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os caminhos sobrenaturais da realeza

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Os Caminhos Sobrenaturais
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3MM
.
KRIS VALLOTTON
& BILL JOHNSON
EDIÇÃO REVISADA
E ATUALIZADA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza 
 
Por 
 
KRIS VALLOTTON & BILL JOHNSON
Endossos 
 
 
A mensagem que este livro contém é tão potente que pode incitar uma revolução de 
pensamento, coração e ação no Corpo de Cristo! Temos experimentado uma Reforma na Igreja, 
mas agora é hora de uma Invasão Real se iniciar. O objetivo de Kris Valloton é demolir a 
“mentalidade escrava” e impulsionar os verdadeiros cristãos avante em direção à verdadeira fé, 
poder e impacto. O Sobrenatural Caminho para a Realeza vai transformar sua vida! 
- James W. Goll 
Cofundador da Encounters Network; Autor de A arte perdida da intercessão, lhe Seer e lhe 
Coming Prophetic Revolution 
 
Kris Valloton é uma das pessoas mais memoráveis que já conhecí. Esperava que este livro fosse 
marcante, como de fato o é. É impossível identificar as fronteiras entre sua vida, sua mensagem e 
sua missão. Em Kris Valloton, todas as três se fundem numa impressionante e bela aventura. O 
leitor seguramente terá aqui uma experiência de mudança de vida. Aproveite! 
- Jack Taylor Presidente do Dimensions Ministries em Melbourne, Flórida. 
 
O Sobrenatural Caminho para a Realeza está destinado a se tornar um clássico e é bem 
oportuno em um mundo em que há pouco pelo que ter esperança. O livro está repleto de uma 
esperança capaz de transportar alguém das trevas da aflição para o seu destino... é uma leitura 
indispensável. 
- Dr. Myles Munroe CEO, Ministério Bahamas Faith; Autor de Redescobrindo O Reino 
 
Kris Valloton é um pastor com um dom profético incomumente poderoso. Ele também é um 
amigo - um amigo de Deus, um amigo para Heidi e para mim, e um íntimo, e intensamente 
estimado, amigo para os estudantes da escola de ministério e para os famintos que buscam a Deus 
de toda parte que têm experimentado a alegria de serem tocados por Deus através do coração de 
Kris. 
Aqueles que lerem este livro serão movidos para as profundezas de seu ser pela revelação do 
amor de Deus trazida por Kris de uma forma como nunca a entenderam. Ele desvenda o 
verdadeiro evangelho que eleva os redimidos à condição de filho e à realeza, trazendo nesse 
processo vida ao coração que foi sufocado pelo peso da rejeição e da opressão. 
- Rolland e Heidi Baker Ministérios Iris 
 
Uau! O inimigo realmente vai odiar este livro! Isso me faz amar O Sobrenatural Caminho 
para a Realeza ainda mais! Uma vez mais, o mestre na arte de contar histórias, Kris Valloton, 
juntamente com Bill Jonhson são verdadeiramente bem-sucedidos em mostrar através das 
Escrituras que, no momento em que se recebe a Cristo, não foi apenas comprado para si algum 
pedaço de terra, Deus simplesmente lhe confia a fazenda toda - e isso nem mesmo foi pedido a 
Ele. Tudo é seu! Sem que saiba disso, você é o rei, o CEO, o chefe em sua herança do Reino, com 
todos os benefícios que o diabo espera que você não descubra. Esse livro vai ensiná-lo a viver a vida 
abundante que Deus planejou de antemão para você, bastando apenas abraçá-la. 
-Steve Shultz The Elijah List www.elijahlist.com
 
Os CAMINHOS SOBRENATURAIS DA REALEZA 
Por 
KRIS VALLOTTON & BILL JOHNSON 
 
TRADUÇÃO 
Lara Freitas 
Fernanda Mello 
Caio Amorim 
Roseli Lima 
 
 
DIGITALIZAÇÃO E EPUB 
Samek Ocimas
Dedicatória 
 
 
Dedico este livro a todos os Santos do mundo que, como José, estão tentando encontrar seu 
caminho da prisão para o palácio.
Então, Samuel contou ao povo a conduta do rei, e a escreveu em um livro, e o colocou diante do 
Senhor. E Samuel despediu todo o povo, cada homem para a sua casa. 
(1 Samuel 10:25)
Prefácio 
 
 
Ao longo da história, grandes movimentos de Deus abalaram nações inteiras. Cada 
derramamento do Espírito acrescentou percepções e experiências necessárias que ajudaram a 
restaurar a Igreja ao seu propósito eterno. No entanto, junto à nova paixão e às conversões em 
massa, Deus sempre acrescentou outro fator: um novo elemento de ofensa. Parece ser o caminho 
de Deus. É a Sua maneira de separar o casual do apaixonado, os famintos dos satisfeitos. Para o 
desesperado “todo amargo é doce”. Deus está forjando o Seu povo à Sua semelhança com o fogo 
do avivamento. 
O derramamento do Espírito sempre traz uma maior consciência da nossa pecaminosidade. 
Alguns dos maiores hinos de confissão e arrependimento foram escritos durante esses períodos. A 
revelação do nosso pecado e indignidade é, porém, apenas metade da equação necessária. A 
maioria dos avivamentos não passa desse ponto e, portanto, não consegue sustentar um 
movimento de Deus até que ele se torne um estilo de vida. É difícil construir algo substancial a 
partir de algo negativo. A outra metade da equação é o quão santo Ele é ao nosso favor. Quando se 
percebe isso, nossa identidade muda e nossa fé abraça o propósito de nossa salvação. Em algum 
momento, temos de ir além de simplesmente sermos “pecadores salvos pela graça”. À medida que 
aprendermos a viver a partir de nossa posição em Cristo, realizaremos as maiores façanhas de 
todos os tempos. O que uma geração pode realizar a partir dessa revelação está muito além da 
compreensão. 
Os Caminhos Sobrenaturais da Realeza é uma resposta a tal clamor do coração - um clamor 
erguido pela igreja, pelo próprio Deus, e até mesmo pela natureza (veja Rm 8). Kris Vallotton nos 
leva a uma viagem extremamente excitante através do seu testemunho e das frescas revelações das 
Escrituras que tornaram isso possível. Poucos trilharam esse caminho antes. Alguns o rejeitaram 
com medo de se tornarem orgulhosos, tendo escolhido a imaturidade perpétua como resultado 
disso. Muito do que se deseja na vida é encontrado na tensão entre realidades conflitantes. Assim, 
para os fracos na fé, a confiança parece ser arrogância. A fé deve se elevar além do padrão aceito 
para se tornar em um estilo de vida que represente com precisão o vitorioso Filho de Deus. 
Devemos confiar mais na capacidade de Deus em nos guardar do que confiamos na capacidade do 
diabo em enganar. 
Kris e eu temos andado juntos em aliança por quase 28 anos. Tenho assistido essa revelação 
transformadora do homem e tenho visto a graça curadora de Deus sendo derramada sobre uma 
vida quebrantada. Hoje, Kris serve o Corpo de Cristo como um homem extraordinariamente 
dotado, um testemunho vivo da força de Deus sendo “aperfeiçoada na fraqueza”. 
Este livro é uma leitura necessária para todos que desejam ir além do status quo, além do estilo 
de vida confortável procurado por muitos. Este livro nos treina para a eternidade, agora. 
 
- Bill Johnson 
Autor de Quando o Céu Invade a Terra
Reconhecimentos 
 
 
Mãe - Obrigado por me amar durante os tempos difíceis e por sempre acreditar em mim. 
Bill Derryberry - Sua vida é uma inspiração para mim. Seu amor me trouxe plenitude. 
Nancy - Você ajudou a tornar meus sonhos realidade. 
Danny, Dann, Charlie, Steve e Paul - Vocês ajudaram a moldar minha vida, minhas ideias e 
meu destino. Obrigado. 
Vanessa e Allison - Obrigado pelas centenas de horas que vocês se entregaram a este trabalho. 
Este livro nunca teria acontecido sem o talento e o apoio de vocês. 
Time Bethel - Uau! Vocês são incríveis! É um privilégio servir com todos vocês. 
Bill e Beni - Todos precisam de amigos como vocês, que estendem sobre a graça em tempos 
difíceis e que veem bondade nos anos escuros. Estou em dívida com vocês pelo resto da minha 
vida. Vocês dois alteraram o curso da história da minha família. Bill, obrigado por escrever este 
primeiro livro comigo. 
Earl - Embora você tenha ido para casa, sua vida continua através de mim. Obrigado por me 
adotar. Sou eternamente grato pela herança. 
Kathy - Você é a mulher dos meus sonhos!
Introdução 
 
 
A escravidão é relegada aos filhos de um deus menor. É a condição de escravos que ainda têm 
dedescobrir sua liberdade no outro lado do rio do batismo e ainda se encontram presos pelo 
príncipe negro da tortura e do tormento. E ele que os leva a uma vida de pobreza, dor e depressão 
através de um jogo diabólico de ilusão. Ele espera conseguir esconder sua verdadeira identidade 
para sempre. Esse mal príncipe alimenta seus cativos com as venenosas rações da religião, con-
vencendo-os de que vão saciar a fome de suas almas por justiça. Esses escravos, de olhos vendados 
pelo próprio pecado, pensam que estão trabalhando pela própria liberdade e se esforçam para 
pavimentar o caminho para fora da prisão com tijolos construídos a partir do barro de lodo da 
justiça própria. No entanto, sem saber, eles estão construindo suas próprias câmaras de morte 
tijolo por tijolo. Pior ainda, dentro da mesma escuridão eles dão à luz filhos, gerando, por fim, 
legados de escravidão a partir da mentalidade de desesperança. 
No entanto, em uma colina lá longe, um Cordeiro que virou Leão desceu a esse campo de 
extermínio através do portal do Gólgota. Forçando Sua entrada pelas portas do inferno, 
Ele enfrentou o príncipe das trevas na mãe de todas as batalhas. Com três cravos e uma coroa de 
espinhos, o Capitão do Exército derrotou o diabo, desarmando eternamente suas armas de 
destruição: o pecado, a morte, o inferno e a sepultura. O pecado não pôde seduzi-Lo, a morte não 
pôde derrotá-Lo, o inferno não pôde mantê-Lo e a sepultura não pôde segurá-Lo. Com 
testemunhas oculares e guerreiros a serviço, Ele foi levantado da superfície da terra. O planeta 
estremecia para liberar seus cativos enquanto o Céu trovejava por receber seu tesouro. Eles não 
estavam esperando apenas a redenção das almas resgatadas, mas a coroação dos filhos que estavam 
para ser revelados. Pois, pelo Seu sangue, o Santo do Resplendor comprou podres e esfarrapados 
pecadores, recriando-nos como Seus justos, Santos reis em exercício. 
Não somos apenas soldados da cruz; somos herdeiros do trono. A natureza divina permeia 
nossa alma, transforma nossas mentes, transplanta nossos corações e transfigura nossos espíritos. 
Fomos feitos para sermos vasos de Sua glória e veículos de Sua luz. 
Talvez sejamos mais bem exemplificados pela linda filha que vai subir ao trono através do 
casamento, porque ela está noiva do Príncipe da Paz. A Câmara Nupcial está sendo construída, a 
festa está sendo preparada e a Noiva está se aprontando. Alternativamente, podemos ser chamados 
Filhos de Deus, Noiva Comprometida, Sacerdócio Real, Menina dos Seus Olhos e uma Nova 
Criação, mas, acima de tudo, uma coisa é certa: nós temos cativado o coração do nosso Amado. 
Ardendo de desejo, Ele montou em Seu cavalo branco, reuniu uma comitiva majestosa e está 
fazendo Seu caminho em direção ao planeta! 
Entretanto, de volta à terra, o povo de Deus está se erguendo e começando a brilhar nesta 
presente escuridão. Seu Exército Real está espalhando a glória do Rei sobre toda a terra enquanto 
tomamos o domínio deste planeta de volta do derrotado. Equipados com a luz do Pai, Seus filhos 
estão encontrando o tesouro enterrado no coração dos homens, que antes estava coberto por 
rochas de ofensa, espinhos de traição e relíquias de religião. Armados com o poder do Espírito 
Santo e comissionados a representar o Filho do Rei, estamos curando os enfermos, ressuscitando 
os mortos e desalojando demônios. Como resultado, escravos estão se tornando príncipes e o reino 
deste mundo já está se tornando o Reino do nosso Deus!
Parte 1: Nosso Chamado Real
01 — Os Apuros da Escravidão 
 
