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FACULDADE ANHANGUERA DE SOROCABA ODONTOLOGIA GABRIELLI CRISTINI SANTIAGO - 353373241700 LIA DO NASCIMENTO BIRUEL - 347425441700 NATHALIA APARECIDA MEDEIROS DE PROENÇA – 3277741700 NEYRIELLE FERREIRA PASSOS – 351086341700 SABRINA VITTORIA GONZAGA GESTEIRA GARCIA -354786541700 PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA EM ODONTOLOGIA SOROCABA 2021 1 GABRIELLI CRISTINI SANTIAGO - 353373241700 LIA DO NASCIMENTO BIRUEL - 347425441700 NATHALIA APARECIDA MEDEIROS DE PROENÇA – 3277741700 NEYRIELLE FERREIRA PASSOS – 351086341700 SABRINA VITTORIA GONZAGA GESTEIRA GARCIA -354786541700 PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA EM ODONTOLOGIA Trabalho apresentado para obtenção de nota na disciplina de clínica integrada de assistência odontológica I no curso de odontologia – 5º semestre matutino. Professores: Ezequiel e Priscila SOROCABA 2021 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 3 2. PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA ............................................................... 5 2.1. Tipos de Receituários ..................................................................................... 6 2.1.1. Receituário simples: cor branca...................................................................... 6 2.1.2. Receituário de controle especial: cor branca, duas vias ................................. 7 2.1.3. Notificação de receita ..................................................................................... 7 2.2. Prescrição Medicamentosa na Odontopediatria ............................................. 8 2.2.1. Formulas para cálculo de dose ideal .............................................................. 9 2.3. Prescrição Medicamentosa ao Idoso ............................................................ 11 2.4. Doenças sistêmicas ...................................................................................... 12 2.4.1. Profilaxia Antibiótica ..................................................................................... 14 3. CONCLUSÃO ............................................................................................... 16 4. REFERENCIAS ............................................................................................ 17 3 1. INTRODUÇÃO A rotina do atendimento odontológico requer muitas vezes o uso de fármacos pelos cirurgiões-dentistas (CD) visando à prevenção ou controle da dor, do processo inflamatório, da ansiedade ou ainda para evitar ou combater processos infecciosos ou outras doenças que afetam a saúde da boca ou dos dentes. Para que isso aconteça, o profissional precisa estar apto a prescrever de maneira correta os medicamentos. Dessa forma, é necessário um conhecimento prévio em farmacologia e um diagnóstico preciso da doença a ser tratada. A prescrição medicamentosa é um ato que depende de amplo conjunto de fatores, podendo resultar em diferentes formas. A prescrição é um processo clínico individualizado. É o ato de indicar um ou mais medicamentos para ser administrado ou ser usado pelo paciente de acordo com o seu caso, respeitando a dose adequada do fármaco e a duração do tratamento. Os padrões de prescrição podem ser influenciados por fatores sociais, culturais, econômicos e de ordem sistema. As classes de medicamentos utilizadas na odontologia são bem abrangentes, onde há várias especialidades e diversas práticas complementares. Assim, o CD, possui competência legal e técnica para prescrever antibióticos, anti-inflamatórios esteroides e não esteroides, analgésicos opioides e não opioides, anestésicos locais e gerais, medicamentos utilizados no controle de medo e ansiedade, de hiposalivação e hipersalivação, controle de sangramento, antifúngicos e antivirais, entre outros. Diversos estudos mostram que mais da metade das consultas resultam em prescrição medicamentosa, e em menos de um terço das consultas é questionado sobre reações alérgicas e a utilização de outros medicamentos. Também se observa que nas consultas é pouco informado aos pacientes sobre possíveis reações adversas ou interações medicamentosas. Sendo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere seis etapas para o processo de prescrição racional de medicamentos, sendo elas: 1ª etapa: o profissional de saúde deve coletar informações do paciente, investigar e interpretar seus sinais e sintomas, para realizar o diagnóstico. 