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GESTÃO-EDUCACIONAL-E-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-1

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GESTÃO EDUCACIONAL E EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
2 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................................ 3 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 4 
2. GESTÃO EDUCACIONAL – FUNDAMENTOS ................................................................... 7 
2.1 Conceito ............................................................................................................................. 7 
2.2 Histórico ............................................................................................................................. 8 
2.3 Compromisso Social...........................................................................................................14 
3. A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO ..................................................................16 
3.1 Função Social da Escola .....................................................................................................16 
3.2 Políticas Públicas na Educação ...........................................................................................19 
3.3 O Trabalho do Gestor na Instituição ...................................................................................22 
4. ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR .............................................................................................25 
4.1 O Que é Administração Escolar ..........................................................................................25 
5. GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO ......................................................................27 
5.1 Conceito ............................................................................................................................27 
5.2 Participação no Espaço Escolar ..........................................................................................31 
5.3 Planejamento e Avaliação ..................................................................................................32 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
1. INTRODUÇÃO 
 
A disciplina gestão educacional e organização do trabalho pedagógico possui, 
em si, uma importância para a Educação, pois, dependendo das finalidades e da forma 
pela qual se organiza e se conduz a escola, a Educação, o ensino e a aprendizagem, 
assim se estará formando cada cidadão que tiver passado por essa escola, pelas 
mãos de um educador. Se essa condução for rica em conteúdos compromissados 
com a solidariedade e a emancipação de toda a humanidade, segura e firme nas 
metodologias que possibilitem a aquisição desses conhecimentos e empenhada na 
construção de um mundo mais justo e humano, estará possibilitando um novo tipo de 
homem e de mulher. Se tal não for, será um outro tipo, indefinido, que reforçará a 
concepção desagregadora e individualista de mundo que, hoje, impera na sociedade 
globalizada. 
Esta disciplina possui o compromisso de fornecer, por meio de seus conteúdos, 
a compreensão da necessidade de ultrapassar o mundo da “pseudoconcreticidade”, 
das “pseudoverdades” que são as ideologias, as manipulações e as “trapaças”, tão 
comuns nos tempos hodiernos, para trabalhar com um saber crítico, historicamente 
situado na contemporaneidade, que possibilite a lucidez necessária ao exercício da 
profissão de educador à “luz” que as teorias da Educação possibilitam. 
Os modelos neoliberais nas mãos de ideologias conservadoras condicionam, 
hoje, os modos de pensar, sentir e agir da população mundial, em geral, conformando 
pessoas com um sentido que legitima e naturaliza estruturas materiais e maquinarias 
de poder que têm uma gênese histórica e que, por isso, podem ser transformadas e 
substituídas, na medida em que não satisfazem os ideais de equidade, democracia e 
justiça. Essas ideologias se apresentam como salvadoras do mundo, gerando 
desespero, desestabilidade e desesperança em quem sofre as consequências, 
necessitando ser examinadas e compreendidas a fim de possibilitar, a partir de suas 
implicações na configuração das sociedades do presente e do futuro, a construção de 
uma outra sociedade fundada no sentido consciente, humano, fraterno e solidário da 
vida. 
 
5 
No final do século XX, graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema 
de técnicas presidido pela informação, que passou a exercer um papel de elo entre as 
demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma presença planetária. 
A globalização, como ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, 
é também o resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado, dito 
global, principal responsável pelos processos políticos considerados atualmente 
eficazes. 
A competitividade e o individualismo sugeridos pela produção e pelo consumo 
– e que se tornaram o padrão predominante – são a fonte de novos totalitarismos, 
mais facilmente aceitos graças à “confusão dos espíritos” que se instala no mundo 
desestabilizado pela violência, pela guerra e por toda a ordem de questões que 
desmantelam a integridade humana. A produção tem as mesmas origens na base da 
vida social, de uma violência estrutural facilmente visível nas formas de agir dos 
Estados, das empresas, das instituições e dos indivíduos. A perversidade sistêmica é 
um de seus corolários e a violência passa a ser a palavra de ordem, o mecanismo que 
perpassa todas as relações entre pessoas, grupos e nações. 
Nesse contexto, a gestão do mundo globalizado e a gestão educacional devem 
se alicerçar em ideais que necessitam ser firmados, explicitados, compreendidos e 
partilhados nas tomadas de decisões sobre a formação dos cidadãos que estejam 
aptos a dirigir o mundo e as instituições. Compreendendo a Educação como uma 
mediação que se realiza num contexto social (SAVIANI, 1996, p. 120-122) e que se 
faz a partir das determinações da contemporaneidade, a partir do ser que aprende, 
necessário se faz adentrar a estes dois “mundos” para cumprir com a 
responsabilidade de educador em formar mentes e corações. 
A Educação e a sua gestão, portanto, responsáveis por essa “condução”, 
necessitam firmar-se em ideais comprometidos com a formação humana de 
profissionais da Educação e de profissionais em geral, de todos os cidadãos. Nesse 
sentido, cabe pensar e questionar: 
 Quais são os ideais que orientam as “tomadas de decisões” na sociedade 
globalizada e nas instituições? 
 
6 
 São ideais de equidade, dejustiça social, de solidariedade, de democracia ou 
são ideais discricionários, individualistas, de dominação e exclusão social? 
 Urge fortalecer o valor da utopia como motor de transformação da sociedade, 
a partir do pensar crítico sobre a realidade com todas as suas contradições. E, para 
isso, é necessário assumir, como consubstancial ao ser humano, a 
corresponsabilidade social de que todos devem ser vistos e respeitados como 
interdependentes, iguais e livres. Defender a liberdade e as possibilidades de todos 
os seres humanos significa criar condições para exercê-las, como chama a atenção 
Bobbio (1993, p. 143) quando escreve: 
 
[...] não importa o tanto que o indivíduo seja livre em “relação ao Estado” se 
depois não é “livre na sociedade” [...] não importa o tanto que o indivíduo seja 
livre politicamente se não o é socialmente. Por baixo da falta de liberdade 
como sujeição, existe uma falta de liberdade mais fundamental, mais radical 
e objetiva, a falta de liberdade como submissão ao aparato produtivo e 
ideológico, que conduz não só à mercantilização do trabalho e da vida 
humana, como de todas as ações realizadas pelos cidadãos. 
 