 
Tudo começou em um dia reluzente de verão no primeiro ano do novo milênio, quando 
Nancy, minha assistente pessoal, entrou em meu escritório parecendo bastante perturbada. Depois 
de uma conversa curta decidi arriscar perguntar-lhe o que a estava incomodando. Nancy tem uma 
reputação de dizer a verdade. Com seu olhar penetrando minha alma, ela disse: “Às vezes você diz 
coisas que ferem os sentimentos das pessoas. Você é importante para as pessoas ao seu redor, e 
parece completamente inconsciente do quanto as pessoas valorizam o que pensa delas. Você está 
devastando as pessoas com suas palavras.” Ela continuou lembrando-me de um comentário que 
tinha feito anteriormente. Achava que estava sendo engraçado, mas, ao invés disso, aparentemente 
eu tinha feito dela a minha última vítima. Pedi-lhe desculpas, mas, honestamente, eu realmente 
não pensei muito naquilo. Afinal, pensei, Nancy é muito sensível e eu tinha ficado acostumado a 
ser “mal compreendido" a maior parte da minha vida. Dei prosseguimento ao meu dia e 
praticamente me esqueci da nossa conversa. 
Naquela noite, ao ir para a cama e adormecer, eu tive um sonho. No sonho, uma voz repetia 
esta passagem das Escrituras: “Por três coisas se inquieta a terra; e por quatro que ela não consegue 
suportar: Pelo servo, quando reina” (Pv 30:21-22a). Às três da manhã, eu acordei me sentindo 
tonto, mas com um profundo sentimento de pesar. Sentei-me contra a cabeceira e tentei reunir 
meus pensamentos. 
Então, ouvi o Senhor, que também parecia triste, perguntar-me: “Você sabe por que a terra 
não pode suportar quando um escravo se torna rei sobre ela?” 
“Não”, eu disse: “Mas tenho a sensação de que Você vai me dizer.” 
O Senhor continuou: “Um escravo nasce na insignificância. Enquanto cresce, ele aprende com 
a vida que não tem qualquer valor e que suas opiniões realmente não importam. Portanto, quando 
se torna um rei, ele é importante para o mundo em torno de si, mas ainda se sente insignificante 
em seu reino interior. Em consequência disso, ele não mede suas palavras ou a maneira como se 
comporta. Ele acaba por destruir as pessoas que é chamado a liderar. Você, meu filho, é um es-
cravo que se tornou um rei.” 
Através das primeiras horas da manhã, o Senhor começou a me ensinar sobre a minha 
identidade de príncipe. Ele me levou a vários trechos das Escrituras e me mostrou o quão 
importante é que Seus líderes se portem como príncipes e princesas, porque somos filhos e filhas 
do Rei. O primeiro exemplo que Ele me mostrou foi o de Moisés. Ele me perguntou: “Você sabe 
por que Moisés teve que ser criado na casa de Faraó?” 
Eu respondi: “Não.” 
“Moisés nasceu para liderar a libertação dos israelitas da escravidão. Moisés teve que ser criado 
na casa de Faraó para que pudesse aprender a ser um príncipe e não ter uma mentalidade de 
escravo. Um líder que é escravo internamente não pode libertar aqueles que estão na escravidão 
exterior. Os primeiros 40 anos da vida de Moisés foram tão importantes quanto os 40 anos que 
passou no deserto.” 
Quando o Senhor disse isso foi aberta para mim uma porta para a experiência de Moisés. 
Comecei a imaginar o que deve ter sido para ele ser criado como um filho do rei. Ele sempre devia 
estar certo de que era importante. Ele devia estar acostumado a ter as pessoas prestando atenção ao 
que ele dizia e fazia. Ele devia ter se acostumado a ser aceito e amado. Estou certo de que todos 
riam de suas piadas, mesmo quando elas não eram engraçadas! 
Por Moisés saber que era importante, ele tinha confiança. Vi que, sem essa confiança, ele 
provavelmente nunca se sentiria capacitado a fazer qualquer coisa para ajudar seus irmãos hebreus. 
Na verdade, se ele tivesse sido criado como um escravo poderia nunca ter-lhe ocorrido fazer 
qualquer coisa a respeito da injustiça que percebeu. Como um príncipe e um hebreu, o contraste 
entre a sua situação e a deles criou um conflito em sua alma a respeito do qual ele tinha que fazer 
algo. Era injusto ele ser bem tratado e eles não. Eles também eram importantes. 
Infelizmente, quando tentou intervir para ajudá-los pela primeira vez, a mentalidade de 
escravos deles os impediu de entender de onde ele havia sido enviado. Ele pensou que eles 
mereciam ser tratados como ele era, mas eles pensaram que ele estava apenas tentando ser 
importante quando realmente não era: “Quem fez de você umpríncipe?” As mentalidades estavam 
em completo conflito. 
Quanto mais eu pensava sobre o tipo de pessoa que Moisés devia ter sido, mais via o tipo de 
pessoa que podemos ser quando somos ensinados que somos importantes e quando não somos 
inseguros sobre quem somos. Também percebi que não era como Moisés. Como vou descrever no 
próximo capítulo, não cresci com a ideia de que eu era importante. Isso me levou a desenvolver um 
conjunto de comportamentos que alguém como Moisés provavelmente nunca teria apresentado. 
Mesmo depois que eu fui salvo, muitos desses comportamentos ficaram por perto. Vi que o 
confronto de Nancy era sobre mais do que simplesmente ela ser sensível e eu ser mal interpretado, 
que foi o jeito que quis interpretar. Era sobre fazer coisas que sempre fiz, mas que já não são 
consistentes com o que Deus diz que eu sou. 
Mais importante, vi que se continuasse a fazer essas coisas iria, finalmente, como o Senhor 
tinha dito, destruir as pessoas que estava tentando liderar. Sabia que esse confronto seria 
provavelmente um dos muitos que viriam na estrada para sair da escravidão e entrar na minha 
identidade como um príncipe. Também sabia que se não começasse a andar por esse caminho isso 
custaria tremendamente não apenas para mim, mas também para aqueles ao meu redor. 
Este livro compartilha as experiências e revelações que o Senhor tem usado para me ensinar 
como deixar a escravidão para trás e pensar, agir e andar na autoridade e no poder do meu 
chamado real e sacerdotal. Haja vista que essa formação começou quando eu estava em uma 
posição de liderança em minha igreja, o Senhor deixou claro que o que estava aprendendo não era 
só para me transformar, mas para me equipar para ajudar a promover uma cultura de realeza ao 
meu redor. Isso resultou em ter o privilégio de supervisionar uma escola de ministério, onde o 
objetivo principal é ensinar aos crentes como andar como príncipes e princesas. Antes de co-
meçarmos a escola, o Senhor me disse: “Eu quero que você ensine aos alunos como se comportar 
na presença da realeza. Eles são chamados à realeza, para influenciar, e para governar e reinar. 
Como precursores, vou fazer de vocês um povo de influência.” 
O objetivo deste livro é compartilhar a revelação que o Senhor me deu e que agora repasso aos 
meus alunos e às igrejas que supervisiono. Oro para que, enquanto vem comigo nesta jornada, você 
descubra sua própria identidade como um príncipe ou princesa e comece a experimentar de todos 
os benefícios de viver no palácio do Rei! 
 
02 — Mendigos do Castelo ou Príncipes do Palácio 
 
 
- SOFRENDO A PERDA - 
 
Nos meses seguintes ao meu encontro com Nancy, descobri que as raízes da mentalidade 
escrava poderiam ser rastreadas por todo o caminho de volta à minha concepção. As circunstâncias 
do meu nascimento e da minha educação me levaram a acreditar em mentiras sobre mim mesmo 
que me afastaram da realidade da minha identidade em Cristo. 
Minha mãe liderava as líderes de torcida do ensino médio e meu pai era a estrela dentre os 
jogadores de futebol quando eles se apaixonaram um pelo outro. Foi um caso de amor de conto de 
fadas até que minha mãe ficou grávida de mim fora do casamento. Era década de 1950, época em 
que a sociedade via a imoralidade com olhos muito piores que hoje. Quando o meu avô (pai da 
minha mãe) descobriu que ela estava grávida, renegou tanto a minha mãe quanto o meu pai, apesar 
de eles terem fugido e casado antes de eu nascer. 
Um ano depois, meu pai surpreendeu meu avô surgindo na porta dos fundos de sua casa. 
Antes de o meu avô ter a chance de mandá-lo embora, meu pai caiu de joelhos e implorou por seu 
perdão. Meu avô o perdoou naquela manhã, mas nenhum deles sabia do desastre que viria em 
breve. 
Dois anos mais tarde, apenas um ano após a minha irmã nascer, meu pai estava pescando 
quando uma enorme tempestade veio de repente e virou o barco. Meu pai salvou meu tio, 
levando-o para a margem, e depois voltou para recuperar o barco. Ele nunca mais voltou. Meu pai 
se afogou naquela noite tempestuosa em 1958. Naquela mesma noite, uma equipe de busca e 
salvamento foi organizada para encontrar meu pai. Por volta da meia-noite, meu avô o retirou da 
parte inferior da represa Anderson. A minha vida e a vida da minha família foram mudadas para 
sempre. 
A morte do meu pai criou um profundo sentimento de perda e de medo do abandono em 
minha alma. Logicamente, crianças de três anos de idade não entendem qual é o significado da 
palavra morte. Tudo o que sabia era que ele tinha ido embora e eu temia que minha mãe viesse a 
ser a próxima. Por muitos anos depois disso, levantava-me várias vezes ao longo da noite e andava 
até o quarto da minha mãe, verificando se ela ainda estava lá. Anos mais tarde, ela me disse que 
frequentemente acordava e me encontrava em pé ao lado da sua cama, apenas olhando para ela. 
 
