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AULA 5 – 23/11/2020 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIAGRAMAS DIAGRAMAS NA PRÁTICA O técnico sempre terá de efetuar a leitura de diagramas, comparando o representado com o real. Assim, damos a seguir exemplos práticos acrescentando outros componentes, no caso, transistores. De início não interessará a função deste componente. O importante agora é saber que esse componente tem 3 terminais denominados EMISSOR, BASE e COLETOR e é representado pelo símbolo da figura abaixo. A função dos transistores e dos componentes a eles associados não importa, já que nesta lição o que nos interessa é a leitura dos diagramas. Na figura abaixo vemos o diagrama de um estágio ou etapa de um equipamento que utiliza dois transistores BC548, assim como os componentes a eles associados. Note, nas representações adotadas para os transistores, que as setas existentes junto aos seus símbolos indicam o terminal do componente ao qual está ligado o eletrodo correspondente. Os traços paralelos indicados por C1, e C2 são os capacitores. Lembramos novamente que a identificação dos terminais dos transistores se faz pelo tipo de invólucro, ou seja, pela sua aparência, segundo instruções dadas pelos fabricantes. No caso dos BC548, temos a aparência mostrada na figura abaixo. Para estes transistores, do terminal da esquerda, quando o observamos na posição indicada, é o C (coletor), o do meio B (base) e o da direita o E (emissor). Nesta vemos uma parte da placa de circuito impresso, na qual estão montados os dois transístores e os componentes associados. Como proceder para efetuar ou conferir as ligações indicadas no circuito? Iniciamos junto a Q1, o primeiro transistor BC548. O terminal E está com o símbolo correspondente à ligação na terra, o que significa que este terminal deve ter uma conexão ao ponto 0 Volt da alimentação do equipamento. Para isso, temos uma trilha de cobre (1) que interliga esse ponto a uma trilha de cobre, que é a "linha" de 0 Volt e que percorre todo o aparelho. Outro terminal do mesmo transistor que possui ligação é o terminal do coletor. Perceba que, no diagrama deste terminal, parte um fio de ligação que vai diretamente ao resistor R3. Ligaremos, portanto, ao terminal C um dos terminais do resistor, conforme mostra a figura em (3). No outro extremo do resistor R3 temos a indicação + B, ou seja, uma indicação de que este componente deve ter este terminal conectado a um ponto do circuito que forneça o potencial positivo necessário à sua alimentação. Na figura vemos que este terminal está ligado a uma trilha por onde "corre" a alimentação positiva de todo o aparelho, marcada com (4) no desenho. O resistor fica, deste modo, conectado entre o terminal C do transistor e o +B do circuito. O componente seguinte a ser conectado ao circuito é o capacitor C1. No diagrama, um dos terminais de C1 está conectado à trilha que vai ao terminal B do transistor. O outro terminal do capacitor vem de uma etapa anterior que não nos interessa no momento. Por conveniência faremos a ligação diretamente ao terminal de base (B) do transistor, pela trilha marcada com (5). Soldamos, então, um dos terminais de C, a esse ponto da placa. O outro terminal do capacitor será soldado à trilha que se dirige à etapa anterior do aparelho. O que descrevemos para o capacitor C1 também é válido para o capacitor C2 . Soldamos este componente de modo que um dos terminais fique na trilha que liga R3 a C de Q1 e, o outro terminal, na trilha que vai a B de Q2. De acordo com o diagrama, resta-nos fixar R3 e R4. Estes componentes estão ligados em série e entre eles a base (B) de Q2 e o outro terminal de C2. Deste modo, interligamos os terminais desses componentes conforme mostra a figura e os soldamos a uma ilha comum na placa (6), onde também estão os terminais de C2 e do transistor Q2. Os outros dois terminais de R2 e R3 são ligados à linha de terra e à de +B, onde estão soldados. Com isso terminamos a montagem dos componentes indicados no diagrama. Se, entretanto, examinarmos a nossa montagem, notaremos que existem ligações compridas, com muito "espaço" mal aproveitado na placa. Para tornar a montagem mais limpa, com ligações curtas, pode-se escolher outra