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21/08/2023, 10:45 Bases conceituais do SUS, Saúde Coletiva e ESF
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03066/index.html# 1/46
Bases conceituais do SUS, Saúde Coletiva e ESF
Profª. Luciana Valadão Vasconcelos Alves
Descrição
As bases conceituais do Sistema Único de Saúde, da saúde coletiva e da Estratégia Saúde da Família, os
conhecimentos sobre os níveis de atenção à saúde, os riscos, a vulnerabilidades e a contextualização da
promoção da saúde e a prevenção de doenças e agravos.
Propósito
As bases conceituais do Sistema Único de Saúde, da saúde coletiva e da Estratégia Saúde da família são
fundamentais para que os profissionais de saúde compreendam a organização do sistema de saúde público
brasileiro, possibilitando cuidados à saúde qualificados e resolutivos.
Objetivos
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03066/index.html# 2/46
Módulo 1
Histórico da saúde nacional e o SUS
Descrever a contextualização histórica do campo da saúde e do Sistema Único de Saúde.
Módulo 2
Bases �losó�cas da saúde coletiva e as Políticas Nacionais de
Promoção da saúde
Analisar as bases filosóficas da saúde coletiva e a consolidação da Política Nacional de Atenção Básica e
Estratégia de Saúde da Família.
Módulo 3
Conceitos e níveis de atenção à saúde
Identificar os níveis de atenção à saúde e os conceitos de risco e vulnerabilidade em saúde.
Módulo 4
Promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos
Relacionar a temática saúde e ambiente e os conceitos de promoção da saúde e prevenção de doenças e
agravos.
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O SUS, reconhecido internacionalmente como um dos maiores sistemas de saúde pública, abarca
diversos níveis de atenção, garantindo assim acesso universal e gratuito para todas as pessoas,
naturalizadas ou não no Brasil. O SUS fornece atenção integral à saúde, abrangendo desde cuidados
assistenciais até ações voltadas para promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos, na
perspectiva de atender às mais diversas demandas dos indivíduos e de potencializar a saúde e o
bem-estar individual e coletivo.
Para melhor entender o SUS, iniciaremos nosso estudo com o histórico da saúde e desse sistema.
Com a formação do SUS, em 1990, a atenção básica à saúde se fortaleceu, culminando na criação da
ESF. Por isso, no segundo módulo deste material, abordaremos as bases filosóficas da saúde
coletiva e a consolidação da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e da ESF.
No terceiro módulo, entenderemos os níveis de atenção à saúde e os conceitos de risco e
vulnerabilidade. Para finalizar, no último módulo, estudaremos a temática saúde e ambiente e os
conceitos de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos. Tais conhecimentos são
fundamentais para que você, futuro profissional de saúde, desenvolva práticas que melhorem o bem-
estar e a saúde física e mental das pessoas.
Introdução
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1 - Histórico da saúde nacional e o SUS
Ao �nal deste módulo, esperamos que você descreva a contextualização histórica do campo
da saúde e do Sistema Único de Saúde.
Breve histórico sobre o campo da saúde
O Sistema Único de Saúde é um resultado de propostas que, ao longo de muitos anos, foram impulsionadas
pelo Movimento de Reforma Sanitária Brasileira. Para melhor entender esse movimento, é preciso resgatar
parte do itinerário do sistema de saúde brasileiro.
Havia uma separação entre as ações de saúde pública e a assistência médico-hospitalar, sendo que o
Estado se responsabilizava pelas questões sanitárias. As epidemias de febre amarela, peste e varíola, no
início do século XX, comprometeram as exportações e exigiram que o poder público realizasse o
saneamento dos portos, o combate a vetores e a vacinação em massa. Embora a saúde pública dessa
época se restringisse ao controle sanitário, pesquisadores, como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, auxiliavam
na implementação de institutos científicos que culminaram em políticas públicas de grande relevância para
o Brasil (PAIM, 2015).
LCom a industrialização, o foco voltou-se para o trabalhador, visando manter sua capacidade produtiva.
Iniciou-se, assim, a previdência social. Acompanhe o progresso dessa política:
Década de 1920
CAP
Na década de 1920, surgiram as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP).
Entre as décadas de 1930 e 1960
IAP
Já 30 60 f i d I tit t d A t d i P õ (IAP) C d
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Contudo, as necessidades de saúde das pessoas não estavam sendo supridas, pois elas não conseguiam
acessar os serviços de saúde. Nesse cenário, prevaleciam as doenças infectocontagiosas, a desnutrição e
as verminoses, além do aumento gradativo da mortalidade e das doenças crônicas, tais como neoplasias e
as cardiopatias.
A precariedade da saúde pública do país, somada à repressão da ditadura, fez com que se fortalecesse na
década de 70 um movimento denominado de Reforma Sanitária Brasileira. Esse movimento defendia a
transformação social e sanitária e o primeiro nível de atenção. Participavam dele, principalmente,
trabalhadores, docentes, pesquisadores e estudantes de saúde. A luta pela democracia e pelo direito
universal à saúde era constante, culminando na criação do SUS (CAMPOS, 2018).
Já nos anos 30 e 60, foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP). Cada
categoria profissional tinha seu IAP, desse modo, havia o IAPI para os industriários, o IAPC
para os comerciários e o IAPB para os bancários, assim por diante.
Década de 1960
INPS
Em 1966, os IAP foram unificados no Instituto Nacional da Previdência Social (INPS). A
criação do INPS representou a consolidação do modelo médico-assistencial privatista. As
ações eram curativas e individuais e somente possuíam o direito de usufruir do sistema
trabalhadores com registro em carteira profissional e seus familiares. O restante populacional
era assistido por entidades filantrópicas, como as Santas Casas de Saúde ou pagavam pelos
serviços na rede privada.
Década de 1970
INAMPS
Em 1977, foram criados o Sistema Nacional da Previdência Social e o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) (PAIM, 2015).
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VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986.
Em 1986, os ideais da Reforma Sanitária foram discutidos na VIII Conferência Nacional de Saúde e resultou
em propostas que envolviam o conceito ampliado de saúde, o reconhecimento da saúde como direito de
todos e dever do Estado, a criação do SUS, a participação popular, as modificações no orçamento social e a
priorização das ações preventivas e promocionais, dando destaque para a APS.
