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Autores: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Prof. Anderson Aparecido Alves da Silva Colaboradores: Profa. Elizabeth Nantes Cavalcante Prof. Olavo Tomohisa Ito Gestão de Banco de Dados Professores conteudistas: Antônio Palmeira de Araújo Neto / Anderson Aparecido Alves da Silva Antônio Palmeira de Araújo Neto Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – UNIP (2013), especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010) e engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Professor e coordenador geral do Curso Superior em Tecnologia em Gestão da TI na UNIP, lecionando também em outros cursos na modalidade presencial e a distância. Professor de disciplinas de tecnologia da informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão de TI do Centro Universitário do Senac. Professor e coordenador do Curso Técnico em Telecomunicações da Fundação Instituto de Educação de Barueri. Possui experiência de mais de 10 anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. Anderson Aparecido Alves da Silva Doutor em Engenharia Elétrica – Sistemas Eletrônicos (USP, 2016), mestre em Engenharia da Computação (IPT, 2010), pós-graduado (lato sensu) em Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas (Fecap, 1993) e graduado em Processamento de Dados (Fieo, 1991). Trabalhou como gerente de TI na inciativa privada por 23 anos. Participou como pesquisador bolsista do programa de pós-doutorado da USP como coordenador técnico do projeto “Campus Inteligente – Testbed para Conceitos e Tecnologias Aplicados a Cidades” em 2017 e atualmente está no programa de pós-doutorado no projeto “Internet do Futuro”. É professor do curso de Mestrado Profissional em Ciência da Computação do IPT. Também ministra nos cursos de graduação tecnológicos da UNIP e do Senac, de pós-graduação do Senac (presencial e EaD), Unoeste (onde exerce ainda a função de coordenador técnico pedagógico), Wyden Metrocamp e Universidade Anhembi Morumbi. Sua principal linha de pesquisa inclui a segurança da informação, as redes de sensores IoT, o conceito de Smart Cities, Cloud/Fog computing, métodos de aprendizado de máquina para previsão de ataques e técnicas de análise estratégica baseadas nos conceitos sobre Teoria dos Jogos e estatística. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A663i Araújo Neto, Antônio Palmeira de. Infraestrutura de TI / Antônio Palmeira de Araújo Neto, Anderson Aparecido Alves da Silva. São Paulo: Editora Sol, 2020. 216 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Sistemas de informação. 2. Inteligência artificial. 3. Infraestrutura. I. Silva, Anderson Aparecido Alves da. II . Título. CDU 681.3. U508.28 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Kleber Souza Lucas Ricardi Sumário Gestão de Banco de Dados APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................................................... 11 1.1 Histórico e conceitos básicos .......................................................................................................... 11 1.1.1 Conceito de tecnologia e tecnologia da informação (TI) ........................................................11 1.1.2 Evolução dos recursos de TI .................................................................................................................11 1.1.3 Evolução da área de TI nas organizações ...................................................................................... 13 1.1.4 Dados, informação e conhecimento ............................................................................................... 14 1.2 Papel estratégico da TI ....................................................................................................................... 15 1.2.1 Alinhamento estratégico da TI .......................................................................................................... 15 1.2.2 Infraestrutura de TI ................................................................................................................................ 16 1.2.3 Sistemas de informação ....................................................................................................................... 16 1.2.4 Planejamento de recursos empresariais (ERP) ............................................................................ 19 2 INFRAESTRUTURA DE TI ................................................................................................................................ 21 2.1 Hardware ................................................................................................................................................. 21 2.1.1 Introdução ................................................................................................................................................. 21 2.1.2 Tipos de computadores ........................................................................................................................ 23 2.2 Software ................................................................................................................................................... 26 2.2.1 Sistemas operacionais ........................................................................................................................... 26 2.2.2 Software de aplicação .......................................................................................................................... 27 2.2.3 Navegadores da internet ..................................................................................................................... 28 2.2.4 Aplicativos em smartphones .............................................................................................................. 