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Defesa Comercial

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Economia; Direito e Legislação
Defesa Comercial
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
Conteudista/s 
Amanda Athayde (Conteudista, 2023);
Anderson Luiz Monteiro Cavalcante (Conteudista, 2023);
Daniel Raphanelli (Conteudista, 2023);
Luiz Oliveira (Conteudista, 2023);
Newton Batista da Costa Junior (Conteudista, 2023);
Paulo Destro (Conteudista, 2023);
Paulo Henrique Neves (Conteudista, 2023);
Vanessa Teixeira (Conteudista, 2023);
Zahra Faheina Gadelha (Conteudista, 2023). 
Sumário
Módulo 1: Conhecendo o que é Defesa Comercial .............................................. 9
Unidade 1: Teoria e Histórico da Defesa Comercial ............................................ 9
1.1 Notas Conceituais sobre Defesa Comercial ............................................................ 9
1.2 Histórico Internacional - Acordos na Era GATT e OMC ...................................... 17
1.3 Histórico Nacional sobre Defesa Comercial e Interesse Público: Legislações de 
1995 e Modificações Posteriores .................................................................................. 17
1.4. Solução de Controvérsias da OMC ....................................................................... 21
1.5 Estrutura Governamental em Defesa Comercial ................................................ 23
Referências ..................................................................................................................... 24
Unidade 2: Apoio ao Exportador Brasileiro Investigado em Processos de Defesa 
Comercial no Exterior ............................................................................................ 26
2.1 Estrutura Governamental que Auxilia Exportadores Brasileiros em Investigações 
de Outros Países ............................................................................................................ 26
Referências ..................................................................................................................... 30
Módulo 2: Investigações Antidumping: Teoria e Prática ..................................31
Unidade 1: Legislação Internacional e Nacional sobre Antidumping..............32
1.1 Legislação Internacional sobre Antidumping (Acordo Antidumping da OMC) 32
1.2 Legislação Nacional sobre Antidumping (Decreto 8.058/2013 e Portarias) ..... 33
Referências ..................................................................................................................... 36
Unidade 2: Aspectos Conceituais Gerais em Investigações Antidumping ......38
2.1 Produto Objeto e Produto Similar ........................................................................ 38
2.2 Conceito de Indústria Doméstica .......................................................................... 42
2.3 Análise das Importações ........................................................................................ 44
Referências ..................................................................................................................... 48
Unidade 3: Aspectos Conceituais Específicos sobre Dumping em Investigações 
Antidumping ........................................................................................................... 49
3.1 Valor Normal ............................................................................................................ 49
3.2 Preço de Exportação ............................................................................................... 50
3.3 Margem de Dumping .............................................................................................. 52
Referências ..................................................................................................................... 55
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 4: Aspectos Conceituais Específicos sobre Dano em Investigações 
Antidumping ........................................................................................................... 56
4.1 Conceito de Dano para Fins de Defesa Comercial ............................................... 56
4.2 Indicadores da Indústria Doméstica ..................................................................... 57
Referências ..................................................................................................................... 61
Unidade 5: Aspectos Conceituais Específicos sobre Causalidade em Investigações 
Antidumping ....................................................................................................................62
5.1 Impacto das Importações Objeto de Dumping na Indústria Doméstica: Nexo de 
Causalidade .................................................................................................................... 62
5.2 Outros Fatores de Dano .......................................................................................... 64
Referências ..................................................................................................................... 66
Unidade 6: Aspectos Conceituais Específicos sobre a Aplicação das Medidas 
Antidumping ........................................................................................................... 67
6.1 Medida Antidumping (Direitos Antidumping e Compromissos de Preço) ....... 67
6.2 Menor Direito (Lesser Duty) ..................................................................................... 68
Referências ..................................................................................................................... 71
Unidade 7: Aspectos Distintivos entre Investigações Originais e Revisões de 
Final de Período ..................................................................................................... 72
7.1 Aspectos Distintivos das Revisões de Final de Período ...................................... 72
7.2 Probabilidade de Continuação ou Retomada do Dumping ............................... 73
7.3 Probabilidade de Continuação ou Retomada do Dano ...................................... 75
7.4 Prorrogação ou não da Medida Antidumping ..................................................... 77
Referências ..................................................................................................................... 78
Módulo 3: Investigações de Subsídios e Medidas Compensatórias: Teoria e 
Prática ............................................................................................................... 79
Unidade 1: Legislação Internacional e Nacional sobre Subsídios e Medidas 
Compensatórias ..................................................................................................... 80
1.1 Legislação Internacional sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (Acordo 
sobre Subsídios e Medidas Compensatórias) ............................................................ 80
1.2 Legislação Nacional sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (Decreto 
10.839/2021 e Portaria) ................................................................................................. 81
Referências ..................................................................................................................... 82
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5
Unidade 2: Aspectos Conceituais Específicos sobre Investigações de Subsídios .83
2.1 Conceito de Subsídios ............................................................................................ 83
2.2 Caracterização da Contribuição Financeira .......................................................... 85
2.3 Caracterização de Sustentação de Rendas ou Preços ......................................... 86
2.4 Formas de Concessão de Contribuições Financeiras ......................................... 87
2.5 Conceito de Órgão Público e de Confiança e Instrução a Entidades Privadas88
2.6 Caracterização do Benefício e o Conceito de Benchmark ................................... 90
2.7 Conceito de Especificidade .................................................................................... 91
2.8 Subsídios a Montante e Subsídios Indiretos ....................................................... 93
2.9 Conceito de Subsídios Recorrentes e Não Recorrentes .................................... 95
2.10 Apuração do Benefício – o Numerador e o Denominador do Cálculo .......... 96
Referências ..................................................................................................................... 99
Unidade 3: Aspectos Conceituais Específicos sobre a Aplicação das Medidas 
Compensatórias ................................................................................................... 100
3.1 Dos Direitos Compensatórios e dos Compromissos ........................................ 100
3.2 A Aplicação da Regra do Menor Direito (Lesser Duty) em CVD ....................... 102
3.3 Double Remedy (Duplo Remédio) ......................................................................... 103
3.4 Tipos de Revisão de Direitos Aplicados .............................................................. 104
Referências ................................................................................................................... 107
Unidade 4: Aspectos Específicos de Temas Atuais e dos Resultados de Disputas 
da OMC .................................................................................................................. 108
4.1 Subsídios Transnacionais ..................................................................................... 108
4.2 Discussões Trilaterais sobre Subsídios (UE, EUA e Japão) ................................ 109
Referências ................................................................................................................... 112
Módulo 4: Investigações de Salvaguardas: Teoria e Prática ...........................114
Unidade 1: Legislação Internacional e Nacional sobre Salvaguardas ...........114
1.1 Legislação Internacional sobre Salvaguardas ................................................... 114
1.2 Legislação Nacional sobre Salvaguardas (Decreto 1.488/1995) ...................... 117
Referências ................................................................................................................... 118
Unidade 2: Condições para Aplicação de Salvaguarda Global ........................119
2.1 Das Condições de Aplicação das Medidas de Salvaguarda Global ................. 119
2.2 Evolução Não Prevista das Circunstâncias (Unforeseen Developments) ........... 121
2.3 Prejuízo Grave ou Ameaça de sua Ocorrência ................................................... 123
2.4 Causalidade ............................................................................................................ 124
Referências ................................................................................................................... 126
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 3: Aspectos Procedimentais sobre Salvaguardas Globais ...............127
3.1 Aspectos Procedimentais Mínimos Durante as Investigações de Salvaguardas 
Globais ...................................................................................................................... 127
3.2 Paralelismo entre Escopo da Investigação e da Aplicação da Medida de 
Salvaguarda Global ...................................................................................................... 128
3.3 Formas de Aplicação da Salvaguarda Global e Ajuste da Indústria Doméstica ....129
3.4 Limites Temporais de Vigência de uma Salvaguarda Global e Liberalização 
Progressiva ................................................................................................................... 131
3.5 Desdobramentos da Aplicação da Salvaguarda Global: Compensações e 
Retaliações (Suspensão de Concessões) ................................................................... 133
Referências ................................................................................................................... 135
Unidade 4: Especificidades sobre Salvaguardas Preferenciais .......................136
4.1 Salvaguardas em Acordos Preferenciais de Comércio ...................................... 136
4.2 Disposições sobre Salvaguardas Globais em Acordos Preferenciais de Comércio .137
4.3 Disposições sobre Salvaguardas Preferenciais em Acordos Preferenciais de 
Comércio ........................................................................................................................ 138
Referências ................................................................................................................... 140
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7
Apresentação e Boas-vindas
Olá! Seja muito bem-vindo(a) ao curso de Defesa Comercial! O Departamento de 
Defesa Comercial (DECOM) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com a 
Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) oferecem esse curso a você com 
muita satisfação! 