Entre 1987 e 1990, período em que a legislação do SUS foi elaborada, os Sistemas
Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) serviram de ponte para a
implementação do SUS (PAIM, 2015).
Sistema Único de Saúde (SUS)
Em 1990, o SUS foi regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8.142 e nº 8.080, as quais reafirmam
as seguintes diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal (BRASIL, 1988):
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais.
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.
Participação da comunidade.
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ei nº 8.142
Trata da participação da comunidade na gestão do SUS, das transferências intergovernamentais de recursosfinanceiros na área da Saúde e dá outras providências.
ei nº 8.080
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Com a Constituição da República de 1988, a saúde passa a ser direito de todos e
dever do Estado (BRASIL, 1988).
A proposta do SUS vincula-se à ideia de que todas as pessoas têm direito à saúde. Logo, o atendimento não
mais estava limitado a contribuintes da previdência social, como ocorria na época do INPS e INAMPS, ou a
qualquer outro fator.
Alguns princípios do SUS são: universalidade, integralidade, igualdade, participação social, resolutividade,
regionalização, hierarquização e descentralização.
Tais princípios são divididos em dois grupos, são eles:
Doutrinários
Os princípios da universidade, integralidade e equidade são reconhecidos como doutrinários.
Organizativos

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Já os princípios da participação social, resolutividade, regionalização, hierarquização e
descentralização são reconhecidos como organizativos.
Vejamos a seguir o que cada princípio do SUS representa:
Garante o atendimento a todos os indivíduos, oferecendo-lhes atenção adequada, sem qualquer
custo.
Assegura os cuidados necessários à saúde da população, ofertando ações em todos os níveis de
complexidade.
Permite que a assistência à saúde seja realizada sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie.
É um direito e um dever da sociedade em participar das gestões públicas em geral e da saúde
pública em particular.
Universalidade 
Integralidade 
Igualdade 
Participação social 
Resolutividade 
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Exige que os serviços estejam capacitados para resolver os problemas de saúde até o nível de
complexidade exigido.
Orientam que a rede de serviços do SUS deva ser disposta por região e de maneira hierarquizada,
possibilitando a oferta de recursos de acordo com a demanda de uma área delimitada.
É definida como o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios
(BRASIL, 1990a; PAIM, 2015).
Comentário
Alguns autores e a PNAB colocam a equidade como princípio do SUS, que seria atender às pessoas de
acordo com suas necessidades. Contudo, a equidade não é citada na Constituição e na Lei Orgânica da
Saúde (BRASIL, 1990a; PAIM, 2015).
Quando a estrutura do SUS for insuficiente, o gestor poderá recorrer ao setor privado, que atuará de modo
complementar (preferência para o setor filantrópico). Os profissionais liberais e as pessoas jurídicas de
direito privado podem atuar como serviços privados de assistência à saúde (BRASIL,1990a).
Como visto até o momento, a Lei nº 8.080 trata das condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde. Já a Lei nº 8.142 (BRASIL, 1990b) dispõe
sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da Saúde. Com essa Lei, a sociedade civil garante o direito de tomar decisões
na gestão pública, direcionando as ações do Estado conforme os interesses e as necessidades da
população.
Existem dois espaços institucionais para garantir a participação da sociedade civil na gestão do SUS:
Conferência de Saúde
Regionalização e hierarquização 
Descentralização 
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A Conferência de Saúde é realizada a cada quatro anos e conta com a participação de representantes de
diversos segmentos sociais, os quais analisam a situação de saúde do país e propõem diretrizes para a
criação ou a reformulação de políticas de saúde.
Conselho de Saúde
O Conselho de Saúde é composto por representantes do governo, trabalhadores de saúde, prestadores de
serviço e usuários. Possui instância municipal, estadual e federal e atua de modo permanente e deliberativo,
elaborando estratégias e controlando as políticas de saúde, inclusive nos aspectos financeiros (BRASIL,
1990b).
Além disso, fazem parte da estrutura do SUS: o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais de Saúde e as
Secretarias Municipais de Saúde. Para compreender profundamente, observe o esquema a seguir:
Saiba mais
Muitas pessoas acreditam que, por possuírem plano de saúde, não utilizam o SUS. Porém, esse pensamento
está equivocado. Ações relacionadas ao saneamento básico, à fiscalização e à inspeção de alimentos,
bebidas e água, ao gerenciamento das imunizações e dos transplantes, ao socorro de vítimas em via pública
são alguns exemplos de serviços realizados pelo SUS. Todo cidadão brasileiro utiliza o SUS.
No final dos anos 90, o Ministério da Saúde adotou como foco de organização do SUS a Atenção Básica à
Saúde (ABS) e introduziu a concepção de mudança do modelo assistencial, investindo em ações voltadas
para a promoção da saúde e prevenção de doenças, tais como as realizadas pela Estratégia Saúde da
Família.
Em 2006, por meio da Portaria nº 399, foi instituído o Pacto pela Saúde, visando promover inovações nos
processos e instrumentos de gestão, e alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do SUS. Esse
pacto divide-se em três componentes:
Pacto pela Vida
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É um conjunto de compromissos sanitários expressos em objetivos de processos e resultados e derivados
da análise da situação de saúde do país e das prioridades definidas pelos governos.
Pacto de Gestão
Estabelece e clareia as responsabilidades de cada ente federado, de forma a diminuir as competências
concorrentes.
Pacto em Defesa do SUS
Envolve ações concretas e articuladas pelas esferas federativas no sentido de reforçar o SUS como política
de Estado mais do que política de governo (BRASIL, 2006).
Atualmente, o SUS é composto por diversas políticas de saúde, as quais se destacam: Atenção Básica,
Saúde Mental, Controle da AIDS/DST, Atenção Hospitalar, Saúde Bucal, Urgência e Emergência,
Humaniza/SUS, Vigilância em Saúde, Educação Permanente, Saúde do Trabalhador, entre outras (CAMPOS,
2018). No entanto, o SUS enfrenta diversos problemas e, para que continue existindo, são necessários
aperfeiçoamentos e ampliação dos serviços. Para tanto, é preciso haver uma defesa e um trabalho
constante por parte da sociedade e dos representantes políticos do país.
