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FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL- A1

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· FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL- A1
1- A POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL
Processos de globalização; mudanças no processo de comércio fundamentais para termos muitas negociações.
Principais acontecimentos que marcaram a história da abertura comercial. Enfoque tradicional nas relações econômicas internacionais; teoria das vantagens comparativas e conjeturas modernas de comércio internacional.
Alguns autores defendem que foi o início das navegações, outros defendem que foi com o fim da guerra fria, num momento em que o mundo começou a uniformizar-se.
Mesmo a China começou a se modernizar em 1970.
O que é globalização? Como seriam as estruturas do capitalismo nos próximos anos, palavra de origem anglo-saxônica, sendo sinônimo da palavra Mundialização, origem francesa. Segundo os autores da área, a globalização pode ser definida como um processo histórico do capitalismo, sobretudo financeiro que firmou-se ao final do século XX. 
Questão ideológica?
Bauman diz que mesmo o caráter financeiro sendo o mais evidente na globalização, tem outros enfoques a serem considerados: comercial, produtivo, institucional, financeiro e de governabilidade.
· ASPECTO COMERCIAL DA GLOBALIZAÇÃO
A competição deixou de acontecer dentro de cada país, para ocorrer em escala mundial. Demanda e oferta passaram a ter características semelhantes, possibilitando inclusive ganhos de escala, aprendizagem de técnicas produtivas, dentre outros ganhos.
· ASPECTO PRODUTIVO DA GLOBALIZAÇÃO
Atualmente surgiram empresas que podem ser ditas transnacionais, cujas características oligopolistas permitem que uma parcela da produção seja feita em diversas partes do mundo.
· ASPECTO INSTITUCIONAL
Tendência a homogeneizar o sistema de regulação das atividades econômicas, inclusive com propensão a uniformizar os setores públicos e privados. As políticas comerciais do Japão e EUA eram muito diferentes, uma muito aberta e a outra fechada, porém, ultimamente elas tem se aproximado.
· ASPECTO FINANCEIRO
O lado positivo desse processo é abertura para circulação de capitais internacionalmente. Mas, por outro lado, expõe os países a riscos de movimentos especulativos, como a crise de subprime nos EUA.
· ASPECTO DE GOVERNABILIDADE
Com a globalização os países podem perder parte de sua autoridade no que diz respeito à construção de políticas fiscais, cambial, monetária, entre outros fatores. Um exemplo disso é que as empresas podem parar para pagar menores salários e ganharem vantagem competitiva, podem instalar-se em locais onde a mão de obra é mais barata, e a dinâmica global pode invalidar instrumentos convencionais de política econômica e dos governos.
· ECONOMIA GLOBAL
Investimentos Diretos? Multinacionais e Transnacionais.
Multinacionais: sujeitas a regulamentações dos países, onde está sua base.
Transnacionais: capital inteiramente livre, sem identificação nacional.
É por meio do investimento do capital do exterior que as empresas ganham vantagem competitiva em escala mundial. Existem duas formas de investimento, o Direto e o Portfólio.
Investimento em Portfólio: ele envolve a compra de ações ou títulos, mas não implica em controles da empresa que recebeu o capital.
Investimento Direto: é quando, através de sua subsidiária criada no exterior, o investimento é feito na aquisição da maior parte das ações de uma empresa, passando a exercer controle sobre a empresa estrangeira.
Em 2010 o Brasil entrou na lista dos principais destinos de investimentos do mundo. O relatório mostrou ainda que os países emergentes receberam maior volume de investimentos estrangeiros do que as economias envolvidas.
Em 2010 as economias emergentes da Ásia, América Latina, África e Rússia, foram destino de quase 600 bilhões de dólares de investimentos, número maior do que os países considerados ricos.
E por que as empresas realizam investimentos diretos no exterior? Basicamente, vários países adotam diferentes fatores de produção e isso pode ser visto como vantagem competitiva para algumas empresas investidoras. Ou seja, um país pode ter maior capital para exportar e outro maior mão de obra, pressupondo em fatores de produção nesses países. 
Assim, um país que tenha escassez de capital ou outro tipo de recurso pode optar por importa-lo o que possibilita a produção local do bem capital intensivo em substituição a importação. 
Outra opção é que ao invés de receber um capital de uma empresa transnacional, pode-se tomar emprestado do capital estrangeiro para produzir internamente, ou seja, produzir bens de capital intensivo.
2- QUESTÕES RELEVANTES RELACIONADAS AO INVESTIMENTO DIRETO EXTERIOR
Os investimentos são bastante importantes, e a cultura, tradição ou língua podem ser pontos de dificuldade já que podem ser bem diferentes, oferecendo dificuldade na comunicação, o custo do transporte dos executivos entre um país e outro e o custo de comunicação também são pontos importantes. Incertezas quanto ao poder público também é um fator importante, já que o governo pode colocar entraves à importação ou exportação. Possibilidade de monopólio, redução da soberania nacional, uma vez que o governo do país hospedeiro pode perder o poder em defesa da classe trabalhadora. 
Alguns benefícios do investimento direto no exterior também podem ser citados, como crescimento do PIB, emprego, renda, transferência de conhecimento e tecnologia, novas técnicas de produção. Esses benefícios podem ser mais relevantes e positivos ainda para países em desenvolvimento.
Mas existem também aspectos negativos como: preço de transferência (maximizar o lucro total, e não o lucro das subsidiárias individualmente. Nas transações entre as partes das empresas localizadas em vários países, buscam-se planejar o preço de venda de tal forma que este minimize o montante dos impostos e tarifas a serem pagas) e evasão fiscal.
