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DADOS DE ODINRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe eLivros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo. Sobre nós: O eLivros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: eLivros. Como posso contribuir? 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Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98). editor: Thiago Domingues Regina projeto editorial: BookPro coordenação editorial: Blenda Castro revisão: Tatiana Valle Lacerda copidesque: Julia Rosa versão digital: Fabio Martins capa: Clara Wanderley e-ISBN 978-65-598-5682-4 Todos os direitos reservados, no Brasil, por Editora Viseu Ltda. contato@editoraviseu.com www.editoraviseu.com Prefácio Foi com muita honra que recebi o convite para produzir o prefácio do livro (GUIA ÚNICO DE CIÊNCIAS HUMANAS NA REDAÇÃO – Como usar o repertório sociocultural) dos professores Nelson Adrian e Jeffrey Rabelo, dois conceituados profissionais que trabalham em grandes escolas há muitos anos, com muita dedicação e amor pela educação, visando à formação de cidadãos comprometidos com a sociedade. A obra nos fornece excelentes e inovadoras ferramentas literárias para que o estudante construa a redação de acordo com a tipologia textual dissertativa-argumentativa exigida pelo ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. Essa conexão de ideias se dá desde o momento em que os alunos recebem a temática, sendo essa analisada por eles, ressaltando as aptidões exigidas pelo processo seletivo em questão. As competências 2 e 3, as mais temidas pelos estudantes, encarregam-se da compreensão e interpretação do objeto e dos textos motivadores. A primeira apresentada estabelece que se deve observar as palavras-chave, estabelecendo abrangência temática. Isso deve ser feito dentro da estrutura tipológica exigida pelo ENEM. Ademais, é importante destacar o repertório sociocultural atrelado aos argumentos pontuados na introdução. Já a segunda, enfatiza a seleção dos argumentos, a organização, em ordem de relevância, primeiramente o argumento mais expressivo, a relação do argumento com o seu devido repertório sociocultural, exigido pela competência 2, e, por fim, a interpretação, ou seja, a explicação da analogia existente entre o repertório e o seu respectivo argumento. De posse do conhecimento das exigências das competências 2 e 3, percebe-se que estas demandam uma bagagem sociocultural que é encontrada nesta obra de uma forma inusitada e de fácil compreensão, incentivando o aluno a buscar novos conhecimentos (de mundo, filosóficos, sociológicos...), formando, assim, um pensamento decisivo acerca dos acontecimentos. Essa concepção da criticidade configura no estudante a facilidade de desenvolver os temas que lhes são propostos pelo ENEM. A construção de excelência se dá pela apresentação de informações diferenciadas neste livro, como os textos de apoio que fornecem informações importantíssimas para o direcionamento da argumentação; autores e pensadores de referência relacionados a cada temática apresentada na obra com a finalidade de fundamentá-la; exemplos práticos, extremamente didáticos, direcionados ao cotidiano do aluno, para o melhor entendimento das situações em que vivem; dicionário sociocultural, expõe unidades léxicas específicas organizadas de acordo com a temática em questão e, por fim, propostas de intervenção, competência 5, que são organizadas em torno de alguns elementos, como: agentes transformadores (Quem pratica a ação?); Ação (O quê?); Modo ou meio (Como?); Efeito (Resultado da ação implementada na sociedade?) e detalhamento de qualquer um dos elementos acima citados. Isso tudo você encontra neste livro de uma forma muito simples, porém com a aplicação de um conhecimento imensurável. Todo esse zelo vem de uma grande arte: a de educar que, para muitos, é um sacerdócio, algo que transcende o encontro entre mestre e aluno com o objetivo de construir o conhecimento e, consequentemente, formar cidadãos; para outros, apenas um ato de transmissão desse conhecimento, na tentativa de aperfeiçoar o indivíduo enquanto ser humano. Posso falar que, para os educadores Nelson Adrian e Jeffrey Rabelo, os quais tenho a felicidade de ter como amigos, além de tudo isso acima citado, a educação é um ato de amor, exercitada na arte de ensinar. Posso compará- los ao artista que se compraz ao ver obras feitas por suas mãos comunicarem alegria a todos aqueles que as observam e admiram. Assim, estes dois grandes artífices criaram O Guia de Ciências Humanas na Redação, livro esculpido no saber, oferecido a todos pela exposição do educar, representando verdadeiros pontos de partida para a engrandecedora edificação humana. Venho congratular os professores Nelson e Jeffrey por esta iniciativa de oferecer uma ferramenta didática, que demonstra uma preocupação sincera com a formação crítica e intelectual daqueles por quem são responsáveis. Ademais, venho agradecer, mais uma vez, pelo convite feito a mim por esses verdadeiros mestres do saber, para tecer algumas linhas acerca da obra e convido a todos a irem mais além, em busca de novos conhecimentos por meio desta que, na realidade, é mais um ponto de partida do que de chegada. Sylvia Helena de Vasconcelos Rodrigues Pinto Professora Especialista em Produção Textual. Como usar este livro O seu aprendizado, caro leitor, é diretamente proporcional ao empenho e foco que você quer aprender. Isso não vale somente para ciências humanas, mas para qualquer coisa que você decidir aprender. Por isso, eu gostaria de compartilhar com você algumas dicas para facilitar o seu processo de integração nesse universo das ciências humanas aplicadas à redação. A estrutura do nosso livro é dividida em quatro partes: Textos complementares; Autores e pensadores que você pode usar como referência em sua argumentação da redação (são os autores que estão diretamente ligado ao tema proposto); Exemplo prático (são exemplos no dia a dia que você pode visualizar a partir do tema proposto); Dicionário sociocultural (são os conceitos, as teses que você pode utilizar perfeitamente no texto de redação). O bônus grátis Fique ligado! Alguns temas estarão marcados com indicações para que você, leitor, saiba mais e fique mais informado sobre aquele assunto. Todos os temas com a marca chamada de primeiro conceito terá uma estrutura digital e você leitor poderá saber mais sobre os temas destacados no nosso livro, então se informe em nossos endereços digitais de graça para nossos leitores: Canal no YouTube: Primeiro Conceito. Lá, vocêencontra grandes dicas e análise de autores e teses destacadas em nosso livro. Canal do YouTube: Canal Repertório sociocultural Enem PC. Nesse canal, abordamos de forma direta os principais temas do repertório sociocultural e como trabalhar esse aspecto no texto dissertativo. O nosso Site: www.primeiroconceito.org. No nosso site vamos também dar dicas para melhor entendimento do Livro. Nosso Podcast na plataforma Spotify – Primeiro Conceito. Tudo gratuito para nossos leitores. O nosso conteúdo em áudio é uma complementação do nosso livro. Propostas que já foram temas em Vestibulares Fique ligado! Alguns de nossos temas analisados foram abordados em alguns vestibulares como Enem e Fuvest. Isso é uma forma para que você perceba qual seria a melhor análise sociocultural naquele momento. “Que aqui se afaste toda a suspeita Que neste lugar se despreze todo o medo” (Dante, Divina Comédia) Nelson Adrian - Sociólogo Jefley Rebelo - Historiador e Filósofo Tudo o que você sempre quis saber sobre o repertório sociocultural na redação PROPOSTA #1: O bullying como uma prática violenta nas escolas do Brasil 1 – Textos Motivadores Texto I O que é bullying? Bullying é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão”, e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga. As agressões podem ser de ordem verbal, física e psicológica, comumente acontecendo as três ao mesmo tempo. As vítimas são intimidadas, expostas e ridicularizadas. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser. Adaptado de: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Pierre Bourdier Pierre Bourdieu O sociólogo francês faz uma relação entre o poder e a banalização da violência. Bourdieu avalia o conceito de violência simbólica como um fenômeno que está em todos os lugares e se reverte em seu caráter banal, mas não é menos danosa, pois pela violência simbólica (mídia, educação, moda, costumes, direito, religião, cultura etc.) as pessoas tendem a aceitar condições injustas ou inadequadas e a naturalizar relações desiguais. A violência simbólica é um poder aceito concretamente, uma forma de cultura vista como normal ou uma violência aceita no meio social. É o caso do Bullying escolar e sua naturalização durante muito tempo em espaços educacionais. A violência aceita como normal no meio escolar. A violência simbólica torna, na maioria das vezes, o inaceitável em aceitável, em convencional. É importante considerar que Bourdieu não fala diretamente sobre o problema do bullying nem mesmo indiretamente, mas avalia a violência aceita como normal; nesse ponto podemos relacionar esse conceito perfeitamente ao bullying que possui a mesma natureza social. Nesse caso, caro leitor, você deve utilizar o conceito como uma forma de argumento do porquê do seu desenvolvimento durante tanto tempo na sociedade brasileira. Usando nessa situação a tese de Bourdieu como um referencial teórico perfeito na relação com o bullying. Michel Foucault