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ÉTICA-NO-TRABALHO-PSICOPEDAGÓGICO

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2 
2 ÉTICA PROFISSIONAL .......................................................................................... 3 
3 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA ....................................................................... 5 
4 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA .................................................. 7 
5 AS DISCUSSÕES REFERENTE À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO DE 
ATUAÇÃO ................................................................................................................... 9 
5.1Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a pedagogia? 
....................................................................................................................................13 
6 A PSICOPEDAGOGIA .......................................................................................... 16 
6.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia..............................................18 
6.2 Campo de atuação da psicopedagogia .......................................................19 
7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA 
PSICOPEDAGOGIA .................................................................................................. 20 
8 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA .............................................................. 22 
9 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO ........................................... 24 
10 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA ..................................... 25 
10.1O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP) 
....................... ........................................................................................................... 26 
11 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA ............... 33 
12 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 40 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
3 
 
2 ÉTICA PROFISSIONAL 
 
Fonte: www.sindjorce.org.br 
Segundo uma perspectiva geral, pode-se entender por ética, o conjunto de 
normas de comportamento, baseado em princípios morais, que ditam a conduta nas 
sociedades organizadas e, portanto, é imprescindível em todo e qualquer 
relacionamento humano. 
“Ética é um princípio, um potencial dentro do homem, aplicável, sem dúvida, 
a todas as atividades humanas, ajudando os homens a encontrar um 
relacionamento adequado entre si” (CIONE, 1988, apud SILVEIRA 2014, p. 
3). 
 O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o 
conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes; bem como pela relação entre 
vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de 
liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Os valores são o ponto de partida das 
ações humanas influenciando suas decisões, sendo que a ordenação e a 
hierarquização de princípios, valores e normas definem o conteúdo ou teor do caráter, 
bem como as ações do ser humano. 
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer usos, hábitos e 
costumes, bem como o modo de ser e/ou o caráter. Os romanos traduziram o “ethos” 
grego, para o latim “mos” ou, no plural, “mores”, originando a palavra moral. Tanto 
 
 
4 
 
“ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural, 
mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral 
compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e 
socialmente. 
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que 
é bom para o indivíduo e sociedade entende-se como sendo o lema máximo da ética: 
o bem comum. 
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos: 
a) morada ou abrigo; 
b) caráter ou índole; e 
c) hábitos ou costumes. 
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um 
determinado tipo de conduta existe uma distinção entre ética e moral. Por moral deve-
se compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente 
pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os 
valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da 
reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da 
moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral, 
A ética é a disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas de morais 
elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das 
normas e proibições próprias a cada uma e explicar seus pressupostos, ou 
seja, as concepções sobre o ser humano e a existência que os sustenta 
(FIGUEIREDO, 2008, apud SILVEIRA 2014, p. 4). 
 
Os códigos de ética profissionais apresentam um conjunto de normas de 
comportamento que se enquadram como elementos para definição de condutas 
virtuosas, neste caso, condutas profissionais que contribuem para um relacionamento 
adequado entre pacientes e profissionais, bem como entre estes. Os valores e 
obrigações contidos nos códigos de ética profissionais existem para orientar as 
decisões humanas na trajetória da retidão em meio às atividades profissionais 
estendendo o conceito da ética geral para a realidade laboral, organizando as relações 
interpessoais e a harmonia para o indivíduo e sociedade. 
A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os 
códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em 
 
 
5 
 
qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve 
ser cumprida e que o respeito é indispensável. 
3 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA 
 
Fonte: cerradoeditora.com.br 
A ética profissional é a aplicação da ética geral no campo das atividades 
profissionais, é a tentativa de legitimar princípios morais de validade comum aceitos 
por determinada comunidade. Assim sendo, existem os códigos de ética das diversas 
profissões como Direto, Medicina, Psicologia e Psicopedagogia. 
 [...]“a ética profissional estuda códigos de ética específicos a cada área de 
aplicação e que na realidade seriam códigos morais, pois se limitam a normas 
que possibilitam um bom relacionamento interpessoal...”. (PAVIANI, 1988, 
apud COSTA, 2007, p. 6). 
É preciso reconhecer os limites das normas, já que elas dependem de 
situações sociais e históricas, ainda que o fato de não existir um código de ética em 
determinada profissão não impede os profissionais de refletir a respeito do 
comportamento ético. 
É atribuído ao código de ética, a estruturação e sintetização das exigências 
éticas no plano de orientação, disciplina e fiscalização. Os códigos profissionais visam 
a garantir os interesses dos profissionais e dos clientes, amparando seus interesses 
e protegendo seus relacionamentos.6 
 
O Código de Ética visa a proporcionar ocasiões de articular interesses 
individuais e coletivos, ainda que ele represente uma tentativa de elevar a 
consciência moral dos indivíduos na busca de inseri-los numa relação social 
abrangente. (FLORES, 1993, apud COSTA, 2007, p. 6). 
Ao longo da vida, toda pessoa depara com situações inusitadas, situações que 
desequilibram a rotina. Nestes, e em outros momentos decisivos, o Código de Ética 
pode sugerir, fundamentar e amparar atitudes a serem tomadas. Contudo, ele não dá 
garantias de acertos, como também, não visa a criar dependências. Mas a direcionar 
o profissional para o interesse mútuo, ordenando as relações interpessoais com apoio 
na autoridade de uma comunidade, formalizando o convívio de pessoas. 
O Código de Ética deve estar sob o controle de seu órgão representativo, e 
ser homologado pelo poder público e ser dado ao conhecimento de toda a 
sociedade. Também, enfatiza que o órgão representativo deverá contar com 
um Conselho de Ética, eleito pelos integrantes da profissão, para o 
julgamento dos profissionais que forem denunciados por violar normas do 
código e estabelecer as sanções necessárias. PADIM,1997, apud COSTA, 
2007, p. 6). 
O Código de Ética não tolhe a liberdade do profissional, pois ele é livre para 
segui-lo ou não, mas deverá ser responsável por sua escolha e arcar com as 
consequências de seus atos. 
Respeitar as normas contidas num código de ética implica a necessidade de 
compreender e viver a razão básica das determinações nele contidas e, 
evidentemente a consciência profissional por parte de cada um subordinados a esse 
código. E a consciência profissional é algo que se vem plasmando aos poucos no 
indivíduo, o fato da crise ética ser uma experiência universal presente em todas as 
épocas e comum a todas as classes sociais e profissões, assim ninguém pode livrar-
se do ético, da constante necessidade de escolher, de decidir, do dever ser, do agir 
ou do saber prudencial. 
Os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o 
comportamento das pessoas, grupos e das organizações e seus administradores. 
Então, se os códigos de ética fazem parte dos sistemas de valores que organizam o 
comportamento das pessoas, cabe a elas dar alma aos códigos, dar-lhes significado, 
ou seja, acreditar na importância deles. 
As diretrizes éticas têm estado presentes em inúmeras profissões, nas quais o 
código de ética vem a ser um como instrumento norteador da postura dos 
 
