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ÉTICA-NO-TRABALHO-PSICOPEDAGÓGICO

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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 
1 A PSICOPEDAGOGIA .................................................................................... 3 
1.1 Origem e objetivos .......................................................................................... 4 
2 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA ........................................................ 8 
2.1 Campo de conhecimento ................................................................................ 9 
2.2 Campo de atuação ....................................................................................... 10 
2.3 O caráter interdisciplinar da formação .......................................................... 12 
3 ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................ 13 
3.1 O Código de Ética Profissional ..................................................................... 15 
3.2 A Associação Brasileira de Psicopedagogia ................................................. 17 
3.2.1 Reflexões sobre o Código de Ética da Psicopedagogia ............................... 18 
3.2.2 As implicações da Ética profissional na atuação da Psicopedagogia ........... 25 
4 CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP ..................................................................... 27 
4.1 Capítulo I – Dos Princípios ........................................................................... 27 
4.2 Capítulo II – Da Formação ............................................................................ 28 
4.3 Capítulo III – Do Exercício das Atividades Psicopedagógicas ...................... 29 
4.4 Capítulo IV – Das Responsabilidades .......................................................... 31 
4.5 Capítulo V – Dos Instrumentos ..................................................................... 31 
4.6 Capítulo VI – Das Publicações Científicas .................................................... 32 
4.7 Capítulo VII – Da Publicidade Profissional ................................................... 32 
4.8 Capítulo VIII – Dos Honorários ..................................................................... 32 
4.9 Capítulo IX – Da Observância e Cumprimento do Código de Ética do 
Psicopedagogo ............................................................................................. 33 
4.10 Capítulo X – Das Disposições Gerais ........................................................... 34 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 35 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro - quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos!
 
3 
 
1 A PSICOPEDAGOGIA 
O progresso traz muitas alterações à sociedade, uma delas é o 
desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras. O que caracteriza 
o aparecimento de qualquer profissão é a existência de pessoas exercendo essa 
função antes de sua formalização. Alguns motivos para o aparecimento de toda 
profissão, sendo eles a demanda social, os recursos para atender à demanda e 
pessoas que organizam e recriam os recursos disponíveis para a demanda. 
No caso da psicopedagogia, a demanda é a existência de crianças 
normalmente desenvolvidas que não conseguem sucesso na escola, fato que justifica 
a prática psicopedagógica, ou seja, pessoas que atuam para sanar os problemas, os 
psicopedagogos. 
Acredita-se que o psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na 
transmissão de conhecimentos, não sendo uma atividade neutra para ambas 
as partes (o sujeito que necessita de ajuda e o psicopedagogo), pois a relação 
de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o aprendente é 
necessária ao desenvolvimento da relação educativa. (NERY, 1986. apud 
BOSSA, 2000) 
Assim, considera-se que o papel do psicopedagogo é levar a criança a integrar-
se novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. O trabalho 
psicopedagógico deve estar ancorado em alguns princípios gerais, tais como: 
I. Acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber 
acumulado, representado pela cultura; 
II. Considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso ao 
saber; 
III. Nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser; 
IV. Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de 
conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no ato 
de aprender; 
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=922
 
 
4 
V. Reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo analisar 
e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que promovem 
bloqueio da aprendizagem; 
VI. Reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da cultura, 
também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo postura crítica 
frente às dificuldades geradas pela própria instituição escolar. 
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para 
possibilitar a todas as crianças o direito de aprender. 
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o 
acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá 
contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter 
acesso a esse saber. 
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do 
ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades. 
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o 
psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos 
disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável. 
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o 
papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de 
sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca 
a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural, 
assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de 
aprendizagem. 
1.1 Origem e objetivos 
A Psicopedagogia surgiu na Europa, no século XIX; recebeu inicialmente uma 
conotação nitidamente patologizante, pois buscava naquela época entender as 
influências de origem orgânica, responsáveis pelo insucesso escolar. Já no século XX, 
 
 
5 
ela recebeu enfoque curativo, o qual era caracterizado pela ação terapêutica no 
tratamento de crianças com problemas de aprendizagem. (BOSSA, 2011. apud 
NEPOMUCENO, 2020) 
Os primeiros centros psicopedagógicos foram criados em 1946, e tinham 
direção médica e pedagógica. Esses centros buscavam tratar comportamentos sociais 
inadequados. No entanto, em 1948, a pedagogia curativa recebeu uma nova 
reorientação e passou a ser entendida como uma terapia voltada para a readaptação 
escolar de alunos que, apesar de inteligentes, apresentavam resultados escolares 
insatisfatórios. (NEPOMUCENO,2020) 
A ação do psicopedagogo estava direcionada ao âmbito medicinal, portanto, o 
psicopedagogo se tratava de um médico pedagógico. 
A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de 
aprendizagem, a partir de ações de mediação, de classificação de desvios e 
de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado 
provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e 
o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. (RAMOS, 2007. 
apud FARIA, 2017) 
Nesses centros trabalhavam especialistas nas áreas de psicanálise, psicologia, 
pedagogia e psicomotricidade, porém a produção dos diagnósticos ocorria através dos 
médicos. Era realizado um levantamento acerca da vida do indivíduo: 
 Relações familiares e conjugais; 
 Condições de vida; 
 Práticas educativas; 
 Testes de QI. 
A partir disso se criava um diagnóstico e um tipo de tratamento adequado. A 
maior influenciadora da psicopedagogia no Brasil foi a Argentina, que se tornou 
inequívoca desde a década de 1960 possuindo objetivos psicopedagógicos de caráter 
preventivo, em especial, voltada para a relação professor-aluno. 
 