Sistema Único de Saúde (SUS)
Para concluir essa etapa, com a ajuda do vídeo a seguir, compreenderemos mais profundamente a
implantação do SUS no Brasil.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Com base no processo histórico de construção do SUS, analise as afirmativas abaixo e, em seguida,
assinale a opção correta.
I. A implementação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) marcou a política de
saúde nos anos 60.
II. A Reforma Sanitária Brasileira, iniciada na década de 70, era um movimento popular de luta por
mudanças e transformações na área da Saúde e teve como marco institucional a VIII Conferência
Nacional de Saúde.
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III. A contextualização histórica do campo da saúde revela que os serviços públicos de saúde do Brasil
sempre foram de livre acesso à população, permitindo atendimento universal e de qualidade a todos os
cidadãos.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O SUDS, vigente entre1987 e 1990, foi uma iniciativa do INAMPS para universalizar a sua assistência e
serviu de modelo de transição para o SUS. O movimento da Reforma Sanitária nasceu da luta popular
por melhores condições de saúde e teve seus princípios e suas diretrizes sistematizados na VIII
Conferência Nacional de Saúde, sendo, por isso, considerado o marco institucional da Reforma. Antes
da Constituição Federal de 1988 e da criação do SUS, os serviços de saúde não eram direito de todos e
dever do Estado, logo o acesso aos serviços públicos de saúde era limitado.
Questão 2
Qual dos princípios do SUS mencionados abaixo garante que os serviços de saúde prestem
atendimento ao indivíduo independentemente da presença de enfermidades?
A I e II estão corretas.
B I e III estão corretas.
C I, II e III estão corretas.
D I está correta.
E II está correta.
A Integralidade
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A integralidade garante atenção integral aos indivíduos, desde necessidades relacionadas à promoção
da saúde e prevenção até tratamento. A integralidade permite que a assistência à saúde seja realizada
sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie e a participação social estimula que a população
tome decisões sobre a gerência da saúde no país. Já a descentralização refere-se à transferência de
responsabilidades de gestão para os municípios e a resolutividade garante que os serviços sejam
capazes de resolver as demandas em saúde da população.
B Igualdade
C Participação social
D Descentralização
E Resolutividade
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2 - Bases �losó�cas da saúde coletiva e as Políticas
Nacionais de Promoção da saúde
Ao �nal deste módulo, esperamos que você analise as bases �losó�cas da saúde coletiva e a
consolidação da Política Nacional de Atenção Básica e Estratégia de Saúde da Família.
Saúde Coletiva e Atenção Básica à Saúde
A saúde coletiva é um campo de conhecimento que contribui com o estudo do processo saúde-doença.
Além disso, desenvolve práticas voltadas para as necessidades sociais de saúde e investiga a distribuição
das doenças na sociedade (PAIM; ALMEIDA FILHO, 1998).
Estar próximo ao contexto de vida da população favorece a identificação de fatores que geram o
adoecimento, assim como permite conhecer e estimular estratégias de promoção da saúde. Neste sentido,
a Atenção Primária à Saúde (APS) torna-se uma ferramenta importante para a saúde coletiva.
Segundo a Declaração de Alma-Ata, a APS:
representa o primeiro nível de contato com os indivíduos, da família e da
comunidade com o sistema nacional de saúde pelo qual os cuidados de saúde
são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e
trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de
assistência à saúde.
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1978)
No Brasil, os termos APS e Atenção Básica à Saúde (ABS) são usados como sinônimos. A ABS é
regulamentada pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), por meio da Portaria Nº 2.436, de 21 de
setembro de 2017 (BRASIL, 2017). A ABS é um apanhado de ações de caráter individual e coletivo que
compreendem promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação
e manutenção da saúde. Tem como premissas o cuidado contínuo e a universalidade do acesso aos
serviços, caracterizados como porta de entrada preferencial do sistema de saúde (BRASIL, 2017).
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Os serviços da ABS, geralmente, são ofertados em:
A ABS, assim como o SUS, possui como princípios a universalidade, a equidade e a integralidade. São
diretrizes da ABS: regionalização e hierarquização; territorialização e adstrição; população adscrita; cuidado
centrado na pessoa; resolutividade; longitudinalidade do cuidado; coordenar o cuidado; ordenar as redes; e
participação da comunidade (BRASIL, 2017).
Veja o que quer dizer cada uma delas:
A diretriz regionalização refere-se a um recorte territorial estratégico para fins de planejamento,
organização e gestão das ações de saúde de determinada localidade, e a hierarquização é uma
forma de organização da Rede de Atenção à Saúde (RAS), com definição de fluxos e referências.
A territorialização e adstrição envolve conhecer o local de atuação para programar ações de acordo
com o perfil e as necessidades da população.
Trata dos indivíduos que residem no território de atuação da equipe, conhecida mediante
cadastramento das famílias.
Regionalização e hierarquização 
Territorialização e adstrição 
População adscrita 
Cuidado centrado na pessoa 
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Indica a realização de práticas de cuidado de forma singularizada, ou seja, voltadas para as
necessidades particulares (BRASIL, 2007).
Refere-se é a capacidade de detectar e intervir nos riscos e nas demandas de saúde da população,
solucionando os problemas de saúde dos usuários. Evita que as pessoas se exponham
desnecessariamente a consultas e/ou procedimentos.
É a continuidade do cuidado ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, com
construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários.
Visa elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários na RAS, responsabilizando-se pelo
cuidado dos usuários de modo integral.
Trata de reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando
as demandas em relação aos outros pontos de atenção à saúde, o que inclui o encaminhamento do
usuário para outros níveis de atenção, quando necessário.
Resolutividade 
Longitudinalidade do cuidado 
Coordenação do cuidado 
Ordenar as redes 
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Estimula o envolvimento das pessoas nas decisões sobre saúde (BRASIL, 2017).
Estratégia Saúde da Família
A PNAB possui a Saúde da Família como estratégia prioritária para expansão e consolidação da atenção
básica (BRASIL, 2017). Por isso, quando se fala em ABS, remete-se logo à ESF.