Considerando a relevância econômica e jurídica dos temas de Defesa Comercial, 
identificou-se a necessidade da promoção de uma ação efetiva para a 
institucionalização da produção de conhecimento sistêmico e o aperfeiçoamento 
técnico daqueles interessados em atuar no campo da Defesa Comercial e Interesse 
Público. 
Esse esforço é necessário porque, apesar da crescente importância da atividade 
relacionada a Defesa Comercial e Interesse Público, bem como do largo arcabouço 
teórico e prático adquiridos ao longo da trajetória do DECOM/SECEX/SECINT/ME em 
seus anos de atuação, percebe-se ainda a necessidade de disseminar informações 
qualitativas sobre a atuação da autoridade investigadora, especialmente na figura 
de seus agentes públicos. 
Esses profissionais que atuam diretamente com a temática contribuíram ativamente 
para a construção deste material educativo, preparando novos profissionais para a 
atuação na área. Com isto é possível ressaltar que o aprendizado aqui proposto 
se baseia, também, na experiência adquirida de forma prática por estes agentes, 
no exercício de suas atividades enquanto investigadores, partindo o conteúdo aqui 
proposto da intenção de encontrar um pareamento adequado com a realidade da 
autoridade investigadora. 
O presente curso visa contribuir de forma enriquecedora àqueles interessados em 
atuar ou compreender de forma extensiva os mecanismos nacionais e internacionais, 
tanto práticos quanto teóricos, envolvidos no processo de investigação em Defesa 
Comercial e em Interesse Público. Para melhor aproveitamento de seus estudos, 
esta capacitação foi organizada em cinco módulos, com tópicos e subtópicos.
Conhecendo o que é Defesa Comercial 
No primeiro módulo, Conhecendo o que é Defesa Comercial você será 
apresentado aos principais conceitos sobre o tema, ao histórico internacional 
e nacional da matéria, às noções preliminares sobre o Sistema de Solução 
de Controvérsias (SSC) da Organização Mundial do Comércio (OMC), à 
estrutura governamental de tomada de decisões sobre Defesa Comercial 
e à estrutura governamental de apoio ao exportador brasileiro investigado.
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Investigações Antidumping: Teoria e Prática 
No segundo módulo, Investigações Antidumping: Teoria e Prática, 
você identificará a legislação internacional e nacional sobre antidumping; 
conhecerá de forma introdutória os principais conceitos sobre investigações 
nessa área, além de alguns conceitos específicos sobre dumping, dano e 
nexo de causalidade; conhecerá os resultados possíveis de uma investigação 
e distinguirá as peculiaridades de investigações originais e revisões de final 
de período. 
Investigações de Subsídios e Medidas Compensatórias: Teoriae Prática
No terceiro módulo, Investigações de Subsídios e Medidas Compensatórias: 
Teoria e Prática, você identificará a legislação internacional e nacional sobre 
subsídios e medidas compensatórias; conhecerá as bases conceituais relativas a 
investigações de subsídios e alguns conceitos específicos sobre os resultados de 
investigação; aprenderá sobre casos emblemáticos da jurisprudência da OMC; 
e se atualizará de temas atuais sobre subsídios e medidas compensatórias. 
Investigações de Salvaguardas: Teoria e Prática 
No quarto módulo, Investigações de Salvaguardas: Teoria e Prática, você 
identificará a legislação internacional e nacional sobre salvaguardas globais; 
conhecerá as bases materiais que as fundamentam; suas bases procedimentais; 
e, por fim, aprenderá sobre salvaguardas preferenciais. 
Desejamos a você uma excelente jornada de construção de conhecimento. Bons estudos!
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9
 Módulo
Conhecendo o que é Defesa 
Comercial 1
Todos nós de algum modo sabemos o que significa a palavra “defesa”, concorda? 
Alguns a compreendem de maneira mais profunda e técnica, enquanto outros dirão 
objetivamente que defender é se proteger de algo ou de alguém! Agora, pensando 
nesta palavra voltada às questões comerciais, o que ela representa? 
Este é o modulo introdutório do curso e tem como objetivo apresentar conceitos 
básicos para o início do trabalho em Defesa Comercial. Serão apresentados os 
históricos internacional e nacional da Defesa Comercial, as estruturas normativas 
em torno da temática e noções preliminares sobre o Sistema de Solução de 
Controvérsias (SSC) da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além disso, serão listados os principais atores e as estruturas governamentais, 
no âmbito nacional, envolvidos no processo brasileiro de decisão sobre Defesa 
Comercial e Interesse Público. 
Por fim, a última temática desta etapa de estudos será a estrutura governamental 
de apoio ao exportador brasileiro investigado em processos de Defesa Comercial 
conduzidos por outros países. 
Vamos começar!? 
Unidade 1: Teoria e Histórico da Defesa Comercial 
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você deve ser capaz de reconhecer os principais conceitos sobre 
Defesa Comercial e seu histórico internacional e nacional. 
1.1 Notas Conceituais sobre Defesa Comercial
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Bem, você provavelmente já sabe que no comércio globalizado as condições de 
competitividade são acirradas. Isso pode ser considerado parte natural da economia 
de mercado que busca eficiência, entretanto, não são raras as vezes em que são 
adotadas, pelos agentes econômicos nacionais e estrangeiros, práticas desleais de 
comércio. 
Assim, sempre que comprovado que o comportamento de empresas ou de governos 
está distorcendo o comércio ou, ainda, que estejam ocorrendo surtos de importações 
decorrentes de situações imprevistas, a legislação multilateral adotada pelos membros 
da Organização Mundial do Comércio (OMC) autoriza a utilização de determinadas 
medidas que tenham o efeito de compensar tais situações, desde que esteja comprovada 
a sua ligação com o dano ou o prejuízo à indústria doméstica do país importador. 
Para o início de sua aprendizagem em Defesa Comercial, alguns conceitos mais amplos 
e algumas definições precisam ser esclarecidas previamente, como você verá a seguir. 
Analise cada um deles com muita atenção, pois nortearão toda a sua aprendizagem, 
combinado? Para começar, veja o conceito de Defesa Comercial: 
Fonte: Freepik (2023).
Defesa Comercial: Expressão que abarca os instrumentos que visam 
a resguardar a indústria nacional de práticas desleais de comércio 
(dumping e subsídios) com fins de assegurar uma competição justa 
entre produtores domésticos e estrangeiros, bem como resguardá-
la em caso de surto de importações decorrente de evolução 
imprevista das circunstâncias (salvaguardas). Assim, a Defesa 
Comercial está baseada em três instrumentos distintos: direitos 
antidumping, medidas compensatórias e medidas de salvaguarda. 
A aplicação destes está fundamentada em acordos específicos da 
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11
Agora analise alguns conceitos de Defesa Comercial dando sequência ao que você 
acabou de aprender. 
Dumping  
O dumping é a prática de discriminação de preços em 
mercados diferentes. Em outras palavras e de forma 
simplificada, é a prática em que uma empresa exporta 
um produto a um preço inferior ao preço que pratica no 
mercado interno, ou seja, dentro do país em que está 
localizada. Veja este exemplo de dumping.
Produtora brasileira de queijos denominada “Queijão” 
exportou nos últimos meses do ano 1.000 (mil) 
toneladas de queijo para Israel, cobrando US$ 1.200 pela 
tonelada de queijo. Entretanto, a mesma tonelada de 
queijo tem o preço de US$ 1.500 no mercado brasileiro. 
Após investigação que assegura comparação justa do 
produto vendido no mercado interno (produto similar 
doméstico) com o produto exportado (produto objeto da 
investigação), resta caracterizada a prática de dumping. 
Fonte:Freepik (2023).