 
6 
[...] a despeito dessa experiência, a literatura revela que a finalidade que 
predominou na história antiga da Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos 
problemas referentes às disfunções neurológicas ou, mais precisamente, 
naquilo que foi denominado na época de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM). 
(RAMOS, 2007. apud FARIA, 2017) 
Essa visão foi inserida nas escolas com a ausência de critérios, num processo 
de etiquetação de crianças e jovens. E então surgem diferentes nomenclaturas de 
várias doenças que se pode encontrar. 
O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para 
camuflar problemas psicopedagógicos traduzidos ideologicamente em 
termos de psicologia individual. Termos como dislexia, disritmia e outros 
também foram usados para esse fim. (SCOZ, 1994. apud RAMOS, 2007) 
A existência dos primeiros cursos de psicologia educacional no País ocorreu 
devido à herança do médico-psicopedagógico, porém, em 1979, após 
aproximadamente vinte anos da efetiva prática pedagógica no País emergiu o primeiro 
curso da especialidade Psicopedagogia no país, e originalmente era denominado de 
Curso de Reeducação Psicopedagógica. 
Historicamente, a Psicopedagogia foi introduzida no território brasileiro com 
base em modelos médicos, e foi assim que se iniciaram, nos anos de 1970, 
cursos de especialização em Psicopedagogia, voltados principalmente para 
uma atuação clínica. Atualmente os cursos de especialização em 
psicopedagogia têm se dividido entre as perspectivas clínicas e as 
institucionais, mas o que se verifica é a predominância da prática considerada 
clínica, como se pode ver na categoria anterior, em que é citada a realização 
das avaliações psicopedagógicas por parte dos participantes. (BOSSA, 2000. 
apud POTTKER, 2014) 
O conceito de psicopedagogia surgiu da necessidade de compreender melhor 
o processo de aprendizagem e tornou-se um campo de estudo específico voltado para 
encontrar conhecimento em outros campos e criar seu próprio objeto de estudo. A 
pedagogia e a psicologia se destacam entre esses campos, pois são duas grandes 
áreas de importância primordial para o ensino e a aprendizagem. 
Na atualidade, a psicopedagogia é vislumbrada como uma área de 
possibilidades que visa propiciar um melhor desenvolvimento da aprendizagem, 
buscando encontrar possíveis soluções para os problemas de ensino/aprendizagem 
institucionais ou clínicos, buscando entender as relações emocionais, afetivas, 
 
 
7 
constitucionais/biológica, familiares, sociais, cognitivas, socioculturais e pedagógicas; 
estabelecendo uma análise detalhada dos problemas encontrados habitualmente. 
No entanto, o objeto da psicopedagogia é o estudo do homem como entidade 
pensante e construtor do conhecimento e suas singularidades e influências 
psicológicas e cognitivas das falhas de aprendizagem. Em outras palavras, sua 
abordagem tinha como objetivo localizar, no indivíduo, as causas que poderiam levá-
lo ao fracasso escolar. Com o aumento das necessidades as dificuldades encontradas 
em sala de aula também aumentaram, o trabalho do psicólogo educacional se baseia 
em pressupostos que buscam encontrar melhores soluções que possam auxiliar 
educadores e alunos a ter uma melhor abordagem de prevenção e facilitação na 
relação ensino-aprendizagem. 
O objetivo é encontrar as causas que se entendem como as causas da falta de 
atenção e vontade de aprender e o que leva ao insucesso do aluno com vistas a 
facilitar a compreensão de educadores e educandos entre um conhecimento e outro. 
Motivos como a falta de concentração, hiperatividade, dislexia, distúrbio de 
atenção, processos psicoemocionais e diversas outras influências que podem 
ser vistas como resultados para uma falha de compreensão na hora de 
aprender, têm sido alvo de estudos da Psicopedagogia, pois seu campo de 
estudo se responsabiliza a desvendar esses desafios e a criar possibilidades 
adequadas a cada indivíduo, visando suas necessidades (GALLINA, 2014. 
apud FARIA, 2017) 
No entanto, para que as dificuldades sejam encontradas e estudadas para 
ajudar o aluno, também é necessário realizar um estudo que inclua seu campo de 
residência, por exemplo, a esfera familiar e social. Porque, se a pesquisa se 
concentrar apenas no indivíduo, ele automaticamente se torna o culpado de seu 
fracasso e, dessa forma, pode piorar a situação. 
 
 
 
 
8 
2 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA 
Rubinstein (et al; 2004. apud SILVA; LORENZINI, 2017) afirma que já existiam 
cursos de especialização em Psicopedagogia oferecidos por institutos particulares, 
associações de classe e iniciativa de profissionais preocupados com dificuldades de 
aprendizagem, antes mesmo da existência de cursos formais dentro de universidades 
e instituições de ensino superior. 
A autora ainda declara que muitos profissionais que lidavam com a questão das 
dificuldades de aprendizagem, tiveram sua formação acadêmica realizada 
posteriormente. Existem dois fatores prováveis para que a formação em 
Psicopedagogia no Brasil tenha se consolidado à nível de especialização, segundo 
Rubinstein. (et al; 2004. apud SILVA; LORENZINI, 2017) 
O primeiro está relacionado ao fato de que os profissionais que atendiam 
crianças com queixa escolar e se dedicavam à pesquisa nesta área, já eram formados 
na Universidade. A autora aponta que houve a percepção de que a formação 
universitária específica não atendia às necessidades profissionais na referida área de 
atuação. O segundo fator, apresentado por Rubinstein (et al; 2004. apud SILVA; 
LORENZINI, 2017), está ligado a fatos marcantes entre as décadas de 1950 e 1970 
que influenciaram o “modo como se instalou a formação em Psicopedagogia no 
Brasil”. 
Os fatos citados pela autora são: o otimismo nos meios educacionais no que 
tange as soluções para os problemas de ensino e aprendizagem; a expansão de 
disciplinas que tinham como foco a questão destes problemas; regulamentação de 
cursos de pós-graduação; criação de cursos de especialização lato sensu; e o fato de 
a Psicopedagogia ser “um desses cursos em expansão uma vez que já havia grupos 
significativos de profissionais atuando nessa área”. (RUBEINSTEIN; et al; 2004. apud 
SILVA; LORENZINI, 2017) 
No que diz respeito às questões de legislação, há uma luta de quase 20 anos. 
Na “Justificação”, apresentada pelo Deputado Barbosa Neto (1997. apud SILVA; 
LORENZINI, 2017), ao final da redação do Projeto de Lei 3.124 de 1997, é enunciado 
 
