ou cupinzeiros 
 
40 
 
 Borbulha mento ou vórtices na superfície da água do reservatório. 
 
VI. Talude Jusante 
 
 Existência de trincas; 
 Subsidências ou depressões; 
 Escorregamento ou abatimentos localizados; 
 Erosões; 
 Presença ou não de vegetação 
 Surgências d`agua ou zonas de percolação; 
 Carregamento de sólidos pelas águas de percolação 
 Presença de obstruções nas saídas dos drenos 
 Indícios de calmatação dos drenos; 
 Presença de formigueiros, cupinzeiros, etc. 
 
Com esses dados às empresas apresentam planilhas, tabelas e quadros de inspeção 
para os encarregados seguirem os devidos procedimentos. A figura 14, demonstra os 
devidos parâmetros utilizado. 
 
41 
 
 
Figura 14: Tabela de inspeção 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
O quadro no qual se descreve essas evidencias, são obtidas através de analises 
adquiridas em campo. As figuras abaixo são exemplos: de trincas, mal manutenção da 
tubulação, ressecamento da geomembrana com ruptura da mesma. 
 
 
42 
 
Figura 15: Inspeção de trincas 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
Figura 16: Inspeção de tubulações 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
43 
 
 
Figura 17: Inspeção do Talude 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
 
 
Figura 18: Inspeção da geomembrana 
 
 Fonte: Àvila, 2008 
 
 
 
44 
 
4.9 Legislação Técnicas de Barragem 
Sabe-se que os parâmetros de barragem são os mais variados possíveis para cada 
país, sendo que cada um deles, considera valores diferente para altura, volume de 
reservatório, nível de água entre outros. Leva em consideração apenas os parâmetros 
aplicados no Brasil, sabendo a título de exemplo temos várias barragens e cada país aplica 
de acordo com seus parâmetros. 
Segundo ICOLD (2001), a definição de barragens cobertas por um regulamento 
geralmente engloba alguns dos seguintes critérios: 
•Altura (com relação ao nível da terra ou da fundação); 
 • Nível de água; 
• Volume do reservatório; 
• Mapa de inundação; 
• Comprimento da crista. 
No cenário nacional, os órgãos competentes se reuniram para unificar e fiscalizar 
as barragens brasileiras, com o intuito de minimizar e punir possíveis proprietários de 
barragens irregulares, fiscalizando para que possa ter o mínimo de acidentes (ICOLD, 
2001). 
O Ministério da Integração Nacional, juntamente com a Agência Nacional de 
Águas (ANA) e com a Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH), vem colocando em 
prática ações para prevenir e minimizar os riscos de acidentes com barragens em todo o 
país. Em parceria com estados, municípios e proprietários, o Governo Federal, 
acompanha permanente e sistematicamente a situação das obras, já concluídas ou em 
andamento (ICODL, 2001). 
Órgãos da administração federal, governos estaduais e agentes da iniciat iva 
privada participam do processo de cadastramento e avaliação da situação das construções. 
Os dados técnicos reunidos no levantamento sobre a situação das barragens no país 
orientam a adoção de providências para a melhoria da segurança das obras. 
O Governo Federal faz o trabalho de prevenção em consonância com o Artigo 21° 
da Constituição Federal, que estabelece como competência da União o planejamento e a 
promoção da defesa permanente contra calamidades públicas e, ainda, com base nos 
 