2ª etapa: a partir do diagnóstico, o profissional de saúde deve especificar os objetivos terapêuticos. 3ª etapa: selecionar o tratamento que considerar mais eficaz e seguro para aquele paciente. 4ª etapa: o ato da prescrição pode conter medidas medicamentosas e/ou medidas não medicamentosas que muitas vezes contribuem sobremaneira para a melhoria das condições de saúde do paciente. Condutas medicamentosas ou não devem constar de forma compreensível e detalhada na prescrição para facilitar 4 dispensação do medicamento e uso pelo paciente. 5ª etapa: após escrever a prescrição, o profissional deve informar o paciente sobre a terapêutica selecionada. 6ª etapa: combinar reconsulta para monitoramento do tratamento proposto. (OMS, 1998, apud CRO-SP, 2018, p. 16) 5 2. PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA A prescrição deve ser escrita sem rasura, por extenso e legível, utilizando tinta (digitada ou manuscrita) e de acordo com nomenclatura e sistema de pesos e medidas oficiais. Onde deve constar nome do medicamento e quantidade total, de acordo com a dose e duração do tratamento. Qual será a via de administração (oral, interna, externa, etc.), os cuidados (deglutição, guardar em geladeira ou não, etc.) e os horários de intervalo entre sua administração. Ao CD cabe seguir a regulamentação presente na Lei 5.081, de 24 de agosto de 1966, a qual determina, no artigo 6, nos seguintes incisos: “I - praticar todos os atos pertinentes a Odontologia, decorrentes de conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação; II - prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas em Odontologia; [...] VIII - prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente. ” (BRASIL, 1966) Sendo definido também segundo a Portaria SVS/MS nº. 344, de maio de 1998, no artigo 38 e 55 § 1º, que o CD pode prescrever medicamentos e/ou substancias sujeitas ao controle especial somente para uso odontológico. Sendo vedado ao CD a prescrição medicamentosa para tratamentos de agravos que não sejam da competência odontológica, sendo tal atitude caracterizada como exercício ilegal e está sujeita às penalidades da lei. Sendo assim, segundo essa portaria compete ao CD a prescrição tanto na Notificação de Receita Tipo “A” (amarela) e Notificação de Receita Tipo “B” (azul), como na Receita de Controle Especial, devendo seguir a classificação dos medicamentos que são divididos por listas, quais são frequentemente revisadas e atualizadas. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html 6 2.1. Tipos de Receituários 2.1.1. Receituário simples: cor branca É utilizado para prescrição de medicamentos anódinos (paliativos) e de medicamento de tarja vermelha, com os dizeres venda sob prescrição médica. Como por exemplo, os medicamentos comumente prescritos pelo CD, analgésicos e anti- inflamatórios, são prescritos neste tipo de receita. Sendo que até mesmo os dentifrícios e colutorios, principalmente os fluoretados, devem ser prescritos com instruções de alerta ao paciente sobre o seu uso inadequado. Este tipo de receita também pode ser utilizado para prescrição de medicamentos de uso continuo, mas limitado ao uso por 60 dias, sendo que esse prazo foi alterado para tempo indeterminadoenquanto durarem as medidas de contenção da pandemia Covid-19, segundo a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Obrigatoriamente a prescrição deve conter: Identificação profissional ou da clinica Cabeçalho Dados do paciente que a receita está sendo desinada – nome completo do paciente. Corpo Via ou