 
7 
 
profissionais. É o caso de áreas como a Medicina, o Direito “Código de Ética e 
Disciplinar do Advogado”, a Psicologia e a Psicopedagogia 
4 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA 
A Psicopedagogia surgiu na Europa, no século XIX; recebeu inicialmente uma 
conotação nitidamente patologizante, pois buscava naquela época entender as 
influências de origem orgânica, responsáveis pelo insucesso escolar. Já no século XX, 
ela recebeu enfoque curativo, o qual era caracterizado pela ação terapêutica no 
tratamento de crianças com problemas de aprendizagem (Bossa, 2011 apud 
NEPOMUCENO, 2020). 
Os primeiros centros psicopedagógicos foram criados em 1946, e tinham 
direção médica e pedagógica. Esses centros buscavam tratar comportamentos sociais 
inadequados. No entanto, em 1948, a pedagogia curativa recebeu uma nova 
reorientação e passou a ser entendida como uma terapia voltada para a readaptação 
escolar de alunos que, apesar de inteligentes, apresentavam resultados escolares 
insatisfatórios (NEPOMUCENO, 2020). 
A ação do psicopedagogo era vinculada ao campo medicinal, ou seja, um 
psicopedagogo era um médico pedagógico. 
A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de 
aprendizagem, a partir de ações de mediação, de classificação de desvios e 
de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado 
provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e 
o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. (RAMOS, 2007, 
apud FARIA,2017, p. 14). 
Havia profissionais da área da Psicanálise, Psicologia, Pedagogia e 
Psicomotricidade que atuavam nesses centros, porém eram os médicos que davam o 
diagnóstico. Era feito uma investigação da vida do indivíduo: relação familiar, 
conjugais, condições de vida, práticas educativas e teste de QI. E então era dado o 
diagnóstico do tipo de tratamento adequado. A Argentina teria sido a maior 
influenciadora da Psicopedagogia no Brasil, que se tornou notória a partir dos anos 
60 e contava com objetivos Psicopedagógicos de cunho preventivo, em especial, 
voltada para a relação professor-aluno. 
 
 
8 
 
[...] a despeito dessa experiência, a literatura revela que a finalidade que 
predominou na história antiga da Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos 
problemas referentes às disfunções neurológicas ou, mais precisamente, 
naquilo que foi denominado na época de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM) 
(RAMOS, 2007, apud FARIA, 2017, p. 16). 
Essa visão acabou se instalando nas escolas sem nenhum critério, num 
processo de rotulação de crianças e adolescentes. E então surgem as diversas 
nomenclaturas de variadas possíveis doenças encontradas. 
O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para 
camuflar problemas psicopedagógicos traduzidos ideologicamente em 
termos de psicologia individual. Termos como dislexia, disritmia e outros 
também foram usados para esse fim. (SCOZ, 1994 apud RAMOS, 2007, p. 
12). 
E foi através dessa herança de médico-psicopedagógico que surgiram os 
primeiros cursos de Psicopedagogia no país, porém, somente em 1979, após quase 
vinte anos da efetiva prática psicopedagógica no Brasil, surgiu o primeiro curso de 
especialização em Psicopedagogia do país, inicialmente chamado de Curso de 
Reeducação Psicopedagógica. 
Historicamente, a Psicopedagogia foi introduzida no território brasileiro com 
base em modelos médicos, e foi assim que se iniciaram, nos anos de 1970, 
cursos de especialização em Psicopedagogia, voltados principalmente para 
uma atuação clínica. Atualmente os cursos de especialização em 
psicopedagogia têm se dividido entre as perspectivas clínicas e as 
institucionais, mas o que se verifica é a predominância da prática considerada 
clínica, como se pode ver na categoria anterior, em que é citada a realização 
das avaliações psicopedagógicas por parte dos participantes. (Bossa, 2000 
apud POTTKER, 2014, p. 225) 
O conceito de psicopedagogia, nasceu da necessidade de uma melhor 
compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo 
específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de 
estudo. Entre esses campos, destacam-se a Pedagogia e a Psicologia, duas amplas 
áreas de suma importância para o ensino aprendizagem. 
Hoje, a psicopedagogia é vista como uma área de possibilidades que visa 
propiciar um melhor desenvolvimento da aprendizagem, buscando encontrar 
possíveis soluções para os problemas de ensino/aprendizagem institucionais ou 
clínicos, procurando compreender relações emocionais, afetivas, 
 
 
9 
 
constitucionais/biológica, familiares, sociais, cognitivas, socioculturais e pedagógicas; 
estabelecendo uma análise profunda dos decorrentes problemas encontrados. 
Contudo, a psicopedagogia tem por objeto de estudo o ser humano enquanto 
ser pensante e construtor de conhecimento e suas singularidades e influências 
psicológicas e cognitivas que podem gerar falha na aprendizagem. Ou seja, sua 
abordagem visa encontrar, no indivíduo, as possíveis causas que lhe inserem no 
fracasso escolar. Com a crescente demanda das dificuldades de aprendizagem 
encontradas nas salas de aula, a atuação do psicopedagogo parte de pressupostos 
que visam encontrar melhores soluções que possam ajudar o educador e o educando 
com abordagens preventivas e facilitadoras na relação ensino aprendizagem. 
 O objetivo é encontrar o que é entendido como causasdas faltas de atenção 
e de vontade de aprender e o que vem a acarretar no insucesso do aluno, facilitando 
a compreensão do educador e do educando, construindo uma prática preventiva entre 
um conhecimento e outro. 
Motivos como a falta de concentração, hiperatividade, dislexia, distúrbio de 
atenção, processos psicoemocionais e diversas outras influências que podem 
ser vistas como resultados para uma falha de compreensão na hora de 
aprender, têm sido alvo de estudos da Psicopedagogia, pois seu campo de 
estudo se responsabiliza a desvendar esses desafios e a criar possibilidades 
adequadas a cada indivíduo, visando suas necessidades (GALLINA, 2014, 
apud FARIA,2017, p. 17). 
 Mas, para que as dificuldades sejam encontradas e estudadas em prol de 
ajudar ao educando, é necessário, também, um estudo que englobe seus campos de 
habitação, como exemplo o campo familiar e social. Pois, se o estudo foca somente 
no indivíduo, automaticamente ele se torna o culpado por seu insucesso, podendo, 
dessa forma, agravar mais ainda a situação. 
5 AS DISCUSSÕES REFERENTE À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO 
DE ATUAÇÃO 
A formação da Psicopedagogia acaba se desorientando muito da sua origem 
matriz Argentina; que continuou a ser feita por meio de graduação de, 
aproximadamente, cinco anos, enquanto aqui no Brasil a formação passa a ser feita 
por meio de uma especialização, por volta de um ano e meio, lato sensu ou em cursos 
 
