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Queixa-Crime (1)

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ.
ENRICO, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº. XXX, CPF nº. XXX, residente e domiciliado no endereço XXX, endereço eletrônico, por meio de seu procurador infra-assinado, mediante procuração com poderes especiais em anexo, vem, respeitosamente perante presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente
QUEIXA-CRIME
com base nos artigos 41 e 44, do Código de Processo Penal e artigo 100, parágrafo 2º, do Código Penal, c/c o artigo 30, do Código de Processo Penal, em desfavor de HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº. XXX, CPF nº. XXX, residente e domiciliada no endereço XXX, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
I- DOS FATOS
Inicialmente, cumpre esclarecer que no dia 19 de abril de 2014, Helena, a parte demandada neste processo, difamou e injuriou Enrico, o autor da ação, imputando-lhe um ato que prejudicou gravemente sua reputação, causando, além disso, sérios danos à sua dignidade e decoro.
Ressalta-se, pois, que naquela ocasião, Helena, que era vizinha de Enrico e também sua ex-namorada, possuía um perfil na mesma rede social deste e estava incluída na lista de contatos de seu ex-parceiro. 
Destarte, menciona-se que ela utilizou seu computador pessoal em sua própria residência, localizada em um edifício na bela praia de Icaraí, em Niterói, para fazer uma postagem no perfil pessoal de Enrico, na qual proferiu as seguintes palavras: "não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!". 
A bem da verdade, Excelência, com o propósito claro de prejudicar a imagem de Enrico perante seus colegas de trabalho e manchar sua reputação, Helena acrescentou ainda: "ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão alcoolizado durante o expediente que a empresa onde trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!".
Pois bem.
Frisa-se, sobretudo, que imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação que continha os comentários ofensivos feitos por Helena em seu perfil pessoal, mas ficou perplexo frente aos companheiros que estavam o acompanhando, quais sejam, Carlos, Miguel e Ramirez.
Nesse diapasão, de pronto, corrobora-se o entendimento de que ao utilizar seu computador pessoal para inserir essas expressões injuriosas e difamantes no perfil de Enrico em sua rede social, Helena empregou um meio que facilitou a disseminação da difamação e injúria, incorrendo, assim, na causa de aumento de pena estabelecida no artigo 141, inciso III, do Código Penal.
Além dos eventos mencionados anteriormente, torna-se importante destacar o impacto emocional e profissional que as ações de Helena tiveram sobre Enrico, eis que as palavras difamatórias e injuriosas publicadas por Helena em um ambiente público como as redes sociais causaram um grande constrangimento a Enrico perante seus amigos, familiares e colegas de trabalho. No mais, frisa-se que a reputação pessoal e profissional de Enrico sofreu danos significativos devido às alegações falsas e prejudiciais feitas por Helena.
No contexto profissional, a alegação de que Enrico estava trabalhando embriagado teve sérias consequências, posto que, além de prejudicar sua imagem entre seus colegas de trabalho, essa afirmação poderia ter impactos graves em sua carreira e oportunidades futuras de emprego. 
Ademais, nota-se que a necessidade de chamar uma ambulância durante o horário de trabalho, como alegado por Helena, poderia ser interpretada como negligência grave, o que poderia afetar negativamente sua reputação profissional.
Além disso, mostra-se importante ressaltar que as ações de Helena foram realizadas com o objetivo claro de denegrir a imagem e a reputação de Enrico perante a sociedade e seus contatos nas redes sociais. certo que a disseminação de informações falsas e prejudiciais em um espaço público como as redes sociais pode ter consequências duradouras para a vítima, causando-lhe angústia emocional e danos psicológicos.
Em suma, Excelência, verifica-se que os atos de difamação e injúria cometidos por Helena não apenas prejudicaram a reputação de Enrico, mas também tiveram um impacto substancial em sua vida pessoal e profissional, certo que tais eventos demonstram a importância da proteção legal contra a difamação e a injúria, garantindo que as vítimas possam buscar justiça e reparação pelos danos causados à sua reputação e bem-estar emocional.