uso de aplicação: uso interno, uso externo, uso tópico, uso colutório, uso intramuscular, uso endovenosa Nome comercial do medicamento ou seu principuo ativo (nome generico) – deve ser escrito de forma clara, sem codigos ou siglas. Concentração – mg, gr, ml, etc. Forma de apresentação ou forma farmaceutica - comprimidos, drágeas, cápsulas, solução, frasco, ampola, etc Quantidade que será utilizado - nº de caixas, nº de frascos, nº de cápsulas, comprimidos ou drágeas, etc. Forma de utilização e posologia – modo de utilização e qual duração do tratamento (quanto tempo de utilização do medicamento, frequencia e quantidade por dia da utlização) 7 Orientaçoes pos-uso – como por exemplo, nao ingerir, não enxaguar, não esfregar, etc) Rodapé Local, data e assinatura seguida do nº de inscrição no conselho regional da classe do profissional responsável e carimbo sob assinatura Sendo importante para evitar adulteração da receita, fazer um risco entre a última frase de orientação e a data/assinatura do profissional. 2.1.2. Receituário de controle especial: cor branca, duas vias Segue a mesma ordem de montagem da receita simples, mas com a diferença que essa obrigatoriamente deve ser feita em 2 vias, sendo uma via do paciente e outra via que ficará retida na farmácia. Utilizado para receitar substancias controladas ou sujeitas a controle especial, sendo essas substancias com ação no sistema nervosa central e capazes de causar dependência física ou psíquica. Ou também substancias para controle de dor utilizadas na odontologia, como analgésicos de ação central (codeína, tramadol e dextropropoxifeno que constam na lista A2, mas em dosagens inferiores a 100mg), antidepressivos tricíclicos, pertencentes à lista C1, utilizados no tratamento de dores neurogênicas e costumam ser prescritas em dosagens inferiores às usadas com ação antidepressiva (ex: amitriptilina, clomipramina, nortriptilina e imipramina) e ainda pertencente a lista C1 a gabapentina utilizado para tratamento do bruxismo associada às desordens da ATM (Articulação Têmporo Mandibular) e medicamentos inibidores da COX-2 (celecoxibe, eterocoxibe e lumiracoxibe) empregados como medicação pré e pós-operatória em intervenções odontológicas e no tratamento da dor em quadros inflamatórios agudos. 2.1.3. Notificação de receita É um documento padronizado utilizado para medicamentos sujeitos a controle dos Serviços de Vigilância Sanitária, sendo eles notificação de receita tipo “A” ou tipo “B”. Sendo que essa notificação possui limites de dias para duração do medicamento 8 durante o tratamento, porém em prescrições realizadas pelo CD essa limitação não causa nenhum problema, pois as prescrições são feitas para curtos períodos de uso. Vale ressaltar que a notificação não tem nenhum valor se não estiver acompanhada de uma receita comum que contenha todas as orientações e cuidados referentes ao uso do medicamento. 2.1.3.1. Notificação de receita tipo “A” – cor amarela São utilizadas pelo CD para medicamentos relacionados a lista A1 (entorpecentes) ou lista A2 (psicotrópicos), com validade de 30 dias após sua prescrição, aceita em todo o território Nacional. Este tipo de receita possui limite máximo quanto a quantidade do mesmo medicamento prescrito, como por exemplo, medicamentos injetáveis limitado a 5 ampolas e também o tempo de tratamento limitado a 30 dias. 2.1.3.2. Notificação de receita tipo “B” – cor azul Utilizada pelo CD para medicamentos relacionados na lista B1 (psicotrópicos), sendo os benzodiazepínicos os medicamentos mais comuns utilizados na odontologia para controle de ansiedade. A notificação tipo “B” possui validade de 30 dias após sua prescrição, porem só é válida no estado emitente. Sendo também limitada a quantidade máxima de medicamentos, igual a receita tipo “A”, com diferença de limite de tempo de tratamento para 60 dias. 2.2. Prescrição Medicamentosa na Odontopediatria Nas crianças os órgãos ainda estão em fase de formação, por isso são mais suscetíveis aos