45 
 
Artigos 1º e 2º do Decreto nº 5.376 (BRASIL, 2005), que dispõe sobre a organização do 
Sistema Nacional de Defesa Civil. 
A Secretaria de Infraestrutura Hídrica, do Ministério da Integração Nacional, e o 
Núcleo de Gestão da Informação, da ANA, acompanham o levantamento e fazem o 
cadastramento dos dados técnicos sobre as barragens por meio de formulário eletrônico 
através do site www.ana.gov.br/cnb (ICODL, 2001). 
As barragens objeto de comunicação prioritária à SIH são: as que apresentem 
riscos inaceitáveis em termos econômicos, sociais, ambientais ou de perda de vidas 
humanas, decorrentes de mau funcionamento da barragem ou de sua ruptura; altura do 
maciço maior ou igual a quinze metros, contada do nível do terreno natural à crista; 
capacidade total do reservatório maior ou igual a cinco milhões de metros cúbicos; 
reservatório que contenha resíduos tóxicos. Para situações de risco elevado e de acidente 
iminente, os órgãos municipais e estaduais de defesa civil, bem como a Secretaria 
Nacional de Defesa Civil, deverão ser imediatamente alertados (ÀVILA,2008). 
Essa providência deve, inclusive, anteceder o envio das informações à ANA por 
meio do formulário eletrônico. A construção de barragens sujeitas a licenciamento 
ambiental conforme Resolução 237 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA, 1997), exige grande conhecimento técnico e obediência a criteriosas normas 
de segurança que vão desde a elaboração do projeto à execução e manutenção das obras, 
exigindo assim, cautela com relação à escolha de profissionais, instalações, matéria -
prima, equipamentos a serem utilizados tanto na execução como manutenção do 
empreendimento, sendo que as companhias seguradoras poderão atuar de forma efetiva 
na fiscalização do cumprimento das medidas necessárias de segurança (MARTINS, 
2002). 
A Política, que abrangerá todas as fases de implementação de uma barragem, 
exige que os estudos e projetos sejam elaborados e tenham como responsáveis técnicos 
profissionais de nível superior em situação regular com os respectivos Conselhos 
Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREAs. 
A proposição estabelece como obrigações para os proprietários ou responsáveis 
legais de barragens de cursos de água e de aterros de contenção de resíduos industriais a 
manutenção de registros diários de níveis mínimos e máximos,fechamento da mina, 
registros mensais de volumes e características químicas e físicas dos rejeitos e de níveis 
 
46 
 
de contaminação do solo e do aquífero subterrâneo do entorno, além de elaboração de 
relatório anual que ateste a segurança dos mesmos, firmado por engenheiro de minas em 
dia com o CREA (ABRÃO, 2008). 
 
4.9.1 Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), Lei 12.334/2010 
Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à 
acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à 
acumulação de resíduos industriais, cria o Sistema Nacional de Informações sobre 
Segurança de Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 
1997, e do art. 4o da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, (DNPM, 2010). 
As diretrizes a serem seguidas impõe a lei vigente da regulamentação das 
barragens, conforme a lei n° 12.334 (BRASIL, 2010): 
Art. 1o Esta Lei estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) 
e cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB). 
Parágrafo único. Esta Lei aplica-se a barragens destinadas à acumulação de água 
para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de 
resíduos industriais que apresentem pelo menos uma das seguintes características: 
Art. 3o São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB): 
I - garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir 
a possibilidade de acidente e suas consequências; 
II - regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de 
planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, 
desativação e de usos futuros de barragens em todo o território nacional; 
III - promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança 
empregadas pelos responsáveis por barragens; 
 
47 
 
IV - criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo 
poder público, com base na fiscalização, orientação e correção das ações de segurança; 
V - coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de barragens 
pelos governos; 
VI - estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam a avaliação da 
adequação aos parâmetros estabelecidos pelo poder público; 
VII - fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos. 
Art. 4o São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB): 
I - a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de 
planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, 
desativação e de usos futuros; 
II - a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou 
indiretamente, das ações preventivas e emergenciais; 
III - o empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-
lhe o desenvolvimento de ações para garanti-la; 
IV - a promoção de mecanismos de participação e controle social; 
V - a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no 
alcance de seus potenciais efeitos sociais e ambientais. 
 
4.9.2 Características da Barragem para Enquadramento na Lei 12.334/10 
 
A lei vigente segue parâmetros que caracteriza uma barragem de rejeito, assim o 
responsável técnico que interpretar a lei possa analisar e classificar a barragem segundo 
o critério da lei n°12.334 (BRASIL, 2010): 
 
48 
 
I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou 
igual a 15m (quinze metros); 
II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três milhões 
de metros cúbicos); 
III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas 
aplicáveis; 
IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, 
sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6°. 
 