 
9 
que a escola, para muitos, seria um palco de fracassos ou de desenvolvimento 
insatisfatório e precário. É possível afirmar que, ainda na atualidade, a escola está um 
tanto distante de ser um lugar onde o conhecimento é acessado de forma equânime. 
(LINDER-SILVA, 2015. apud SILVA; LORENZINI, 2017) 
Neto (1997.apud SILVA; LORENZINI, 2017), enxergava na prática 
psicopedagógica a resposta para as precariedades no aprendizado. Prática esta, [...] 
exercida por um profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não 
apenas a sanar problemas de aprendizagem, considerando as características 
multidisciplinares da pessoa que aprende, buscando melhorar seu desempenho e 
aumentar suas potencialidades de aprendizagem. (NETO, 1997. apud SILVA; 
LORENZINI, 2017) 
Neto (1997. apud SILVA; LORENZINI, 2017) justificou que, devido aos 
conhecimentos multidisciplinares e ao manuseio de instrumentos psicopedagógicos 
específicos, os psicopedagogos seriam os profissionais mais bem preparados para 
“atuar na melhoria da forma de aprendizagem e na resolução dos problemas 
decorrentes desse processo”. 
A “Justificação” descrita no projeto de lei 3.124 ainda apresentava que a 
formação deveria acontecer [...] a partir de um curso de especialização em 
nível de pós-graduação universitária, capaz de desempenhar um papel 
específico nas dificuldades do processo de aprendizagem com uma sólida 
fundamentação centrada no conhecimento científico, o qual deve ser 
trabalhado por um conjunto de disciplinas que possibilitem a compreensão 
dos problemas no processo de aprendizagem de forma global e não 
fragmentada, constituindo uma estrutura com programação inter-relacionada 
e com processo conjunto de avaliação. (NETO, 1997. apud SILVA; 
LORENZINI, 2017) 
2.1 Campo de conhecimento 
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do 
processo de aprendizagem humana e se tornou uma área de estudo específica que 
busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo: o 
processo de aprendizagem humana, seus níveis de desenvolvimento e a influência do 
meio nesse processo. 
 
 
10 
É uma área de conhecimento que se dirige para o estudo da aprendizagem 
enquanto processo inerente ao ser humano, configurando-se no âmbito das ciências 
humanas. Nesse sentido, o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem 
humana e o ser que aprende é o sujeito para o qual a Psicopedagogia se dirige. 
Considerando que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento 
contemporâneo, ela se difere de outros campos como área de atuação e de reflexão, 
pois leva em consideração a objetividade e subjetividade humanas e o conhecimento 
das diversas formas de aprender. Ocupa-se dos problemas relacionados com a 
aprendizagem humana, atuando em áreas próximas à Psicologia e à Pedagogia. 
Evoluiu para atender às demandas sociais relacionadas aos problemas de 
aprendizagem e ao fracasso escolar, constituindo-se, assim, numa prática. 
[...] como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se 
inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos que a 
Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como 
se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está 
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na 
aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de 
estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire 
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo. 
(BOSSA, 2007; AMORIM, 2011) 
O psicopedagogo deve agregar conhecimentos multidisciplinares na sua 
atuação profissional, tendo em vista que, nas avaliações diagnósticas, é necessária a 
interpretação de diferentes dados. Esses conhecimentos auxiliarão o profissional da 
Psicopedagogia na compreensão do quadro diagnóstico e a escola na melhor 
metodologia de trabalho. 
2.2 Campo de atuação 
O campo de atuação da Psicopedagogia é focado na intervenção do processo 
de aprendizagem, na avaliação das potencialidades, no diagnóstico e tratamento dos 
seus obstáculos, sendo o psicopedagogo o profissional responsável por detectar e 
tratar possíveis obstáculos relacionados à aprendizagem escolar. 
Pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para 
compreender e intervir nos processos de desenvolvimento da aprendizagem humana, 
 
 
11 
recorrendo a várias estratégias na tentativa de solucionar os problemas que podem 
surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo é o profissional indicado para 
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de 
ensino aprendizagem. 
No espaço escolar o psicopedagogo pode contribuir para o esclarecimento das 
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, 
mas que são consequências de problemas escolares, sejam eles ligados a fatores 
organizacionais ou metodológicos. 
Ele poderá atuar ainda preventivamente junto aos docentes explicando sobre 
habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; pode também 
trabalhar na formação continuada, na reflexão sobre currículos e projetos e atuar junto 
às famílias dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. 
[...] a intervenção psicopedagógica na instituição escola se dirige ao sujeito 
aprendente que sustenta o aluno, sua relação com os seus pares e com o 
professor; ao sujeito ensinante que sustenta o professor, sua relação com o 
grupo de alunos, com os pais e com o psicopedagogo, assim como ao sujeito 
aprendente que também se encontra no professor; e ao sujeito aprendente 
que se encontra no próprio psicopedagogo. (BARBOSA, 2001; AMORIM, 
2011) 
Em uma linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de 
aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais 
e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas da saúde - 
psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, pois tais 
dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes exigem uma abordagem 
multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no 
atendimento em ambientes hospitalares. 
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir para a compreensão 
e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria 
da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na 
empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom 
andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o 
conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas 
 
 
12 
que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a 
finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas 
características próprias. 
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a 
vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo 
para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às 
atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta 
e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo, 
dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações 
assumindo a maturação. 
2.3 O caráter interdisciplinar da formação 
É impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo pré-
concebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de 
seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da 
educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia 
ocupacional, entre outras. 
Simultaneamente, a Psicopedagogia é uma práxis formalizada e que lida com 
a compreensão e o tratamento dos problemas de aprendizagem com um foco 
ampliado, mediante a contribuição de outras áreas do conhecimento humano, como a 
Didática, a Psicologia, a Psicanálise, a Linguística, a Filosofia, Sociologia, as 
Neurociências e outras. 
O que legitima uma ocupação profissional é a formação em serviço, a formação 
contínua nos fundamentos e técnicas que possibilitam a realizaçãode um trabalho. 
Neste sentido, interessa menos a ênfase em uma formação inicial e legal, como se 
tem caracterizado a discussão sobre as questões acima, mas a ética de um saber 
construído e aperfeiçoado continuamente de diferentes estilos. 
É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de 
Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple 
 