- DA TRAGÉDIA AO LIXO - 
 
Minha mãe se casou de novo duas vezes. Nosso primeiro padrasto entrou em nossas vidas 
quando eu tinha cinco anos de idade. Ele deixou claro para a minha irmã e para mim que ele se 
casou com a minha mãe, e nós éramos apenas a bagagem que veio junto com o prêmio. Para piorar 
a situação, ele era um alcoólatra violento. A brutalidade tornou-se um modo de vida para nós. As 
regras de casa para a sobrevivência eram: “Calem a boca e fiquem fora do caminho.” Meu padrasto 
costumava dizer: “Crianças são para serem vistas, não ouvidas.” Seu ponto era claro: “Você não é 
importante, ninguém se preocupa com você, e ninguém dá a mínima para o que você pensa.” 
Mesmo quando ficávamos fora de problemas, ainda não sabíamos com que tipo de humor ele 
estaria. Uma vez, enquanto estava bêbado, ele me segurou com uma mão, puxou minha calça para 
baixo, e começou a me bater com a fivela do cinto. O sangue começou a correr por ambas as 
minhas pernas. Minha mãe, gritando e chorando, finalmente conseguiu me levar para longe dele. 
Além de ser fisicamente abusivo, meu padrasto parecia ter uma agenda para nos livrar de todas 
as nossas memórias do meu pai real. Ele era muito ciumento com relação ao amor da minha mãe, 
e vinha nos atormentar quando ela nos mostrava qualquer carinho. Destruiu todos os pertences do 
nosso pai e nos proibia de ver qualquer um dos parentes do nosso pai. Olhando para trás, posso ver 
que o diabo o estava usando para destruir nossas identidades. Minha mãe finalmente se divorciou 
dele quando eu tinha 13 anos de idade. 
Quando eu tinha 15 anos, minha mãe voltou a se casar novamente. Miseravelmente, as regras 
da casa permaneceram as mesmas. A violência continuava e a sobrevivência dependia de que todas 
nós, as crianças, nos tornássemos invisíveis e permanecêssemos imperceptíveis. 
Infelizmente, sei que o que experimentei ao crescer é muito comum. As circunstâncias podem 
ser diferentes, mas aqueles de nós que experimentaram o abandono e o abuso em nossa juventude, 
mesmo que isso tenha sido simplesmente o ter nascido de “forma prematura” como eu fui, 
interiorizamos a mensagem de que somos vergonhosos, não desejados e insignificantes. O 
resultado dessas mentiras é que podemos desenvolver padrões de comportamento que são 
projetados para nos proteger de um mundo hostil. Porque já experimentamos ataques nos níveis 
mais fundamentais da nossa identidade, pensamos que temos que fazer o que for preciso para 
matar a dor e, simplesmente, sobreviver. 
Uma das minhas táticas de sobrevivência foi desenvolver um senso de humor sarcástico. Meu 
humor girava em torno de trazer as pessoas para baixo e fazer com que se sentissem estúpidas e 
insignificantes. Claro que, normalmente, não percebia que estava fazendo com que elas se 
sentissem mal, mas, inconscientemente, pensava que destruir a autoestima das outras pessoas me 
ajudaria a me sentir melhor comigo mesmo. Eu brincava com as pessoas sobre suas deficiências, 
pensando que estava apenas sendo engraçado, mas cada riso custavaa alguém um pedaço de seu 
coração. 
Mesmo tendo encontrado Cristo aos 18 anos, passaram-se muitos anos antes que eu 
começasse a tratar a minha baixa autoestima. Como resultado, meu comportamento continuou e 
eu ainda não tinha ideia do quanto estava devastando as pessoas com o meu humor. Deveria ter 
compreendido isso, porque eu era a principal vítima do meu próprio humor. Frequentemente, 
fazia das minhas falhas a força das minhas próprias piadas. Eu tinha ficado acostumado a me sentir 
mal comigo mesmo por um longo tempo. A cultura da dor aprisionou a minha alma dentro de 
mim, mas o Senhor estava determinado a me ajudar a fugir dessa prisão. 
 
- APRENDENDO A AMAR A SI MESMO - 
 
Quando Nancy me confrontou sobre os danos que meu humor estava causando, percebi que 
não era apenas uma chamada para despertar para o fato de que eu estava machucando as pessoas. A 
maior revelação, para mim, foi a de que as pessoas valorizavam o que eu tinha a dizer. Sempre 
acreditei no que o meu padrasto tinha plantado em mim: as pessoas realmente não se importavam 
com o que eu pensava ou dizia. A constatação de que eu tinha valor iniciou o processo de 
desenraizamento das mentiras a meu respeito nas quais acreditava e me ajudou a descobrir quem 
eu realmente era. Deus havia me chamado de príncipe, e percebi que o encontro com Nancy e a 
interação que tive com o Senhor seria apenas o primeiro de muitos passos que Deus usaria para me 
levar para fora da minha prisão e para dentro do Seu palácio. 
Eu tive outro encontro, cerca de um ano mais tarde, que se tomou o próximo passo na minha 
jornada para fora da escravidão. Tudo começou em uma noite fria de inverno de um domingo de 
dezembro. Cheguei atrasado à igreja e, quando abri a porta da frente do edifício, o vento quase 
arrancou a porta de suas dobradiças. A reunião de oração já estava em andamento quando entrei 
no local. Cerca de cem pessoas estavam orando apaixonadamente, por isso tentei me mover sem 
fazer barulho de modo a não perturbar a reunião. Ao que passei pela porta, Bill, nosso líder sênior, 
cumprimentou-me. Ele tinha o sorriso mais estranho de todos no rosto. Ele me entregou algo que 
estava dobrado ao meio. Fiquei confuso com sua expressão enquanto olhava para o pedaço de 
papel. Finalmente, percebi que era um cheque, mas meus olhos incrédulos lutavam para 
comunicar o montante ao meu cérebro. Enquanto ficava claro para mim, comecei a gritar: 
“Alguém acabou de me dar três mil dólares! Ei, pessoal, alguém acabou de me dar TRÊS MIL 
DÓLARES!’” 
Bill, rindo histericamente, disse: “É melhor você olhar para o cheque novamente!” Olhei para 
o cheque de novo e percebi que nele estava, de fato, escrito TRINTA MIL DÓLARES! Eu quase 
desmaiei. 
Comecei a saltar para cima e para baixo, gritando: “Trinta mil dólares! Alguém acabou de me 
dar TRINTA MIL DÓLARES!” Estava tão atordoado que, durante vários minutos, mal podia 
falar. Olhei para a assinatura e percebi que nem sabia quem era a pessoa que tinha me dado o 
dinheiro. Esse mistério definitivamente engrossava o enredo e trazia mais entusiasmo. 
Muitos dias se passaram antes de eu finalmente descobrir a identidade do homem 
benevolente. Ele era novo em nosso círculo de comunhão e tinha participado de uma classe em 
que eu tinha ensinado anteriormente naquele mesmo ano. Uma noite, enquanto orava, ele sentiu o 
Senhor dizer-lhe para me dar uma parte de sua herança. 
Escrevi-lhe um cartão para expressar minha gratidão, mas a coisa mais estranha aconteceu em 
seguida. Evitei esse homem completamente durante vários meses depois de ele ter me dado esse 
presente inacreditável. 
Primeiramente, o que eu estava fazendo não era tão óbvio, mas, com o passar do tempo, 
tornou-se mais evidente. Eu o via em uma determinada sala da igreja, virava e andava em outra 
direção. 
Em uma ocasião, corri para o banheiro dos homens, perguntando-me se conseguiria chegar lá 
a tempo e, assim que entrei no banheiro, notei que ele estava lá. Ele estava de costas para mim e 
não tinha me visto, então eu corri para fora. Tive que correr todo o caminho até o outro lado do 
edifício para encontrar outro banheiro. Enquanto estava correndo ao redor do prédio, um 
pensamento me ocorreu: “Algo está errado comigo!” Eu realmente não tinha a menor ideia de por 
que estava me comportando de forma tão estranha, e isso me incomodou. 
Quando fui para a cama naquela noite, eu não conseguia dormir. Estava frio e escuro, e o 
vento estava uivando. Parecia que eu estava lá desde sempre. Fiquei olhando para o relógio, 
esperando o dia amanhecer, me mexendo, me virando e ponderando sobre o porquê de eu estar me 
comportando de modo tão peculiar. Eu não conseguia tirar o meu pobre comportamento de fora 
da minha cabeça. Minha mente voltou-se para as outras vezes ao longo dos anos em que eu tive os 
mesmos sentimentos em relação a outras pessoas que me valorizaram de uma forma especial. 
Pensei sobre quantos desses relacionamentos eu tinha sabotado ao não permitir que as pessoas me 
amassem. Percebi que amava presentear as pessoas, mas nunca gostava de receber delas. Ainda 
assim, o meu comportamento não fazia sentido. 
Finalmente, em desespero, busquei o Senhor em oração: “Senhor, você sabe o que está errado 
comigo?” 
“Sim,” Ele respondeu imediatamente. 
“O que é?” Perguntei com cautela. 
“Você realmente quer saber?” Ele perguntou. 
Essa foi uma pergunta reveladora. Estava realmente bastante nervoso sobre descobrir o que 
havia de errado comigo, porque eu tinha vivido na negação por um longo tempo. John Maxwell 
certa vez disse: “As pessoas mudam quando se machucam tanto que têm de mudar, aprendem o 
suficiente a ponto de quererem mudar, ou recebem o suficiente para serem capazes de mudar.” 
Reconheci que estava me machucando tanto que precisava mudar! 
“Sim, eu quero, Senhor,” eu respondi. 
Jesus disse: “O problema é que você não se ama o suficiente para se sentir digno de trinta mil 
dólares. Você está com medo de que, se aquele cara generoso viesse a conhecê-lo, ele se arrepende-
ría de ter-lhe dado o dinheiro. É por isso que não quer que ele chegue perto.” 
Minha ansiedade foi crescendo. Eu já não podia negar que precisava de ajuda. Perguntei: “O 
que devo fazer?” 
“Aprenda a amar a si mesmo tanto quanto Eu o amo. Quando o fizer, você vai esperar que as 
pessoas o amem mais à medida que elas começarem a conhecê-lo melhor!” Ele respondeu. 
Estava atordoado. Não podia acreditar no que era a raiz do meu problema. Até esse ponto, o 
amor que não tinha por mim mesmo nunca tinha sido exposto assim. Eu sabia que os outros me 
amavam (especialmente minha esposa e filhos), e eu sabia que o Senhor me amava. Não tinha 
percebido que eu não me amava. 
Através daquela experiência, aprendi que sempre que alguém nos valoriza mais do que 
valorizamos a nós mesmos tendemos a sabotar nosso relacionamento com essa pessoa. 
Secretamente, não queremos que elas cheguem perto o suficiente para saberem que não somos tão 
bons quanto elas pensam que somos. 
Da minha observação como pastor, um dos melhores exemplos disso são os adultos solteiros 
que estão procurando uma companhia e não conseguem encontrar a “pessoa certa” ou alguém 
“suficientemente bom”. Muitas dessas pessoas têm problemas em ir além da amizade com o sexo 
oposto e, quando a amizade começa a quebrar os limites exteriores de seus corações, entrando no 
átrio interior de suas almas, elas começam a fazer coisas para destruir o relacionamento. Elas têm 
medo de que seu amado venha a olhar profundamente dentro delas e veja as imperfeições que 
estão convencidas de que ele verá. É com o tempo que aprendemos a amar a nós mesmos da 
maneira que Deus nos ama e a nos vermos com os olhos de nosso Pai. 
 