4.9.3 Instrumento da Lei 12.334/2010 
 
Conforme a lei n°12.334, em relação a instrumentação de classificação de 
barragem, rege: 
I - Sistema de classificação de barragens por categoria de risco e por dano 
potencial associado; 
II - Plano de Segurança de Barragem; 
– Inspeções Regulares e Especiais 
– Plano de Ações de Emergência – PAE 
– Revisão periódica de segurança 
III - Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB); 
IV - Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA); 
V - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambienta l; 
VI - Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais; 
VII - Relatório de Segurança de Barragens. 
O empreendedor pode ser agente privado ou governamental, no qual apresenta o 
direito real sobre as terras e o empreendimento no qual localizam a barragem e o 
reservatório e explore a barragem para benefício próprio ou coletivo. 
 
49 
 
A autarquia vigente da lei de barragens, declara que o empreendedor da barragem 
tem a obrigação de promover, providenciar, organizar, informar, manter, permitir 
segunda a lei descrita abaixo, (DNPM, 2010) Art. 17: 
I - prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem; 
II - providenciar, para novos empreendimentos, a elaboração do projeto final 
como construído; 
III - organizar e manter em bom estado de conservação as informações e a 
documentação referentes ao projeto, à construção, à operação, à manutenção, à segurança 
e, quando couber, à desativação da barragem; 
IV - informar ao respectivo órgão fiscalizador qualquer alteração que possa 
acarretar redução da capacidade de descarga da barragem ou que possa comprometer a 
sua segurança; 
V - manter serviço especializado em segurança de barragem, conforme 
estabelecido no Plano de Segurança da Barragem; 
VI - permitir o acesso irrestrito do órgão fiscalizador e dos órgãos integrantes do 
Sindec ao local da barragem e à sua documentação de segurança; 
VII - providenciar a elaboração e a atualização do Plano de Segurança da 
Barragem, observadas as recomendações das inspeções e as revisões periódicas de 
segurança; 
VIII - realizar as inspeções de segurança previstas no art. 9o desta Lei; 
IX - elaborar as revisões periódicas de segurança; 
X - elaborar o PAE, quando exigido; 
XI - manter registros dos níveis dos reservatórios, com a respectiva 
correspondência em volume armazenado, bem como das características químicas e físicas 
do fluido armazenado, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador; 
XII - manter registros dos níveis de contaminação do solo e do lençol freático na 
área de influência do reservatório, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador; 
XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no 
SNISB. 
 
50 
 
Parágrafo único. Para reservatórios de aproveitamento hidrelétrico, a alteração de 
que trata o inciso IV também deverá ser informada ao Operador Nacional do Sistema 
Elétrico (ONS). 
 
 
A figura abaixo mostra o número de empreendedores de barragens, dando ênfase para a 
empresa vale que é a maior detentora de barragens de rejeito no país. 
 
 
 
Figura 19: Numero de empreendedores e seu uso no Brasil 
 
Fonte: ANA, 2013. 
 
4.9.4 Órgãos Fiscalizadores de Segurança de Barragens 
 
Os órgãos fiscalizadores federais são: ANA (Agencia Nacional de Água), ANEEL 
(Agencia Nacional de Energia Elétrica), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
389
327
40 28
Irrigação - CODEVASF Usos múltiplos -
DNOCS
Hidrelétricas - CEMIG Mineração - VALE
MAIORES EMPREENDEDORES
( Nº de barragens)
 