efeitos adversos, dos medicamentos, principalmente aqueles que são novos no mercado, é importante lembrar que a resposta das crianças aos medicamentos é condicionada por fatores como: idade, tamanho, peso corporal, estágio de desenvolvimento, estado nutricional administração com outros medicamentos, horário da administração e doenças pré-existentes, na pediatria deve necessidade de ajuste na dose, sendo que a posologia deve ser calculada, com base 9 no peso ou superfície corporal da criança, já que não existe dose infantil padronizada. No receituário é importante constar o peso do paciente, pois a maioria dos medicamentos é receitado por miligramas por quilo. Alguns compostos podem alterar o crescimento e o desenvolvimento, como exemplo temos tetraciclinas, que afetam os tecidos dentários e ósseo e os corticosteroides que desaceleram o crescimento linear, as crianças que fazem tratamento com tetraciclinas podem apresentar pigmentação castanha permanente nos dentes, e isso está relacionado com a dose administrada e o peso da criança. Tetraciclina é um grupo de antibióticos naturais ou semi-sintéticos usados no tratamento de um amplo espectro de bactérias, como Gram- negativas quando Gram- positivas, não funciona em vírus. A escolha do medicamento a ser indicado a criança, baseia se no seu desenvolvimento, na suas capacidades como deglutir comprimidos e drágeas, por isso na maioria das vezes dás vezes se acaba optando pelo medicamento líquidos e mais concentrados que podem ser administradas em menor volume, o sabor também é um fator a contribuir, contudo deve se ter cuidado com o xarope, pois o xarope contém em sua composição o açúcar deve ser administrado com muita cautela em crianças com suscetibilidade a diabéticas mellitus, o frasco deve ser agitado antes do uso. 2.2.1. Formulas para cálculo de dose ideal Para se calcular a dose ideal para cada criança, podem-se utilizar as seguintes fórmulas: a) Superfície corporal: Superfície corporal= 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑥 4 +7 𝑝𝑒𝑠𝑜+90 Dose pediátrica= dose do adulto x superfície corporal da criança superfície corporal do adulto (1,73 m2) b) Peso corporal: Regra de Clark (<30 kg) 10 Dose pediátrica= dose do adulto x peso (kg) 70 kg c) Idade Regra de Law (<01 ano de idade) Dose pediatrica= dose do adulto x idade da criança (meses) 150 d) formula de young (01 a 12 anos de idade) Dose pediátrica= dose do adulto x idade da criança (anos) idade da criança + 12 Contudo não se deve basear a dosagem apenas na idade da criança, pois existe variação de peso, em crianças da mesma faixa etária, sendo assim a melhor formula seria da superfície corpórea, entretanto essas formulas não são precisas pois os cálculos baseados na idade ou no peso são conservadores e tendem a subestimar a dose necessária. Desse modo não se deve utilizar a dose pediátrica se o fabricante fornecer. 2.2.1.1. Tipos de medicamentos mais indicados para crianças Analgésicos: o paracetamol em gotas é o mais indicado para crianças, pois pode ser utilizado com segurança no tratamento de dor e apresenta menor toxicidade para o trato gastrintestinal, rins sistema e sistema hematológico. Antibióticos: as penicilinas são os antibióticos mais utilizados, por serem relativamente seguros, altamente eficazes e possuírem um espectro de atividade que inclui os microrganismos mais comuns, por isso são os antibióticos de primeira escolha na Odontopediatria e em casos de hipersensibilidade podem ser substituídospela eritromicina e azitromicina. Anti-inflamatórios: o ibuprofeno pode ser indicado para pacientes infantis, pois esse medicamento já foi administrado a milhares de criança, com resultados satisfatórios e também por ter uma boa duração e um preço acessível. 11 Para que a prescrição medicamentosa tenha uma boa eficácia na Odontopediatria, deve-se escolher o esquema terapêutico mais simples possível, é imprescindível que se explique de forma detalhada aos responsáveis, quando possível própria criança, informando horários e modo de administração do medicamento. 