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Cuidados de Enfermagem Paciente em uso de Colostomia e Gastrostomia (Ostomias) Prof. Anderson Botelho 2023 z OSTOMIAS = boca ou abertura colo + stoma + ia z ORIGEM: grega = STÓMA ESTOMA ESTOMIA COLOSTOMIA composto por três vocábulos OSTOMIAS Geralmente é realizada uma OSTOMIA quando se deseja criar cirurgicamente uma comunicação de uma víscera para o meio externo. Dependendo do local a ser exteriorizado, receberá diversas definições, por exemplo: traqueostomia, esofagostomia, ileostomia, gastrostomias, colostomias, jejunostomias, nefrostomia, ureterostomia. ESTOMATERAPIA z OSTOMIAS CLASSIFICAÇÃO: Tempo de permanência: Permanentes: ressecção do segmento distal do intestino, não possibilitando fechamento posterior, geralmente são terminais; Temporárias: permanecem por tempo determinado até resolução do processo cirúrgico local, posteriormente refaz-se o trânsito intestinal. z OSTOMIAS CLASSIFICAÇÃO: Localização anatômica: Gastrostomia e jejunostomia: geralmente utilizadas para drenagem e posteriormente alimentação do paciente submetido a cirurgias abdominais; podem ser confeccionadas por via endoscópica; Colostomia ascendente ou direita: realizada em cólon ascendente, sua descarga é semelhante à do intestino delgado, o material é líquido, contínuo e rico em enzimas digestivas , localizado no QSD; Colostomia transversa ou transversostomia: realizada em cólon transverso, a descarga é nessa localização varia de acordo com a proximidade ao intestino delgado, a descarga poderá ser firme, em intervalos infrequentes, em geral o material é malformado, comumente localiza-se no quadrante superior médio; Colostomia descendente ou esquerda: realizada em cólon descendente, a evacuação torna-se semi-sólida, pode ser regulada, geralmente localizada à esquerda ou no quadrante inferior. z OSTOMIAS CLASSIFICAÇÃO: Forma de exteriorização: Colostomia Terminal: caracteriza-se por um estoma único, é a mais frequente exteriorização definitiva, os segmentos mais comumente exteriorizados são o cólon descendente e o sigmoide. z OSTOMIAS Em alça: temporária, exterioriza-se o segmento afetado do cólon, recomenda-se que a alça exteriorizada seja a mais distal possível, pela eliminação de fezes formadas, com facilidade do controle do estoma, porém dependerá do local a ser abordado. z OSTOMIAS CLASSIFICAÇÃO: Forma de exteriorização: Colostomia Fístula mucosa: também denominada de colostomia tipo Devine, onde se exterioriza dois segmentos do cólon de forma separada, originando dois estomas, o proximal elimina fezes e o distal (fístula) apenas muco. z COLOSTOMIA INDICAÇÕES z Tumores de intestino grosso. Doença de Crohn. Anomalias congênitas como: mega cólon congênito e ânus imperfurado. Pólipos múltiplos Perfuração intestinal (acidentes, colite ulcerativa) DISPOSITIVOS PARA OSTOMIZADOS z Sistema de uma peça. Bolsa coletora com adesividade incorporada a peça. Sistema de duas peças. Conjunto de bolsa coletora e flange adesivo com aro para acoplação da bolsa. As bolsas podem apresentar-se: fechadas ou drenáveis, intestinal ou urinárias, opaca ou transparentes, adulto ou infantil, tamanho especial ou mini bolsa, protegidas com tecido de algodão, para evitar contato do plástico à pele do paciente. Os adesivos são classificados de primeira geração (à base de borracha natural e similar), segunda geração (à base plástica ou óxido de zinco) e terceira geração (à base de material microporoso). Os adesivos apresentam-se na forma plana, convexa, pré-cortada ou recortável. Os adesivos também possuem barreiras protetoras como resina sintética (carboximetilcelulose, gelatina e pectina), resina mista (karaya e carboximetilcelulose) ou resina natural (karaya). Atualmente têm-se utilizado as resinas sintéticas. FEZES SEMI SÓLIDAS POUCO CORROSIVAS FEZES SEMI LÍQUIDAS CORROSIVAS FEZES LÍQUIDAS MUITO CORROSIVAS FEZES SÓLIDAS OU FORMADAS NÃO CORROSIVAS FISIOLOGIA INTESTINAL z z LOCALIZAÇÃO DAS COLOSTOMIAS z z z COLOCAÇÃO DO DISPOSITIVO Intraoperatório Preparo para alta hospitalar z COMPLICAÇÕES DOS ESTOMAS INTESTINAIS IMEDIATAS • necrose • retração • infecção • sangramento • edema TARDIAS • estenose • enterorragia • dermatites • prolapso • hérnia para-estomal z z ESTENOSE E RETRAÇÃO z z DESCOLAMENTO, RETRAÇÃO E DERMATITE z z RETRAÇÃO E DERMATITE z z PROLAPSO E EDEMA z z PROLAPSO GIGANTE E DERMATITE z z DERMATITE SEVERA z z COMO MEDIR O ESTOMA? z CUIDADOS COM O ESTOMA Não há necessidade de técnica estéril, utilizar luvas de procedimento. A limpeza do estoma poderá ser realizada com soro fisiológico (SF) 0,9% ou água morna e sabão neutro, este último mais comum no domicílio. A limpeza deve ser realizada de forma suave. Evitar produtos que tenham emolientes na sua composição (dificultam a adesão da placa). Secar bem a pele ao redor. Verificar o tamanho do estoma com régua medidora, recortar o tamanho da placa 0,3 cm a mais do diâmetro do estoma. Importante manter o adesivo justaposto ao estoma, porém não o comprimindo. Aplicar protetor cutâneo apropriado, evitar o uso de pó protetor, pois diminui a adesividade da bolsa. Escolher a bolsa adequada: geralmente o ideal para pacientes hospitalizados é a bolsa de duas peças, na qual poderá ser trocada a bolsa e mantida a placa, evitando lesão de pele. O sistema ideal é o drenável, pois permite coletar secreção e medir o volume segundo rotina estabelecida. As bolsas transparentes também facilitam a visualização do efluente nesses pacientes. Certificar-se da eficácia da aderência da bolsa, sem risco para a pele. Certificar-se que a instalação da bolsa está de forma adequada para não prejudicar a mudança do decúbito do paciente. z CUIDADOS COM O ESTOMA O esvaziamento da bolsa, seguido de registro do aspecto e volume drenado, dependerá da rotina do setor e do volume coletado. Não esquecer de esvaziar bolsa com capacidade esgotada, pois prejudica a adesividade do conjunto à pele. Caso o paciente seja portador de fístula mucosa, poderá ser mantido curativo com gaze umedecida em solução emoliente (AGE, petrolatum), não há necessidade de bolsa coletora. A troca da bolsa dependerá do aspecto em que se encontra ou da rotina hospitalar. Qualquer quebra de barreira protetora da pele, implica imediata troca do sistema. Não é necessário retirar a bolsa para lavagem do estoma, no caso de fezes pastosas. Utilizar irrigação com solução salina ou água no local de drenagem da bolsa (extremidade vedada pelo clipe), com apoio de cuba rim para coleta do material. Na retirada da bolsa ou placa, fazer movimentos suaves, retirar o saco de cima para baixo com uma mão, enquanto a outra mão apoia a pele. No caso de pelos em excesso, importante cortá-los com tesoura, evitando tricotomizar (irritação à pele). No caso de retração local do estoma, corrigir com pastas ou utilizar placas convexas. Assim que possível, estimular o autocuidado pelo paciente e informá-lo dos cuidados em relação à ostomia. Higienizar as mãos após o manuseio do estoma e registro adequado do procedimento, aspecto da pele, do estoma, troca da bolsa e protetores utilizados, assim como aspecto e volume do efluente. z CUIDANDO DO ESTOMA INTESTINAL Características do local do estoma: Ideal: estoma protuso, arredondado, situado em área firme