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Sistema Límbico Comportamento emocional é o conjunto de reações psicológicas e fisiológicas frente a uma sensação → emoções Emoções primárias: relacionadas com as necessidades imediatas que geram comportamentos motivados – participação hipotalâmica → Fome, sede, libido, medo, ira, agressão, proteção Emoções secundárias: estados mais complexos que geram comportamentos diferenciados – envolvem cognição, afeto e motivação → Ansiedade, satisfação, prazer, amor, familiaridade • fúria, revolta, ressentimento, raiva → no extremo levam ao ódio e a violência patológicos • sofrimento, mágoa, desanimo, solidão, desespero → quando patológico, depressão profunda • ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação → quando patológico, causa fobia, ansiedade generalizada e pânico • felicidade, alegria, alivio, satisfação, euforia → no extremo leva a mania (individuo maníaco) OBS.: transtorno bipolar é a oscilação entre mania e depressão Exteriorização e expressão das emoções → Núcleos motores viscerais: lacrimejamento, vocalização, sudorese, mudanças no ritmo respiratório e hemodinâmicas, salivação, deglutição, vômito, mastigação → Núcleos motores somáticos: expressão verbal, facial e gestual OBS.: pode envolver o sistema endócrino e o sistema imune → pacientes depressivos tem SI abalado É a forma como o sistema nervoso reage a estímulos do meio - normalmente tem um objetivo específico e resposta coordenada, podendo ser: • Simples: afastar uma parte do corpo de um estímulo agressivo • Complexo: coordenar estratégia de caça em grupo OBS.: nas doenças mentais: comportamentos são alterados e perdem objetivo Todo comportamento é impulsionado direta ou indiretamente pelo ambiente e pode ser classificado quanto a complexidade, voluntariedade e outros fatores mais simples, são circuitos neurais secundários formados por um arco sináptico simples (sensitivo, interneurônios e motor) • são inatos: não dependem do aprendizado • são involuntários e estereotipados: obedecem a uma sequência coordenada • não variam pelo estímulo Ex.: bebê suga a mama ao introduzir em sua boca; retirar a mão ao tocar em algo quente; reflexo patelar executados sem a menor consciência de que estão ocorrendo → iniciados por vontades e uma vez iniciados, se dão de maneira automática Ex.: expressões faciais, movimentos desempenhados no dia a dia, maneirismos manuais (gesticular) ou verbais (né, aí), andar de bicicleta, dirigir classe complexa de comportamentos, sendo voluntários (córtex orbitofrontal), imediatos e motivados por emoções Ex.: comportamentos sexuais, agressivos, apetitivos ou evasivos • Atos impulsivos são difíceis de controlar quando estamos em situação de estresse físico e mental (ex. fome, sede, medo extremo, atos passionais) OBS.: substancias sedativas ou estimulantes (álcool ou cocaína) prejudicam a função do córtex orbitofrontal, dando vazão aos impulsos estrutura complexa de comportamento, muitas vezes não exteriorizada (reclusas na mente de quem as projeta), resultante de uma análise de variáveis que termina em um julgamento de custos e benefícios • É a capacidade de tomar decisões, relacionada com nossa experiencia de vida, cultura e inteligência Sistema Nervoso Periférico: SNA + Sistema motor somático Sistema Nervoso Central: Sistema Límbico – aéreas corticais, estruturas subcorticais, hipotálamo e amigdala • Áreas corticais: giro do cíngulo, giro parahipocampal, hipocampo e área pré-frontal • Estruturas subcorticais: amigdala, área septal, núcleos mamilares do hipotálamo, núcleos habenulares e núcleos anteriores do tálamo Localiza-se no diencéfalo, constituído por substancia cinzenta que se agrupa em núcleos, e a maioria das suas funções se relaciona com a homeostase e controle das funções vegetativas • Controle comportamental • Osmolaridade dos líquidos corporais • Desejos de comer e beber • Controle do peso corporal • Sono, temperatura corporal, atividade sexual, etc. Controle do SNA: ► Hipotálamo anterior e pré-óptico controla o sistema parassimpático: ↑ do peristaltismo, constrição da pupila, ↓ FC e ↓PA ► Hipotálamo posterior e