30 2.2.5 Utilização das redes sociais ................................................................................................................ 31 2.2.6 Aplicações na nuvem ............................................................................................................................ 33 Unidade II 3 BANCOS DE DADOS (BD) .............................................................................................................................. 40 3.1 História dos bancos de dados .......................................................................................................... 42 3.1.1 Característicasdos bancos de dados .............................................................................................. 44 3.1.2 Modelos de bancos de dados ............................................................................................................. 45 3.2 Arquiteturas de sistemas gerenciadores de bancos de dados ............................................ 51 3.2.1 Os elementos envolvidos com os bancos de dados .................................................................. 52 3.2.2 Problemas comuns em sistemas gerenciadores de bancos de dados................................ 52 3.2.3 Linguagens de bancos de dados ....................................................................................................... 55 3.2.4 Dados complexos .................................................................................................................................... 58 3.2.5 Big Data Analytics .................................................................................................................................. 59 3.2.6 Not Only SQL (NoSQL) ........................................................................................................................... 60 4 INFRAESTRUTURA DE REDES DE COMPUTADORES ........................................................................... 62 4.1 Redes de computadores e telecomunicações ........................................................................... 62 4.1.1 Classificação quanto à forma de comunicação ......................................................................... 62 4.1.2 Classificação quanto ao alcance....................................................................................................... 64 4.1.3 Enlaces de rede ........................................................................................................................................ 66 4.1.4 Equipamentos de rede .......................................................................................................................... 68 4.1.5 Classificação quanto à topologia ..................................................................................................... 70 4.1.6 Protocolos e arquitetura de rede ...................................................................................................... 74 4.1.7 Modelo OSI ................................................................................................................................................ 75 4.1.8 Modelo TCP/IP .......................................................................................................................................... 76 4.2 Internet ..................................................................................................................................................... 78 4.2.1 Internet protocol (IP) ............................................................................................................................. 80 4.2.2 Roteamento .............................................................................................................................................. 83 4.2.3 Nuvens computacionais ....................................................................................................................... 85 Unidade III 5 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ................................................................................................................. 92 5.1 Conceitos sobre segurança ............................................................................................................... 92 5.1.1 Ameaças e vulnerabilidades ............................................................................................................... 93 5.1.2 Segurança dos ativos ligados à tecnologia da informação (TI) ........................................... 94 5.1.3 Noções sobre os ataques computacionais ................................................................................... 96 5.1.4 Principais ameaças a redes e sistemas computacionais ......................................................... 99 5.2 Aspectos e pilares da segurança da informação ...................................................................102 5.2.1 Controles de segurança ......................................................................................................................102 5.2.2 Serviços de segurança .........................................................................................................................103 5.2.3 A família de normas ABNT NBR ISO IEC 27000 ........................................................................108 6 O DIREITO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ............................................................116 6.1 As relações direito versus tecnologia .........................................................................................116 6.1.1 A tecnologia como ferramenta do direito .................................................................................. 116 6.1.2 O direito como ferramenta da tecnologia .................................................................................. 