· Globalização financeira
Ganha relevância após a 2 guerra mundial como a redução de barreiras e ainda pela colapso do sistema de bretton woods, momento em que as moedas de países relevantes para a economia passaram a ser flutuantes, ou seja, dólar americano tornou-se referência para a paridade de moedas para os países que compunham o FMI.
As principais causas da globalização financeira são associadas ao crescimento do comércio maior do que as taxas de produção, bem como os avanços tecnológicos, telefonia e desregulamentação financeira. 
· Abertura da Economia no Brasil
Deve-se notar que para manter a economia com preços estáveis, deve-se equilibrar a política monetária e fiscal. 
Em uma ECONOMIA FECHADA, as políticas econômicas estão voltadas ao equilíbrio interno. No entanto, quando a ECONOMIA é ABERTA, deve haver uma preocupação além do equilíbrio interno, relacionada a balança de pagamentos, ou seja, que as entradas sejam iguais a saída de divisas (relacionado a moeda).
Assim, a maneira como se conduz o processo de abertura da economia dependerá do modelo macroeconômico adotado pelo país; conduzido pelas políticas econômicas em que cada país mostra-se para o mercado internacional a sua capacidade para importação ou exportação, bem como os riscos que oferecem ao mercado mundial.
No Brasil, na década de 60 era incentivado a exportação e pouco incentivado as importações, caracterizando uma economia fechada, ficando o parque industrial defasado.
Na década de 90, passou por uma abertura, e o aumento do PIB ocorreu por causa da eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias. E participa com 1,4 do comércio internacional.
3- ECONOMIA ABERTA E VANTAGENS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Importante falar sobre a prática do comércio desde os primórdios, desde aquela época, muitas pessoas faziam permuta com o que sobrava e elas não precisavam. O mercantilismo, conceito desenvolvido entre os séculos 15 e 18, é o berço do comércio internacional e também, essa ideia foi deduzida da seguinte percepção “a prosperidade dos países parece estar na razão direta da quantidade de metais que possui”, ou seja, com o pensamento mercantilista, a economia para de ser regional e passa a ser nacional. Com isso,várias Teorias sobre o comércio internacional passaram a ser elaboradas para explicar a relação entre os países.
O desenvolvimento de uma nação pode ser auxiliado pelo Comex, nota-se que a impossibilidade de produção um país ou região pode ser um dos motivos que surgiram o Comex, além das diferenças climáticas, de solo e de desenvolvimento. Existe desigual distribuição dos resíduos minerais em nosso planeta, a título de exemplo, citamos o petróleo. 
Busca pelo superávit. A política do FHC, de privatização das estatais, foi motivada pela dificuldade na entrada dos mercados estrangeiros, e ele escolheu o caminho mais fácil, que seria chamar o investimento direto estrangeiro, vendendo as estatais para investidores estrangeiros e facilitando a abertura dos mercados.
A economia de um país sofre efeitos positivos com o fluxo de importação e exportação de uma economia aberta. Então, algumas vantagens podem ser vistas nos processos de comércio internacional, como incorporação de novos processos tecnológicos, atração de investimentos externos e melhora dos processos produtivos. No entanto, as desvantagens podem ser vistas como uma grande dependência do mercado externo, flutuações cambiais, entre outras coisas.
A adoção de processo de internacionalização por parte das empresas é verificada como uma tendência mundial, como meio de alcançar a expansão de seus negócios e da participação de mercado. E partindo de uma base nacional, as empresas distribuem suas atividades de comercialização, produção, pesquisa e desenvolvimento de produtos em várias regiões do mundo. 
Estudos iniciais de desenvolvimento de empresas consideravam em sua maioria, empresas com forte presença em seus mercados domésticos, porém o desenvolvimento recente de empresas em mercados nacionais, favoreceu mudanças nas características das empresas consideradas multinacionais, uma vez que empresas com recursos limitados passaram a competir no cenário internacional. Vamos conhecer algumas dessas teorias.
· Globalização dos mercados? Qual a vantagem de importar um produto que pode ser produzido no próprio país? Quais os impactos em razão do comércio internacional? Existem várias correntes teóricas para responder essas e outras perguntas: 1- Teoria do Comércio Internacional, 2- Teoria Neoclássica e do Comércio Internacional, e 3- Novas Teorias do Comércio Internacional.
4- TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E ABERTURA DA ECONOMIA NO BRASIL
O que é custo de oportunidade? Sabe-se que a maioria dos recursos importante a sobrevivência humana é finita, assim estudar o impacto da distribuição de cada recurso é muito importante, pois a empresa pode ter o seu sucesso garantido ou não, se souber trabalhar e entender as variáveis ligadas aos recursos que necessita.
Além do curso monetário empregado na produção de um produto ou serviço ela deve atentar-se ao custo da oportunidade de trabalhar com o mesmo, assim, pode-se dizer que o custo de oportunidade é a oportunidade de ganhar ou perder em uma transação que exista mais uma opção de escolha.
· Teoria clássica sobre o comércio internacional
Modelo baseado em vantagens comparativas na produção de um bem ou serviço, se tiver seu custo de oportunidade menor que em qualquer outro país, assim um país deverá expor seus produtos ou serviços com menores custos de oportunidade e importar para aqueles que tenham maiores custos de oportunidade. As conclusões são simples, e o erro é que a teoria se baseia em um único fator de produção, impossibilitando discutir impactos sobre distribuição de renda que ocorrem com abertura do comércio internacional para um país, e fatores protecionistas de produção.
- Vantagem comparativa através da produtividade e utilização mais barata da mão-de-obra
· Teoria Neoclássica do comércio internacional
-Diferença relativa de fatores de produção: é o capital e trabalho.
Teorema de Stop Samuelson: supõe-se que haja perfeita concorrência entre os mercados e que todos tenham acesso livre ao conhecimento tecnológico, e aí segundo os autores, essa teoria não foi confirmada, pois os países comercializaram muito de maneira intra- industrial.