 
10 
 
de aperfeiçoamento com modalidades presencial, semipresencial e a distância, a 
partir de 2000, no Brasil, começaram a surgir outros tipos de cursos de formação para 
a Psicopedagogia: curso superior de curta duração; curso de graduação em 
Psicopedagogia; curso de mestrado em Psicopedagogia; curso de doutorado em 
Psicopedagogia. 
A (ABPp) é uma Associação Brasileira de Psicopedagogia fundada em São 
Paulo, em 12 de novembro de 1980, que tem como alguns de seus objetivos: 
promover o desenvolvimento e divulgação da psicopedagogia; estabelecer padrões 
de éticas ao profissional; representar e prestar serviços a assuntos ligados a 
psicopedagogia, esclarecer sobre a formação da mesma, etc. 
Existe o código de ética do psicopedagogo, reformulado pelo conselho da ABPp 
e aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011, que estabelece parâmetros, 
diretrizes e orientações aos profissionais psicopedagogos brasileiros. A ABPp afirma 
que a intervenção psicopedagógica na Educação e Saúde considera o elo institucional 
e clínico indissociável. Ou seja, através desse conceito, pode-se compreender que a 
atuação clínica está diretamente ligada à atuação institucional do profissional 
psicopedagogo, dessa forma, é interessante pensar em como a lógica clínica pode 
estar sendo levada para dentro das escolas, podendo haver aplicações e métodos 
medicalizantes. Como pode ser percebida, a Psicopedagogia abrange duas áreas: 
clínica (consultórios) e institucional (escolas, empresas e ONG's). 
A prática psicopedagógica prevê além da atuação em clinicas, a atuação em 
instituições. De modo geral, o atendimento clínico visa intervir em situações 
de insucessos que já se apresentam instaladas. A atuação institucional 
ocorre, geralmente, em instituições de ensino, empresas, organizações 
assistenciais. Esta forma de atuação apresenta um caráter preventivo que 
visa evitar ou minimizar possíveis situações de insucessos. (OLIVEIRA, 2007, 
apud FARIA,2017, p. 19). 
A atuação clínica na psicopedagogia age por meio de terapias, ou seja, introduz 
a lógica de cura para as dificuldades de aprendizagem que já estão instaladas no 
aprendente. Tem por objetivo eliminar ou minimizar os insucessos do aluno, porém há 
também a possibilidade de prevenção por meio de sua prática. A atuação institucional 
é objetivada, na prevenção de possíveis futuras dificuldades de aprendizagem ou de 
outros problemas que possam influenciar na vida social do aluno. 
 
 
11 
 
O aluno que já estiver sido rotulado com dificuldades de aprendizagem, será, 
deste modo, direcionado às clínicas psicopedagógicas para que haja o diagnóstico, 
onde a causa e as intervenções serão estudadas, ou seja, para saber onde foi que 
ele, o aluno, errou. E o aluno que ainda não foi percebido/rotulado com dificuldades 
de aprendizagem, deverá ser acompanhado para que maiores problemas, em 
questões educacionais, possam não o atingir, através do método preventivo. 
O psicopedagogo sustenta na análise do fracasso escolar, basicamente, uma 
perspectiva equivocada (individual), buscando preferencialmente no aluno as causas 
desses problemas. Acusa a Psicopedagogia de utilizar-se quase que exclusivamente 
dos conhecimentos psicológicos, inviabilizando sua autenticidade e especificidade, 
argumentando que uma teoria nova não pode construir-se dessa maneira. 
[...] a Psicopedagogia poderia ser Clínica e/ou Institucional. A atividade clínica 
caracterizar-se-ia pelo atendimento em consultório, do tipo terapêutico, no 
intuito de reconhecer e atender às alterações de aprendizagem de natureza 
patológica. Sua principal técnica de trabalho seria o diagnóstico 
psicopedagógico. Outra modalidade de atuação seria a Preventiva ou 
Institucional, aquela na qual a prática seria a adoção de uma postura mais 
“crítica” frente ao fracasso escolar, a partir de uma visão mais totalizante. 
(BOSSA,1994, apud JUCÁ, 2000, p. 255). 
Seguindo essa linha de pensamento, o papel do Psicopedagogo na escola 
parece ser realizado de forma individualizante, onde a capacidade do aluno é posta 
em questão e já reconhecida como difícil. Perante o contexto já abordado, a 
culpabilidade em prol do fracasso escolar parece estar ligada diretamente ao aluno, 
sem levar em conta a escola ou quaisquer outros meios que possam estar diretamente 
o influenciando o tempo todo. 
A atuação preventiva do psicopedagogo normalmente acontece em três etapas: 
a primeira, com uma visão de análise, busca alterar os processos educativos para que 
possa haver a diminuição do fracasso escolar na instituição; a segunda é aquela que 
visa analisar e tratar os casos já instalados na instituição; e a terceira atua de modo 
individual, ou seja, clínico, já com os indivíduos que possuem dificuldades de 
aprendizagem. E então entra a questão: se a psicopedagogia clínica e institucional 
são indissociáveis, os processos de escolarização estariam sendo clinicados? E quais 
consequências trazem para a vida dos alunos? 
Nesse último caso, seu papel não seria o de eliminar os sintomas, agindo 
como um “professor de reforço”, ensinando de forma particular o conteúdo 
 
 
12 
 
não aprendido. Ao contrário disso, sua atuação seria a de diagnosticar e 
intervir no problema gerador do referido sintoma (BOSSA, 1994 apud 
RAMOS, 2007, p. 18). 
Fica evidente a crítica à regulamentação da psicopedagogia como mais uma 
profissão no ambiente educacional através de uma análise sobre a pretensiosa junção 
entre a Psicologia e a Pedagogia: 
[...] uma coisa é reconhecer a permanência e o agravamento dos velhos 
problemas de ensino e aprendizagem bem como a emergência de novos 
problemas, que bem podemos nomear de problemas psicopedagógicos, 
outra coisa, bastante distinta, é a pretensão de que a resolução daqueles 
problemas dependa da regulamentação de uma nova profissão para dar 
legalidade a um novo profissional da educação, recorrendo ao velho 
procedimento de isolar o problema (leia-se o aluno) das condições concretas 
em que se manifesta (leia-se escola, relações sociais entre professor e aluno, 
dificuldades e impedimentos decorrentes de métodos e conteúdo do ensino) 
(SASS, 2003, apud FARIA, 2017, p. 21). 
De acordo com este pensamento os problemas educacionais não serão 
superados de modo pontual e por meio de soluções novas, pois a psicopedagogia 
afirma existir novas soluções para os velhos problemas da educação no Brasil. 
Embora, as intenções sinceras dos profissionais que possuem responsabilidade com 
a educação não sejam julgadas,a regulamentação da psicopedagogia que exige 
intervenções e investigações das auxiliares disciplinas do ramo educacional dos 
problemas pedagógicos em prol de combater o corporativismo, acabará ocasionando 
em mais corporativismo. 
 E que os problemas da psicopedagogia, que tem por objetivo uma realização 
escolar, em salas de aulas, e não em clínicas e consultórios com objetivos clinicalistas 
de analisar os problemas pedagógicos, podem acarretar problemas psíquicos nos 
indivíduos e, especialmente, nas crianças, o que pode acarretar na evasão. 
[...] a avaliação é um processo que permite ao profissional investigar e 
levantar hipóteses provisórias onde serão ou não confirmadas ao longo do 
processo, recorrendo-se para isso a conhecimentos práticos e teóricos. Esta 
investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de 
intervenções e da “escuta psicopedagógica”, para que “se possam decifrar os 
processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção” (BOSSA, 
2000, apud POTTKER, 2014, p. 223). 
Desta forma, os psicopedagogos são autorizados a fazerem avaliação, se 
tornando mais uma atividade que eles também podem desempenhar. Estaria o 
psicopedagogo de fato habilitado para fazer avaliações psicopedagógicas? Como 
 