- NUNCA O SUFICIENTE - 
 
Há outra mentira que impede os escravos de experimentarem a verdade de sua identidade em 
Cristo. Mencionei anteriormente que, quando se é treinado para se sentir insignificante,você 
desenvolve habilidades de sobrevivência para tentar evitar a dor dessa realidade. Um escravo se 
utiliza de habilidades de sobrevivência, porque acredita que a vida é um grande mundo de “cada 
um por si”. Essa mentalidade de pobreza é o principal atributo de um escravo. Quer um escravo 
tenha experimentado a pobreza em suas finanças ou no amor e na afirmação, todos os escravos têm 
a crença comum de que nunca haverá o suficiente para eles. Eles vivem no medo, lutando com a 
sensação de que o poço está prestes a secar. 
Deus nunca teve a intenção de que vivêssemos na pobreza em qualquer área de nossas vidas. A 
Bíblia está cheia de promessas de provisão de Deus para o Seu povo. Salomão disse: “Eu fui jovem, 
e agora eu sou velho; ainda assim eu não vi o justo abandonado, nem a sua semente mendigando o 
pão.” (SI 37:25). Jesus deixou isso ainda mais claro quando disse: 
 
Por isso eu vos digo: Não vos preocupeis pela vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que 
haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que a 
comida, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu; pois elas não semeiam, nem 
colhem, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celeste as alimenta. Não sois vós muito melhores do 
que elas? Mas quem de vós, com suas preocupações, poderá acrescentar um côvado à sua estatura? 
E quanto as vestes, por que vos preocupeis? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não 
trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, vestiu- se como 
um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, 
não vestirá muito mais a vós, Oh pequena fé? Portanto, não fiqueis cuidadosos, dizendo: O que 
comeremos ou o que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios 
buscam). Porquanto vosso Pai celeste sabe que necessitas de todas estas coisas. Mas buscai 
primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não fiqueis 
cuidadosos, pois, com o amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo. Suficiente é ao dia o seu 
próprio mal. (Mt 6:25-34). 
 
- AS AVENTURAS DE EDDIE - 
 
Quando minha esposa, Kathy, e eu adotamos o nosso filho Eddie, vi em primeira mão como a 
mentalidade de pobreza pode conduzir as pessoas a viverem em uma realidade que as cega 
tragicamente para a prosperidade que Deus pretende dar-lhes. Eddie cresceu na pobreza material, 
mas suas atitudes e comportamento tipificam a mentalidade de sobrevivência que pode ser vista 
em pessoas que crescem em lares financeiramente estáveis, mas experimentam a escassez em 
outras áreas de suas vidas. 
Em 1990, começamos a trabalhar com o Departamento de Condicional do Condado de 
Trinity, em Lewiston, Califórnia. O Departamento ordenou a todas as crianças que estavam em 
liberdade condicional em Lewiston que viessem ao nosso grupo de jovens. Duas vezes por semana 
jogávamos basquetebol e voleibol e, no intervalo, eu pregava para eles. Eddie era um jovem de 14 
anos de idade que vinha toda semana. A mãe e o pai de Eddie eram ambos viciados em drogas, de 
modo que Eddie foi largado para se erguer por conta própria. Ele era um garoto alto, de pele 
morena e cabelos castanhos. Embora não estivesse em liberdade condicional, ele gostava de jogar 
basquete com a gente. Ele frequentava os projetos junto com as crianças rudes, mas geralmente era 
muito calado. Pouco a pouco chegamos a conhecê-lo. 
Cerca de um ano depois que conhecemos Eddie, decidimos tentar adotá-lo. Fizemos algumas 
pesquisas e descobrimos que havia duas maneiras de ganhar a custódia dele. Poderíamos 
convencer seus pais divorciados a assinarem a custódia para nós ou poderíamos ir ao tribunal e 
lutar por ele. Decidimos tentar convencer seus pais. 
Levei Eddie ao apartamento de sua mãe, como tinha feito muitas vezes antes (ele costumava 
ficar com a gente aos fins de semana), mas dessa vez fui até a porta com ele. Meu coração estava 
disparado e percebi que não havia luzes acesas lá dentro. Pensei que ninguém estava em casa, mas 
enquanto Eddie forçava para abrir a porta eu podia ver uma figura sentada no chão, encolhida 
perto do canto da sala escura. Era a sua mãe. Não havia móveis e era nojento além de qualquer 
descrição. A sala estava congelando. Soube mais tarde que eles não tinham eletricidade há meses. 
Sua mãe estava obviamente passando por uma “ressaca” depois do êxtase da droga. Ela estava 
tremendo, com seus olhos imóveis em círculos pretos profundos, e seu cabelo embaraçado e 
fibroso. Ela olhou para mim e perguntou: “O que você está fazendo aqui?” 
“Eu quero a custódia do seu filho,” eu disse, nervoso. 
Ela olhou para Eddie, que estava segurando as lágrimas: “Ok, você pode ficar com ele!” Ela 
disse, baixando a voz em vergonha enquanto assinava os papéis da custódia. 
Saímos de lá e dirigimos para Lewiston para falar com o pai de Eddie. O ambiente no carro 
estava tranquilo, enquanto minha mente era inundada pelas imagens do que tinha acabado de ver. 
Meu coração estava pesado e partido. Perguntei-me quantos “Eddies” mais haveria lá fora no 
mundo. Eu só podia esperar o melhor quando imaginava como o seu pai seria. 
Cerca de 30 minutos depois, chegamos à casa de seu pai. Parecia uma casa típica de usuários 
de drogas. O jardim da frente estava recheado de carros antigos e lixo. Quando nos aproximamos 
da porta da frente, meu coração disparou e vi que a porta já tinha sido aberta. Eddie entrou na 
minha frente e eu o segui. Enquanto entrávamos na casa, notei que havia vários homens e 
mulheres sentados no chão. Alguns outros estavam deitados em sofás. A sala estava cheia de fu-
maça. Um homem pequeno e forte, coberto de tatuagens, estava olhando para nós. 
Ele disse, com voz irritada: “O que você quer?" Eu mal conseguia encontrar palavras, meu 
coração parecia estar batendo fora do meu peito. 
“Eu quero a custódia do seu filho”, eu soltei. 
Ele olhou para Eddie, que estava envergonhado, e disse: “Você quer viver com ele?” Ele 
perguntou. 
“Sim,” respondeu Eddie. 
“Tudo bem, pode me dar os papéis que vou assiná-los!” Ele rabiscou sua assinatura em letras 
grandes e jogou os papéis de volta para mim. 
Partimos imediatamente. Fiquei contente de sair de lá sem arrumar briga, e Eddie estava 
animado para começar sua nova vida. 
O ano seguinte foi repleto de muitas risadas e um monte de lágrimas enquanto Eddie se 
ajustava ao seu novo estilo de vida. Pouco a pouco, começamos a reconhecer as características da 
mentalidade de pobreza em Eddie. Isso, obviamente, tinha sido formado em seu coração durante 
sua dura infância. 
Jantamos juntos como família na maior parte do tempo. Enquanto comíamos nossas refeições, 
Eddie mantinha o olho no alimento que sobrava. Sempre havia muito, mas Eddie parecia 
preocupado que fosse faltar. Quando as tigelas eram esvaziadas em cerca da metade delas, ele 
enchia o prato novamente e, em seguida, escondia comida em torno do seu prato e em seu 
guardanapo. O resto de nós apenas fingia que não percebia, mas isso nos deixava tristes. 
O primeiro Natal de Eddie com a gente foi emocionante. Aprendemos que ele realmente 
nunca tinha tido um Natal, porque sua mãe vendia todos os presentes que ele recebia para adquirir 
drogas. Decidimos ir ao extremo e encher as crianças de presentes. Gastamos centenas de dólares 
e distribuímos o dinheiro igualmente entre todos eles. Havia tantos presentes que mal podíamos 
ver a árvore. 
Finalmente, o dia de Natal veio e sentamos juntos para abrir os presentes. A família toda 
estava tendo uma explosão de alegria ao assistir Eddie abrir os presentes. Ele era como uma criança 
pequena. O único problema era que ele não deixava ninguém pegar seus presentes uma vez que 
eles fossem abertos. Mais tarde, à noite, depois do jantar, Eddie sussurrou algo no ouvido de 
Kathy. Kathy preparou meias para cada uma das crianças e asencheu de pequenos presentes. Jason 
e Eddie tinham histórias em quadrinhos em suas meias. O único problema era que ela tinha 
colocado acidentalmente quatro livros na de Jason e apenas dois na de Eddie. Eddie queria saber 
por que Jason recebeu mais do que ele. 
Eddie sempre estava com medo de que não teria o suficiente. Um espírito de pobreza 
geralmente conduz escravos a desenvolverem uma mentalidade de sobrevivência. O medo da falta 
é baseado em mentiras e, até que essas mentiras sejam quebradas, as pessoas não conseguem 
reconhecer a provisão de Deus em suas vidas. Quando Eddie se tornou parte da nossa família, 
tinha tudo o que precisava e queria. Sua velha vida se foi. Contudo, até que deixasse de acreditar 
naquelas mentiras ele não conseguiria relaxar e aproveitar a vida com a gente. Felizmente, Eddie 
está livre de sua velha mentalidade. Ele tem crescido para ser um jovem incrível e se formou na 
faculdade (Estamos muito orgulhosos dele). 
Escravos têm uma mentalidade de pobreza. Eles sempre acham que seus recursos são 
limitados. Acreditam que quando alguém recebe algo isso tira um pouco da provisão que podería 
ser deles. Supõem que a bênção de alguém traz um custo para eles. 
A história do filho pródigo em Lucas 15 ilustra esse ponto com clareza. Tendo desperdiçado 
sua herança, o filho mais novo chegou em casa em busca de refúgio. Seu pai estava tão animado em 
vê-lo que fez uma festa. Ele estava guardando o novilho gordo para tal ocasião, e, finalmente, era 
hora de comemorar. Todos foram à festa, exceto o irmão mais velho; que ficou fora no campo. 
Quando seu pai não viu o irmão mais velho na festa, ele foi procurá-lo. Ele o encontrou lá fora, 
sozinho. 
“Por que não está vindo para comemorar?” O pai perguntou. 
O irmão mais velho gritou: “Você deu-lhe o vitelo gordo, mas nem sequer me deu uma cabra!” 
Seu pai estava atordoado. Ele olhou para o seu filho, focando em sua alma com os olhos de um 
pai amoroso, e disse: “Eu dei a ele o novilho gordo, mas você possui a fazenda” (resumo de Lucas 
15:11-31). 
Por que raios o irmão mais velho saiu à espera de seu pai para que lhe desse uma cabra quando 
ele possuía a fazenda inteira? Ele falhou em reconhecer que era um filho e não um servo. 
A revelação da nossa verdadeira identidade irá destruir o espírito de pobreza em nossas vidas. 
Até que isso aconteça, vamos continuar a pensar que há limites sobre o que podemos ter. Como 
resultado, ficamos com ciúmes de quem recebe algo que não temos. Isso transborda para todos os 
aspectos de nossas vidas, incluindo trabalho, amigos e posições dentro da igreja. 
 