Margem de Dumping   
Diferença entre o valor normal e o preço de exportação 
praticado pela empresa investigada nas suas vendas ao 
Brasil. (MARGEM DE DUMPING = VALOR NORMAL - PREÇO 
DE EXPORTAÇÃO). Analise um exemplo hipotético. 
 
A empresa Vandelay Industries, localizada no Canadá, 
vende um tubo de aço no mercado canadense por US$ 
100 e o exporta para o Brasil em condições comparáveis 
de comercialização (volume, estágio de comercialização, 
prazo de pagamento) por US$ 80. Nessas condições, 
considera-se que há prática de dumping e que a margem 
de dumping corresponde a US$ 20, pois a empresa está 
vendendo o mesmo produto para o Brasil por um valor 
20 dólares mais barato. 
Fonte:Freepik (2023).
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Medidas Antidumping   
Caso a indústria doméstica de um país experimente dano 
em decorrência de importações de produtos realizadas 
a preço de dumping, podem ser aplicadas medidas 
antidumping que visam neutralizar os seus efeitos. 
Compreenda melhor este instrumento analisando 
situação hipotética. 
Suponhamos que o conjunto das indústrias brasileiras 
produtoras de aço está tendo prejuízos (caracterizando o 
dano) em decorrência de importações de aço originárias 
da Moldávia. Além disso, o aço é exportado daquele país 
para o Brasil por um preço abaixo do preço praticado para 
o mesmo tipo de aço em suas vendas internas na Moldávia. 
Fonte:Freepik (2023).
Neste caso, podem ser aplicadas medidas antidumping, ou seja, será cobrada uma sobretaxa quando da 
internalização do aço da Moldávia no Brasil, calculada, em regra, para cada produtora/exportadora do país 
(direito antidumping), que visa neutralizar os efeitos do dumping (a exportação a preço abaixo do preço de 
venda para consumo interno na Moldávia). Estas medidas são aplicadas como resultado de investigação do 
Departamento de Defesa Comercial (DECOM) em que deverão ser caracterizados o dano, o dumping e o nexo 
causal entre ambos. 
Medidas Compensatórias 
As medidas compensatórias têm como objetivo 
compensar subsídio acionável concedido, direta ou 
indiretamente, no país exportador, para a produção, 
exportação ou transporte de qualquer produto cuja 
exportação cause dano à indústria doméstica do país 
importador. Quer ver um exemplo? 
 Se o governo do país X, para incentivar suas empresas 
a exportarem mais, reembolsa a empresa exportadora 
do país X o montante de US$ 10,00 para cada par de 
tênis que ela exportar para o Brasil, fica configurada a 
concessão de subsídios acionáveis. Ainda, caso reste 
demonstrado que essas exportações de tênis do país 
X estão causando dano à indústria brasileira fabricante 
de tênis, então a autoridade investigadora poderá, após 
investigação minuciosa, recomendar a imposição de 
medida compensatória (sobretaxa)no valor de US$ 10,00 
por par de tênis importado do país X. 
Fonte:Freepik (2023).
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13
Subsídio Acionável   
Considera-se, de forma simplificada, que existe subsídio 
quando o produtor ou exportador recebe alguma ajuda 
financeira ou econômica do Estado (por exemplo: 
doação, empréstimo ou perdão de tributos devidos), 
que o beneficie na colocação de seus produtos no 
mercado externo, em condições que não teria não fosse 
o subsídio. 
Caso esse subsídio, oferecido diretamente pelo governo 
ou por meio de uma empresa privada direcionada pelo 
governo, seja de acesso limitado a uma empresa ou 
grupo de empresas/indústrias, poderá ser considerado 
acionável e, portanto, sujeito a medida compensatória. 
Fonte:Freepik (2023).
Analise este exemplo para ajudar em sua compreensão acerca do conceito de subsídio. 
Ana e seu João são apicultores há bastante tempo, muito renomados no estado do Pará, e 
decidiram abrir a empresa Doce Mel. O Governo do Pará, objetivando estimular a produção de 
mel na região, importante fonte de renda para o estado, passou a pagar R$ 5,00 reais para cada 
litro de mel produzido, além de isentar o ICMS dessas operações. Dessa forma, a Doce Mel pôde 
aumentar sua produção e exportar seu produto a um preço mais barato do que normalmente 
venderia, melhorando a sua competitividade. Assim, considera-se que a empresa Doce Mel está 
recebendo um subsídio governamental. Os benefícios concedidos pelo Estado (R$5,00 por litro 
de mel + isenção ICMS) caracterizam-se como subsídios. Ademais, como esses privilégios ficaram 
restritos apenas aos produtores de mel, considera-se que o subsídio é específico, logo, acionável 
e passível de medida compensatória. 
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Dano ou Prejuízo Grave 
Dano para fins de investigação de dumping ou subsídio:
Dano material ou ameaça de dano material à indústria 
doméstica; atraso material na implantação da indústria 
doméstica. 
Dano para fins de investigação de salvaguarda:
Prejuízo grave ou ameaça de prejuízo grave. Por prejuízo 
grave entende-se a deterioração geral significativa da 
situação de uma determinada indústria doméstica e por 
ameaça de prejuízo grave, situação de prejuízo grave 
claramente iminente. 
Nexo Causal:
Conexão lógica que determina se o dano ou prejuízo grave 
enfrentado pela indústria doméstica pode ser atribuído 
às importações investigadas. 
Fonte:Freepik (2023).
Medidas de Salvaguarda 
As medidas de salvaguarda têm como objetivo oferecer, 
temporariamente, proteção à indústria doméstica que 
esteja sofrendo prejuízo grave ou ameaça de prejuízo 
grave decorrente do aumento abrupto de importações, 
resultado de evolução imprevista das circunstâncias, com 
o intuito de que durante o período de vigência de tais 
medidas, a indústria doméstica se ajuste e possa competir 
com tais importações. 
Por exemplo, caso haja um surto de importações de 
determinado produto ao Brasil, o DECOM, após minuciosa 
investigação, poderá recomendar a aplicação de medida 
de salvaguarda, caso seja demonstrado que este surto 
causou prejuízo grave à indústria brasileira fabricante de 
produto similar. 
A medida de salvaguarda normalmente assumirá a forma 
de uma sobretaxa cobrada na importação, de restrições 
quantitativas às importações (quotas) ou da combinação 
de ambas (as chamadas quotas tarifárias). Você verá essas 
formas de aplicação com maiores detalhes no módulo 
sobre salvaguardas. 
Fonte:Freepik (2023).
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15
Autoridade Investigadora 
Autoridade responsável pelo processo de investigação de 
Defesa Comercial. No Brasil, trata-se do Departamento 
de Defesa Comercial (DECOM) da Secretaria de Comércio 
Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). 
Investigação:
Conjunto de ações tomadas pela autoridade investigadora 
a fim de confirmar ou descartar a aplicabilidade de 
medidas de Defesa Comercial em função de determinada 
prática desleal de comércio ou de surto de importações. 
Peticionária:
Parte interessada que requer à autoridade investigadora, 
por meio de petição que contenha as informações 
necessárias, investigação no âmbito da Defesa Comercial 
– ou seja, de ocorrência de dumping, subsídios ou a fim 
de propor salvaguardas. 
Fonte:Freepik (2023).
Indústria Doméstica 
Em investigações de Defesa Comercial, trata-se do 
conjunto de empresas responsável pela totalidade da 
produção nacional do produto similar ao investigado 
ou por parcela significativa da produção nacional. Por 
exemplo, na investigação sobre vidros automotivos, a 
indústria doméstica foi definida como sendo formada 
pelas empresas Pilkington, Saint-Gobain e AGC. 
Produto Objeto da Investigação:
É aquele exportado para o Brasil, originário dos países 
nos quais se localizam os produtores ou exportadores 
investigados. 
Fonte:Freepik (2023).
Produto Similar:
O produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação, ou na sua ausência, outro 
produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente características muito próximas 
às do produto objeto da investigação. Pode se referir ao produto comercializado no mercado interno do país 
investigado, nas exportações do país investigado para terceiros países, produzido e vendido pelos produtores 
nacionais no mercado interno do país que investiga; e importado das demais origens pelo país investigador.
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Elementos Fundamentais dos Instrumentos de Defesa Comercial. 
