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tema 7 História da educação no Brasil_ Redemocratização

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Objetivos
Módulo 1
Reformas na organização da Educação brasileira
Identificar as reformas ocorridas na organização da Educação brasileira durante o Regime Militar.
Acessar módulo
História da educação no Brasil:
Redemocratização
Prof.ª Pâmela de Almeida Resende
Descrição
Série de mudanças que ocorreram no âmbito da Educação brasileira, dos anos 1960 até a Redemocratização, incluindo
as transformações econômicas, sociais e políticas que influenciaram reformas, leis e decretos criados para embasar os
projetos de governo.
Propósito
Compreender as diversas mudanças e os discursos que pautaram as diferentes reformas, decretos e leis para a
Educação brasileira no processo de redemocratização, com a identificação das iniciativas que permanecem em nossas
práticas pedagógicas e estruturas de ensino.
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Módulo 2
Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
Reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases como promotoras de avanços na Educação brasileira.
Acessar módulo
Introdução
A discussão sobre a educação atual no Brasil passa pela identificação de duas grandes matrizes de pensamento educacional que claramente se
subdividem. A primeira é a proposta da ditadura civil-militar, que era marcada por um modelo tecnicista, com primeiros empreendimentos de
popularização, mas com a manutenção de uma hierarquia claramente estruturada. Seu foco era o nacionalismo e a formação do brasileiro. A
segunda é influenciada pela Constituição de 1988 e pela LDB 1996, focada em princípios de liberade e cidadania, mas que tem como desafio a
popularização, o aumento de alunos por classe e o custo do novo modelo.
1
Reformas na organização da Educação brasileira
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as reformas ocorridas na organização da Educação brasileira durante o Regime Militar.

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Educação na década de 1960
A segunda metade da década de 1960 foi marcada por importantes transformações políticas, econômicas e sociais. O clima político no Brasil
encontrava-se absolutamente conturbado. No dia 13 de dezembro de 1968, o general Arthur da Costa e Silva baixou o que ficou conhecido como AI-
5 ou Ato Institucional nº 5. Estudantes, professores, trabalhadores urbanos e rurais: naquele momento, centenas de pessoas encontravam-se na
clandestinidade, exilados, mortos ou presos. Veja, a seguir, as manchetes do jornal da época:
Jornal Última hora
Ao mesmo tempo, o regime fazia questão de imprimir certa aparência de normalidade ao cotidiano das pessoas, lançando mão de recursos
midiáticos de forma doutrinária, como veremos no próximo vídeo.
Propaganda: veículo de difusão ideológica
Assista ao vídeo para ver que as propagandas ufanistas eram utilizadas como forma de educação e difusão ideológica.

No vídeo anterior, vimos o quanto as propagandas visavam à doutrinação ideológica pelo seu teor nacionalista. Quando falamos desse momento
para a Educação, é importante lembrarmos que o objetivo da criação das disciplinas Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do
Brasil era incutir na mentalidade dos estudantes valores como civismo e patriotismo.
Na sua escola isso acontecia? Você consegue se recordar de outros elementos punitivos, durante sua trajetória escolar, que possam ser herança de
uma cultura autoritária? Você ainda entende isso como algo importante?
1964: a página infeliz da nossa história
��Carregando conteúdo
Comentário
Durante a Semana da Pátria (7 de Setembro), era obrigatório cantar o Hino Nacional e hastear a bandeira brasileira. Em muitas escolas –
públicas ou particulares –, essa prática foi incorporada sem muito questionamento. É muito comum nos depararmos, ainda, com escolas
que repetem esses rituais durante a Semana da Pátria ou mesmo semanalmente.