- UM REINO DE FINANÇAS - 
 
Infelizmente, a maioria de nós na igreja ainda está pensando como o irmão mais velho. 
Perdemos de vista o fato de que não apenas trabalhamos na fazenda. Somos filhos e filhas do 
Dono, e o nosso pai tem muito! Acredito que essa revelação vai mudar totalmente a nossa forma 
de pensar e planejar o nosso futuro. A maioria de nós ainda está olhando para a nossa provisão (o 
que o nosso extrato bancário diz) para ajudar a determinar a nossa visão e, portanto, estamos 
vivendo dentro dos limites de nossas possibilidades em vez de vivermos pautados em Suas 
bênçãos. 
Por exemplo, se estamos construindo um novo edifício, argumentamos que devemos desistir 
de algum outro projeto para cobrir o custo. No entanto, temos sido chamados a viver além da 
razão e muito além das fronteiras das nossas próprias habilidades. Se não podemos fazer mais do 
que meros homens, então não vamos dizer aos outros que somos uma parte da igreja de um Deus 
vivo. Temos de realizar mais do que o Elk’s Club (N.T. - Espécie de instituição de caridade 
americana) se vamos chamar Deus de nosso pai. Isso nos obriga a viver pela fé na provisão de 
Deus. Quando confiamos diariamente em Deus como nosso provedor, então vamos usufruir dos 
recursos do Céu (Sei que existe uma real necessidade de verdadeira mordomia no Corpo de Cristo, 
mas muito do que é chamado mordomia na Igreja é simplesmente medo que se disfarçou de 
sabedoria). 
Paulo disse isso melhor: “O meu Deus, suprirá todas as vossas necessidades, segundo as suas 
riquezas, em glória, por Cristo Jesus” (Fl 4:19). Entendeu? Ele disse: “Deus suprirá todas as vossas 
necessidades, segundo as suas riquezas, em glória”. Ele não está me suprindo conforme a minha 
necessidade, mas segundo as Suas riquezas. 
Muitas vezes eu perguntei às pessoas o que elas faziam para ganhar a vida. Algumas delas 
disseram: “Eu vivo pela fé.” Eu aprendi ao longo dos anos que essa declaração normalmente 
significa: “Eu não tenho um emprego. Eu dependo de pessoas que fazem doações ao meu 
ministério.” A crença implícita é que as pessoas que recebem um salário não precisam crer em 
Deus para o seu sustento. Essa ideologia é problemática. Se pararmos de viver pela fé quando 
começarmos a receber uma renda regular, então reduziremos a nossa provisão à nossa capacidade 
de fazer acontecer ao invés de confiar na capacidade do Senhor em prover. 
A mentalidade de escravo pode ser encontrada em todos os níveis da sociedade e em todas as 
esferas da vida. A conta bancária de uma pessoa não traz qualquer indicação de que ela está 
experimentando a provisão de Deus ou não. Uma pessoa pode ter um monte de coisas, mas ainda 
assim sentir-se insegura e temer que algo possa acontecer-lhe e ela venha a perder tudo. Quando 
escravos adquirem dinheiro ou coisas, eles tendem a extrair sua identidade disso. A verdade é que 
o homem não é medido pelo que ele tem, mas pelo que o tem. Algumas pessoas possuem casas, 
mas às vezes parece que as casas possuem pessoas. 
Quando vivemos apenas para obter coisas, ou trabalhamos tanto que não temos tempo para os 
relacionamentos importantes que temos em nossas vidas, eu me pergunto se nós temos coisas ou se 
elas nos têm. O que vejo é que há uma diferença entre ser rico e ser próspero. As pessoas prósperas 
se recusam a serem reduzidas aos seus respectivos saldos financeiros e suas riquezas não as têm. 
Elas não se preocupam com o dinheiro, porque sabem que sempre haverá o suficiente. A 
autoestima das pessoas ricas está diretamente ligada ao “demonstrativo de Lucros e Perdas” delas. 
Elas gastam uma grande quantidade de energia, seja perseguindo o dinheiro, seja tentando 
mantê-lo. Não quero dizer que não devamos ter grandes hábitos de trabalho. Só quero dizer que 
os príncipes não trabalham por dinheiro, mas, ao invés disso, eles trabalham para Deus. 
Quando um pobre recebe uma grande quantidade de dinheiro, a pergunta que precisa ser 
respondida é: “Deus ganhou uma fortuna ou perdeu um homem?” Pobres muitas vezes perdem de 
vista suas prioridades quando recebem dinheiro, mas príncipes não extraem sua identidade a partir 
do que têm, porque sabem que a sua identidade não depende de seu desempenho ou de suas 
posses. Príncipes possuem coisas, mas nunca deixam que as coisas os possuam. O resultado é que 
eles são capazes de experimentar a vida sem as preocupações que Jesus lhes prometeu e são livres 
para buscar primeiro o reino, sabendo que tudo de que precisam lhes será acrescentado. 
A terra prometida dos príncipes está cheia das bênçãos do Pai. Ele quer derramar o Seu amor 
em nós, derramar Suas bênçãos em nós, e dar mais do que podemos conter. Os Salmos colocam 
isso de uma forma melhor: “Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem que teme ao Senhor, que se 
deleita grandemente em seus mandamentos. Sua semente será poderosa sobre a terra; a geração 
dos retos será abençoada. Fartura e riquezas estarão em sua casa, e sua justiça dura para sempre” (Sl 
112:1-3). 
 
03 — Masmorras e Dragões 
 
 
- PRISIONEIROS DE GUERRA - 
 
Nosso passado pode se tornar uma prisão que perpetua a escravidão daqueles que nos criaram. 
De alguma forma não intencional, reproduzimos essa mesma cultura destrutiva em nós mesmos e 
naqueles que nos rodeiam. Há algumas maneiras comuns pelas quais isso acontece em nós.Uma 
das maneiras de nos amarrarmos ao passado é reagindo àqueles que abusaram de nós, passando 
nossas vidas tentando não ser como eles. 
Eu aconselhei muita gente ao longo dos anos e tenho observado um padrão comum entre 
muitas delas: As pessoas normalmente se tornam como aquele a quem mais desprezam. 
Alcoólatras, por exemplo, comumente são criados por pais alcoólatras. Eu, pessoalmente, nunca 
encontrei um molestador de crianças que não tivesse sido vítima de abuso sexual. Em algum 
momento na sessão de aconselhamento, quase sempre há uma declaração como: “Jurei que nunca 
seria como a pessoa que abusou de mim, mas me tornei como ela.” Conheço esse tipo de luta por 
conta própria. Apesar de ter lutado para não ser como os meus padrastos durante a maior parte da 
minha juventude, comecei a me tornar um homem irritado como eles. 
Durante a primeira parte dos meus vinte anos, gerenciei uma oficina de reparo de automóveis. 
Meu temperamento já estava ficando fora de controle. Lembro-me claramente de uma dessas 
vezes. Um cliente veio para pegar seu carro, mas estávamos atrasados e o serviço ainda não estava 
terminado. Ele precisava ir a algum lugar, assim estava um pouco chateado. Ele ficava entrando na 
loja e perguntando se havíamos acabado. Na terceira vez que ele entrou, eu fiquei tão louco que 
peguei uma chave de cerca de 60 cm de comprimento e a joguei de um lado para o outro da loja em 
direção a ele. Foi bom ele ter abaixado, pois por pouco ela não acertou a sua cabeça. 
Outra vez, eu estava trabalhando em uma caminhonete durante vários dias. Era um veículo 
4x4, e eu tive que me sentar dentro do compartimento do motor para fazer o trabalho. Quando 
finalmente pus os cabeçotes de volta no motor e dei partida nele, o problema que pensei que tinha 
resolvido ainda estava lá. Eu fiquei furioso! Peguei uma grande marreta e fui em direção à 
caminhonete com a intenção de destruí-la. Meu chefe me viu indo para o veículo, gritando com 
minha marreta na mão, e, então, correu e me derrubou no chão. Ele me segurou lá até eu me 
acalmar. 
 