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
É muito importante realizar uma análise do histórico sobre Defesa Comercial, haja 
vista que os acordos que hoje em dia regulam a questão foram fruto de amplos 
debates entre os membros da OMC e do chamado GATT (sigla em inglês para Acordo 
Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio), como se verá a seguir.
Para maiores informações sobre os conceitos de Defesa Comercial, 
recomenda-se: 
- A Seção 2 do Guia de Apoio ao Exportador Brasileiro Investigado 
em Processos de Defesa Comercial no Exterior, disponível aqui. 
Agora preste atenção! Direitos antidumping, medidas compensatórias e medidas de 
salvaguarda estão fundamentadas em acordos específicos da Organização Mundial 
do Comércio (OMC). E para cada uma das três práticas consideradas nos acordos, há 
um remédio adequado para sua reparação. Acompanhe! 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-externo-apoio-exportador
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17
Acompanhe com atenção, na linha do tempo a seguir, um breve histórico nacional 
sobre Defesa Comercial:
Os acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) foram celebrados com o 
objetivo de diminuir as barreiras comerciais e assim promover o comércio internacional. 
As regras constitutivas do sistema multilateral de comércio se baseiam nos princípios 
de não discriminação e de transparência, com a imposição de limites sobre a gestão 
do comércio exterior pelos membros. Atualmente a OMC tem mais de 160 membros, 
sendo uma organização de ampla cobertura mundial. 
Os acordos preveem diversos mecanismos por meio dos quais os membros podem, 
temporariamente ou de forma permanente, desviar-se dos compromissos assumidos, 
sendo a Defesa Comercial uma “válvula de escape” que permitiu a liberalização ampla 
do comércio entre os membros. 
Para compreender a história do sistema multilateral de comércio, 
recomenda-se que você assista ao vídeo institucional da OMC 
sobre o tema, disponível em inglês aqui. 
1.2 Histórico Internacional - Acordos na Era GATT e OMC 
1.3 Histórico Nacional sobre Defesa Comercial e Interesse Público: 
Legislações de 1995 e Modificações Posteriores
1979
O Brasil tornou-se signatário dos Acordos Antidumping e de Subsídiose 
Medidas Compensatórias do GATT em abril de 1979, ao final da Rodada 
Tóquio, mas esses acordos só se tornaram parte integrante do arcabouço 
jurídico nacional em 19871. 
A implementação desses Códigos no Brasil foi retardada devido ao fato 
de estarem em vigor à época, no país, outros mecanismos de proteção 
1_ Esses acordos só se tornaram parte integrante do arcabouço jurídico nacional em 1987, respectivamente pelos Decretos nº 
93.941, de 19 de janeiro de 1987, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 02 de fevereiro de 1987, e nº 93.962, de 22 
de janeiro de 1987, publicado no DOU de 23 de janeiro de 1987, aprovados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto 
Legislativo nº 20, em 5 de dezembro de 1986.
https://www.youtube.com/watch?v=KRmUPHT2Vyo
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1987
1990
comercial, tais como os regimes especiais de importação e severos 
controles administrativos de importação. Com isso a produção doméstica 
se encontrava relativamente imune às práticas desleais de comércio. 
Ocorre que esses mecanismos de proteção comercial utilizados pelo Brasil à 
época, bem como os procedimentos administrativos a eles pertinentes, eram 
conflitantes com as normas do GATT e seu crescente uso se tornou fonte de 
desgaste permanente para o Brasil na sua atuação em foros internacionais. 
Em 1987, com a aprovação dos Códigos Antidumping e de Subsídios e Medidas 
Compensatórias do GATT o país passou a dispor de instrumentos de política 
comercial que a experiência internacional indicava serem adequados para a 
proteção à indústria doméstica contra as práticas desleais de comércio. Foi 
então determinado que caberia à antiga Comissão de Política Aduaneira 
(CPA), do Ministério da Fazenda, a condução das investigações e a aplicação 
dos direitos antidumping e medidas compensatórias. 
Apesar disso o recurso a esses mecanismos por parte da indústria brasileira 
tornou-se mais efetivo apenas a partir do início dos anos 90, com a abertura 
comercial e a extinção dos controles administrativos, a eliminação de 
diversos regimes especiais de importação e a adoção de um cronograma 
de desgravação tarifária. 
Em 1990, no início do governo Collor de Mello, efetuou-se uma ampla reforma 
da estrutura da Administração Pública Federal, tendo a gestão governamental 
do comércio exterior sido transferida para o Departamento de Comércio 
Exterior (DECEX), subordinado à Secretaria Nacional de Economia (SNE) do 
Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento (MEFP). 
1992
No governo Itamar Franco, por meio da Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 
1992 (BRASIL, 1992), foi criado o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo 
(MICT), ao qual estaria subordinada a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) 
que assumiu as funções anteriormente atribuídas ao DECEX/SNE/MEFP. 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19
1994
1995
2001
Em 1994, o Congresso Brasileiro aprovou a Ata Final que Incorpora os 
Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Multilaterais do GATT, 
incluindo os novos Acordos Antidumping, de Subsídios e Medidas 
Compensatórias e de Salvaguardas, bem como o Acordo de Marraquexe 
que criou a Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Em 1995, já no governo Fernando Henrique, com o objetivo de aumentar 
a capacitação técnica e operacional para a atuação governamental 
na aplicação das legislações antidumping, de subsídios e medidas 
compensatórias e de salvaguardas, foi criado, no âmbito da SECEX, o 
Departamento de Defesa Comercial (DECOM), como órgão especializado 
para a condução das investigações dessa espécie. 
Naquele mesmo ano foi aprovada a União Aduaneira no âmbito do 
Mercado Comum do Sul (Mercosul) e adotada uma Tarifa Externa Comum 
(TEC) pelos 4 países que o integram. 
A competência para aplicação de medidas de Defesa Comercial, que inicialmente 
era comum aos Ministros da Indústria, Comércio e Turismo (posteriormente 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e da Fazenda, foi transferida, 
a partir de 2001, para a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX). 
Dessa forma, com a promulgação da Lei 9.019/95, e com as alterações 
introduzidas pela Medida Provisória 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, e 
pelo Decreto nº 4.732, de 10 de junho de 2003, ficaram estabelecidas as 
competências da CAMEX em termos de medidas de Defesa Comercial. 
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2023
Ao longo dos anos, a estrutura administrativa e as legislações foram sendo 
atualizadas, de modo que em 2023 a legislação em vigor sobre Defesa 
Comercial e interesse público no Brasil é a seguinte: 
Legislação da Defesa Comercial e Interesse Público. 
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21
Solução de Controvérsias da OMC. 
Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Sobre a legislação em vigor, bem como sua evolução ao longo dos 
anos, recomenda-se a leitura do #SDCOMMecum aqui. 
1.4. Solução de Controvérsias da OMC 
Para dar início a este assunto, analise a imagem abaixo e reflita um pouco sobre 
o que você vê! 
Analisou bem a imagem acima? O que ela te diz? Assim como nessa cena inusitada 
em que é possível perceber um problema comercial entre os envolvidos que precisa 
de uma resolução para que um deles não fique no prejuízo, alguns membros 
também precisam de soluções diplomáticas em seus conflitos comerciais. Por isso 
o Sistema de solução de controvérsias da OMC, de jurisdição exclusiva¹ e natureza 
compulsória, tem como objetivos e princípios: 
• Prover segurança e previsibilidade ao sistema de comércio multilateral, 
por meio de um arcabouço de normas que permita resolver disputas de 
maneira rápida, eficiente e objetiva; 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/copy2_of_SDCOMMECUM_VERSOFINAL.pdf
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Preservar direitos e obrigações dos Estados-membros, ao prover um fórum 
que dê vazão às controvérsias entre membros e possibilitar, em último caso, 
compensações e contramedidas; 
• Interpretar regras e obrigações, padronizando o entendimento e impedir 
a ação unilateral dos membros que poderia levar a infindáveis retaliações. 
Esta evolução do sistema de solução de controvérsias ocorreu devido à preocupação 
dos negociadores da Rodada Uruguai, que queriam que este mecanismo tivesse 
maior efetividade em relação ao existente no âmbito do GATT, quando muitos países 
se sentiam desestimulados a se dedicar a uma ação dada a grande probabilidade de 
que esta fosse bloqueada pela outra parte. 