O período entre 1964 e 1985 ficou conhecido em função da interrupção do processo democrático brasileiro e pela instauração de uma ditadura que
duraria 21 anos. Uma ditadura é geralmente caracterizada pela imposição de uma visão de mundo, muitas vezes à base da força. Por isso, aqueles
anos foram marcados pela extinção dos partidos políticos, cassação de direitos, censura, perseguição de opositores políticos, mortes e
desaparecimentos.
Você pode estar se perguntando: como a Educação foi afetada durante a Ditadura Militar? O ambiente escolar mudou? E os educadores
progressistas, eles também foram alvos de perseguições e forçados a interromper suas atividades?
Repressão militar na Praça da Sé.
Uma das bandeiras levantadas pelos defensores dessa escola nova era o potencial da Educação como instrumento de emancipação dos indivíduos.
Isso significa que o governo civil-militar conhecia o poder transformador da Educação e, para atender o lema de recuperar a ordem e a estabilização
de seu projeto, a Educação passou a ser pauta do dia durante esse período. Contudo, após o golpe de 1964, muitos educadores foram mortos,
perseguidos e exilados em função de suas ideias ou posturas políticas, como os citados a seguir:
Professores perseguidos durante a ditadura militar.
Professores (da esquerda para direita): Ana Rosa Kucinski, Tito Arcoverde Cavalcanti, Anísio Teixeira,
Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, Heleneide Nazaré, Haity Moussatché.
 1 de 2 
O ambiente escolar tornou-se cada vez mais hostil para qualquer pessoa que contestasse a ordem vigente, fosse aluno, funcionário ou professor.
Naquela época, era prática comum que a direção das escolas públicas fosse indicada pelos políticos locais. Para isso, tinham por base:
Mérito
Ampliação efetiva do número de vagas e formalização de que era função do Estado garantir a Educação.
Problema
Promoção de um clima de vigilância contra algum conteúdo ou ideias consideradas subversivas para os alunos.
Saiba mais
No mesmo dia em que os militares deram um golpe de Estado instaurando a Ditadura Militar (1° de abril de 1964), eles invadiram e
incendiaram a sede da maior representação estudantil, União Nacional dos Estudantes (UNE). Muitos líderes estudantis foram presos
naquela ocasião. Durante todo o regime militar, a UNE, mesmo na ilegalidade, atuou combativamente contra o projeto de educação
implementado pelos militares.

 
Você consegue se lembrar disso?
Como a Ditadura Militar era trabalhada nos livros didáticos que utilizou durante sua formação escolar? Se você tem
mais de quarenta anos, provavelmente estudou com livros que citam a “Revolução de 1964” ou “movimento de
março de 1964”.
Quem iniciou a formação escolar nos anos 1990 e 2000, provavelmente presenciou uma mudança de abordagem. Os livros didáticos,
acompanhando, em parte, as renovações na historiografia sobre o período da Ditadura, são quase unânimes em classificar o período entre 1964-
1985 como uma época de interrupção da democracia, ou seja, um golpe de Estado protagonizado pelas Forças Armadas.
Tente fazer esse exercício e busque em sua memória como eram os livros didáticos que você já utilizou. Busque por algum livro didático em sua
casa ou na biblioteca mais próxima de você.
Observe a divisão dos assuntos, veja quais temas são abordados e, sobretudo, verifique o ano de produção desse livro.
Esse exercício é importante, pois nos ajuda a contextualizar essa obra, lembrando que todo livro didático é reflexo do seu tempo.
Durante todo o período da Ditadura Militar, tivemos diversas intervenções que atingiram diretamente o setor educacional. Veja algumas intervenções
promovidas pela Constituição de 1967:

A União e os estados estavam desobrigados a investirem um percentual mínimo na Educação, contrariando o que estava disposto na LDB
de 1961.