117 6.1.3 Histórico de leis voltadas para a proteção de dados .............................................................. 118 6.2 Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – conceitos e justificativas .............................122 6.2.1 Introdução à LGPD .............................................................................................................................. 123 6.2.2 Algumas definições ............................................................................................................................. 124 6.2.3 Abrangência da LGPD......................................................................................................................... 126 6.2.4 Fundamentos e propósitos ............................................................................................................... 127 6.2.5 Aspectos legais ...................................................................................................................................... 128 6.2.6 Direitos do titular................................................................................................................................. 130 6.2.7 Obrigações .............................................................................................................................................. 133 6.2.8 Transferência internacional de dados ......................................................................................... 135 6.2.9 Incidentes ................................................................................................................................................ 137 6.2.10 Sanções aplicadas no descumprimento da LGPD ................................................................ 139 Unidade IV 7 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO UTILIZADAS NOS SERVIÇOS JURÍDICOS (PARTE 1) ................145 7.1 Editor de texto .....................................................................................................................................145 7.1.1 Introdução .............................................................................................................................................. 145 7.1.2 Barra de ferramentas ......................................................................................................................... 147 7.1.3 Configuração de fonte ....................................................................................................................... 148 7.1.4 Configuração de parágrafo .............................................................................................................. 149 7.1.5 Configuração de estilos ..................................................................................................................... 153 7.1.6 Configuração de layout .....................................................................................................................155 7.1.7 Recursos de visualização .................................................................................................................. 157 7.2 Gerador de apresentações ..............................................................................................................161 7.2.1 Introdução ...............................................................................................................................................161 7.2.2 Slide mestre ............................................................................................................................................ 164 7.2.3 Inserção de slides ................................................................................................................................. 167 7.2.4 Formas de exibição na tela .............................................................................................................. 168 7.2.5 Inserção de tabelas e gráficos .........................................................................................................171 7.2.6 Inserção de imagens e formas ........................................................................................................ 173 8 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO UTILIZADAS NOS SERVIÇOS JURÍDICOS (PARTE 2) ................174 8.1 Planilha eletrônica .............................................................................................................................174 8.1.1 Introdução ao Excel ............................................................................................................................ 174 8.1.2 Abertura do programa e criação de pastas ............................................................................... 175 8.1.3 Barra de ferramentas ......................................................................................................................... 178 8.1.4 Barra de ferramentas de acesso rápido ...................................................................................... 180 8.1.5 Barra de fórmulas .................................................................................................................................181 8.1.6 Funções básicas .....................................................................................................................................181 8.1.7 Formatação de célula ......................................................................................................................... 182 8.1.8 Criação de planilhas............................................................................................................................ 