Michel Foucault Seus estudos foram particularmente influentes e, de certa forma, mudaram a maneira como concebemos saberes ligados à prisão e às teorias punitivas; as instituições disciplinares como hospitais, clínicas psiquiátricas e escolas. Foucault destaca as práticas de poder antes mesmo que as instituições, as práticas de encarceramento, antes mesmo que as prisões. O autor caracterizou a modernidade ocidental pelas relações de poder (toda relação social é permeada por estratégias de dominação, de controle, por tentativas de interferir sobre a ação de outras pessoas ou mesmo sobre o pensamento de outras pessoas). Foucault estuda o poder das instituições disciplinares, sua função de controlar, manter e organizar os internos entre quatro paredes através de um sistema disciplinar. E nesse caso as escolas são uma forma de poder disciplinar, uma forma de poder e organização. No seu livro Vigiar e Punir, Foucault avalia o poder das instituições disciplinares e sua força de coerção, de corrigir gestos e pensamentos como, por exemplo, as escolas. As disciplinas, segundo o autor, são um tipo de organização de espaço, um modelo de controle do tempo e um mecanismo de conhecimento e vigilância. As disciplinas como na escola constituem práticas de um poder que normalizam e individualizam. Os alunos, as crianças, adolescentes tornam-se objeto desse poder. Mas uma vez é importante perceber que o Foucault não analisa diretamente a violência do bullying, entretanto estamos falando de uma prática muito comum na escola, justamente o espaço escolar que também é um espaço disciplinar como nos diz Foucault. Quando você leitor utiliza o conceito de sociedade disciplinar de Foucault, fatalmente você consegue perceber que esse modelo está diretamente ligado a um campo disciplinar entre quatro paredes como a escola. Microfísica do poder segundo Michel Foucault Segundo Michel Foucault, o poder não pertence à política, no sentido da política do Estado. O poder pertence ao mundo cotidiano, às relações entre os indivíduos. As relações de poder são de certa forma esquecidas pela nossa sociedade porque nós tendemos a acreditar nas ideias e nos saberes produzidos a partir dessas relações. Para o autor toda e qualquer relação está ligada à ideia de poder, que consequentemente está ligada à violência. O poder está diluído em toda e qualquer relação no cotidiano, daí então a razão de a escola apresentar relações simples que podem levar a violência. Nesse caso as relações dentro dos colégios entre alunos e professores e entre os próprios alunos podem estar atreladas a um grau de violência que Foucault chamaria de microfísica do poder, estando o bullying perfeitamente classificado nesse conceito. 3 – Exemplo prático “Quero esfaquear-me”. O desespero de uma criança que sofre bullying na escola e pede para morrer. Mãe da criança de nove anos partilhou momento de desespero do filho nas redes sociais. 20 de fevereiro de 2020 Retirado de: https://sol.sapo.pt/artigo/686761/quer 4 – Dicionário sociocultural iolência física: Ação ou omissão que coloque em risco ou cause danos à integridade física de uma pessoa. Violência institucional: tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) Predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades. Violência intrafamiliar: acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, negligência e abandono.Violência moral: ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher. Retirado de: www.adolescencia.org.br PROPOSTA #2: O aumento dos distúrbios psicológicos no ambiente de trabalho e seus efeitos negativos. As doenças clássicas ocasionadas no trabalho e que podem gerar até mesmo o afastamento de um colaborador são: Depressão; Estresse ocupacional; Síndrome de burnout (síndrome do total esgotamento físico e mental), que é exclusiva do trabalho. 1 – Textos Motivadores Texto I Os dados apontaram que mais de 40,0% dos docentes apresentaram, em ano anterior à pesquisa (2009), comprometimentos quanto à sua saúde mental, sendo as principais queixas a depressão (29,0%) e a ansiedade (23,0%). 18 de abr. de 2019 Texto II 2 – Autores e pensadores que podemser referência em sua argumentação da redação Simone Weil Simone Weil Essa autora faz uma análise sobre as condições de produção em que viviam os trabalhadores da indústria no início do século XX. Seu estudo está embasado no ambiente de trabalho e como esse ambiente é responsável por uma série de patologias dentro do espaço empresarial. Weil é a primeira estudiosa a estudar as condições de trabalho dos operários das indústrias e chegou à conclusão de que alguns distúrbios psicológicos e mesmo problemas físicos como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) têm relações direta com o espaço do trabalho. A nossa autora estuda diretamente os transtornos de esforço físico no ambiente de trabalho, como também os distúrbios psicológicos dos trabalhadores da indústria. Weil consegue captar esses problemas no ambiente de trabalho porque esteve diretamente ligada a esse ambiente. A pesquisadora trabalhou durante um tempo no ambiente industrial do início do século XX e conseguiu observar com mais realidade os problemas físicos e psicológicos dos trabalhadores. Karl Marx Karl Marx O filósofo alemão estuda as relações de classes sociais, ele avalia a condição desigual entre as classes como, por exemplo, a exploração de um grupo sobre outro. Menciona as relações dialéticas entre as classes e os conflitos e as desigualdades. É importante frisar que Marx não estuda nem avalia os problemas psicológicos, os distúrbios mentais dos trabalhadores no ambiente de trabalho, entretanto ele avalia a condição de exploração de classe patronal sobre a proletária. Nesse caso, leitor, fique atento a esse aspecto a respeito de um tema sobre desgastes dentro do ambiente de trabalho. Marx não avalia esse ambiente, mas avalia a condição de exploração. Elton Mayo Elton Mayo Esse pesquisador norte-americano foi responsável (na década de 1930) por uma nova tese na área do trabalho denominada “Teoria das Relações Humanas”. A sua ideia parte da visão do respeito ao trabalhador no ambiente corporativo. Bem diferente dos modelos industriais Taylorista-fordistas, (que consideravam o funcionário apenas como uma engrenagem de uma grande máquina e sujeito a todo tipo de assédio moral), a teoria das relações humanas buscava tornar a administração corporativa mais humana e democrática. Para Mayo, os trabalhadores buscavam um bom salário, bem como uma carga horária melhor, entretanto nada disso teria sentido se o respeito no ambiente de trabalho não fosse realmente considerado. Nesse caso, a teoria das relações humanas passa a abranger, na administração, o fator subjetivo dos trabalhadores, como a valorização do funcionário (que agora será chamado de colaborador) como também as relações informais dentro da empresa, além do reconhecimento dos aspectos emotivos. Para Mayo o funcionário não buscava apenas a sua subsistência física, mas também o respeito dentro da sua empresa. Esse fator cria até mesmo uma nova filosofia dentro das empresas modernas: “trabalhador motivado, respeitado é trabalhador mais produtivo”, ou seja, para Mayo, as pessoas buscam reconhecimento dentro do seu ambiente de trabalho e sem esse aspecto a possibilidade da má produtividade tende a aumentar significativamente no ambiente corporativo. 3 – Exemplo prático Auxílio-doença No Brasil, transtornos mentais e comportamentais são a terceira causa de incapacidade para o trabalho, correspondendo a 9% da concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, de acordo com dados do 1º Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade (Secretaria de Previdência/Ministério da Fazenda/2017). O levantamento também mostra que os episódios depressivos são a principal causa de pagamento de auxílio- doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total, seguido de outros transtornos ansiosos (17,9%). Quando se olha para o quadro de auxílios pagos relacionados ao trabalho, os números são ainda mais expressivos. Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação, episódios depressivos e outros transtornos ansiosos causaram 79% dos afastamentos no período de 2012 a 2016. Retirado de: https://www.anamt.org.br/portal 4 – Dicionário sociocultural Síndrome de Burnout Falta de motivação, sensação de esgotamento físico e mental, vontade de se isolar. Irritabilidade, pessimismo, dificuldade de concentração, ansiedade. Dores de cabeça e nas costas, fraqueza, mudanças bruscas de humor, insônia, lapsos de memória. A combinação de todos esses sintomas tem nome: Síndrome de Burnout, (ou Síndrome do Esgotamento Nervoso). A síndrome, que foi definida pelo psiquiatra alemão Herbert Freudenberger em 1974, pode ser desenvolvida em resposta ao estresse excessivo e prolongado de atividades relacionadas ao trabalho. A palavra Burnout, de origem inglesa, é resultante de duas outras: burn, que significa “queimar” e out, que quer dizer “fora”. Em tradução para o português, o termo expressa “queimar por completo”. O estado de exaustão intensa nos níveis físico e mental faz com que um indivíduo se sinta sobrecarregado a ponto de tornar-se incapaz de responder às demandas constantes de sua função no trabalho. novaescola.org.br –Ana Carolina C.D. Agostini PROPOSTA #3 A problemática do trabalho análogo à escravidão no Brasil 1 – Textos motivadores Texto I Como a lei define a “condição análoga à de escravo”? O Artigo 149 do Código Penal define trabalho análogo ao escravo como aquele em que seres humanos estão submetidos a trabalhos forçados, jornadas tão intensas que podem causar danos físicos, condições degradantes e restrição de locomoção em razão de dívida contraída com empregador ou preposto. A pena se agrava quando o crime for cometido contra criança ou adolescente ou por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. Adaptado de: https://www.conectas.org/noticias/como-a-lei-brasileira-define- o-trabalho-analogo-ao-escravo? 