Segundo o renomado diplomata Victor Luiz do Prado, a eficácia do mecanismo 
previsto no Entendimento sobre Solução de Controvérsias – ESC (Dispute Settlement 
Understanding – DSU) se baseia em três características (PRADO, 2005). 
1 Abrangência, termo que tem duplo significado dado que todos os acordos da 
OMC estão cobertos pelo mecanismo e que o ESC é o único mecanismo aceito 
para solução de controvérsias na OMC. 
2 Exequibilidade, mais bem conhecida pelo termo em inglês enforcement, advinda 
da previsão que, em caso de descumprimento de decisão do Órgão de Solução de 
Controvérsias, o membro demandante poderá solicitar autorização para retaliar. 
3 Automaticidade, consequência da regra do consenso negativo. Sob o 
consenso negativo, uma decisão só não seria aplicada caso todos os países-
membros assim votassem. 
Como o país ganhador certamente vota a favor da aplicação da decisão, tal mudança 
dotou as decisões do Órgão de Solução de Controvérsias – OSS (Dispute Settlement 
Body – DSB) de uma aplicabilidade quase automática, equalizou o poder entre os 
países e terminou por incentivar o uso do sistema.
Para ter uma visão geral do sistema de solução de controvérsias 
da OMC, recomenda-se o vídeo institucional da OMC, disponível 
em inglês aqui. 
https://www.youtube.com/watch?v=Mg-ZVIk0x-Q
EnapFundação Escola Nacional de Administração Pública 23
Que tal ter uma visão atual sobre a chamada “paralisia” do órgão 
de solução de controvérsias da OMC? Ouça aqui o podcast do 
Women Inside Trade (WIT). 
1.5 Estrutura Governamental em Defesa Comercial 
Nos termos do Decreto 11.340 de 1º de janeiro de 2023, que estruturou o Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e do Decreto 
nº10.044/2019 que instituiu a CAMEX, o processo de aplicação de uma medida 
de Defesa Comercial envolve basicamente as autoridades principais, conforme 
detalhado na imagem a seguir. 
Principais autoridades em Defesa Comercial no Brasil. 
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023). 
Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o 
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! 
https://anchor.fm/womeninsidetrade/episodes/WITcast---WTO-Dispute-Settlement---a-Holistic-Approach-Geneve-Trade-Week-Debate-ekntkd
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
BRASIL. Decreto nº 11.427, de 2 de março de 2023. Aprova a Estrutura Regimental 
e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e remaneja e 
transforma cargos em comissão e funções de confiança. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2023a.Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-
2026/2023/Decreto/D11427.htm#art6. Acesso em: 02 mai. 2023. 
BRASIL. Decreto nº 11.428, de 2 de março de 2023. Dispõe sobre a Câmara de 
Comércio Exterior - CAMEX. Brasília, DF: Presidência da República, 2023b. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/decreto/D11428.
htm. Acesso em: 22 jun. 2023.
BRASIL. Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992. Dispõe sobre a organização da 
Presidência da República e dos Ministérios e dá outras providências. Brasília, DF: 
Presidência da República, 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l8490.htm. Acesso em: 26 jan. 2023. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Secretaria 
Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Secretaria de Comércio 
Exterior. Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público. Guia externo 
de investigações antidumping [recurso eletrônico]. 3ª ed. Brasília, DF: SDCOM, 
2022. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/
assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/
guia-ad-consolidado-final.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023. 
BRASIL. Secretaria de Comércio Exterior. Disponível em: https://www.gov.br/
produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior. Acesso em: 4 
mai. 2023.
FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: 
https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. 
IRWIN, Douglas; MAVROIDIS, Petros C.; SYKES, Alan O. The Genesis of the GATT. 
Nova Iorque: Oxford University Press, 2006, p. 176. 
MATSUSHITA, Mitsuo; MAVROIDIS, Petros C.; SCHOENBAUM, Thomas J. The World 
Trade Organization: Law, Practice, and Policy. 2a Edição. Nova Iorque: Cambridge 
University Press, 2008, p. 9. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO. A Handbook on the WTO Dispute 
Settlement System. Cambridge University Press, 2004, p. 2-9. 
Referências 
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https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25
PRADO, Victor Luiz do. Mecanismo de Solução de Controvérsias: Fonte de Poder e 
de Problemas na OMC. In: THORSTENSEN, Vera; JANK, Marcos (Orgs.). O Brasil e os 
Grandes Temas do Comércio Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2005, pág. 
265-266. 
STORYSET. [Banco de Ilustrações]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: https://
www.freepik.com/. Acesso em: 21 mar. 2022. 
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Agreement on Implementation of Article VI 
of the General Agreement on Tariffs and Trade 1994. 2023a. Disponível em: https://
www.wto.org/english/docs_e/legal_e/19-adp_01_e.htm. Acesso em: 10 jan. 2023.
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Agreement on Safeguards. 2023b. 
Disponível em: https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/25-safeg_e.htm. Acesso 
em: 10 jan. 2023. 
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Agreement on Subsidies and Countervailing 
Measures. 2023c. Disponível em: https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/24-
scm_01_e.htm. Acesso em: 10 jan. 2023. 
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Anti-dumping, subsidies, safeguards: 
contingencies, etc. 2023d. Disponível em: https://www.wto.org/english/thewto_e/
whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm. Acesso em: 10 jan. 2023. 
https://www.freepik.com/
https://www.freepik.com/
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/19-adp_01_e.htm
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/19-adp_01_e.htm
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/24-scm_01_e.htm
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/24-scm_01_e.htm
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: Apoio ao Exportador Brasileiro Investigado em 
Processos de Defesa Comercial no Exterior
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você deve ser capaz de identificar a estrutura governamental de 
apoio ao exportador brasileiro investigado. 
2.1 Estrutura Governamental que Auxilia Exportadores Brasileiros 
em Investigações de Outros Países 
No Brasil, o acompanhamento das investigações de Defesa Comercial iniciadas por 
outros países contra produtores brasileiros é realizado por três principais atores. 
Conheça-os com detalhes a seguir. 
O Departamento de Defesa Comercial (DECOM), por meio da 
Coordenação-Geral de Antidumping, Salvaguardas e Apoio ao 
Exportador (CGSA).
O DECOM é a autoridade investigadora brasileira e também possui 
atribuição legal, conforme o inciso XII do art. 96 do Anexo I ao Decreto nº 
9.745, de 2019, para acompanhar as investigações de Defesa Comercial 
iniciadas por terceiros países contra as exportações brasileiras e prestar 
assistência à defesa do exportador, em articulação com outros órgãos e 
entidades públicas e privadas (BRASIL, 2023). A ação do DECOM na defesa 
do exportador brasileiro investigado no exterior é eminentemente técnica 
e inclui, dentre outras atividades, a elaboração de manifestações a respeito 
das decisões de autoridades de Defesa Comercial estrangeiras. 
A Divisão de Defesa Comercial e Salvaguardas (DDF), do Ministério das 
Relações Exteriores (MRE), sediada em Brasília. 
A DDF/MRE possui competência, nos termos da Portaria MRE nº 212, de 30 de 
abril de 2008, de acompanhar investigações em matéria de Defesa Comercial 
e salvaguardas iniciadas por autoridades estrangeiras contra exportadores 
brasileiros e de prestar o apoio necessário às empresas exportadoras 
brasileiras, em conjunto com a autoridade investigadora brasileira. Além 
disso, também cabe ao MRE,por meio da Divisão de Contenciosos Comerciais 
(DCCOM), atuar quando há suspeita de violação de regras no âmbito dos 
Acordos da OMC e uma solução negociada não é encontrada. Nesses casos a 
DCCOM detém a prerrogativa de conduzir contenciosos no Sistema de Solução 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27
de Controvérsias da OMC, com a colaboração técnica do DECOM. Ademais, 
a DDF/MRE centraliza e compartilha as comunicações com as embaixadas 
brasileiras que estiverem acompanhando casos de Defesa Comercial. 
As embaixadas e outras missões diplomáticas brasileiras no exterior, 
também subordinadas ao MRE, localizadas nos países das autoridades 
investigadoras estrangeiras. 