183 8.1.9 Definição de layout da planilha ..................................................................................................... 187 8.1.10 Filtros ...................................................................................................................................................... 190 8.1.11 Guia de comandos rápidos .............................................................................................................191 8.2 Software de e-mail ............................................................................................................................192 8.2.1 Utilidade da ferramenta .................................................................................................................... 192 8.2.2 Barra de ferramentas ......................................................................................................................... 193 8.2.3 Escrevendo uma mensagem de correio eletrônico ................................................................ 194 8.2.4 Criação de um catálogo de endereços ........................................................................................ 195 8.2.5 Elaboração de assinatura .................................................................................................................. 195 8.2.6 Produção de respostas automáticas ............................................................................................ 196 8.2.7 Criação de pastas ................................................................................................................................. 197 8.2.8 Acesso rápido ........................................................................................................................................ 198 8.2.9 Organização de calendário .............................................................................................................. 199 8.2.10 Consulta de contatos ....................................................................................................................... 200 9 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é apresentar os conceitos fundamentais de tecnologia da informação (TI) aplicados à gestão de serviços jurídicos, apresentando aplicações, componentes, tendências e a forma de utilização de algumas ferramentas. O escopo do presente material abrange infraestrutura de TI, questões de segurança da informação e utilização de ferramentas empregadas em gestão e administração. Neste livro-texto serão apresentados os conceitos básicos de informática, de hardware e de software. Ênfase interessante será dada a aplicações utilizadas no dia a dia das pessoas. Trataremos os conceitos básicos relacionados às tecnologias de banco de dados, com discussões sobre os tipos mais comuns e as formas de uso. Discutiremos detalhes sobre configuração e funcionamento das redes computacionais e dos protocolos de comunicação, principalmente o protocolo TCP/IP, que é o formato padrão usado na internet. Analisaremos e discutiremos sob um prisma técnico os conceitos, estratégias e melhores práticas de segurança da informação. Estenderemos a discussão técnica da tecnologia da informação e da segurança para o direito, observando alguns aspectos do direito digital e enfatizando o papel que a Lei Geral de Proteção de Dados representa para a sociedade. Por fim, veremos os principais aplicativos utilizados no pacote Office da Microsoft. Esperamos que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a conhecer mais sobre TI e como aplicá-la em seu dia a dia. Boa leitura! INTRODUÇÃO Hoje é praticamente impossível não encontrar a TI em qualquer lugar ao qual voltemos nosso olhar. É comum dizermos que se trata de algo anywhere/anytime, ou seja, está em todo lugar e a todo momento. Ela, de fato, faz parte das nossas vidas. Seja no uso das redes sociais, seja utilizando outro aplicativo no smartphone, pagando com o cartão de crédito ou efetuando um saque no caixa eletrônico, em quase todas as ações podemos achá-la. Claro que todo este aparato tecnológico não apareceu de uma hora para outra, embora seja relativamente tudo novo. As telecomunicações têm pouco mais de 100 anos. Os primeiros computadores surgiram ainda no século passado. Os softwares como conhecemos hoje só se estabeleceram quando do surgimento da internet. É tudo muito recente e extremamente mutável em uma velocidade difícil até de acompanhar. 10 É justamente esta rapidez com que as coisas mudam e a obsolescência tão rapidamente observada das ferramentas de TI, que nos convidam a buscarmos mais conhecimentos na área. E não somente os profissionais diretamente ligados à TI, mas todos aqueles que de alguma forma a utilizam no seu dia a dia. 11 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Unidade I 1 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1.1 Histórico e conceitos básicos 1.1.1 Conceito de tecnologia e tecnologia da informação (TI) Embora pareçam semelhantes, tecnologia e tecnologia da informação (TI) não são necessariamente a mesma coisa. A primeira é concebida como um conjunto de procedimentos, inovações, processos, métodos, ferramentas e conhecimentos por meio do qual as capacidades humanas de uma sociedade podem ser ampliadas. Assim, é possível dizer que nem toda tecnologia tem necessariamente a ver com o computador ou aquilo que entendemos por informática.Portanto, basta uma contribuição, uma inovação, um procedimento ou ferramental, que podemos chamar de tecnologia. Por exemplo, uma caneta esferográfica (que nada tem a ver com TI) é considerada uma grande tecnologia, principalmente quando do seu surgimento. A TI é o conjunto de recursos formado por hardware, softwares, bancos de dados e redes de computadores que, associados a procedimentos, inovações e métodos, auxiliam no processo de transformação de dados em informação e de informação em conhecimento, de modo a gerar valor para as pessoas e organizações que dela se utilizam. Alguns autores mencionam a tecnologia da informação (TI) como tecnologia da informação e da comunicação (TIC). Convém dizer que os dois termos representam a mesma coisa, podendo dispensar o vocábulo comunicação, devido a ele se referir a um dos recursos de TI, que é a telecomunicação. Há ainda aqueles que utilizam tecnologias da informação, que na verdade representa o conjunto de ferramentas ou ferramental. Consequentemente, também retornam o mesmo conceito. 