- TORNAMO-NOS NO QUE IMAGINAMOS - 
 
Estava me tornando a mesma pessoa que eu desprezava. Um dia, estava lendo o Antigo 
Testamento e comecei a ter uma revelação sobre a minha luta através da história de Jacó e seu 
sogro. Jacó era malandro por natureza. Até seu nome significava “enganador”. Ele enganou até o 
seu próprio pai para que não concedesse as bênçãos da primogenitura ao seu irmão. Alguns 
capítulos depois, Jacó se casou, entrando em uma família que lhe deu um pouco de seu próprio 
remédio. Ele trabalhou para o sogro, Labão, durante sete anos para que pudesse casar-se com sua 
filha Raquel. Quando acordou, na manhã da lua de mel, era Lia quem estava na cama. Labão tinha 
deixado de lhe dizer que a tradição familiar deles ditava que a filha mais velha deveria se casar 
primeiro. Ele conseguiu mais sete anos de trabalho de Jacó com esse truque, pois Jacó ainda queria 
Raquel. Felizmente, ele conseguiu ficar com ela a crédito! Ele a recebeu uma semana mais tarde e, 
então, pagou por ela através de pequenas parcelas mensais ao longo dos próximos sete anos. 
Após 14 anos de desconfiança e desonestidade, Jacó estava pronto para partir. Ele disse ao seu 
sogro para lhe dar o que era dele para que pudesse seguir seu próprio caminho. Labão não era tolo. 
Sabia que Jacó estava fazendo uma fortuna para ele. Labão disse a Jacó para estabelecer o seu 
próprio salário e continuar lá. Jacó sabia que, a despeito de quais fossem seus salários, seu sogro iria 
encontrar alguma maneira de prejudicá-lo. Ele disse: “Você mudou meu salário dez vezes!” Jacó 
disse a Labão que ele iria trabalhar em troca de todas as ovelhas e cabras manchadas e salpicadas. 
Esses animais se tornariam seu salário. Eles fizeram um acordo. 
Estou certo de que Labão pensava que tinha ganhado em cima de Jacó novamente, pois 
provavelmente haviam muito poucos malhados e salpicados entre os rebanhos. A história, porém, 
dá uma reviravolta das mais incomuns. Jacó descascava os galhos, expondo o branco debaixo da 
casca. Ele, então, colocava os ramos na frente dos bebedouros sempre que o melhor das ovelhas 
estava bebendo e acasalando lá. Como resultado, os ovinos e caprinos mais fortes deram à luz 
filhotes malhados e salpicados. Pouco tempo depois, Jacó ficou rico, porque seus rebanhos 
prosperaram enquanto os rebanhos de Labão tinham ficado fracos. 
Enquanto refletia sobre essa passagem incomum, dei-me conta de que isso não era uma lição 
rural! Deus estava demonstrando como nós, Suas ovelhas, reproduzimos. O bebedouro é um lugar 
de reflexão, o que tem significa tanto focar o olhar em alguma coisa quanto meditar sobre ela. A 
meditação envolve nossa imaginação. Se alimentarmos nossa imaginação com pensamentos sobre 
o que nós não queremos nos tornar e bebermos do poço do pesar, reproduziremos essa mesma 
coisa em nós mesmos. Não importa o que queremos reproduzir. É importante apenas o que 
imaginamos quando estamos pensando e bebendo no bebedouro da nossa imaginação. 
Esse princípio também é ilustrado na criação do homem. A Bíblia diz que fomos criados à 
imagem de Deus. Em outras palavras, tornamo-nos o que Deus imaginou. Provérbios diz: 
“Porque como ele pensa em seu coração, assim é ele” (Pv 23:7a). Nossa imaginação é uma parte 
muito poderosa de nosso ser. Tudo o que já foi construído, feito, pintado ou desenvolvido 
começou na imaginação de alguém. Tendemos a reproduzir aquilo que alimentamos em nossos 
pensamentos. 
O que estou percebendo sobre muitos de nós é que gastamos muito de nossas vidas reagindo 
ao que não queremos ser ao invés de respondermos ao chamado de Deus para as nossas vidas. 
Desperdiçamos muita energia tentando não ser algo. A fim de não ser algo, tenho que manter essa 
coisa na minha frente para que possa evitá-la. A loucura de tudo isso é que reproduzo o que 
imagino. Se vejo o que não quero ser, apenas o imaginar isso faz com que eu o reproduza. Isso 
explica por que tantas pessoas acabam maltratando seus filhos da mesma forma que seus pais 
abusaram delas. Prometeram a si mesmas que nunca se tornariam como os seus pais, mas foi 
exatamente isso que se tornaram. 
 
- REAGIR AO PASSADO OU RESPONDERÁ VISÃO - 
 
Saímos dessa prisão respondendo ao chamado de Deus para nossas vidas e meditando em Sua 
visão para nós. A palavra meditação está relacionada à palavra medicamento. No sentido positivo 
da comparação, meditação significa pensar de forma a se tornar saudável. Tornamo-nos a pessoa 
que Ele nos chamou para ser quando meditamos sobre as coisas de Deus e sonhamos os Seus 
sonhos. O salmista escreveu: “Deleita-te também no Senhor; e ele te dará os desejos do teu co-
ração” (Sl 37:4). Bill Johnson tem uma definição criativa para desire. Ele divide a palavra em duas 
partes: “de”, que significa “do”, e “sire”, que significa “pai”. Quando nos deleitamos em Deus, em 
vez de vivermos em nosso passado, Ele torna-se o pai de nossos sonhos. 
Esse princípio é ilustrado pela vida de Maria. A Bíblia diz: “Mas Maria guardava todas estas 
coisas, meditando-as em seu coração” (Lc 2:19). Ela ponderava sobre a palavra de Deus em seu 
coração e deu à luz ao Salvador do mundo. O que ela imaginou se tornou carne e habitou entre nós 
através da concepção imaculada. Quando sonhamos com Deus, nós nos tornamos as obras-primas 
da Sua imaginação. 
 
- LIMITADOS PELA FALTA DE PERDÃO - 
 
Outra coisa que nos acorrenta ao passado é a falta de perdão. A falta de perdão faz com que 
desperdicemos nossas vidas tentando obter justiça em vez de cumprir nosso próprio destino ao 
caminhar no nosso chamado. É importante que perdoemos aqueles que pecaram contra nós para 
que estejamos livres para prosseguir com nossas vidas. É crucial também que aprendamos a 
perdoar a nós mesmos por nossos próprios pecados. 
Muitas pessoas passam a vida toda odiando outras e planejando vingança. A amargura não 
temamigos. Não há nenhum recipiente conhecido pelo homem que possa contê-la. Ela sempre é 
derramada sobre as pessoas que mais amo. 
Perdoar é o privilégio e a responsabilidade da realeza. Salomão, que foi criado para ser um 
príncipe desde o nascimento, disse: “A discrição de um homem retém a sua raiva, e é sua glória 
passar por cima da transgressão” (Pv 19:11). Depois que Jesus ressuscitou dos mortos, Ele soprou 
sobre os discípulos, liberando o Seu Espírito para dentro deles. 
Então, Ele lhes deu a primeira missão como crentes cheios do Espírito: “Aqueles a quem 
perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e àqueles a quem os pecados retiverdes, lhes são 
retidos” (Jo 20:23). 
Recebi o Senhor em 1973 durante o “Movimento de Jesus”. Eu tinha 18 anos e vivia com uma 
tonelada de dor no meu coração. Costumava deitar na cama à noite imaginando maneiras criativas 
de destruir as pessoas que tinham abusado de mim. Não queria apenas vê-las mortas; queria que 
sofressem da maneira como tinham me feito sofrer. Logo depois que fui salvo, o Senhor começou 
a confrontar a minha falta de perdão. Ele me disse que precisava perdoar as pessoas que abusaram 
de mim, ou iria abrir a porta da minha vida para os torturadores. Não foi fácil no começo, mas 
percebi que Ele tinha me dado o poder de perdoar quando me perdoou. 
 
- A FALTA DE PERDÃO CONVIDA OS TORTURADORES - 
 
A advertência do Senhor para mim sobre os “torturadores” tornou-se clara quando li uma 
história interessante que Jesus contou sobre o nosso Rei e o nosso Reino. Ele estava respondendo 
à pergunta de Pedro sobre quantas vezes se tinha que perdoar (Ainda me parece hilário que Pedro 
seja o que pergunta para Jesus quantas vezes se tem que perdoar quando ele é o cara mais agressivo 
do time). Jesus disse: 
 
Portanto, o reino do céu é semelhante a certo rei, que quis acertar contas com os seus servos. 
E, começando a acertá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. Porém, não 
tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos ele, e sua mulher e seus filhos, 
e tudo que ele tinha, e que o pagamento fosse feito. Então o servo se prostrou, e o adorou, dizendo: 
Senhor, tem paciência comigo, e eu tudo te pagarei. Então, movido de compaixão, o senhor do 
servo soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, este servo, encontrou um dos seus 
conservos, que lhe devia cem denários; e, lançando mão dele, tomou-o pela garganta, dizendo: 
Paga-me o que tu me deves. Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, pediu-lhe, dizendo: Tem 
paciência comigo, e eu te pagarei tudo. Ele, porém, não quis; antes, lançou-o na prisão, até que 
pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que foi feito, entristeceram-se muito, e foram 
contar a seu senhor tudo o que foi feito. Seu senhor então, chamando-o, disse-lhe: Servo perverso, 
perdoei-te toda aquela dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão 
do teu conservo, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou 
aos atormentadores, até que ele pagasse tudo o que lhe devia. Assim também meu Pai celeste fará 
convosco, se de coração não perdoardes cada um as ofensas do seu irmão. (Mt 18:23-35). 
 
Essa história é impressionante para mim. A falta de perdão nos coloca na prisão. Se não 
formos capazes de compreender o quão grande nossa dívida de pecado era diante de Deus e o que 
significou para Ele perdoá-la, podemos cair na armadilha de julgar os erros muito menores 
daqueles que nos rodeiam. Como podemos ver a partir da história, só estaremos prejudicando a 
nós mesmos quando fizermos isso. Deus insiste para que Seu povo perdoe uns aos outros, e Ele 
não está lá em cima usando o diabo como um peão para nos ajudar a fazê-lo. Essa parábola 
descreve Suas “formas e comitê de meios” chamados “torturadores” que ajudam a nos conduzir ao 
perdão. 
 