51 
 
e dos Recursos Renováveis), DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) 
(ANA, 2014). 
No âmbito estadual, que pode variar de estado para estado, apresenta em média 
27 órgãos de RH (Recursos Hídricos), alguns possui determinada secretaria e outros não. 
Há 16 órgãos ambientais estaduaisno qual meio ambiente e separado de recursos hídricos. 
No somatório de órgãos fiscalizadores a um total de 47 órgãos federais e estaduais (ANA, 
2014). 
4.9.5 Responsabilidade dos Órgãos Fiscalizadores 
A fiscalização deve seguir protocolo de acordo com cada órgão, incumbindo de 
liberar e fiscalizar as licenças do empreendedor, aplicando sanções e prerrogativas 
vigentes de cada órgão, de acordo com o (Art16, parágrafo 1°, Lei n° 12.334, BRASIL 
(2010)). Seguindo esses parâmetros: 
 Fiscalizar as questões relativas a segurança de barragens 
 Exigir ART/CREA dos documentos relativos a segurança de barragens 
 Exigir do empreendedor o cumprimento das recomendações dos documentos de 
segurança de barragens 
 Manter cadastro (base de dados) de barragens sob sua jurisdição 
 Regulamentar: 
– Planos de Segurança de Barragens 
– Planos de Ações Emergenciais 
– Relatórios de inspeções de barragens 
– Revisões periódicas de barragens. 
Informar imediatamente à ANA e à Defesa Civil qualquer não conformidade que 
implique risco imediato à segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua 
jurisdição. 
 
4.9.6 Responsabilidades da ANA (Agencia Nacional de Água) como gestora 
do sistema de segurança de barragens 
 
 
52 
 
O principal órgão no sistema de gestão de barragens e a ANA (Agencia Nacional 
de Água), todos os procedimentos que inclui barragens chegam com as primíc ias 
hierarquia a ANA, sendo ela a gestora do processo. 
O DNPM faz o processo de gestor de barragens de rejeito, que são as barragens 
de mineração, fazendo o requerimento, preenchendo os formulários e licenças cabíveis 
ao órgão, em seguida encaminha para ANA que irá processar, organizar e encaminhara 
para o Sistema Nacional de Informação sobre Barragens SNISB, (DNPM, 2013). 
O principal objetivo dessa ligação e promover a articulação entre os órgãos 
fiscalizadores de barragens e os demais órgãos, ocorrendo a elaboração de relatórios de 
segurança de barragens e encaminha- lo anualmente ao Conselho Nacional de recursos 
Hídricos (CNRH), para que assim possa fazer relatórios e com dados reais e propor 
melhorias e acusar erros em processos irregulares ou mal feitos, de forma consolidada, 
corresponsabilidade com os demais órgãos fiscalizadores (LAURIANO, 2010). 
 
4.9.7 Os Responsáveis Técnicos do Empreendimento 
 
 O proprietário da barragem é a primeira responsabilidade para a segurança de uma 
barragem, incluindo a realização de monitoramento apropriado, manutenção e provisão 
para medidas preventivas, corretivas e de emergência. O proprietário deve assegurar que 
a barragem seja projetada por um profissional competente e experiente, além disso, deve 
reconhecer a importância dos bons princípios e práticas de gestão (ÁVILA, 2008). 
 O proprietário deve incentivar a pesquisa contínua de projetos que visam produzir 
menores perdas e garantir a estabilidade física e química dos depósitos de rejeitos. 
Submeter o projeto a checagem por profissionais independentes e dar séria consideração 
à revisão como parte do processo de vistoria periódica, reconhecendo que isto será um 
meio para construção da verdade entre os legisladores e a população. (BERNADO, 2010). 
 O projetista e a qualificação específica para engenheiros responsáveis pelas 
barragens são considerados importantes, entretanto, na maioria dos países ainda não há 
nenhuma aprovação formal, apesar de algumas exceções para cursos de especialização 
em Engenharia de Segurança de Barragens (ÁVILA, 2008) 
 