Ou seja, exportando e importando dentro de um mesmo setor, o que necessitou o aparecimento de outras teorias para explicar o comércio internacional.
· Novas teorias do comércio internacional
Na década de 60: crescimento dos países ricos por causa do seu nível de renda per capita semelhante.
66: ciclo de vida de produto, explica que a demanda de produtos e serviços sofisticados nasceria em produtos ricos, e a medida que fossem padronizados seriam atraídos para países onde os custos de produção seriam menores. Ou seja: o comércio internacional seria explicado pelas várias etapas de vida de um produto. 
80: mercados imperfeitos e economias com escala de diferenciação de produtos apareceram. Teoria monopolista, baseia-se na escala de diferenciação do produto, pois nenhum país produziria todos os bens e serviços enquanto estiverem no livre comércio devido basicamente a economia de escala e que pode ser obtida produzindo em outros países em que os recursos são menos escassos.
· Abertura da economia no Brasil?
Depende do modelo macroeconômico conduzido pelo país, e das políticas e riscos de cada país. No Brasil em 60, o mercado era fechado, e passou por um processo de abertura comercial em 90. (repetiu um conteúdo e não falou muito sobre o Brasil, parece até que está repetindo uma parte da aula/vídeo)
Introdução
Nesta unidade, iremos compreender os conceitos básicos do comércio internacional, esclarecendo a sua sistemática, de maneira que sejamos capazes de explorar os seus atuais cenários.
Vamos estudar o surgimento do comércio internacional para compreender a sua evolução, tomando como exemplo o caso brasileiro.
Além disso, teremos a oportunidade de entender os sistemas organizacionais de empresas globalizadas, a sua estrutura, assim como os ambientes de negociação internacionais, destacando a importância da cultura nesse contexto.
Introdução ao Comércio Internacional e teorias clássicas
O comércio internacional é um processo de interação de mercados em nível global por meio do qual as diferentes formas de produção regional (que se constituem por fatores geológicos, geográficos e econômicos) se complementam.
O objetivo do comércio internacional é o próprio comércio e seu desenvolvimento, fundado na necessidade de lucro do ponto de vista individual, e na constituição de riquezas para um país no aspecto macroeconômico. Nas palavras de Sandroni (2008, p. 307): “[...] comércio internacional é uma troca de fatores abundantes por fatores raros[...].”
Sendo assim, para atingir seus objetivos, faz, em regra, uso de dois elementos da chamada economia internacional (que constituem o que se chama de aldeia global), os processos de:
· importação e
· exportação.
Trata-se, assim, de atividade que se realiza em grande escala, que visa essencialmente à troca de bens e serviços além das fronteiras nacionais.
A importância do estudo do comércio internacional aumenta na mesma medida em que cresce. Entre 1950 e 2012, as trocas de produtos entre países se multiplicou 36 vezes, saltando de, aproximadamente, 1 trilhão de dólares americanos para 36 trilhões de dólares, considerando a correção da inflação do dólar nesse período (MAIA, 2014, p. 3).
Dentre os diversos fenômenos experimentados por esse processo de internacionalização, destaca-se a globalização, que diminui a distância existente entre as nações, estreitando relações entre alguns de seus membros.
Por mais que a globalização traga o estreitamento de fronteiras, o fato é que o comércio internacional, como o conhecemos neste conteúdo, nada mais é que o reflexo do sistema político contemporâneo baseado na liberdade de negociar para dar abertura ao desenvolvimento de cada país. Surge assim como uma etapa importante do desenvolvimento do próprio sistema político-econômico, em que os países se inserem para alcançar os objetivos acordados no pacto social de nosso tempo.
Para entendermos isso é necessário retornar às teorias econômicasclássicas que despertam a visão de mundo de onde o comércio decorre, abrindo fronteiras para a compreensão do comércio internacional e seu funcionamento.
Em suma, há duas correntes de pensamento: a do liberalismo e a do protecionismo. Hoje, conscientes dos pontos negativos e positivos de cada sistema, foram criadas novas correntes que visam a diminuir os aspectos negativos de cada um deles.
O liberalismo nasce com a teoria de Adam Smith. Segundo ele, em sua obra Riqueza das Nações, o homem é movido pelo desejo de lucro, o qual aumenta a produção de bens; se todos atuam de maneira livre, a produzir e circular a maior quantidade de bens possíveis, a economia cresce e todos são favorecidos.
Para o autor, então, quando o sujeito procura realizar seu próprio interesse, acaba fazendo bem a todos, motivo pelo qual quanto menor a proteção da produção, mais facilmente a economia se direcionaria de maneira livre, hábil a atingir todos os que nela estão interessados.
O sistema pensado acaba tomando, na sua teoria, diversos patamares, desde aquele que realiza produção de matérias-primas até a nação envolvida que, negociando livremente com o mercado, pode realizar as suas necessidades de maneira satisfatória.
Contrário a esse sistema, há vozes que apontam a desigualdade no ponto de partida da economia - nem todos partem da mesma condição de negociar, seja pela situação social, seja pelo produto que comercializa -, bem como o risco na exploração desenfreada de elementos naturais.
De outro lado, há o protecionismo em que o Estado intervém na economia, principalmente para regular os pontos de partida - dando maiores condições de igualdade entre os contraentes. O protecionismo pode ser agressivo, defensivo ou moderado, a depender do sistema implantado no país ou da atividade envolvida.
As principais medidas desse sistema, no âmbito do comércio internacional, são a implantação de barreiras alfandegárias, as quotas de importação e a regulação de taxa de câmbio.