 
13 
conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do 
ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos 
elaborados por várias disciplinas. 
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores 
sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja 
de maneira clinica quer seja preventivamente, que visem à construção de uma relação 
potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria 
na busca da construção do conhecimento. 
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e 
apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e 
princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter 
interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando 
conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é, 
segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de 
conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse 
ser e afastando os obstáculos a essa construção. 
3 ÉTICA PROFISSIONAL 
Segundo uma perspectiva geral, pode-se entender por ética, o conjunto de 
normas de comportamento, baseado em princípios morais, que ditam a conduta nas 
sociedades organizadas e, portanto, é imprescindível em todo e qualquer 
relacionamento humano. 
Ética é um princípio, um potencial dentro do homem, aplicável, sem dúvida, 
a todas as atividades humanas, ajudando os homens a encontrar um 
relacionamento adequado entre si. (CIONE, 1988. apud SILVEIRA, 2014) 
 O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o 
conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes; bem como pela relação entre 
vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de 
liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Os valores são o ponto de partida das 
ações humanas influenciando suas decisões, sendo que a ordenação e a 
 
 
14 
hierarquização de princípios, valores e normas definem o conteúdo ou teor do caráter, 
bem como as ações do ser humano. 
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer usos, hábitos e 
costumes, bem como o modo de ser e/ou o caráter. Os romanos traduziram o “ethos” 
grego para o latim “mos” ou, no plural, “mores”, originando a palavra moral. Tanto 
“ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural, 
mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral 
compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e 
socialmente. 
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que 
é bom para o indivíduo e sociedade, entende-se como sendo o lema máximo da ética: 
o bem comum. 
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos: 
a) morada ou abrigo; 
b) caráter ou índole; 
c) hábitos ou costumes. 
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um 
determinado tipo de conduta, existe uma distinção entre ética e moral. Por moral deve-
se compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente 
pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os 
valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da 
reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da 
moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral. 
A ética é a disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas de morais 
elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das 
normas e proibições próprias a cada uma e explicar seus pressupostos, ou 
seja, as concepções sobre o ser humano e a existência que os sustenta. 
(FIGUEIREDO, 2008. apud SILVEIRA, 2014) 
 
 
15 
Os códigos de ética profissionais apresentam um conjunto de normas de 
comportamento que se enquadram como elementos para definição de condutas 
virtuosas, neste caso, condutas profissionais que contribuem para um relacionamento 
adequado entre pacientes e profissionais, bem como entre estes. Os valores e 
obrigações contidos nos códigos de ética profissionais existem para orientar as 
decisões humanas na trajetória da retidão em meio às atividades profissionais 
estendendo o conceito da ética geral para a realidade laboral, organizando as relações 
interpessoais e a harmonia para o indivíduo e sociedade. 
A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os 
códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em 
qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve 
ser cumprida e que o respeito é indispensável. 
3.1 O Código de Ética Profissional 
A ética profissional é a aplicação da ética geral no âmbito das ocupações 
profissionais, trata-se de uma tentativa de legitimar princípios morais de valor comum 
aceitos por um grupo determinado. Portanto, existem códigos de ética de diferentes 
profissões, como Direito, Medicina, Psicologia e Psicologia educacional. 
[...] a ética profissional estuda códigos de ética específicos a cada área de 
aplicação e que na realidade seriam códigos morais, pois se limitam a normas 
que possibilitam um bom relacionamento interpessoal [...]. (PAVIANI, 1988. 
apud COSTA, 2007) 
É necessário que sejam reconhecidos os limites das normas, pois dependem 
de situações sociais e históricas, embora o fato de não haver um código de ética em 
certa profissão não impeça que os profissionais reflitam sobre um comportamento 
ético. 
O Código de Ética é responsável por estruturar e resumir os requisitos éticos 
de orientação, disciplina e controle. O Código de Conduta Profissional visa proteger 
os interesses dos profissionais e clientes, apoiar os seus interesses e proteger as suas 
relações. 
 
 
16 
O Código de Ética visa a proporcionar ocasiões de articular interesses 
individuais e coletivos, ainda que ele represente uma tentativa de elevar a 
consciência moral dos indivíduos na busca de inseri-los numa relação social 
abrangente. (FLORES, 1993. apud COSTA, 2007) 
No decorrer da vida, situações incomuns ocorrem com qualquer pessoa, essas 
situações desequilibram os hábitos. Nestes, e em outros momentos importantes, o 
Código de Ética pode recomendar, justificar e apoiar as ações a serem tomadas. No 
entanto, isso não garante o sucesso nem se destina a criar dependências. Mas 
direciona o especialista para o bem comum, alinhando as relações interpessoais com 
o auxílio na autoridade de uma comunidade, formalizando a convivência das pessoas. 
O Código de Ética deve estar sob o controle de seu órgão representativo, e 
ser homologado pelo poder público e ser dado ao conhecimento de toda a 
sociedade. Também, enfatiza que o órgão representativo deverá contar com 
um Conselho de Ética, eleito pelos integrantes da profissão, para o 
julgamento dos profissionais que forem denunciados por violar normas do 
código e estabelecer as sanções necessárias. (PADIM, 1997. apud COSTA, 
2007) 
O Código de Ética não obsta a liberdade do profissional, pois ele possui a 
liberdade para segui-lo ou não, mas a responsabilidade e consequências recai sobre 
seus atos. 
Aderir às regras contidas no código de ética importa que é necessário 
compreender e seguir a lógica das decisões nele apresentadas e claramente a 
consciência profissional de qualquer pessoa que se subordina aesse código. E a 
consciência profissional é algo que tem se modelado de pouco a pouco em cada 
pessoa, devido ao fato de a crise ética se tratar de uma experiência geral que está 
presente em todos os tempos e comum a todas as divisões sociais e profissões e a 
constante necessidade de escolher, decidir, agir ou saber com prudência. 
Os códigos de ética fazem parte de um sistema de valores que direcionam o 
comportamento das pessoas, dos grupos, das organizações e dos seus gestores. 
Assim, se os códigos de ética integram um sistema de valores que organiza o 
comportamento humano, então dar vida às regras, dar-lhes sentido, é acreditar em 
sua relevância. 
 