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Karl Marx Karl Marx O homem, para Marx, é o sujeito ativo e com sua atividade cria o objeto, que, apesar de ser um produto seu, na sociedade capitalista, não se reconhece em sua atividade; no produto de seu trabalho, esse lhe é estranho, alheio. O objeto obtém um poder que se volta contra o sujeito, domina-o, converte-se em seu predicado. A sociedade dominada pelos ditames do capital leva o ser humano a se identificar com a mercadoria, desumanizando assim sua condição humana e o tornando alheio ao seu processo existencial e à sua atividade. A teoria de Marx esclarece que as relações sociais estão permeadas pela estrutura social, que gera desigualdades gritantes, ou seja, a injustiça social, a exclusão social, o abandono dos sujeitos dessa sociedade à própria sorte. Marx não abordou diretamente o tema do trabalho análogo a escravidão, mas avalia que os sujeitos trabalhadores desapareceram enquanto sujeitos sendo apenas um meio para a riqueza dos meios de produção. Nesse caso, leitor, entende que o filósofo alemão não cita o trabalho análogo a escravidão (esse é um termo bem atual), entretanto você pode utilizar Marx como seu referencial teórico, visto que o tema do trabalho análogo a escravidão tem relação direta com a exploração, a pobreza, miséria do trabalho. Marx menciona que na história da humanidade a exploração no trabalho leva a uma condição de miséria e pobreza. Que os indivíduos que mais são explorados pelos poderosos estão numa condição de miséria total. Então, leitor, repare e preste atenção para a nossa dica: Marx não fala sobre trabalho análogo a escravidão, entretanto ele aborda a condição de exploração e miséria do trabalho principalmente no capitalismo. E toda aquela pessoa que está numa condição de trabalho análogo a escravidão passa também por condição de exploração e desrespeito. Ricardo Antunes Ricardo Antunes O sociólogobrasileiro Ricardo Antunes menciona o conceito de precarização do trabalho, um conceito ligado às novas relações ou aos modelos de mercado de trabalho no capitalismo vigente. Segundo Antunes: “Na escravidão o trabalhador era vendido, na terceirização ele é alugado”. O sociólogo estuda o conceito de Precarização do trabalho e a falta de direitos formas do trabalhador atual. As novas formas de relações de trabalho criam cada vez mais trabalhadores informais com uma condição trabalhista precária. Antunes considera que a precarização do trabalho se torna uma regra, pois o sistema trabalhista perde cada vez mais espaço e os direitos também. Assim como precarização do trabalho é um tipo de desrespeito e desumanização do trabalhador, da mesma forma é o trabalho análogo a escravidão, vendo no mesmo sentido da precária condição do trabalhador e a informalização. Adam Smith Adam Smith O pai da economia moderna e grande influenciador de autores como Karl Marx e Ricardo, o economista escocês Smith avalia e estuda sobre a importância do trabalho e suas relações. Para Smith, o valor das coisas e produtos estão diretamente ligados ao trabalho; como arguto observador, Smith identifica que o trabalho é também lugar de conflito. Segundo ele, nas relações de trabalho se impõe uma lógica de classe caracterizada pelo “egoísmo dos comerciantes e dos manufatureiros”. Os primeiros se unem a fim de reduzir os salários ao máximo e os segundos buscam aumentar a sua remuneração. Smith alerta para a tendência de abusos por parte de corporativismo mercantil e dos monopólios geralmente em conluio com o Estado. Defende salários satisfatórios e um mínimo de proteção aos trabalhadores. 3 – Exemplo prático 4 – Dicionário sociocultural Origem da Palavra Trabalho A palavra “trabalho” tem sua origem no vocábulo latino “Tripallium” – denominação de um instrumento de tortura formado por três (tri) paus (pallium). Desse modo, originalmente, “trabalhar” significa ser torturado no tripallium. Quem eram os torturados? Os escravos e os pobres que não podiam pagar os impostos. Assim, quem “trabalhava”, naquele tempo, eram as pessoas destituídas de posses. A partir daí, essa ideia de trabalhar como ser torturado passou a dar entendimento não só ao fato de tortura em si, mas também, por extensão, às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral: camponeses, artesãos, agricultores, pedreiros etc. Tal sentido foi de uso comum na Antiguidade e, com esse significado, atravessou quase toda a Idade Média. Retirado de: https://cafecomsociologia.com/ PROPOSTA #4: O problema dos refugiados em meio ao Brasil contemporâneo O mundo vive atualmente a mais grave crise de refugiados desde o fim da II Guerra Mundial, em 1945. São 65,6 milhões de pessoas que foram obrigadas a deixar seus lares, fugindo de guerras, conflitos internos, perseguições políticas e violações de direitos humanos. 1 – Textos Motivadores Texto I Texto II E há tempos nem os santos Têm ao certo a medida da maldade E há tempos são os jovens que adoecem E há tempos o encanto está ausente E há ferrugem nos sorrisos Só o acaso estende os braços A quem procura abrigo e proteção. Legião Urbana, Há Tempos (1989) As pessoas migram em busca de abrigo e proteção. 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Hannah Arendt Hannah Arendt A filósofa aponta a questão dos refugiados por meio da história dos judeus a partir da segunda guerra mundial. As guerras foram seguidas pela migração em massa dos que não eram bem-vindos e não podiam ser assimilados. Esses povos e grupos, fora da região de origem, permaneciam sem pátria e sem proteção: tornavam-se apátridas. Quando perdiam o direito de pertencer a um Estado, perdiam todo e qualquer direito. Os apátridas e os refugiados eram considerados os refugiados da terra. Assim era a condição dos judeus antes da Segunda Guerra Mundial e essa é a condição de muitos outros povos na condição de refugiados hoje na atualidade. O problema dos destituídos de Estado como sendo também destituídos de direitos já havia começado com a Revolução Francesa, na medida em que essa vinculou de forma forte os direitos do homem com a soberania nacional. A contradição de que as minorias não tinham Estado, mas estavam localizadas em um dado território. E, nesse sentido, precisavam de proteção adicional para sua autopreservação, da preservação da língua e da cultura. Os tratados das minorias não previam a mobilização em massa dos povos sem Estado. Após a Segunda Guerra, no entanto, houve iniciativas de repatriação das minorias, o que criou enormes dificuldades, pois muitas vezes as pessoas eram repatriadas para locais onde não tinham mais laços ou para locais que não desejavam ir. A filósofa Arendt usava o termo “Homens descartáveis” para se referir aos refugiados, aos apátridas; enfim, a todos aqueles que eram vistos como estrangeiros na condição de ilegais em um país. Arendt diz que a maior privação dos direitos humanos dos refugiados é a privação de um lugar no mundo. Quando alguém deixa de pertencer à comunidade, não é privado do seu direito à liberdade, mas do direito à ação, não do direito de pensamento, mas do direito de opinião. Por isso, para Arendt, o fundamental da discussão sobre direitos humanos é a questão “do direito de ter direitos e o direito de pertencer a algum tipo de comunidade organizada” (ARENDT, 2004, p. 330). Quer saber mais sobre o autor? Acesse nossos endereços eletrônicos: Canal do Primeiro Conceito no YouTube Podcast Primeiro Conceito na plataforma Spotify www.primeiroconceito.org Zygmunt Bauman Zygmunt Bauman Em seu livro “Vidas desperdiçadas”, o sociólogo polonês aborda a condição de grupos sociais, que, na sociedade pós- moderna, encontram-se desprezados, humilhados e excluídos de forma global. “Nosso planeta está cheio”, afirma Zygmunt Bauman no livro. Não somente do ponto de vista físico e geográfico, mas também social e político. Já não há mais espaço para esse “lixo humano” produzido pela sociedade de consumo. Essa população fora da lei jamais será incorporada ao sistema produtivo nem manterá qualquer tipo de relação estável. O grande problema dos Estados é que destino dar a ela. Esse é o foco para onde convergem as políticas de segurança de todo o planeta. A produção de seres marginalizados é inevitável em nossa sociedade. Os refugiados fazem parte desse “refugo humano”, de seres desconsiderados, desprezados e ilegais. Preocupado com o ambiente em que vivemos, lança sua análise aguda e aprofundada em busca de recuperar uma perspectiva humanista do social, resgatar a humanidade dos que globalmente são vistos como o “lixo humano” da sociedade global. E os s refugiados estão nessa condição segundo Bauman. 3 – Exemplo prático O filósofo contemporâneo Giorgio Agamben publicou o livro Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. Nesse ensaio, o filósofo italiano, tradutor de Walter Benjamin, recorda uma esquecida e obscura figura jurídica latina. O homo sacer era aquele cuja morte não tinha caráter sacrifical e cujo assassinato não representava uma pena jurídica. O homo sacer era um excluído, desprezado, um joão-ninguém como os refugiados em uma sociedade estranha e distante. AMARILDO SERIA O HOMO SACER? A nota de menor valor na sociedade Uma das obras mais importantes do artista plástico Cildo Meireles. 