As embaixadas brasileiras também atuam no monitoramento das investigações, 
recebem e retransmitem as comunicações oficiais das autoridades, participam 
das audiências públicas representando o Governo Brasileiro e fazem gestões 
diretas junto às autoridades de Defesa Comercial estrangeiras. 
É de fundamental importância o papel realizado pelas embaixadas no sentido 
de acompanhar as atuações das autoridades de Defesa Comercial estrangeiras 
e de notificar a DDF/MRE e o DECOM com a máxima brevidade. Isso porque, 
tendo em vista os prazos das investigações previstos nos acordos e nas 
regulamentações locais de cada autoridade investigadora, a comunicação 
fluida e rápida entre os atores envolvidos auxilia para que as exportações 
brasileiras não sejam prejudicadas pela perda de prazos e ritos processuais. 
Observe no quadro um breve resumo do que você acabou de estudar acerca da estrutura 
governamental que auxilia exportadores brasileiros em investigações de outros países. 
Principais órgãos de apoio ao exportador brasileiro investigado. 
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A coordenação entre DECOM, DDF/MRE e embaixadas oferece suporte aos 
exportadores brasileiros potencialmente envolvidos em investigações de dumping, 
de subsídios e de salvaguardas realizadas por autoridade investigadora de Defesa 
Comercial estrangeira ou que se encontram sujeitos a medidas de Defesa Comercial 
decorrentes dessas investigações. Dentre as principais atividades de suporte desses 
entes, encontram-se as seguintes: 
• O compartilhamento imediato, por parte da DDF/MRE para o DECOM, 
das informações recebidas das embaixadas do Brasil no exterior acerca 
das investigações em curso contra exportações brasileiras. 
• A acreditação, pelas embaixadas brasileiras no exterior, do Governo 
Brasileiro como parte interessada nos processos de investigação contra 
exportações brasileiras. 
• A identificação, pelo DECOM, das empresas exportadoras brasileiras 
potencialmente afetadas pela investigação. 
• O contato, por parte do DECOM, com as empresas exportadoras 
brasileiras potencialmente afetadas pela investigação (por carta, 
e-mail e/ou ligação), com a notificação inicial a respeito dos prazos e 
das principais fases do processo de investigação iniciado, bem como a 
prestação de esclarecimentos acerca das regras multilaterais aplicáveis 
à investigação. 
• A sensibilização, pelo DECOM, das empresas exportadoras brasileiras 
sobre a importância de participarem ativamente dos processos em 
que são partes interessadas, submetendo respostas aos questionários 
e enviando as demais informações solicitadas pelo governo do país 
importador. 
• A disponibilização, pelo DECOM, de agenda para audiências com as 
partes interessadas que queiram esclarecer dúvidas. 
• A elaboração pelo DECOM de propostas de manifestações técnicas, 
que após revisão pela DDF/MRE, são submetidas documentalmente à 
autoridade investigadora de Defesa Comercial estrangeira, em nome 
do Governo Brasileiro. As manifestações se restringem a aspectos 
relacionados à legalidade e ao cumprimento de acordos multilaterais.
• A participação presencial, pelo DECOM e/ou pela DDF/MRE e/ou pela 
embaixada, em audiências das investigações conduzidas pela autoridade 
de Defesa Comercial estrangeira.
• A participação presencial, pelo DECOM, em verificações in loco nas 
empresas exportadoras brasileiras, quando solicitado por tais empresas.
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29
• A realização, pelo DECOM e/ou pela DDF/MRE e/ou pela embaixada, de 
consultas diretas com a autoridade de Defesa Comercial estrangeira no 
acompanhamento da investigação.
• A realização, pela DDF/MRE e/ou pela embaixada, de gestões políticas 
em foros bilaterais, regionais e multilaterais, conforme o caso.
• A realização, pelo DECOM e/ou pela DDF/MRE e/ou pela embaixada, de 
reuniões bilaterais técnicas presenciais ou a distância com a autoridade 
de Defesa Comercial estrangeira.
• Em casos de investigação de subsídios acionáveis por autoridades 
estrangeiras, a coordenação, pelo DECOM e/ou pela DDF/MRE, da 
coleta de informações e consolidação das respostas de programas 
governamentais e políticas públicas brasileiras.
Dessa forma, a coordenação entre DECOM, DDF/MRE e embaixadas resulta em 
atividades em duas principais frentes, conforme demonstrado a seguir.
Que bom que você encerrou esta etapa de estudos! Chegou a hora de testar seus 
conhecimentos. Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente 
virtual. Bons estudos!
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos 
Internacionais. Secretaria de Comércio Exterior. Subsecretaria de Defesa Comercial e 
Interesse Público. Guia externo [de] apoio ao exportador brasileiro investigado em 
processos de defesa comercial no exterior [recurso eletrônico]. Brasília, DF: SDCOM/
Ministério da Economia, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-
comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-
publico/arquivos/guias/guia-externo-apoio-exportador. Acesso em: 11 jan. 2023. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços . Legislação 
geral. Brasília, DF [2022]. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-
comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-
publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral. Acesso em: 26 jun. 2023.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Secretaria 
Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Secretaria de Comércio 
Exterior. Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público. Guia externo 
de investigações antidumping [recurso eletrônico] 3ª ed. Brasília, DF: SDCOM, 
2022. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/
assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/
guia-ad-consolidado-final.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023.
Referências 
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-externo-apoio-exportador
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-externo-apoio-exportador
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-externo-apoio-exportador
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdfhttps://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31
 Módulo
Investigações Antidumping: 
Teoria e Prática 2
O Módulo 2 tem como principal objetivo apresentar os principais conceitos 
relacionados às investigações antidumping, sem a pretensão de exaurir o tema por 
completo. Ele foi dividido em 7 temas que apresentarão as legislações nacionais e 
internacionais vigentes sobre o assunto, além de abordar aspectos conceituais e 
metodológicos, tanto gerais quanto específicos, sobre os principais elementos de 
uma investigação de dumping e de uma revisão de final de período. 
Medida antidumping é o “remédio comercial”. 
Fonte: Freepik (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Para começar, não perca de vista que a medida antidumping é o “remédio 
comercial” mais aplicado pelos países membros da OMC. No Brasil, ela 
representa mais de 90% do universo de medidas de Defesa Comercial que são 
recomendadas para aplicação pela autoridade investigadora nacional, o DECOM. 
32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Um dos “produtos” finais da Rodada Uruguai foi o Acordo sobre a Implementação do 
Artigo VI do GATT (Acordo Antidumping ou Anti-Dumping Agreement - ADA). O acordo 
buscou formalizar os meios para que os governos dos países membros da OMC 
pudessem reagir ao ao dumping, por meio da aplicação de medidas antidumping. 
Em termos gerais, o Acordo Antidumping da OMC é a base inicial que permite que 
os governos atuem contra o dumping quando houver dano à indústria doméstica 
concorrente do produto importado. Para tanto, o governo deve ser capaz de mostrar 
que ocorreu o dumping, calcular a extensão desse dumping (o quanto menor é o 
preço de exportação comparado ao preço do mercado interno do exportador, que é 
considerado o valor normal) e mostrar que o dumping está causando prejuízo à sua 
indústria doméstica ou ameaçando causá-lo. Analise as abas a seguir que tratam do 
cálculo do dumping. 
Unidade 1: Legislação Internacional e Nacional 
sobre Antidumping
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade você deve ser capaz de reconhecer o arcabouço normativo 
internacional e nacional sobre antidumping, objetivando uma maior compreensão a 
respeito da base legal que ampara uma investigação antidumping. 
1.1 Legislação Internacional sobre Antidumping 
(Acordo Antidumping da OMC) 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33
O Artigo VI do GATT 1994 permite que os Membros tomem medidas contra o 
dumping e o Acordo Antidumping busca disciplinar as medidas permitidas pelo 
Artigo VI de forma consonante. Ambas as disciplinas permitem que os países 
ajam de uma maneira que normalmente violaria os princípios do GATT, tanto de 
previsibilidade (princípio da previsibilidade) de acesso a mercados, entre outros 
meios, pela consolidação dos compromissos tarifário (tariff binding), quanto de não 
discriminação entre parceiros comerciais (princípio da Nação Mais Favorecida – 
NMF), ao permitir a cobrança do direito antidumping em importação de produto 
específico, do país exportador específico, para trazer seu preço mais próximo do 
“valor normal” ou para remover o dano à indústria doméstica do país importador.