Participação da comunidade 
Na década de 90 foram criados o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o
Programa Saúde da Família (PSF).
Nos anos seguintes, houve um acelerado crescimento do PSF, tornando-o a principal
estratégia de reorientação da atenção básica no Brasil.
Isso a configurou como política governamental, passando a se chamar ESF em 2006
(ALMEIDA et al., 2018).
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A equipe multiprofissional é composta, no mínimo, por enfermeiro e médico generalistas ou especialistas
em saúde da família, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Pode ainda ser
ampliada com agente de combate às endemias (ACE) e profissionais de saúde bucal: auxiliar ou técnico em
saúde bucal e cirurgião-dentista, preferencialmente, especialista em saúde da família.
A equipe responsabiliza-se em média por 2.000 a 3.500 pessoas, todos moradores de uma mesma área. O
número de ACS por equipe é definido a partir da necessidade e do perfil epidemiológico da localidade. Em
áreas de maior vulnerabilidade, é recomendado a cobertura de 100% da população com número máximo de
750 pessoas por ACS (BRASIL, 2017).
No contexto da ESF, as principais atribuições dos membros da equipe de saúde são as seguintes (BRASIL,
2017):
1. Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de trabalho da equipe.
2. Manter atualizado o cadastramentodos usuários no sistema de informação.
3. Realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente, na unidade, e, quando necessário,
nos espaços domiciliares e comunitários.
4. Garantir atenção à saúde por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção
de agravos.
5. Fazer busca ativa e notificar doenças e agravos.
�. Praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais.
7. Organizar reuniões de equipes.
�. Realizar trabalho interdisciplinar e em equipe.
9. Promover a mobilização e a participação da comunidade.
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As atribuições específicas do enfermeiro envolvem dar assistência integral aos indivíduos e às famílias na
unidade e, quando necessário, no domicílio ou nos espaços comunitários; realizar consulta de enfermagem,
solicitar exames complementares e prescrever medicações conforme protocolos estabelecidos pelo gestor
municipal ou do Distrito Federal, seguindo as disposições legais da profissão. Esse profissional deve ainda
organizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços; e planejar,
gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE juntamente
com outros membros da equipe (BRASIL, 2017).
Para qualificar e complementar o trabalho das equipes da Atenção Básica, foram criados em 2008 os
Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Os NASF-AB são constituídos por
profissionais de diferentes áreas de conhecimento, como Serviço Social, Fisioterapia, Fonoaudiologia,
Medicina, Nutrição e Psicologia, que atuam apoiando tecnicamente as equipes da atenção básica. Sendo
assim, eles dão suporte à ESF e aperfeiçoam o cuidado prestado (BRASIL, 2017).
Na ESF, pretende-se que o cuidado seja ampliado. Os profissionais atuam
principalmente na perspectiva da promoção da saúde e prevenção das doenças e
também focam no diagnóstico, na cura e na manutenção da saúde conforme a
necessidade do usuário (BRASIL, 2017).
Outro aspecto importante é que a ESF prevê a cobertura populacional através de áreas geográficas, ou seja,
presta atendimento para os moradores de determinada região. Nesse processo de territorialização, a
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população é cadastrada e acompanhada pela equipe, que deve organizar seu trabalho considerando a
realidade local, o que inclui analisar as condições sociais, ambientais e econômicas do território e sua
relação com a saúde.
As equipes da saúde da família constroem mapas para melhor visualizar a área geográfica de atuação.
Esses mapas são compostos por perfil físico (exemplo: distribuição das ruas e casas), socioeconômico,
sanitário, demográfico, de participação comunitária, entre outros.
Dentre as atividades realizadas pela equipe no território, a visita domiciliar é uma das mais relevantes. Por
ser desenvolvida no domicílio do usuário, permite conhecer o contexto social e identificar as necessidades
de saúde das famílias com mais facilidade. As equipes de saúde da família também fazem consultas, pré-
natal, vacinação, grupos educativos entre outras atividades, geralmente realizadas dentro da unidade de
saúde.
Re�exão
Você já recebeu a visita domiciliar de algum profissional da ESF? Como foi essa visita?
A criação de vínculo entre equipe e comunidade é uma característica da ESF. Esse vínculo depende de uma
ação contínua no tempo, durante o qual se estabelece uma relação de confiança e de troca (SANTOS et al.,
2018). A fim de manter o vínculo e a longitudinalidade do cuidado, estimula-se que o profissional de saúde
atue sempre com a mesma população, que o ACS seja morador local e que os profissionais mantenham
carga horária de 40 horas semanais.
Estratégia Saúde da Família
A seguir, o vídeo apresentara uma contextualização sobre a implantação da ESF e sua importância para
promoção da saúde, prevenção e doenças.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Na Atenção Básica à Saúde, os profissionais de saúde podem prestar cuidados contínuos,
acompanhando, por exemplo, a fase gestacional e, logo após, a saúde da mulher e da criança, entre
outras demandas da família. Assinale a diretriz da Atenção Básica à Saúde que permite às equipes
acompanharem as diferentes fases de vida de uma família.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A longitudinalidade do cuidado é o estabelecimento da relação terapêutica duradoura entre usuário e
profissionais de saúde, demandando contato frequente e construção de vínculo. A territorialização e
adstrição é o desenvolvimento de ações com foco em um território específico. O cuidado centrado na
pessoa volta-se para o atendimento das demandas individuais. A população adscrita trata-se das
pessoas que residem na área de abrangência da unidade de saúde. A regionalização e hierarquização é
a organização dos serviços por níveis de atenção à saúde em áreas geográficas delimitadas.
Questão 2
Analise as afirmativas a seguir quanto à ESF e assinale a alternativa correta.
A Longitudinalidade do cuidado
B Territorialização e adstrição
C Cuidado centrado na pessoa
D População adscrita
E Regionalização e hierarquização
A
A atualização do cadastramento das famílias atendidas pela ESF deve ser realizada a
cada dois anos.
