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GESTÃO DE TRÂNSITO E CTB 
2 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 
A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO ..................................................... 8 
DIREITO NO TRÂNSITO ......................................................................................... 12 
A APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO E SUA VIGÊNCIA
 ................................................................................................................................. 12 
CONHECENDO O CÓDIGO DE TRÂNSITO ........................................................... 13 
SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO ..................................................................... 16 
CONTRAN – (CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO) ......................................... 18 
CETRAN – CONSELHO ESTADUAL DE TRÂNSITO E CONTRADIFE .................. 18 
ÓRGÃOS E ENTIDADES EXECUTIVOS DE TRÂNSITO DA UNIÃO, DOS ESTADOS, 
DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS ...................................................... 19 
DENATRAN – (DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO) ............................. 19 
DETRAN – (DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO) ................................. 20 
D.N.I.T – (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA – ESTRUTURA DE 
TRANSPORTES) ..................................................................................................... 20 
D.E.R. – (DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGEM) ................................. 21 
JARIS – (JUNTAS ADMINISTRATIVAS DE RECURSOS E INFRAÇÕES) ............. 22 
P.R.F. – (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL) .......................................................... 22 
P.M.E. – (POLÍCIA MILITAR DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL) .................. 23 
CIRETRAN – (CIRCUNSCRIÇÃO REGIONAL DE TRÂNSITO) .............................. 23 
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO E AS RESOLUÇÕES DO CONTRAN ....... 24 
CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DE TRÂNSITO ............................................. 26 
AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO ..................................................................... 26 
PENALIDADES ADMINISTRATIVAS DO CTB ........................................................ 27 
AS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS DO CTB ........................................................... 30 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41 
 
4 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
VÍDEO DE APOIO 
 
Como apoio ao material desta apostila abaixo são sugeridos alguns vídeos que 
abordam o conteúdo a ser estudado, de maneira didática e clara, que visam agregar 
mais conhecimento. Se for necessário, após a leitura do conteúdo a apostila, assista 
novamente os vídeos. 
 
 Vídeo 1: Trânsito e Mobilidade: Gestão do Trânsito em foco 
 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=c-J24XxW6hs> 
 
Sinopse: o Trânsito e Mobilidade desta semana aborda o tema "Gestão do trânsito 
em foco". Neste vídeo com a participação de Alessandro Geraldo Dias (Presidente da 
entidade sindical em âmbito estadual de Minas Gerais), Jucimara Fernandes (Gestora 
de Centro de Formação de Condutores e Observadora Certificada pelo ONSV), e 
Gisele Almeida (Aluna do curso de Gestão do Trânsito e Mobilidade Urbana) 
abordarão como se dá o processo de Gestão do Trânsito. 
 
 Vídeo 2: Podcast 05 - Minuto DetranSP - Mudança do Código de Trânsito 
Brasileiro 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=Rxz7OLTNaws> 
Sinopse: Podcast Minuto Detran/SP trata das Mudança do Código de Trânsito 
Brasileiro neto Maschellani, presidente do detran/SP e presidente da (AND) 
Associação Nacional de Detrans. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 Vídeo 3: Introdução ao Sistema Nacional de Trânsito (ATUALIZADO 
COM A LEI 14.071/20) - Profº Pedro Canezin 
Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=7I1au8BnCE8> 
Sinopse: neste vídeo são apresentados os temas: Alterações na CTB, Sistema 
Nacional de Trânsito. 
 
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Faculdade de Minas 
TRÂNSITO BRASILEIRO 
 
O trânsito no Brasil vem aumentando a cada ano que passa e os números de 
acidentes são consequências desse crescimento, por ser um tema pouco abordado 
pela coletividade e pelas autoridades, o trânsito não está sendo considerado 
importante para a sociedade. O descaso da sociedade, tanto por parte da população 
quanto das autoridades competentes, faz o trânsito ser perigoso, pois os condutores 
e pedestres não respeitam as leis de trânsito e as autoridades são omissas quanto a 
este assunto. 
O Código de Trânsito Brasileiro – CTB atribui uma grande responsabilidade 
que não é cumprida pelos municípios, por meio da municipalização do trânsito, para 
que haja uma ordem no trânsito e seja mais seguro, reduzindo assim as estatísticas 
de acidentes que há nele. A municipalização do trânsito assegura que o município, 
está mais próximo dos condutores, dos pedestres e das vias de circulação, possa ter 
uma ação direta frente ao trânsito e passa assumir uma responsabilidade que não 
tinha anteriormente ao CTB. 
 
Embora a municipalização seja uma obrigação atribuída pelo Código de 
Trânsito Brasileiro aos municípios, poucos são os que estão cadastrados no Sistema 
Nacional de Trânsito, sendo apenas de 14% deles. O ato da municipalização consiste 
em transferir responsabilidades ao município referentes ao trânsito, incluindo seu 
planejamento, a manutenção das vias e sinalizações, e até a aplicação das sanções 
impostas pelas leis de trânsito aos que a infringirem. 
7 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
O Código de Trânsito Brasileiro em seu dispositivo legal fornece a seguinte 
definição no artigo 1°, § 1°: Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, 
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de 
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. 
Em seu Anexo I do referido diploma legal completa a definição com “a 
movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais nas vias terrestres”. 
Quando nos referimos ao trânsito muitas são as dúvidas relacionadas a ele, por 
exemplo, ao associarmos o trânsito com veículo, trânsito de veículos não 
motorizados, a circulação de pedestres, entre outros. Vasconcellos define o trânsito 
como: “conjunto de todos os deslocamentos diários, feitos pelas calçadas e vias da 
cidade, e que aparece na rua na forma de movimentação geral de pedestres e 
veículos”, fazendo assim uma definição mais ampla e genérica sobre trânsito, 
considerando pedestres e veículos. 
Ao comentar sobre o trânsito, Wilson de Barros Santos, faz um 
questionamento, “há, no entanto, um equívoco quando associamos o trânsito 
exclusivamente aos deslocamentos deveículos, pois as pessoas” vestem “um modo 
de transporte para suprir a necessidade de locomoção. De forma errônea dizemos 
que “ali vem uma motocicleta, um automóvel, etc”, mais adequado seria dizer “ali vem 
uma pessoa em uma motocicleta, em um automóvel, etc”, são as pessoas que se 
deslocam, elas apenas utilizam um modo de transporte para estar finalidade”, 
questionando assim as distinções entre veículos e pedestres. 
Wilson de Barros Santos distingue os usuários do trânsito quanto ao seu 
deslocamento, utilizando um modo de condução natural ou artificial. Em relação aos 
deslocamentos realizados menciona que: “nem sempre são realizados de forma 
pacífica, às vezes ocorrem conflitos de interesses tendo como consequência os 
famosos acidentes de trânsito”. Pode-se definir os principais fatores que geram 
conflitos existentes no trânsito, como à não observância das leis do trânsito pelos 
condutores e falta de interesse das autoridades do poder público. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO 
 