Como aspectos negativos do protecionismo, ressalta-se a dificuldade na liberação da produção, agravando, por exemplo, os processos de importação e exportação. A consequência a longo prazo é a acomodação do produtor que procura o mercado internacional e se vê desmotivado pelas imposições do Estado.
Evolução do Comércio Internacional
O comércio é uma articulação, ou seja, uma estruturação complexa das relações da troca. Nesse contexto, as relações de troca nascem das necessidades básicas do ser humano, como a da alimentação, vestuário e habitação.
Superando as necessidades básicas, porém, o desejo humano sempre existiu, de maneira que seu interesse pelo prazer sempre foi muito além das necessidades básicas de existência.
Em algum ponto da História - ainda na antiguidade, se tomarmos, por exemplo, os egípcios, os babilônios ou qualquer povo antigo, quando a ideia de luxo e riqueza passam a aparecer -, o desejo humano articulou as necessidades básicas, de maneira que as tornaram fonte de reconhecimento e superioridade social.
Nesse ponto, ao que tudo indica, nasce o comércio e a necessidade do aumento e da melhoria na produção e, consequentemente, na acumulação de bens.
Um dos primeiros grandes marcos para o desenvolvimento do comércio foi o nascimento da moeda, que nada mais é do que um elemento comum para estabelecimento das relações de troca.
Com a noção de moeda surgem modificações importantes na ideia de preço. O valor das trocas começa a passar pelo câmbio da moeda e valer em padrões diferentes, conforme a escassez da própria moeda, objetivamente falando.
Na antiguidade, algumas rotas comerciais se estabeleceram, de maneira a expandir o poder de determinados impérios, que lucravam com os produtos que eram vendidos. Os principais cursos se estabeleciam entre o norte da África (Egito), o Oriente Médio e sul da Europa (Grécia), tendo sido estabelecidas também rotas para a Índia e para a China.
Durante a Idade Média, o comércio diminuiu seu potencial, justamente porque a sucumbem os grandes impérios, frente às invasões bárbaras, que se multiplicaram a partir do século V d.C.
Foi na China, durante esse período, que nasceu a troca de bens por papel, que representava um título de crédito de resgate de valores depositados - embrionário do sistema bancário que conhecemos hoje.
Com o decorrer do tempo, o comércio torna-se complexo, quando se percebe a escassez de bens, muitas vezes regionais - inexistentes em uma região, abundantes em outra -, que demanda relações comerciais de maiores magnitudes, desde a exploração até a constituição de novas formas de comércio e isso começa a se desenvolver com o período mercantilista.
O período mercantilista é marcado pelo desenvolvimento da indústria náutica. Nessa época, são retomadas as grandes rotas de navegação comercial, dominadas por Portugal e Espanha.
Começam a surgir investidores nesse tipo de negócio, fazendo surgir as grandes Companhias de navegação (precursora da Sociedade Anônima, que conhecemos hoje), com destaque para a Britânica das Índias Orientais (1600), Neerlandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oost-Indische Compagnie - VOC - 1602) e a Francesa das Índias Orientais (1664).
Paralelamente na estrutura das nações dos Estados modernos então constituídos - que se solidificaram após os ideais iluministas, concordando com o pensamento econômico inglês (de Adam Smith e David Ricardo, por exemplo) e a Revolução Francesa -, cristaliza-se a ideia de desenvolvimento por meio da circulação de bens para atingir, em última instância, o avanço de toda a comunidade.
O crescimento das grandes companhias daí advindas, aliado à formação dos Estados e ao pensamento iluminista, acabam por resultar em uma sociedade que se baseia, essencialmente, na soberania do Estado ao mesmo tempo em que visa à expansão do comércio. Com o processo de aumento de enriquecimento ligado à necessidade de produção e acumulação, a circulação de bens e âmbito internacional cresce exponencialmente, de modo a resultar em um fenômeno que veio a ser denominado globalização. A esse respeito, Bresser-Pereira aponta, de maneira precisa que:
Globalização e Estado-nação não se contradizem; globalização e o estágio atual do desenvolvimento capitalista, e estado nação é a unidade política territorial que organiza o espaço e a população no sistema capitalista. Desde os anos 1980, o Capitalismo Global constitui o sistema econômico caracterizado pela abertura de todos os mercados nacionais e a violenta competição entre os Estados-nação. Os países em desenvolvimento tendem ao catch up¸ enquanto os países ricos tentam neutralizar tais esforços de competição, usando o globalismo como ideologia, e a ortodoxia convencional como estratégia. Enquanto a globalização comercial favorece países de renda média, a globalização financeira controle seu crescimento. (BRESSER-PEREIRA, 2016, p. 1).	Comment by Denise: Um exemplo é o caso das legislações de propriedade intelectual que favorecem apenas os países desenvolvidos, e são muito ruins para os países em desenvolvimento
O comércio, assim, torna-se internacional e irremediavelmente ligado a uma economia internacional, que envolve complexos processos de importação e exportação, prestação de serviços, transferências de rendas e movimentos de capitais. 	Comment by Denise: o primeiro marco para a mudança da realidade de troca para o surgimento do comércio é o surgimento da moeda
Sistemas organizacionais internacionais
O Sistema Integrado de Comércio Exterior surge, em 1993, como uma medida do governo brasileiro, visando a diminuir a burocracia nas relações de Comércio Internacional, gerando controle integrado e, em última instância, fomentando o desenvolvimento do comércio. Nas palavras de Faro e Faro, trata-se:
De um mecanismo totalmente informatizado, desenvolvido em equipamentos de grande porte, que registra, acompanha e controla as operações de comércio exterior. Num fluxo único de dados são contemplados todos os aspectos comerciais, cambiais e fiscais inerentes a essas transações. (FARO, R.; FARO, F., 2012, p. 43).