disposição para os componentes. Basta, por exemplo, juntar mais os transistores e mudar as posições dos resistores e capacitores, assim como os desenhos das trilhas, conforme indica a figura 62 resultando, deste modo, na possibilidade de uma disposição mais racional dos componentes. As ligações entre si serão as mesmas, como verificamos facilmente. A placa de circuito impresso, entretanto, poderá ser menor e melhor aproveitada, facilitando, portanto, a colocação de componentes adicionais. Nem todos os diagramas possuem a indicação do número do terminal ao qual estão associados os eletrodos correspondentes. Neste caso, será necessária a consulta a um manual de transistores. A seguir damos mais um exemplo de um circuito impresso. Veja uma correspondência entre as ligações esquematizadas e as que ocorrem na realidade. A distribuição dos componentes deve ser feita de modo planejado, a fim de que não haja cruzamentos de ligações. IDENTIFICAÇÃO DE SOQUETES Nos aparelhos eletrônicos encontramos muitos componentes que usam soquetes, nos quais são encaixados. É muito importante saber identificar os pinos ou terminais de ligação desses soquetes, que são numerados nos diagramas. Válvulas, circuitos integrados, cabos de interligação de computadores, sistemas de vídeo, fazem uso de soquetes e também de conectores, que têm uma disposição de pinos que segue uma regra universal. A seguir, estudaremos alguns casos importantes. Que já servirão para que consiga identificar os componentes em relação aos diagramas, não importando de início a função de cada um. Válvulas As válvulas são formadas por bulbos de vidro no interior dos quais estão seus elementos ativos, que são acessados por meio de pinos. Esses pinos são encaixados em soquetes ou suportes. Existem válvulas de 7,9 ou mais pinos, em tamanhos pequeno e grande, e para cada tipo temos um suporte apropriado. O número do pino de acesso a cada elemento é identificado no símbolo da válvula. Para identificar estes pinos devemos observar o suporte por baixo. A contagem deve ser feita a partir do espaço maior ou de ressalto, no sentido horário. Será preciso consultar um "Manual de Válvulas", identificar a pinagem, ou disposição dos elementos internos das válvulas para permitir sua identificação, já que nem sempre se disporá de um diagrama para isso. Circuitos Integrados Os aparelhos mais modernos utilizam circuitos integrados, que têm, na maioria dos casos, os aspectos mostrados na figura abaixo. Estes componentes podem vir soldados diretamente na placa de circuito impresso que lhes servem de "chassis", ou podem ser encaixados em soquetes. O técnico deve estar apto a reconhecer os terminais destes componentes quando representados num diagrama. Se o manual do fabricante indicar que na ligação do resistor R2 no pino 3 a tensão é de 3 Volts, o técnico precisa saber reconhecer este resistor e ter acesso ao ponto indicado. Então, no caso dos circuitos integrados com invólucros de duas filas de terminais paralelos, denominados DIL (Dual Line, do Inglês), e leitura dos pinos se faz a partir da marca, ponto ou meia-lua, observando o componente de cima. Esta leitura é feita no sentido anti-horário e, isso é válido também para seus suportes. Conectores Existem diversos tipos de conectores encontrados nos aparelhos eletrônicos, alguns possuem grande quantidade de terminais que precisam ser identificados quando fazemos uma leitura de diagrama ou precisamos fazer testes em determinados pontos. Na figura abaixo temos alguns tipos mais comuns de conectores com a numeração de seus terminais. Emmuitos casos, os conectores, assim como os soquetes, não são representados nos diagramas, mas somente os pontos onde ocorrem as ligações. Note que os fios que vão ao conector SK2 são apenas numerados em função dos pinos onde devem ser ligados, não aparecendo nenhum símbolo que represente o próprio conector o técnico que vai reparar este aparelho e precisa ter acesso a um ponto do conector, deve seguir pelo diagrama o fio correspondente à ligação, para encontrar o conector e o ponto onde será feito o teste. Muitos conectores, por não serem muito comuns, trazem gravada em sua base a ordem de numeração dos pinos ou terminais, o que em geral facilita bastante o trabalho do técnico.