 
13 
 
visto, a avaliação psicopedagógica é um processo complexo e exige conhecimento de 
duas grandes áreas, Psicologia e Pedagogia. 
5.1 Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a pedagogia? 
A junção psico + pedagogia nos remete a supor um elo entre a Psicologia e a 
Pedagogia nos levando a pensar que o estudo da Psicopedagogia é baseado nessas 
grandes áreas. Ou seja, sendo assim, o psicopedagogo permeia por parâmetros 
abordados na Pedagogia e Psicologia. E não é somente pelo nome psicopedagogia, 
mas pelas abordagens que se pode observar no campo de atuação da mesma, que 
utiliza questões também abordadas pela Pedagogia e Psicologia. 
No entanto, seria a psicopedagogia um campo de atuação entre a Pedagogia 
e a Psicologia? Poderia ser pensada como uma subárea de alguma dessas áreas? 
Para tal, procura-se entender quais definições são contemplativas para a profissão do 
psicopedagogo. 
[...] um novo saber que reúne informações de ramos afins, formando um novo 
campo teórico e prática, voltamos para o aprofundamento dos problemas de 
aprendizagem. Sempre que surgirem questões relacionadas ao processo de 
aprendizagem, faz-se necessária a interseção da psicopedagogia. Assim, o 
processo de aprendizagem é a essência do trabalho psicopedagógico. 
BOSSA, 2007 apud ALBERNAZ, 2013, p.1). 
A ABPp aponta que a psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, 
utiliza métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de 
aprendizagem, cabíveis na intervenção. E em momento nenhum no código de ética 
do psicopedagogo, são citados os estudos das áreas da Psicologia ou Pedagogia, 
deixando evidências de que a psicopedagogia não utiliza outros princípios, apesar de 
em seu próprio nome ser encarregado de citá-las. 
Existem autores que afirmam que a psicopedagogia tem o seu caráter 
interdisciplinar, ou seja, busca conhecimentos em outros campos criando seu 
próprio objeto, consolidando a sua interdisciplinaridade e por isso recorre à 
outras áreas como psicologia, medicina, pedagogia, psicanálise, linguística 
psicologia, e a fonoaudiologia (ALBERNAZ, 2013, apud FARIA, 2017, p. 26). 
Pode-se pensar também que, enquanto a Psicopedagogia surge com o intuito 
de trabalhar as dificuldades de aprendizagem a Psicologia escolar é entendida como 
referência de um campo determinado, o processo de escolarização, e mantém como 
 
 
14 
 
objeto de estudo a escola e suas diversas relações alcançadas o que também 
relaciona as dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, é notório de que há ligações 
entre o estudo de um campo e outro. 
Quando se fala em psicopedagogia trata-se do elo entre a educação e a 
psicologia é uma articulação que desafia estudiosos e práticas dessas duas áreas, 
embora quase sempre presente no relato de inúmeros trabalhos científicos que tratam 
principalmente do problema ligado à aprendizagem. 
Percebe-se que a questão de o campo de atuação ser voltado para o processo 
de escolarização parece ser o mais próximo que se consegue chegar do que vem a 
fazer um psicopedagogo. A psicopedagogia surgiu das crescentes dificuldades de 
aprendizagem instaladas no ensino aprendizagem e que a Psicologia e Pedagogia 
não deram conta de apaziguar. Pode-se pensar, a partir daí, que a psicopedagogia é 
uma especialização, oferecida a qualquer indivíduo com licenciatura em qualquer área 
e que a Psicologia e a Pedagogia são duas grandes áreas de estudos sobre educação 
e tudo que envolve o processo de aprendizagem e desenvolvimento. 
É de se questionar, embora não se possa anular seus estudos, que haja a 
compreensão de que uma especialização é a solução das causas das dificuldades de 
aprendizagem e declarativa do fracasso das outras grandes áreas que já vêm 
explorando o campo e preparando profissionais em um tempo longo. Afinal, como a 
mesma contribui unicamente? A Psicopedagogia não se resume a uma parte da 
Pedagogia ou da Psicologia, e sequer uma junção das duas áreas. A Psicopedagogia 
é uma área de conhecimento e de atuação profissional voltada para a temática da 
aprendizagem ou, mais precisamente, para a temática do sujeito que aprende. 
Mas, para compreender o sujeito que aprende o que se estuda? A relação entre 
psicologia e educação, sobretudo em suas mediações com as teorias de 
conhecimento, é algo que acompanha a própria história do pensamento humano e 
constitui-se como complexo e extenso campo de estudo. 
Entendemos educação como prática social humanizadora, intencional, cuja 
finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. 
O homem não nasce humanizado, mas torna-se humano por seu 
pertencimento ao mundo histórico-social e pela incorporação desse mundo 
em si mesmo, processo este para o qual concorre a educação. A historicidade 
e a sociabilidade são constitutivas do ser humano; a educação é, nesse 
processo, determinada e determinante (ANTUNES, 2008, apud FARIA, 2017, 
p. 28). 
 
 
15 
 
A pedagogia, com o conhecimento científico sendo sua principal base de 
sustentação, pode ser entendida como fundamentação, sistematização e organização 
da prática educativa, tendo em vista as concepções filosóficas e baseando-se em 
diversas teorias em prol de estabelecer proposições para a ação educativa. A 
Psicologia Educacional, sendo considerada uma subárea da Psicologia, pode ser 
compreendida como um campo de conhecimento, que tem como vocação a produção 
de saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo, ou 
seja, seu campo de estudo prevalece como um sistema organizado de saberes 
produzidos de acordo com procedimentos definidos, referentes a determinados 
fenômenos ou conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em 
concepções ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas. 
Já a Psicologia Escolar, se difere, pois trata de um campo específico, a 
escolarização, e tem como objeto de estudo a escola e as relações que ali se 
estabelecem e fundamenta sua atuação nos conhecimentos produzidos pela 
psicologia da educação, por outras subáreas da psicologia e por outras áreas de 
conhecimento. 
Atua realizando intervenções no espaço escolar, focalizando o processo 
psicológico se baseando em saberes produzidos, principalmente, pela psicologia da 
educação. Ao que se pode perceber, essas áreas estabelecem conexões ao se 
depararem com os parâmetros que tratam o processo de escolarização; e se a 
Educação é a base da psicologia, assim como a psicologia é o principal fundamento 
da Educação, particularmente no âmbito pedagógico, como sustentação teórica da 
Didática e da Metodologia de Ensino, bases para a formaçãode professores. 
 Alguns desafios na Psicopedagogia, encontra-se em sua definição por causar 
embates com profissionais da mesma área e de outras áreas. Há algumas sugestões 
para que se possa pensar sobre como encontrar essas respostas, através de análises 
e trabalhos psicopedagógicos registrados sobre: 
[...] a prática e a especificidade das atividades, diferenciando-as das de outras 
áreas; 2) a adequação da fundamentação teórica à prática e/ou à metodologia 
da pesquisa em psicopedagogia; 3) o subjacente aos itens 1 e 2 - as inter-
relações entre psicopedagogos e outros profissionais afins e os mal-
entendidos no que diz respeito à pertença dessa área de estudos (MASINI, 
2006, apud FARIA, 2017, p. 29). 
No que diz respeito ao campo de estudo da formação em Psicopedagogia, só 
um conhecimento amplo em Educação e Psicologia com base em uma visão 
crítica da sociedade e pesquisas científicas propiciaria ao psicopedagogo 
 
 
16 
 
segurança para decidir sobre sua ação, bem como posicionar-se e justificar 
suas diretrizes de trabalho diante de outros profissionais que lidam com o 
aprendiz (MASINI, 2006, apud FARIA, 2017, p. 29). 
Encontramos subsídios que se estabelece na Psicopedagogia referente às 
áreas da Pedagogia e Psicologia, prevalecendo os problemas de escolarização, 
psicológicos e educacionais, sendo estudados, em cada área com seu objeto de 
estudo em vigor, porém permeiam por um mesmo caminho. Há de questionar que, 
considerando as diversas áreas que estudam os processos de escolarização, 
incluindo a Psicologia, a Pedagogia, a Psicopedagogia entre outras, assim como 
também diversas pesquisas acerca do fracasso escolar, estaria a educação sendo 
“psicologizada”? O que, de fato, está contribuindo para o fracasso escolar? 
6 A PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: centrodeneuroaprendizagem.com.br 
O progresso traz muitas alterações à sociedade, uma delas é o 
desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras. O que caracteriza 
o aparecimento de qualquer profissão é a existência de pessoas exercendo essa 
função antes de sua formalização. Alguns motivos para o aparecimento de toda 
profissão, sendo eles a demanda social, os recursos para atender à demanda e 
pessoas que organizam e recriam os recursos disponíveis para a demanda. 
 