Os agentesque intervêm podem ser classificados em gestores, órgãos anuentes e usuários. Como gestores, temos a Secretaria do Comércio Exterior (SECEX), vinculada ao Ministério da Economia (Vice ministério Secint) e à Receita Federal do Brasil (RFB), que gerenciam, respectivamente, os aspectos comerciais e fiscais dessas relações.
Os anuentes são aqueles que atuam no Siscomex para realizar exames sobre determinados bens ou serviços, como o caso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que atua na comercialização de produtos radioativos.
Os usuários são as instituições financeiras (exportadores, importadores, despachantes aduaneiros, transportadores...) que atuam no comércio e circulação de bens e serviços em âmbito internacional.
Para atuar no Siscomex é necessário realizar um credenciamento prévio, que é feito no âmbito do MDIC, com o Registro de Exportadores e Importadores (REI) e, no âmbito da RFB, com o Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR).
A finalidade do sistema é realizar o controle de dados no intuito de controlar e otimizar as operações. Novamente, nas palavras de Ricardo Faro e Fátima Faro:
O sistema é programado para, entre outras aplicações relevantes, realizar a interposição automática de dados e informações correspondentes às empresas interessadas na atividade mercantil, seja como exportadoras ou como importadoras, comparando o volume de suas respectivas transações comerciais com o seu faturamento, seu patrimônio, como também o de seus dirigentes; além das movimentações financeiras que porventura sejam efetuadas. Acima de tudo, objetiva oferecer informações em tempo real às repartições aduaneiras, orientando, dessa forma, a condução das tarefas inerentes ao despacho aduaneiro (exportação ou importação, conforme o caso). (FARO, R.; FARO, F., 2012, p. 46).
Em âmbito nacional, encontra-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), o Ministério da Economia (ME) e sob a sua administração a Câmara de Comércio Exterior (Camex), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Também vinculado ao Ministério da Economia podemos destacar o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
O BNDES é uma empresa pública federal, vinculada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, importante para o financiamento de máquinas e equipamentos necessários à produção e responsável por administrar operações de financiamento à exportação.
O ME atua no Comércio Internacional por meio da (o):
(i) RFB — que, de todos os agentes, tem as maiores atribuições, as quais vão desde o planejamento da administração tributária ao gerenciamento de riscos e fraudes aduaneiras, atuando perante a OMC, e coordenando práticas antidumping;
(ii) Secretaria de Política Econômica (SPE), que monitora as políticas externas, cambiais e de mercado internacional;
(iii) Secretaria de Assuntos Internacionais (Sain), que cuida, dentre outras responsabilidades, das relações brasileiras com blocos econômicos;
(iv) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), responsável por estabelecer as diretrizes com relação aos seguros privados;
(v) Superintendência de Seguros Privados (Susep), que regula o mercado de seguros privados;
(vi) Banco Central do Brasil, que atuou perante o Siscomex durante algum tempo e, ainda hoje é responsável, em conjunto com a Secex e a RFB, pelo controle cambial das operações de comércio exterior;
(vii) Banco do Brasil, instituição financeira nacional responsável, dentre outras responsabilidades, pelo pagamento e recebimento de valores fora do Brasil e por realizar compra de moeda estrangeira para o Estado.
Já o MRE é responsável pelas relações diplomáticas brasileiras, inclusive aquelas atinentes ao comércio internacional. E a Camex atua na supervisão e avaliação de medidas necessárias ao desenvolvimento do comércio internacional, acentuadamente no que diz respeito ao turismo. A Apex é quem promove os produtos e serviços brasileiros no exterior, com o fim de atrair investimentos estrangeiros à produção nacional.
Em âmbito internacional, cabe destaque à Câmara de Comércio Internacional, ou International Chamber of Commerce (ICC) em inglês, fundada em 1919, logo após o final da Primeira Guerra Mundial. A intenção da organização foi estabelecer uma maneira de regular as relações comerciais internacionais, o financiamento de operações e os aspectos financeiros ligados a eles. Seu espírito se encontra imbuído da ideia de que uma melhoria nas formas de se estabelecer as relações comerciais internacionais evitaria novos conflitos armados.
A organização atua como uma espécie de corte internacional, operando por meio da arbitragem a partir de 1923. De 1927 em diante, a Câmara de Comércio Internacional passou a integrar diversos peritos de diversas áreas, no intuito de diminuir as barreiras tarifárias entre mercadorias comercializadas em âmbito internacional - que levou ao General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), cujas rodadas possibilitaram a fundação da Organização Mundial do Comércio (OMC).	Comment by Denise: Reflita“O GATT era simplesmente um acordo; não era um organismo internacional e praticamente teve por objetivo apenas o comércio mundial. A OMC também tem por objetivo desenvolver o comércio internacional. Entretanto, é mais ampla, porque se preocupa com os serviços e direitos de propriedade intelectual. É um órgão permanente e com personalidade jurídica.”Fonte: Maia (2014, p. 352).
Atuando diretamente nos interesses de conciliação do comércio mundial por meio de Comitês em diversos países, em 1950, esteve presente na redação da Convenção de Nova Iorque pela qual a ONU estabeleceu regras sólidas de arbitragem internacional.
Temos, assim, que o objetivo da Câmara é mais amplo que servir como ferramenta para a solução de conflitos comerciais internacionais. Busca, na verdade, promover um desenvolvimento aberto da economia mundial com acordos comerciais de trocas capazes de gerar prosperidade global e paz entre as nações. Como o Comitê Brasileiro da Câmara informa, são seguintes os seus objetivos (INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE, 2019):
· atuar como a voz das empresas nas Nações Unidas na OMC e no G20, e influenciando no desenvolvimento de políticas nacionais em questões de importância vital para os negócios internacionais;
· criar regras globais e padrões universalmente utilizados nas transações do comércio internacional, como os Incoterms e os modelos de contratos;
· estabelecer a Corte Internacional de Arbitragem, a instituição líder mundial em resolução de disputas para negócios.