53 
 
 Os projetistas de barragens devem ter um bom conhecimento de suas próprias 
habilidades e recursos, ou seja, devem conhecer seus limites e estarem certos que "não 
estão assumindo que poderão projetar em todos os locais apenas porque ganharam um 
contrato". Antes de tudo, os consultores do projeto devem ter formação e experiênc ia 
adequadas aplicável ao projeto de barragens de contenção de rejeitos. Além disso, o 
histórico de projetos de construção e operação é de extrema importância para tais 
consultores (MARTINS, 1999). 
 Os operadores das barragens têm que assegurar que a estrutura de contenção dos 
rejeitos tenha um Manual de Operação para a orientação na gestão dos rejeitos. Os 
operadores devem manter contato com projetistas e assegurar que o trabalho de projeto 
esteja próximo à sua participação ativa. Os operadores têm que garantir que a barragem 
está operada por uma equipe de funcionários qualificada e manter boa comunicação entre 
todos os níveis (MARTINS, 1999). 
 O papel dos reguladores é de extrema importância para definição de práticas 
seguras de gerenciamento que serão adotadas e seguidas pelas companhias de mineração. 
Dentre o papel dos reguladores (MARTINS,2002), pode-se citar: 
 Estabelecer uma base de dados sobre todas as barragens de contenção de rejeitos; 
 Manter sincera avaliação da performance dos dados dos proprietários e dos 
projetistas, compartilhando os detalhes com outras regulamentações apropriadas; 
 Facilitar desenvolvimento onde os proprietários apresentaram uma revisão 
independente do projeto que é consistente com os critérios de projeto padrão; 
 Revogar legislações que são incompatíveis com as boas práticas 
 E por último a participação pública relaciona-se ao reconhecimento da 
importância da indústria mineira na sociedade moderna e para a economia dos países em 
desenvolvimento. Continua na expectativa de que a responsabilidade do gerenciamento 
ambiental é uma necessidade para a indústria de mineração e apoiam organizações não 
governamentais contra empresas que praticam a degradação ambiental (MARTINS, 
2002). 
 
4.9.8 O Processo de Regulamentação da Lei 
 
 
54 
 
Segunda a agencia regulatória ANA de acordo com (MOTTA,2013): 
 CNRH publicou as resoluções 143/12 regulamentando o art. 7º (sistema de 
classificação de barragens) e o art. 20 (diretrizes para implementação dos instrumentos 
da PNSB). 
 ANA já regulamentou Inspeções de Segurança Regulares (Resolução 
ANA nº 742/2011), Plano de Segurança de Barragens e Inspeções Periódicas (Resolução 
ANA nº91/2012). 
 DNPM publicou portaria nº 416/2012, tratando de inspeções e plano de 
segurança de barragens. 
 Em âmbito estadual, INEMA/BA e ADASA/DF já publicaram 
regulamentos. 
 Os regulamentos do CNRH aplicam-se a todas as barragens enquadradas 
na lei. 
 Os regulamentos dos órgãos estaduais ou federais só se aplicam às 
barragens por outorgadas / licenciadas. 
Chega-se à conclusão de que a lei 12334/10 veio suprir uma lacuna quanto à 
definição de responsabilidades relacionadas à segurança de barragem. Que o 
empreendedor e o responsável legal pela segurança de uma barragem. E também define 
os responsáveis pela fiscalização de acordo com as características da barragem, seguindo 
parâmetros e leis vigentes. Sendo para a efetivação da lei, a necessidade de grande 
articulação entre os diversos órgãos envolvidos para as regulamentações não conflitantes, 
trocas de informações e alertas rápidas. 
O principal desafio e fazer com que a lei de segurança de barragens seja aplicada 
com veemência e ativa, criando uma cultura de ações e prevenção e monitoramento em 
segurança de barragens. Assim uma massa crítica nos órgãos públicos, empreendedores 
e sociedade civil para conseguir implementar a Política Nacional de Segurança de 
Barragens. 
 
4.10 Acidentes e Incidentes em Barragem 
De acordo com Vieira (2005), acidente é uma anomalia de grande porte 
correspondente à ruptura parcial ou total de uma obra e/ou a sua completa 
 