A consciência da necessidade de superar esses “fatores de exclusão e 
discriminação social” possibilitará a assunção do compromisso de, enquanto gestores 
da Educação, competentemente construir um mundo mais humano e feliz para todos. 
Esses conteúdos traduzem, brevemente, os compromissos desta disciplina, 
que pretende ser muito útil na sua formação e para isso conta com todo o seu 
empenho, dedicação e esforço no estudo e na pesquisa diuturna dos conteúdos 
expostos e das leituras complementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. GESTÃO EDUCACIONAL – FUNDAMENTOS 
2.1 Conceito 
 
Com a crise na teoria da administração, por questões ideológicas, questionou-
se o conceito de autoridade. O resultado foi o surgimento de soluções alternativas e a 
necessidade de um conceito mais amplo que descrevesse a administração e suas 
alternativas, surgindo o conceito de gestão. 
O estudo de administração está voltado para a atuação do líder ou 
administrador. O líder passou a ser o principal responsável pelo êxito do grupo sob 
seu comando. Em certas gestões, o administrador pode ser enfraquecido ou até ser 
eliminado, destacando-se os colegiados e as decisões grupais. 
Colegiado Escolar é uma forma de Gestão na qual a direção é compartilhada 
por um conjunto de pessoas, que reunidas, decidem sobre a melhoria da escola. 
Propicia um processo permanente de reflexão e discussão de problemas da escola. 
O Colegiado é formado por um grupo representante da comunidade escolar. Esse 
grupo é composto de pais, alunos, funcionários, dirigentes e coordenadores 
pedagógicos. Colegiados são conhecidos pelos nomes de Comitês, Câmara, Grupos 
de Trabalho, Juntas, Conselhos e outros. 
A administração colegiada dá ênfase ao trabalho cooperativo e solidário e se 
pode garantir a participação de todos os segmentos da comunidade escolar, assim 
podem vivenciar situações de cidadania. O processo está vinculado ao cumprimento 
das funções política e social da educação escolar, que é a formação do cidadão 
participativo, responsável criativo e crítico. Surgem os especialistas na organização 
do trabalho na escola como as habilitações para Orientação, Supervisão e 
Administração Escolar no curso superior de Pedagogia. A Lei 5692/71, capítulo V, 
artigo 33: 
 
 
 
 
Seu Professor sugere: 
Leitura da Lei 5692/71, capítulo V, artigo 
33: 
 
8 
 
Com a democratização da Gestão Escolar começa a mudar a visão no campo 
educacional 
A gestão possui três formas conhecida: 
 A Administração, a coparticipação e a autogestão. 
 A administração preocupa-se com a eficiência e em como alcançar os objetivos 
apresentados visando à qualidade. 
 A expressão cogestão é mais ampla que administração. O princípio está 
fundamentado na participação. 
A autoridade do administrador e as suas decisões são consideradas legítimas 
ao ser tomadas com a participação das pessoas sob sua ordem, o administrador-
gestor não é o único responsável pelas decisões. 
A autogestão baseia-se na anarquia, na falta de ordem. Não há hierarquia. Há 
autonomia nos grupos sendo que há necessidade de coordenação. O administrador 
divide seu poder com os demais participantes. A autogestão está em processo, é 
ainda discurso ideológico. 
O diretor de escola exerce uma função muito complexa, como o de autoridade 
escolar, o de educador e de administrador. A Gestão Escolar tem como objetivo 
estabelecer, pronunciar e mobilizar todos os recursos materiais e humanos 
imprescindíveis para o desenvolvimento dos processos sociais e educacionais dos 
estabelecimentos de ensino. 
 
2.2 Histórico 
 
Para compreender a gestão com foco na educação, precisamos nos reportar 
aos primórdios históricos que fizeram com que o termo “gestão” viesse a substituir o 
termo “administração” na execução das ações pertinentes à esfera pública e privada. 
O termo administração é mais antigo e remete a um processo rígido, 
estabelecido, segundo a sua própria definição, para uma condição em que há alguém 
que é superior, que “manda”, que administra alguém ou um grupo de pessoas, que 
são subalternos a esse administrador. Esse profissional é o grande responsável por 
 
9 
planejar as ações, organizar os processos, dirigir o grupo subordinado e controlar o 
seu desempenho. 
Esse modelo surgiu no final do século XIX, acompanhando as 
transformações econômicas e sociais, e se origina nos estudos de alguns intelectuais 
relacionados ao ambiente empresarial, visando produzir pesquisas e teorias com o 
objetivo de otimizar os processos produtivos em desenvolvimento na época. Entre 
esses intelectuais, podemos citar o casal norte-americano Gilbreth, fundador da 
Gilbreth Inc., em 1911, que produziu pesquisas de otimização industrial e estudos 
sobre a fadiga dos trabalhadores no início do século XX. 
Temos ainda Taylor (1856–1915), engenheiro norte-americano reconhecido 
como o fundador da ciência da administração e responsável pelos estudos de 
tempos, movimentos e organização racional do trabalho, assim como Henry Ford 
(1863–1947), que delineia novos contornos para os processos industriais da época. 
Diante desse cenário, cabe relatar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os princípios da administração foram úteis e perseguiram o propósito de 
consolidar o crescimento e a expansão do capitalismo industrial, que deu lastro ao 
desenvolvimento econômico das nações de modo geral. Tais princípios se deslocaram 
para a administração pública, uma vez que eram entendidos como excelentes para o 
aumento da eficiência das operações e para o alcance dos resultados desejados em 
todas as áreas. Foi assim que surgiu no Brasil a administração educacional, voltada 
para a condução desse setor importante a ser administrado pelo Estado em busca do 
bem-estar da coletividade. 
”Os princípios estabelecidos pela administração no início do século XX, previam 
uma administração rígida, onde o chefe ou o proprietário, no caso de pequena 
empresa, eram os donos absolutos das decisões, a autoridade vinha de cima 
para baixo e as suas atividades principais eram mandar fazer as tarefas e 
controlá-las com muito rigor. O objetivo principal da organização era produzir 
mais e com maior eficiência para que o lucro fosse maior (KWA-SNICKA, 1979, 
p.18).” 
 
10 
No entanto, para que a economia continuasse prosperando, com o passar das 
décadas, esse modelo não cumpria mais as suas finalidades. A sociedade se 
reconfigurou, exigindo atitudes mais dinâmicas, flexíveis e adaptáveis às mudanças 
que surgiram — sobretudo após os anos de 1980 — e se intensificaram, como o 
advento da globalização, o impulso das comunicações digitais e as modificações nas 
relações de trabalho e emprego e na própria maneira de conduzir as ações estatais. 
Era necessário agoraalguém que pudesse inovar, que fosse empreendedor de si 
mesmo, que soubesse conduzir pessoas e processos de forma flexível para o alcance 
dos resultados organizacionais. Dentro do contexto dessas mudanças que ocorreram 
no cenário mundial, surgiu o termo gestão, que hoje é amplamente utilizado no campo 
da educação. 
A administração pública brasileira passou por três fases distintas durante o seu 
desenvolvimento histórico... 
 
Figura 1: Fases da administração pública no Brasil. 
 
 Fonte: Adaptada de Rek, (2014). 
 
1. A administração pública patrimonialista: se estende desde o período 
colonial até a década de 1930, sendo caracterizada por uma confusão entre o 
público e o privado e pelo sentimento dos governantes de que o Estado era 
patrimônio seu, fazendo com que os servidores públicos fossem nomeados pelos 
governantes, favorecendo o nepotismo e práticas corruptas. 
 