- CATIVOS E PRISIONEIROS - 
 
Isaías disse que fomos ungidos para proclamar “liberdade aos cativos” e “abertura da prisão 
para aqueles que estão encarcerados” (Is 61:1). Acredito que ele esteja descrevendo dois tipos de 
pessoas que estão atrás das grades: “cativos” e “prisioneiros”. Os prisioneiros são as pessoas que o 
juiz envia para a prisão. É preciso uma ordem judicial do Juiz do Céu para libertá-las. Essas 
pessoas abriram as portas de suas vidas aos torturadores através do pecado e da falta de perdão. 
Elas devem perdoar aqueles que as magoaram e abusaram para que Deus, que é o último juiz, as 
justifique, chamando de volta os torturadores e libertando-as da prisão. 
Ao longo dos anos, essa verdade tem sido reenfatizada para mim enquanto trabalho com 
pessoas que são atormentadas por demônios. Lembro-me de um desses momentos muito 
claramente. Randy Clark veio a Redding para uma conferência. Uma noite, estava pregando sobre 
liberdade e, no meio de sua mensagem, deu ordem aos espíritos demoníacos que deixassem as 
pessoas que estavam presentes ali. Várias pessoas começaram a gritar e a cair no chão. 
Uma senhora, em seus quarenta e poucos anos, estava na frente da igreja. Ela começou a agir 
loucamente. A equipe ministerial estava tentando leva-la a uma sala para orar por ela, mas quando 
chegaram ao corredor que leva à sala de oração ela começou a agir como um animal. Começou a 
morder, arranhar e bater sua cabeça contra a parede enquanto rosnava para as pessoas. A equipe 
reuniu-se em torno dela e começou a gritar aos espíritos para que a deixassem, mas nenhum pro-
gresso foi obtido. Quando cheguei para ajudar, ela estava gritando e arranhando, e eles gritavam 
de volta para ela. Se a inutilidade de suas tentativas de ajudar não fosse tão triste poderia ter soado 
cômico. 
Perguntei: “O que vocês estão fazendo?” 
“Estamos libertando esta senhora! O que parece que estamos fazendo?” um deles disse em tom 
sarcástico. 
“Parece que o diabo está ganhando!” Disparei de volta (Há uma grande quantidade de pessoas 
que precisam ser libertas da última libertação delas). 
“Se acha que pode fazer melhor, então pode fazê-lo você mesmo,” outra pessoa respondeu 
com frustração. 
Movi-me até o círculo e coloquei meus braços em torno dela para impedi-la de bater a cabeça 
contra a parede. Sussurrei em seu ouvido, perguntando se havia alguém a quem precisava perdoar. 
Ela gritou: “Não!” Em seguida, o Senhor me mostrou uma foto de seu pai estuprando-a, então 
perguntei se ela precisava perdoar seu pai. Ela começou a gritar: “Eu o odeio! Odeio suas 
entranhas! Ele pode apodrecer no inferno!” 
Eu disse: “Se não quer perdoá-lo, então não posso ajudá-la. Os demônios têm permissão para 
atormentá-la.” Levantei-me e comecei a me afastar. 
Quando cheguei à porta, ela (ainda enlouquecida) gritou no corredor: “Tudo bem, eu vou 
perdoá-lo! Farei qualquer coisa! Apenas me ajude!” Poucos minutos depois, conduzi-a em uma 
oração de perdão ao seu pai e a algumas outras pessoas que vieram à mente. Em seguida, 
ordenamos aos demônios que saíssem. Eles saíram e ela se levantou, rindo! 
Perdão não significa que tenha de alguma forma que confiar em cada pessoa que abusou de 
mim. Significa simplesmente liberá-las de serem punidas pelo que fizeram a mim. Se um homem 
estupra uma mulher ela pode nunca confiar nele novamente, mas tem que perdoá-lo ou os 
torturadores irão atormentá-la. 
 
- O PERDÃO RESTAURA O PADRÃO - 
 
O perdão também restaura o padrão em nossas vidas. Lembro-me de uma vez quando nossos 
filhos eram todos adolescentes. Fiquei zangado com Kathy na frente deles e, em seguida, tratei-a 
desrespeitosamente. No dia seguinte, reuni os filhos no hall de entrada da casa e pedi perdão a 
Kathy e a cada um deles. Todos eles me perdoaram, e nós seguimos com o nosso dia. Cerca de 
uma semana mais tarde, um dos nossos meninos veio à cozinha e começou a ser sarcástico com 
Kathy. Entrei e disse-lhe que não tinha permissão para falar com a minha esposa assim. 
Ele disse: “Você mesmo foi rude com a mamãe outrodia!” 
Eu disse: “Sim, mas você me perdoou. O perdão restaura o padrão. Quando me perdoou, você 
abriu mão do seu direito de agir da mesma forma, porque o seu perdão me restaurou de volta ao 
lugar de honra. Eu me arrependi. Arrependimento significa ‘ser restaurado ao pináculo, o lugar 
alto’.” 
Ele disse à sua mãe que estava arrependido e ela o perdoou. Se não entendermos esse 
princípio, então o ponto mais baixo, o pior erro ou a coisa mais estúpida que já fizemos na vida tor-
na-se o nosso padrão mais elevado. Por exemplo, se éramos imorais quando adolescentes e mais 
tarde nós mesmos temos filhos adolescentes, não teríamos confiança para corrigi-los por suas más 
escolhas sexuais, porque não conseguimos nós mesmos fazer isso. As falhas das quais nos 
arrependemos não são mais o padrão ao qual devemos nos curvar. Quando pedimos a Deus e 
àqueles que ferimos para nos perdoar, somos postos de volta no lugar elevado para o qual Deus nos 
designou. Caso contrário, o pior dia de nossa vida torna-se o lugar mais alto até o qual temos o 
direito de liderar outros. A verdade é que o perdão restaura o padrão de santidade em nós e através 
de nós. 
 
- OUTRA PORTA DE PRISÃO - 
 
Ciúmes, inveja e medo também podem nos desviar do nosso destino e nos levar para o 
calabouço. A história de Saul e Davi voltando para casa após a grande vitória sobre Golias e seu 
exército é um exemplo perfeito disso. Ela nos traz que: 
 
E as mulheres respondiam umas às outras enquanto tocavam, e diziam: Saul matou os seus 
milhares, e Davi os seus dez milhares. E Saul ficou muito nervoso, e as palavras o desagradaram; e 
ele disse: Elas atribuíram a Davi dez milhares, e a mim elas atribuíram somente milhares; e o que 
mais pode ele ter além do reino? E Saul ficou de olho em Davi daquele dia em diante. E sucedeu 
pela manhã que o espírito maligno da parte de Deus veio sobre Saul, e ele profetizou no meio da 
casa; e Davi tocou com a sua mão, como das outras vezes; e havia um dardo na mão de Saul. (1Sm 
18:7-10). 
 
Note que foi o Senhor quem enviou o espírito maligno sobre Saul. Isso é muito parecido com 
a história que Jesus contou em Mateus 18 sobre os torturadores que nos impulsionam a perdoar. 
Eles também podem nos expulsar da terra da inveja. A vida de Saul é um exemplo de como a inveja 
nos cega para a realidade e nos leva a conclusões irracionais. Saul pensava que Davi iria tirá-lo do 
trono simplesmente porque era mais capaz. Não entendeu que o Reino de Deus não é um reino 
baseado no desempenho. Não lideramos porque somos, necessariamente, os mais qualificados; 
lideramos porque somos “chamados” a sermos o líder. 
Príncipes e princesas são comissionados a verem as pessoas que lideram atingirem seu pleno 
potencial em Deus. Isso significa que o maior elogio que podemos receber é quando as pessoas que 
estamos liderando se tornam maiores do que nós. Se acreditarmos que estamos liderando porque 
somos os mais qualificados, então subconscientemente vamos trabalhar para minar os avanços das 
outras pessoas. 
A vida do rei Saul também nos mostra como a desconfiança pode se mascarar de 
discernimento e, finalmente, nos levar à escravidão. A desconfiança é o dom do discernimento 
sendo usado pelo espírito de medo. Isso leva à amargura, à falta de perdão, ao tormento e resulta 
em nossa ida a uma prisão espiritual onde todos os guardas trabalham para o lado negro. Os 
espíritos que guardam os muros dessa prisão têm nomes como doença, depressão, ódio e 
assassinato. 
 
- LIBERDADE AOS CATIVOS - 
 
Isaías também disse que havia pessoas que estavam “cativas”. Cativas são pessoas que foram 
capturadas na batalha e foram mantidas como prisioneiras de guerra. Essas pessoas não têm falta 
de perdão em seus corações, mas, em vez disso, elas estão presas pelas mentiras em que 
acreditaram. Jesus disse: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). A palavra 
verdade aqui significa “realidade”. Dessa forma, muitos de nós vivemos em uma “realidade 
virtual”; ela parece real e tem cara de real, mas não é real. É apenas uma ilusão. Damos permissão 
ao diabo para nos punir, porque pensamos que suas mentiras são verdadeiras. Quando somos 
atormentados por causa de mentiras, precisamos de uma revelação da verdade de Deus para que 
possamos escapar rumo à liberdade. 
Este testemunho irá tornar o meu ponto mais claro. Um dia, estava ensinando no andar de 
cima da Escola de Ministério e, na altura da metade do meu sermão, alguém veio correndo até 
mim com uma mensagem urgente. Corremos juntos escada abaixo, chegando finalmente no 
escritório do nosso conselheiro. Cerca de oito pessoas estavam orando fervorosamente do lado de 
fora da sala. Abri a porta do escritório e me deparei com uma cena selvagem. Uma mulher muito 
grande estava no chão de barriga para baixo, com um dos nossos mais fortes colaboradores da 
manutenção em cima dela tentando contê-la. Dois dos nossos conselheiros estavam de pé contra a 
parede com os braços da senhora presos em suas pernas. Ela estava mordendo os seus sapatos e 
rosnando para eles. 
A primeira pergunta que me veio à mente foi: “Por que os demônios têm permissão para 
atormentar essa mulher? Seria ela uma prisioneira que tinha pecado e/ou questões de perdão em 
sua vida ou seria uma cativa que acreditava numa mentira?” Eu permaneci no chão e comecei a 
pedir ao Espírito Santo por uma revelação acerca do seu cativeiro. 
De repente, ouvi-lo dizer: “Quando ela era uma menina, foi-lhe dito que tinha blasfemado 
contra o Espírito Santo e, portanto, havia sido banida para o inferno”. O Espírito continuou: “É 
uma mentira. Eu a perdoei.” 
Inclinei-me e sussurrei em seu ouvido: “O diabo lhe disse, quando era uma menina, que você 
tinha blasfemado contra o Espírito Santo, mas é mentira! Você nunca fez isso. Renuncie essa 
mentira.” Ela imediatamente se acalmou e começou a rir. Em poucos segundos, ela estava 
completamente liberta. Conhecer a verdade os libertará! 
Devemos deixar a prisão para trás para entrar no palácio. Pessoas da realeza focam em quem 
são chamadas a ser. Elas perdoaram aqueles que as machucaram, rejeitaram as mentiras do 
inimigo e abraçaram a verdade. Elas não vivem na escravidão da prisão, mas na plenitude do 
palácio. Que comece a nossa jornada como realeza!
04 — Um Nivelamento Real 
(Por Bill Johnson) 
 