A ata final que incorporou os resultados da Rodada Uruguai de Negociações 
Comerciais Multilaterais do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT da OMC, 
foi aprovada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 30, de 15 de dezembro de 1994, 
e promulgada pelo Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994. Esse é o Decreto 
que incorpora o Acordo sobre a implementação do Artigo VI do GATT 1994 (Acordo 
Antidumping) ao ordenamento jurídico nacional. 
Leia agora com atenção as principais normativas sobre antidumping no Brasil. 
O texto do Acordo Antidumping pode ser encontrado aqui. 
Recomenda-se a leitura integral do Acordo Antidumping disponível 
aqui. A versão em português pode ser encontrada no Decreto 
Legislativo nº 30, de 15 de dezembro de 1994, promulgado pelo 
Decreto nº 1.355, de 30 de dezembro de 1994. Aprofunde-se! 
1.2 Legislação Nacional sobre Antidumping 
(Decreto 8.058/2013 e Portarias) 
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/19-adp_01_e.htm
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/copy2_of_SDCOMMECUM_VERSOFINAL.pdf
34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Lei n° 9.019, de 30 de março de 1995 
Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013 
Portaria SECEX nº 162, de 6 de janeiro de 2022 
Decreto nº 9.745, de 9 de abril de 2019 
A Lei n° 9.019, de 30 de março de 1995, prevê a forma de aplicação e de 
cobrança dos direitos antidumping provisórios e definitivos, bem como as 
competências para a apuração da margem de dumping, para a fixação e 
cobrança dos direitos e a suspensão de sua exigibilidade, para a celebração 
de compromisso de preços e em hipóteses de extensão de medidas 
antidumping em caso de constatação de práticas omissivas (BRASIL, 1995). 
Já o Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013, é o principal documento 
que regulamenta os procedimentos administrativos brasileiros relativos à 
investigação e à aplicação de medidas antidumping, detalhando prazos, 
metodologias e critérios de análise a serem seguidos durante tais 
procedimentos. Destaque-se que esse Decreto não apenas incorpora a 
normativa multilateral acordada em sede da OMC, mas também define 
exigências adicionais (conhecidas como regras “WTO Plus”) para as 
investigações antidumping brasileiras. O art. 39 do Decreto nº 8.058, de 
2013, prevê que a “SECEX publicará ato por meio do qual tornará públicas 
as informações que deverão constar da petição, assim como o formato 
para sua apresentação” (BRASIL, 2013). 
Como você viu, o Decreto nº 8.058 prevê que a SECEX tornará públicas as 
informações e formato de apresentação da petição. Por essa razão, foi 
publicada a Portaria SECEX nº 162, de 6 de janeiro de 2022, que dispõe, 
entre outros elementos relacionados às investigações antidumping, 
sobre as informações necessárias para a elaboração de petições de 
investigações originais antidumping e de petições de revisões de final de 
período (BRASIL, 2022). 
O Decreto nº 9.745, de 9 de abril de 2019, alterado pelo Decreto nº 10.072, 
de 18 de outubro de 2019, e nº 10.044, de 4 de outubro de 2019, por sua vez, 
atribui de forma mais detalhada as competências relacionadas às investigações 
antidumping e o processo decisório delas decorrente (BRASIL, 2019). 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35
Parte A (Normas Gerais de Defesa Comercial)/ 
Parte B (Normas Específicas de Antidumping) 
A legislação em vigor sobre antidumping pode ser vista aqui por 
você. Recomenda-se a leitura do #SDCOMMecum. 
Fonte: Guia externo de investigações antidumping (2020)
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/copy2_of_SDCOMMECUM_VERSOFINAL.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
BRASIL. Decreto nº 8.058, de 26 de julho de 2013. Regulamenta os procedimentos 
administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping; e altera 
o Anexo II ao Decreto nº 7.096, de 4 de fevereiro de 2010, que aprova a Estrutura 
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções 
Gratificadas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2013. Disponível em:http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8058.htm. Acesso em: 10 jan. 2023. 
BRASIL. Decreto nº 11.427, de 2 de março de 2023. Aprova a Estrutura Regimental 
e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança 
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e remaneja e 
transforma cargos em comissão e funções de confiança. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-
2026/2023/Decreto/D11427.htm#art6. Acesso em: 05 mai. 2023. 
BRASIL. Lei nº 9.019, de 30 de março de 1995. Dispõe sobre a aplicação dos direitos 
previstos no Acordo Antidumping e no Acordo de Subsídios e Direitos Compensatórios, 
e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1995. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9019.htm. Acesso em: 26 jun. 2023.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Secretaria 
Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Secretaria de Comércio 
Exterior. Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público. Guia externo 
de investigações antidumping [recurso eletrônico] 3ª ed. Brasília, DF: SDCOM, 
2022. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/
assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/
guia-ad-consolidado-final.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos 
Internacionais. Secretaria de Comércio Exterior. Portaria SECEX nº 162, de 6 de 
janeiro de 2022. Dispõe sobre as normas gerais utilizadas nos processos de defesa 
comercial previstos nos Decretos nº 1.488, de 11 de maio de 1995, nº 8.058, de 26 
de julho de 2013, nº 9.107, de 26 de julho de 2017 e nº 10.839, de 18 de outubro 
de 2021, e nos acordos comerciais em vigor no Brasil [...]. Brasília, DF: ME, 2022a. 
Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-secex-n-162-de-6-de-
janeiro-de-2022-372413925. Acesso em: 11 jan. 2023.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Legislação 
geral, Brasília, DF, [2022b]. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-
comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-
publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral. Acesso em: 26 jun. 
2023. 
Referências 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8058.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8058.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11427.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11427.htm#art6
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9019.htm
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/arquivos/guias/guia-ad-consolidado-final.pdf
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-secex-n-162-de-6-de-janeiro-de-2022-372413925
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-secex-n-162-de-6-de-janeiro-de-2022-372413925
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-geral
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37
 
BRASIL. Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. 
Legislação sobre antidumping. [Portal Gov.br]. 2022c. Disponível em: https://
www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-
exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/
legislacao-sobre-antidumping. Acesso em: 26 jun. 2023. 
FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2023. Disponível em: 
https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. 
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Agreement on Implementation of Article 
VI of the General Agreement on Tariffs and Trade 1994. 2023. Disponível em: 
https://www.wto.org/english/docs_e/legal_e/19-adp_01_e.htm. Acesso em: 10 jan. 
2023. 
WORLD TRADE ORGANIZATION (WTO). Anti-dumping, subsidies, safeguards: 
contingencies, etc. 2023. Disponível em: https://www.wto.org/english/thewto_e/
whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm. Acesso em: 10 jan. 2023.
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-sobre-antidumping
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-sobre-antidumping
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-sobre-antidumping
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/defesa-comercial-e-interesse-publico/legislacao-roteiros-e-questionarios/legislacao-sobre-antidumping
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/agrm8_e.htm
38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: Aspectos Conceituais Gerais em Investigações 
Antidumping
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade espera-se que você entenda alguns dos conceitos fundamentais 
relacionados às investigações antidumping, como o de produto objeto, produto similar, 
indústria doméstica, nacional, subnacional e fragmentada, além de entender como é 
realizada a análise das importações. 
2.1 Produto Objeto e Produto Similar 
O objetivo desta unidade é apresentar de forma introdutória os conceitos de produto 
objeto da investigação, produto similar, indústria doméstica, nacional, subnacional 
e fragmentada, além de demonstrar como é realizada a análise das importações. 
O conceito de mercado brasileiro e consumo nacional aparente também será 
abordado para melhor compreensão da análise das importações. 
Siga firme nos estudos e vamos começar!
Produto Objeto da investigação 
Daremos início aos estudos deste tema convidando você a ler com atenção o trecho 
desta matéria jornalística sobre “Produto objeto da investigação”. Acompanhe!
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39
Produto objeto. 
Fonte: Santos, Bianchini e Salles (2021). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Produto objeto de investigação. 