B
A equipe de saúde da família é composta no mínimo por enfermeiro, médico, psicólogo,
técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A equipe, composta no mínimo por enfermeiro, médico, técnico de enfermagem e agente comunitário
de saúde, deve atualizar o cadastramento das famílias sempre que necessário. Os serviços ofertados
voltam-se, especificamente, para promoção da saúde e prevenção das doenças, podendo ser realizados
diversos cuidados. Contudo, práticas que exijam tecnologia dura, como cirurgias, não são ofertadas. A
visita domiciliar é uma atividade fundamental para identificar necessidades de saúde da população.
3 - Conceitos e níveis de atenção à saúde
C As atividades da ESF têm foco no diagnóstico e na cura.
D
Por meio das visitas domiciliares, os profissionais podem observar aspectos
intradomiciliar e peridomiciliar que influenciam na situação de saúde da família.
E
Na ESF, são realizados diversos cuidados em saúde, como curativos, verificação de
sinais vitais e cirurgias.
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Ao �nal deste módulo, esperamos que você identi�que os níveis de atenção à saúde e os
conceitos de risco e vulnerabilidade em saúde.
Os níveis de atenção à saúde
O sistema de saúde é dividido em níveis de atenção, os quais são classificados em primário, secundário e
terciário e estruturados a partir de densidades tecnológicas. Tecnologia em saúde é toda forma de
conhecimento que pode ser empregada para resolver ou atenuar os problemas de saúde da população,
como, por exemplo, medicamentos, equipamentos, procedimentos e sistemas organizacionais e de apoio
nos quais os cuidados com a saúde são oferecidos (LIMA; JESUS; SILVA, 2018).
A densidade tecnológica é definida a partir dos conceitos de tecnologia dura, leve-dura e leve. Tecnologia
dura engloba máquinas e aparelhos usados para exames e tratamentos; tecnologia leve-dura érepresentada
pelo saber profissional presente no processo de trabalho e organizado nos protocolos; e tecnologia leve se
refere à relação entre paciente e profissional de saúde (LIMA; JESUS; SILVA, 2018).
Os níveis de atenção à saúde são:
Primário
O nível de atenção à saúde primário possui menor densidade tecnológica, e a entrada do usuário ocorre por
meio da Atenção Básica à Saúde, considerada a principal porta de acesso ao SUS. Caso o usuário acesse a
rede por meio de outro nível de atenção, deve ser direcionado à Atenção Básica para que siga sendo
acompanhado, assegurando a continuidade do cuidado (BRASIL, 2017). Nesse nível de atenção, são
realizados procedimentos de baixa complexidade, tais como vacinação e curativos.
Secundário
O nível de atenção à saúde secundário, entendido como de média complexidade, apresenta densidade
tecnológica intermediária e compreende os serviços de ambulatórios, de apoio diagnóstico e terapêutico e
de internação hospitalar, tais como policlínicas, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades de
Pronto-atendimento (UPAs) e Centros de Reabilitação. Esses serviços oferecem procedimentos de
intervenção, tratamentos para doenças crônicas e agudas, entre outras ações.
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Terciário
Já o nível de atenção à saúde terciário possui a maior densidade tecnológica dos três níveis citados, por
isso é de alta complexidade. Engloba uma rede de hospitais, maternidades e institutos, onde são realizados
procedimentos mais invasivos e de maior risco. Visando ao uso racional dos recursos, os serviços dos
níveis de atenção secundários e terciários não são ofertados em todos os municípios do país, pois exigem
profissionais especializados e a utilização de muitos instrumentos tecnológicos (BRASIL, 2001). Contudo,
para garantir aos usuários acesso a todos os níveis de atenção, os municípios podem constituir consórcios
e desenvolverem em conjunto os procedimentos e serviços de saúde mais complexos.
Contudo, esse modelo em níveis de atenção à saúde vem se desgastando nas
últimas décadas, pois não apresenta respostas eficazes para as mudanças no
padrão de saúde da população brasileira, tais como transição demográfica,
prevalência de doenças infecciosas e aumento da frequência das doenças crônicas
e das causas externas (por exemplo, acidentes de trânsito e violências). A baixa
resolutividade acorre principalmente pela fragmentação dos cuidados e serviços,
por isso surgiu a proposta de os serviços atuarem em Redes de Atenção à Saúde
(RAS) (MENDES, 2011).
As RAS são uma nova forma de organizar a saúde em sistemas integrados, os quais permitem responder,
com maior efetividade, eficiência, segurança, qualidade e equidade às condições de saúde da população
brasileira. Prevê um cuidado integral e direcionado às necessidades dos indivíduos e coloca a Atenção
Básica como porta de entrada do sistema, a qual deve ordenar os fluxos e contrafluxos de pessoas,
produtos e informações em todos os pontos de atenção à saúde (BRASIL, 2017).
Saiba mais
Busca-se com as RAS integrar os níveis de atenção à saúde, permitindo que os serviços e os profissionais
de saúde dialoguem e tenham acesso à trajetória de saúde da pessoa, proporcionando-lhe um cuidado mais
holístico, integral e contínuo. Por exemplo, um paciente encaminhado pela ESF para agendamento de uma
cirurgia necessita de serviços de outros níveis de atenção, tais como: consultas e exames pré-operatórios,
hospitalização para realização da cirurgia, cuidados de reabilitação, entre outros. É fundamental que fluxo e
contrafluxo funcionem de modo articulado, ou seja, que a ESF continue acompanhando o usuário e a sua
família durante o processo. Também é preciso que os demais serviços avaliem as necessidades de saúde e
façam orientações de modo ampliado, para além do seu nível de atenção.
De acordo com Mendes (2011), para um funcionamento adequado das RAS, alguns atributos são essenciais:
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1. População e território definidos, com extenso conhecimento de suas necessidades e preferências, a fim
de determinar as estratégias de saúde a serem ofertadas.
2. Ampla rede de serviços que inclua promoção da saúde, prevenção das doenças, diagnóstico e
tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.
3. APS definida como primeiro nível de atenção e porta de entrada do SUS, integrando e coordenando o
cuidado de modo a solucionar a maioria das demandas de saúde dos usuários.
4. Disponibilidade de serviços especializados nos lugares apropriados, especialmente em ambientes extra-
hospitalares.