lateral controla o sistema simpático: ↓ do peristaltismo, dilatação da pupila, ↑FC e ↑PA Temperatura Corporal: termorreceptores sensoriais periféricos e neurônios localizados no hipotálamo anterior, principalmente na área pré-óptica, são estimulados por mudanças de temperatura e informam o hipotálamo para ativação de mecanismos necessários manutenção ► Para perda de calor: ↑ da sudorese e vasodilatação periférica ► Para produção de calor: ↓ da sudorese, vasoconstrição periférica, piloereção e ↑ do metabolismo celular Comportamento alimentar: hipotálamo atua na regulação do apetite, integrando sinais sensoriais que sinalizam do meio interno e externo, desativando ou ativando o comportamento de busca por alimento ► Centro da fome: hipotálamo lateral → ao estimular, tem-se fome; ao lesionar, anorexia ► Centro da saciedade: hipotálamo ventromedial → ao estimular, tem-se sensação de enchimento e perda da fome; ao lesionar, obesidade OBS.: os corpos mamilares controlam padrões de reflexos da alimentação (ex. lamber os lábios e deglutir) Mecanismos fisiológicos de controle da fome Controle a curto prazo → Enchimento gastrointestinal: com a ingestão de alimentos, há distensão estomacal, detectada pelo vago. Este ativará o centro da saciedade, inibindo o centro da fome Além disso, quando o alimento passa do estômago para o intestino, há liberação de hormônios e substancias (ex. CCK, GLP- 1) que também ativam o centro da saciedade. Na presença de endotoxinas, inflamações e outros estímulos (tumores, reações vacinais), há a liberação de citocinas (IL-1, 6 e 8, TNF), que agem sobre a área pré-óptica do hipotálamo, que liberará PGs, alterando o termostato e levando à febre. Ulceras e gastrites de fundo emocional: com a estimulação exagerada do Parassimpático, há produção excessiva de HCl, através da bomba de prótons (receptores para acetilcolina) GLP-1 atua na secreção de insulina pelo pâncreas, que também ativa o centro da saciedade. → Fatores orais: com a ingestão do alimento, mastigação, salivação e deglutição lenta, há estimulação do centro da saciedade. Controle a longo prazo → Teoria glicostática: com a ingestão de alimento, há aumento de glicose plasmática e aumento de insulina, a qual ativa o centro da saciedade Diabéticos possuem deficiência de secreção de insulina, não ativando o centro da saciedade e levando à fome exagerada → Teoria lipostática: com o aumento gradual no depósito de gorduras, há aumento de leptina. Com isso, os receptores de leptina podem ser dessensibilizados no hipotálamo, não conseguindo atuar no centro da saciedade. OBS.: a leptina em concentrações normais atua na ativação do centro da saciedade. Regulação da água corporal: quando os eletrólitos do sangue se tornam muito concentrados (hipertônicos), o animal desenvolve desejo de beber água ► Cria a sensação de sede, o que faz a pessoa beber água → o centro da sede fica na região lateral do hipotálamo ► Controla a excreção da água na urina (diurese) → neurônios do núcleo supra-óptico são estimulados, projetando suas fibras até a hipófise posterior, com o objetivo de secretar ADH (vasopressina – hormônio antidiurético), aumentando a reabsorção de água, diminuindo sua perda na urina e excretando eletrólitos OBS.: álcool inibe a produção momentânea de ADH Diabete insípida tem baixa secreção de ADH, levando à sede excessiva e intensa poliúria Regulação do sistema endócrino: eixo hipotálamo-hipofisário ► Hipotálamo regula a secreção dos hormônios produzidos e armazenados na adeno-hipófise, através de fatores de estimulação ou inibição ► Hipotálamo produz hormônios e armazena-os na neuro- hipófise, controlando sua posteriorsecreção O controle da secreção desses hormônios é regulado por alças de feedback negativo – alças longas (órgãos endócrinos contra regulam o hipotálamo), curtas (hipófise contra regula o hipotálamo) e ultra curtas (hipotálamo contra regula ele mesmo) Regulação da contratilidade uterina e ejeção do leite: a estimulação dos núcleos paraventriculares causa aumento da secreção de ocitocina ► Aumento da contratilidade do útero (estimula a placenta a produzir prostaglandinas, que estimula mais