 
17 
As orientações éticas se encontram presentes em diversas profissões, como 
um instrumento que direciona a postura de seus respectivos profissionais. É o caso 
de áreas como a Medicina, a lei “Código de Ética e Disciplina dos Advogados”, 
Psicologia e Psicologia educacional. 
3.2 A Associação Brasileira de Psicopedagogia 
Desde 1980, data da criação da ABPp, os psicopedagogos brasileiros contam 
com o apoio desta associação, que se preocupa com os interesses e os anseios da 
classe e luta pelos seus direitos. Além disso, a Associação Brasileira de 
Psicopedagogia contribuiu e contribui para que os profissionais da Psicopedagogia 
construam espaços de discussões, estudos e pesquisas sobre a teoria e a prática 
psicopedagógicas. 
[...] ao longo de sua existência a associação tem promovido vários encontros 
e congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do 
psicopedagogo, a atuação psicopedagógica objetivando melhorias da 
qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo, 
o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico 
multidisciplinar. (PERES, 1998; AMORIM, 2011) 
Essa característica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, de ser um 
órgão que representa a classe, luta pelos seus direitos e pela formação na área, é 
peculiar se pensarmos na forma de sua organização institucional, composta por um 
Conselho Nacional que reúne membros de diversos segmentos e de diversas regiões 
do país e se compõe da seguinte maneira: Conselho Nato, constituído pelos ex-
presidentes da ABPp, que passam a integrá-lo ao final de cada gestão; Conselheiros 
eleitos, que representam os associados de todo o Brasil e os representantes das 
Seções e Núcleos. 
Com o intuito de propor uma identidade própria à Psicopedagogia no Brasil e 
difundir os conhecimentos na área, a Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp 
organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e dos 
objetivos dessa área do conhecimento. O documento passou por várias reformulações 
na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse 
documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo. 
 
 
18 
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande 
inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética 
era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este 
passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das 
responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras 
profissões, sobre a importância do sigilo. 
3.2.1 Reflexões sobre o Código de Ética da Psicopedagogia 
O Código de Ética se encontra disponível no site da ABPp e deve ser seguido 
por todos os psicopedagogos, pois representa a disponibilidade e a seriedade no 
desempenho da atividade, regulamentando as seguintes situações: 
- Princípios da Psicopedagogia (Capitulo I); 
- Formação do psicopedagogo (Capitulo II); 
- Atividades psicopedagógicas (Capítulo III); 
- Responsabilidades dos psicopedagogos e seus deveres fundamentais (Capitulo 
IV); 
- Instrumentos e técnicas (Capítulo V); 
- Normas para as publicações científicas (Capítulo VI); 
- Publicidade profissional (Capítulo VII); 
- Honorários (Capítulo VIII); 
- Observância e do cumprimento do Código de Ética (Capítulo IX); 
- Disposições gerais (Capítulo X). 
 
 Confira o Código completo no item 4. 
 
 
19 
Dos Princípios (Capítulo I): 
Nesse capítulo consta a definição do campo de atuação do psicopedagogo 
como sendo o campo composto pela saúde e educação, e que trata os problemas de 
aprendizagem. Na Psicopedagogia há a existência de recursos específicos para o 
diagnóstico e a intervenção psicopedagógica. É importante destacar que a natureza 
deste trabalho pode ser clínica ou institucional, preventiva e curativa. 
Sobre a formação do psicopedagogo (Capítulo II): 
Nesse capítulo é levado em consideração a formação em pós-graduação, para 
o exercício da Psicopedagogia, também há menção a necessidade da supervisão, e 
aconselha a supervisão do trabalho. 
 Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º): 
Nesse ponto é destacado a necessidade da observância ao sigilo e da 
concordância do cliente para que outros especialistas tenham acesso a dados de seu 
desenvolvimento, como por exemplo: resultados da avaliação e acesso a prontuários. 
 Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10): 
Aborda a necessidade de reconhecimento dos limites da psicopedagogia, 
quando necessário fornecer o encaminhamento e delinear o campo de ação como 
problema de aprendizagem. 
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV): 
Aqui há o reforço da necessidade de atualização dos conhecimentos, o 
tratamento das relações com diferentes profissionais (especialistas em outras áreas), 
reiterando o respeito aos limites da profissão; há também a necessidade de lidar com 
segredos profissionais para proteger os clientes; Outro aspecto importante é a 
valorização da cooperação de especialistas para promover a ampliação de suas áreas 
de atuação por meio do desenvolvimento de pesquisas. 
 