Assim trata-se de fazer os negócios funcionarem para todos em todo tempo e todos os lugares. O desafio da Câmara atualmente é acompanhar o desenvolvimento sustentável das formas de tecnologia, explorando novas oportunidades de negócios.
A Câmara atua hoje em mais de 100 países, intermediando relações de mais de 45 milhões de empresas e aproximadamente 1 bilhão de trabalhadores em todo o mundo. São mais de 90 os comitês nacionais, dos quais foi constituído um Comitê em São Paulo no ano de 2017 - restabelecendo diretamente as atividades da Câmara no Brasil.
A Instrução Normativa 1603 estabelece procedimentos de habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e de credenciamento de seus representantes para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro.
Culturas internacionais de negócios
O Comércio Internacional não difere enquanto negócio das relações comerciais tradicionais, baseadas em contratos e relações, na sua maioria, de venda e compra, nos quais a exportação toma o papel da venda e a importação o da compra.
Sendo assim, faz-se mister compreender que a ideia geral dos contratos é de que sejam cumpridos. Existe um claro interesse econômico de que os negócios firmados não passem por rupturas, ainda que parciais,justamente porque o comércio funciona sempre em cadeia, de tal modo que um mercado é afetado por completo quando há perdas econômicas, atingindo também outros mercados a médio e longo prazos.
Assim, caso um produtor de laranjas sofra perdas pela ruptura de contratos - que podem decorrer, dentre outros, por motivos naturais, financeiros ou mesmo políticos -, isso pode estressar, em um primeiro momento, todo o mercado da commodity em questão e as instituições financeiras que porventura investiram no negócio; em um segundo momento, quem sofre é todo o agronegócio, de maneira que, a depender do tamanho da perda e do período que dura, são afetados os trabalhadores, eventuais investidores que atuaram sobre a securitização do negócio, todo o mercado de venda de máquinas agrícolas etc.
Cientes disso, os contratantes acabam por geralmente estressar a relação firmada, fazendo surgir um conflito, que nada mais é do que o interesse individual que aparece para apurar responsabilidades e diminuir o prejuízo.
Essa problemática, porém, ganha mais contornos no âmbito do comércio internacional, principalmente porque, além de trazer problemas econômicos semelhantes ao mercado de cada país, afetando, por vezes, o desenvolvimento comercial do setor, provoca rupturas que, muitas vezes, atingem a credibilidade de um país diante do outro e impactam a política externa, colocando em xeque as condições de negociação futuras entre as nações.
Para superar essas barreiras, é necessário existir técnicas de apresentação e negociação no âmbito do Comércio Internacional.
A primeira forma de negociação, bastante tradicional, está relacionada a viagens internacionais. Como fala Keedi (2017, p. 106), “[...] nessa forma de negociação as partes falam ao vivo, se conhecem, trocam impressões e experiências. Não raro, as relações tendem a se aprofundar e a provocar amizades e laços profundos[...].”
Nesse tipo de negociação, é interessante que haja apresentação de produtos e amostras dos produtos em negociação, justamente para causar a impressão de aproximação.
Outra forma de negociação é a participação em feiras e exposições estrangeiras, justamente porque quem as frequenta geralmente tem interesse em ampliação dos negócios.
Há também a possibilidade de negociação por meio de representações estrangeiras, em órgãos oficiais, como explica novamente Keedi (2017, p. 107):
Outro modo de conhecimento das oportunidades de negócios é o contato com as representações estrangeiras estabelecidas no país, como embaixada, consulado, câmara de comércio, escritório comercial, enfim, qualquer representação do país ao e do qual se pretende vender ou comprar. Essas entidades têm interesse na parte comercial, e sempre se colocam à disposição dos estrangeiros para as negociações sobre as oportunidades comerciais.
Por fim, existe sempre a possibilidade de apresentação de produtos por meios de comunicação disponíveis, com destaque para a internet, que é capaz de substituir, em diversas situações, todas as demais formas de negociação existentes, devido a sua grande diversidade de ferramentas.
No caso do Brasil, o desafio é superar a dificuldade de se tratar de um país de dimensões continentais com diversos problemas de infraestrutura, bem como por ser um país de língua pouco utilizada no âmbito do comércio internacional, o que demanda uma especialização para atuar no mercado externo.
Conclusão
O comércio internacional é composto por uma série de agentes que, organizados, conduzem o trânsito de mercadorias e serviços, favorecendo o desenvolvimento da liberdade negocial e o desenvolvimento econômico.
Tal dinâmica, aliás, caracteriza as capacidades econômicas de cada país, sendo imprescindível para a economia brasileira.
Isso significa dizer, em outras palavras, que as relações políticas de uma nação estão intimamente relacionadas à sua articulação no cenário dos negócios internacionais e diretamente ligadas ao seu desenvolvimento.
Além disso, como o Siscomex e a classificação de mercadorias, bem como os regimes aduaneiros, as formas de despacho e o trânsito concretizam a atividade de comércio exterior, de maneira que os conhecer serve, essencialmente, para compreender o próprio momento histórico vivido.
Saiba mais
A relação entre globalização e comércio exterior é inegável. O que não se percebe geralmente é como essa relação tem origem na própria noção de soberania de cada Estado — e como compreender isso pode fazer toda diferença no momento da tomada de decisões.
Sobre esse tema, Bresser-Pereira, conhecido economista e sociólogo brasileiro, faz uma análise contundente, que pode ser lida, na íntegra, no site a seguir.
