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Prof. Dr. Alexandre Dias UNIDADE III Biologia Molecular Aplicada à Biomedicina Conceitos importantes: Alelos: Selvagem; Variante. Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Variantes: Polimorfismos; Heteromorfismos; Raras. Variantes de nucleotídeos únicos: Single Nucleotide Variants (SNVs); Single Nucleotide Polymorphisms (SNPs). Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Fonte: livro-texto. TGCCTTTATTTGGTAATTTTTTTGT[T/C]TCTGAGACAGTCTCACTCTGTTGCC rs133045 é uma variante T/C no cromossomo 22 Polimorfismos – Indels: “Os simples apresentam dois alelos, ou seja, a presença ou a ausência do seguimento inserido ou deletado. Já os multialélicos se apresentam como as repetições de fragmentos de DNA em tandem (repetições de 1-6 bases de comprimento que se encontram uma ao lado da outra no cromossomo intercaladas por outras sequências de DNA). Os indels multialélicos são subdivididos em microssatélites e minissatélites”. Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Fonte: livro-texto. Microssatélites: Os microssatélites são segmentos de DNA de 1 a 10 nucleotídeos repetidos no genoma. A maior parte dos microssatélites são formados por unidades repetidas de 2, 3 ou 4 nucleotídeos. Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Fonte: Adaptado de: livro-texto. Short Tandem Repeat A. ACAGAGATAGACACACACACACACACACACACACACACAAACAAGCATGCTC B. ATCAATGGATGCATACGT(AGAT)15GAGAGGGGATTTATTAGAGGAATTAGC Figura 101 – Microssatélites. O D6S282 é uma repetição (CA)n no cromossomo 6 (A). D12S391 e uma repetição de quatro nucleotídeos no cromossomo 12 (B). Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Aplicação na paternidade! Fonte: Adaptado de: livro-texto. Pai Mãe Criança T a m a n h o d o f ra g m e n to Figura 102 – Esquema de marcador hipotético de microssatélite. O esquema representa as bandas de um gel de agarose após a amplificação por PCR. As bandas superiores representam os fragmentos maiores e as inferiores, menores. Cada indivíduo possui dois alelos com diferentes repetições (diferentes tamanhos) para esse microssatélite. Dessa forma, é possível observar o parentesco da criança com os pais, pois ela possui um alelo herdado de cada um dos pais. Minissatélites: Os minissatélites são segmentos de DNA de 10 a 100 nucleotídeos repetidos centenas ou milhares de vezes no genoma. Os minissatélites também podem ser chamados de número variável de repetições em tandem (VNTRs, do inglês variable number of tandem repeats). Os loci de VNTRs apresentam grande número de diferentes alelos; isso se deve à alta taxa de mutações que leva às variações no tamanho; Atualmente, 13 loci de minissatélites são utilizados pelo Federal Bureau of Investigation (FBI), nos Estados Unidos, para a identificação de indivíduos pela impressão digital de DNA (DNA fingerprinting). Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Fonte: livro-texto. Variable Number Tandem Repeat Técnicas de Biologia Molecular aplicadas à terapia e ao tratamento de doenças Tipos de variantes Fonte: Adaptado de: livro-texto. Mutação Definição Exemplo (Gene) Doença/condição Mutação pontual Alteração de um par de base A > G, A > T Missense (não sinônima) Alteração de um nucleotídeo que resulta em um códon que codifica um aminoácido diferente A82P (HSD3B2) Deficiência 3βHSD Nonsense Substituição de um nucleotídeo que resulta em um códon de terminação prematuro G23X (HBB) Talassemia beta Sinônima Alteração de um nucleotídeo que resulta em um aminoácido com propriedades similares ao substituído V1531 (GJB2) Perda auditiva Alteração de matriz de leitura Deleção, inserção ou duplicação de um nucleotídeo não divisível por 3 alterando a matriz de leitura 920dupTCAG (LDLR) Hipercolesterolemia familiar CNVs Variações no número de cópias de maiores fragmentos do genoma (CGG) n > 200 (FMR1) Síndrome do X Frágil Transposons: elementos transponíveis presentes no genoma que têm a capacidade de mudar de posição ao longo do cromossomo. Os transposons podem inserir as cópias de si mesmos em outra região do genoma ou se deslocarem no genoma inserindo-se em outra posição. Muitos transposons são compostos por genes e a grande maioria está presente em bactérias. Retrotransposons: esses elementos são identificados no genoma, pois são ladeados por sequências terminais repetidas (LTRs, do inglês long-terminal repeat), semelhante às encontradas nos retrovírus. Eles se mobilizam por retrotransposição, ou seja, são capazes de codificar uma transcriptase reversa que permite a replicação desses elementos. Elementos móveis – Variantes Fonte: livro-texto. Lines (do inglês long intersperced elements): os lines também se movem por retrotransposição, mas não possuem LTRs e não codificam a transcriptase reversa, mas sim as enzimas de alta homologia que têm a mesma função. No homem e no camundongo, o elemento line mais comum é o L1. No genoma humano temos 850 mil cópias de L1 e acredita-se que ele seja responsável por mutações que causaram as doenças genéticas. Sines (do inglês short intersperced elements): os sines são semelhantes aos lines, mas são sequências menores. Um exemplo são as sequências Alu, que estão presentes de 500 mil a 1 milhão de cópias no genoma humano. Há casos de doenças hereditárias que ocorreram devido à inserção dessas sequências em genes funcionais. Parece que a multiplicação dos sines foi recente. Juntos, lines e sines, representam 40% do genoma humano. Elementos móveis – Variantes Fonte: livro-texto. Qual é a importância de se reconhecer as possíveis variantes no genoma humano, principalmente, quando trabalhamos com o diagnóstico de doenças genéticas? Interatividade Reconhecer as variantes e saber qual tipo de mutação nos interessa estudar é a chave para a escolha da melhor metodologia diagnóstica. Resposta Modelos: 1. Anemia falciforme; 2. Acondroplasia; 3. Síndrome de Down; 4. Síndrome de Prader-Willi; 5. Outras… As variantes e as doenças genéticas: técnicas diagnósticas Técnicas diagnósticas MLPA MMS NGS Array KT FISH Sanger Fonte: autoria própria. Estudo molecular! Qual metodologia e equipamento escolher? Escolha do método diagnóstico – Biologia Molecular Variante de ponto específica e conhecida Grupo de possíveis variantes de ponto CNVs com HD CNVs sem HD Fonte: autoria própria. A escolha do método depende da finalidade do estudo! Sangue periférico. Mucosa oral. Corte histológico. Fragmento tecidual fresco e conservado em formol. Material de aborto. Líquido amniótico. Cultura celular. Papel-filtro. Tipos de materiais Técnicas diagnósticas – Biologia Molecular Cariotipagem FISH Análise citogenética (Célula – Cromossômica) Fonte: autoria própria. 1 2 3 4 6 5 mar 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 X Y 47,XY,+mar Estudo cromossômico de uma espécie: Homens: 46,XY; Mulheres: 46,XX. Sangue periférico. Medula óssea (diagnóstico de câncer hematológico). Biópsia cutânea. Amniócitos, biópsia de vilosidade coriônica, sangue de cordão, material de aborto (pré-natal). Biópsia de tumores sólidos. Cariotipagem Coleta: material biológico. Cultivo celular: meio apropriado, fatores de promoção da proliferação celular. Preparação cromossômica: colchicinização, hipotonização e fixação. Confecção das lâminas. Microscopia. Cariotipagem 1 2 3 4 6 5 mar 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 X Y 47,XY,+mar Fonte: autoria própria. Cariotipagem: técnica Fontes: autoria própria. Coleta da amostra Semeadura Cultivo Preparação cromossômica Lâminas Análise Laudo Exemplo: líquido amniótico 1 2 3 4 6 5 mar 7 8 9 10 1112 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 X Y 47,XY,+mar Fonte: autoria própria. Cariotipagem: 1. Cultivo de células; 2. Baixo custo; 3. Análise: profissionais qualificados; 4. Tempo para a liberação. Pontos relevantes Pontos de atenção para o teste de cariotipagem: Processo de cultura de células – depende de diversos fatores para o sucesso: Crescimento celular; Contaminações; Células em metáfase para a análise do cariótipo; Bandamento cromossômico; Limitação técnica – resolução 5 Mb. Hibridação in situ por fluorescência – FISH 1. Preparação da lâmina. 