 
17 
 
No caso da psicopedagogia, a demanda é a existência de crianças 
normalmente desenvolvidas que não conseguem sucesso na escola, fato que justifica 
a prática psicopedagógica, ou seja, pessoas que atuam para sanar os problemas, os 
psicopedagogos, 
Acredita-se que o psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na 
transmissão de conhecimentos, não sendo uma atividade neutra para ambas 
as partes (o sujeito que necessita de ajuda e o psicopedagogo), pois a relação 
de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o aprendente é 
necessária ao desenvolvimento da relação educativa.( NERY,1986, apud 
BOSSA, 2000, p.25) 
Assim, considera-se que o papel do psicopedagogo é levar a criança a integrar-
se novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. O trabalho 
psicopedagógico deve estar ancorado em alguns princípios gerais, tais como: 
 1) acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber 
acumulado, representado pela cultura; 
2) considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso 
ao saber; 
3) nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser; 
4) Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de 
conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no ato de 
aprender; 
5) reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo 
analisar e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que promovem 
bloqueio da aprendizagem; 
6) reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da cultura, 
também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo postura crítica frente 
às dificuldades geradas pela própria instituição escolar. 
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para 
possibilitar a todas as crianças o direito de aprender. 
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o 
acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá 
contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter 
acesso a esse saber. 
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=922
 
 
18 
 
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do 
ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades. 
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o 
psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos 
disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável. 
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o 
papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de 
sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca 
a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural, 
assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de 
aprendizagem. 
6.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia 
A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do 
processo de aprendizagem humana e se tornou uma área de estudo específica que 
busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo: o 
processo de aprendizagem humana, seus níveis de desenvolvimento e a influência do 
meio nesse processo. 
É uma área de conhecimento que se dirige para o estudo da aprendizagem 
enquanto processo inerente ao ser humano, configurando-se no âmbito das ciências 
humanas. Nesse sentido, o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem 
humana e o ser que aprende é o sujeito para o qual a Psicopedagogia se dirige. 
Considerando que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento 
contemporâneo, ela se difere de outros campos como área de atuação e de reflexão, 
pois leva em consideração a objetividade e subjetividade humanas e o conhecimento 
das diversas formas de aprender. Ocupa-se dos problemas relacionados com a 
aprendizagem humana, atuando em áreas próximas à Psicologia e à Pedagogia. 
Evoluiu para atender às demandas sociais relacionadas aos problemas de 
aprendizagem e ao fracasso escolar, constituindo-se, assim, numa prática. 
[...] como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se 
inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos que a 
Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como 
se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está 
 
 
19 
 
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na 
aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de 
estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire 
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo. 
(BOSSA, 2007, AMORIM, 2011, p. 12). 
O psicopedagogo deve agregar conhecimentos multidisciplinares na sua 
atuação profissional, tendo em vista que, nas avaliações diagnósticas, é necessária a 
interpretação de diferentes dados. Esses conhecimentos auxiliarão o profissional da 
Psicopedagogia na compreensão do quadro diagnóstico e a escola na melhor 
metodologia de trabalho. 
6.2 Campo de atuação da psicopedagogia 
O campo de atuação da Psicopedagogia é focado na intervenção do processo 
de aprendizagem, na avaliação das potencialidades, no diagnóstico e tratamento dos 
seus obstáculos, sendo o psicopedagogo o profissional responsável por detectar e 
tratar possíveis obstáculos relacionados à aprendizagem escolar. 
Pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para 
compreender e intervir nos processos de desenvolvimento da aprendizagem humana, 
recorrendo a várias estratégiasna tentativa de solucionar os problemas que podem 
surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo é o profissional indicado para 
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de 
ensino aprendizagem. 
No espaço escolar o psicopedagogo pode contribuir para o esclarecimento das 
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, 
mas que são consequências de problemas escolares, sejam eles ligados a fatores 
organizacionais ou metodológicos. 
Ele poderá atuar ainda preventivamente junto aos docentes explicando sobre 
habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; pode também 
trabalhar na formação continuada, na reflexão sobre currículos e projetos e atuar junto 
às famílias dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. 
[...] a intervenção psicopedagógica na instituição escola se dirige ao sujeito 
aprendente que sustenta o aluno, sua relação com os seus pares e com o 
professor; ao sujeito ensinante que sustenta o professor, sua relação com o 
grupo de alunos, com os pais e com o psicopedagogo, assim como ao sujeito 
 
 
20 
 
aprendente que também se encontra no professor; e ao sujeito aprendente 
que se encontra no próprio psicopedagogo. (BARBOSA, 2001, AMORIM, 
2011, p. 13). 
Em uma linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de 
aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais 
e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas da saúde - 
psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, pois tais 
dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes exigem uma abordagem 
multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no 
atendimento em ambientes hospitalares. 
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir para a compreensão 
e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria 
da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na 
empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom 
andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o 
conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas 
que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a 
finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas 
características próprias. 
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a 
vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo 
para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às 
atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta 
e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo, 
dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações 
assumindo a maturação. 
7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA 
PSICOPEDAGOGIA 
Uma das preocupações com a formação do futuro profissional da área da 
Psicopedagogia tem sido o adequado desenvolvimento, atuação e habilidades na boa 
atuação da Psicopedagogia, ou seja, numa prática ideal do profissional. Assim o 
 
 
21 
 
código de ética da psicopedagogia deve ser o instrumento capaz de nortear, direcionar 
e posicionar a práxis do psicopedagogo. 
Não há dúvidas de que a profissão de uma pessoa marca sua existência e 
consequentemente a sua continuação, principalmente, quando ela integra inteligência 
e afetividade, pois não há como separar a vida pessoal da profissional, por mais que 
se tente, porque a boa funcionalidade de uma profissão depende de sua realização 
não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará 
consequentemente ao crescimento do indivíduo. 
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade 
integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à 
vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da 
Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem 
especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma 
real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma auto avaliação, ao 
conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa 
supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional. 
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois 
ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a 
formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização 
profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos, 
mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação 
entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da 
sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver 
bem numa ética de ações). 
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais 
como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação 
de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o 
código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao 
desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial. 
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área 
de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral 
da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da 
realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom 
 