11 
2. A administração pública burocrática: por sua vez, surgiu a partir de 1936, na 
qual, visando atender às proposições do capitalismo, foi necessária a cisão entre 
o Estado, o mercado e a sociedade. O Estado encarregou-se de atender os 
direitos sociais da população e combater o nepotismo e a corrupção, valendo-se 
para isso da regulamentação e criação de formulários, normas e regras a serem 
seguidas, dentro da lógica de que a burocracia traria impessoalidade e corrigiria 
tais problemas do modelo patrimonialista. O resultado, porém, foi uma disfunção 
da burocracia, tornando o modelo pesado, lento, engessado e ineficiente. 
3. A administração pública gerencial: surgiu após a Constituição Federal de 
1988, visando atender aos seus princípios constitucionais e buscando a 
flexibilidade nos processos e o controle das atividades públicas administrativas e 
operacionais, dando margem ao surgimento da gestão pública. Em todas as áreas 
da gestão pública, inclusive na educação, são persegui-dos sempre os objetivos 
relacionados ao bem público, ou seja, ao benefício da população e da 
coletividade. Para atingir com eficiência tais objetivos, a gestão pública se vale, 
como fundamento, de quatro processos fundamentais: 
o Planejamento; 
o Organização; 
o Direção; 
o Controle. 
Dentro desses processos fundamentais, serão construídas políticas públicas 
que deverão nortear os trabalhos dos gestores públicos, visando a sua maior 
eficiência e o alcance dos objetivos propostos para a sociedade. Você aprenderá 
sobre essas políticas públicas voltadas para a área educacional relacionando-as com 
as práticas dos gestores educacionais no próximo tópico. 
Na Constituição Federal de 1988, o art. 37 afirma que: 
 
 
 
 
 
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]” (BRASIL, 
1988, documento on-line). 
 
12 
 
 
Estes ficaram conhecidos como os princípios da administração pública e 
aplicam-se diretamente ao campo da educação. Para facilitar o entendimento, 
podemos associar esses princípios com a sigla LIMPE. Dessa forma, cada um deles 
traz ao gestor público norteadores importantes para a sua prática. 
Acompanhe o significado de cada um deles. 
 
 Princípios constitucionais da administração pública: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Legalidade 
É o princípio básico de todo o direito público. A legalidade é esteio do Estado 
Democrático de Direito e está correlacionada à tipicidade e às normas de 
direito. Toda atividade administrativa deve estar dotada de legalidade. A 
doutrina costuma usar a seguinte fraseologia: “Enquanto na atividade 
particular tudo o que não está proibido é permitido, na administração pública 
é o inverso, ela só pode fazer o que a lei permite, deste modo, tudo o que não 
está permitido é proibido”. 
 
 Impessoalidade 
O princípio da impessoalidade ou princípio da finalidade impõe ao 
administrador público que apenas pratique o ato para a finalidade legal, de 
forma impessoal. Os atos da administração devem ser sempre imputados ao 
ente ou órgão em nome do qual se realiza e destinado diretamente à 
coletividade, sem privilégio e perseguições. 
 
 Moralidade 
Moral é um conceito subjetivo que se alterna de sociedade em sociedade, de 
época em época. Tem relação estreita com a ética, é um padrão correto, 
considerado medianamente por um grupo social. A moral administrativa 
significa o dever do administrador de não apenas cumprir a lei formalmente, 
mas também substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para 
a administração. 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além desses princípios que se encontram explícitos no texto constitucional, 
existem outros dois que são considerados supra princípios e que norteiam a 
construção dos princípios analisados na tabela. São eles o princípio da supremacia 
do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público. Dessa 
forma, fica reforçada a ideia de que a gestão pública deve sempre estar pautada pelo 
atendimento da finalidade coletiva e da busca pelo bem-estar da população, em 
detrimento de questões individuais. Sempre que o gestor público se afastar da busca 
pelos interesses públicos e do cumprimento das disposições legais, poderá ser 
responsabilizado funcionalmente, sendo inclusive afastado de suas funções. 
 
 
 
 
 
 
 
 Publicidade 
Esse princípio se destina, por um lado, à produção dos efeitos externos dos 
atos administrativos, tem caráter informativo e educativo. Por outro lado, 
também se justifica por permitir a qualquer pessoa que tenha conhecimento 
controle e fiscalização dos atos administrativos. 
 
 Eficiência 
É a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Foi 
acrescentado aos anteriores pela Emenda Constitucional no. 19, de 1998, 
conhecida como a Reforma Administrativa. 
 
 PROF! 
Embora as instituições educacionais tenham se apropriado dos princípios 
da administração que se originaram nas organizações industriais, a sua 
finalidade é completamente diferente, sendo a escola considerada uma 
organização única e particular. Dentro das escolas públicas, os gestores 
são os responsáveis por atingir os resultados esperados junto aos 
estudantes. Os principais gestores educacionais são o diretor, o vice-
diretor, o coordenador pedagógico, o supervisor educacional e o 
orientador educacional. 
 
14 
 
 
2.3 Compromisso Social 
 
No atual contexto educacional, em que interesses econômicos e políticos 
sobressaem em relação aos valores e princípios éticos e cidadãos, a educação, 
sozinha e por si só, não será capaz de transformar essa realidade competitiva. Além 
disso, há que se considerar a grande influência dos meios de comunicação de massa, 
que disseminam ideologias e influenciam modos de pensar e de agir. No entanto, a 
contribuição da educação sempre será necessária e fundamental, pois é através dela 
que podemos formar cidadãos conscientes e transformadores da sociedade. 
Nesse mesmo panorama, observamos a organização de políticas que 
valorizam a diversidade e promovem a cidadania, como as de ação afirmativa, de 
inclusão nas escolas e na sociedade, introdução da história e cultura afro-brasileira, 
africana e indígena nos currículos escolares, entre outros. Temas como esses foram 
e ainda são discutidos e criam espaços para reivindicação de direitos. Sendo assim, 
é necessário ampliar essa discussão no ambiente escolar, para que os educandos e 
educadores saibam da possibilidade e dos resultados das lutas e reivindicações na 
sociedade. 
É papel da gestão educacional realizar ações que estimulem o exercício da 
cidadania. É importante lembrar que a escolha do currículo, dos objetivos 
educacionais, assim como dos conteúdos, metodologias e tipos de avaliação do 
aprendizado escolar demonstraa maneira como a escola se posiciona e trabalha com 
o conceito de cidadania. 
 