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
Pode-se afirmar que o produto objeto da investigação, tendo como base sua 
análise, é aquele originário dos países nos quais se localizam os produtores ou 
exportadores investigados e exportado para o Brasil, englobando produtos 
idênticos ou que apresentem: 
• (A) características físicas ou composição química; 
• (B) características de mercado semelhantes, conforme disposição do art. 
10 do Decreto nº 8.058, de 2013.
40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O produto objeto de revisão de final de período normalmente será igual ao produto 
objeto de uma investigação antidumping original. Contudo é possível que em 
determinados casos o escopo do produto objeto da revisão seja reduzido, o que 
pode ocorrer por vários motivos.
• Uma possibilidade seria a de a própria indústria domésticaconsiderar que 
não há necessidade de manter o mesmo escopo da investigação original. 
• Outra possibilidade seria a de a autoridade investigadora concluir, inclusive 
ex officio (por obrigação legal da função), com base nos elementos de prova 
presentes nos autos, que a redução de escopo se justifica. 
Para encerrar este tema, saiba que sob nenhuma hipótese o escopo do produto objeto 
da revisão será aumentado, uma vez que isto equivaleria a estender a aplicação de 
uma medida antidumping para produtos que não foram analisados anteriormente. 
Nestes casos uma nova petição de início de investigação antidumping contendo 
estes produtos deve ser apresentada.
Produto Similar 
Nos termos do art. 9º do Decreto nº 8.058, de 2013, é considerado similar o produto 
idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto objeto da investigação ou, em sua 
ausência, outro produto que embora não exatamente igual sob todos os aspectos 
apresente características muito próximas às do produto que está sendo analisado. 
A similaridade será avaliada com base em critérios objetivos como matérias-primas; 
composição química; características físicas; normas e especificações técnicas; 
processo de produção; usos e aplicações; grau de substitutibilidade; canais de 
distribuição; ou outros critérios definidos na investigação. 
Assim, poderão ser considerados similares ao produto objeto da investigação: os 
produtos brasileiros considerados na análise do dano (confeccionados pela indústria 
doméstica) e na produção nacional (confeccionado pelos outros produtores 
nacionais), os produtos importados das demais origens não investigadas e os 
produtos considerados para fins de cálculo do valor normal (produto confeccionado 
pelo produtor/exportador da origem investigada vendido no mercado interno do 
país de origem ou exportado para terceiros países). 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41
Que tal analisar um exemplo? Em uma investigação de dumping em 
que se define que o produto investigado é o alho comum exportado 
da China para o Brasil, o produto similar ao importado seria: o alho 
comum produzido na indústria doméstica brasileira pelos outros 
produtores nacionais de alho comum; o alho comum importado de 
todas as origens, com exceção da China; 
e o alho comum vendido pelo produtor chinês, tanto em seu mercado 
interno quanto exportado para terceiros países que não o Brasil.
Critérios para análise de similaridade.
Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2023).
42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A resolução CAMEX nº 51, de 23 de junho de 2016 – aplicou direitos 
antidumping definitivos às importações brasileiras de lona de 
PVC oriundas da China e da Coreia do Sul – disponível aqui. 
Avaliação de similaridade entre o produto objeto da investigação 
confeccionado pela empresa sul-coreana Starflex, a partir de 
PVC reciclado, e o produto similar nacional confeccionado com 
PVC convencional. 
Ler os itens: 2.1 Do produto objeto da investigação; 2.1.2 Do produto 
fabricado pela Starflex; 2.4.1 Das manifestações acerca dos produtos 
e da similaridade; 2.4.2 Dos comentários acerca das manifestações 
e 2.5 Da conclusão a respeito do produto e da similaridade. 
2.2 Conceito de Indústria Doméstica 
Indústria Doméstica 
Já foi mencionado a você, durante o curso, o conceito de indústria doméstica. Agora 
é hora de se aprofundar! 
Nos termos do art. 34 do Decreto nº 8.058, de 2013, considera-se como indústria 
doméstica a totalidade dos produtores nacionais de produto similar doméstico 
ou, quando não for possível reunir a totalidade desses produtores e desde que 
devidamente justificado, o conjunto de produtores cuja produção conjunta constitua 
parcela significativa da produção nacional do produto similar doméstico. Nesse 
sentido, conforme previsto no art. 35 do citado Decreto, poderão ser excluídos do 
conceito de indústria doméstica: 
1 os produtores domésticos associados ou relacionados aos produtores 
estrangeiros, aos exportadores ou aos importadores, somente nos casos em que 
houver suspeita de que este vínculo leva o produtor a agir diferentemente da 
forma como agiriam os produtores que não têm tal vínculo; e 
2 os produtores cuja parcela das importações do produto alegadamente 
importado a preço de dumping for significativa em comparação com o total 
da produção própria do produto similar. Cumpre frisar que a exclusão dos 
produtores nacionais supracitados não é obrigatória” (BRASIL, 2013).
http://www.camex.gov.br/resolucoes-camex-e-outros-normativos/58-resolucoes-da-camex/1650-resolucao-n-51-de-23-de-junho-de-2016
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 43
Acompanhe a seguir os detalhes conceituais do que será considerado indústria 
doméstica e o que pode ser excluído dessa categoria. 
Deve-se ressaltar que para que uma petição de investigação antidumping seja aceita 
pelo DECOM ela precisa ser apresentada pela indústria doméstica, ou em seu nome, 
nos termos do art. 37 do Decreto nº 8.058, de 2013 (BRASIL, 2013). Por essa razão, 
é essencial que produtores nacionais que ajam de forma distinta em razão de sua 
vinculação econômica possam ser excluídos do conceito de indústria doméstica, 
sem que essa exclusão afete seu grau de representatividade. 
Estão disponíveis aqui informações adicionais que você pode 
conhecer a respeito dos assuntos Indústria Nacional, Indústria 
Subnacional e Indústria Fragmentada.
https://articulateusercontent.com/rise/courses/Gy93YxPB3HXgNbJFjvbi1IJKx8YmVZy2/QZQYIH59y6UhP2QU-1.%2520Leitura%2520Complementar_%2520Ind%25C3%25BAstria%2520Nacional%252C%2520Ind%25C3%25BAstria%2520Subnacional%2520e%2520Ind%25C3%25BAstria%2520Fragmentada.pdf
44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Resolução GECEX nº 193, de 28 de abril de 2021 – Prorrogou o 
direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) 
anos, aplicado às importações brasileiras de tubos de plástico 
para coleta de sangue a vácuo originárias da China, dos Estados 
Unidos da América e do Reino Unido – disponível aqui. 
Trata-se de um exemplo de desconsideração de produtor 
doméstico do conceito de indústria doméstica em razão de 
associação com produtor/exportador estrangeiro. 
Ler os itens: 4. DA INDÚSTRIA DOMÉSTICA; 4.1 Das manifestações 
acerca da definição da indústria doméstica; e 4.2 Dos comentários 
do DECOM acerca das manifestações. 
2.3 Análise das Importações 
Levando em consideração que a importação é uma alternativa de diversificação 
de fornecimento de insumos e matérias-primas, como funciona a análise das 
importações do produto objeto da investigação? 
Nos termos do §1º do art. 30 do Decreto nº 8.058, de 2013, o exame do volume 
das importações do produto objeto da investigação considerará se houve aumento 
significativo dessas importações, tanto em termos absolutos quanto em relação 
à produção ou ao consumo no Brasil, durante o período de investigação do dano 
(BRASIL, 2013). Cumpre frisar que as importações do produto objeto da investigação 
correspondem especificamente às importações do produto originárias dos países 
sujeitos à investigação.
Na análise em termos absolutos, observa-se tanto o comportamento do volume 
quanto do valor das importações do produto. Isso é feito em relação às importações 
originárias dos países investigados; às originárias dos demais países e às importações 
totais do produto. Por exemplo, vamos considerar que a investigação seja contra a 
importação de canetas esferográficas da China. 
Esses comportamentos são analisados individualmente, bem como em comparação 
um com o outro, a fim de avaliar se houve aumento absoluto significativo das 
importações de canetas esferográficas da China; também se houve aumento da 
participação dessas importações nas importações totais de canetas esferográficas; 
e, por fim, se houve aumento dessas importações em relação às importações de 
canetas esferográficas provenientes das demais origens. 
https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-gecex-n-193-de-28-de-abril-de-2021-316882868

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