2. Desnaturação do DNA e da sonda. 3. Hibridação da sonda. 4. Lavagem da lâmina. 5. Contracoloração da lâmina. 6. Visualização no microscópio de Epi-fluorescência. Passos importantes! Detecta as alterações gênicas a nível cromossômico. Grande número de sondas para diversas regiões no mercado comercial, sendo específicas. Rapidez e confiabilidade do resultado. Conforto na análise. Vantagens da FISH Custo. Sondas. Microscopia de fluorescência. Estrutura física própria para a análise e a realização da técnica – sala escura. Necessidade de sistema de fotodocumentação. Durabilidade. Sondas com tempo de vida útil curto. Desvantagens da FISH Um paciente procurou o serviço de diagnóstico genético e teve como resultado um exame de cariotipagem normal. Vamos refletir! Um resultado normal para o teste de cariotipagem exclui, definitivamente, que o paciente tenha uma doença genética? Interatividade Não! O teste de cariótipo tem as suas limitações, conforme explicado em aula. As variantes que podem causar uma doença nos nossos pacientes têm tamanhos e conformações diferentes, sendo necessária – de acordo com o fenótipo do paciente – a realização de novos testes para complementar o estudo. Resposta Arrays. PCRs. Sequenciamentos. Extração do material genético. Técnicas moleculares Técnicas moleculares – Sequenciamentos Sanger NGS Tipo Clones, PCR DNA bibliotecas Passos Procedimentos mais simples Procedimentos complexos Dados Uma read por amostra Milhões de reads e muitas amostras Fonte: Illumina, Co. Fonte: Thermo Fischer, Co. Utiliza os didesoxirribonucleosídeos (ddNTPs) – sem o grupo 3 hidroxila e com a adição de um marcador fluorescente. Para a reação ocorrer, utiliza-se: DNA polimerase; primers; ddNTPs ; dNTPs. Sequenciamento capilar – Sanger Quando a DNA polimerase adiciona o ddNTP, a polimerização do DNA é interrompida, gerando diversos fragmentos de diferentes tamanhos. Os fragmentos são aplicados em um capilar fino e longo, e são separados por eletroforese. Leitura da fluorescência e transmite a informação para um programa no computador que monta a sequência. Capilar CâmaraLaser DNA Primer Polimerização ddNTPs ddTTP ddCTP ddATP ddGTP 3’5’ 5’3’ 3’5’ 3’5’ 3’5’ 3’5’ 3’5’ 3’5’ 5’ 5’ 3’ 3’ Cromatógrafo Fonte: Adaptado de: livro-texto. EXOMA 1-3% do genoma 30-50 milhões bp 85% de todas as mutações GENOMA 3 bilhões bp GENES ~21.000 genes NGS – Exemplo: EXOMA Bioinformática: Desafios da técnica de NGS Fonte: http://docenti.ing.unipi.it/a.bechini/bioinfo/ BioInfo_en.html Quando devemos lançar mão de protocolos de NGS em detrimento aos protocolos de sequenciamento capilar Sanger? Interatividade O NGS permite o estudo de múltiplos genes e regiões genômicas ao mesmo tempo, tanto que esta tecnologia é reconhecida como o sequenciamento massivo em paralelo. Desta forma, quando precisamos estudar vários(as) genes/regiões genômicas, o NGS é mais recomendado que o sequenciamento capilar Sanger. Resposta Arrays ✓ ≠s aplicações ✓ ≠s resoluções Plataforma AGILENT Plataforma THERMO-AFFYMETRIX Plataforma ILLUMINA Comparação do DNA genômico total, por exemplo, de uma célula tumoral, com o DNA genômico de uma célula normal. Cada DNA é marcado com fluoróforos diferentes que marcam todo o genoma. Utilizamos um suporte sólido (lâmina com microarranjo), contendo as sequências de DNA de interesse no estudo. Esquema de CGH-array As duas amostras são, simultaneamente, hibridizadas no microarranjo. Fonte: livro-texto. Excesso de fluorescência do paciente – ganho de segmento genômico do paciente. Excesso de fluorescência