A primeira lei de trânsito a ser criada foi o Decreto n. 8.324 em 27 de outubro 
de 1910 o qual versava sobre o transporte de passageiros e de mercadorias por meio 
de veículos. Também tratou das rodovias, na época chamadas estradas de rodagem. 
Já naquele tempo legislou-se neste decreto sobre medidas de segurança de forma 
bastante genérica, mas já havia um controle sobre a situação de segurança do veículo 
antes de o mesmo poder rodar. 
Versou alguns artigos sobre estipulação de horários de rodagem, bem como, 
do valor de tarifas de transporte. O Decreto trazia algumas penalidades e formas de 
fiscalização, no entanto, não visando o motorista, ou “motorneiros”, como eram 
chamados na época, mas principalmente as empresas responsáveis por realizar as 
obras das estradas de rodagem e por transporte. (BRASIL, 2010). 
Importante salientar que, mesmo sendo a primeira legislação sobre trânsito, 
este Decreto já trazia em seu texto algumas preocupações dos legisladores com 
medidas de segurança na condução dos veículos, citadas entre os artigos 18 e 26 do 
Decreto. Como por exemplo: Art. 18. Nenhum automóvel poderá ser posto em serviço 
sem prévio exame do engenheiro fiscal, que deverá proceder as experiências que 
julgar convenientes, afim de verificar que não apresenta nenhuma causa de perigo, 
sendo empregado no trafego da estrada. A infracção deste artigo sujeita o 
concessionário a penalidade estatuída pelo art. 33. (BRASIL, 2010, p. 19). 
Resta claro também a responsabilidade imposta ao condutor quanto ao 
controle da velocidade em que conduz seu veículo, como uma maneira de se evitar 
acidentes. Era previsto na norma de uma maneira mais ampla e não tão dogmático 
como é atualmente, no entanto, com a mesma intenção, como se vê: 
Art. 21. O motorneiro deve estar constantemente senhor da velocidade de seu 
veículo, devendo diminuir a marcha ou mesmo para o movimento, todas as vezes que 
o automóvel possa ser causa de acidentes. A velocidade deverá ser reduzida o mais 
possível nos pontos da estrada, onde, por quaisquer obstáculos, não se possa 
9 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
estender á distancia o raio visual, ou quando atravessar caminhos ou ruas de 
povoados. (BRASIL, 2010, p. 20). 
Em 1922 foi criado o Decreto Legislativo n.4.460 o qual tratava basicamente 
de regras às estradas de rodagem, principalmente, visando evitar transtornos aos 
veículos que trafegavam. Neste Decreto é perceptível uma regressão da norma, pois 
a atenção estava voltada muito mais ao fluxo dos veículos do que a segurança dos 
cidadãos, conforme comenta Berwig (2013, p. 50): “Nota-se que no início do século 
passado nossos governantes já resguardavam a passagem do automóvel em 
detrimento de outros impeditivos. Foi o início da crescente importância dos veículos 
automotores na história brasileira”. 
Em 5 de janeiro de 1927 foi criado o Decreto Legislativo n. 5.141 que criava 
um fundo para a construção e manutenção das estradas de rodagem. O Decreto n. 
18.323, de 24 de julho de 1928, trouxe algumas regulamentações mais complexas, 
inclusive estão presentes na legislação atual, como a presença de polícia nas 
estradas, sinalização, pagamento prévio de licença para trafegar e as competências 
de União, Estados e Municípios quanto as estradas de sua jurisdição. (BERWIG, 
2013). 
Na data de 28 de janeiro de 1941 foi criado o primeiro Código Nacional de 
Trânsito, Decreto-Lei n. 2.994, no entanto, com pouco tempo de vigência tendo em 
vista a criação do Decreto-Lei n. 3.651 o qual revogou o Código de Trânsito e 
determinou algumas competências aos Estados para legislar sobre trânsito, conforme 
texto da época, hoje revogado, Brasil (2015b): 
Art. 1º O trânsito de veículos automotores de qualquer natureza, nas vias 
terrestres abertas a circulação pública, em todo o território nacional, regular-se-á por 
este Código. As leis estaduais, relativas ao trânsito e aos condutores dos demais 
veículos, aos pedestres, aos animais e à sinalização local, devem adaptar-se às 
disposições deste Código, no que for aplicável. Os Estados baixarão, para esse fim, 
regulamentos e instruções complementares. Art. 2º Cada Estado organizará, de 
acordo com as suas necessidades, os serviços administrativos destinados ao 
cumprimento dos dispositivos deste Código, obedecendo às normas gerais da 
legislação federal. 
10 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Este Decreto norteava diretrizes gerais para o trânsito como, por exemplo, 
alguns deveres e proibições impostos aos condutores, sendo mais específico e claro 
do que em normas anteriores, visando a segurança dos motoristas e/ou pedestres, 
conforme exemplo do texto original, Brasil (2015b): 
Art. 6º É proibido: [...] 9, passar à frente: a) entre o meio-fio e o bonde que 
houver feito parada temporária regulamentar para deixar ou receber passageiros; b) 
sem estar certo de que dispõe para isso de espaço suficiente, à esquerda, ou de que 
o pode fazer sem risco de acidente; c) quando a visibilidade não for satisfatória; d) 
nas curvas, no cume de uma elevação, nas passagens de nível, nos cruzamentos, 
pontes ou viadutos; 10, forçar passagem entre dois veículos que, trafegando em 
sentido contrário, estejam na iminência de cruzar-se; 
No ano de 1966 foi criado o segundo Código Nacional de Trânsito, a Lei 5.108, 
de 21 de setembro, onde previa que Estados legislariam dentro de algumas 
peculiaridades de sua região desde que seguissem os preceitos da legislação federal 
base e, criava órgãos e entidades no âmbito federal, estadual, distrital e municipal, ou 
seja, retirou o poder dos Estados de legislarem, autorizando apenas naqueles casos 
em que não fosse satisfeito pela lei maior. Neste código as maiores diferenças para 
o antecessor são no âmbito administrativo, através da criação do sistema Nacional 
de trânsito, portanto, a atenção foi menor às regras de trânsito e maior à organização 
das responsabilidades Estatais quanto ao trânsito. (BRASIL, 2015b; 1966). 
Em 1988, com o advento da Constituição Federal atual, foi previsto no art. 22, 
XI que compete privativamente a União legislar sobre trânsito e transporte. Nota-se 
que a competência exclusiva da União é no âmbito legislativo, tendo em vista que há 
várias competências atribuídas aos Estados e Munícipios, no entanto, elas são 
administrativas, exercidas por inúmeros órgãos políticos-administrativos. (BERWIG, 
2013). Inclusive essa prerrogativa é clara no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) 
vigente: 
Art. 5º O Sistema Nacional de Transito e o conjunto de órgãos e entidades da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por finalidade o 
exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, 
registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de 
11 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
condutores, educação, engenharia, operaçãodo sistema viário, policiamento, 
fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. 
(BRASIL, 1997). 
O atual CTB (Código de Trânsito Brasileiro) foi instituído no dia 23 de setembro 
de 1997 pela Lei n. 9.503, o qual recepcionou todas as resoluções anteriores do 
CONTRAN e determinou que o mesmo fizesse uma revisão da melhor aplicabilidade 
dessas resoluções ao novo código com acréscimo de novas, caso necessário para 
maior efetividade do mesmo. Para alguns estes códigos é um dos melhores do mundo 
desde que bem interpretado. (BERWIG, 2013). Pois trata das mais variadas questões 
relacionadas ao trânsito como, por exemplo, da educação para o trânsito, dos 
veículos em circulação internacional, da condução de escolares, das infrações, 
limitação de velocidade, dos crimes de trânsito, etc., no entanto, como citado 
anteriormente, ele é vasto, mas necessita de uma boa interpretação. (BRASIL, 1997). 
Ainda no quesito legislação de trânsito não há como deixar de fazer uma breve 
citação da Lei Federal nº 11.705, de 19 de junho de 2008, popularmente denominada 
“Lei Seca”, alusão às alterações feitas no CTB, das quais a mais emblemática foi a 
tolerância zero ao consumo de álcool para motoristas: 
Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, 
que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer 
alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir 
sob a influência do álcool [...]. (BRASIL, 2015h). 
Nota-se uma atenção especial do legislador à problemática da união entre 
álcool e direção, combinação responsável por inúmeros acidentes de trânsito no país, 
números estes que serão foco ainda nesse capítulo. Essas alterações feitas pela “Lei 
Seca” deixaram as regras mais rígidas no tocante ao álcool, seu uso, propaganda e 
venda, tendo em vista as multas de valores mais altos, suspensão no direito de dirigir 
e o limite zero de álcool por litro de sangue. 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
DIREITO NO TRÂNSITO 
 
Com o intuito de estabelecer a organização no trânsito, há legislações a serem 
seguidas, algumas na esfera penal, outras na cível e outras nas administrativas. 
Dentro da legislação específica de trânsito, temos as normas, resoluções, as 
deliberações, as portarias de diversos órgãos e entidades competentes, não se 
restringindo apenas ao Código de Transito Brasileiro – CTB, lei nº. 9503/97. 
O Código de Trânsito Brasileiro especifica quais são os crimes penais no 
trânsito, porém seus procedimentos gerais estão no Código Penal e no Código de 
Processo Penal. Todo esse ordenamento jurídico específico de trânsito tem como 
finalidade mantê-lo em condições seguras para todos os membros da sociedade, 
sendo condutores ou pedestres. Outras legislações, embora não sejam sobre trânsito, 
são utilizadas para solucionar alguns conflitos que são gerados no trânsito, como por 
exemplo, o emprego do Código Civil para resolver as lides de indenizações e 
reparações de danos que surgem no trânsito. 
 
A APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO E SUA 
VIGÊNCIA 
 
O Código de Trânsito Brasileiro – CTB entrou em vigor no dia 22 de Janeiro de 
1998 pela lei 9.503, contendo 341 artigos e divididos em 20 capítulos, que abrange 
disposições sobre o sistema nacional de trânsito; normas gerais; normas específicas 
para veículos e pedestres; sobre sinalizações; entre outras áreas relacionadas ao 
trânsito. O atual CTB em seu art. 341 revogou o código anterior, Lei 5.108/66, 
ampliando a aplicabilidade das normas de trânsito em todas as vias terrestres do 
território nacional, inclusive via interna como condomínio fechado. 
Assim, somente serão aplicadas as normas de trânsito estabelecidas pelo CTB 
às pessoas, veículos e animais que se utilizarem das vias públicas, incluindo praias 
abertas ao público, bem como vias internas de condomínios fechados. Porém, tais 
13 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
normas não terão aplicabilidade no interior das propriedades privadas, urbanas ou 
rurais. 
 
 
CONHECENDO O CÓDIGO DE TRÂNSITO 
 
São 341 os artigos que compõem o Código de Trânsito Brasileiro. Do 161 até 
o 255 são descritas as infrações de trânsito e suas respectivas penalidades. Ou seja, 
o código é muito mais do que isso. Além do capítulo destinado às infrações, há outros 
19. 
Veja quais são: 
Capítulo I – Disposições Preliminares: Trata dos conceitos-chave da lei, alguns 
dos quais já vimos aqui, como o que é considerado trânsito e a quem as disposições 
do código são aplicadas. 
14 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Capítulo II – Do Sistema Nacional de Trânsito: composto por duas seções, 
uma que define e estabelece os objetivos do Sistema Nacional de Trânsito e outra 
que detalha a sua composição e as competências de seus órgãos. 
Capítulo III – Das Normas Gerais de Circulação e Conduta: orienta qual deve 
ser o comportamento de motoristas (por exemplo, como deve ser feita uma 
ultrapassagem). 
Capítulo III-A – Da Condução de Veículos por Motoristas Profissionais: 
capítulo incluído pela Lei Nº 12.619/2012 e praticamente todo reescrito pela Lei Nº 
13.103/2015. Ele estabelece regras especiais para os motoristas profissionais de 
transporte coletivo de passageiros ou de cargas. 
Capítulo IV – Dos Pedestres e Condutores de Veículos Não Motorizados: você 
sabia que pedestres e ciclistas também precisam respeitar regras de trânsito? Elas 
estão estabelecidas nesse capítulo, entre os artigos 68 e 71 do CTB. 
Capítulo V – Do Cidadão: em dois artigos, este capítulo confere a qualquer 
cidadão o direito de solicitar melhorias na infraestrutura ou normas de trânsito. 
Capítulo VI – Da Educação Para o Trânsito: define a educação para o trânsito 
como direito de todos e estabelece obrigações aos órgãos de trânsito nesse sentido. 
Capítulo VII – Da Sinalização de Trânsito: as principais regras sobre placas, 
equipamentos e pinturas na via são definidas pelo Contran, mas nesse capítulo você 
encontra algumas definições básicas para guiar a implantação da sinalização. 
 
Capítulo VIII – Da Engenharia de Tráfego, da Operação, da Fiscalização e do 
Policiamento Ostensivo de Trânsito: apesar desse nome comprido, o capítulo traz 
poucos artigos. A maioria das normas quanto a essas ações são estabelecidas pelo 
Contran. 
Capítulo IX – Dos Veículos: capítulo dividido entre a seção I, que traz 
definições sobre tipos de veículos e disposições gerais sobre as suas características 
(proibições e permissões); seção II, que versa sobre os requisitos de segurança (o 
15 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
detalhamento é atribuído ao Contran); e seção III, que explica como deve ser feita a 
identificação do veículo (número do chassi e placas). 
Capítulo X – Dos Veículos em Circulação Internacional: tem apenas dois 
artigos, que definem regras básicas para a circulação de veículo em território nacional 
(independentemente de sua origem) e entrada e saída temporária ou definitiva de 
veículos no país. 
Capítulo XI – Do Registro de Veículos: o nome é autoexplicativo. Todo o 
veículo que trafega em vias públicas precisa estar registrado junto ao órgão de 
trânsito, e nesse capítulo estão as regras para essa obrigação. 
Capítulo XII – Do Licenciamento: assim como o registro, o veículo precisa 
estar com o licenciamento em dia. Aqui estão algumas regras para isso. 
Capítulo XIII – Da Condução de Escolares: o serviço de conduzir veículos 
destinados ao transporte coletivo de alunos é tão importante que ganha um capítulo 
especial, que estabelece regras para a autorização, inspeção, equipamentos e 
habilitação do condutor. 
Capítulo XIII-A – Da Condução de Moto-Frete: esse serviço profissional 
ganhou um capítulo com a Lei Nº 12.009/2009. Ele versa sobre os requisitos para o 
exercício legal dessa atividade. 
Capítulo XIV – Da Habilitação: é um dos capítulos mais importantes. Ele versasobre o processo de habilitação que confere aos cidadãos o direito de dirigir. Apesar 
de ter 20 artigos, muita coisa desse processo é detalhada pelas resoluções do 
Contran. Vários de seus artigos já foram atualizados por outras leis. 
Capítulo XV – Das Infrações: é o maior capítulo do Código de Trânsito. Seus 
artigos descrevem quais são as infrações de trânsito e suas respectivas penalidades. 
Mais adiante, você vai conhecer melhor essa parte. 
Capítulo XVI – Das Penalidades: a multa pecuniária, ou seja, a necessidade 
de pagar determinado valor ao órgão de trânsito, não é a única penalidade aplicada 
a quem comete uma infração. Aqui, todas elas são descritas e detalhadas. 
16 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Capítulo XVII – Das Medidas Administrativas: além das penalidades descritas 
no capítulo anterior, uma infração também pode resultar em medidas como a remoção 
do veículo. Aqui, essas ações são detalhadas. 
Capítulo XVIII – Do Processo Administrativo: quando um motorista é autuado, 
ele não sofre as penalidades diretamente. É aberto um processo administrativo, no 
qual ele terá respeitado seu direito à ampla defesa. Em duas seções, esse capítulo 
versa sobre a lavratura do auto de infração e o julgamento das autuações. 
Capítulo XIX – Dos Crimes de Trânsito: Dependendo da gravidade da conduta 
do motorista, ele estará cometendo um crime de trânsito, e não uma infração. Nesse 
caso, terá outras punições (como a detenção ou reclusão) e responderá judicialmente. 
As disposições gerais e descrição dos crimes e penas estão nesse capítulo, dividido 
em duas seções. 
Capítulo XX – Disposições Finais e Transitórias: é o último capítulo do Código 
de Trânsito Brasileiro. Ele versa sobre prazos para resoluções do Contran, destinação 
de receitas de multas e outros detalhes de interesse apenas dos órgãos de trânsito. 
Os 341 artigos do Código de Trânsito estão, portanto, divididos entre esses 20 
capítulos que você acabou de conhecer. 
 
SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO 
 
O conceito de Sistema Nacional de Trânsito pode ser encontrado no próprio 
Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 5º: O Sistema Nacional de Trânsito é o 
conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, 
administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, 
formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação 
do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e 
aplicação de penalidades. 
17 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Essa definição abrange diversos órgãos e entidades com competência 
municipal, estadual, federal e Distrito Federal, atribuindo-lhes algumas funções 
administrativas e punitivas. 
O Sistema Nacional de Trânsito – SNT tem por objetivos básicos, estabelecer 
as diretrizes da Política Nacional de Trânsito, visando a segurança, fluidez, conforto, 
defesa ambiental, e à educação para o trânsito e ainda fiscalizar seu cumprimento. O 
SNT é responsável por realizar uma padronização de ações de seus órgãos, mediante 
fixação de normas e procedimentos relativos a critérios técnicos, financeiros e 
administrativos para a execução das atividades de trânsito para que não haja 
controvérsias entre as ações de seus órgãos. 
 