4 – Dicionário sociocultural Anistia Internacional A Anistia Internacional constitui-se de um movimento que reúne mais de sete milhões de pessoas em todo o globo. Atua por meio da investigação, denúncia e realização de campanhas para proteger pessoas e comunidades que têm seus direitos humanos ameaçados ou violados. A Anistia Internacional tem presença em todos os continentes, seja com escritórios, acompanhamento da situação de direitos humanos ou o trabalho de ativistas, voluntários que levam a mensagem e as mobilizaçõesda Anistia Internacional para seus territórios. Exi Asilo Político É uma instituição jurídica que visa à proteção de qualquer cidadão estrangeiro que se encontre perseguido em seu território por delitos políticos, convicções religiosas ou situações raciais. [...] O direito de “buscar asilo” em outro Estado é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. PROPOSTA #5: O suicídio na juventude brasileira: alternativas para sua prevenção e seu combate Recentemente, uma revista de grande circulação nacional divulgou dados alarmantes do relatório que a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou em 2016: a cada quatro segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. Em nosso país, o Jornal Brasileiro de Psiquiatria publicou um estudo do Scielo chamando a atenção para o aumento da tendência de suicídio entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos. https://hospitalsantamonica.com.br/ 1 – Textos motivadores Texto I Os 13 Porquês 13 Reasons Why é uma série de televisão norte- americana, dirigida por Brian Yorkey, lançada em março de 2017 no Netflix. Baseada na obra literária “Os 13 Porquês” de Jay Asher, a série conta com duas temporadas, a segunda lançada em maio de 2018. (...) Retirado de: https://www.culturagenial.com/serie-13- 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Émile Durkheim Émile Durkheim O sociólogo Durkheim estuda o fenômeno do suicídio a partir das condições sociais de uma sociedade em transformação como a Moderna. Para o sociólogo francês o suicídio não seria apenas um problema psicológico, um distúrbio metal, mas o resultado de uma condição social ou um padrão de vida ligado a pressão da sociedade que ele denomina de Anomia. Um estado de desespero de desorientação no meio social. Durkheim revela que os índices de suicídio não poderiam ser explicados pela psicologia individual. Segundo ele, “são completamente diferentes os resultados, quando esquecemos o indivíduo e procuramos as causas de tendência para o suicídio em cada sociedade, na natureza das sociedades”. Mesmo que ele compreenda que o suicídio sempre será uma escolha pessoal e há todo tipo de motivações psicológicas que induzirão uma pessoa, e não outra, a decidir matar-se, até mesmo nessa conduta extremamente individual atuam fatos sociais. A causa de taxas elevadas ou reduzidas de suicídios foi considerada um fato social que Durkheim denominava “solidariedade social”, ou seja, o grau em que uma sociedade é integrada, mantida coesa, como um todo sólido. Quanto maior é a identificação de uma pessoa com um grupo, tanto mais ela se apegará à vida. O suicídio é, portanto, uma questão de desajuste social. Sigmund Freud Sigmund Freud Para o pai da psicanálise, nós, homens e mulheres da modernidade, estamos condenados à infelicidade. Isso acontece pelo fato de vivermos numa cultura, chamada de moderna, que reprime nossos impulsos e desejos, capazes do suicídio ou de explodir o planeta. Esse aspecto é o que Freud chamou de “mal-estar na civilização”, esse é o nome do seu livro mais popular. Na obra, Freud destaca perturbações, como nossos desejos são reprimidos em uma sociedade moderna. Para Freud a felicidade em um mundo moderno urbano é muito difícil. Por conta de todas as circunstâncias da nossa vida, os objetivos do princípio do prazer e de evitar a dor, o sofrimento não são atingidos, a não ser temporariamente. Segundo Freud, aquilo que chamamos de felicidade vem da satisfação repentina de necessidades altamente represadas no meio social e por sua natureza é possível apenas como fenômenos raros. Você, leitor, pode usar como um referencial teórico as ideias de Freud em seu livro Mal estar da Humanidade ao se referir sobre a condição de infelicidade por que as pessoas estão passando em decorrência do padrão de vida moderno em questão. Gustave Flaubert Gustave Flaubert Os livros de Flaubert revolucionaram a literatura do século XIX. Representante do movimento realista, o escritor francês é reconhecido pela abordagem de temas relacionados ao comportamento social, pela análise social, psicológica dos personagens. O autor recebeu inúmeras críticas por adotar um extremo realismo em suas obras. Em 1857, foi processado por ofender a moral pública, após publicar Madame Bovary, seu principal livro. A história causou uma grande polêmica na sociedade europeia, por discutir temas, como adultério e suicídio. Madame Bovary é o principal livro de Gustave Flaubert. Nesta obra, o escritor narra a desesperança de uma mulher que, sonhadora, se vê presa em um casamento tedioso, com um marido de personalidade fraca, em uma cidade do interior. O romance mostra o crescente declínio da vida interna e externa da personagem Emma Bovary. A difícil história de uma mulher que não quer e não busca se adaptar às convenções sociais. O romance é um exemplo perfeito de uma alma incapaz de sobreviver na rígida sociedade na qual vivia. As pressões sociais levam a atitude de se libertar de tudo através do suicídio. A personagem Madame Bovary prefere morrer a se adaptar a um modelo fechado de valor social. A questão das obrigações sociais é fundamental nesse processo, pois Flaubert adverte no romance que o suicídio da personagem não tem nada a ver propriamente com algum problema psicopatológico de Bovary, mas sim da coesão, da pressão da sociedade sobre seus membros, principalmente daqueles considerados como desviantes e que não se enquadram nos modelos e nas convenções sociais. LIVRO 3 – Exemplo prático Suicídio de Celebridades Robin Williams Foi encontrado inconsciente em sua casa, em Paradise Cay, Califórnia, no dia 11 de agosto de 2014. A causa de morte foi asfixia devido a enforcamento. As investigações da polícia norte-americana levaram a concluir que o ator teria cometido suicídio. 4 – Dicionário sociocultural Os tipos de Suicídios segundo Émile Durkheim PROPOSTA# 6: O consumismo na sociedade Brasileira O consumismo é característico das sociedades modernas capitalistas e da expansão da globalização. Ele está inserido na denominada “Sociedade do Consumo”, em que ocorre o consumo massivo e desenfreado de bens e serviços que visa, sobretudo, ao lucro das empresas e ao desenvolvimento econômico. 1 – Textos motivadores FUVEST 2013 – Redação (Consumismo) Filme uma crítica ao modelo social vigente. O Padrão de vida moderno e a revolta ao sistema. 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Karl Marx Karl Marx O fetiche da Mercadoria: O filósofo Karl Marx analisa o fenômeno consumista chamado de fetiche da mercadoria. Essa ideia diz respeito a manipulação do capitalismo em incentivar o consumo através de representações, ou seja, os produtos e serviços no capitalismo estariam ligados a uma visão simbólica de consumo. Dentro do capitalismo existe a ideia de que um produto tem o seu valor pela quantidade de trabalho exercido sobre o produto; quanto mais trabalho humano no produto, mais valorizado é o produto. Entretanto, no fetiche da mercadoria, segundo Marx, o produto estaria ligado a sua ideia, representação, imagem, status ou marca social. Nesse caso o fetiche da mercadoria desenvolve o consumo não pela utilidade do produto em si, mas pela sua marca ou seu simbolismo que dá status social às pessoas. Steve Jobs “As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas”. O Empresário norte americano Steve Jobs foi o grande exemplo do que hoje chamamos “marqueteiro”. Jobs utilizava o modelo de consumo como forma de expansão de suas ideias de consumo de bens eletrônicos. Jobs conseguiu criar um conceito grande e perfeito para o seu negócio: transformar os produtos da marca em um sonho de consumo para milhares de pessoas. E é assim que ele criou e tratou esta ideologia, dizendo que a Apple não vê as pessoas como consumidores, e sim pessoas com sonhos e ambições. E ressalta que a empresa criou produtosque ajudam essas pessoas a realizarem tais desejos de consumo. É mais ou menos o que acontece com o Marketing Viral, as pessoas compartilham o que estão vendo, não pensando na marca e que estão fazendo a propaganda de alguém, mas pelo conceito que está atrelado àquela ideia. Mais pela intenção do que pelo produto (o fetiche da mercadoria está inserido aí). O empresário criou uma das marcas mais importantes do mundo. A Apple, empresa de tecnologia, lançou verdadeiros símbolos do capitalismo e do consumismo. Essa técnica de marketing proporcionou o surgimento de um endeusamento de produtos e serviços da empresa. Evangelizar os seus clientes é conseguir fazer com que eles vistam a camisa da marca, de uma forma que eles quase não percebam mais que aquilo é uma marca e comecem a considerá-la uma ideologia, um estilo de vida, um comportamento, um modo de pensar. O empresário desenvolveu o exemplo mais avassalador de marketing empresarial ao convencer seus clientes que não estavam