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CURSO DE PSICOLOGIA PSICOPATOLOGIA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO 18 SET. 2023 LILIAN GRACYETE A. D DA COSTA RESENHA CRÍTICA: A prática da psicopatologia DALGALARRONDO P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Autor do Livro Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais 3ª. edição, Paulo Dalgalarrondo é professor de Psicopatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp; doutor em Antropologia Social pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e doutor em Medicina pela Universidade de Heidelberg - Alemanha. A presente obra está dividida em 03 (três) partes e contempla 40 (quarenta) capítulos. Descreve conceitos tradicionais da psicopatologia e conhecimentos científicos atuais acerca da mente humana e seus transtornos. Apesar de ser descrito como um livro de “linguagem acessível”, é notório que se faz necessário o mínimo de conhecimento de conteúdos teóricos da área da saúde para a compreensão da temática. Em outras palavras, o público alvo do livro são profissionais e estudantes das áreas da saúde mental. O livro aborda os aspectos gerais da psicopatologia; a avaliação do paciente e suas funções psíquicas alteradas e as grandes síndromes psicopatológicas. Não menos importante, destaca-se que a 3ª edição está atualizada de acordo com o DSM-5 e a CID-11. No contexto da avaliação do paciente e as funções psíquicas alteradas - Parte II do livro e objeto da presente resenha, destaca-se que além do olhar acurado do observador, a entrevista inicial é sem dúvida, a principal ferramenta de conhecimento da psicopatologia. Realizada de forma técnica e profissional, a entrevista dá suporte para um diagnóstico e um planejamento terapêutico assertivo, já que dois aspectos relevantes são levantados: a anamnese, que é o histórico dos sintomas e sinais do paciente; e o exame do estado mental atual - também chamado de exame psíquico. Para Dalgalarrondo (2019, p. 45): (...) a técnica e a habilidade em realizar entrevistas são atributos fundamentais e insubstituíveis do profissional da saúde em geral e da saúde mental em particular. Tal habilidade é, em parte, aprendida e, em parte, intuitiva, atributo da personalidade do profissional, de sua sensibilidade nas relações pessoais. Neste sentido, a entrevista deve contemplar perguntas que sugiram respostas úteis. O profissional precisa ser respeitoso, empático e acolhedor. Algumas posturas são consideradas impróprias e devem ser evitadas, como por exemplo: uma postura áspera ou atitude neutra ou fria com o paciente, emoções irrazoáveis por parte do entrevistador, comentários carreados de juízo de valor, postura de comiseração com o paciente, hostilidade no modo de falar, entrevistas sem objetividade e excesso de anotações. A entrevista inicial é tão importante, que quando feita de forma descuidada, gera desconforto no paciente que acaba abandonando o tratamento logo de início. Neste sentido, o olhar e toda a emoção que envolve esse primeiro contato causarão uma primeira impressão no paciente e precisa ser elaborada de forma que transmita confiança e esperança. O profissional deve ainda zelar pela discrição e pelo sigilo. Importante destacar também, que no processo de avaliação e diagnóstico do paciente, não existem alterações psicopatológicas segmentadas. Em outras palavras, o sujeito adoece como um todo e não há que se falar em funções psíquicas isoladas. Quando uma pessoa adoece, todos os aspectos de sua personalidade são afetados. Por esta razão, os sintomas devem ser analisados de forma estruturalmente conexa. Em síntese, o autor utiliza quadros demonstrativos, faz enumerações para chamar a atenção do leitor e suas ideias são pontuais e coesas. Logo, a presente obra, sem dúvida, é de extrema utilidade e recomenda-se àqueles que se interessam pelo estudo dos sintomas, comportamentos e transtornos mentais.
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