Fonte: Bresser-Pereira (2016, p. 1-39).
- Comércio Exterior: Introdução, Mercado de Trabalho, Faixa Salarial e Sistemas
Dumping: Entenda como funciona essa prática maliciosa
O comércio internacional pós covid-19
· MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO: Economia Internacional e Comércio Exterior- Jayme de Mariz Maia
Editora: Atlas ISBN: 978852248963-3
Comentário: Livro indispensável para se compreender, sob o ponto de vista econômico, as nuances do comércio exterior diante da economia internacional, apto a situar o Brasil dentro das mudanças do comércio exterior.
FILME: A grande aposta (no original The Big Short)
Ano: 2015
‍Comentário: Na iminência da crise imobiliária americana de 2008, a qual praticamente ninguém conseguia prever, quatro investidores se antecipam, buscando alternativas para escapar das perdas que resultam da crise. Para conhecer mais sobre o filme, assista ao trailer.
Bibliográficas
BRASIL. Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992. Institui o Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 25 set. 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0660.htm>. Acesso em: 2 jun. 2019.
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 6 jun. 2019.
______. Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 5 fev. 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm>. Acesso em: 2 jun. 2019.
______. Instrução Normativa 1.603, de 15 de dezembro de 2015. Estabelece procedimentos de habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e de credenciamento de seus representantes para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 15 dez. 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70354&visao=anotado>. Acesso em: 6 jun. 2019.
______. Portaria Coana nº 58, de 26 de julho de 2016. Altera a Portaria Coana nº 123, de 17 de dezembro de 2015, que estabelece normas complementares para a habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), credenciamento de seus representantes nos casos de dispensa de habilitação e credenciamento de representantes no Sistema Mercante. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 26 jul. 2016. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=76129>. Acesso em: 6 jun. 2019.
______. Portaria Coana nº 72, de 4 de setembro de 2018. Altera a Portaria Coana nº 81, de 17 de outubro de 2017, que estabelece procedimentos operacionais relativos ao controle e despacho aduaneiro de remessa expressa internacional e à habilitação de empresa de transporte expresso internacional para o despacho aduaneiro de remessa expressa internacional, e a Portaria Coananº 82, de 17 de outubro de 2017, que estabelece procedimentos operacionais relativos ao controle e despacho aduaneiro de remessa postal internacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 4 set. 2018. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=94652>. Acesso em: 6 jun. 2019.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Globalização e Estado-nação: textos para discussão: Escola de Economia de São Paulo. São Paulo: FGV, 2016. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/papers/2007/492-Globalizacao-Estado-Na%C3%A7ao-TD160.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2019.
FARO, R.; FARO, F. Curso de comércio exterior: visão e experiência brasileira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
INTERNATIONAL CHAMBER OF COMMERCE. Políticas de comércio e investimento. [2019?]. Disponível em: <http://www.iccbrasil.org/areas-de-atuacao/politicas-de-comercio-e-investimento/>. Acesso em: 26 ago. 2019.
KEEDI, S. ABC do comércio exterior. 6. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2017.
MAIA, J. M. Economia internacional e comércio exterior. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Manual de habilitação no Siscomex. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Manual%20de%20Habilitacao%20-%20Arquivos/list-docs-pf.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2019.
SANDRONI, P. Dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 2008.
SARAIVA, M. G.; ALMEIDA, F. R. de F. A integração Brasil-Argentina no final dos anos 90. Rev. Bras. Polít. Int., [S.I.], v. 42, n. 2, p. 18-39, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v42n2/v42n2a02.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2019.
· TAREFA
Dentre os diversos sistemas de organização do Comércio Internacional – dentre os quais, em âmbito mundial, pode ser citado o Incoterms, da Câmara do Comércio Internacional – em território nacional, estabeleceu-se, em 1993, o chamado Sistema de Comércio Exterior. A sua função primordial é facilitar o processo de exportação e importação, aprimorando o planejamento do mercado e dando a empresas e clientes uma plataforma mais firme para estruturar suas relações internacionais.
Levando em consideração essa informação, veja o caso abaixo:
Vender para o mercado externo é um grande passo para micro e pequenas empresas. Segundo especialistas consultados pelo UOL, ter um produto inovador, especial ou com diferenciais, em muitos casos, não é o bastante. A empresa precisa estar plenamente estruturada e ter conhecimento do país para o qual vai exportar.
O pequeno produtor de café Luca Allegro, 47, exporta há nove anos e diz que conquistar a confiança dos importadores foi sua maior dificuldade. A estratégia para convencer os compradores externos foi trazê-los para a fazenda, em Ibicoara (BA), e explicar todo o processo produtivo. Ter domínio sobre o idioma inglês facilitou a tarefa.
A seu favor, Allegro tem certificações internacionais de produção orgânica (sem uso de agrotóxicos) e biodinâmica (ambiente sustentável). “As certificações abrem portas. Meu produto é muito mais valorizado no mercado externo do que no interno. O que as pessoas lá fora querem é excelência na qualidade e detalhes de produção que tornem a mercadoria diferente”, afirma.
Atualmente, Allegro exporta 70% dos 120 mil kg de café produzidos anualmente para os Estados Unidos e Inglaterra. No próximo ano, ele pretende ampliar a capacidade produtiva em 30%. “Se tivesse uma produção maior, venderia mais. A demanda está maior do que a oferta”, diz. (FERREIRA, 2012, on-line).
Por mais que a economia do Brasil para exportações baseie-se nas grandes produções, a realização de exportações pelo pequeno e médio produtor mostra-se cada vez mais importante, justamente para evitar a quebra da economia em caso de imprevisões sazonais.
Para o pequeno produtor, o Sistema do Comércio Exterior possibilita a abertura de novos mercados, com a possibilidade de expansão de seus produtos e capacidade de otimização da própria produção, a longo prazo, justamente pelo controle que realiza.