 
22 
 
profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom 
psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação. 
8 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: congressodepsicopedagogia.com.br 
Rubinstein (et al, 2004 apud SILVA; LORENZINI, 2017) afirma que já existiam 
cursos de especialização em Psicopedagogia oferecidos por institutos particulares, 
associações de classe e iniciativa de profissionais preocupados com dificuldades de 
aprendizagem, antes mesmo da existência de cursos formais dentro de universidades 
e instituições de ensino superior. 
A autora ainda declara que muitos profissionais que lidavam com a questão das 
dificuldades de aprendizagem, tiveram sua formação acadêmica realizada 
posteriormente. Existem dois fatores prováveis para que a formação em 
Psicopedagogia no Brasil tenha se consolidado à nível de especialização, segundo 
Rubinstein (et al, 2004 apud SILVA; LORENZINI, 2017). 
O primeiro está relacionado ao fato de que os profissionais que atendiam 
crianças com queixa escolar e se dedicavam à pesquisa nesta área, já eram formados 
na Universidade. A autora aponta que houve a percepção de que a formação 
universitária específica não atendia às necessidades profissionais na referida área de 
atuação. O segundo fator, apresentado por Rubinstein (et al, 2004, p. 233 apud SILVA; 
 
 
23 
 
LORENZINI, 2017), está ligado a fatos marcantes entre as décadas de 1950 e 1970 
que influenciaram o “modo como se instalou a formação em Psicopedagogia no 
Brasil”. 
Os fatos citados pela autora são: o otimismo nos meios educacionais no que 
tange as soluções para os problemas de ensino e aprendizagem; a expansão de 
disciplinas que tinham como foco a questão destes problemas; regulamentação de 
cursos de pós-graduação; criação de cursos de especialização lato sensu; e o fato de 
a Psicopedagogia ser “um desses cursos em expansão uma vez que já havia grupos 
significativos de profissionais atuando nessa área” (RUBEINSTEIN, et al, 2004 apud 
SILVA; LORENZINI, 2017). 
Noque diz respeito às questões de legislação, há uma luta de quase 20 anos. 
Na “Justificação”, apresentada pelo Deputado Barbosa Neto (1997 apud SILVA; 
LORENZINI, 2017), ao final da redação do Projeto de Lei 3.124 de 1997, é enunciado 
que a escola, para muitos, seria um palco de fracassos ou de desenvolvimento 
insatisfatório e precário. É possível afirmar que, ainda na atualidade, a escola está um 
tanto distante de ser um lugar onde o conhecimento é acessado de forma equânime 
(LINDER-SILVA, 2015 apud SILVA; LORENZINI, 2017). 
Neto (1997 apud SILVA; LORENZINI, 2017), enxergava na prática 
psicopedagógica a resposta para as precariedades no aprendizado. Prática esta, [...] 
exercida por um profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não 
apenas a sanar problemas de aprendizagem, considerando as características 
multidisciplinares da pessoa que aprende, buscando melhorar seu desempenho e 
aumentar suas potencialidades de aprendizagem (NETO, 1997, s/p apud SILVA; 
LORENZINI, 2017). 
Neto (1997 apud SILVA; LORENZINI, 2017) justificou que, devido aos 
conhecimentos multidisciplinares e ao manuseio de instrumentos psicopedagógicos 
específicos, os psicopedagogos seriam os profissionais mais bem preparados para 
“atuar na melhoria da forma de aprendizagem e na resolução dos problemas 
decorrentes desse processo”. 
A “Justificação” descrita no projeto de lei 3.124 ainda apresentava que a 
formação deveria acontecer [...] a partir de um curso de especialização em 
nível de pós-graduação universitária, capaz de desempenhar um papel 
específico nas dificuldades do processo de aprendizagem com uma sólida 
fundamentação centrada no conhecimento científico, o qual deve ser 
 
 
24 
 
trabalhado por um conjunto de disciplinas que possibilitem a compreensão 
dos problemas no processo de aprendizagem de forma global e não 
fragmentada, constituindo uma estrutura com programação inter-relacionada 
e com processo conjunto de avaliação (NETO, 1997, s/p apud SILVA; 
LORENZINI, 2017). 
9 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO 
É impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo pré-
concebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de 
seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da 
educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia 
ocupacional, entre outras. 
Simultaneamente, a Psicopedagogia é uma práxis formalizada e que lida com 
a compreensão e o tratamento dos problemas de aprendizagem com um foco 
ampliado, mediante a contribuição de outras áreas do conhecimento humano, como a 
Didática, a Psicologia, a Psicanálise, a Linguística, a Filosofia, Sociologia, as 
Neurociências e outras. 
O que legitima uma ocupação profissional é a formação em serviço, a formação 
contínua nos fundamentos e técnicas que possibilitam a realização de um trabalho. 
Neste sentido, interessa menos a ênfase em uma formação inicial e legal, como se 
tem caracterizado a discussão sobre as questões acima, mas a ética de um saber 
construído e aperfeiçoado continuamente de diferentes estilos. 
É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de 
Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple 
conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do 
ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos 
elaborados por várias disciplinas. 
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores 
sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja 
de maneira clinica quer seja preventivamente, que visem à construção de uma relação 
potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria 
na busca da construção do conhecimento. 
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e 
apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e 
 
 
25 
 
princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter 
interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando 
conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é, 
segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de 
conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse 
ser e afastando os obstáculos a essa construção. 
10 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA 
Desde 1980, data da criação da ABPp, os psicopedagogos brasileiros contam 
com o apoio desta associação, que se preocupa com os interesses e os anseios da 
classe e luta pelos seus direitos. Além disso, a Associação Brasileira de 
Psicopedagogia contribuiu e contribui para que os profissionais da Psicopedagogia 
construam espaços de discussões, estudos e pesquisas sobre a teoria e a prática 
psicopedagógicas. 
[...] ao longo de sua existência a associação tem promovido vários encontros 
e congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do 
psicopedagogo, a atuação psicopedagógica objetivando melhorias da 
qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo, 
o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico 
multidisciplinar. (PERES, 1998, AMORIM, 2011, p. 10). 
Essa característica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, de ser um 
órgão que representa a classe, luta pelos seus direitos e pela formação na área, é 
peculiar se pensarmos na forma de sua organização institucional, composta por um 
Conselho Nacional que reúne membros de diversos segmentos e de diversas regiões 
do país e se compõe da seguinte maneira: Conselho Nato, constituído pelos ex-
presidentes da ABPp, que passam a integrá-lo ao final de cada gestão; Conselheiros 
eleitos, que representam os associados de todo o Brasil e os representantes das 
Seções e Núcleos. 
Com o intuito de propor uma identidade própria à Psicopedagogia no Brasil e 
difundir os conhecimentos na área, a Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp 
organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e dos 
objetivos dessa área do conhecimento. O documento passou por várias reformulações 
 
 
26 
 
na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse 
documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo. 
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande 
inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética 
era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este 
passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das 
responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras 
profissões, sobre a importância do sigilo. 
10.1 O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP) 
O Código de Ética da categoria foi elaborado no biênio 91/92 da ABPp e 
reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96, ele se encontra 
disponível no site da ABPp e deve ser seguido por todos os psicopedagogos, pois 
representa a disponibilidade e a seriedade no desempenho da atividade. Ele 
regulamenta as seguintes situações: 
- O capitulo I é dedicado aos princípios da Psicopedagogia; 
- O capitulo II diz da formação do psicopedagogo; 
- O capítulo III trata das atividades psicopedagógicas; 
- O capitulo IV diz das responsabilidades dos psicopedagogos, dos seus 
deveres fundamentais; 
- O capítulo V trata dos instrumentos e técnicas; 
- O capítulo VI retrata as normas para as publicações científicas; 
- O capítulo VII fala sobre a publicidade profissional; 
- O capítulo VIII trata dos honorários; 
- O capítulo IX diz da observância e do cumprimento do Código de Ética; 
e 
- O capítulo X traz as disposições gerais 
 
 
27 
 
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS:Artigo 1º 
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do 
processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e 
o contexto sócio histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em 
diferentes referenciais teóricos. 
Parágrafo 1º 
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada 
com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de 
aprendizagem e as suas dificuldades. 
Parágrafo 2º 
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos 
da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico. 
Artigo 2º 
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utilizando métodos, 
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem, 
cabíveis na intervenção. 
Artigo 3º 
A atividade psicopedagógica tem como objetivos: 
1) Promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão 
escolar e social; 
2) Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem; 
3) Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia; 
4) Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem. 
 