A transferência de recursos públicos para instituições privadas de ensino foi outra alteração promovida por essa carta constitucional.
Confira o que Dermeval Saviani argumenta no artigo O legado educacional do regime militar:
A Constituição de 24 de janeiro de 1967, baixada pelo regime militar, eliminoua vinculação orçamentária
constante das Constituições de 1934 e de 1946, que obrigava a União, os estados e os municípios a destinar
um percentual mínimo de recursos para a educação. A Constituição de 1934 havia fixado 10% para a União e
20% para estados e municípios; a Constituição de 1946 manteve os 20% para estados e municípios e elevou o
percentual da União para 12%. A Emenda Constitucional nº1, baixada pela Junta Militar em 1969, também
conhecida como Constituição de 1969 porque redefiniu todo o texto da Carta de 1967, restabeleceu a
vinculação de 20%, mas apenas para os municípios.
(SAVIANI, 2008, p. 291)
1968: movimento brasileiro de alfabetização (Mobral)
No mesmo ano da aprovação da Constituição de 1967, foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral foi um órgão do governo
instituido pelo decreto no 62.455, de 22 de março de 1968, conforme autorizado pela Lei nº 5379, de 15 de dezembro de1967. No entanto, só passou
a vigorar em1971. Veja, a seguir, a propaganda feita pela revista Veja para disseminá-lo:
Propaganda veiculada na revista Veja, em setembro de 1973.
Dessa forma, alguns questionamentos referentes ao órgão são feitos, como:
1969: inclusão das disciplinas Educação Moral e Cívica e Organização Social e
Política do Brasil
Qual era o objetivo dos militares com a criação do Mobral? 
Qual foi a metodologia de implementação do programa? 
Qual foi o fundamento teórico que inspirou o Mobral? 
Como o Mobral funcionava? 
Resultado 
Em 1969, os militares determinaram a retirada do ensino de Filosofia e Sociologia das escolas. Sob o Decreto-lei nº 869, passou a ser obrigatória a
disciplina Educação Moral e Cívica (EMC) nas escolas brasileiras, como mostrado a seguir:
Manchete de jornal.
A implantação dessa disciplina fazia parte de um contexto em que a moral e o civismo estavam em alta. O ano de 1970, por exemplo, foi o ano da
campanha do Civismo Brasileiro. Nesse período, além da Educação Moral e Cívica, ganhou destaque também a instituição, no Segundo Grau, da
disciplina Organização Social e Política do Brasil (OSPB), responsável por difundir o nacionalismo e o patriotismo entre os alunos.
Os conteúdos tinham cunho moralizante, pautados em preceitos considerados fundamentais à sociedade. A Educação era empreendida também
em meios não formais.
Com base nos mesmos conteúdos moralizantes, foram constituídos, por exemplo, personagens como o Sujismundo para que, na prática do
cotidiano, as pessoas pudessem trazer para si o sentimento de civilidade, cuja falta era entendida como um dos males brasileiros.
Sujismundo
Ensino Superior: tendência pedagógica tecnicista e neopositivista
Assista ao vídeo para ver qual foi o tratamento dado às universidades brasileiras pelo governo da época, no contexto em que ganharam destaque as
tendências pedagógicas pautadas no ensino tecnicista, neopositivista e no modelo behaviorista de Psicologia.

1971: a reforma de 1° e 2° graus
A Lei nº 5692/1971, chamada de Lei de Diretrizes e Bases de forma errônea, refere-se exclusivamente a dois segmentos da Educação, que
correspondem ao que, atualmente, chamamos de Educação Básica.
Essa lei não tratava também dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país, apenas era específica para dois segmentos do ensino.
Como vimos, a reforma universitária de 1968 voltou suas atenções para o ensino superior.
A Lei nº 5692/1971 foi criada por um grupo de trabalho instituído pelo presidente Emílio Médici, que tinha por objetivo adequar o ensino ao
momento político instaurado pelo Golpe de 1964 e às necessidades sociais e econômicas que o governo militar se empenhava em garantir.
O país precisava de trabalhadores, porém, mais do que isso, precisava de mão de obra especializada. Em linhas gerais, ela criou a estrutura de
ensino que se organizava em 1º e 2º graus.
Médici na biblioteca do palácio.
Vamos entender melhor as principais alterações na Educação Básica em decorrência da reforma de 1971:
Com a promulgação da lei, o segundo grau passou a combinar a seguinte dupla característica:

Garantia a terminalidade para aqueles que pretendiam a formação em nível técnico.

Garantia a continuidade para os que desejavam prestar o vestibular.
Atividade discursiva
Como o ensino profissionalizante contribuiu para a elitização do ensino superior?
Primeiro grau passou a abranger os antigos primário e ginásio, atendendo às crianças dos 7 aos 14 anos.
Ampliação da obrigatoriedade escolar de 4 para 8 anos.
Transformação do antigo curso secundário em ensino de segundo grau.
Segundo grau passou a ser obrigatoriamente profissionalizante.