2.3. Prescrição Medicamentosa ao Idoso Considerando-se as diferenças fisiológicas, patológicas e psicológicas decorrentes do processo de envelhecimento, é imprescindível atentarmos para algumas questões durante os procedimentos odontológicos. A anamnese deve ser eficiente para que possamos reconhecer as alterações sistêmicas e prevenirmos complicações, é necessário conhecer as condições físicas e psicológicas do paciente idoso para melhor planejar seu tratamento, fazendo esquemas de posologia claros e simples para facilitar a compreensão e a adesão do tratamento. É bastante comum que pacientes da terceira idade apresentem dificuldades de adesão à terapia medicamentosa. Omissão, erros de administração ou prescrição, superdosagens acidentais ou mesmo intencionais não são casos raros no tratamento de idosos. Essa dificuldade em seguir o tratamento proposto pode ser resultado do uso de várias drogas, dificuldades de atenção e memória, problemas na visão e audição e menor compreensão de instruções orais e escritas. Os medicamentos utilizados em Odontologia para a prevenção da dor, da inflamação e do controle das infecções de origem Odontologia sempre devem estar acompanhados de outros cuidados adicionais como, por exemplo: evitar uso de medicação não necessária, iniciar tratamento com medicamentos utilizando doses inferiores àquelas indicadas aos pacientes mais jovens, utilizar medicamento de menor toxicidade, facilitar a posologia dos medicamentos, definir o tempo de tratamento, sempre procurar saber com detalhes os possíveis efeitos colaterais do medicamento e eventuais reações adversas, reavaliar o paciente em períodos predeterminados após o procedimento clínico. 12 2.3.1.1. Tipos de medicamentos mais indicados para idosos Analgésicos: A Dipirona sódica e o Paracetamol para os casos de dor, nas doses usuais de 500 mg, em intervalos de seis horas, por período máximo de 24 horas devem ser as principais opções. Estes medicamentos também são indicados em febre e espasmos como antipirético e antiespasmódico Anti-inflamatórios: Indicada para o controle da dor inflamatória aguda em paciente idosos, deve ser conduzida de forma bastante cuidadosa e interdisciplinada. Assim como os analgésicos o grupo dos Anti-inflamatórios não esteroidais são os medicamentos mais prescritos aos idosos na Atenção Básica para o controle da dor e da inflamação, geralmente de origem crônica Devemos sempre considerar que estes pacientes apresentam baixa resistência ao estresse, susceptibilidade a infecção, principalmente naqueles que tomam corticoides e apresentam alterações sistêmicas (ex: diabetes), hipotensão postural naqueles que tomam anti-hipertensivos e alterações de coagulação naquele que utilizam anticoagulantes, por exemplo. Portanto, ter uma visão do paciente como um todo, saber de suas patologias e dos medicamentos que estão fazendo uso e estar bem familiarizado com a farmacologia é muito importante para realizar um tratamento odontológico com sucesso em idosos. Conhecer o paciente geriátrico como um todo e não somente sua boca é de extrema importância para o cirurgião-dentista que se propõe a atender indivíduos desta faixa etária. Noções de fisiopatologia, das condições crônicas que acometem esses pacientes e da farmacologia das drogas utilizadas são úteis ao profissional, uma vez que o número de idosos vem crescendo em todo o mundo, acarretando um aumento na demanda odontológica dessa parcela da população. 2.4. Doenças sistêmicas As doenças sistémicas são um conjunto de patologias que afetam uma série de órgãos ou tecidos e que têm impacto no organismo no seu todo. 13 As doenças sistémicas manifestam-se, normalmente, através de diversos sinais e sintomas. No que respeita à nossa boca, as manifestações mais frequentes destas doenças são as lesões da mucosa oral, da língua, gengiva, dentição, lesões periodontais e das glândulas salivares. Um exame cuidado da cavidade oral é o melhor método de diagnóstico. Você já deve ter se perguntado: “O que são doenças sistêmicas? Por que o dentista faz tantas perguntas em relação à minha saúde geral? Qual a relação entre minha saúde sistêmica e minha boca?”