 
 
28 
 
Artigo 4º 
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a 
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que 
concerne às questões psicopedagógicas. 
CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO: 
Artigo 5º 
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de 
pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em 
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos 
competentes, de acordo com a legislação em vigor. 
CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS: 
Artigo 6º 
Estão em condições do exercício da Psicopedagogia os profissionais 
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” – e 
os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação 
acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-
se à supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal. 
 
Parágrafo 1º 
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, 
deve fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste 
Código de Ética. 
 
Parágrafo 2º 
Os honorários devem ser tratados previamente entre o cliente ou seus 
responsáveis legais e o profissional, a fim de que: 
1) Representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando 
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada 
e tempo despendido; 
 
 
29 
 
2) Assegurem a qualidade dos serviços prestados. 
 
Artigo 7º 
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a 
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e 
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e 
instituições sob seu atendimento. 
 
Parágrafo 1º 
Não se entende como quebra de sigilo dar informações sobre o cliente a 
especialistas e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o 
atendimento. 
 
Parágrafo 2º 
O psicopedagogo não deve revelar como testemunha, fatos de que tenha 
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor 
perante autoridade judicial. 
 Artigo 8º 
Os resultados de avaliações só devem ser fornecidos a terceiros interessados, 
mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal. 
Artigo 9º 
 Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não 
deve ser franqueado a pessoas estranhas ao caso. 
 
Artigo 10 
O psicopedagogo deve procurar manter boas relações com os de 
profissionais diferentes categorias, observando para esse fim, o seguinte: 
1) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas; 
 
 
30 
 
2) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de 
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e 
qualificados para o atendimento. 
CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES: 
Artigo 11 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem 
da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela atitude 
crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros 
da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu 
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de 
exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da classe 
e a manutenção do conceito público. 
 CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS 
Artigo 12 
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de 
estudo – a aprendizagem. Sua escolha deve decorrer de formação profissional e 
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não 
reconhecidos como psicopedagógicos. 
 
 
 
31 
 
CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS 
 Artigo 13 
Na publicação de trabalhos científicos devem ser observadas as seguintes 
normas: 
1) As discordâncias ou críticas devem ser dirigidas à matéria em discussão 
e não ao seu autor; 
2) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deve ser dada igual ênfase 
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em 
nenhum caso o psicopedagogo deve se valer da posição hierárquica 
para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob 
sua orientação; 
3) Em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências 
bibliográficas utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas 
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e 
técnicas científicas vigentes. 
CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL: 
Artigo 14 
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo com 
exatidão e honestidade. 
 CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS: 
Artigo 15 
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deve considerar como parâmetros 
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada 
e o tempo despendido. 
 
 
32 
 
CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE 
ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO: 
Artigo 16 
 Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética. 
 
Parágrafo único 
Constitui infração ética: 
1) Utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua; 
2) Permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas 
psicopedagógicas; 
3) Fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática 
psicopedagógica; 
4) Desviar para atendimento particular ou para outra instituição, por 
qualquer meio, visando benefício próprio; 
5) Receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços 
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado; 
6) Assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, 
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos. 
 
Artigo 17 
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos 
princípios éticos da classe e advertir quando houver infrações. 
 
Artigo 18 
O presente Código de Ética pode ser alterado por proposta do Conselho 
Nacional da ABPp e deve ser aprovado em Assembleia Geral. 
 
 
 
33 
 
CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: 
Artigo 19 
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos 
Nacional e Estaduais da ABPp. 
 
Artigo 20 
 
O Código de Ética do Psicopedagogo foi criadopelo Conselho Nacional da 
ABPp do biênio 1991/1992 e reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 
1995/1996. A presente reformulação foi proposta ao Conselho Nacional dos triênios 
2008/2010 e 2011/2013 novamente atualizado pela Comissão de Ética e com 
anuência do Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia 
Geral realizada em 26/outubro 2019. 
11 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA 
 
Fonte: jornadapsicopedagogiars.com.br 
Dos Princípios (Capítulo I), neste item é realizada a definição do campo de 
atuação do psicopedagogo como sendo área que integra saúde e educação, e que 
cuida dos problemas de aprendizagem. Considera que a Psicopedagogia possui 
 
 
34 
 
recursos próprios para o diagnóstico e intervenção psicopedagógica. Além disso, 
aponta a natureza deste trabalho como sendo clínica ou institucional, preventiva e 
curativa. 
Sobre a formação do psicopedagogo (Capítulo II), Considera ainda curso de 
formação em pós-graduação, para o exercício da Psicopedagogia, também aponta a 
necessidade da supervisão, e aconselha a supervisão do trabalho. 
Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º) esclarece a necessidade da manutenção do sigilo 
e da permissão do cliente para informar a outros especialistas dados de seu 
desenvolvimento, assim como resultados da avaliação e acesso a prontuários. 
Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10) aborda a 
necessidade de se reconhecer os limites da Psicopedagogia, aconselha o 
encaminhamento quando necessário, delimitar o campo de atuação como sendo o 
problema de aprendizagem. 
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV) enfatiza a 
necessidade de atualização profissional, aborda o relacionamento com outros 
profissionais (especialistas em outras áreas), aponta para o respeito aos limites da 
profissão; trata do sigilo profissional visando resguarda o cliente; considera importante 
a colaboração do profissional para com a promoção do crescimento de suas áreas de 
atuação através do desenvolvimento de pesquisas. 
Das Publicações Científicas (Capítulo VI), este item orienta a publicação de 
trabalhos, a necessidade de se limitar às críticas à matéria e não ao autor; recomenda 
ainda o uso da ordem de prioridade ou ordem alfabética para destacar colaborados 
de trabalhos de pesquisa, enfatiza a necessidade de não se beneficiar da posição 
hierárquica que ocupa para obter privilégios; aconselha que seja indicada na 
bibliografia, as obras usadas no desenvolvimento de pesquisas, esclarecendo as 
idéias descobertas. 
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII) fornece critérios para publicidade 
do profissional salientando a necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho 
profissional. 
Dos Honorários (Capítulo VIII) aponta para a necessidade de combinar, com 
antecedência, horários e preço justo para diagnósticos e intervenção. 
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX) trata da liberdade como princípio 
de ética, enfatiza a apuração de irregularidades no exercício da Psicopedagogia, 
 