5. Existência de mecanismos de coordenação da atenção em todos os níveis de cuidados.
�. Atenção centrada no indivíduo, na família e na comunidade.
7. Sistema de governança participativo e único para toda a Rede de Atenção à Saúde.
�. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clínico e logístico.
9. Recursos humanos suficientes, capacitados e comprometidos com a saúde.
10. Sistema de informação integrado que vincula todos os membros da rede.
11. Financiamento tripartite, garantido e adequado, alinhado com as metas da rede.
Transição dos níveis de atenção para as Redes de Atenção à Saúde
Em todos os níveis de atenção à saúde, as pessoas devem ser cuidadas na sua integralidade, o que inclui
identificar e gerir os riscos e as vulnerabilidades da população. Esses conceitos serão apresentados a
seguir.
Risco e vulnerabilidade em saúde
Descubra a seguir com o que cada um dos termos se relaciona:
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Está relacionado à identificação de características que colocam pessoas ou grupos sob maior ou
menor probabilidade de exposição a eventos de saúde, ou seja, a chance de adoecerem ou morrem
por algum agravo (BERTOLOZZI et al., 2009). A associação com a probabilidade faz com que o
conceito de risco potencialize investigações acerca da relação causal entre eventos de interesse
para a saúde, contribuindo, assim, com as pesquisas clínicas, o planejamento, a gestão e a avaliação
de serviços, na vigilância em saúde e nas práticas de promoção da saúde e prevenção de agravos.
Por outro lado, o caráter matemático dos procedimentos e das inferências é um obstáculo para
investigações sociais do processo saúde-doença, que exigem contextualização (AYRES et al., 2006).
O termo vulnerabilidade, geralmente, é utilizado para indicar suscetibilidades das pessoas a
problemas e danos de saúde. Nesse conceito, leva-se em consideração os aspectos individuais e
coletivos, valorizando a interferência do contexto e das condições sociais na exposição a agravos de
saúde. Sendo assim, a vulnerabilidade envolve diferentes dimensões e fatores, que podem ser
intrínsecos ou extrínsecos (BERTOLOZZI et al., 2009).
O conhecimento sobre vulnerabilidade em saúde contribui para identificar as necessidades de saúde
da população, visando assegurar proteção e estimular nos indivíduos a capacidade de enfrentar
problemas. Para isso, orienta-se que o trabalho seja multidisciplinar, uma vez que a presença de
diversos olhares e saberes pode contribuir para a criação de estratégias que realmente interfiram nas
causas dos agravos e que não sejam apenas ações pontuais.
Saiba mais
Ayres e colaboradores (2006), ao analisarem a suscetibilidade da infecção pelo HIV, propuseram que a
vulnerabilidade possui três dimensões: a individual, que está atrelada ao grau e à qualidade da informação
que cada cidadão apresenta, à capacidade de elaboração das informações e à aplicação efetiva na sua vida;
a social, que se refere a um conjunto de fatores contextuais, tais como materiais, culturais, políticos,
religiosos e raciais, que influenciam a vulnerabilidadeindividual. Por fim, a dimensão pragmática diz respeito
às ações institucionais empreendidas na diminuição das vulnerabilidades, tais como: acesso, organização e
qualidade dos serviços de saúde.
Risco 
Vulnerabilidade 
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As equipes de saúde devem realizar acolhimento dos usuários por meio da escuta ativa. Essa atitude
permite detectar com maior clareza os riscos e as vulnerabilidades dos indivíduos e, consequentemente,
traçar um planejamento de cuidados contextualizado e coerente com as suas necessidades. No
acolhimento, por exemplo, a equipe pode identificar uma criança com o esquema vacinal incompleto, uma
mulher com o Papanicolau atrasado, um homem que não vai a uma consulta médica há muitos anos, ou
seja, situações de vulnerabilidade à saúde. Essa abordagem deve ser realizada em todos os serviços de
saúde e, por isso, encontra-se em políticas, como as de atenção básica e as de acolhimento à demanda
espontânea.
Na área da Saúde, o risco relaciona-se a probabilidades, e a vulnerabilidade indica
desigualdade social. A vulnerabilidade antecede o risco e determina os diferentes
modos de adoecer e morrer (BERTOLOZZI et al., 2009).
Risco e vulnerabilidade em saúde
Através de exemplos, aprenderemos com o vídeo a seguir a diferenciar risco e vulnerabilidade.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Analise as afirmativas abaixo e a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Os serviços de Atenção Básica à Saúde são considerados a porta de entrada preferencial nas Redes
de Atenção à Saúde.
II. Nas Redes de Atenção à Saúde, a Atenção Básica é o ponto central de ordenamento do fluxo e do
contrafluxo dos usuários no sistema.
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III. Os Níveis de Atenção à Saúde e as Redes de Atenção à Saúde possuem perspectivas de organização
dos serviços idênticas e sua diferenciação é apenas nominal.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), a atenção básica é a porta principal e preferencial de entrada no
SUS, porém o usuário pode acessá-lo, eventualmente, por outros serviços, como as emergências. A
Atenção Básica/Atenção Primária à Saúde é o ponto central das RAS, responsáveis por integrar e
coordenar o cuidado. Os níveis de atenção à saúde e as RAS possuem modos diferentes de organizar a
saúde, sendo que no primeiro os serviços são fragmentados em níveis e as RAS buscam romper com
esse problema por meio da integralidade dos sistemas.
Questão 2
O acolhimento com escuta qualificada e comprometida em analisar os potenciais de risco, os agravos à
saúde e o nível de sofrimento dos usuários permite
A I está correta.
B II está correta.
C I e II estão corretas.
D II e III estão corretas.
E I, II e III estão corretas.
A priorizar os atendimentos a eventos agudos conforme a necessidade.
B realizar ações de saúde descontextualizadas com a necessidade de saúde do indivíduo.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O acolhimento com classificação de risco envolve a escuta qualificada e comprometida com a
avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, além de considerar
critérios clínicos, vulnerabilidades, fatores físicos, psíquicos, sociais entre outros e a gravidade na sua
avaliação. Com isso, é possível priorizar os atendimentos a eventos agudos que podem ser um risco ao
indivíduo.
