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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO CURSO DE ENFERMAGEM SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM TÉCNICA: ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS INTRODUÇÃO A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajudá-lo a remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas, quando este não tem condições de removê-las sozinho. A retirada destas secreções precisa ser asséptica, atraumática e eficaz. QUANDO SE DEVE ASPIRAR UM PACIENTE? ✓ Pacientes em uso de via aérea artificial (TOT, TQT); ✓ Pacientes com perda parcial ou total do reflexo da tosse; ✓ Quando houver ruído traqueal; ✓ Quando houver secreção visível; ✓ Quando à ausculta houver evidência de roncos; ✓ Quando houver redução da saturação per cutânea; ✓ Paciente que retém secreção (pós-operatório imediato/mediato); ✓ Quando o paciente utilizar ventilador mecânico e este registrar aumento da pressão de vias aéreas maiores que 50 cm H2O na ausência de patologia que justifique o aumento da pressão. FINALIDADE ✓ Manter as vias aéreas livres e permeáveis; ✓ Garantir a ventilação e oxigenação adequada (saturação de O2 acima de 95%); ✓ Prevenir complicações no quadro clínico geral do paciente, provocadas pelo acúmulo de secreção nos pulmões; ✓ Coletar amostra de secreção traqueal para exame diagnóstico. COMPLICAÇÕES DA ASPIRAÇÃO ✓ Arritmias ✓ Hipoxemia ✓ Queda da saturação de O2 ✓ Bradicardia ✓ Cianose ✓ Infecção ✓ Ansiedade/agitação ✓ Hipertensão/hipotensão ✓ Aumento da Pressão Intracraniana (PIC) MATERIAL ✓ 01 par de luvas estéril. ✓ Sonda de aspiração compatível com o calibre do tubo, traqueóstomo ou conduto aéreo (nº 4 a 10 para crianças e 10 a 14 para adultos). ✓ 01 pacote de gaze. ✓ 01 ampola soro fisiológico. ✓ 01 seringa de 3 ml com agulha para aspiração. ✓ EPI individual (máscara descartável, óculos de proteção, touca e luvas de procedimento). ✓ Estetoscópio. ✓ Máscara de Ressuscitação (Ambú) ✓ 02 látex ✓ Cufômetro. PROCEDIMENTO DE ASPIRAÇÃO DO TOT Execução Objetivo 1. Verificar o prontuário. 2. Lavar as mãos. ✓ Prevenir infecção 3. Reunir o material. 4.Encaminhar-se ao leito do paciente, deposita a bandeja sobre a mesa de cabeceira. ✓ Planejamento das atividades e otimizar tempo. 5. Explicar ao paciente o procedimento. ✓ Estimular a participação e cooperação. 6. Fechar portas, janelas e colocar biombo (SN). ✓ Respeitar a privacidade do paciente 7. Calçar luva de procedimento e realizar limpeza da mesa de alimentação, parte inferior da bandeja, passa para a mesa de alimentação e limpe manivela da cama. 8. Posicionar o paciente em Fowler. ✓ Otimizar a aspiração 9. Retirar as luvas. 10. Calçar luva de procedimento, colocar máscara e óculos de proteção. ✓ Evitar contaminação do paciente e promover proteção do próprio funcionário 11. Verificar tipo e característica da respiração e condições dos batimentos cardíacos. Observar se o paciente está em uso de ventilação mecânica (assistida ou controlada) ou em ventilação espontânea. ✓ Conforme o padrão respiratório, atentar para o tempo de aspiração 12. Desliga a dieta caso esteja em uso de dieta via sonda. ✓ Reduzir a chance de broncoaspiração 13. Realizar ausculta pulmonar e observar insuflação do Cuff do tubo ou TQT plástico com cuff (se paciente intubado). ✓ Pressão normal de 25 a 35 mmHg 14. Verificar o funcionamento do vácuo e conectar o látex. Montar sistema de oxigênio conectando ao Ambu 15. Retirar luva de procedimento 16. Abrir pacote de luva estéril e depositar no campo: ✓ 1 sonda de aspiração compatível com o calibre da cânula endotraqueal; ✓ 1 pacote de gaze; ✓ 1 Seringa de 3 ml; ✓ 1 Agulha para aspiração. ✓ Prevenir contaminação seguindo técnica asséptica ✓ Sondas de aspiração muito calibrosas podem produzir excessiva pressão negativa, lesar a mucosa traqueal, além de piorar a hipóxia que a aspiração normalmente já provoca. Ideal até 2/3 do diâmetro do tubo 17. Abrir a ampola de soro fisiológico, sem contaminar a mesma (realizar deinfecção). 