55 
 
desfuncionalidade, com graves consequências econômicas e sociais. Incidente é um 
evento físico indesejável, de pequeno porte, que prejudica a funcionalidade da obra, 
podendo vir a gerar eventuais acidentes, ainda que muito pequenos, se não corrigidos a 
tempo. 
A eliminação ou o controle de todos os incidentes deve ser a preocupação 
principal de todos os envolvidos nasquestões de prevenção de acidentes ou controle de 
perdas. As barragens de contenção de rejeitos de mineração e de resíduos industriais são 
estruturas complexas e dinâmicas que requerem cuidados especiais na elaboração dos 
projetos de engenharia, operação, manutenção das estruturas, bem como para o 
descomissionamento (ICOLD,2001). 
No histórico de acidentes reportados pela ICOLD (2001), as principais causas de 
rompimento de barragens são problemas de fundação, capacidade inadequada dos 
vertedouros, instabilidade dos taludes, falta de controle da erosão, deficiências no 
controle e inspeção pós-fechamento e falta de dispositivos graduais de segurança ao longo 
da vida útil da estrutura. 
Os principais ensejos dos acidentes podem estar correlacionados com os fatores 
de segurança das operações, falha no monitoramento, inspeções, entre outros. Há poucos 
casos de evento não previsíveis, no rompimento de barragem, salvos a condições 
climáticas imprevistas, tal como: terremotos, abalos sísmicos de alta intensidade, uma vez 
que as tecnologias de hoje permitem a previsão desse evento (ICOLD, 2001). 
Os acidentes e incidentes também são resultado de condições inadequadas na 
projeção de projetos de construção de barragem, na gestão da sua operação, no 
monitoramento é combinação de ambos (ICOLD, 2001). 
As implicações e a percepção pública dos rompimentos nas barragens de 
contenção de rejeitos cresceram consideravelmente, tornando os proprietários e os 
gerenciadores mais conscientes dos riscos envolvidos nas construções dos reservatórios 
(ICOLD, 2001). 
A probabilidade de uma falha ocorrer pode ser baixa, porém as consequênc ias 
podem ser desastrosas para comunidades locais e o ambiente a jusante. O risco imposto 
por toda a barragem de contenção de rejeitos será específico para o local, dependendo, 
por exemplo, do projeto, da construção e manutenção da barragem, das características da 
rocha subjacente, das condições de precipitação e da atividade sísmica na área, por isso, 
 
56 
 
cada aspecto deve receber devida atenção, de modo a evitar falhas e acidentes (ICODL, 
2001). 
Entretanto, há uma relutância dos proprietários em divulgar os incidentes ou falhas 
a não ser quando os casos se tornam públicos, dominados pela mídia e jornais. Em 
barragens, as falhas ganham mais publicidade que os sucessos adquiridos ao longo do 
tempo (ICOLD, 2001). 
Exemplos de notáveis rompimentos de barragens de contenção de rejeitos e de 
resíduos industriais que custaram vidas, recursos naturais e materiais, que recebeu uma 
repercussão mundial. As principais causas de acidente na barragem de contenção de 
rejeito são: na fase de projeto, fase de construção e monitoramento segundo Pereni (2010). 
Na fase de Projeto a ocorrência dos seguintes erros: 
 Projetista com pouca ou nenhuma experiência que induz menor preço na 
elaboração do projeto; 
 Economia em sondagens e ensaios do solo; 
 Estudos geológicos insuficientes, 
 Cronograma de execução inadequado, com pouco tempo para sua 
execução; 
 Falta de envolvimento com o projetista e a equipe de execução da 
barragem; 
 Fiscalização imprópria e com pouca qualificação dos seus técnicos; 
 Redução ou ausência de instrumentos de controle de segurança; 
Na fase de construção: 
 Inexistência de manual de operação que contenha carta de risco, instrução 
para inspeções diárias da barragem, e instruções para implantação de medidas 
emergências; 
 Sem monitoramento e operadores sem treinamento adequado; 
Na fase de operação: 
 Projeto inadequado de desativação; 
 Ausência de manutenção; 
 Ausência de inspeções 
 Falta de um manejo de água adequado no reservatório da barragem; 
 
57 
 
Outros motivos que nos leva acidente em barragem são: 
 A barragem de rejeito representa apenas um custo alto para os gestores do 
empreendimento; 
 Sempre sujeito a redução de custo no projeto e operacional do 
empreendimento; 
 Faltam mais especialização e qualificação do pessoal; 
 Falta de planejamento e comunicação entre o projetista e o executor da 
obra 
 Sujeito a eventos extremo como (chuva, abalo sísmico, entre outros). 
 