 
35 
 
aponta a necessidade da advertência; esclarece que as alterações do Código é de 
competência da ABPp. 
Das Disposições Gerais (Capítulo X) esclarece a data em que o Código de Ética 
foi formulado, assinala que esta é a primeira alteração (1996). 
Considerando que este Código foi reformulado, o publicado em 1996 traz as 
seguintes considerações: 
O Artigo 1º: define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação 
e Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões normais 
e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no 
seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. Este 
artigo teve sua redação alterada e desdobra nos seguintes: 
Artigo 2º: considera que a Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar e 
utiliza recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do 
ato de aprender, no sentido ontológico e filogenético, valendo-se de métodos e 
técnicas próprias. 
Parágrafo Único: esclarece que a intervenção psicopedagógica é sempre da 
ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem. 
Faz-se necessário ressaltar que o artigo 3º, que rege o trabalho psicopedagógico foi 
alterado e recebeu a seguinte redação: “O trabalho psicopedagógico é de natureza 
clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo”. (Código de Ética da 
Psicopedagogia). 
O Artigo 4º: dá providência ao exercício da profissão: 
estarão em condições do exercício da Psicopedagogia os Profissionais graduados em 
3º grau, portadores de certificados de cursos de Pós-Graduação de Psicopedagogia, 
ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante 
direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável 
trabalho de formação pessoal. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
Artigo 5º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico 
considerando que tem como objetivo: 
a) promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em 
atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo 
a relação interprofissional; 
 
 
36 
 
b) realizar pesquisas científicas no campo da psicopedagogia (Código de Ética da 
Psicopedagogia). 
No Capítulo II, o que trata das “Responsabilidades dos Psicopedagogos”, o 
código estipula, no Artigo 6º, que são deveres fundamentais dos Psicopedagogos: 
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos 
que tratem do fenômeno da aprendizagem humana; 
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outra área, 
mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às 
diferentes visões de mundo; 
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado 
dentro dos limites da competência Psicopedagógica; 
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia; 
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de 
classe sempre que possível; 
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma 
definição clara do seu diagnóstico; 
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e 
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos; 
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas destes; 
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser 
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou 
calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres 
fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e 
manutenção do conceito público (Código de Ética da Psicopedagogia 
Reza o Artigo 7º, Capítulo III, que para o psicopedagogo deve manter e 
desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias 
profissionais, deverá observar o seguinte: 
Trabalhar nos restritos limites das atividades que lhes são reservadas; 
Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização, 
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o 
atendimento. (Código de Ética da Psicopedagogia). 
Sofreu alterações o Capítulo IV, o que trata Do sigilo (Artigo 8º, 9º, 10º e 11º). 
Neste, é enfatizada a importância do sigilo. No Artigo 9º está previsto que o 
 
 
37 
 
psicopedagogo não deverá revelar como testemunha, fatos de que tenha 
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor 
perante autoridade competente. 
O Capítulo V, que trata das Publicações Científicas também sofreu alterações 
na sua redação, em especial nas letras b e c, mas seu conteúdo permaneceu o 
mesmo, ficando redigido da seguinte maneira: 
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes 
normas: 
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e 
não ao autor; 
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dadaênfase aos autores, 
sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores, àqueles 
que mais contribuíram para a realização do trabalho; 
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para 
fazer publicar trabalhos sob sua orientação; 
d) Em todo trabalho científico, deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, 
bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações de cada autor. 
(Código de Ética da Psicopedagogia). 
O Capítulo VI, referente a Publicidade Profissional, sofreu modificação no Artigo 
13º, onde a palavra dignidade foi substituída pelo termo honestidade, também. O 
artigo 14º também foi alterado em sua redação, sem ter, contudo modificado seu 
sentido. 
O Artigo 14º, considera que “O psicopedagogo poderá atuar como consultor 
científico em organizações que visem lucro com venda, de produtos, desde que 
busque sempre a qualidade dos mesmos”. (Código de Ética da Psicopedagogia, 
1996). 
O Artigo 15º, afirma que “os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim 
de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados 
previamente”. (Código de Ética da Psicopedagogia,1996). 
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e 
o Artigo 18º, apresentam modificações na redação, pois, no anterior (1992) dizia que 
cabe ao Conselho Nacional da ABPp, a apuração de faltas cometidas, contra este 
código, a avaliação e advertência quando necessária. 
 
 
38 
 
 A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18º “Cabe ao Conselho Nacional da 
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. (Capítulo 
X, Código de Ética da Psicopedagogia.).Neste mesmo capítulo houve alterações na 
redação do artigo 19º ressaltando que: “Código poderá ser alterado por proposta do 
Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.” (Capítulo X, Código de Ética 
da Psicopedagogia.). 
O Capítulo X, “Disposições Gerais”, em seu Artigo 20º na redação anterior 
(1992) dizia respeito à entrada em vigor do código de ética após sua aprovação em 
assembléia geral. Pela redação de 1996 do Artigo 20, o Código de Ética entrou em 
vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no 5º Encontro e 2º 
Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992 e que sofreu a primeira 
alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado 
em 19/07/96, na Assembléia Geral de III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da 
ABPp. 
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 4º, cuja redação 
original diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os portadores de 
certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em 
estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, sendo 
indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal.. (Código de Ética 
da Psicopedagogia). 
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é 
necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser 
concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas 
do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste 
modo, proporcionar estágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é 
zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade 
dos trabalhos por eles oferecidos. 
O cenário da educação brasileira configura, conforme resultados do último 
Censo, em crescimento no número de matriculas em todos os níveis e modalidades 
de ensino. Isso faz com que se reflita sobre a qualidade do processo educacional e a 
função social que as instituições de ensino agregam. 
 As questões que permeiam a excelência educacional e o desenvolvimento 
holístico do ser aprendente tornam-se cada vez mais presentes no direcionamento 
 
 
39 
 
das políticas públicas em educação. É nesse panorama que cresce a necessidade do 
profissional da psicopedagogia, visto que sua prática incide essencialmente sobre o 
fenômeno da aprendizagem. 
Aprendizagem em seu processo macro, num processo educativo na vida, na 
sociedade e nas relações. Os espaços educacionais, no cumprimento de sua função 
social, devem desenvolver, nas crianças e jovens, competências e habilidades 
condizentes com as exigências da contemporaneidade. 
Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão das ações pedagógicas por todos 
os atores envolvidos no processo educacional, no que diz respeito a conhecer e 
reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar 
ou impedir que se aprenda. Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com o 
processo de ensino e aprendizagem surge a Psicopedagogia, campo de 
conhecimento que se ocupa com os problemas de aprendizagem, numa visão 
transdisciplinar, podendo orientar comunidade escolar e acadêmica na perspectiva de 
transformar as relações com o aprender e o ensinar. 
As questões em torno da formação do psicopedagogo e da regulamentação 
profissional aliadas ao contexto global da atuação desse novo agente social explicam 
a importância crescente da Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce 
com uma perspectiva globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem na 
atualidade, ocupando um lugar privilegiado, sistêmico, consoante os novos 
paradigmas científicos de natureza complexa e transdisciplinar, porque justamente 
não está em um único lugar. 
Sua força está localizada no poder de transitar entre a objetividade e a 
subjetividade, entre o ensinante e o aprendente. Nesse sentido, a Psicopedagogia tem 
um papel social relevante, uma vez que sua atuação contribui para a superação do 
fracasso escolar e acadêmico, tão presente em nossos espaços educacionais. 
 
 
 
 
40 
 
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