O Sistema Nacional de Trânsito é um complexo de órgãos que juntos garantem 
o perfeito funcionamento do trânsito no país. Estes órgãos têm competências 
nacionais, estaduais ou municipais e visam, de acordo com a sua competência, 
regular, planejar, pesquisar, normatizar, educar e fiscalizar tudo que for relativo ao 
trânsito de pessoas ou de veículos, em vias rurais e urbanas dentro do território 
nacional. 
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Faculdade de Minas 
Para desempenhar o papel normativo dentro do Sistema Nacional de Trânsito, 
foram criado os conselhos: Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, com uma 
atuação em todo território nacional; os Conselhos Estaduais de Trânsito – CETRAN, 
tendo uma atuação restrita apenas ao uma unidade federativa; e o Conselho de 
Trânsito do Distrito Federal – CONTRADIFE, com as mesmas funções do CETRAN. 
 
CONTRAN – (CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO) 
 
Com sua sede em Brasília, DF, o CONTRAN é órgão máximo normativo, 
consultivo e coordenador da Política de Trânsito e do Sistema Nacional de Trânsito. 
O CONTRAN é composto de membros de diversos ministérios da 
administração pública e se reúne ordinariamente uma vez ao mês com intuito de tratar 
sobre as questões referentes à Política Nacional de Trânsito; coordenar os órgãos de 
trânsito, visando a integração dos mesmos; zelar pelo cumprimento da legislação de 
trânsito vigente; discorrer sobre as multas e sanções aplicáveis em caso de 
descumprimento das normas de trânsito; responder sobre as consultas que lhe forem 
formuladas, relativas à aplicação da legislação de trânsito; normatizar sobre o 
procedimento de habilitação de condutores de veículos; definir questões referentes à 
aprovação, alteração ou complementação dos dispositivos de sinalização e os 
equipamentos de trânsito; apreciar recursos de decisões inferiores e apreciar 
questões de conflitos de competência ou circunscrição. 
 
CETRAN – CONSELHO ESTADUAL DE TRÂNSITO E CONTRADIFE 
 
Os CETRAN (Conselho Estadual de Trânsito) são órgãos subordinados ao 
CONTRAN presentes em cada estado do país, juntamente com o CONTRADIFE 
(Conselho de Trânsito do Distrito Federal) que tem competência no Distrito Federal. 
O CETRAN e o CONTRADIFE são órgãos de natureza colegiada, normativa, 
consultiva e coordenativa do Sistema Brasileiro de Trânsito, competentes para julgar 
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recursos interpostos contra penalidades aplicadas por órgãos executivos de trânsito 
e rodoviários dos estados e municípios. 
Algumas das principais atividades específicas dos CETRAN são: cumprir a 
fazer valer as normas de trânsito vigentes; elaborar normas de trânsito de acordo com 
sua competência; estimular e orientar a realização de campanhas educativas de 
trânsito; dirimir conflitos sobre a circunscrição e competência de trânsito no âmbito 
municipal e enviar relatórios de suas atividades ao CONTRAN. 
 
ÓRGÃOS E ENTIDADES EXECUTIVOS DE TRÂNSITO DA UNIÃO, 
DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS 
 
Estes são os órgãos competentes direta de fazer cumprir a legislação de 
trânsito e aplicar as multas para os infratores, sendo outras atribuições relevantes dos 
mesmos: controlar o processo de formação, reciclagem de condutores de veículos; 
administrar a expedição e cassação de Licença de Aprendizagem, Permissão para 
Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante delegação do órgão federal 
competente; vistoriar, as condições de segurança veicular; junto com as Polícias 
Militares, estabelecer diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito; coletar 
dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas e 
realizar projetos de educação no trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas 
pelo CONTRAN. 
 
DENATRAN – (DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO) 
 
O DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito é o órgão máximo 
executivo da União. Cumpre a ele, dentre várias atribuições, fazer cumprir a 
legislação de trânsito vigente estabelecida pelo CONTRAN; supervisionar os outros 
órgãos delegados para garantir a execução da Política Nacional de Trânsito; combate 
a violência no trânsito, com projetos de preservação do ordenamento e da segurança 
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Faculdade de Minas 
do trânsito; criar e supervisionar projetos referentes a engenharia, educação, 
administração, policiamento e fiscalização do trânsito para que haja uma unificação 
dos procedimentos de trânsito; se responsabilizar pela emissão de documentos de 
habilitação de condutores e licença de veículos; controlar o sistema de multas eadministrar seus órgãos inferiores para que haja eficiência na aplicação das mesmas; 
elaborar junto a outros órgãos do governo, programas de educação no trânsito e 
prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao CONTRAN. 
 
DETRAN – (DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO) 
 
O DETRAN é um órgão executivo de natureza e competência estadual, 
presente em cada estado do país estando subordinado ao DENATRAN. São funções 
do DETRAN: supervisionar se as normas de trânsitos e suas sanções em caso de 
descumprimento estão sendo cumpridas; acompanhar e supervisionar a emissão de 
carteiras de habilitação e licenças de acordo com sua circunscrição; fiscalizar se as 
condições de segurança dos veículos estão sendo cumpridas e ainda se os veículos 
possuem documentação válida; estabelecer junto a Polícia Militar, diretrizes, para o 
patrulhamento ostensivo das vias de trânsito; aplicar diretamente as punições de 
transito para os infratores; fazer pesquisa e coleta de dados sobre o sistema de 
trânsito local; promover e colaborar com projetos de educação no trânsito e manter 
contato frequente sobre os documentos emitidos e multas aplicados com os outros 
órgãos de trânsito do Sistema Nacional de Trânsito para que o mesmo funcione de 
acordo com seu interesse. 
 
D.N.I.T – (DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA – ESTRUTURA DE 
TRANSPORTES) 
 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte é o órgão máximo 
de execução de obras relativas ao trânsito. O DNIT é encarregado de executar obras 
relativas à infraestrutura dos segmentos de viação, assim como suas reformas, 
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ampliações e manutenções. É um órgão do executivo federal, dirigido por cinco 
diretores nomeados pelo Presidente da República e administrado com verbas diretas 
da União para execução das obras. 
Cabe ao DNIT administrar as infraestruturas de transportes no território 
nacional, sendo elas vias navegáveis, ferrovias ou rodovias federais, instalações e 
vias de transbordo e de interface intermodal ou instalações portuárias, elaborando e 
executando projetos de obras juntamente com seus órgãos subordinados. 
Dentre várias competências do DNIT se destacam: Executar as políticas 
formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração 
de Políticas de Transporte – CONIT, para melhoria e implementação da infraestrutura 
do Sistema Federal de viação; promover estudos na área da engenharia rodoviária, 
aquaviário ou ferroviária e analisar também o impacto ambiental de possíveis obras; 
estabelecer padrões e programas para a constante manutenção das vias e de suas 
sinalizações; promover ações educativas visando a redução de acidentes, em 
articulação com órgãos e entidades regionais; elaborar um relatório anual dos projetos 
e obras realizados; elaborar relatórios e estatísticas sobre as atividades portuárias, 
aquaviária, ferroviária e rodoviárias sob sua administração e submeter anualmente ao 
Ministério dos Transportes a sua proposta orçamentária assim como as alterações 
orçamentárias que se fizerem necessárias. 
 
D.E.R. – (DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E RODAGEM) 
 
O Departamento de Estradas e Rodagem é um órgão de competência 
estadual, presente em todos os estados do Brasil, com o fim de promover, administrar, 
fiscalizar e supervisionar as obras rodoviárias e os transportes de suas respectivas 
circunscrições. 
Compete ao DER: elaborar, executar e fiscalizar serviços técnicos e 
administrativos para o melhoramento das estradas de rodagens estaduais, inclusive, 
pontes e demais obras de artes especiais; fiscalizar os serviços intermunicipais do 
sistema Estadual de transportes rodoviário e terminais rodoviários, aeroportuários e 
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Faculdade de Minas 
hidro portuários; realizar os a revisão periódica do Plano de Rodoviário Estadual, bem 
com manter atualizado a mapa rodoviário do Estado; ajudar prestando assistência 
técnica aos municípios no desenvolvimento de seus sistemas rodoviários e 
administrar estradas de rodagem federais, situadas no território do Estado, por conta 
e delegação de órgão federal. 
 
JARIS – (JUNTAS ADMINISTRATIVAS DE RECURSOS E 
INFRAÇÕES) 
 
As JARI são órgãos colegiados, componentes do Sistema Nacional de 
Trânsito, responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos de penalidades 
aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito. Existe, junto aos órgãos 
executivos de trânsito um número de JARIs necessários para julgar, os recursos 
interpostos nestes órgãos executivos. 
Compete às JARIs: julgar os recursos interpostos pelos infratores além de 
manter estreito contato com os órgãos executivos correspondentes para que exista 
um trabalho conjunto para dinamizar as decisões de ambos os órgãos. A JARI terá 
no mínimo, três integrantes, para seu efetivo funcionamento. 
 