15 
Isso também será demonstrado através da relação professor e alunos e na 
atuação que esses dois papéis desempenham no ambiente escolar, contribuindo ou 
não para a formação de um indivíduo crítico reflexivo, democrático, pluralista e 
criativo. 
Assim, devemos refletir sobre a gestão educacional e cidadania, que 
metodologias podem oferecer situações de aprendizagem que envolvam participação, 
de forma que professores e alunos possam opinar, assumir responsabilidades, 
resolver e se posicionar diante dos conflitos e refletir sobre as consequências de seus 
atos. 
Na prática escolar, pode-se estimular atividades escolares, como seminários, 
trabalhos em grupos, exposições, organização de campanhas, eleição de 
representantes de turma e desenvolvimento de projetos que favoreçam o pensamento 
crítico, reflexivo e ativo dos educandos. É importante também que sejam realizados 
trabalhos em torno dos Temas Transversais, para a ampliação do conceito de 
cidadania no espaço escolar. 
Nessa perspectiva, o gestor deve constantemente avaliar seu papel para que o 
ambiente educacional seja democrático e favoreça a aplicação do exercício da 
cidadania pelos estudantes, aliado aos conhecimentos construídos ao longo do 
processo de aprendizagem. 
Portanto, é importante que a escola seja espaço político de elaboração e 
respeito às regras de funcionamento da instituição, para que o convívio social se torne 
favorável à aprendizagem. Assim como os adultos não devem exercer a sua cidadania 
apenas com o ato de votar, os alunos também precisam compreender o sentido amplo 
do exercer a cidadania de uma forma consciente, no dia a dia, nas discussões e 
decisões coletivas, para que compreendam o funcionamento da instituição como 
organização de todos e contextualizada na comunidade escolar. 
Nesse sentido, o gestor educacional possui um papel de grande importância no 
desenvolvimento integral dos estudantes e em sua formação para a cidadania, na 
medida em que está à frente da elaboração e manutenção de uma proposta 
pedagógica, documentos curriculares, que incentiva, organiza e propõe metodologias 
que podem ou não contribuir para a formação cidadã dos estudantes. Assim, cada 
 
16 
escola apresentará o tipo de cidadania que se deseja expressar, o que revela também 
a concepção de educação presente nos documentos e na prática educacional. 
 
3. A GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO 
3.1 Função Social da Escola 
 
Conforme Pérez Gómez (1998, p. 13), o ser humano, desde suas origens, 
elabora mecanismos para sua sobrevivência que são transmitidos às novas gerações. 
“Este processo de aquisição por parte das novas gerações das conquistas sociais – 
processo de socialização – costuma denominar-se genericamente como processo de 
educação”. Nesse sentido, a educação assume a função de socialização e, em 
especial, de humanização do homem. 
Nas sociedades atuais a preparação das novas gerações está sob a 
responsabilidade de instâncias específicas como a escola, cuja função é preparar as 
“novas gerações para sua participação no mundo do trabalho e na vida pública” 
(PÉREZ GÓMEZ, 1998, p. 13), ou seja, promover sua socialização. 
A escola, concebida como instituição socializadora das novas gerações, 
cumpre uma função puramente conservadora: “garantir a reprodução social e cultural 
como requisito para a sobrevivência da sociedade” (PÉREZ GÓMEZ, 1998, p. 14). 
No entanto, a tendência conservadora lógica para a reprodução social choca-
se com outra tendência, também lógica, que busca transformar os caracteres sociais, 
especialmente aqueles desfavoráveis para alguns grupos, caracterizando uma 
contradição externa. 
Nesse contexto, o processo de socialização que a escola cumpre assume dois 
objetivos: 
 Preparar os alunos para o futuro ingresso no mercado de trabalho e formar o 
cidadão para sua intervenção na vida pública, emergindo daí as contradições 
internas que consagram a escola como reprodutora da arbitrariedade cultural. 
Explica-se. 
Com o intuito de formar o cidadão capaz de intervir na vida pública a escola 
deve provocar: 
 
17 
 O desenvolvimento de conhecimentos; 
 Ideais; 
 Atitudes: 
 Pautas, 
Que permitam sua incorporação na vida política e social, esferas que requerem 
“participação ativa e responsável de todos os cidadãos considerados por direito como 
iguais” (PÉREZ GÓMEZ, 1998, p. 20). 
Contraditoriamente essa mesma sociedade, na esfera econômica, induz: 
 À submissão: 
 À disciplina; 
 À aceitação das diferenças sociais. 
Nessa esfera a contradição agrava-se: 
a) A escola deve formar os alunos para sua futura incorporação em que mercado 
de trabalho? 
b) Do trabalho assalariado que requer submissão e disciplina? 
c) Ou do trabalho autônomo que, ao contrário, requer atividade e criatividade? 
Frente a uma função tão complexa e contraditória a escola apresenta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse processo consagra a escola como reprodutora da arbitrariedade cultural 
num meio que estimula a competitividade, em detrimento da solidariedade, desde os 
primeiros momentos da aprendizagem escolar. 
Confirmando os dizeres de Bourdieu, Pérez Gómez (1998, p. 16) conclui que a 
escola socializa preparando o cidadão para aceitar como natural a arbitrariedade 
cultural. Porém, o processo de reprodução nem é linear, nem automático, nem isento 
[...] uma ideologia tão flexiva, frouxa e eclética [...] cujos valores são o 
individualismo, a competitividade, a falta de solidariedade, a igualdade formal 
de oportunidades e a desigualdade “natural” de resultados em função de 
capacidades e esforços individuais. Assume-se a idéia de que a escola é igual 
para todos e de que, portanto, cada um chega onde suas capacidades e seu 
trabalho pessoal lhes permitem (PÉREZ GÓMEZ, 1998, p. 16). 
 
 
 
18 
de contradições e resistências; o processo de socialização acontece também em 
consequência das práticas sociais. A escola é um cenário de conflitos. 
Para Pérez Gómez (1998, p. 19) na escola, como em qualquer outra instituição 
social, existem espaços de relativa autonomia que podem ser usados para 
desequilibrar a tendência reprodutora, uma vez que o processo de socialização 
envolve um complexo movimento de negociação em que as reações e resistências de 
professores/as e alunos/as podem chegar a provocar a recusa e ineficiência das 
tendências reprodutoras da escola. 
 A contradição externa – tendência conservadora x tendência renovadora – 
acontece de forma específica na escola. As correntes renovadoras impulsionam a 
resistência e a transformação. 
A função educativa da escola, ou seja, a utilização do conhecimento social e 
historicamente construído, da experiência e da reflexão como ferramentas de análise 
para compreender a sociedade e a ideologia dominante, quebra ou pode quebrar o 
processo produtivista. 
 O grande desafio da escola é fazer com que sua função educativa assuma um 
caráter compensatório, isto é, atenda às diferenças de origem, oportunizando o 
acesso à cultura, provocando e facilitando a reconstrução dos conhecimentos, das 
disposições e das pautas de conduta que a criança assimila em sua vida paralela e 
anterior à escola. A escola não pode anular a desigualdade socioeconômica, mas 
pode atenuar seus efeitos. Para tanto, deve oferecer o conhecimento como 
ferramenta de análise e, mais que transmitir informação, deve orientar... 
 
 
 
 
 
 
 
 
[...] para provocar a organização racional da informação fragmentaria recebida 
e a reconstrução das preconcepções acríticas formadas pela pressão 
reprodutora do contexto social. [...] É preciso transformar a vida da aula e da 
escola, de modo que se possam vivenciar práticas sociais e intercâmbios 
acadêmicos que induzam à solidariedade, à colaboração, à experimentação 
compartilhada, assim como a outro tipo de relações como conhecimento e a 
cultura que estimulem a busca, a comparação, a crítica, a iniciação e a criação 
(PÉREZ GÓMEZ, 1998, p. 26). 
 