18. Calçar o par de luva estéril. 19. Conectar a seringa com a agulha e retirar a pressão da mesma. Aspirar os 3 ml de SF, usando a mão não dominante para segurar a ampola e a dominante para segurar a seringa. Neste momento a mão não dominante se torna contaminada. 20. Retirar a agulha da seringa e depositar a seringa na borda do campo. 21. Conectar a sonda de aspiração ao látex, usando a sonda na mão dominante que permanecerá estéril durante toda a técnica. 22. Ligar o vácuo e o oxigênio com a mão não dominante (contaminada). 23. Caso o ventilador mecânico não possua a função de fornecer 100% de oxigênio, acoplar o ambu ao TOT. 24. Ventilar o paciente três vezes consecutivas, utilizando o próprio respirador mecânico, com FiO2 à 100%, ou com ambu de oxigênio a 100% (15 litros). ✓ Prevenir hipóxia, uma vez que a aspiração traqueal reduz a pressão arterial de oxigênio cerca de 35 mmhg. 25. Primeiro se faz VAI e depois VAS (nariz e boca). 26. Introduzir a sonda de aspiração com a mão dominante no tubo endotraqueal na FASE INSPIRATÓRIA mantendo o látex pressionado, com a mão esquerda (Introduzir até obter o reflexo de tosse ou em caso do paciente em coma, introduzir em torno de 25 a 30 cm no tubo e 15cm no traqueóstomo). ✓ A sucção não deve ocorrer neste momento da introdução para não sequestrar o oxigênio do paciente. Introduzir até chegar na carina. 27. Despressionar o látex para criação de sucção e simultaneamente, com a mão dominante, fazer movimentos circulares lentos na sonda de aspiração trazendo-a para fora do tubo endotraqueal ✓ Permitir que houvesse uma melhor sucção. 28. Repetir o movimento de 3 a 5 vezes, não ultrapassando o tempo de 15 segundos. ✓ Não ultrapassar 15 segundos no total de tempo de sucção (incluindo as 5 vezes). 29. Reposiocionar o ventilador mecânico ao TOT ✓ Evitar hipóxia prolongada. 30. Reiniciar um novo ciclo de aspiração caso necessário. 31. Observar simultaneamente o padrão respiratório e a monitorização cardíaca. ✓ Detectar precocemente os sinais de hipoxia e alteração hemodinâmica. 32. Suspender a aspiração e retornar ao ventilador mecânico quando ocorrer arritmias, cianose e sangramento. ✓ Evitar possível parada cardiorrespiratória 33. Em caso de secreção espessa, rolhas ou mesmo grande quantidade de secreção, pode ser instilado até 3ml de soro fisiológico no tubo endotraqueal ou traqueóstomo, ventilar três vezes e proceder a aspiração. ✓ Instilar no máximo 1ml de cada vez no TOT. No decorrer de 24 horas utilizar no máximo 20 ml. 34. Repetir as operações (inclusive a manobra para rolha) quantas vezes forem necessárias e de acordo com as condições clinicas do paciente. ✓ Ventilar o paciente a cada ciclo, não ultrapassar 15 segundos, para evitar a hipóxia. 35. Reposicionar o ventilador mecânico ao TOT, ✓ Certificar-se de que o ventilador esteja com os parâmetros anteriores sob controle. 