1.1.2 Evolução dos recursos de TI Entrando agora na temática da TI, mais precisamente em seus recursos, a primeira coisa que vem à nossa cabeça é o computador, justamente por ele representar de forma fiel aquilo que conhecemos dentro da informática. Entender a evolução da informática é, em primeira análise, conhecer de onde veio este dispositivo tão presente no nosso dia a dia. Para facilitar a nossa compreensão, precisamos entender que as palavras computador e calculador representam a mesma coisa. Claro que sem características modernas, os primeiros computadores que integram a Geração “Zero” foram os dispositivos calculadores que encontram a sua origem anteriormente ao ano 2000 a.C., com o surgimento do ábaco. Hoje utilizado como um brinquedo de 12 Unidade I criança, ele é considerado a primeira calculadora, que empregava varetas deslizantes com contas de madeiras para fazer cálculos binários. Após o seu surgimento, vieram outros dispositivos calculadores. Todos esses mecanismos antecederam o surgimento do primeiro computador eletrônico conhecido como Eniac, que nem de longe guarda características com os aparelhos computacionais que utilizamos hoje em dia, seja em sua capacidade, seja em seu tamanho ou na característica de resolução de problemas. O Eniac praticamente inaugura a primeira geração dos computadores. Ele foi desenvolvido em 1946, nos Estados Unidos, pesando 30 toneladas e consumindo 140 quilowatts de energia, e foi utilizado durante a Segunda Guerra para cálculos balísticos mais precisos (lastreando o nosso ponto de vista na relação entre as tecnologias e as guerras). Ele foi só o início daquilo estaria por vir, impulsionado pelo desenvolvimento da engenharia eletrônica. Assim, os computadores foram evoluindo à medida que os dispositivos eletrônicos também o faziam. O primeiro dispositivo eletrônico foi a válvula (utilizada no Eniac), seguido pelo transistor que foi a base para o surgimento de outros computadores ainda menores fabricados em larga escala por empresas como IBM e DEC, consideradas gigantes de tecnologia nas décadas de 1950 e 1960. Na década de 1960, surgiu o circuito integrado, também conhecido como chip de computador. Em um deles era possível ter a funcionalidade de dezenas de transistores juntos, favorecendo a integração da escala considerável e a consequente diminuição das máquinas, que até então eram enormes, consumindo muita energia elétrica. Lembrete A informática se desenvolveu à medida que a engenharia eletrônica também se desenvolvia. Com os circuitos integrados ainda menores, inaugura-se a quarta geração dos computadores em 1980, conhecida pela integração em larga escala, ou seja, a inclusão de milhares de transistores em um chip de circuito integrado. Esta integração promoveu o surgimento do computador pessoal e de grandes empresas de TI, como, por exemplo, a Microsoft e a Apple (fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak). O primeiro computador pessoal com um processador foi criado em 1973 e recebeu o nome de Micral, tendo sido desenvolvido por Thi Truong, sendo comercializado por U$ 1.750,00, mas nunca penetrou no mercado americano. O Altair 8800 marcou também a história dos computadores pessoais, sendo lançado em 1975 com uma capacidade bem superior à do Micral. Ele foi projetado por Ed Roberts, custava U$ 297,00 e teve alta penetração no mercado americano. Observação O processador é um dos componentes de um computador e tem a função de executar e controlar todas as operações do hardware do computador. 13 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Por volta de 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak fundaram e projetaram o Apple I e logo após, em 1977, o Apple II, computador pessoal um pouco mais parecido com a ideia de desktop que temos hoje. Em 1984 a Apple lança o Macintosh, o primeiro computador com interface gráfica. Atualmente, encontramos computadores pessoais os mais variados possíveis com capacidades de processamento e armazenamento adequados às necessidades dos usuários. Além da evolução hardware, é importante destacar o progresso que observamos no software. Falar em software é necessariamente passar por aqueles que os desenvolvem, conhecidos como programadores. A título de curiosidade, o primeiro programador do mundo não foi um homem, mas Ada Augusta King, que em 1842 cria o primeiro código utilizado em máquinas analíticas (precursores dos computadores). No início da Era da Informática, os códigos (programas) eram praticamente executados em hardware. Mas como se dava isso? A programação dos sistemas consistia em “apertar botões” ou “desligar chaves”. Mais tarde os próprios fabricantes criaram seus softwares que eram executados nos computadores. Um dos softwares mais importantes é o sistema operacional, responsável pelo gerenciamento de hardware e que funciona como uma interligação entre os aplicativos (softwares que auxiliam os usuários em uma atividade qualquer) e o hardware. A Empresa Microsoft, fundada por Bill Gates e Paul Allen, que desenvolvia e vendia interpretadores de linguagem BASIC, é uma das que mais tem se destacado no desenvolvimento de sistemas operacionais. O MS-DOS foi o primeiro sistema operacional da Microsoft a fazer sucesso. O mercado de sistemas operacionais seria assim dominado pela Microsoft com o seu famoso Windows, lançado na década de 1980 e que possui diversas versões, entre elas: Windows 3.1, Windows 95, Windows, 98, Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Windows 8 e Windows 10. 