P.R.F. – (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL) 
 
A Polícia Rodoviária Federal é um órgão fiscalizador do trânsito rodoviário do 
país, visando a eficácia da aplicação das leis de trânsito e, portanto, melhorando a 
segurança nas vias terrestres federais. 
Dentre as principais atribuições da Polícia Rodoviária Federal estão: cumprir a 
legislação e as normas de trânsito de acordo com suas atribuições; realizar 
patrulhamento, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o 
objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o 
de terceiros; aplicar e arrecadar multas impostas por infrações de trânsito além de 
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Faculdade de Minas 
valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de 
veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas; fazer investigação nos locais 
de acidentes de trânsito e prestar o devido atendimento, socorro e salvamento de 
vítimas; proporcionar a livre circulação nas rodovias federais; coletar dados 
estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando 
ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão 
rodoviário federal; implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e 
Educação de Trânsito e ainda fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído 
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga. 
 
P.M.E. – (POLÍCIA MILITAR DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL) 
 
A Polícia Militar Estadual exerce um apoio aos órgãos de trânsito e de acordo 
com convênios firmados ela pode adquirir competência de executar a fiscalização de 
trânsito, como agente do órgão ou entidades executivas de trânsito ou executivas 
rodoviárias, juntamente com os demais agentes credenciados. 
 
CIRETRAN – (CIRCUNSCRIÇÃO REGIONAL DE TRÂNSITO) 
 
As Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRAN) são órgãos regionais do 
Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN competentes a promoção e a 
realização dos serviços de trânsito na sua respectiva circunscrição além de executar 
registros referentes a Veículos, multas, Carteiras Nacionais de Habilitação, Taxa 
Rodoviária única, guarda e liberação de Veículos e apreensão de Veículos. 
 
 
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CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO E AS RESOLUÇÕES DO 
CONTRAN 
 
O atual Código de Trânsito Brasileiro revogou o antigo Código Nacional de 
Trânsito, porém várias foram as leis que alteraram o Código de Trânsito Brasileiro. O 
Código de Trânsito Brasileiro costuma ser modificado por diversas resoluções, porém 
não deveria ser assim, as resoluções somente deveriam completar a legislação e não 
a alterar. Porém, há muitos casos em que as Resoluções do CONTRAN modificam, 
literalmente o CTB. O Código de trânsito Brasileiro, é regido por diversos princípios, 
entre eles citamos o principal que é o princípio de proteção prioritária a vida, conforme 
especifica os artigos 1º, §5º e artigo 269, § 1º do Código de Trânsito Brasileiro. 
“Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território 
nacional,abertas à circulação, rege-se por este Código. § 5º Os órgãos e entidades 
de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas 
ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente.” 
“Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das 
competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá 
adotar as seguintes medidas administrativas: § 1º A ordem, o consentimento, a 
fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de 
trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade 
física da pessoa.” 
Portanto, o Código de Trânsito Brasileiro, não visa arrecadação de fundos para 
o estado ou nem punição de condutores que cometem infrações de trânsito, visa sim 
garantir a integridade física do cidadão. 
O artigo 1º, § 1º do CTB, conceitua o que é transito portanto, transito, segundo 
o Código de Trânsito Brasileiro é: Art 1º, § 1º do CTB: “Considera-se trânsito a 
utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos 
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de 
carga ou descarga”. 
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Faculdade de Minas 
Ou seja, a simples utilização das vias de circulação sejam elas rurais, ou 
urbanas, já é considerado trânsito. Por exemplo, um carroceiro que transporta objetos 
para um sítio, na zona rural, de acordo com o CTB, conceitua como trânsito, estando 
ele sujeito a aplicação do Código de Trânsito Brasileiro. Só lembrando que o CTB, 
não tem por finalidade punir um condutor que comete uma infração de trânsito, e sim 
tem por objetivo educá-lo de forma que este[condutor, infrator], não venha a cometer 
novamente a mesma infração, protegendo assim o bem maior tutelado que é a vida, 
pois evitando o cometimento de infrações o Código de Trânsito Brasileiro evita a 
ocorrência de acidentes por usuários das vias de circulação terrestres. 
O artigo 2º do CTB no seu parágrafo único, dá outras classificações para os 
locais de aplicação do CTB: “Art. 2º. São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as 
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que 
terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, 
de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais. Parágrafo 
único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias 
abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios 
constituídos por unidades autônomas.” 
De acordo com o código qualquer lugar onde tenha via terrestre, aplica-se o 
CTB, um exemplo, os condomínios fechados, aqueles condomínios autônomos, 
também estão sujeitos ao CTB, complementando, condomínios autônomos são 
aqueles formados por casas, os condomínios verticais, pois há vias abertas nestes 
condomínios. 
Para efeitos do Código de trânsito Brasileiro, não são considerados vias 
terrestres, pátios internos de quartéis (pois estes estão sujeitos a legislações 
próprias), os estabelecimentos comerciais, como estacionamento de shopping 
centers, supermercados e outros, postos de gasolinas. Os outros estabelecimentos 
que não são considerados “de livre acesso”, aqueles que por qualquer motivo podem 
ser fechados não permitindo a entrada de pessoas. 
 
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CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DE TRÂNSITO 
 
As infrações de trânsito estão classificadas no artigo 161, do CTB: As infrações 
são consideradas como a inobservância do Código de Trânsito Brasileiro, desde que 
a conduta inobservada esteja prevista dos artigos 162 ao 255 do CTB. Por exemplo, 
o Código de Trânsito, nas suas disposições preliminares, explica que todo motorista 
ter atenção ao conduzir seu veículo, inclusive ter atenção ao abrir a porta, tanto do 
passageiro, quanto do condutor, porém não existe nenhuma infração de trânsito para 
o condutor ou passageiro que abre a porta do veículo sem prestar a tenção na via e 
causa um acidente. Concluímos então que as infrações de trânsito devem estar 
tipificadas no código de trânsito brasileiro. 
As medidas administrativas, são aquelas previstas no artigo 260 do CTB, são 
aplicadas pela autoridade de trânsito e seus agentes nas esferas de suas atribuições, 
competências e circunscrições. Por exemplo, o agente de trânsito, autua e remove 
um veículo cujo condutor ou o veículo estejam irregulares. A autoridade de trânsito 
no caso do mesmo veículo, multa e recolhe o veículo. 
O capítulo III, do artigo 26 ao artigo 67 do CTB, referem-se as normas gerais 
de circulação e conduta, mais claramente, ao comportamento ideal do condutor. O 
Capitulo XV, refere-se as infrações e suas consequências. Só acrescentando que os 
capítulos III e XV se interagem. 
 
AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO 
 
Com relação ao auto de infração, este por sua vez não é uma medida 
administrativa, é um ato administrativo, e tem por finalidade documentar a prática de 
uma infração de trânsito. Para concluir acrescentamos que existem duas esferas de 
competência na aplicação das autuações de trânsito, um estadual, existindo um total 
de 63 infrações, sendo estas infrações toas referentes, em regra geral, a condutores, 
documentação, além do ato de permitir, entregar ou confiar a direção de veículos 
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Faculdade de Minas 
automotores. A segunda esfera é a esfera municipal, totalizando 164, infrações de 
trânsito, todas aquelas relacionadas com circulação, parada e estacionamento. 
Para que um agente de trânsito, por exemplo a polícia militar, realize autuações 
em ambas as esferas, é necessária a existência de um convênio por parte dos órgãos 
executivos responsáveis, por exemplo em um município a polícia militar só poderá 
autuar se houver convenio entre o batalhão responsável e o município de atuação. A 
mesma coisa ocorre na esfera estadual, porém, no caso do estado de São Paulo, o 
fato da Policia Militar e o DETRAN pertencerem à mesma secretaria extingue a 
necessidade do convenio pelo fato das duas instituições pertencerem a mesma pasta 
do Governo Estadual. 
 