4 - Promoção da saúde e prevenção de doenças e
agravos
C realizar maior número de consultas médicas diárias.
D identificar as necessidades do indivíduo sem análise dos riscos e das vulnerabilidades.
E considerar apenas as condições físicas de saúde.
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Ao �nal deste módulo, esperamos que você relacione a temática saúde e ambiente e os
conceitos de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos.
Saúde e ambiente
A saúde não deve ser vista somente no seu aspecto biológico, pois é resultado das condições em que vive a
população. Portanto, é necessário considerar os mais diversos fatores. Foi a partir dessa perspectiva que
surgiu o conceito ampliado de saúde.
Esses fatores considerados, que podem ser sociais, culturais, étnicos/raciais, psicológicos, econômicos e
comportamentais, são denominados Determinantes Sociais em Saúde (DSS). Eles podem contribuir para as
iniquidades de saúde, pois as diferenças habitacionais e de saneamento básico, por exemplo, influenciam
na saúde da população.
Os territórios apresentam diferentes contextos, os quais podem ter relação com:
Água potável
Qualidade do ar
Rede de esgoto
Coleta de lixo
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Além disso, as pessoas possuem situações de vulnerabilidade distintas. Por exemplo, homens e mulheres
enfrentam riscos de saúde diferentes com relação a questões comportamentais, como consumo de álcool e
fumo. Esses fatores podem influenciar ou condicionar direta ou indiretamente a saúde dos indivíduos,
dependendo de como estão inseridos e se relacionam com o ambiente.
Exemplo
Dona Maria mora em uma casa de três cômodos - um quarto, uma cozinha e um banheiro. O bairro não
possui saneamento básico e coleta de lixo. Ela tem 60 anos e mora com sua filha Rosa (35 anos) e dois
netos, Paulo (12 anos) e Gabriel (8 anos). Dona Maria é aposentada com salário-mínimo, analfabeta,
hipertensa e diabética. Sua filha está desempregada e possui ensino fundamental incompleto.
Você identifica algum risco para a saúde nessa moradia? Qual sua percepção sobre o território?
Promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos
Segurança pública
Educação
Acesso aos serviços de saúde, entre outros.
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Entende-se promoção da saúde como um conjunto de estratégias que visam produzir e potencializar a
saúde das pessoas, levando em consideração as particularidades do indivíduo, das famílias e da
comunidade.
É um processo que capacita e estimula a população a exercer e elevar o controle sobre a sua saúde e, por
isso, está associado à qualidade de vida, com redução de vulnerabilidades e riscos decorrentes dos DSS
(BRASIL, 2017).
No Brasil, desde 2006, existe a Política Nacional de Promoção da Saúde, que além
de reafirmar a importância dessas práticas no SUS, tornou mais palpável sua
aplicabilidade nos serviços. Ela destaca que a promoção da saúde é uma estratégia
de articulação e cooperação transversal, que envolve um trabalho intersetorial e
interdisciplinar de toda rede de saúde. O objetivo dessa política é promover a
equidade e a melhoria das condições de vida, potencializando a saúde individual e
coletiva, e reduzindo vulnerabilidades e riscos decorrentes dos determinantes
sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais (BRASIL, 2017).
A Política Nacional de Promoção da Saúde (BRASIL, 2017) traça temas prioritários a serem desenvolvidos
pelos serviços de saúde, os quais são: formação e educação permanente; alimentação adequada e
saudável; práticas corporais e atividades físicas; enfrentamento ao uso do tabaco e de seus derivados;
enfrentamento do uso abusivo de álcool e de outras drogas; promoção da mobilidade segura; promoção da
cultura da paz e dos direitos humanos; e promoçãodo desenvolvimento sustentável.
Alguns exemplos de atividades de promoção da saúde realizadas pelas equipes são:
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Grupos de caminhadas
Alongamento ou outro tipo de atividade física
Hortas comunitárias, re�orestamento ou jardinagem
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O�cinas de artes e culinária
Grupos de leitura
Encontros de educação em saúde
Com as informações apresentadas até o momento, é possível entender que a promoção da saúde é um
processo abrangente e contínuo que objetiva melhorar a qualidade de vida da população. Por outro lado,
tem-se o conceito de prevenção de doenças e agravos, voltado para a concepção de risco ou da
probabilidade de ficar doente.
A distinção entre prevenção de doenças e promoção da saúde ainda não é clara para muitos profissionais
da área. Talvez essa dúvida seja decorrente de conceitos como de Leavell e Clark (1977) que classificaram a
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prevenção em três níveis: primária, secundária e terciária.
Prevenção primária
De acordo com os autores, a prevenção primária é subdividida em promoção da saúde e proteção
específica, considerando, assim, que a promoção seja um componente da prevenção.
No primeiro nível, a prevenção é realizada antes do adoecimento e subdividida em promoção da saúde e
proteção específica. A promoção corresponde a medidas que desenvolvem uma boa saúde, tais como
padrão de nutrição adequado, recreação e condições agradáveis de trabalho. Já a proteção específica
corresponde à criação de “barreiras” contra agentes potenciais de adoecimento, tendo como exemplos a
vacinação, a proteção contra riscos ocupacionais, proteção contra acidentes e uso de alimentos específicos
(LEAVELL; CLARK, 1977).
Prevenção secundária
A fase da prevenção secundária também se apresenta em dois níveis: o primeiro, diagnóstico e tratamento
precoce, visa detectar com antecedência as doenças, como o rastreamento de câncer de colo uterino assim
como objetiva curar e evitar o processo da doença e as complicações e sequelas. O segundo nível, limitação
da invalidez, destina-se ao fornecimento de recursos para limitar invalidez e impedir a morte.
Prevenção terciária
Por fim, a prevenção terciária, que diz respeito a ações de reabilitação, foca na prestação de serviços para
reeducação e treinamento do paciente, a fim de conduzir o uso adequado das capacidades restantes
(LEAVELL; CLARK, 1977).
É importante frisar que, embora o termo promoção da saúde tenha sido usado a
princípio para caracterizar um nível de atenção da medicina preventiva, seu
significado foi mudando ao longo do tempo, originando um conceito
contemporâneo.