1.1.3 Evolução da área de TI nas organizações Mas, quando tudo realmente começou em matéria de TI nas organizações? Foi por volta da década de 1960, com os grandes computadores conhecidos como mainframes. Estes eram computadores de grande porte com alta capacidade de processamento centralizado e extremamente caros, que guardavam certas semelhanças em tamanho e consumo de energia com os primeiros computadores. Podemos dizer que nesta época a área de TI nas organizações era bem tímida e tinha como objetivo apenas o fornecimento de recursos para suportar os controles operacionais de forma centralizada. Era comum referir-se a ela como área de CPD, que significa Centro de Processamento de Dados. O CPD tinha como finalidade suportar este processamento centralizado e manter os terminais de computadores operando de forma adequada. O desenvolvimento de aplicativos e de soluções tecnológicas, baseado no uso de computadores, ainda era muito incipiente e com estruturas pequenas, utilizando rotinas praticamente “artesanais” para a criação de recursos tecnológicos e programas capazes de atender às necessidades dos negócios. 14 Unidade I É importante destacar também que neste período as ferramentas tinham uma valorização superior quando comparadas com os processos, de forma que estes sempre tinham que se adaptar a elas. É na década de 1970 que se começa a mencionar o uso dos primeiros sistemas de informação (SI) nos ambientes empresariais, gerando grandesbenefícios para os negócios das organizações. A TI recebe grande importância e inicia-se a percepção de que ela é um recurso organizacional importante, inclusive para a tomada de decisão. Isto eleva, assim, a TI de um simples recurso de operação para uma ferramenta fundamental, além de contribuir para as inovações e aprendizagem. A década de 1980, caracterizada por grandes mudanças e quebras de paradigmas, muito afetada pela ideia de globalização e internacionalização, favorece a profissionalização da área de TI, trazendo novidades, tais como: as terceirizações, a integração de sistemas, os sistemas interorganizacionais, os sistemas distribuídos e o uso acelerado das telecomunicações. Também neste recorte histórico, encontra-se uma execução de negócios dependente cada vez mais da aplicação da TI. Em 1990, a TI é convocada a estar presente no centro da discussão estratégica das empresas, favorecendo transformações no negócio e agregando cada vez mais valor nas iniciativas organizacionais. Assim, estratégias de TI e de negócios começam a se unir mais, gerando a ideia de alinhamento estratégico da TI. No início deste milênio (ano 2001), contempla-se uma mudança do modelo cliente-servidor (caracterizado pelo uso de intranets) para os formatos baseados na web, em que os sistemas são operados por meio da internet. Tudo isto torna-se cada vez mais possível, a partir da ubiquidade da internet e pela democratização no uso da banda larga, principalmente nos países desenvolvidos. Também se verifica que os sistemas de software proprietários dão cada vez mais espaço para uma proposta de sistemas de software abertos, com o uso do software livre, com destaque para o sistema operacional aberto Linux atuando como o sistema dos servidores das redes no ambiente web. Observa-se ainda uma integração cada vez maior entre as práticas gerenciais e de governança corporativas com aquelas da TI. A qualidade sai do mundo acadêmico e se transforma em uma alternativa quase que obrigatória nos processos e produtos da TI. Todas essas mudanças ocorrem revolucionando a forma como a sociedade de forma geral enxerga o mundo e realiza as suas tarefas. Um bom exemplo são as novas modalidades de comércio eletrônico, que possibilitam aos usuários adquirirem produtos por meio de poucos cliques. Vivencia-se um período de grandes transformações e quebras de paradigmas, compartilhando uma grande vitória da humanidade: a informação “anywhere/anytime”. A partir dos dados e das tecnologias que com eles trabalham nascem as ideias inovadoras e seu uso inteligente pelas pessoas. 1.1.4 Dados, informação e conhecimento O conceito mais básico a ser aprendido quando estudamos TI é aquele que envolve dados, informação e conhecimento. Preliminarmente, precisamos saber que dos dados nós extraímos as informações e a partir das informações nós construímos o conhecimento. 15 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Segundo Laudon e Laudon (2011), os dados se apresentam como correntes de fatos brutos que representam eventos existentes nas organizações ou nos ambientes físicos antes de terem sido organizados ou arranjados para poderem ser usados. Entre exemplos de dados, é possível citar uma sequência de letras (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j) ou uma sequência de números (1, 2, 3, 4, 5, 6). Ambas por si só nada representam ou revelam, ou seja, não agregam um valor. Trata-se de algo bruto e não estruturado, não conduzindo a qualquer compreensão. Informação é um conjunto de dados organizados com valor adicional, que podem representar algo estruturado. Para melhor exemplificar, considerando-se que os números 1,0, 2,0, 3,0 e 5,0 foram colhidos de um diário de classe de um professor sobre um determinado aluno, tem-se a informação das notas de suas provas. Conhecimento é a compreensão sobre o valor das informações e a consciência sobre a maneira de utilizá-las no apoio a tarefas específicas ou para chegar à decisão. Consta a seguir uma ilustração do conceito hierárquico de dados, informação e conhecimento. Ela também é conhecida como pirâmide do conhecimento. Conhecimento Informação Dados Figura 1 – Dados, informação e conhecimento 1.2 Papel estratégico da TI 1.2.1 Alinhamento estratégico da TI O alinhamento estratégico entre TI é o processo mais importante para uma empresa que quer gerenciar estrategicamente a TI. É considerado, nos dias de hoje, como um processo bidirecional, porque deve haver uma reciprocidade, ou seja, um caminho de duas vias, em que não somente o negócio gera iniciativas (na forma de objetivos estratégicos) para a TI, mas a TI gera iniciativas (como soluções e vantagens competitivas) aos negócios. 