simplesmente consumindo um produto, mas sim um sonho, um desejo de vida (bens simbólicos ou fetiches). Como ele próprio declarou ao afirmar: “as pessoas não sabem o que querem, o que desejam, por isso não faço pesquisa de mercado, eu os crio.” A visão de um mundo capitalista em que o sentido da vida é o consumo como sentido das coisas. Herbert Marcuse Herbert Marcuse Pertencente à segunda geração da Escola de Frankfurt, o filósofo aborda o tema do consumismo, estuda aquilo que ele chamava de “falsas necessidades”. Nesse caso ele argumenta que a instituição “Estado democrático” acaba sendo o grande responsável pelas manipulações sobre os indivíduos. Marcuse segue descrevendo o governo estatal o que impõe suas exigências econômicas e políticas sobre a população. Influenciando seu tempo de trabalho e lazer. Segundo o filósofo, o governo alcança seu objetivo ao criar nas pessoas um conjunto de “falsas necessidades”, passando a manipular através dessas necessidades. Em geral, o governo estatal ao convencer as pessoas disso e fazer com que haja um caminho para satisfazer tais necessidades (apesar de ele não existir), busca sim um controle social. Os interesses do governo de manter os indivíduos é uma regra normativa. Para Marcuse, as falsas necessidades não estão baseadas nas reais necessidades de todo e qualquer ser humano como bebida, comida, roupa etc., mas, em vez disso, se cria de forma artificial modelos alienantes de necessidades falsas. Além de bugigangas e bens não essenciais, Marcuse adverte do falso senso de necessidade que nos é implantado pela propaganda e pela mídia. Segundo Marcuse, “as criaturas se reconhecem em suas mercadorias”; encontram sua alma em automóveis, sistemas, utensílios de cozinhas, moda, objetos os mais variados”, ou seja, em modelos de consumo alienantes. Quer saber mais sobre o autor? Acesse nossos endereços eletrônicos: Canal do Primeiro Conceito no YouTube Podcast Primeiro Conceito na plataforma Spotify www.primeiroconceito.org 3 – Exemplo prático “Use e jogue fora” é o lema implícito em tudo. Hoje, é tão importante aprender a administrar a mudança constante das coisas quanto acelerar o tempo de giro de uma mercadoria, na produção, na troca ou no consumo. Nessa circunstância, as marcas da vida pós-moderna são a efemeridade de tudo e a ideia de que tudo é temporário. (CARMO, 2008) 4 – Dicionário sociocultural Sociedade do descarte: “No domínio da produção de mercadorias, o efeito primário (da era pós-moderna) foi a ênfase nos valores e virtudes da instantaneidade (alimentados e refeições instantâneas e rápidos e outras comodidades) e da descartabilidade (xícaras, pratos, talheres, embalagens, guardanapos, roupas etc.). A dinâmica de uma sociedade “do descarte”, como apelidaram escritores como Alvin Toffler, começou a ficar evidente durante os anos 60. Ela significa mais do que jogar fora bens produzidos (criando um monumental problema sobre o que fazer com o lixo); significa também ser capaz de atirar fora valores, estilos de vida, relacionamentos estáveis, apego a coisas, edifícios, lugares, pessoas e modos de adquirir e agir (David Harvey, A condição pós- moderna). PROPOSTA #7: Brasil acima do peso: o que fazer em meio ao aumento da obesidade? Entre 2003 e 2019, a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais de idade do país mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8%. No período, a obesidade feminina passou de 14,5% para 30,2% e se manteve acima da masculina, que subiu de 9,6% para 22,8%. Já a proporção de pessoas com excesso de peso na população com 20 anos ou mais de idade subiu de 43,3% para 61,7% nos mesmos 17 anos. Entre os homens, foi de 43,3% para 60% e, entre as mulheres, de 43,2% para 63,3%. Os dados constam do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, e foram divulgados hoje (21), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 – Textos Motivadores 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação George Ritzer e o conceito de Mcdonaldização George Ritzer O sociólogo criou o conceito de mcdonaldização como uma forma de entender a racionalização do comportamento de consumo desenvolvido pela empresa de lanchonete Mcdonalds. Ritzer avalia o padrão de comportamento, a sistematização da forma de consumir. Na mcdonaldização que Ritzer estuda, como o cálculo das lanchonetes, ele refere-se às coisas que podem ser contadas e quantificadas. Em particular, existe uma tendência de enfatizar a quantidade (o Big Mac) em vez da qualidade (da comida). Ritzer percebe que muitos aspectos do trabalho dos empregados do Mcdonalds são cronometrados, o que a natureza rápida do ambiente da lanchonete visa a garantir o máximo de produtividade. Esse modelo afeta o consumo e comportamento das pessoas, implicando no aumento da obesidade. Os clientes fazem fila para comer comida não saudável; Ritzer chama isso de “circunstâncias e condições desumanas”. Além disso, a velocidade de produção e consumo nas lanchonetes McDonald ‘s significa que, por definição, os clientes não podem ser servidos com comida de qualidade, pois exige mais tempo de preparo. O modelo racional da lanchonete McDonald’s perpassa então a gestão da produção de comidas e influencia o comportamento e o consumo das pessoas em comidas com grande teor calórico e de baixa qualidade. Esse modelo ganhou apelo global devido à sua conveniência e acessibilidade, típico de uma sociedade urbana e rápida globalizada (Livro de sociologia, Colet. 2015). O resultado de tudo isso são as estratégias para o consumo de comida de péssima qualidade em massa. Como as lanchonetes com paredes com cores para estimular o apetite das pessoas, cadeiras e mesas estrategicamente organizadas para o consumo rápido na preparação de produção em larga escala. Em uma sociedade em que as pessoas estão sempre com pressa, um padrão de consumo como esse ajuda em um modelo desordenado e irracional que leva em muitos casos o aumento da obesidade por parte desses consumidores. Quer saber mais sobre o autor? Acesse nossos endereços eletrônicos: Canal do Primeiro Conceito no YouTube Podcast Primeiro Conceito na plataforma Spotify www.primeiroconceito.org Émile Durkheim e o conceito de Anomia O sociólogo francês faz uma referência ao modelo de vida moderno. A sociedade moderna-capitalista apresenta-se com um novo padrão de comportamento que favorece crises de valores sociais. Essas crises estão ligadas ao conceito que ele denomina de Anomia. Estamos falando de comportamentos modernos que estão provocando uma desorientação das pessoas. Os modelos anômicos são vistos por Durkheim como doenças sociais, o que provocam desorientação ou falta de regras normativas no meio social e moral. A anomia é o resultado dessa falta de regras e normas que prejudica a sociedade como um todo. A sua relação com a obesidade está ligada ao excesso. A quantidadeleva às crises ou às doenças sociais. O suicídio, por exemplo, é um modelo normal, pois em qualquer sociedade alguém tira a vida por algum motivo, entretanto, em grande quantidade (grandes taxas de suicídios), esse fenômeno se torna anômico. Isso vale para outros comportamentos, como a Obesidade. A obesidade é um fato social, pois em toda e qualquer sociedade teremos pessoas acima do peso, entretanto sociedades com grandes índices de obesidade (como a norte-americana em que metade da população é obesa) caracterizam-se por modelos anômicos, pelo excesso que leva a doença de pessoas e também a morte. Logo, Durkheim não faz referência ao fenômeno da obesidade na sociedade, entretanto o conceito de anomia nos leva a considerar a falta de regras morais, a desorientação dos padrões das pessoas comerem uma comida industrializada e que só faz mal para as mesmas. A substituição de alimentos saudáveis por comida industrializada ou porque é mais rápido ou porque é mais barato. Nesse caso o padrão de uma sociedade como a nossa nos leva a esses tipos de comportamentos. Theodor Adorno e Max Horkheimer e os Bens Simbólicos Theodor Adorno e Max Horkheimer Os dois filósofos pertencentes à chamada Escola de Frankfurt na Alemanha, em seu livro Dialética do Esclarecimento, avaliam o poder dos meios de comunicação na influência do consumo. Os dois autores, pertencentes a um grupo chamado de apocalípticos, acreditavam que os meios de comunicação visam muito mais entretenimento do que reflexão. A ação dos meios de comunicação nas propagandas incentivou muito o consumo de produtos e serviços. No consumo de produtos e alimentos industrializados, os meios de comunicação, as propagandas tiveram um papel importante no aumento, na divulgação em massa de comidas industrializadas como as vendidas nas grandes lanchonetes. Os dois filósofos não avaliam o aumento de consumo de comida industrializada, uma das grandes responsáveis pela obesidade principalmente de crianças, mas abordam as propagandas, os meios de comunicação que serão chamados pelos autores de Indústria cultural, como os grandes responsáveis pela alienação das pessoas em transformar produtos e serviços em bens simbólicos (um valor representativo positivo de consumo). 