19 
Assim como Bourdieu, Pérez Gómez afirma que a escola exerce uma função 
de reprodução cultural e de conservação social. Porém, ele acredita na existência de 
um espaço de autonomia no qual a resistência pode gerar transformações. Além da 
função de conservação e de reprodução a escola pode, através de sua função 
educativa, estimular a participação ativa e crítica dos alunos, primeiramente; 
 Nas atividades desenvolvidas na sala de aula; 
 Posteriormente no cenário social propriamente dito. 
 
 
 
3.2 Políticas Públicas na Educação 
 
As Políticas públicas são parte da ciência política, estudada desde o início do 
século passado. No entanto, só recentemente constituiu cursos de graduação e pós-
graduação no Brasil. É conceituado por muitos pesquisadores como um conjunto de 
teorias que tentam explicar como se dá a construção e implementação de ações do 
Estado, para alterar ou manter uma determinada realidade. É um esforço para 
classificar, prever e melhorar processos políticos. Por exemplo: como se dá, no âmbito 
do governo de sua prefeitura, o combate à dengue? Como o secretário convence o 
Prefeito de que é necessário mais dinheiro ou mais pessoal? Como as organizações 
da sociedade ajudam na tarefa de combate à dengue? As ações da prefeitura dão 
bons resultados? 
As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todos os níveis de 
escolaridade, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com a expansão 
da democracia, as responsabilidades dos representantes popular se diversificaram, 
sendo, portanto, comum dizer que sua função é promover a qualidade de vida da 
sociedade. Essa qualidade de vida está intimamente relacionada a ações bem 
desenvolvidas e a sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, 
habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se 
contemplar a qualidade de vida como um todo. 
https://www.politize.com.br/democracia-o-que-e/
 
20 
É partindo desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em 
diferentes áreas, os governos nas esferas federal, estaduais ou municipais, se utilizam 
das políticas públicas. 
Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas 
pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou 
indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de 
cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, 
cultural, étnico ou econômico. Sendo, portanto, direitos assegurados na Constituição. 
As políticas públicas podem possuir dois sentidos diferentes: 
1. Político: encara-se a política pública como um processo de decisão, em que 
há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o 
governo decide o que fazer ou não fazer. 
2. Administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas 
e atividades realizadas pelo governo. 
A política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou parte da 
política de governo. Sendo que a política de Estado é toda política que independente 
do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. 
Entretanto a política de governo pode depender da alternância de poder. Cada 
governo tem seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas. 
Vejamos alguns exemplos dessa distinção: é muito comum ouvirmos dizer que 
a política externa do país deve ser uma política de Estado, ou seja, uma política 
orientada por ideais que transcendem governos e que se mantêm no longo prazo. 
Políticas públicas eficientes que têm continuidade de um governo para outro podem 
se transformar em política de Estado. Um possível exemplo disso é o programa Bolsa 
Família, criado e expandido no governo do PT, cujos bons resultados levaram o líder 
oposicionista Aécio Neves a propor que o programa seja transformado em política de 
Estado, no ano de 2014 (a ideia seria incorporar o programa à Lei Orgânica da 
Assistência Social). 
 Criar uma política pública, ou seja, um programa com vista a erradicar um 
problema de ordem social, é muito mais complexo que que se possa imaginar, 
uma vez que, mobiliza um número muito grande de pessoas: especialistas, 
https://www.politize.com.br/niveis-de-governo-federal-estadual-municipal/
https://www.youtube.com/watch?v=fZV2yC3jSr8
https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
https://www.politize.com.br/gestao-de-conflitos-politica/
https://www.politize.com.br/politica-externa-o-que-e-e-por-que-e-importante/
https://www.politize.com.br/bolsa-familia-mitos/
https://www.politize.com.br/bolsa-familia-mitos/
http://senado.jusbrasil.com.br/noticias/112173164/projeto-que-transforma-bolsa-familia-em-politica-de-estado-pode-ser-votado-na-quarta
http://senado.jusbrasil.com.br/noticias/112173164/projeto-que-transforma-bolsa-familia-em-politica-de-estado-pode-ser-votado-na-quarta
 
21 
professores e outros funcionários públicos, em áreas muito extensas. Ainda se 
faz necessário disponibilizar recursos financeiros públicos e ações bem 
elaboradas para viabilizar o sucesso do programa, tais como: 
 Planejamento de aplicação e fiscalização do investimento: 
 Avaliação das práticas e aprimoramento constante para tornar essas ações 
mais eficientes. 
Tudo isso, seguindo uma série de regras e conhecimentos técnicos. 
As políticas públicas dão forma ao País e por isso é tão importante que a 
população as conheça. Se estabelecemos uma política pública de redistribuição 
de renda, por exemplo, estamos sinalizando o enfrentamento da dura 
desigualdade econômica brasileira, de maneira mais imediata - o que é 
importante para a parcela da população mais pobre, como os das milhões de 
pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. 
Essa visão do que são e para que se faz políticas públicas têm de estar 
presente na vida de toda a população em todo tempo e não apenas durante os 
períodos eleitorais. Quanto mais democráticos e técnicos forem os processos das 
políticas públicas, maiores as chances de os resultados serem positivos para toda 
a sociedade. Como os recursos financeiros do País são limitados, as políticas 
públicas desempenham a importante papel de organizar para onde vai esse 
montante de dinheiro público. 
Existem quatro tipos de políticas públicas que impactam nossas vidas 
diariamente: 
a) Políticas Públicas Distributivas: sua a principal função é distribuir certos 
serviços, bens ou quantias a apenas uma parcela da população. Um 
exemplo seria o direcionamento de dinheiro público para áreas que sofrem 
com enchentes; na Educação, seriam as cotas. 
b) Políticas Públicas Redistributivas: sua principal função é redistribuir bens, 
serviços ou recursos para uma parcela da população, retirando o dinheiro 
do orçamento de todos. Um exemplo disso seria o sistema previdenciário; 
na Educação seria a política de financiamento educacional, onde há um 
fundo em que todos os municípios e estados colocam dinheiro, mas que 
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/12/05/no-brasil-152-milhoes-vivem-abaixo-da-linha-da-extrema-pobreza-diz-ibge.ghtml
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/12/05/no-brasil-152-milhoes-vivem-abaixo-da-linha-da-extrema-pobreza-diz-ibge.ghtml
 
22 
depois é repartido conforme as matrículas e não de acordo com a 
contribuição de cada um. 
c) Políticas Públicas Regulatórias: Essas medidas estabelecem regras para 
padrões de comportamento. São bastante conhecidas, pois tomam a forma 
de leis. Um exemplo muito comum são as regulações do trânsito; na 
Educação, podemos citar a lei que organiza a área, como a LDB (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação). 
d) Políticas Públicas Constitutivas: O nome difícil quer dizer que elas 
estabelecem as “regras do jogo”. Isto é, são elas quedizem como, por 
quem e quando as políticas públicas podem ser criadas. O conceito pode 
parecer obscuro, mas quer saber uma que atinge a vida de todos nós? A 
distribuição de responsabilidade entre municípios, estados e Governo 
Federal. Na Educação, por exemplo, municípios são responsáveis pela 
Educação Infantil e Ensino Fundamental 1; estados pela Ensino 
Fundamental 2 e Ensino Médio; e o Governo Federal pela Educação 
Superior. 
 