PENALIDADES ADMINISTRATIVAS DO CTB 
 
O CTB no seu artigo 256 determina que a autoridade de trânsito na esfera das 
competências estabelecidas no código e dentro da sua circunscrição, deverá aplicar, 
pela inobservância às infrações nele previstas, às seguintes penalidades: 
I – Advertência por escrito; 
II – Multa; 
III – suspensão do direito de dirigir; 
IV – Apreensão do veículo 
V – Cassação da Carteira Nacional de Habilitação; 
VI – Cassação da permissão para dirigir; 
VII – Frequência obrigatória em curso de reciclagem. 
Cada penalidade apresenta a sua particularidade, inicialmente falando da 
“advertência por escrito” que poderá ser aplicada em substituição à multa quando 
tratar-se de infração de natureza leve ou média cometida por condutores ou 
proprietários de veículos. Quando a multa é aplicada aos pedestres esta poderá ser 
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Faculdade de Minas 
substituída por participação do infrator em cursos de segurança viária, à critério da 
autoridade de trânsito. 
Toda infração terá prevista como penalidade pelo menos a multa, podendo ser 
de natureza leve (03 pontos), média (04 pontos), grave (05 pontos) e gravíssima (07 
pontos), sendo todas infrações definidas quanto à gravidade pelo legislador, que 
também previu para um grupo de dez artigos do CTB que são tipos infracionais de 
trânsito de natureza gravíssima atribuída pelo legislador conhecidos como fatores 
multiplicadores (multas agravadas) por três, por cinco e por até cinco vezes1 o valor 
da multa de natureza gravíssima, conforme cada tipo infracional previsto de forma 
específica. 
A suspensão do direito de dirigir será aplicada nos casos previstos pelo CTB 
pelo prazo mínimo de um mês até o máximo de um ano, no caso de reincidência nos 
próximos doze meses, asuspensão será pelo prazo mínimo de seis meses até o 
máximo de dois anos, com critérios estabelecidos pelo CONTRAN. A suspensão 
também se dará sempre que o infrator atingir a soma de vinte pontos em seu 
prontuário de habilitação em doze meses ou quando pela infração cometida, haja 
previsão de forma específica a penalidade de suspensão do direito de dirigir. 
A apreensão do veículo se dará por um prazo de até 30 dias regulamentadas 
pelo CONTRAN. No entanto, há previsão desta penalidade para os tipos infracionais 
determinados, sendo a falta de registro e de licenciamento um deles. Esta apreensão 
se dará depois do encerramento do processo administrativo para aplicação da pena 
e consiste na entrega do veículo pelo proprietário ao depósito credenciado pelo órgão 
que impôs a penalidade, onde permanecerá sob custódia do órgão ou entidade 
apreendedora, com ônus para o seu proprietário. 
A cassação da Carteira Nacional de Habilitação, penalidade imposta ao 
condutor que tiver o seu direito de dirigir suspenso e for flagrado conduzindo veículo 
em via pública ou no caso de reincidência nos tipos infracionais dos artigos 162, 163, 
164, 165, 173, 174 e 175 num período de doze meses, podendo o condutor voltar a 
reabilitar-se após decorridos dois anos da cassação. 
A cassação da Permissão para dirigir se dará pelos mesmos motivos 
ensejadores da cassação da CNH, o diferencial é que a Permissão é o documento de 
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habilitação com validade para um ano. Neste período, o condutor, não cometendo 
nenhuma infração de natureza grave, gravíssima ou reincidência de infração média 
garantirá habilitação definitiva; então, todos os condutores definitivamente habilitados 
renovarão exame médicos e psicológicos de cinco em cinco anos e de três em três 
para aquelas pessoas com idade superior a sessenta e cinco anos de idade. 
Quanto a penalidade de frequência obrigatória em curso de reciclagem o 
legislador apenas inseri-a no rol de penalidades previstas pelo CTB, na legislação 
complementar tratou ela apenas como curso de reciclagem conforme Resolução n° 
182 de 09 de setembro de 2005 do CONTRAN, porém todos infratores para efeito do 
curso é como se nunca tivessem sido habilitados anteriormente, pois terão a carga 
horária de 30h de curso, e após, se aprovados, voltarão à conduzir na categoria de 
habilitação que se encontravam antes da imposição da penalidade de suspensão ou 
cassação da habilitação. 
Para aplicação das penalidades acima previstas os órgãos e entidades de 
trânsito necessitam obrigatoriamente da instauração de um processo administrativo 
que existe no âmbito da função administrativa e prevista pelo CTB e normas 
complementares. 
Teve significativa mudança o processo administrativo previsto pelo CTB, tendo 
em vista a publicação da Súmula Vinculante n° 21 que afirma que é inconstitucional 
a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para a 
admissibilidade de recurso administrativo. O CTB previa o pagamento da penalidade 
de multa para recorrer para segunda instância o que não é mais possível, inclusive 
tendo sido revogado o § 2º do art.288 do CTB pela Lei nº 12.249 de 11 de junho de 
2010. 
A Constituição Federal de 1988 contemplou o termo processo para significar a 
processualidade administrativa, nestes termos: art. 5º, inc. LV: “aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.” 
O Código de Trânsito por ocasião da distribuição de competências atribuiu ao 
CONTRAN a regulamentação do CTB, no entanto, este deixou de regulamentar a 
aplicação da penalidade de advertência por escrito, apreensão do veículo, cassação 
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Faculdade de Minas 
da permissão para conduzir e frequência obrigatória em curso de reciclagem. O CTB 
apenas contemplou no capítulo VIII DO PROCESSO ADMINISTRATIVO a multa, a 
suspensão do direito de dirigir e a cassação da Carteira Nacional de Habilitação. 
Quanto às finalidades do processo administrativo ensina Medauar (2010, p. 168-169), 
As várias finalidades do processo administrativo apresentam-se cumulativas 
sem se excluírem, embora sejam expostas de modo separado, por 
exigências de sistematização científica: Garantia; Melhor conteúdo das 
decisões; Legitimação do poder; Correto desempenho da função; Justiça na 
Administração; Aproximação entre Administração e cidadãos; 
Sistematização de atuações administrativas e facilitar o controle da 
Administração. 
Para a aplicação das penalidades previstas pelo CTB é necessário que estejam 
presentes alguns princípios basilares consagrados na nossa Constituição e na 
legislação infraconstitucional qual sejam: Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito 
Brasileiro) e Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública federal. 
 