II- DO DIREITO
Adentrando-se aos apontamentos jurídicos propriamente ditos, insta salientar que, ao proferir palavras que classificaram o querelante como um indivíduo idiota, alcoolizado, irresponsável e sem vergonha, a parte acusada incorreu no delito de injúria, conforme estipulado no artigo 140 do Código Penal.
Da mesma forma, ao alegar que o querelante trabalhava embriagado todos os dias e que, no décimo dia do mês anterior, estava visivelmente embriagado a ponto de a empresa onde ele atua precisar chamar uma ambulância durante o expediente, a querelada cometeu o crime de difamação, tipificado no artigo 139 do Código Penal.
Assim sendo, torna-se relevante destacar que Helena praticou tanto a injúria quanto a difamação no mesmo contexto, através de uma única publicação, com intenções independentes, caracterizando um concurso formal imperfeito de crimes, de acordo com o disposto na segunda parte do artigo 70, do Código Penal.
Portanto, resta evidente que houve uma única ação por parte de Helena, consistindo em uma única publicação na qual, com intenções independentes, cometeu dois delitos distintos, a saber, injúria e difamação, sendo que esses atos são passíveis de punição de acordo com as leis vigentes.
Como se não bastasse os fundamentos retro, exorta-se que, no âmbito do Direito, o caso em voga suscita diversas questões importantes relacionadas aos crimes contra a honra, especificamente a difamação e a injúria.
Detalhadamente, menciona-se que a injúria ocorre quando alguém profere palavras ou realiza ações que agridem a dignidade ou o decoro de outra pessoa. Por outro lado, a difamação envolve a atribuição falsa de fatos que prejudicam a reputação de alguém.
Nesse diapasão, comenta-se que a particularidade deste caso está na publicação dessas ofensas em redes sociais, eis que o uso generalizado da internet e das redes sociais como meio para a prática de crimes contra a honra seja uma questão contemporânea que requer uma análise cuidadosa da legislação existente, tendo em vista que a velocidade e o alcance da disseminação de informações nas redes sociais tornam necessária uma adaptação das leis para efetivamente abordar esse contexto digital.
Outrossim, salienta-se que o conceito de concurso formal imperfeito de crimes também seja relevante no caso em menção, o que acontece quando uma única ação resulta na prática de múltiplos crimes, cada um com uma intenção autônoma. 
No mais, comenta-se que o cerne da questão permanece na defesa dos direitos individuais, eis que a vítima, Sr. Enrico, tem o direito de buscar reparação pelos danos causados à sua honra e reputação.
Além disso, dispensa-se o entendimento de que o Direito Penal não se limita a impor penalidades aos infratores; também visa encontrar formas de reparar o dano causado à vítima, o que pode incluir a exigência de retratação pública, indenização financeira ou outras formas de compensação.
Por fim, Excelência, atesta-se que o caso em menção destaca a interação entre as leis e a sociedade em constante evolução, certo que o Douto Juízo precisa interpretar as leis de acordo com as mudanças na tecnologia e nas normas sociais para proteger eficazmente os direitos das pessoas, sendo veementemente necessário a proteção dos direitos e interesses desse peticionante, pessoa extremamente lesada no âmbito social.
III- DOS PEDIDOS
Ante o exposto, assim agindo, a quereladaHELENA praticou os delitos previstos nos artigos 139 e 140, c/c artigo 141, inciso III e o artigo 70, todos do Código Penal, razão pela qual requer-se: 
a) a designação da audiência preliminar ou de conciliação; 
b) a citação da Querelada; 
c) o recebimento da queixa-crime; 
d) a oitiva das testemunhas arroladas; 
e) a procedência do pedido, com a consequente condenação da Querelada nas penas dos artigos 139 e 140 c/c o artigo 141, inciso III, o artigo 70, todos do Código Penal; 
f) a fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
Local XXX, data XXX.
Advogado XXX, OAB nº. XXX
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) CARLOS;
2) MIGUEL; e
3) RAMIREZ.

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