 
3.3 O Trabalho do Gestor na Instituição 
 
A escola enquanto instituição social e educativa tem como objetivo promover a 
formação do indivíduo, formar cidadãos críticos e desenvolver um trabalho 
pedagógico-organizacional baseados em uma gestão democrática. 
Desta forma, o gestor é responsável em operacionalizar o trabalho educativo 
na escola tomando a frente nas decisões administrativas e burocráticas, assumindo 
um papel de líder democrático, possibilitando um trabalho, onde todos os profissionais 
da educação possam participar ativamente das decisões que perpassam o cotidiano 
escolar. 
Portanto, é preciso investir em processos democráticos de gestão, buscando 
melhorias para as práticas escolares, para isso, as atribuições do gestor enquanto 
líderes institucionais devem ser de mediar, orientar e organizar as atividades 
 
23 
administrativas, burocráticas e pedagógicas, delegando funções, para o 
acompanhando da operacionalização do trabalho nas tarefas de planejamento, 
coordenação, avaliação das atividades metodológicas e curriculares no âmbito da 
escolar. 
Nesse contexto a administração escolar deve ser pensada estrategicamente 
para oferecer uma educação de qualidade, promover eficiência nas atividades e 
garantir sustentabilidade financeira da instituição. A gestão escolar deve ser vista de 
forma holística, evitando os erros que comprometem a qualidade gerencial. 
Desta forma torna-se importante: 
 Levantar as principais demandas; 
 Apontar as falhas existentes; 
 Instituir metas que possam reverter às situações desfavoráveis; 
 Incentivar as tarefas inovadoras. 
Por isso, é preciso o engajamento de todos os envolvidos em prol da melhoria 
dos serviços. 
A democratização e a participação da equipe são primordiais na relação 
política, na dinâmica do processo democrático de transformação da realidade 
educativa inserida no mundo capital. Somente tais pressupostos estimulam a 
discussão, compreendem a reflexão, geram criatividade e produzem o saber, 
elementos essenciais para o coletivismo no ambiente social. 
O alicerce para uma gestão escolar é o fortalecimento local sobre as decisões 
coletivas da escola. A gestão escolar necessita ser um agente de transformação, 
necessita legitimar seu aspecto profissional, não pode ser um veículo conteudista e 
não pode ser um centralizador. Pensar que a escola ao longo de sua história não 
constituiu ranços de autoritarismo e de burocracia é uma grande utopia, mas não 
pensar que a escola possa dar ao educando uma perspectiva de cidadania e de 
abertura para o mundo é colocar a escola na esfera mais baixa das instituições sociais. 
 Libâneo (2012) sugere seis áreas de atuação da gestão escolar: 
 O planejamento e o projeto pedagógico escolar; 
 O planejamento e desenvolvimento do currículo; 
 Organização e o desenvolvimento do ensino; 
http://www.gennera.com.br/blog/5-principais-erros-de-uma-administracao-escolar/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost
 
24 
 As práticas de gestão técnico-administrativas e pedagógico curriculares; 
 O desenvolvimento profissional; 
 Avaliação institucional e da aprendizagem. 
Se articulando em três blocos: 
 Primeiro, de áreas vinculadas às finalidades da escola (projeto, currículo e 
ensino); 
 Segundo, daquelas relacionadas aos meios (práticas de gestão e 
desenvolvimento profissional) 
 Terceiro é o da avaliação envolvendo todas as práticas. 
Uma das condições fundamentais para que haja autonomia e participação, ou 
seja, gestão escolar, é a participação da comunidade escolar no processo das 
tomadas das decisões. Segundo Garote (2002), essa participação só poderá se 
concretizar a partir de alguns pontos básicos, como a autonomia dos movimentos 
sociais e de suas organizações, criação de espaços de participação, transparência 
política e econômica, dentre outros. 
Acreditar que a escola não traz ranços de autoritarismo e de burocracia é uma 
grande utopia, mas não poder imaginar que a escola possa dar ao educando uma 
perspectiva de cidadania e de abertura para o mundo é colocar a escola na esfera 
mais baixa das instituições sociais. 
Neste sentido, eficiência não pode ser confundida com eficácia, pois: 
 A eficiência ocorre quando os sujeitos da escola cumprem com a natureza e a 
finalidade de suas práticas educacionais; 
 A eficácia se trata da superação da qualidade indicada pela eficiência, ou seja, 
quando a escola cumpre com os objetivos que vão além daqueles que lhes são 
próprios. 
 O gestor escolar e sua equipe devem trabalhar primeiramente em função da 
eficiência, isto é, garantir o bom desempenho do processo de ensino-aprendizagem. 
Tudo que ocorre dessa eficiência contribui para que a escola se torne eficaz. A clareza 
desses conceitos (eficiência e eficácia) são condições para instaurar um planejamento 
educacional coerente com a realidade escolar. 
 
25 
Toda parceria realizada entre escola e organizações deve ser ajustada em 
função do conceito de eficiência do processo educacional escolar, pois tal parceria 
pode correr o risco de atender mais a eficácia dos interesses das organizações do que 
os da própria escola. 
 
 
 
 
 
4. ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR 
4.1 O Que é Administração Escolar 
 
A administração escolar cuida da instituição como estrutura física, como o 
prédio, os equipamentos, materiais necessários para o funcionamento das aulas e dos 
projetos propostos pela gestão pedagógica. Esta parte tem também a missão de zelar 
pelos bens e garantir que sejam bem utilizados em prol do ensino. 
Uma boa administração deve buscar, como objetivo central, realizar os 
fins educativos, e isso envolve desde as atividades meio até as atividades fim. 
A função de administrador é função que depende muito da pessoa que a 
exerce; o administrador depende de quem ele é, do que tenha aprendido e de uma 
longa experiência. Tudo isto é que faz o administrador. E, é comum, entre nós, pensar 
que aquilo que não se aprende senão em muitos anos, não se precisa aprender. Daí, 
não se precisar de preparar o administrador. 
O administrador é a pessoa que dispõe dos meios e dos recursos necessários 
para obter alguns resultados. Resultados certos, e isto é um administrador. Logo, 
 