3 – Exemplo prático DOCUMENTÁRIO 4 – Dicionário sociocultural Desertos Alimentares Desertos alimentares são locais onde o acesso a alimentos in natura ou minimamente processados é escasso ou impossível, obrigando as pessoas a se locomoverem para outras regiões a fim de obter esses itens essenciais a uma alimentação saudável. Pântanos alimentares Trata-se de áreas urbanas nos Estados Unidos em que existe uma ausência de comidas saudáveis. Os pântanos alimentares são espaços de venda de comida rápida, barata e pouco saudável (cadeias de lanchonetes). Esses locais têm esse nome fazendo uma analogia com os pântanos como áreas inundadas com uma quantidade de água. Entretanto é uma água pouco saudável, suja e que só traz problemas de saúde para quem a bebe. Assim são os pântanos alimentares, espaços com uma quantidade muito grande de comida, mas uma comida que não traz nada de benefício nutricional para quem se alimenta dela (diferente do Brasil, nos Estados Unidos as comidas industrializadas e tudo ligado a elas são bem mais baratos economicamente). PROPOSTA #8: Deficientes físicos e os desafios da inclusão social no Brasil Segundo dados, deficientes físicos representam 6,7% da população do Brasil. Tendo como base o comparativo com dados do Censo 2010, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a porcentagem de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil é de 6,7% ante 23,9% anteriormente. 1 – Textos motivadores Texto I Texto II Indicação de filme: Nascido em 4 de julho Ron Kovic fica paralisado na guerra do Vietnã, passa por um pesadelo em um hospital de veteranos e se torna um ativista político a favor dos direitos humanos e contra a guerra, depois de se sentir traído pelo país pelo qual lutou. 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Platão Platão Para o filósofo grego existia uma contradição entre o corpo e a alma. Foi descrito por Platão em considerar o corpo como o cárcere da alma. Para o filósofo grego, deve- se discriminar em termos hierárquicos o que deve ser considerado bom e mau, perfeito e torto, e o que deve ser considerado corpo ideal, além das considerações a respeito do corpo social ideal, que coexiste com a beleza e a perfeição do corpo individual para compor a cidade perfeita. (Garcia, Carla Cristina; 2008) Ludwig Guttmann Ludwig Guttmann Neurocirurgião e neurologista, introduziu as atividades esportivas como parte essencial do tratamento médico para recuperação das incapacidades geradas por lesões medulares. Depois de estudar exaustivamente o gesto esportivo, como forma terapêutica e de integração social, iniciou o que se tornaria o desencadeador da prática desportiva entre portadores de deficiência, adaptando a prática atividade física ao processo de reabilitação: os eventos competitivos (VARELA, 1991). A reabilitação buscou na atividade física novos caminhos para possibilitar a integração das pessoas deficientes físicas e a sociedade. A realidade buscou na atividade física novos caminhos para possibilitar a interação dessas pessoas com a sociedade, evidenciando as capacidades residuais dos deficientes através do esporte (ARAÚJO 1997, apud, FREITAS; CIDADE, 1997, p. 61). Além da prevenção contra deficiências secundárias, foi a oportunidade para que os deficientes testassem suas possibilidades físicas e promovessem a integração total do indivíduo. Erving Goffman Erving Goffman O sociólogo Erving Goffman faz uma análise sobre o conceito de estigma social e sua relação com deficientes físicos (na questão do preconceito ou nos rótulos sociais). Segundo Goffman, o termo estigma foi criado pelos gregos e dizia respeito a um conjunto de sinais corporais que se constituíam como indicativo de algo extraordinário sobre o status moral de quem os apresentava. Essas marcas eram feitas com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o seu portador era um escravo, criminoso ou traidor. Com o tempo, o termo passou a indicar depreciação daquele que o possui, a ponto de o estigmatizado construir estratégias de sobrevivência para esconder, o máximo possível, as marcas sociais que o fazem menor dentro da sociedade em que vive. Estigma social é definido, enquanto marca ou sinal que designa o seu portador, como desqualificado ou menos valorizado, ou segundo a definição de Erving Goffman: “a situação do indivíduo que está inabilitado para aceitação social plena” (GOFFMAN, 2004, P. 4). Para o sociólogo Goffman, os sentimentos da pessoa estigmatizada sobre si própria e a sua relação com os outros ditos “normais”. Goffman explorou a variedade de estratégias que os estigmatizados empregam para lidar com a refeição alheia e a complexidade de tipos de informação sobre si próprios que eles projetam nos outros. O estigma social é muito comum entre os deficientes físicos em forma de preconceito. Nesse caso muitos cadeirantes, por exemplo, podem ser marginalizados pela sua deficiência física. Goffman classifica os tipos de estigmas ligados a distúrbios mentais, os estigmas tribais e os estigmas deformidades (do corpo, deficiência física, obesidade, tipo irregular de cor de pele, calvície ou cicatrizes), esse último caso é o mais comum na forma de rotular os deficientes físicos 3 – Exemplo prático 4 – Dicionário sociocultural Mitologia Grega: Hefesto, deus deficiente Hefesto, apesar de ser um deus do Olimpo, recebeu atributos pejorativos em consequência de sua deformidade e foi desprezado e excluído por sua aparência física. Na mitologia grega, Hefesto é o único deus com uma deficiência física. Organização Mundial de Saúde (OMS) A Organização Mundial de Saúde define otermo deficiência como “um termo genérico que inclui déficits, limitações nas atividades e restrições na participação. Indica os aspectos negativos da interação entre um indivíduo (como uma condição de saúde) e os fatores contextuais (ambientais e pessoais)” (OMS, 2001). (Chevalier; Gueerbrant, 1991, p. 485) PROPOSTA #9: Desafios para o combate às doenças sexualmente transmissíveis no cenário brasileiro Apesar de o principal foco continuar sendo a prevenção de HIV/Aids, especialistas alertam para o risco de propagação de outras doenças, como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e, especialmente, sífilis. Saiba mais sobre cada doença abaixo. Todas podem ser evitadas com o uso do preservativo. 1 – Textos motivadores Texto I Texto II Filme: Cobaias Em 1932, a sífilis vira epidemia nos Estados Unidos. Um grupo de afrodescendentes recebe tratamento médico sem saber que tudo não passa de um experimento humano autorizado pelo governo americano. 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Michel Foucault Michel Foucault A medicina moderna ao se atentar para a regulação e o disciplinamento do corpo, pelo Estado político, buscou controlar os corpos dos indivíduos de seus desejos sexuais através de regras internas e disciplinares. Tornando o sexo um tabu, tendo o controle sobre esse tema, tratando-o como polêmico. Foucault afirma que as instituições disciplinares impõem padrões de comportamento de valores. As escolas, os manicômios, os hospitais e muitas outras instituições ligadas ao Estado impõem suas regras de controle. Para ele, o corpo humano deve ser adestrado para ganhar regulações disciplinares internamente em instituições como prisões, manicômios entre outras, a fim de impedir as pulsões sexuais dos indivíduos. Argumenta ainda que a sexualidade e o corpo sexual foram fundamentais na importância do processo da compreensão do surgimento da medicina moderna, que regula o corpo pelo Estado político. Os modelos disciplinares das instituições fechadas levam em consideração a higiene do corpo, as boas maneiras e a regulação das práticas fisiológicas, ou seja, as instituições disciplinares – o poder estatal – modelam os corpos de acordo com regras internas, considerando o sexo como um tabu. Jean-Paul Sartre Jean-Paul Sartre Filósofo francês ligado ao movimento existencialista, Sartre pode ser discutido a partir de duas ideias fundamentais: a) o princípio de que a existência precede a essência, que significa apostar na condição do homem como um ser inacabado, que não nasce com uma essência pré-definida; b) a ideia de que o homem é um ser condenado à liberdade, pois, mesmo sem ter pedido para existir, ele existe, e uma vez existindo é o único verdadeiramente responsável por suas decisões. Assim, a ideia de liberdade apontada pelo existencialismo sartreano não pode ser dissociada da ideia de responsabilidade. No caso do tema proposto, sobre as doenças sexualmente transmissíveis, pode-se dizer que as pessoas são livres para desfrutarem dos prazeres da vida, mas são, na mesma medida, responsáveis pela forma como comportam-se nessa busca pelo prazer. Por isso, devem assumir seu compromisso para conter a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis e devem aprender a conviver com a responsabilidade de contribuir para a não proliferação dessas enfermidades. Simone de Beauvoir Simone de Beauvoir A feminista e filósofa Simone Beauvoir, ao estudar a condição desigual da mulher na sociedade moderna, alerta para a desigualdade de gênero existente e de como mulheres estão mais sujeitas ao preconceito social em sociedades patriarcais. Nesse caso, podemos relacionar a desigualdade de gênero que a autora faz com a sujeição da mulher em aspectos ligados a doenças sexualmente transmissíveis. Haja vista que o número de mulheres casadas que são vítimas de doenças sexuais, pois o marido não se previne nas relações sexuais extraconjugais, é grande. Também podemos utilizar a autora, com sua tese de sujeição da mulher, pelo fato de que as meninas estão mais sujeitas aos abusos sexuais e muitas não recebem orientações sobre isso. A filósofa Beauvoir não aborda diretamente o tema sobre doenças sexualmente transmissíveis, mas analisa a desigualdade de gênero feminino, que nesse caso podemos relacionar, perfeitamente, com o tema estabelecido. 