contrações uterinas) e das células mioepiteliais circunjacentes aos alvéolos das mamas, levando ao esvaziamento do leite materno Toda vez que o bebê sugar a mama da mão, há um sinal ao hipotálamo para liberação de ocitocina e expulsão do leite Regulação do ritmo circadiano: a maioria dos parâmetros fisiológicos, metabólicos ou mesmo comportamentais sofre oscilação que se repetem no período de 24h → temperatura, nível hormonal, sono e vigília... ► O principal relógio biológico situa-se no nucleo supraquiasmático ► Recebe informações de luminosidade do ambiente, através do trato retino-talâmico, estimulando a glândula pineal a sincronizar os ritmos circadianos com o ritmo claro/escuro OBS.: a serotonina liberada durante o dia é transformada em melatonina durante a noite A estimulação ou lesões do hipotálamo pode ter consideráveis efeitos no comportamento emocional ESTIMULAÇÃO • Estimulação da região lateral: além de provocar sede e forme, gera aumento da atividade no animal, levando ao comportamento de raiva e luta • Estimulação do núcleo ventromedial: sensação de saciedade e tranquilidade (docilidade) • Estimulação da zona estreita do nucleo periventricular e substancia cinzenta periaquidutal: leva a reação de medo e punição • Estimulação da porção mais anterior e posterior: promove desejo sexual LESÃO No geral causam efeitos opostos aos causados pela estimulação Lesões bilaterais na região lateral: diminuem sede e fome, além de provocar a extrema passividade do animal Lesões bilaterais das áreas ventromediais: aumentam sede e fome de forma intensa, bem como hiperatividade e agressividade contínua Um dos principais centros de recompensa constituem nos núcleos lateral e ventromedial do hipotálamo Outros centros, menos potentes, estão na área septal, amigdala, em certas regiões talâmicas e nos gânglios da base, se estendendo pelo tegmento basal do mesencéfalo As principais áreas são a substancia cinzenta periaquidutal e regiões periventriculares do tálamo e hipotálamo Outros centros, menos potentes, são a amigdala e o hipocampo Pode muitas vezes inibir o centro de recompensa, mostrando que a punição e o medo podem prevalecer sobre o prazer e a recompensa Experiencias que não causam recompensa ou punição são pouco lembradas → Ao ser repetido ocorre habituação, passando a ignorar o estímulo Se o estímulo causa recompensa ou punição, ao ser repetido ocorre reforço → A resposta fica cada vez mais intensa, ao invés de desaparecer: resposta reforçada É um complexo de múltiplos pequenos núcleos localizados imediatamente abaixo do córtex cerebral. Por receber sinais neuronais de todas as porções do córtex cerebral e límbico, especialmente das áreas de associação visual e auditiva, foi chamada “janela”. • Atua juntamente com hipotálamo no controle das funções neurovegetativas, e secreção de alguns hormônios • Participa de respostas de alerta, defesa, medo e ansiedade • Projeta para o sistema límbico o estado atual da pessoa a respeito do ambiente e seus pensamentos, fazendo com que seu comportamento seja adequado para a ocasião EFEITOS DE SUA ESTIMULAÇÃO Em geral, a estimulação da amígdala pode causar quase todos os mesmos efeitos produzidos pela estimulação do hipotálamo • Pode causar, mediado pelo hipotálamo, efeitos no aumento ou diminuição da f. c., PA, motilidade gastrointestinal, secreção de hormônios, etc. • Além disso, pode causar diversos tipos de movimentos involuntários tônicos: levantar cabeça e inclinar o corpo, movimentos circulares, cônicos, rítmicos e associados a olfato e alimentação (lamber, mastigar deglutir) • A estimulação de alguns de seus núcleos pode levar a padrões de recompensa ou punição (fracos) • Pode causar atividades sexuais e excitação (ereção, ejaculação, movimentos copulatórios, etc.) EFEITOS DA ABLAÇÃO BILATERAL DA AMIGDALA Síndrome de Kluver-Bucy: o animal apresenta comportamento corajoso, extrema curiosidade sobre tudo, tendência de colocar tudo na boca e forte apetite sexual A forte estimulação do centro de punição pode levar a raiva intensa → Em animais normais, o fenômeno é freado por sinais inibitórios dos núcleos ventromediais do hipotálamo