26 
determinados, propositais, estabelecidos pela ação intentada. Não há função mais 
constante nem mais geral. A vida está completamente saturada dela. Sem 
administração, a vida não se processaria. 
Na educação, o elemento mais importante é o professor. Se este professor é 
pessoa de ciência, de alta competência, e a sua escola é pequena, pode realizar a 
função de ensinar e a de administrar. Organiza a sua classe, administra a sua classe, 
faz os trabalhos necessários para que o ensino se faça bem. 
O professor ensina aos alunos, e, mais, guia e dirige os estudos dos alunos. 
Estão reunidas nas atividades desse professor as três grandes funções que vão 
passar para a Administração. 
A função de administrar propriamente a classe; a função de planejar os 
trabalhos e a função de orientar o ensino. 
Se o professor for sumamente competente, a Administração fica sumamente 
insignificante. Daí, à medida que passamos do ensino primário para o secundário, e 
deste para o superior, reduzir-se, teoricamente, a função da Administração, tanto mais 
importante quanto mais tenha a escola professores de nível, digamos, mais modesto. 
No ensino superior à Administração é quase mínima, no secundário, é média, e no 
primário, é máxima.Além de ser o responsável legal e administrativo pelo estabelecimento, o 
administrador escolar tem a missão de atuar junto ao corpo de professores e discente 
da sua instituição de ensino, coordenando as práticas pedagógicas, bem como 
acompanhando e analisando o desenvolvimento do currículo. 
De um modo geral, este tem a função de diretor da instituição, que normalmente 
é um pedagogo com uma especialização incorporada ou não à licenciatura em 
pedagogia. 
A discussão acerca da administração escolar ganhou força depois da 
Constituição Federal de 1988, e posteriormente com a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, nº 9394/96, que preconiza a gestão democrática da escola. 
O preparo do administrador é que irá permitir organizar o ensino em rápido 
desenvolvimento e criar a consciência profissional necessária, pela qual aquele antigo 
pequeno sistema escolar, com o professor incompetente, precisando apenas de um 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
 
27 
guardião para sua escola, hoje transformado no grande sistema moderno, no qual não 
se encontra mais aquele tipo de professor e as escolas complexas e fluidas não 
dispõem sequer de estabilidade do magistério, possa conservar as condições 
equivalentes àquelas anteriores e produzir ensino com a mesma eficácia. 
O novo administrador terá, pois, de substituir algumas funções daquele antigo 
professor, ou melhor fazer o necessário para que o novo professor, tanto quanto 
possível, tenha a mesma eficiência daquele antigo professor. 
 Quando no começo dizia que o grande professor administra a sua classe, ensina 
e guia o aluno, estava a indicar as três grandes funções que agora deverão ser 
selecionadas, para constituir as grandes funções da administração da escola. Aquele 
professor que revele maior capacidade administrativa deverá orientar-se naturalmente 
para a especialização de administrador da escola. 
 
5. GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO 
5.1 Conceito 
 
As mudanças vividas na atualidade (décadas de 80 e 90) em nível mundial, em 
termos econômicos, sociais e culturais, com a transnacionalização da economia e o 
intercâmbio quase imediato de conhecimentos e padrões sociais e culturais, através 
das novas tecnologias da comunicação, entre outros fatores, têm provocado uma nova 
atuação dos Estados nacionais na organização das políticas públicas, por meio de um 
movimento de repasse de poderes e responsabilidades dos governos centrais para as 
comunidades locais. 
Na educação, um efeito deste movimento são os processos de 
descentralização da gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais importantes 
tendências das reformas educacionais em nível mundial (Abi-Duhou, 2002) e um tema 
importante na formação continuada dos docentes e nos debates educacionais com 
toda a sociedade. 
 Como essa tendência é vivida nas escolas e nos sistemas educacionais? 
 Quais são as diferentes possibilidades de vivenciar processos de 
descentralização e autonomia nas escolas e nos sistemas? 
 
28 
 Que desafios precisam ser enfrentados, considerando uma tradição autoritária 
e centralizadora, comum em tantos países, dentre eles o Brasil? De que modo 
oportunizar a participação da comunidade educativa, a partir da diversidade dos 
diferentes atores sociais? 
 Qual a relação entre democratização da escola e qualidade de ensino? O que 
se entende por gestão democrática na educação? 
Essas são algumas das preocupações que surgem quando se busca 
implementar processos de descentralização e autonomia no campo da educação. 
 A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento 
de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiem a 
participação social: 
 Na formulação de políticas educacionais; 
 No planejamento; 
 Na tomada de decisões; 
 Na definição do uso de recursos necessidades de investimento; 
 Na execução das deliberações coletivas; 
 Nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. 
Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a 
permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda 
a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa educação 
universalizada, são questões que estão relacionadas a esse debate. Esses processos 
devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores envolvidos, que 
participam no nível dos sistemas de ensino e no nível da escola (Medeiros, 2003). 
Esta proposta está presente hoje em praticamente todos os discursos da 
reforma educacional no que se refere à gestão, constituindo um "novo senso comum", 
seja pelo reconhecimento da importância da educação na democratização, regulação 
e "progresso" da sociedade, seja pela necessidade de valorizar e considerar a 
diversidade do cenário social, ou ainda a necessidade de o Estado sobrecarregado 
(Barroso, 2000) "aliviar-se" de suas responsabilidades, transferindo poderes e funções 
para o nível local. 
 
29 
Em nível prático, encontramos diferentes vivências dessa proposta, como a 
introdução de modelos de administração empresariais, ou processos que respeitam a 
especificidade da educação enquanto política social, buscando a transformação da 
sociedade e da escola, através da participação e construção da autonomia e da 
cidadania. Falar em gestão democrática nos remete, portanto, quase que 
imediatamente a pensar em autonomia e participação. O que podemos dizer sobre 
esses dois conceitos, já que há diferentes possibilidades de compreendê-los? 
Pensar a autonomia é uma tarefa que se apresenta de forma complexa, pois 
se pode crer na ideia de liberdade total ou independência, quando temos de considerar 
os diferentes agentes sociais e as muitas interfaces e interdependências que fazem 
parte da organização educacional. Por isso, deve ser muito bem trabalhada, a fim de 
equacionar a possibilidade de direcionamento camuflado das decisões, ou a 
desarticulação total entre as diferentes esferas, ou o domínio de um determinado 
grupo, ou, ainda, a desconsideração das questões mais amplas que envolvem a 
escola. 
Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ter muitos 
ignificados, além de poder ser exercida em diferentes níveis. Podemos pensar a 
participação em todos os momentos do planejamento da escola, de execução e de 
avaliação, ou pensar que participação pudesse ser apenas convidar a comunidade 
para eventos ou para contribuir na manutenção e conservação do espaço físico. 
Portanto, as conhecidas perguntas sobre: 
 "Quem participa?", 
 "Como participa?", 
 "No que participa?", 
 "Qual a importância das decisões tomadas?"... 
Devem estar presentes nas agendas de discussão da gestão na escola e nos 
espaços de definição da política educacional de um município, do estado ou do país. 
Quais são os instrumentos e práticas que organizam a vivência da gestão 
escolar? 
Em geral, esses processos mesclam democracia representativa - instrumentos e 
instâncias formais que pressupõem a eleição de representantes, com democracia 
 