3 – Exemplo prático 4 – Dicionário sociocultural O Modelo Biomédico Práticas médicas estão intimamente interligadas às mudanças sociais, pois a aplicação da ciência em diagnósticos médicos e na cura é o principal fator no desenvolvimento dos sistemas modernos de saúde. Com isso, a doença passou a ser definida objetivamente em termos de sintomas identificáveis e o cuidado médico formal passou a ser feito por especialistas treinados e tornou-se o modo aceito de tratar doenças físicas e mentais. Esse modelo biomédico que avalia o problema dá um diagnóstico e propõe uma solução ou cura para a suposta doença é modelo usado para identificar casos ligados às doenças sexualmente transmissíveis. Esse mesmo modelo orienta as pessoas na forma mais adequada ao combate da doença. PROPOSTA #10: Devem existir limites para a arte? (Tema da Fuvest de 2018) 1 – Textos motivadores Texto I Quebra de paradigmas na Arte A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922. 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Karl Marx e o Fetiche da mercadoria Karl Marx O filósofo alemão Karl Marx, ao avaliar o preço das coisas, o valor de uso dos objetos no modelo capitalista, destaca o fenômeno classificado de fetiche da mercadoria. Nessa ideia, os produtos, os bens são considerados pelo seu valor simbólico e não propriamente pelo seu valor de uso. O capitalismo demonstra outra característica de avaliar as coisas muitas vezes através de representações ou status sociais que ganham valor. As pessoas já não desejam um bem pela sua utilidade prática, mas sim pela sua representação. Esse conceito do autor alemão pode perfeitamente dialogar com o valor da arte nos dias de hoje, ou no que um tipo de arte se tornou. Em muitos casos o valor de uma obra de arte parece valer mais para quem executou do que propriamente pelo seu valor estético. O fetiche da mercadoria na arte está cada vez mais presente na representação, no status ou no significado distante de qualquer coisa. O exemplo do artista inglês Damien Hirst que produziu por encomenda um tubarão gigante com um título denominado Impossibilidade física da Morte na Mente de Alguém Vivo, que faz lembrar um comentário do jornalista americano Tom Wolfe: “chegará o dia em que o texto teórico explicando a arte será mais importante do que obra em si, ou seja, parece que a interpretação metafísica da arte vale mais que a própria arte”. O fetiche da mercadoria nunca esteve tão presente e tão atual nos dias de hoje quando a arte é o principal tema, pois parece que qualquer coisa hoje é arte, basta ter um fetiche sobre as coisas que tudo acabará bem. Aristóteles Já Aristóteles, que ficara mais ou menos 20 anos como aluno da famosa Academia de Platão, desenvolve na sua Poética uma abordagem bem original a respeito das artes, diferenciando, por exemplo, práxis (ação) de poiésis (fabricação), e deixando bem claro que o autor não se dissocia das suas ações, mas sim daquilo que fabrica. Esse posicionamento “libera” a poiésis (teatro, pintura, poesia, música etc.) de algumas implicações morais e epistemológicas impostas por Platão. Aristóteles Ao abordar as artes como mimesis (imitação), Aristóteles identifica essa mímesis como representação, por isso não vê problemas no fato do imitador “falar o falso”. Esse ponto de vista equivale a dizer que os poetas, Homero ou Hesíodo, podem sim acrescentar em seus textos narrativos fictícios,pois, diferente da História, que se ocupa do particular, a poesia trata do universal. Aristóteles quer dizer que o historiador deve manter-se fiel aos fatos, relatando apenas aquilo que realmente aconteceu, enquanto o poeta, por abordar questões como o amor, a honra, a ambição e outras questões universais da existência humana, pode até usar acontecimentos históricos como pano de fundo, mas não precisa ficar limitado ao acontecido. Em outras palavras, para o estagirista, as mentiras contadas pelos poetas não invalidam ou comprometem a beleza de suas obras. Quer saber mais sobre o autor? Acesse nossos endereços eletrônicos: Canal do Primeiro Conceito no YouTube Podcast Primeiro Conceito na plataforma Spotify www.primeiroconceito.org Immanuel Kant Vale observar que essa discussão não se encerra com os filósofos do mundo antigo clássico, mas se estende pela história da Filosofia, e chega até os séculos XX e XXI. Entretanto, para que este texto não se torne mais extenso do que o necessário, pararemos em uma celebridade do século XIX: Immanuel Kant. Pertencente ao contexto intelectual do Iluminismo (Esclarecimento), o filósofo prussiano Immanuel Kant expõe, na Crítica da faculdade do juízo, a sua compreensão a respeito do universo das artes. Em sua abordagem, Kant nos diz que a obra de arte deve ser julgada pelo seu valor estético, ou seja, pelo que ela tem de belo ou de feio. Essa compreensão liberta a arte de qualquer compromisso moral ou pedagógico, uma vez que ela é um fim em si mesmo, ou seja, não existe em função de formar bons cidadãos. 3 – Exemplo prático ‘Queermuseu’: A exposição mais debatida e menos vista dos últimos tempos 4 – Dicionário sociocultural Arte Minimalista A expressão “Minimalismo” (do inglês, “Minimal Art”) faz referência aos movimentos estéticos, científicos e culturais que surgiram em Nova York, entre o fim dos anos de 1950 e início da década de 1960. Esses movimentos primavam pelo mínimo de recursos e elementos utilitários, reduzindo todos seus aspectos ao nível essencial. Já em 1966, o filósofo e crítico de artes Richard Arthur Wollheim (1923- 2003) já apontava o minimalismo daquela década como uma das correntes que mais influenciariam o campo das artes visuais, arquitetura, design, música, programação visual, desenho industrial, durante o século XX. Em termos gerais, os movimentos minimalistas se caracterizam pela austeridade e síntese, inclusive dos meios e usos da abstração. Enquanto aspecto filosófico, o minimalismo irá adequar às necessidades da vida aquilo que é realmente essencial, descartando as futilidades no caminho da realização pessoal. No campo das artes, normalmente está representado de forma abstrata e “crua”, de modo a revelar a origem industrial e a natureza dos materiais que compõem a obra minimalista, a qual, via de regra, interage com o público. Adaptado de: https://www.todamateria.com.br/minimalismo/ PROPOSTA #11: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet” Tema Enem 2018 Com tamanho volume de disseminação de conteúdo, pessoas reais ficam vulneráveis às fake News e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pessoas reais. 1 – Textos motivadores Texto I 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Karl Marx Sobre o tema em questão, caro leitor, poderíamos trabalhar com o filósofo alemão Karl Marx e o seu conceito de ideologia. O tema menciona a manipulação ser uma forma de controle de desorientação de uma classe social por outro ou de um grupo social que deforma a realidade e cria falsas verdades. Para Marx, ideologia é uma forma de enganação desenvolvida por uma classe sobre outra. O que poderíamos chamar de ideias falsas que manipulam e distorcem a realidade. Marx não abordou a manipulação das redes sociais, da internet; entretanto, ao falar sobre as formas de enganação social, o filósofo faz referência ao conceito de ideologia, um conjunto de ideias que desorienta as pessoas e cria um estado de alienação social. Platão O mito da caverna. Platão representa na alegoria da caverna os homens presos aos grilhões. Quem são esses homens? Por que aceitam e perpetuam essa situação? Esses homens são aqueles indivíduos que, condicionados pelo mundo das aparências, procuram solidificar a verdade, não como ela realmente é, mas sim como pensam ser. O mundo das aparências para Platão é o mundo sensível, é o contorno externo de todo e qualquer processo simbólico e de visualização. É mais cômodo e fácil estar atento pura e simplesmente ao externo do que buscar o que realmente é o fator decisivo. A compreensão do fato é obtida, dentro desse contexto, a partir do mundo das sombras. As sombras sempre são puramente o elemento de estagnação do tempo e do espaço. Agora a necessidade que precisa ser construída e trabalhada para a superação dessa situação é buscar o mundo das luzes. O mundo das aparências está diante de nossos olhos assim como a mídia nos manipula, dizendo-nos como funciona o mundo através de mentiras, sem efetivamente mostrar a realidade ou mundo verdadeiro das luzes. Quer saber mais sobre o autor? Acesse nossos endereços eletrônicos: Canal do Primeiro Conceito no YouTube Podcast Primeiro Conceito na plataforma Spotify www.primeiroconceito.org Filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer da Escola de Frankfurt Theodor Adorno e Max Horkheimer Os autores, ao mencionar a manipulação dos meios de comunicação, advertem sobre o conceito de indústria cultural para se referir a um sistema da cultura de massa que distrai e engana as pessoas através de notícias falsas e imagens encantadoras. Nesse caso, então a internet, hoje considerada um novo meio de comunicação de massa, estaria perfeitamente enquadrada nesse roteiro desses autores frankfurtianos. O termo indústria cultural foi empregado pela primeira vez em 1944, quando da publicação de Dialética do esclarecimento. A obra denuncia os grupos sociais que controlam o aparelho técnico detendo uma superioridade imensa sobre o resto da população (Carmo, 2008). Os meios de comunicação, segundo os dois autores, visam muito mais a alienação, a manipulação, o entretenimento das massas e pouca reflexão. Os meios de comunicação de massa