 
 
20 
Das Publicações Científicas (Capítulo VI): 
Nesta seção há a orientação para a publicação de obras, a necessidade de se 
limitar à crítica, ao assunto e não ao autor; recomenda também a utilização de ordem 
alfabética ou de precedência para destacar os colaboradores do trabalho de pesquisa, 
ressalta a necessidade de não se utilizar da posição hierárquica ocupada para obter 
privilégios; recomenda que os trabalhos utilizados no desenvolvimento da pesquisa 
sejam indicados na bibliografia, esclarecendo as ideias exploradas. 
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII): 
Aqui são oferecidos critérios para publicidade do profissional destacando a 
necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho profissional. 
Dos Honorários (Capítulo VIII): 
Nesse capítulo se destaca a importância de combinar antecipadamente os 
horários e preço justo para diagnósticos e intervenção. 
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX): 
É abordado aqui sobre a liberdade como princípio de ética, ressalta a apuração 
de irregularidades no exercício da Psicopedagogia, demonstra a importância da 
advertência; e elucida sobre a competência da ABPp para promover as alterações do 
Código de ética. 
Das Disposições Gerais (Capítulo X): 
Esclarece a data em que o Código de Ética foi formulado, assinala que em 
1995/1996 passou por reformulação, feita novamente nos triênios 2008/2010 e 
2011/2013, novamente atualizado no triênio 2017/2019. 
Levando em consideração as reformulações deste Código, traz as seguintes 
ponderações: 
 
 
21 
O Artigo 1º define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação e 
Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões 
normais e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e 
sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da 
Psicopedagogia. 
A redação desse artigo foi alterada, ficando da seguinte maneira: 
A Psicopedagogia e um campo de conhecimento e ação interdisciplinar em 
Educação e Saúde com diferentes sujeitos e sistemas: quersejam pessoas, 
grupos, instituições e comunidades. Ocupa-se do processo de aprendizagem 
considerando os sujeitos e sistemas, a família, a escola, a sociedade e o contexto 
social, histórico e cultural. Utiliza instrumentos e procedimentos próprios, 
fundamentados em referenciais teóricos distintos, que convergem para o 
entendimento dos sujeitos e sistemas que aprendem e sua forma de aprender. 
Parágrafo 1º - A intervenção psicopedagógica é da ordem do conhecimento, 
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os 
processos de aprendizagem: as dificuldades e as possibilidades dos sujeitos e 
sistemas. 
Parágrafo 2º - A intervenção psicopedagógica ocorre com diferentes sujeitos e 
sistemas, quer sejam pessoas: grupos, instituições e comunidades, considerando 
os processos de aprendizagem e seus contextos, em situações de pesquisa, de 
atendimento clínico e ou institucional. 
O Artigo 3º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico 
considerando que tem como objetivo: 
- propor ações frente aos processos de aprendizagem e suas dificuldades; 
- contribuir para os processes de inclusão escolar e social; 
 
 
22 
- realizar pesquisas cientificas no campo da Psicopedagogia; 
- mediar as relag5es interpessoais nos processos de aprendizagem com 
vistas a prevenção de dificuldades e/ou a resolução de conflitos. 
O Artigo 6º dá providência ao exercício da profissão: Estarão em condições de 
exercício da Psicopedagogia as profissionais graduados e/ou pós-graduados em 
Psicopedagogia como também: Os profissionais com direitos adquiridos 
anteriormente a exigência legal e os profissionais reconhecidos pela ABPp. 
No Capítulo IV, o que trata das responsabilidades dos Ppsicopedagogos, o 
código estipula, no Artigo 11º, que são deveres dos Psicopedagogos: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e 
técnicos que tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito 
pela atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos 
parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o desenvolvimento da Psicopedagogia por meio da 
participação em eventos, pesquisas e publicações, entre outras 
possibilidades; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas e fenecer definição clara 
do seu parecer oral e/ou escrito aos sujeitos e sistemas atendidos 
e/ou aos seus responsáveis; 
f) preservar a identidade dos sujeitos e sistemas nos relatos e 
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a 
harmonia da classe e a manutenção do conceito público; 
h) submeter-se a supervisão psicopedagógica e ao processo 
terapêutico pessoal. 
Conforme o Código de Ética da Psicopedagogia, reza o Artigo 7º, Capítulo III, 
que para o psicopedagogo deve manter e desenvolver boas relações com os 
componentes das diferentes categorias profissionais, deverá observar o seguinte: 
 Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhes são reservadas; 
 Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 
 
 
23 
No Capítulo III houveram alterações acerca do sigilo (Artigo 7º, 8º), ressaltrando 
sua importância do sigilo. No Artigo 7º, parágrafo 2°, é expresso que “o psicopedagogo 
não revelará, coma testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício de seu 
trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade judicial, e ou em 
situações que envolvam risco a integridade física, moral ou risco iminente de morte.” 
O Capítulo VI, aborda sobre as Publicações Científicas e houveram 
modificações na sua redação, mas seu conteúdo permaneceu o mesmo, ficando 
redigido da seguinte maneira: 
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes 
normas: 
- as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas a matéria em 
discussão e não ao seu autor; 
- em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase 
aos autores 
e seguir normas cientificas vigentes de publicação 
- em nenhum caso o psicopedagogo se valera da posição hierárquica 
para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua 
orientação; 
- em todo trabalho cientifico devem ser indicadas as referências 
bibliográficas utilizadas, bem como, esclarecidas as ideias, descobertas e as 
ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e técnicas 
científicas vigentes. 
O Capítulo VII, que trata sobre a Publicidade Profissional, teve alteração no 
Artigo 14, houve a substituição da palavra dignidade por honestidade. 
O Artigo 15, afirma que “os honorários são tratados previamente entre os 
sujeitos e sistemas ou seus responsáveis legais e o profissional”. 
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e 
o Artigo 17 (antigo artigo 18), apresentam modificações na redação, pois, no anterior 
(1992) dizia que cabe ao Conselho Nacional da ABPp, a apuração de faltas cometidas, 
contra este código, o alerta em caso de inobservancia, quando necessário. 
 A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18 “Cabe ao Conselho Nacional da 
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. Neste 
mesmo capítulo houve alterações na redação do artigo 19, agora 18, ressaltando que: 
“O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho Nacional 
da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral.” 
 