. Pois então, existe uma correlação entre a sua saúde sistêmica e a sua boca. A saúde bucal está interligada com todo o corpo. Por isso é necessário investigar quanto à existência de doenças sistêmicas – doenças que afetam o corpo humano como um todo. Desta forma, no momento do atendimento odontológico, é importante que o cirurgião dentista saiba dessas informações. Isso o ajudará na definição do tratamento mais adequado para cada pessoa. Entre as doenças sistêmicas podemos citar hipertensão arterial, diabetes, câncer, entre outras. Pacientes que apresentam hipertensão arterial, controlada ou não, e outros problemas no coração, devem sempre informar ao cirurgião dentista. Vamos imaginar que um paciente necessite fazer uma cirurgia. Se ele não é um paciente controlado, provavelmente sua pressão estará alta e, com a aplicação da anestésico local, essa pressão pode ficar ainda mais elevada, causando outros problemas para ele. Se a pressão está controlada, o dentista deve saber qual o medicamento que o paciente tem utilizado, pois medicamentos que alteram a coagulação, como o Ácido Acetil Salicílico – AAS, podem causar uma hemorragia durante e/ou após a cirurgia. Além disso, pacientes que apresentam alguma cardiopatia ou histórico de cirurgia cardíaca, também devem relatar ao cirurgião dentista. Nesses casos, pode ser necessária a prescrição de medicamentos pré- operatórios ou profilaxia antibiótica. 14 2.4.1. Profilaxia Antibiótica Profilaxia antibiótica serve para prevenção da infecção local. Existem procedimentos odontológicos que empregam o uso de antibióticos sem a presença clínica de infecção, para prevenir a colonização bacteriana. A profilaxia antibiótica tem como principal objetivo a prevenção da endocardite infecciosa, envolvendo geralmente valvas cardíacas, infecção esta causada normalmente pelo streptococos viridans, encontrado em grande quantidade na cavidade bucal. Determinados procedimentos podem causar uma bacteremia transitória suficiente para causar endocardite. Para realizar uma profilaxia antibiótica devemos ter um paciente com uma alteração sistêmica que o torne susceptível, simultaneamente com a execução de procedimentos odontológicos invasivos. Situações sistêmicas para indicação de profilaxia antibiótica: Valvas cardiacas protéticas Endocardite bacteriana previa Doença cardíaca congenita cianótica Disfunção valvar Prolapso de valva mitral Cardiomiopatia hipertrófica Febre reumática com disfunção valvar Procedimentos odontológicos nos pacientes de risco que necessitam de profilaxia antibiótica: Exodontias, cirurgias e instalação de implantes Procedimentos periodontais invasivos, tais como, cirurgias, raspagem sub gengival com polimento radicular (manual ou com ultrassom) Reimplantes dentais Instrumentação endodontica Colocação de bandas ortodonticas Aplicação de anestésico local pela tecnica intraligamentar Procedimentos com expectativas de sangramento Conduta profilática 15 Pacientes não alérgicos aos derivados da Penicilina Adultos: Amoxicilinacap. 500mg – Tomar 2 gramas 01h antes do procedimento. Crianças: Amoxicilina susp. 250mg – Tomar 50mg/Kg em dose única 01h antes do procedimento. Pacientes alérgicos aos derivados da Penicilina Adultos: Clindamicina comp. 300mg – Tomar 600mg 01h antes do procedimento. Azitromicina susp 200mg – Tomar 15mg/kg em dose única 01h antes do procedimento. 