do controle – perda de segmento genômico do paciente. Cor equilibrada – paciente não perdeu nem ganhou o segmento genômico. Microarranjos com os fragmentos de DNA Super-representação Sem alteração Sub-representação DNA investigado DNA controle Fonte: Adaptado de: livro-texto. Bead-array. Exemplo de análise Fonte: autoria própria. Fonte: autoria própria. Resultados: Database of Genomic Variants (DGV); Database of Chromosomal Imbalance and Phenotype in Humans Using Ensembl Resources (DECIPHER); UCSC Genome Bioinformatics; Outros bancos… Classificação de CNVs: Análise Fonte: ACMG – American College of Medical Genetics and Genomics. DNA fingerprint Fonte: Adaptado de: livro-texto. Marcador Cromossomo Codis (EUA) SGM + (Europa) PowerPlexTM D2S1338 2 + + TPOX 2 + + D3S1358 3 + + + FGA 4 + + + CSF1PO 5 + + D5S818 5 + + D7S820 7 + + D8S1179 8 + + + THO1 11 + + + VWA 12 + + + D13S317 13 + + Penta E 15 + D16S539 16 + + + D18S51 18 + + + D19S433 19 + + D21S11 21 + + +* Amelogenina X, Y + + + + Microssatélites utilizados em cada painel. *Também utiliza o Penta D. Tabela 5 – Painel de microssatélites marcadores utilizados na impressão digital de DNA Paternidade Fonte: Adaptado de: livro-texto. Pais M C 1 2 3 A resposta aloimune entre os indivíduos geneticamente diferentes ocorre via complexo principal de histocompatibilidade (MHC, do inglês major histocompatibility complex), também conhecido como antígenos leucocitário humano (HLA, do inglês human leukocyte antigen); essa resposta é a principal barreira nos transplantes de órgãos sólidos, tecidos e medula óssea. O MHC é subdividido em MHC de classe I (MHC-I) e classe II (MHC-II), ambos são capazes de apresentar diversos peptídeos. Isso é devido aos variados genes HLA que codificam os MHCs. A expressão codominante dos genes HLA regulam a resposta imunológica adquirida conhecida como HLA-classe I e HLA-classe II. Os genes HLA localizam-se no cromossomo 6p21.3 e são codificados por 12 loci MHC-I (HLA-A, -B e -C) e 9 de MHC-II (HLA-DPA1, -DPB1, -DQA1, -DQB1, -DRB1, -DRB3, -DRB4, -DRB5). Avaliação da combinação de tecidos para os transplantes HLA-A HLA-C HLA-B HLA-DR HLA-DQ HLA-DP 21.32p 21.31p p 21.2p Centrômero q Fonte: Adaptado de: livro-texto. Nomenclatura HLA Fonte: livro-texto. Investigação HLA – Sequenciamentos Fonte: Adaptado de: livro-texto. A palavra “transfecção” é utilizada para representar a inserção de um plasmídeo dentro da célula; já a palavra “transdução” é referente à entrada de um vetor viral na célula. Diversas doenças como linfomas, leucemias e algumas doenças genéticas já estão sendo tratadas por terapia gênica. Normalmente, o material genético é carreado por vetores que podem ser derivados de plasmídeos e, portanto, denominados não virais ou por vírus como Rv, Adv, AAV, Lv, entre outros, sendo denominados de vetores virais. Terapia gênica Tratamento com as células CAR T Célula T Inserção gênica do CAR Célula T Coleta do sangue do paciente para obter as células T Produção das células CAR T em laboratório Receptor de antígeno quimérico Célula T CAR Crescimento das células CAR T em laboratório Células CAR T ligam-se às células do câncer e as destroem Antígenos Célula T CAR Célula cancerosa Célula cancerosa Infusão das células CAR T no paciente Células CAR T: mecanismo da ação Célula T Célula do tumor CAR possibilita as células T de reconhecerem o antígeno tumoral Expressão do CAR Inserção DNA viral Morte das células do tumor As células CAR T se multiplicam e liberam as citocinasA B C Fonte: Adaptado de: livro-texto. Fonte: Adaptado de: livro-texto. Laboratório de Biologia Molecular. RDC 50/2002. Recepção/Administrativo. Separação de amostras. Pré-PCR. Pós-PCR. POPs. Biossegurança. Equipamentos. Validações. Manutenções. Pós-analítico – Laudo. Laboratórios de Biologia Molecular Vamos para o chat? Chat ATÉ A PRÓXIMA!
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