Digite sua resposta aqui...
Chave de resposta
Veja algumas consequências dessa reforma:
Além da instituição do ensino profissionalizante, um deslocamento cada vez maior de recursos públicos para o setor privado;
A Lei n° 5692/1971 também foi a primeira legislação educacional que criou um capítulo para tratar do ensino supletivo;
Além disso, a Lei n°5692/1971 introduziu algumas propostas que contribuíram para o debate pedagógico, pois previa a integração vertical e a
integração horizontal.
A valorização do magistério é outra questão presente na lei. Foi citada especialmente buscando a crescente profissionalização dos professores, o
aperfeiçoamento daqueles já formados, e adequando os vencimentos salariais segundo os critérios do nível de formação, ao contrário do nível
que ministrava.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
As mudanças educacionais antes da implementação da LDB de 1961
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Grandes marcos da LDB de 1961
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
A Educação durante a ditadura civil-militar

Questão 1
Durante o período da Ditadura Civil-Militar, a reforma educacional empreendida em 1971 é frequentemente chamada de Lei de Diretrizes e
Bases de forma errônea. A Lei n°5692/1971 não tratava, também, dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o país. Quais eram os
assuntos tratados nessa lei?

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A
Reformulação específica de dois segmentos da Educação – fundamental e médio – , que correspondem ao que chamamos
de Educação Básica.
B Reformulação das universidades com a implementação do sistema de vestibulares e as Diretrizes Curriculares Nacionais.
C Reformulação da educação infantil para garantir acesso a todas as crianças à Educação Básica.
D Reformulação da educação de jovens e adultos com a implementação do Mobral.
E Reformulação da Educação para princípios democráticos.
Questão 2
O Mobral, criado em 1967, tinha o objetivo de erradicar o analfabetismo no país. Esse órgão foi criado como alternativa ao projeto “De pé no
chão também se aprende a ler”. Identifique as características do Mobral:
2
Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases como promotoras de avanços na
Educação brasileira.
Responder
A Mantinha, de forma sintética, as bases do projeto de alfabetização de Paulo Freire.
B Reforçava o modelo tecnicista da Educação e o direcionamento para o trabalho.
C Era institucionalizado em uma base de educação moralizante.
D Pautava-se no processo de difusão de professores formados pelos grandes centros para todo o Brasil.
E O Mobral era focado nos jovens infratores e no seu apoio para terem escolarização.
Responder
Fim do Regime Militar, promulgação da Lei de Anistia e nova Constituição
Chamada de “Constituição Cidadã” pelo deputado Ulysses Guimarães, o novo texto que regeria a vida de milhares de brasileiros tinha como desafio
imediato restituir direitos fundamentais negados durante muito tempo à sociedade brasileira. Além disso, tinha como tarefa olhar para o futuro.
Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituiçãode 1988.
A transição política do Brasil em sua redemocratização
Veja uma explicação sobre a transição política do Brasil em sua redemocratização.