 
24 
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 6º, cuja redação 
original (art. 4°) diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os 
portadores de certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, 
ministrados em estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, 
sendo indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal. (Código de 
Ética da Psicopedagogia) 
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é 
necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser 
concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas 
do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste 
modo, proporcionar estágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é 
zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade 
dos trabalhos por eles oferecidos. 
O cenário da educação brasileira configura, conforme resultados do último 
Censo, em crescimento no número de matriculas em todos os níveis e modalidades 
de ensino. Isso faz com que se reflita sobre a qualidade do processo educacional e a 
função social que as instituições de ensino agregam. 
 As questões que permeiam a excelência educacional e o desenvolvimento 
holístico do ser aprendente tornam-se cada vez mais presentes no direcionamento 
das políticas públicas em educação. É nesse panorama que cresce a necessidade do 
profissional da psicopedagogia, visto que sua prática incide essencialmente sobre o 
fenômeno da aprendizagem. 
Aprendizagem em seu processo macro, num processo educativo na vida, na 
sociedade e nas relações. Os espaços educacionais, no cumprimento de sua função 
social, devem desenvolver, nas crianças e jovens, competências e habilidades 
condizentes com as exigências da contemporaneidade. 
Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão das ações pedagógicas por todos 
os atores envolvidos no processo educacional, no que diz respeito a conhecer e 
reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar 
 
 
25 
ou impedir que se aprenda. Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com o 
processo de ensino e aprendizagem surge a Psicopedagogia, campo de 
conhecimento que se ocupa comos problemas de aprendizagem, numa visão 
transdisciplinar, podendo orientar comunidade escolar e acadêmica na perspectiva de 
transformar as relações com o aprender e o ensinar. 
As questões em torno da formação do psicopedagogo e da regulamentação 
profissional aliadas ao contexto global da atuação desse novo agente social explicam 
a importância crescente da Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce 
com uma perspectiva globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem na 
atualidade, ocupando um lugar privilegiado, sistêmico, consoante os novos 
paradigmas científicos de natureza complexa e transdisciplinar, porque justamente 
não está em um único lugar. 
Sua força está localizada no poder de transitar entre a objetividade e a 
subjetividade, entre o ensinante e o aprendente. Nesse sentido, a Psicopedagogia tem 
um papel social relevante, uma vez que sua atuação contribui para a superação do 
fracasso escolar e acadêmico, tão presente em nossos espaços educacionais. 
3.2.2 As implicações da Ética profissional na atuação da Psicopedagogia 
Uma das preocupações com a formação do futuro profissional da área da 
Psicopedagogia tem sido o adequado desenvolvimento, atuação e habilidades na boa 
atuação da Psicopedagogia, ou seja, numa prática ideal do profissional. Assim o 
código de ética da psicopedagogia deve ser o instrumento capaz de nortear, direcionar 
e posicionar a práxis do psicopedagogo. 
Não há dúvidas de que a profissão de uma pessoa marca sua existência e 
consequentemente a sua continuação, principalmente, quando ela integra inteligência 
e afetividade, pois não há como separar a vida pessoal da profissional, por mais que 
se tente, porque a boa funcionalidade de uma profissão depende de sua realização 
não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará 
consequentemente ao crescimento do indivíduo. 
 
 
26 
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade 
integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à 
vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da 
Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem 
especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma 
real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma auto avaliação, ao 
conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa 
supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional. 
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois 
ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a 
formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização 
profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos, 
mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação 
entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da 
sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver 
bem numa ética de ações). 
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais 
como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação 
de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o 
código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao 
desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial. 
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área 
de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral 
da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da 
realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom 
profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom 
psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação. 
 
 
 
 
27 
4 CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP 
O Código de Ética tem o propósito de estabelecer parâmetros e orientar os 
profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios que regem a boa 
conduta profissional e instituir diretrizes para o exercício profissional. 
A atualização do Código de Ética é prevista para que se mantenha em 
conformidade com as expectativas da categoria profissional e da sociedade. 
4.1 Capítulo I – Dos Princípios 
Artigo 1º 
A Psicopedagogia e um campo de conhecimento e ação interdisciplinar em 
Educação e Saúde com diferentes sujeitos e sistemas: quer sejam pessoas, grupos, 
instituições e comunidades. Ocupa-se do processo de aprendizagem considerando os 
sujeitos e sistemas, a família, a escola, a sociedade e o contexto social, histórico e 
cultural. Utiliza instrumentos e procedimentos próprios, fundamentados em 
referenciais teóricos distintos, que convergem para o entendimento dos sujeitos e 
sistemas que aprendem e sua forma de aprender. 
Parágrafo 1º 
A intervenção psicopedagógica é da ordem do conhecimento, relacionada com 
a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de 
aprendizagem, as dificuldades e as possibilidades dos sujeitos e sistemas. 
Parágrafo 2º 
A intervenção psicopedagógica ocorre com diferentes sujeitos e sistemas, quer 
sejam pessoas: grupos, instituições e comunidades, considerando os processos de 
aprendizagem e seus contextos, em situações de pesquisa, de atendimento clínico e 
ou institucional. 
 
 
 
28 
Artigo 2º 
A Psicopedagogia e de natureza inter e transdisciplinar, utiliza-se de recursos 
próprios para a compreensão do processo de aprendizagem dos sujeitos e sistemas 
com vistas a intervenção. 
Artigo 3º 
A atividade psicopedagógica tem como objetivos: 
- propor ações frente aos processos de aprendizagem e suas dificuldades; 
- contribuir para os processes de inclusão escolar e social; 
- realizar pesquisas cientificas no campo da Psicopedagogia; 
- mediar as relag5es interpessoais nos processos de aprendizagem com vistas a 
prevenção de dificuldades e/ou a resolução de conflitos. 
Artigo 4º 
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes: refletir e elaborar a 
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que 
concerne as questões psicopedagógicas. 
4.2 Capítulo II – Da Formação 
Artigo 5º 
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de 
pós-graduação) em Psicopedagogia: ministrados em instituições de educação 
superior devidamente reconhecidas e autorizadas por órgãos competentes, de acordo 
com a legislação em vigor. 
 