AS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS DO CTB 
 
Medidas Administrativas são atos administrativos, com os atributos de 
presunção de legitimidade, imperatividade, auto executoriedade e tipicidade, de 
competência da Autoridade de Trânsito com circunscrição sobre a via ou seus 
agentes. Ensinam Alexandrino, Marcelo e Paulo, Vicente (2009, p. 454-456): 
A presunção de legitimidade ou presunção de legalidade é um atributo 
presente em todos os atos administrativos, quer imponham obrigações, quer 
reconheçam ou confiram direitos aos administrados. Esse atributo deflui da própria 
natureza do ato administrativo, está presente desde o nascimento do ato e independe 
de norma legal que o preveja. A auto executoriedade é qualidade própria dos atos 
inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando ela está 
atuando na condição de poder público. A necessidade de defesa ágil dos interesses 
da sociedade justifica essa possibilidade de a administração agir sem prévia 
intervenção do Poder Judiciário. A imperatividade decorre do denominado poder 
extroverso do estado. Essa expressão é utilizada para representar a prerrogativa que 
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Faculdade de Minas 
o poder público tem de praticar atos que extravasam sua própria esfera jurídica e 
adentram a esfera alheia, alterando-a, independentemente da anuência prévia de 
qualquer pessoa. (p.454-457). 
Elas têm como objetivo principal e prioritário a proteção à vida e à incolumidade 
física das pessoas, evitar que certas infrações continuem ou se repitam, com todas 
as suas consequências, assim como servir de instrumento para aplicação de algumas 
penalidades administrativas do CTB. Para diversos tipos infracionais previstos no 
CTB do art.162 ao art.255, há previsão de implementação de mais de uma medida 
administrativa por infração cometida. 
Não suprimem a aplicação das penalidades por infrações estabelecidas no 
CTB, há situações em que são implementadas em caráter complementar a estas. 
Diferentemente da penalidade, a aplicação de medida administrativa independe de 
processo administrativo. Nem sempre elas serão executadas de imediato à autuação 
já que algumas delas dependem da aplicação da penalidade, como no caso do 
recolhimento da habilitação derivada da suspensão do direito de dirigir, bem como, 
da remoção do veículo no caso da aplicação da penalidade de apreensão do veículo. 
Elencadas no art. 269 do CTB assim descritas: 
a) Retenção do veículo; 
b) Remoção do veículo; 
c) Recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; 
d) Recolhimento da Permissão para Dirigir; 
e) Recolhimento do Certificado de Registro; 
f) Recolhimento do Certificado de Licenciamento; 
g) Transbordo do excesso de Carga; 
h) Realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia 
de substância Entorpecente ou que determine 
dependência física ou psíquica; 
i) Recolhimento de animais que se encontrem soltos nas 
vias e na faixa de domínio das vias de circulação, 
restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento 
de multas eencargos devidos. 
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j) Realização de exames de aptidão física, mental, de 
legislação, de prática de primeiros socorros e de direção 
veicular. 
Retenção do veículo 
Medida administrativa que deverá ser aplicada toda vez que for cometida 
infração de trânsito e que o código preveja para esta infração a aplicação desta 
medida e excepcionalmente a adoção ainda de outra para a mesma infração 
cometida. Ex: Art.165 Dirigir sob influência de álcool ou de qualquer outra substância 
psicoativa que determina dependência. – Medida Administrativa – Retenção do 
veículo até apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de 
habilitação. 
A retenção do veículo significa que o veículo deverá permanecer no local do 
cometimento da infração por um lapso temporal necessário apenas para 
regularização desde que as circunstâncias assim o permitam. As infrações de trânsito 
previstas pelo CTB encontram-se todas descritas no capítulo XV do CTB, do artigo 
162 ao 255. 
Remoção do veículo 
Trata-se de medida administrativa que independe de processo e que tem a 
finalidade de cessar a violação da norma, através da retirada do veículo de 
determinado local, utilizando-se de guincho ou similar, o qual é encaminhado para 
depósito fixado pela autoridade com circunscrição sobre a via. 
ABREU, Waldir de (1998, p.120) relaciona a remoção do veículo à finalidade 
de desobstrução da via pública: A remoção do veículo é medida administrativa que 
tem por objetivo proceder à desobstrução da via pública, em favor de seus usuários, 
seja nos acostamentos ou calçadas, ou onde lhe seja vedado permanecer. Rizzardo 
(2003, p.120) destaca a necessidade de remoção para um local permitido ou 
determinado pela Autoridade de Trânsito: A remoção equivale ao deslocamento ou 
ao afastamento de um local onde se encontra o veículo para um local permitido ou 
ordenado pela autoridade. Retira-se ou afasta-se de um lugar inconveniente o bem, 
para desobstruir, a via ou o passeio. 
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O sentido é mais profundo do que uma simples transferência de posição ou 
lugar, eis que requer a colocação em lugar permitido ou determinado. A medida 
administrativa de remoção do veículo, entretanto, não está associada apenas às 
infrações relacionadas a estacionamentos irregulares, mas também a outras 
infrações em que está prevista a penalidade de apreensão do veículo. Assim, 
entende-se que a remoção do veículo visa restabelecer as condições de segurança 
e a fluidez da via e, ainda, possibilitar a aplicação da penalidade de apreensão do 
veículo. 
Consiste em deslocar o veículo do local onde é verificada a infração, para 
depósito fixado pela Autoridade de Trânsito com circunscrição sobre a via (artigo 271 
do CTB). Adotando a melhor doutrina, considera-se que a remoção do veículo deixará 
de ser aplicada, como medida administrativa, se o responsável estiver presente e se 
dispuser a retirá-lo do local em que se encontra estacionado de forma irregular, desde 
que isso ocorra antes que o veículo destinado à remoção esteja em movimento com 
destino ao depósito fixado pela Autoridade de Trânsito. Conforme o habeas corpus nº 
63.065, relatado pelo Desembargador Euclides Custódio Silveira do Tribunal de 
Justiça de São Paulo (apud PINHEIRO, 2001, p. 482): 
É ilegal guinchar o veículo estacionado momentaneamente em local proibido 
se o responsável presente se dispõe a retirá-lo incontinenti. Assim, opondo-se ele a 
insistência do guarda de trânsito em executar o ato ilegal, não comete o crime de 
resistência ou qualquer outro. Este procedimento não se aplica aos casos em que o 
veículo deva ser removido em decorrência da previsão de penalidade de apreensão 
do veículo. Como se vê, a remoção do veículo e a retenção do veículo, não se 
confundem, pois são medidas administrativas distintas com natureza jurídica diversa. 
 
Recolhimento da carteira nacional de habilitação 
Medida Administrativa que será adotada de acordo com a previsão do CTB 
para a infração cometida. Medida está assim denominada pois trata-se do 
recolhimento daquelas habilitações de condutores que não se encontram mais 
naquele período de doze meses que poderíamos denominar “condutores 
permissionários” e condutores efetivos. Ex: Art.173. 
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Disputar corrida por espírito de emulação. Medida Administrativa: 
Recolhimento do documento de habilitação. Portanto como é previsível que 
condutores “permissionários” cometam esta infração aos moldes de condutores 
efetivos, o legislador denominou a medida administrativa neste caso como 
recolhimento do documento de habilitação tendo em vista que o infrator poderia ser 
qualquer um deles e ser denominada de recolhimento da permissão para dirigir. 
Esta medida está prevista para todos aqueles tipos infracionais em que a pena 
prevista além da multa é também a suspensão do direito de dirigir. Evidentemente 
que recolher o documento de habilitação por ocasião da constatação da infração 
caracteriza pelo menos o cerceamento do direito ao contraditório e a ampla defesa. 
Recolhimento da permissão para dirigir 
Medida administrativa já abordada no item anterior por tratar-se do 
recolhimento do documento de habilitação daquele infrator permissionário ao qual foi 
concedido a oportunidade de conduzir veículos automotores por doze meses e após 
senão cometer nenhuma infração gravíssima, grave ou reincidente de infração média 
estaria apto a receber a habilitação efetiva com validade de cinco anos. 
É notório que o legislador optou para fazer distinção de ambos documentos de 
habilitação, porém com a mesma finalidade, até para uma melhor compreensão do 
texto legal. Ambos documentos de habilitação serão recolhidos além das previsões 
pelos tipos infracionais, quando houver suspeita de inautenticidade ou adulteração, 
sempre com contra recibo. 
 
Recolhimento do certificado de registro 
Medida administrativa que será aplicada para aqueles tipos infracionais 
previstos e se houver suspeita de inautenticidade ou adulteração, ou se alienado o 
veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de trinta dias. Medida esta de 
complexa implementação, tendo em vista que o Certificado de Registro não é 
documento de porte obrigatório na condução de veículo automotor, logo o condutor 
ou proprietário não portarão este documento. O verso do Certificado de registro é 
utilizado para realizar a transferência do veículo por ocasião da venda. 
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Recolhimento do certificado de licenciamento anual 
Medida administrativa que será implementada sempre quando o tipo infracional 
prever que ela seja executada. As autoridades de trânsito ou seus agentes deverão 
recolhê-lo sempre que o tipo infracional prever a penalidade de apreensão do veículo 
e ou quando um veículo for retido por alguma irregularidade e esta não puder ser 
satisfeita no local da fiscalização, tão logo satisfeita e apresentado o veículo 
regularizado será restituído o Certificado de Licenciamento Anual (CLA), importante 
salientar que o recolhimento de documentos sempre se dará contra recibo. 
Devendo ser recolhido também sempre que houver suspeita de inautenticidade 
ou adulteração e devendo ser comunicada a autoridade policial do tipo penal 
infringido. Recolher o Certificado de licenciamento e de registro sempre que o artigo 
do tipo infracional prever a penalidade de apreensão do veículo é ato abusivo e ilegal, 
mas infelizmente o CTB prevê estes procedimentos havendo o cerceamento do direito 
fundamental de ir e vir e o direito à ampla defesa e o contraditório, pois é proibido a 
circulação com veículo automotor sem possuir documentos de porte obrigatório e ao 
mesmo tempo recolhendo o documento sem o devido processo legal. 
Transbordo do excesso de carga 
Medida Administrativa implementada pelas autoridades ou seus agentes dosórgãos de trânsito fiscalizadores de veículos transportadores de cargas diversas. 
Toda vez que for flagrado o veículo transportador de carga com excesso de peso, por 
ocasião da fiscalização através de balança rodoviária ou através do documento fiscal 
de porte obrigatório do transportador, será autuado, retido até a realização da 
descarga do excesso verificado para posterior prosseguimento na sua viagem. 
Realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância 
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica 
Medida administrativa adotada sempre que condutores se envolverem em 
acidentes de trânsito ou forem alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir 
sob influência de álcool. Os respectivos testes serão realizados com o emprego de 
aparelhos homologados pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), 
conhecidos popularmente por bafômetros e etilômetros. 
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O CTB estabelece que o agente poderá caracterizar a ingestão de bebidas 
alcóolicas mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos 
notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados pelo condutor. Serão 
aplicadas as medidas administrativas estabelecidas no Art.165 do CTB, ao condutor 
que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos do caput do Art. 277 do 
CTB. Art. 277. 
Todo condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que 
for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool 
será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, 
por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, 
permitem certificar seu estado. O legislador com a redação deste artigo garantiu ao 
condutor de veículo automotor o direito fundamental de não produzir provas contra si 
próprio, mas por outro lado aquele condutor que houver fundada suspeita de 
embriaguez que negar-se a confirmar o seu estado será autuado e será lavrado termo 
de constatação de embriaguez apontando comportamento e apresentação pessoal 
do suspeito. 
Recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e faixa de 
domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o 
pagamento de multas e encargos devidos 
Medida administrativa com um grau maior de dificuldade para sua 
implementação tendo em vista muitas vezes a dificuldade de identificação do 
proprietário dos animais soltos e falta de depósitos para sua colocação e também pela 
falta de regulamentação quanto ao valor das multas e cobrança dos demais encargos. 
O CTB prevê o recolhimento destes animais e prevê também que serão levados à 
hasta pública se não forem reclamados em noventa dias e o dinheiro arrecadado será 
para fazer frente às despesas de remoção e estada destes animais e o valor 
remanescente será depositado à conta do proprietário caso for devidamente 
identificado. 
 