nas mãos de gente perigosa podem se tornar uma arma perigosa segundo os dois filósofos. Adorno e Horkheimer falam sobre o regime político nazista que utilizou, na Alemanha, meios de comunicação como a rádio e o cinema para difundir suas ideias autoritárias e racistas. Nessa situação, a internet e seus recursos podem sim ficar enquadrados dentro do conceito de manipulação da indústria cultural de Adorno e Horkheimer. LIVRO: Dialética do Esclarecimento 3 – Exemplo prático Notícias falsas sobre eleição nos EUA têm mais alcance que notícias reais. Buzzfeed News analisou 40 notícias (verdadeiras e falsas) em 3 meses. Vinte falsas notícias nas redes sociais tiveram desempenho superior ao conteúdo de jornais. Donald Trump na Flórida, e Hillary Clinton em Pittsburgh, sorriem durante comícios no último dia da campanha presidencial, na segunda (7) (Foto: Reuters/Carlo Allegri/ Justin Sullivan/Getty Images/AFP) 4 – Dicionário sociocultural Cultura de Massa A cultura de massa está estreitamente ligada ao consumo. As propagandas veiculadas na televisão e na internet têm o propósito de levar o espectador a consumir os produtos propagados. Não obstante, às propagandas também são veiculados ideais de vida. Do mesmo modo que as propagandas passam tais ideais, a cultura de massa também é utilizada com tal objetivo. Filmes, novelas, músicas, séries e estampas comerciais são exemplos desse tipo de cultura. Retirado de: https://mundoeducacao.uol.com.br/ PROPOSTA #12: A condição das cidades e os espaços urbanos em transformação na modernidade. 1 – Textos Motivadores Texto I Espaço urbano brasileiro O espaço urbanobrasileiro foi profundamente marcado pelas dinâmicas ocorridas no século XX e conta com uma elevada concentração populacional em torno das cidades do Sudeste. O processo de urbanização no território brasileiro iniciou- se, de maneira mais concreta, a partir do final do século XIX, com o início gradativo da industrialização no país. No entanto, foi após os anos 1930 que a presença das indústrias se tornou mais intensiva e a urbanização começou a intensificar-se. A segunda metade do século XX serviu de incremento graças ao intenso êxodo rural ocasionado pela mecanização das atividades produtivas no meio rural, o que gerou um maior desemprego no campo e a grande leva de migrantes em direção às principais cidades do Brasil. Retirado de: https://mundoeducacao.uol.com.br/ O espaço urbano nas telas de Edward Hopper Artista que retratou primeiramente a vida urbana desolada na década 1940 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Saskia Sassen – Cidades globais Saskia Sassen A autora faz um estudo sobre o que é chamado por ela de cidades globais, ou seja, um espaço gigante e que expande o mercado global. Para a autora, o processo de globalização está transformando as cidades industriais e dando lugar às cidades globais. Esses espaços acabam se tornando uma referência dentro do próprio capitalismo no desenvolvimento de novos modelos de produção, na economia, no setor de serviços, inclusive para fins financeiros. Essas cidades globais se tornam o centro dos mercados no capitalismo, proporcionando novos produtos industriais, setores de compra e venda no cenário internacional. Para Sassen, o surgimento de um mercado global para serviços financeiros especializados dá às cidades globais um comando e uma função de controle sobre a globalização. Essas cidades se tornam também mais cosmopolitas, pois são alvos de imigrantes que levam novos modelos culturais enriquecendo a cidade. Marc Augé - “Os não lugares” Marc Augé O autor cria o conceito de “não lugares”, espaços urbanos que ele chama de transitórios, que não possuem um significado concreto e próprio ou uma ideia definida. Esses locais não têm cara de coisa alguma, sendo espaço ligado ao consumo e ao um volume elevado de pessoas que transitam nesses espaços (as pessoas não ficam, simplesmente transitam). O conceito do que chamamos de “lugar” possui relação com uma identidade própria, uma função específica, um local e uma singularidade, os chamados “não lugares” não tem cara de coisa alguma, sendo espaços iguais em qualquer parte do mundo sem identidade (normalmente com um apelo comercial muito grande). A cidade capitalista ganha contornos comerciais que define esses “não lugares”. Espaços como shopping center, supermercados, estações de metrô assim como aeroportos são classificados como espaços sem uma identificação, pois são iguais em qualquer parte do mundo ou possuem o mesmo significado, daí o nome de “não lugares”. As alterações nas áreas urbanas ao longo do século XX criaram uma “sobre modernidade”, um excesso que altera a essência das cidades e da vida do cidadão. De espaço residenciais, de relação de vizinhança e de trabalho, ampliam-se as zonas de fronteira. Henri Lefebvre Henri Lefebvre Para o filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre, as cidades modernas ganham formas que não favorecem a liberdade e o bem-estar das pessoas, mas sim a prisão das pessoas através de valores comerciais-capitalista que serão a cara da própria cidade. Para o filósofo, as cidades modernas têm uma forma que reflete os interesses das grandes empresas capitalistas. Dessa forma, a classe trabalhadora, os pobres e outros grupos não têm direito de opinar sobre o modo como as cidades são construídas. A classe pobre muitas vezes é retirada de seu espaço para a construção de prédios de teor comercial como os shoppings que servem aos interesses do grande capital. A perda do espaço público restringiu os lugares onde as pessoas podem se encontrar de forma igualitária. Para Lefebvre os grandes centros urbanos estão ali para representar os interesses do grande capital, tirando assim o direito à cidade para a maioria dos moradores dos grandes centros urbanos. 3 – Exemplo prático Lugares Fágicos: Espaços destinados tão somente ao consumo como shopping. Lugares Êmicos: áreas públicas que não são convidativas à socialização. Exemplo: a praça de La Défense na França. 4 – Dicionário sociocultural Enclave Em geografia, um enclave é um território totalmente cercado por um território estrangeiro. Se outro país tem soberania sobre ele, pode-se também chamar este país de exclave. San Marino é um país-enclave, localizado na região central da Itália. Ecologia urbana Um campo da ecologia é uma nova área de estudos ambientais que procura entender os sistemas naturais dentro das áreas urbanas. Ela lida com as interações de plantas, animais e de seres humanos em áreas urbanas. Ecologistas urbanos estudam árvores, rios, vida selvagem e áreas livres encontrados nas cidades para entender até que ponto esses recursos são afetados pela poluição, urbanização e outras formas de pressão. Retirado de: https://www.portalsaofrancisco.com.br/ PROPOSTA #13: Os efeitos dos desastres ambientais no Brasil 1 – Textos Motivadores Texto I Uma vítima de Era Atômica No início dos anos 1960, a opinião pública se alarma com a multiplicação dos testes nucleares na Marvel Comics; esse sentimento assume a crítica na criação do incrível Hulk, uma besta fera resultado de energia nuclear. Texto II Documentário: Uma Verdade Inconveniente O tema aquecimento global está presente diariamente na televisão, nas revistas, nos jornais, entre outros meios de comunicação. No entanto, não há a devida preocupação da população com as alterações climáticas, nem uma mudança comportamental para minimizar esse processo. Retirado de: https://educador.brasilescola.uol.com.br/ 2 – Autores e pensadores que podem ser referência em sua argumentação da redação Ulrich Beck Ulrich Beck O sociólogo Ulrich Beck que se dedica em abordar catástrofes da degradação ambiental global. Ele argumenta que a modernidade se transformou no que ele chamava de “sociedade de risco”, o descaso com meio ambiente contribui para que problemas ambientais deixassem de ser localizados para ganhar contornos internacionais. A importância da economia sustentável evitaria as grandes catástrofes ambientais nesse sentido. Na sociedade moderna, os problemas ecológicos sugerem que as implicações e os riscos contemporâneos são diferentes daqueles que ameaçavam as sociedades industriais modernas do século XVIII e XIX. Beck acena para o fato de que as toxicidades causadas pelas formas de degradação contemporânea extrapolam os espaços onde são produzidas, bem como as comunidades diretamente afetadas. Em primeiro lugar, porque as toxicidades das formas contemporâneas de degradação são quantitativamente maiores do que as formas de degradação provocadas pela indústria. Em segundo lugar, o impacto dessas toxinas no corpo humano em todos os ecossistemas é irreversível e seus efeitos, cumulativos – portanto, excedendo também as fronteiras temporais, intensificando- se os riscos para as gerações futuras. Além dos efeitos tóxicos progressivos, Beck salienta os riscos de potenciais catástrofes ecológicas decorrentes, por exemplo, de acidentes nucleares e da libertação de químicos em grandes escala e alterações e manipulações genéticas da flora e da fauna do planeta (por exemplo a exploração do reator nuclear de Chernobyl – 1986). Nesse contexto, segundo Beck, o fato de os riscos ecológicos contemporâneas não se limitarem ao seu ponto de origem, ou melhor, os seus potenciais impactos extrapolarem o seu ponto de origem, torna-os muitas vezes invisíveis e insondáveis na vida cotidiana. Nesse aspecto, o argumento ligado à economia sustentável seria uma forma racional de evitar problemas
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