Politicamente, a abertura lenta e gradual foi ampliando a participação popular nas votações, primeiro para prefeitos, depois governadores até a
querela sobre quando seriam as primeiras eleições diretas.
Manifestação do movimento Diretas Já.
Apesar do movimento Diretas Já, a emenda que pretendia antecipar as eleições foi derrotada. Em uma articulação política, foi eleito Tancredo
Neves pelo colegiado dos deputados, tendo como vice-presidente José Sarney. O presidente da Câmara era o deputado Ulysses Guimarães.
Educação no contexto da transição de regime
Nesse contexto, a Educação brasileira seguia os moldes de 1971. As mudanças, no entanto, não acontecem nesse campo de maneira uniforme até
o fim da década. Foram tomadas ações peculiares em capitais e estados. Os dois exemplos importantes vêm do Distrito Federal e do Rio de
Janeiro:
Brasília
Um modelo de educação integral que aproximasse a universidade – principalmente de Brasília – das escolas de Educação Básica foi
proposto. O principal nome desse projeto foi Cristovam Buarque.
Rio de Janeiro
A controversa eleição de Leonel Brizola propõe uma intensa ruptura na educação. Darcy Ribeiro foi chamado para liderar esse projeto, que
protegia o trabalhador e as crianças.
Os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) trabalhavam com a compreensão de que não se forma o sujeito em conteúdos, pois o sujeito
deve ser preparado para ser cidadão e lutar pela cidadania e pelo coletivo. O projeto, moderno em termos pedagógicos, foi bastante atacado em
virtude da sua operacionalização e uso político. Foi descaracterizado a partir da eleição de outros grupos que se opunham às políticas brizolistas.
Centro Integrado de Educação Pública (CIEP).
Signi�cado das reformas da educação brasileira na redemocratização
Constituição
Para que seja possível entender esse longo processo, é importante que possamos conhecer e entender um pouco mais sobre o que significam as
reformas da Educação brasileira na sua redemocratização, conhecendo alguns dos seus direcionamentos como, por exemplo, a Constituição.
As resoluções e garantias para a Educação brasileira na Constituição de 1988 estão apresentadas no Título VIII, que trata da Ordem Social; no
Capítulo III, intitulado da Educação, da Cultura, do Desporto; especificado na Seção I, chamada da Educação; entre os artigos 205 e 214.
No artigo 205, a Carta Constitucional estabelece a Educação como direito de todos e dever do Estado e da família. É interessante notar como o
dever do Estado parece o da família, o que realmente demonstra a importância do poder público em garantir ensino para a população, como se pode
ver a seguir. Os princípios do ensino foram especificados no artigo 206. Podemos destacar:

Garantia de igualdade de acesso e permanência na escola.

Liberdade de ensinar e aprender.

Gratuidade nas escolas públicas.

Gestão democrática nas escolas da rede pública.

Valorização dos profissionais da Educação, que inclui plano de carreira e piso salarial para o magistério.
Atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Com a promulgação da Constituição de 1988 , a LDB anterior (4024/1961) foi considerada obsoleta, mas apenas em 1996 o debate sobre a nova lei
foi concluído. A atual LDB (9394/1996) foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Educação, Paulo Renato, em
20 de dezembro de 1996.
Baseada no princípio do direito universal à Educação para todos, a LDB de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, tais como:

Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares (art. 3º e 15).

Carga horária mínima de 800 horas distribuídas em 180 dias letivos na Educação Básica (art. 24).

Orientação do gasto da União em, no mínimo, 18% e os estados e municípios, no mínimo, 25% de seus orçamentos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino público (art. 69).

Criação do Plano Nacional de Educação (art. 87).
Essa LDB aponta em seu artigo 22 para uma formação do indivíduo que atenda a três dimensões da condição humana: cidadania, estudo e trabalho.
A ideia é que os currículos escolares e os saberes compartilhados no ambiente escolar estejam atentos às distintas realidades sociais, além de
funcionarem como instrumentos em que os alunos consigam praticar o exercício da cidadania na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.
A LDB pressupõe uma série de ações que foram, desde então, desenvolvidas e que passamos a enunciar.
Fundo para Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB)
Como surgiu o FUNDEB? Quando, durante o governo FHC, houve a intensa discussão de que era preciso ampliar o número de vagas, garantir o
acesso às escolas e, o mais crítico, trabalhar contra a evasão escolar, o ministro Paulo Renato tomou isso como meta e modelo, "ameaçando" os
estados e municípios de que deveriam atingir essas metas ou não receberiam dinheiro.
Com a criação do FUNDEB, prevista na própria LDB, muitas prefeituras e governos criaram programas, deixando de lado a qualidade em prol da
continuidade – aprovações automáticas, criação de projetos em que separavam potenciais alunos repetentes, entre outros.
Quais as vantagens e as desvantagens do FUNDEB? Veja a seguir cada uma delas:
Vantagem
Tem como mérito a ampliação do número de pessoas com alguma formação. A maior parte do Brasil passa pela escola.
Desvantagem
Tem como demérito, por sua vez, a perda de qualidade mensurável.
Problemas dos modelos anteriores
Com as reprovações, as escolas dos modelos anteriores atingiam números grandes de evasão e distorção idade/série. A imagem de que elas eram
“melhores” é uma ilusão provocada pela reprovação, uma vez que poucos conseguiam obter a formação.