do abdome, sem retração local, pele íntegra adjacente, coloração vermelho brilhante. Estomas em áreas de dobras do abdome: ocasiona dificuldade na aplicação de placas e bolsas, com frequente vazamento de líquido, deverão ser utilizadas pastas, na tentativa de nivelar a pele ao redor do estoma ou utilizar bolsas especiais. Retração do estoma: grande dificuldade na manutenção d. bolsa e placa, importante contatar a equipe cirúrgica. Dermatite ou eritema periestoma: pode refletir alergia ao produto da bolsa (trocar o material),extravasamento do efluente ou aplicação não correta da bolsa de colostomia. Estoma próximo à cicatriz cirúrgica: geralmente reflete dificuldades na colocação da bolsa, porém é importante isolar a ferida cirúrgica do estoma aplicar corretamente a bolsa de colostomia, evitando contaminação local. Formato do estoma oval: reflete dificuldades na colocação da bolsa de colostomia. Após a cirurgia, o formato do estoma pode não ser ideal, em decorrência de edema e de alterações no contorno abdominal. Importante solicitar dispositivos apropriados que permitam adequação ao formato do local. z OBSERVAÇÃO DO ESTOMA Estoma protuso Estoma plano z z OBSERVAÇÃO DA PELE PERIESTOMA z GASTROSTOMIA (GTT) É um procedimento cirúrgico que estabelece a comunicação direta do estômago com o exterior. Vias de acesso para a realização: Laparotomia Endoscopia – indicadas em pacientes com nutrição prolongada por sonda, por mais de seis semanas Indicações: Descompressão gástrica Administração de alimentos Hidratação z GASTROSTOMIA Contra indicações: Intolerância ao dreno Quando possível sondagem nasogástrica Ascite importante Coagulopatia. Doença da parede gástrica Cicatrização deficiente Peritonite Carcinomatose peritoneal Varizes gástricas Refluxo gastroesofágico grave Diálise peritoneal Obesidade mórbida z GASTROSTOMIA Vantagens: Rapidez de execução Menor tempo de hospitalização Menor custo Evita a laparotomia Dispensa anestesia geral na maioria dos pacientes Pode ser feita à beira do leito, principalmente nas unidades de terapia intensiva. A realização da GTT via percutânea endoscópica é realizada pelo endoscopista, à beira leito ou no centro cirúrgico. z Cuidados pré-realização do procedimento: Jejum de 6-12 horas Suspensão de protetor gástrico para manter acidificação do meio Realização de higiene oral previamente ao procedimento. Realizar tricotomia se necessário. Realização de higiene oral previamente ao procedimento. Realizar tricotomia se necessário z TIPOS DE KITS DE GASTROSTOMIA z GASTROSTOMIA z GASTROSTOMIA z CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O PACIENTE COM GTT Observar se há vazamento do suco gástrico pela incisão: em caso positivo e se necessário, trocar o curativo. Proteger a pele com produtos adequados. Manter a sonda na posição colocando uma fina faixa de fita adesiva ao redor da sonda, prendendo-a em seguida, firmemente, no abdome. Avaliar a pele ao redor da GTT diariamente. Fazer a higiene oral com frequência. Observar os cuidados relativos à alimentação e iniciar a dieta, conforme prescrição. z REFERÊNCIAS POTTER, P. A.; PERRY, A. G.; STOCKERT, P. A.; HALL, A. Fundamentos de Enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Editora Mosby Elsevier. 2013. 1424 p. SILVA, L. D.; PEREIRA, S. R. M.; MESQUITA, A. M. F. Procedimentos de enfermagem – semiotécnica para o cuidado. Rio de Janeiro: MEDSI. 2004. SMELTZER, S. C.; HINKLER, J. L.; BARE, B. G.; CHEERE, K. H. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, v. 2. 2012. 2.404 p. z .MsftOfcThm_Accent1_Fill_v2 { fill:#A1D68B; } .MsftOfcThm_Accent1_Stroke_v2 { stroke:#A1D68B; }