4.11 Plano Emergencial 
No caso de ruptura destas estruturas, devem-se considerar as consequências com 
prejuízos diretos, como a perda de vidas humanas e os danos materiais na estrutura e nas 
áreas inundadas. Há ainda que considerar os prejuízos indiretos, resultantes da 
interrupção das atividades produtivas nas zonas afetadas e da impossibilidade de 
exploração dos recursos hídricos. 
A determinação exata do valor total dos prejuízos é de difícil estimativa, se não 
mesmo impossível, principalmente no que se refere a avaliar valores de vidas perdidas 
(FONTENELLE, 2007). 
Também deve ser compreendido que não é possível atingir uma garantia absoluta 
de segurança. Para cada barragem há um conjunto de cenários de deterioração que têm 
maior probabilidade de desenvolver-se e, para cada um deles, subsiste sempre certo risco 
de ocorrência de um acidente ou incidente (VIEIRA, 2005). 
De acordo com Franca (2014), a segurança de uma barragem é definida como a 
condição em que a ocorrência de ameaças impostas à vida, à saúde, à propriedade ou ao 
meio ambiente se mantém em níveis de risco aceitáveis; ou ainda, como a capacidade da 
mesma para satisfazer as exigências de comportamento necessárias para evitar incidentes 
e acidentes que reflitam nos aspectos estruturais, econômicos, ambientais e sociais. 
O risco de acidentes destas estruturas está associado quase sempre a catástrofes. 
Além da possibilidade da perda de vidas humanas, a ruptura de uma obra hídrica resulta 
 
58 
 
em destruição de patrimônio, danos ao meio ambiente e interrupção de serviços públicos 
(FRANCA, 2014). 
Os diferentes fatores capazes de afetar a segurança das barragens podem também 
ser classificados em três grandes grupos (ÁVILA, 2008): 
• Fatores estruturais, ligados à resistência e estabilidade das obras; 
• Fatores hidráulico-operacionais, ligados ao funcionamento dos órgãos de 
segurança e exploração e respectivos equipamentos; 
• Fatores ambientais, sociais e econômicos, ligados ao impacto sobre as 
populações, os sistemas produtivos, o meio terrestre, a água, a fauna e a flora. 
O plano emergencial que identifica condições potencia de emergência que podem 
ocorrer numa barragem e prescrever procedimentos a serem seguidos de modo a 
minimizar a perda de vidas e outros danos possíveis. 
Conteúdo mínimo segundo a Portaria do DNPM n°526/2013: 
 Informações gerais da barragem; 
 Procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados; 
 Detecção, avaliação e classificação das situações de emergência; 
 Fluxograma e procedimentos de notificação; 
 Responsabilidades gerais; 
 Análise do estudo de cenários compreendendo os possíveis impactos a 
Jusante, resultantes de uma hipotética ruptura de barragem, com seu associado mapa de 
cenários georreferenciado; 
 Anexos e apêndices. 
O conteúdo do plano emergencial deve conter: 
 Ficha Técnica: 
 Dados Construtivos; 
 Principais Estruturas; 
 Rejeito Armazenado; 
 Potencial de Dano e Categoria de Risco; 
 Responsabilidades: 
 Agentes Internos; 
 Agente externo; 
 
59 
 
 Riscos; 
 Cenários; 
 Estudo dam break; 
 Mapas de inundação; 
 Comunicação: 
 Fluxograma de Notificação; 
 Contatos dos Agentes Internos e dos Agentes Externos; 
 Sistemas de Comunicação e de Alerta. 
Qual o recurso a empresa possui: 
 Atendimento Médico; 
 Monitoramento Ambiental; 
 Segurança do Trabalho; 
 Materiais e Equipamentos 
Tipo de treinamento 
 Agentes Internos; 
 Agentes Externos; 
 Simulados. 
 Mapa de inundação 
A elaboração dos mapas de inundação e caracterização do vale de jusante é 
fundamental para a determinação dos riscos que a inundação proveniente da ruptura 
poderá causar no vale a jusante (ABRÃO, 2008). 
O mapeamento das áreas

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