Esses programas, apesar de importantes, jogaram a Educação Básica em uma situação complexa, ainda que inequivocamente mais democrática,
pois exigiram mais investimento, diversificação, o que é custoso e, sem o foco específico, faz com que os números se arrastem quando comparados
a índices internacionais. Observe o seguinte gráfico:
Gráfico: Dados de reprovações
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram organizados também no processo de redemocratização nacional, impulsionados pela nova LDB/1996.
Esses parâmetros curriculares podem ser caracterizados como orientações explicitamente práticas da legislação, ou seja, funcionam como um
importante referencial para aquilo que oficialmente se espera da Educação, do professor e do aluno – muito embora essa função não corresponda à
necessária clareza conceitual do documento.
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
Assim como os PCN, os PCNEM (Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio) responderam pela intenção de estabelecer uma base curricular
nacional comum e introduziram o que passou a ser designado de ensino por competências.
Considerando exatamente o termo parâmetros, os PCNEM têm como princípio servir de referência básica e geral à comunidade escolar
(professores, coordenadores pedagógicos, alunos etc.) na organização e implementação do projeto educativo das escolas, com o intuito de garantir
uma base nacional comum ao currículo da Educação Básica.
As disciplinas no PCNEM foram distribuídas de modo que as variadas áreas do conhecimento fossem contempladas. O próprio termo tecnologias
caracteriza as contribuições de cada uma das áreas para a proposta curricular.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as perspectivas para a Educação
Depois dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a grande novidade para a Educação foi a homologação, no ano de 2018, da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Trata-se de um documento normativo para a Educação Básica (Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio). A BNCC, ao ser
elaborada, teve os PCN e as DCNEB (Diretrizes CurricularesNacionais para a Educação Básica) como pano de fundo. Veja o fluxograma das
competências gerais da Educação Básica:
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Você pode estar se perguntando: qual é a novidade e a importância da BNCC? Levando em consideração a LDB/1996, os PCN e as DCNEB, a
inovação trazida pela BNCC é a clareza dos objetivos de aprendizagem de cada ano escolar. Ou seja, ela estabelece os conteúdos norteadores que
serão ensinados.
A BNCC tornou-se obrigatória nos currículos de todas as redes do país, públicas e particulares. Dessa forma, os documentos anteriores devem
continuar sendo consultados, mas apenas como documentos orientadores, sem caráter obrigatório.
Diferentemente da BNCC, os PCN foram orientações e não legislação. Eles não geraram uma base comum, mas
apontaram sugestões para um currículo escolar diversificado e significativo, levando em conta o respeito às
diversidades regionais, culturais e políticas.
A BNCC, prevista no artigo 10 da Constituição de 1988, instituída pela LDB n° 9.394/1996 e fundamentada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais,
define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades
da Educação Básica.
Pelo menos dois aspectos são fundamentais para compreendermos melhor a importância da BNCC:
Ela foi pensada na esteira da LDB/1996, dos PCN e das DCNEB. Dessa forma, faz sentido pensar em todos esses documentos conjuntamente,
como se um auxiliasse e completasse o outro.
A BNCC é mais do que um documento que estabelece como, quando e por que determinados conteúdos serão ensinados, ou seja, o que importa é
construir um projeto educacional que contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como os aspectos cognitivo e socioemocional,
o desenvolvimento físico, cultural etc. A ideia é que o aluno consiga aplicar o conhecimento aprendido na escola no seu cotidiano. O objetivo é
formar o indivíduo para a vida cidadã, mediante a transmissão de valores que permitam a boa convivência social.
Além disso, veja dois aspectos importantes sobre a BNCC:
Atenção!
Os currículos de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio do Brasil serão norteados
por ela. A BNCC operacionalizará os fundamentos das Diretrizes, indicando os conteúdos de cada ano de escolaridade da parte comum do
currículo, ou seja, o que deve ser ensinado em todo território nacional e o que se espera alcançar em cada etapa da Educação Básica.