 
 
 
29 
4.3 Capítulo III – Do Exercício das Atividades Psicopedagógicas 
Artigo 6º 
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia as profissionais 
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia como também: Os profissionais 
com direitos adquiridos anteriormente a exigência legal e os profissionais 
reconhecidos pela ABPp. 
Parágrafo 1º 
O psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, 
por meio de recursos físicos e/ou virtuais, deverá fazê-lo de acordo com as normas 
da ABPp e Os princípios dente Código de Ética. 
Parágrafo 2º 
O atendimento psicopedagógico deve ser realizado com equidade em ambiente 
apropriado. 
Artigo 7º 
O psicopedagogo deve manter o sigilo profissional e preservar a 
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade. 
Parágrafo 1º 
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre os sujeitos e sistemas a 
especialistas e/ou instituições comprometidos com a atendido e/ou com o 
atendimento, desde que autorizado pelos próprios sujeitos e ou seus responsáveis 
legais e sistemas. 
Parágrafo 2º 
O psicopedagogo não revelará, coma testemunha, fatos de que tenha 
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor 
perante autoridadejudicial, e ou em situações que envolvam risco a integridade física, 
moral ou risco iminente de morte. 
 
 
30 
Artigo 8º 
O resultado de um processo de avaliação só será fornecido a terceiros 
interessados mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante 
legal. 
Artigo 9º 
Os registros de atendimento psicopedagógico são documentos sigilosos cujo 
acesso é restrito ao profissional psicopedagogo responsável. O material deve ser 
guardado por um período de 5 anos. 
Parágrafo 1º 
Os registros psicopedagógicos, em suporte de papel ou em eletrônico, deverão 
permanecer arquivados por um período de 5 anos após o encerramento do 
atendimento. 
Parágrafo 2º 
A divulgação pública de registros, imagens e áudios, decorrentes de 
atendimento psicopedagógico, só poderá ser feita mediante consentimento elou 
autorização dos sujeitos e sistemas ou seu responsável legal. Sobre a uso de imagens 
para qualquer finalidade deve haver autorização por escrito, inclusive imagens em 
mídias sociais e/ou quaisquer meios de comunicação. 
Artigo 10 
O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os 
componentes de diferentes categorias profissionais, observando, para esse fim, o 
seguinte: 
- trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas; 
- reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento. 
 
 
31 
4.4 Capítulo IV – Das Responsabilidades 
Artigo 11 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que 
tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito pela atitude 
crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros 
da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o desenvolvimento da Psicopedagogia por meio da participação 
em eventos, pesquisas e publicações, entre outras possibilidades; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas e fenecer definição clara do seu 
parecer oral e/ou escrito aos sujeitos e sistemas atendidos e/ou aos seus 
responsáveis; 
f) preservar a identidade dos sujeitos e sistemas nos relatos e discussões feitos 
a título de exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da 
classe e a manutenção do conceito público; 
h) submeter-se a supervisão psicopedagógica e ao processo terapêutico pessoal. 
4.5 Capítulo V – Dos Instrumentos 
Artigo 12 
São instrumentos da Psicopedagogia, aqueles que servem ao seu objeto de 
estudo - a aprendizagem humana. Sua escolha decorrera da formação profissional e 
competência técnica do psicopedagógica. 
 
 
32 
4.6 Capítulo VI – Das Publicações Científicas 
Artigo 13 
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes 
normas: 
- as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas a matéria em discussão e não ao 
seu autor; 
- em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos autores 
e seguir normas cientificas vigentes de publicação; 
- em nenhum caso o psicopedagogo se valera da posição hierárquica para fazer 
publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação; 
- em todo trabalho cientifico devem ser indicadas as referências bibliográficas 
utilizadas, bem como, esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações extraídas 
de cada autor, de acordo com normas e técnicas científicas vigentes. 
4.7 Capítulo VII – Da Publicidade Profissional 
Artigo 14 
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê-lo com 
exatidão e honestidade, cumprindo e fazendo cumprir as determinações deste Código 
de Ética. 
4.8 Capítulo VIII – Dos Honorários 
Artigo 15 
Os honorários são tratados previamente entre os sujeitos e sistemas ou seus 
responsáveis legais e o profissional, a fim de que: 
- representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando condições 
socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e tempo despendido; 
 
 
33 
- assegurem a qualidade dos serviços prestados. 
4.9 Capítulo IX – Da Observância e Cumprimento do Código de Ética do 
Psicopedagogo 
Artigo 16 
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética. 
Parágrafo Único 
Constitui inobservância ética: 
- utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua-, 
- permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas; 
- fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática psicopedagógica-, 
- encaminhar ou desviar, per qualquer meio, atendimentos para si; 
- receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços 
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado; 
- assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou solicitar 
que outros profissionais assinem seus procedimentos. 
Artigo 17 
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar e oriental pela fiel observância dos 
princípios éticos da classe e alertar ao psicopedagogo em caso de inobservância, se 
necessário. 
Artigo 18 
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho 
Nacional da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral. 
 
 
 
34 
4.10 Capítulo X – Das Disposições Gerais 
Artigo 19 
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos 
Nacional e Estaduais da ABPp. 
Artigo 20 
O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional da ABPp do 
biênio 1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional da ABPp biênio 1995/1996, 
passou por nova reformulação feita pelas Comissoes de Ética da ABPp triênios 
2008/2010 e 2011/2013, novamente atualizado pela Comissão de Ética e com 
anuência do Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia 
Geral realizada em 26/outubro 2019. 
 
Comissão de Ética do Conselho Nacional da ABPp - Triênio 2017-2019 
Maria Cristina Natel (SP) - Coordenadora 
Cheila Araujo Mussi Montenegro (ES) 
Laura Monte Serrat Barbosa (PR) 
Lucila Menezes Guedes Monferrari (GO) 
Maria de Nazaré do Vale Soares (PA) 
Michele Fabiane Garcia Paes (PR) 
Simone Carlberg (PR) 
 
 
LUCIANA BARROS DE ALMEIDA 
Presidente do Conselho Nacional 
Triênio 2017-2019 
Associação Brasileira de Psicopedagogia 
 
 
35 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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