Um dos documentos fundadores desse novo conceito é a Carta de Ottawa, publicada em 1986. Esse
documento define promoção da saúde como o processo de capacitação da comunidade para atuar na
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melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo participação no controle deste processo (BUSS et al.,
2020). Além disso, essa mudança enfatizou a relação da saúde com as condições e os modos de vida.
Atualmente, a prevenção de doenças e agravos volta-se para a proteção a doenças específicas, reduzindo
sua incidência e prevalência nas populações. Já a promoção da saúde visa melhorar a saúde e o bem-estar,
por meio das mudanças nas condições de vida e de trabalho e do acesso a escolhas mais saudáveis,
possuindo enfoque mais amplo e abrangente.
Para finalizar, destaca-se que tanto a prevenção das doenças quanto a promoção da saúde são
fundamentais para uma vida saudável. Por essa razão, é necessário garantir o acesso da população a essas
ações, fortalecendo a rede de serviços do SUS e investindo em políticas públicas e pesquisas científicas.
arta de Ottawa
A Carta de Ottawa reforça o conceito ampliado de saúde e seus determinantes para além do setor Saúde,
englobando conjuntamente as condições biológicas, sociais, econômicas, culturais, educacionais, políticas e
ambientais. Ficaram definidos como condições e recursos fundamentais para a saúde: paz, habitação,
educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade.
Promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos
Para concluir, aprofundaremos nossos conhecimentos nas diferenças entre promoção da saúde e
prevenção de doenças e agravo.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Analise as afirmativas abaixo relacionadas aos Determinantes Sociais de Saúde e assinale a alternativa
correta.
I. Segundo a Lei nº 8.080/90, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais são
fatores determinantes e condicionantes da saúde.
II. Os determinantes sociais de saúde são compostos por fatores sociais, econômicos, culturais e
étnicos/raciais. Porém, os fatores psicológicos e comportamentais não entram nessa classificação,
pois não influenciam a ocorrência de problemas de saúde.
III. O conceito de Determinantes Sociais permite compreender que a saúde depende de ações tanto
dessa área específica quanto de setores que atuam com outros tipos de conhecimento.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Os determinantes sociais da saúde são as condições do contexto em que as pessoas vivem e
englobam os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais.
Esses fatores influenciam, direta ou indiretamente, a saúde das pessoas e, por serem complexos,
exigem abordagem intersetorial e interdisciplinar. A legislação brasileira destaca alguns fatores
condicionantes e determinantes da saúde. Na Lei nº 8.080/90, esses fatores são a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e
o acesso aos bens e serviços essenciais.
Questão 2
Assinale a alternativa que contempla um dos temas prioritários da Política Nacional de Promoção da
Saúde.
A I, II e III estão corretas.
B I e II estão corretas.
C I e III estão corretas.
D I está correta.
E III está correta.
A Acolhimento dos usuários
B Planejamento familiar
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Os temas prioritários, tais como o enfrentamento no uso do tabaco e de seus derivados, são definidos a
partir do diálogo entre a Política Nacional de Promoção da Saúde e as demais políticas, com setores
governamentais e não governamentais e com as demandas sanitárias atuais. Os temas prioritários têm
como referência os transversais, citados na política como Determinantes Sociais da Saúde, equidade e
respeito à diversidade; Desenvolvimento sustentável; Produção de saúde e cuidado; Ambientes e
territórios saudáveis; Vida no trabalho; Cultura da paz e direitos humanos.
Considerações �nais
Em nosso estudo, vimos que o SUS é um sistema baseado nos princípios da universalidade, integralidade,
igualdade, participação social, resolutividade, regionalização, hierarquização e descentralização, ofertando,
desse modo, ações de saúde contínuas que atendam às necessidades de saúde de todos os cidadãos
brasileiros.A porta de entrada preferencial do SUS é a Atenção Básica à Saúde, cujas práticas estão concentradas na
Estratégia Saúde da Família. Esta leva a saúde para mais perto das famílias, pois é dirigida para populações
de territórios definidos e trabalha com equipes multidisciplinares que desenvolvem atividades na
perspectiva do cuidado ampliado, do vínculo e do planejamento local.
Faz parte das ações do SUS identificar os riscos e as vulnerabilidades da população e, com isso, elaborar
políticas públicas coerentes com as demandas da coletividade e resolutivas, perpassando todos os níveis
de atenção à saúde, ou seja, o primário, secundário e terciário.
C Enfrentamento no uso do tabaco
D Pré-natal
E Produção de novas tecnologias em saúde
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É fundamental que os profissionais de saúde entendam que, atualmente, o cuidado é realizado em uma
abordagem ampliada. Eles atuam com atividades de promoção da saúde, as quais potencializam a saúde
das pessoas por meio do reconhecimento das particularidades e das habilidades pessoais, além de
realizarem atividades de prevenção de doenças e agravos, tratamento e recuperação.
Almeja-se com este estudo que você compreenda os conceitos necessários para atuar como enfermeiro no
SUS e que adquira uma perspectiva integral do cuidado na saúde pública.
Podcast
Para concluir este estudo, o podcast contribuirá com um breve resumo de todo conteúdo abordado.
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Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
Assista ao vídeo A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de soluções no YouTube,
elaborado pelo Canal Vídeo Saúde – Fiocruz, e conheça um pouco mais sobre o histórico da saúde pública.
Pesquise o artigo Representações sociais sobre saúde e meio ambiente para equipes de Estratégia Saúde
da Família, disponível na plataforma Scielo, e veja como Gisele Loise Dias e demais autores discorrem sobre
a relação entre saúde e meio ambiente.
Busque pela Política Nacional de Promoção da Saúde, cuja versão mais recente é de 2018, e leia o
referencial teórico, os objetivos entre outros aspectos que embasam esta política. O documento se encontra
disponível no site da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde.
21/08/2023, 10:45 Bases conceituais do SUS, Saúde Coletiva e ESF
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03066/index.html# 44/46
Pesquise o artigo Desenvolvimento histórico-epistemológico da Epidemiologia e do conceito de risco, e
veja como se firmou o conceito de risco. O artigo de José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres se encontra
disponível na plataforma Scielo.
Referências
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Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
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