16 3. CONCLUSÃO Para um tratamento odontológico eficaz e uma correta prescrição medicamentosa é imprescindível a realização de uma anamnese completa e bem detalhada. A prescrição medicamentosa é necessária ser feita de forma clara e legível para que o paciente e farmacêutico entendam corretamente o que está sendo prescrito, e bem detalhada com relação a horários e forma que o medicamento deverá ser tomado, pois quanto mais detalhada as informações de uso ao paciente melhor será sua compreensão e correta recuperação e prevenção de futuras condições problemáticas. Sendo que o profissional deve explicar ao paciente detalhadamente o que está sendo prescrito, os benefícios e problemas associados ao uso do medicamento, qual a duração do tratamento, forma correta de armazenamento e descarte. Faz parta também da prescrição o estímulo à adesão ao tratamento, entendida como a etapa final do uso racional de medicamentos. 17 4. REFERENCIAS BRASIL. Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Portaria nº 344 de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial da União, Brasília, 1º fev. 99. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html. Acesso em: 15 abr. 2021 BRASIL. Lei Federal Nº 5.081, de 24 de agosto de 1966. Publicada no DOU de 26.8.66. Retificada em 1º/9/66 e 16/6/67 Regula o Exercício da Odontologia. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5081.htm. Acesso em: 15 abr. 2021 CARMO, Elaine Dias et al. Prescrição medicamentosa em odontopediatria. Revista Odontologia UNESP, Araraquara, v. 38, n. 4, p. 256-62, jul./ago. 2009. Disponível em: https://www.revodontolunesp.com.br/article/588018937f8c9d0a098b4cee/pdf/rou-38- 4-256.pdf. Acesso em: 15 abr. 2021. Conselho Regional de Odontologia de São Paulo. Prescrição e Dispensação de Medicamentos na Odontologia. Guia Prático, v. 4, 16 de abr. 2018. Disponível em: http://www.crosp.org.br/download/ver/8-guias-prticos.html. Acesso em: 17 abr. 2021. Desmistificando a Odontologia. Doenças Sistêmicas x Tratamento Odontológico. 4 de jun. de 2020. Disponível em: https://blog.restaurarodontologia.com/doencas- sistemicas/doencas-sistemicas/. Acesso em: 18 abr. 2021 MELLO, ED. Prescrição de medicamentos em odontopediatria. In: Wannmacher L, Ferreira MBC. Farmacologia clínica para dentistas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. p. 274-80. ORELLANA, Ana Maria Marques. A terapia medicamentosa no idoso. Implicações para Odontologia. USP - Universidade de São Paulo, e-Aulas: Portal de Videoaulas. Disponível em: http://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=20269. Acesso em: 16 abr. 2021 Organização Mundial da Saúde. Guia para a boa prescrição médica. Porto Alegre: Artmed; 1998. UFC, Universidade Federal do Ceará. Atendimento Odontológico ao Idoso na Atenção Básica e Secundária. UFC - Especialização em Saúde da Pessoa Idosa 25/Sep/2017. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/9656. Acesso em 16 abr. 2021 PARIZI, Arlete Gomes Santos et al. Protocolo Terapêutico Medicamentoso. UNOESTE - Faculdade de Odontologia De Presidente Prudente. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05_1998_rep.html https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5081.htm http://www.crosp.org.br/download/ver/8-guias-prticos.html https://blog.restaurarodontologia.com/doencas-sistemicas/doencas-sistemicas/ https://blog.restaurarodontologia.com/doencas-sistemicas/doencas-sistemicas/ https://ares.unasus.gov.br/acervo/browse?type=author&order=ASC&rpp=20&value=UFC%2C+Universidade+Federal+do+Cear%C3%A1 https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/2876/browse?type=title&value= 18 http://www.unoeste.br/Areas/Graduacao/Content/documentos/3/Downloads/protocolo -medicamentoso.pdf. Acesso em: 18 abr. 2021 SOARES, Maria da Candelária; MARQUES, Regina Auxiliadora de Amorim. Prescrição de medicamentos no âmbito da SMS SP pelo cirurgião- dentista. Secretaria da Saúde, Coordenação da Atenção Básica, Área Técnica de Saúde Bucal, São Paulo, SMS 2 ed, out. 2012. Disponível em: http://www.fo.usp.br/pos/wp-content/uploads/2018/03/Prescricao-Odontologica.pdf. Acesso em: 17 abr. 2021. http://www.unoeste.br/Areas/Graduacao/Content/documentos/3/Downloads/protocolo-medicamentoso.pdf http://www.unoeste.br/Areas/Graduacao/Content/documentos/3/Downloads/protocolo-medicamentoso.pdf
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