30 
participativa - estabelecimento de estratégias e fóruns de participação direta, 
articulados e dando fundamento a essas representações. 
Vários autores, como Padilha (1998) e Dourado (2000), defendem a eleição de 
diretores de escola e a constituição de conselhos escolares como formas mais 
democráticas de gestão. Outro elemento indispensável é a descentralização 
financeira, na qual o governo, nas suas diferentes esferas, repassa para as unidades 
de ensino recursos públicos a serem gerenciados conforme as deliberações de cada 
comunidade escolar. Estes aspectos estarão conformados na legislação local, nos 
regimentos escolares e regimentos internos dos órgãos da própria escola, como o 
Conselho Escolare a ampla Assembleia da Comunidade Escolar. 
Para funcionar em uma perspectiva democrática, segundo Ciseki (1998), os 
Conselhos, de composição paritária, devem respaldar-se em uma prática participativa 
de todos os segmentos escolares (pais, professores, alunos, funcionários). Para tal, é 
importante que todos tenham acesso às informações relevantes para a tomada de 
decisões e que haja transparência nas negociações entre os representantes dos 
interesses, muitas vezes legitimamente conflitantes, dos diferentes segmentos da 
comunidade escolar. 
Os conselhos e assembleias escolares devem ter funções deliberativas, 
consultivas e fiscalizadoras, de modo que possam dirigir e avaliar todo o processo de 
gestão escolar, e não apenas funcionar como instância de consulta. 
Em seu projeto político-pedagógico, construído através do planejamento 
participativo, desde os momentos de diagnóstico, passando pelo estabelecimento de 
diretrizes, objetivos e metas, execução e avaliação, a escola pode desenvolver 
projetos específicos de interesse da comunidade escolar, que devem ser 
sistematicamente avaliados e revitalizados. 
A gestão democrática da escola significa, portanto, a conjunção entre 
instrumentos formais - eleição de direção, conselho escolar, descentralização 
financeira - e práticas efetivas de participação, que conferem a cada escola sua 
singularidade, articuladas em um sistema de ensino que igualmente promova a 
participação nas políticas educacionais mais amplas. 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 Participação no Espaço Escolar 
 
É fundamental, para efetivação da Gestão Democrática na Escola – a presença 
dos Membros do Conselho Escolar, visando repensar sobre a organização do trabalho 
coletivo. Logo, 
[...] a democracia se expressa como condição fundamental para que a 
organização escolar se traduza em um coletivo atuante, cujos deveres 
emanam dele mesmo, a partir de sua maturidade social, e se configuram em 
sua expressão e identidade, que se renova e se supera continuamente [...] 
(LUCK, 2011, p. 56). 
 
Neste sentido, a participação coletiva em reuniões para debater as possíveis 
decisões a serem desenvolvidas no espaço escolar precisa ser realizada com 
transparência para contribuir com a efetivação da Gestão Democrática. 
É preciso ter consciência de que os avanços que se derem no sentido da 
democratização das relações no interior da unidade escolar serão função das lutas 
que se fizerem em toda a sociedade civil. O que se pretende dizer é que tal 
democratização jamais terá consistência se for apenas ‘delegada’ pelos que 
representam o poder do Estado, sem a ação da sociedade civil enquanto sujeito social. 
Por isso, é preciso verificar o que a comunidade pode fazer por si própria no momento 
presente e quais os obstáculos que se apresentam para que esta sua potencialidade 
se consubstancie em ações que possam levar a uma participação mais efetiva nas 
decisões da escola (PARO, 2000, p. 21) 
Conceito de Gestão Democrática “[...] é um processo de aprendizado e de 
luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas 
vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de sua relativa 
autonomia, a possibilidade de criação de canais de efetiva participação e de 
aprendizado do ‘jogo’ democrático e, consequentemente, do repensar das 
estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio 
dessas, as práticas educativas” (DOURADO, 2006, p.6). 
 
32 
Sendo assim, na concepção de P aro (2000), a tentativa de aproximação de 
membros da sociedade com desejo de participação na escola depende, em grande 
parte, da atuação do gestor, e de tudo que se faz no interior da unidade escolar. 
Bastos (2005) menciona que a participação deve promover a politização, o debate, a 
liberdade de se organizar (BASTOS, 2005, p.22). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3 Planejamento e Avaliação 
 
“ O Planejamento é sinalizador para a condução do processo de ensino e para 
que sejam atingidos os resultados almejados.” 
O planejamento, visto estrategicamente, não é outra coisa senão a ciência e a 
arte de construir maior governabilidade aos nossos destinos, enquanto pessoas, 
organizações ou países. 
Diz respeito a um conjunto de princípios teóricos, procedimentos metodológicos 
e técnicas de grupo que podem ser aplicados a qualquer tipo de organização social 
que demanda um objetivo, que persegue uma mudança situacional futura. 
Participar implica compartilhar poder, vale dizer, 
implica compartilhar responsabilidades por decisões 
tomadas em conjunto como uma coletividade e o 
enfraquecimento dos desafios de promoção de 
avanços, no sentido da melhoria contínua e 
transformações necessárias (LUCK, 2011, p. 44). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Os Conselhos Escolares configuram-se, historicamente, 
como espaço de participação [...]. Constituem-se em espaços 
coletivos de deliberação, assumindo, desse modo, o papel de 
órgão corresponsável pela gestão administrativa e 
pedagógica das escolas e, em outros, em razão de sua 
atuação [...]” (DOURADO, 2007, p. 934). 
 
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 Não trata apenas das decisões sobre o futuro, mas questiona principalmente 
qual é o futuro de nossas decisões e é na ação concreta que o plano se decide e prova 
sua importância. 
O processo de planejamento não substitui a perícia dos dirigentes, nem o 
carisma da liderança, ao contrário, aumenta sua eficácia porque coloca estes 
aspectos a serviço de um projeto político coletivo. 
O planejamento é um alicerce fundamental para a construção de uma 
“educação corajosa, [...] de uma educação que leve o homem a uma nova postura de 
seu tempo e espaço” (FREIRE, 2011, p. 122). Isso porque, afinal, o maior 
compromisso do processo educativo está na crença de que é possível a mudança 
social. Essa mudança deve refletir-se em uma escola que promova uma 
aprendizagem pautada na construção de um planejamento sério e comprometido com 
a realidade dos estudantes; que reconhece esses sujeitos em suas singularidades, 
em suas identidades e com eles estabelece o diálogo esclarecedor, ensinando-os a 
pensar; procura, também, suprimir práticas voltadas à inclusão. 
Portanto, a necessária importância de tal prática, em muitos casos, não é 
considerada no contexto educacional. Muitos docentes recorrem a planejamentos 
“prontos”, a roteiros de transposição didáticas que contemplam os diferentes 
componentes curriculares, ou, o que é pior, agem de forma improvisada. Com base 
nessas observações, faz-se uma reflexão para abranger as finalidades do 
planejamento, que, segundo Vasconcellos (1999), consistem em: 
 Despertar e fortalecer a esperança na história, 
 Ser um instrumento de transformação da realidade, 
 Combater a alienação, 
 Ajudar a prever e superar dificuldades e racionalizar esforços, tempo e 
recursos. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2: Planejamento e Avaliação. 
 
 Fonte: (AGUIAR, 2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sociedade. São Paulo: Cortez e Autores Associados, Janeiro, n. 2. 1979. 
BRAVERMAN, H. Trabalho e Capital Monopolista; a degradação do trabalho noséculo 
XX. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980. EVANGELISTA, Olinda. Curso de 
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Pedagogia. Florianópolis: texto mimeo, 29/10/2005. 
 
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005/2005 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Brasília: 
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Escolar; uma introdução crítica. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
 
 
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