36. Limpar a sonda com gaze estéril. Lavar a extensão do látex, no final do ciclo de aspiração, usando o SF 0,9% da ampola. ✓ Manter a extensão limpa e visível 37. Realizar a aspiração orofaríngea, procedendo da seguinte forma: Introduzir a sonda alternadamente em cada narina e posteriormente na boca até a faringe, mantendo o látex pressionado no momento da introdução. ✓ Aspirar ao orifício da cânula de guedel, introduzindo completamente a sonda de aspiração. Seguir a técnica e cuidado com a cânula de guedel (troca) 38. Limpar a sonda com gaze. Lavar a extensão do látex, no final do ciclo de aspiração. ✓ Manter a extensão limpa 39. Desprezar a sonda de aspiração e desligar o aspirador de secreções. ✓ Segregação de lixo 40. Proteger a extremidade do látex, quando em desuso, protegido em saco plástico, fixado na lateral do painel de gases. 41. Trocar as luvas. ✓ Evitarcontaminação do estetoscópio que será utilizado na etapa seguinte 42. Realizar ausculta pulmonar e cardíaca do paciente após a aspiração. ✓ Avaliar o resultado da aspiração e se houve melhora da ventilação pulmonar 43. Deixar o paciente em ordem ✓ Proporcionar conforto ao paciente 44. Recompor a unidade e recolher o material. ✓ Manter o ambiente em ordem, colaborando com a equipe 45. Fazer a limpeza das mesas utilizadas. 46. Retirar as luvas e lavar as mãos. ✓ Evitar contaminação do profissional e do paciente 47. Anotar no prontuário o procedimento e eventuais anormalidades. ✓ Descrever características da ausculta cardíaca e pulmonar inicial, aspecto das secreções e quantidade. Anotar reações do paciente e intercorrência, como: sangramento, cianose, alterações eletrocardiográficas, características da ausculta cardíaca e pulmonar final etc.. AVALIAÇÃO DO RESULTADO DA ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL Deve ser feita baseada nas seguintes observações: ✓ Tranquilidade do paciente. ✓ Verificação da saturação no monitor da oximetria (mantendo nível satisfatório). ✓ Ausência de ruído ao respirar constatado por meio da ausculta pulmonar. ✓ O aspecto da secreção (espessa, fluida, espumosa) aspirada indica o nível de hidratação e umidificação. A cor clara indica ausência ou melhora da infecção. ✓ Lembrar que atelectasia de repetição indica aspiração ineficaz ou insuficiente, assim como umidificação ineficiente ou falta de mudança de decúbito. OBSERVAÇÃO ✓ Manter a extremidade do látex, quando em desuso, protegido em saco plástico, fixado na lateral do painel de gases, ✓ Em caso de secreção espessa, rolhas ou mesmo grande quantidade de secreção, pode ser instilado SF 0,9% estéril no tudo endotraqueal (cerca de 3 ml); após a instilação, ventilar os pulmões com o ambu e sem seguida fazer aspiração traqueal. Máximo de 20 ml nas 24 horas. ✓ Aspirar ao tudo endotraqueal somente quando necessário e nunca como rotina. Portanto, o enfermeiro deverá avaliar o paciente, de acordo com a característica e quantidade da secreção, prescrever o número de vezes que será feita à aspiração. ✓ Durante a aspiração, caso haja diminuição da freqüência cardíaca ou arritmias, parar imediatamente o procedimento e oferecer oxigênio a 100%, através de ambu ou do próprio respirador. ✓ Testar sempre o aspirador de secreções antes de utilizá-los. ✓ A técnica de aspiração traqueal deve ser feita de preferência por duas pessoas, para evitar a contaminação do sistema tubo/circuito. ✓ Utilizar sempre o frasco coletor intermediário para evitar que entre secreção na rede de gases do painel. ✓ Trocar diariamente o frasco coletor de secreções e a extensão de látex para aspiração.
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