 
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Realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática 
de primeiros socorros e de direção veicular 
Medida administrativa implementada por ocasião do processo de habilitação 
em que o candidato a obtenção da primeira habilitação se sujeitará aos exames 
preliminares de aptidão física, mental(psicológico) e após participará de 30(trinta) 
horas aula teórica em Centro de Formação de Condutores assim distribuídas: 12 
horas/aula de Legislação de Trânsito, 8 horas/aula de Direção defensiva, 4 horas/aula 
de Noções de Primeiros Socorros, 4 horas/aula de Noções de Proteção e Respeito 
ao Meio Ambiente e de Convívio Social no Trânsito e 2 horas/aula de Noções Sobre 
Funcionamento do Veículo de 2 e 4 rodas e após Prática de Direção Veicular 20 
hora/aula. 
Esta medida é de competência privativa dos órgãos e entidades executivos de 
trânsito dos Estados e do distrito federal (DETRAN), sendo executada pelos Centro 
de Formação de Condutores (CFC), que são empresas particulares e prestam serviço 
público. 
 
NOVOS DISPOSITIVOS DO CTB 
 
Após apresentar o panorama da CTB nos tópicos anteriores vale ressaltar que 
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou na edição desta segunda-feira, 
12 de abril de 2021, uma série de resoluções que regulamentam novos dispositivos 
da Lei nº 14.071, de 13 de outubro de 2020, que altera regras do Código de Trânsito 
Brasileiro (CTB). 
Observa-se que a maioria das Resoluções publicadas, referem-se às Portarias 
publicadas pelo Contran e que passou a vigorar a partir do dia 12 de abril de 2021, 
após ter sido sancionada pelo Excelentíssimo Presidente do Brasil Jair Bolsonaro. 
 
 
 
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RESOLUÇÕES 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 842, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Alterou a 
Resolução CONTRAN nº 315, de 08 de maio de 2009, que estabelece a equiparação 
os veículos ciclo-elétricos, aos ciclomotores e os equipamentos obrigatórios para 
condução nas vias públicas abertas à circulação, para adequar a definição de 
ciclomotor ao que prevê o Anexo do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 
A Resolução faz alterações como a definição de ciclomotor (todo veículo de duas ou 
três rodas, provido de motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a 50 
cm³, e cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a 50 km/h. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 843, DE 9 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 691, de 27 de setembro de 2017, que dispõe sobre o exame 
toxicológico de larga janela de detecção, em amostra queratínica, para a 
habilitação, renovação ou mudança para as categorias C, D e E, decorrente da Lei 
nº 13.103, de 02 de março de 2015. 
Dentre as alterações, a nova Resolução define que a validade do exame toxicológico 
será de 90 dias, contados a partir da data da coleta da amostra, “podendo seu 
resultado ser utilizado neste período para todos os fins previstos“. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 844, DE 9 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 723, de 6 de fevereiro de 2018, que dispõe sobre a 
uniformização do procedimento administrativo para imposição das penalidades de 
suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação, previstas 
nos arts. 261 e 263, incisos I e II, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), bem como 
sobre o curso preventivo de reciclagem. 
Essa resolução, dentre vários itens, define os limites de pontos e as penalidades para 
suspensão da CNH, conforme previstas na nova Lei, no período de 12 meses: 
a) 20 pontos, caso constem duas ou mais infrações gravíssimas na pontuação; 
b) 30 pontos, caso conste uma infração gravíssima na pontuação; 
c) 40 pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 845, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 619, de 06 de setembro de 2016 que estabelece e normatiza 
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os procedimentos para a aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o 
repasse dos valores arrecadados, nos termos do inciso VIII do art. 12 da Lei nº 9.503, 
de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e dá 
outras providências. 
Essa resolução determina que o Auto de Infração de Trânsito valerá como notificação 
da autuação “quando for assinado pelo condutor e este for o proprietário do veículo 
ou o principal condutor previamente identificado, desde que conste a data do término 
do prazo para a apresentação da Defesa da Autuação”. A Notificação da Autuação 
constará a data do término do prazo para a apresentação da Defesa da Autuação 
pelo proprietário do veículo, principal condutor ou pelo condutor infrator devidamente 
identificado, que não será inferior a 30 dias, contados da data de expedição da 
notificação da autuação ou publicação por edital. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 846, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 453, 26 de setembro de 2013 de que disciplina o uso de 
capacete desegurança para condutor e passageiro de motocicletas, motonetas, 
ciclomotores, triciclos motorizados e quadriciclos motorizados. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 847, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 292, de 29 de agosto de 2008, que dispõe sobre 
as modificações de veículos previstas nos artigos 98 e 106 da Lei nº 9.503, de 23 de 
setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro e dá outras 
providências, para permitir a alteração do diâmetro externo do conjunto pneu/roda 
para veículos classificados na espécie misto, tipo utilitário, carroçaria jipe. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 848, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 205, de 20 de outubro de 2006, que dispõe sobre 
os documentos de porte obrigatório e dá outras providências. 
Na nova redação da Resolução de 2006, fica determinado que sempre que for 
obrigatória a aprovação em curso especializado, “o condutor deverá portar sua 
comprovação até que essa informação seja registrada no RENACH”. 
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RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 849, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a Resolução 
CONTRAN nº 789, de 18 de junho de 2020, que consolida normas sobre o processo 
de formação de condutores de veículos automotores e elétricos. 
Determina que o Exame de Aptidão Física e Mental será preliminar e renovável com 
a seguinte periodicidade: 
I – a cada 10 anos, para condutores com idade inferior a 50 anos; 
II – a cada 5 anos, para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior 
a 70 anos; e 
III – a cada 3 anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 anos. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 850, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 598, de 24 de maio de 2016, que regulamenta a produção 
e a expedição da Carteira Nacional de Habilitação, com novo leiaute e requisitos de 
segurança. 
Dentre as mudanças, a Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir 
deverá trazer os seguintes dados variáveis: 
– Sobre o portador: nome completo, documento de identidade, órgão emissor/UF, 
CPF, data de nascimento, filiação, fotografia e assinatura; 
– Sobre o documento: Data da 1ª habilitação, categoria do condutor, número de 
registro, validade, local de emissão, data da emissão, assinatura do emissor, código 
numérico de validação e número do formulário RENACH; 
– Campo de observações: deverão constar as restrições médicas e a informação 
sobre o exercício de atividade remunerada, todos em formatos padronizados e 
abreviados. 
RESOLUÇÃO CONTRAN Nº 851, DE 8 DE ABRIL DE 2021 – Altera a 
Resolução CONTRAN nº 810, de 15 de dezembro de 2020, que dispõe sobre 
a classificação de danos e os procedimentos para a regularização, a transferência e 
a baixa dos veículos envolvidos em acidentes. 
 
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Faculdade de Minas 
 
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