 
- QUANDO A REALEZA DE DEUS TOCA O NOSSO PASSADO - 
 
Sempre que revisamos os eventos de nossas vidas sem considerar o sangue de Jesus, nós 
mesmos nos sujeitamos à influência do espírito de decepção. Na realidade, meu passado 
pecaminoso não existe mais. O Cordeiro de Deus o comprou com um pagamento em sangue, 
removendo para sempre os meus pecados dos registros do Céu. O sangue expiatório de Jesus cobre 
o meu pecado para que ele nunca mais seja descoberto novamente. O poder do pecado para nos 
destruir é, ele mesmo, destruído por uma realidade superior: o perdão. 
O diabo mantém os registros de nosso passado. No entanto, esses registros não possuem 
qualquer poder sem a nossa concordância. Ele é o acusador dos irmãos, mas Jesus é o nosso 
defensor. Fazemos um acordo com o acusador sempre que olhamos para o nosso passado sem 
considerar o sangue. Quando concordamos com o diabo, damos-lhe poder. Quando recebe poder, 
ele devora. 
Por outro lado, a concordância com Deus nos empodera. Ela nos liberta do poder de uma 
mentira e nos permite viver segundo a vontade de Deus. Esse empoderamento não é independente 
de Deus; é um empoderamento por causa de Deus. Quando concordamos com Deus, entramos no 
poder da verdade: o ímpeto da cruz. A verdade já está ao nosso favor, porque o Rei Jesus morreu 
em nosso lugar. Ele não só morreu por nós, Ele morreu como nós. A nossa concordância com 
Deus, que é sempre o foco e a ação da fé, permite-nos colher os frutos da verdade. E esse fruto é a 
liberdade! A fé cresce ao concordarmos com Deus de coração. 
 
- O CAMINHO PARA A HUMILDADE- 
 
A religião esfrega nossos narizes no passado para nos manter humildes. Revisitar a 
pecaminosidade do nosso passado a fim de tornar-se humilde é uma perversão. Isso, na verdade, 
cria vergonha; e a vergonha é uma pobre falsificação da humildade. A vergonha é o fruto da 
humilhação que trabalha contra a verdade. Manter consciência do nosso passado pecaminoso para 
nos ajudar a nos tornarmos mais humildes é a forma cruel com que age um espírito religioso; isso 
nos obriga a manter algo em nossas mentes que não está na de Deus. Na realidade, é muito mais 
humilhante viver na liberdade do perdão imerecido. Quando somos perdoados, o Rei nos dá 
permissão para vivermos como se nunca tivéssemos pecado. 
Viver no perdão não significa que devamos esquecer nosso passado. Em vez disso, ver meu 
passado através do sangue de Jesus traz louvor aos meus lábios e me liberta do fardo de um coração 
culpado. Jesus será conhecido por toda a eternidade como o Cordeiro de Deus; por isso sempre va-
mos lembrar que foi a provisão do Cordeiro imaculado que nos garantiu eterna redenção. 
 
- MINHA HISTÓRIA PESSOAL - 
 
Lutei por muitos anos com essa verdade. A vergonha e o desânimo eram meus amigos 
próximos. Combatia tais sentimentos com mais oração, estudo e leitura sobre a vida dos grandes 
homens e mulheres de Deus do passado. No entanto, mesmo fazendo o que a maioria iria me 
aconselhar a fazer, meu problema não era resolvido. Descobri que, quando nossa perspectiva está 
errada, mais estudo e oração podem realmente acrescentar desânimo e vergonha, como aconteceu 
comigo. Cada biografia me impressionava, mas também me fazia sentir desesperançoso. Todos 
eram muito perfeitos. Não conseguia me ver em qualquer um daqueles encontros com Deus. 
Parecia que eles eram os favoritos de Deus e eu só existia. Um dia, ouvi uma fita de David 
Wilkerson chamada “Enfrentando seus fracassos”. Nela, ele falava sobre como todos os “grandes” 
tinham falhas e fraquezas também. Ele compartilhava algumas de suas lutas e fracassos. Foi a 
mensagem mais refrescante que já tinha ouvido na minha vida. Era o início de uma mudança de 
perspectiva para mim. O espírito religioso, porém, não estava disposto a desistir de mim tão 
facilmente. 
Eu tinha me cercado de pessoas com paixão semelhante - avivamento a qualquer custo! Estava 
debruçado sobre esse tema. Dormia, comia, e orava isso constantemente. No entanto, algo era de 
conhecimento comum a todos nós que tínhamos estudado os avivamentos do passado - não 
éramos santos o suficiente. Então, constantemente eu reexaminava meus motivos e minha 
santidade pessoal, e o resultado sempre era pífio. Minha paixão por Deus estava viva e bem, mas 
meus esforços na área da santidade pessoal estavam me matando. Fico envergonhado em admitir 
isso, mas já era pastor há alguns anos antes de realmente começar a ficar bem. Toda semana, ficava 
paralisado na mesma questão - meu sentimento de inutilidade e de desesperança. Felizmente, era 
capaz de “achar uma saída pela fé” aos domingos para que pudesse dar ao povo que pastoreava algo 
saudável para comer. 
Um querido amigo e mentor meu, Darol Blunt, tinha uma vida marcada pela graça. A vida 
parecia muito fácil para ele. Ele me acompanhou através de muitas coisas e foi um modelo de uma 
vida sem a intensa introspecção na qual eu estava preso. Ele ria muito e sabia como se divertir sem 
ser grosseiro. Aquilo era novo para mim. Para o meu próprio bem, eu era muito sério. Tinha sido 
um palhaço da sala enquanto crescia e tinha aprendido, por efeito, a ser rude. Abandonei isso e 
tudo o que conhecia para seguir a Deus completamente. Infelizmente, deixei uma parte valiosa de 
quem eu era para trás no opressivo processo de busca pela santidade pessoal e assumi uma falsa 
imagem de espiritualidade que nunca funcionou. 
Como Deus começou a me mudar? Não houve um encontro único que tenha mudado tudo 
num momento. Houve, porém, uma série de coisas que Deus pôs no meu caminho para que eu me 
estabelecesse nele e fosse liberto do espírito religioso que tinha me prendido. Era necessário 
arrependimento. Parece estranho dizer isso, porque arrependimento era um tema de suma 
importância para mim. No entanto, o verdadeiro arrependimento é “mudar a forma como 
pensamos”. Eu precisava de um arrependimento que viesse a afetar minha mente e redirecionasse 
o meu coração para um Deus que perdoa. A fé é a evidência de verdadeiro arrependimento. Eu não 
estava vivendo em pecado secreto. Não havia hábitos pecaminosos na minha vida para atormentar 
a minha consciência com a vergonha. Minha vergonha era acerca da minha humanidade e meu 
desânimo era sobre quem eu não era. Em algum momento, realmente tive que acreditar que aquilo 
que o Rei Jesus fez foi o suficiente. Parece tão simples agora. Minha vergonha silenciosamente 
negava Sua obra expiatória. Meu desânimo desonrava a suficiência das promessas do Rei. 
 
- NÃO PRATICO MAIS A INTROSPECÇÃO - 
 
Demorou um pouco, mas finalmente percebi que meus melhores momentos (mentalmente, 
emocionalmente e espiritualmente) vieram quando apenas fiz o meu melhor e fiquei longe da 
introspecção. Essa era uma coisa assustadora para mim, porque na minha mente a introspecção era 
quase um rito de passagem para o meu maior sonho - ser um avivalista. Depois de anos lutando 
com o conflito da santidade pessoal, orei algo como isto: 
 
Pai, 
Você sabe que não vejo muito bem quando olho para dentro, então vou parar. Estou 
confiando em Você para me apontar as coisas que preciso ver. Comprometo-me a permanecer em 
Sua Palavra. Você disse que Sua Palavra era uma espada - então, por favor, use-a para me cortar 
profundamente. Exponha aquelas coisas em mim que não são agradáveis a Você. Entretanto, ao 
fazer isso, peço que me dê a graça de abandoná-las. Também prometo ir até Você diariamente. 
Sua presença é como um fogo. Por favor, consuma em mim as coisas que Lhe desagradam. 
Derreta meu coração até que ele se torne como o coração de Jesus. Seja misericordioso comigo no 
que tange a essas coisas. Prometo, também, permanecer em comunhão com o Seu povo. Você 
disse que o ferro afia o ferro. Espero que unja as “feridas de um amigo” para me trazer de volta à 
realidade quando eu estiver sendo resistente à Você. Por favor, use essas ferramentas para moldar 
a minha vida até que apenas Jesus seja visto em mim. Acredito que Você me deu Seu coração e Sua 
mente. Por Sua graça eu sou uma nova criação. Quero que essa realidade se torne visível para que 
o nome de Jesus seja alçado à mais alta honra. 
 
- REVISANDO A HISTÓRIA - 
 
Perdão, em efeito, muda o passado. O jornal de Deus registra a nossa vida a partir da 
perspectiva do Seu perdão e da nossa fé. Seu Livro de Recordações não contém a nossa história de 
pecado e estupidez. Considere Sara, mulher de Abraão. Em Gênesis 18 ela: “riu dentro de si, 
dizendo: Depois de tão envelhecida, eu terei prazer, e meu senhor sendo também velho? 
E o Senhor disse a Abraão: Por que Sara riu, dizendo: É verdade que eu, que sou velha, gerarei 
uma criança? 
Há alguma coisa difícil demais para o Senhor? No tempo determinado, eu retornarei a ti, de 
acordo com o tempo de vida, e Sara terá um filho. 
Então Sara negou, dizendo: Eu não ri, pois ela estava com medo. E ele disse: Não, mas tu 
riste.” 
A palavra hebraica para riso nesse versículo nos diz que ela não deu uma risada envergonhada. 
Ela, na verdade, zombou de Deus e do que Ele tinha dito, e, em seguida, tornou as coisas piores, 
mentindo ao Senhor sobre o que fez. Hebreus 11:11, porém, diz que: “Pela fé também a própria 
Sara recebeu vigor para conceber descendência, e deu à luz uma criança quando já de idade 
avançada; porquanto teve por fiel aquele que havia prometido.” 
Essa é a mesma mulher! O que aconteceu? Aparentemente, ela se arrependeu, voltando o seu 
coração para o que Deus havia declarado ser o seu destino. Ao fazê-lo, Deus reescreveu sua 
história,

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