Política de Estado 
Desenvolvimento de competência 

Os rumos da educação nos trilhos da redemocratização
Assista ao vídeo, a seguir, para ver uma retomada reflexiva sobre os rumos da educação nos trilhos da redemocratização.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Criação do Mobral e da FUNABEM
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
A LDB de 1996

Questão 1
A atual Constituição brasileira foi promulgada no ano de 1988, num contexto de retomada da democracia. O artigo 205 reflete o modo como a
Educação seria encarada a partir daquele momento. O que é correto afirmar sobre o artigo 205?

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Instituiu o ensino religioso.
B Tornou obrigatório o ensino profissionalizante.
C Educação passa a ser entendida como um direito de todos.
D Obrigatoriedade da disciplina Moral e Cívica.
E Estabeleceu a reforma do Ensino Superior.
Questão 2
No Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) da Constituição Federal de 1988, estão presentes algumas resoluções para a educação.
Assinale a alternativa correta em relação ao que está disposto no artigo 206:
Considerações �nais
O contexto educacional dos anos 1960 deveria ser, ao menos, inspirador. Afinal, em 1961, foi publicada nossa primeira LDB (Lei 4.024), ainda que
tenha demorado trinta anos desde a criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930. Com o Regime Militar instaurado em 1964, não somente
a política e as relações sociais sofreram abalo, mas também a Educação.
Com a visão de uma educação estritamente tecnicista, sob a justificativa de desenvolvimento industrial do país, tornou-se necessária a publicação
de novas leis de cunho educacional. A mais importante delas, a Lei 5.692 de 1971, chamada por alguns de Segunda LDB, tinha um caráter
estritamente reformador: a definição clara dos segmentos da Educação: 1º e 2º Graus (atual Educação Básica: Ensino Fundamental e Médio). Ela
definia, por exemplo, que todo estudante deveria sair do 2º Grau tendo uma formação técnica. Outra mudança foi a substituição do projeto “De pé no
chão também se aprende a ler”, fundamentado nas ideias de Paulo Freire, pelo Mobral, em 1967. Embora ambos tivessem o objetivo de erradicar o
analfabetismo do país, o projeto militar esvaziava-se do caráter de “educação crítica” do anterior.
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A Defesa do ensino privado.
B Influência tecnicista.
C Extinção do sistema de cátedras.
D Gratuidade nas escolas públicas.
E Educação voltada para a elite.
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Com o fim do Regime Militar, em 1984, e a definição da chamada Nova República, ainda que com muitos aspectos de transição do antigo modelo
político-econômico, a necessidade de uma nova Constituição e de uma reforma educacional foi imediatamente percebida. Assim, em 1988, com a
promulgação da Constituição Cidadã (como ficou conhecida), já era possível perceber mudanças significativas na Educação como, por exemplo, a
redefinição dos Sistemas de Educação, responsabilizando federação, estados e municípios e trazendo o famoso artigo 205: “A Educação é direito de
todos e dever do Estado e da família”.
A partir daí, vários educadores (destaca-se a figura de Darcy Ribeiro) começam a pensar e estruturar uma nova LDB, que, no entanto, somente foi
publicada em 1996 (Lei 9.394). Apesar de ela já ter sido bastante alterada, através de leis complementares, trouxe propostas que, embora não
correspondessem às expectativas de todos os educadores envolvidos, trazia pontos relevantes para a Educação no país: a proposta de uma “gestão
democrática” para as unidades escolares, valorizando muito mais o papel das equipes pedagógicas, o aumento da carga horária mínima para o ano
letivo (800h/180 dias, na Educação Básica) e a criação do Plano Nacional de Educação.
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Textos:
Educação e desenvolvimento: o debate nos anos 1950;
O legado educacional do regime militar;
A educação moral e cívica – doutrina, disciplina e prática educativa;
O legado da ditadura para a educação brasileira.
Vídeos:
A educação na ditadura – a marca da repressão;
A educação era melhor na época da ditadura?.
Referências
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