Buscar

CASO CONCRETO 1 PRÁTICA PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Estácio de Sá
Estágio 02
Aluno: Pedro Vitor Serodio de Abreu
Matrícula: 201601451156
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE NITEROI – RJ
Processo n° 
Ref.: Inquérito Policial n°
PEDRO, nacionalidade, estado civil, engenheiro, data de nascimento, portador da cédula de identidade n°, inscrito no CPF/MF sob o n°, residente e domiciliado no endereço, na comarca de, por seu advogado, regularmente constituído nos termos da procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 41 do Código de Processo Penal e artigos 100, §2°, do Código Penal c/c 30, do Código de Processo Penal, oferecer
QUEIXA-CRIME
contra de HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, data de nascimento, portador da cédula de identidade n°, inscrito no CPF/MF sob o n°, residente e domiciliada no endereço, na comarca de, pela prática das seguintes condutas delituosas: 
I – DOS FATOS
A Querelada, no dia de 19 de abril de 2016, em horário que não impreciso, no interior de sua residência, situada em um prédio, na praia de Icaraí, na Comarca de Niterói, RJ, atribuiu fato desonroso na intenção de ofender a honra objetiva do querelante perante terceiros e escreveu em sua página do facebook as palavras “ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo! ”
Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, a querelada, consciente e voluntariamente, com a intenção de ofender a honra subjetiva do querelante, atribuindo-lhe qualidade negativa da qual tomou conhecimento, escreveu em sua página do facebook as palavras “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha! ”
Salienta-se que o crime foi praticado por meio que facilitou a propagação das palavras difamatórias e injuriosas proferidas em desfavor do querelante, tendo em vista que o meio eleito foi a rede mundial de computadores (internet), via seu perfil pessoal no facebook. 
II – DOS FUNDAMENTOS
Excelência, em conformidade com os fatos já narrados nesta petição, é sabido que a querelada incorreu nos crimes tipificados nos artigos 138, 139 e 140 c/c 141, inciso III, todos do Código Penal Brasileiro, senão vejamos:
Difamação - Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Nesse sentido, preceitua Nelson Hungria:
“Consiste na imputação de fato que, embora sem revestir caráter criminoso, incide na reprovação ético-social e é, portanto, ofensivo à reputação da pessoa a quem se atribui. Segundo já foi acentuado, é estreita a sua afinidade com a Calúnia. Como está, é lesiva da honra objetiva (reputação, boa fama, valor social da pessoa) e por isto mesmo, supõe necessariamente a comunicação a terceiro. Ainda mais a Difamação, do mesmo modo que a Calúnia está subordinada a condição e que o fato atribuído seja determinado. Há, porém, diferenças essenciais entre uma e outra dessas modalidades de crime conta a honra: na Calúnia, o fato imputado é definido como crime e a imputação deve apresentar-se objetiva e subjetivamente falsa; enquanto na difamação o fato imputado incorre apenas na reprovação moral, e pouco importa que a imputação seja falsa ou verdadeira. ” (HUNGRIA, Nelson. Comentários ao Código Penal, v. VI, p. 84-85)
Injúria - Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ”
 
Portanto, o doutrinador Rogério Greco diz de maneira clara:
“Entretanto, não se faz necessária a presença da vítima no momento em que o agente profere, por exemplo, as palavras que são ofensivas à sua honra subjetiva. Assim, se alguém, em conversa com terceiro, chama a vítima de mau-caráter e esta vem a saber disso pouco tempo depois, o delito de injuria se consumou quando ela toma conhecimento, mas não exige a sua presença no momento em que a agressão à sua honra é proferida”. GRECO, Rogério. Código penal comentado. Pág 349 – 5. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2011.
Além de estar presente, Excelência, o caso de aumento de pena previsto no art. 141, inciso III do Código Penal, tendo em vista que os fatos se deram na presença de várias pessoas, por ter sido publicado em rede social:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm)
Desta forma, a Jurisprudência trata o assunto de maneira direta:
(TJ-PR - ACR: 6009603 PR 0600960-3, Relator: José Mauricio Pinto de Almeida, Data de Julgamento: 10/05/2010, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: DJ: 402) 
“Sendo crime formal, a difamação não exige, para a sua consumação, a efetiva lesão do bem jurídico, contentando-se com a possibilidade de tal violação. Basta, para sua existência, que o fato imputado seja capaz de macular a honra objetiva. Não é preciso que o ofendido seja prejudicado pela imputação”. (DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS, in Código Penal Anotado, Ed. Saraiva, 10ª ed. – 2000, São Paulo, pág. 471).
Nesta esteira, a conduta da acusada se configuraria crime mesmo que não tivesse causados todos os transtornos que causou na vida da querelante. Com efeito, a legitimidade ativa ad causam é do ofendido, ou seja, caberá a este a titularidade da Ação Penal por se tratar da regra nos crimes contra a honra, afastando assim as hipóteses de exceção. Ressalta-se, oportunamente, que a todo o momento a ré agiu de forma dolosa, pois possuía absoluto conhecimento da extensão que suas publicações teriam, tendo em vista que a difamação foi proferida em grupo familiar. Inobstante o caráter formal do delito, e sua concretização no momento em que ocorreram efeitos materiais, firmar-se-á pela prevenção a competência para Fortaleza em virtude dos fatos difamatórios comprovadamente terem sido alvo de ciência por terceiros nesta cidade. ”
III – DOS PEDIDOS
Requer a PROCEDÊNCIA do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos artigos 139 e 140 c/c 141, inciso III, n/f do 70, todos do Código Penal. 
A citação da querelada para, se assim desejar, apresentar resposta à acusação, no prazo legal, sob pena de arcar com os efeitos da decretação da revelia; 
A condenação da querelada ao pagamento das custas e demais despesas processuais, além da fixação do patamar mínimo de indenização a ser pago ao querelante, na forma do artigo 387, inciso IV, do CPP. 
A intimação das testemunhas abaixo arroladas para serem ouvidas em juízo:
1- Marcos, qualificado às folhas, do Inquérito Policial;
2- Miguel;
3- Manuel.
 
Termos em que,
Pede deferimento.
Niterói, 19 de outubro de 2016.
Advogado
OAB/UF n°.

Outros materiais