Vamos Praticar
Levando em consideração o cenário de exportação do micro e pequeno produtor, aponte medidas que, se implementadas, podem acelerar o processo de exportação para ele. Ao final, disponibilize seu trabalho no fórum da seção.	Comment by Denise: FAZER TAREFA
Referências
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto n.º 660, de 25 de setembro de 1992. Institui o Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. Brasília: Diário Oficial da União, 28 set. 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0660.htm>. Acesso em: 25 ago. 2019.
BRASIL. Receita federal. Instrução Normativa RFB n.º 1.603, de 15 de dezembro de 2015. Estabelece procedimentos de habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e de credenciamento de seus representantes para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. Brasília: Diário oficial da União, 16 dez. 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70354&visao=anotado>. Acesso em: 25 ago. 2019.
BRASIL. Receita federal. Portaria Coana n.º 58, de 26 de julho de 2016. Altera a Portaria Coana n.º 123, de 17 de dezembro de 2015, que estabelece normas complementares para a habilitação de importadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), credenciamento de seus representantes nos casos de dispensa de habilitação e credenciamento de representantes no Sistema Mercante. Brasília: Diário Oficial da União, 29 set. 2016. Seção 1. p. 26. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=76129>. Acesso em: 25 ago. 2019.
FERREIRA, A. Saiba os principais passos para sua empresa começar a exportar. Economia. UOL. São Paulo. 6 nov. 2012. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/11/06/saiba-os-principais-passos-para-sua-empresa-comecar-a-exportar.htm>. Acesso em: 25 ago. 2019.
RECEITA FEDERAL. Habilitação no comércio exterior (on-line). Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Manual%20de%20Habilitacao%20-%20Arquivos/list-docs-pf.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2019.
	VALOR NORMAL
	PREÇO DE EXPORTAÇÃO
	· custos de fabricação;
· sem impostos;
· e à vista,
	· custos de produção;
· comercialização;
· tributos internos e/ou externos; e
· outros.
Para a margem de dumping, existem dois métodos para o cálculo que são mais usados. Sendo eles: 1- Diferença entre o valor normal e o preço de exportação para cada transação; ou 2- diferença entre o valor normal médio ponderado e o preço médio ponderado de exportação de todas as transações comparáveis.	
· PROVA
A globalização tem consequências diretas nas relações internacionais estabelecidas, principalmente quando se trata de relações comerciais entre nações. Sob determinado ponto de vista, essa conjuntura é consequência da própria lógica de acumulação criada pelo nosso sistema econômico, que demanda uma solução, para que o próprio sistema permaneça vigente. Por isso, no Comércio Internacional, quando determinadas ações visam prejudicar (ou prejudicam) outros atores do mercado, estabelecem-se formas alternativas de resolução de controvérsias, que buscam inspirar a colaboração, ao invés da ameaçar. É exatamente esse o sistema adotado pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nesse sentido, responda: quais são as formas existentes de solução de controvérsias estabelecidas pela OMC, no caso de dumping? Em que se fundamentam?
O conceito de dumping remete-se a uma prática comercial que gera concorrência desleal, e desestabiliza produções e vendedores locais, sendo que existem diferentes tipos de dumping, como o Comercial, o Social, e o Ambiental. E como forma de solução de controvérsias no caso de dumping, uma das primeiras ações e que é continuada pelo OMC, foi o acordo Geral de Tarifas e Comércio (General Agreementon Tariffs and Trade- GATT).
Enquanto não foi criada uma organização internacional para tratativas relacionadas ao comércio internacional, essas temáticas passaram a ser tratadas no âmbito de acordo internacional, que seria o GATT, que ofereceu condições institucionais e políticas para a realização das rodadas de negociações multilaterais sobre comércio internacional, até sua incorporação por meio da criação da Organização Mundial de Comércio. 
As medidas do GATT e os acordos assinados durante sua vigências, continuaram válidos mesmo quando a OMC surgiu, e logo um novo mecanismo para o regime de comércio internacional foi criado: o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC), para autorizar sanções/retaliações a estados que agissem contrariamente ás normas do organismo, desde que comprovadas pelo órgão. E novos acordos foram firmados, como: o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio, o Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias, Acordo Blair House (agricultura). 
Os Acordos Antidumping e de Subsídios e Medidas Compensatórias do GAAT que o Brasil faz parte, é que possibilitam evitar a prática de dumping. No Brasil, existem medidas que estão sendo aplicadas por meio de alíquotas Ad-Valorem (%) ou Específicas (US$/ton, por exemplo), ou uma combinação das duas, a um grupo de empresas ou diretamente para o país envolvido na defesa comercial.
O antidumping ad-valorem é aplicado sobre o valor aduaneiro da mercadoria, em base no valor CIF (Cost, Insurance&Freight); quando for por alíquota específica, ela será fixada em moeda estrangeira e convertida em moeda nacional. As duas medidas devem ser aplicadas nos termos legais e das políticas.
Uma crítica de alguns autores para as práticas de dumping é que as medidas permitidas pela OMC, tais como medidas antidumping, medidas compensatórias, medidas de salvaguarda e subsídios, e que serviriam para proteger os membros da organização contra práticas desleais podem acabar sendo as próprias práticas desleais, ao servirem para resguardar interesses de setores econômicos com baixa competitividade internacional e alto grau de influência política junto às instituições de seus países. Os países desenvolvidos usam tanto as medidas antidumping para restringir o livre comércio que elas têm servido mais como mecanismo protecionista no sentido de barreira não tarifária, do que como punição por obtenção de vantagens extraordinárias geradas pelo dumping (de acordo com Di Sena Jr., 2003).

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