16 Unidade I O alinhamento estratégico da TI também tem foco no grau em que os investimentos de ações habilitadas por TI estão aderentes aos objetivos estratégicos. Por isso, para caminhar alinhada com o negócio, a área de TI precisa atender aos requisitos solicitados, que vai depender da estratégia empresarial adotada. O alinhamento estratégico tem um caráter dinâmico e não apenas estático. Ocorre continuamente desde o planejamento estratégico até o dia a dia das operações de TI, quando novas demandas são criadas para área de TI, ou de outro modo quando oportunidades e ameaças que têm relação com a TI surgirem. O alinhamento estratégico deve ser algo dinâmico e estático a partir de um modelo criado por Fernandes e Abreu (2012): • Alinhamento estático: deriva-se da estratégia de TI a partir do plano estratégico da corporação. • Alinhamento dinâmico: consequência das mudanças da estratégia de TI em virtude de alterações na estratégia de negócios. 1.2.2 Infraestrutura de TI A infraestrutura de TI é todo o aparato de hardware, software, banco de dados e redes/telecomunicações que suportam o funcionamento dos sistemas computacionais. Podemos dizer que se trata da base da construção de toda a TI. Seu primeiro item é o hardware, que consiste nos recursos computacionais capazes de realizar as atividades de entrada, saída e processamento de dados. Nele, estão inclusos toda a parte física dos computadores pessoais, notebooks, mainframes e dispositivos móveis. Como próximo elemento temos o software, que abrange todos os programas de computador que gerenciam as atividades computacionais (software de sistemas) e que auxiliam o usuário em suas atividades básicas nos processos de negócios (software aplicativo). Os bancos de dados são outra parte, eles são utilizados como uma coleção de dados organizacionais, contendo informações dos negócios, na forma de arquivos relacionados. Tratam-se de componentes fundamentais e valiosos para o funcionamento dos sistemas computadorizados. O último componente, mas não menos importante, são as redes computadores e as telecomunicações. Elas consistem no conjunto que proporciona a conectividade de dados, voz e imagem entre as pessoas, por meio de uma transmissão eletrônica de sinais. 1.2.3 Sistemas de informação Sistema de informação é um sistema de computador utilizado em uma empresa, uma entidade, ou seja, por um conjunto de pessoas de uma organização. Entre os seus principais papéis, pode-se mencionar o fornecimento de soluções que dê suporte aos processos utilizados na operação do 17 GESTÃO DE BANCO DE DADOS negócio, nos processos de tomada de decisão e no suporte de estratégias em vista de se alcançar vantagens competitivas. Desta forma, os sistemas de informação são vistos a partir de três perspectivas distintas: organizacional, tecnológica e humana. Esta tríade segue a ideia da entrega de uma solução em informática que considera processos, pessoas e ferramentas como itens relacionados. Vamos à primeira perspectiva: organizacional. Precisamos compreender que são as organizações que utilizam e precisam dos sistemas de informação para deixar os seus processos mais robustos. Não há como desenvolver e implementar um sistema sem considerar a importância do processo que vai utilizá-lo. Observação Um processo é um conjunto de tarefas emvista de um objetivo. A segunda perspectiva – humana – aponta para importância das pessoas quando pensamos, concebemos ou utilizamos tais sistemas. Não necessitamos procurar muito e encontramos, ainda nos dias de hoje, sistemas de informação que não consideram o usuário que deve utilizá-lo. Por fim, apontamos a tecnologia, que nos remete ao ferramental adequado que automatiza os sistemas de informação e agrega os recursos de TI: banco de dados, redes de computadores, hardware e software. Os sistemas de informação favorecem o aumento da excelência operacional, melhoria na qualidade no processo de tomada, aprimoramento das relações com clientes e fornecedores, além de cooperar para a sustentabilidade dos negócios. Eles podem fazer a diferença entre tomar uma decisão acertada ou outra com consequências desastrosas. Partindo do pressuposto da abrangência, os sistemas de informação podem ser divididos em três tipos: departamentais, integrados e interorganizacionais. Esta classificação pode ser vista a seguir: Sistemas de informações empresariais Departamentais (funcionais) Integrados (ERPs) Interorganizacionais (IOSs) Quanto à abrangência Destinam-se a suprir as demandas de um departamento específico Integram as informações de todas as áreas de uma organização Integram informações de várias empresas Figura 2 – Classificação dos sistemas de informação quanto à abrangência A fim de atender uma determinada área ou departamento, os sistemas departamentais são implementados, de forma isolada, atendendo à demanda de processos específicos. Tais sistemas têm os seus próprios bancos de dados, que não são compartilhados com outros. 18 Unidade I Os sistemas integrados são aqueles que servem diversos departamentos de forma integrada, com um mesmo banco de dados. Eles são conhecidos pelo seu acrônimo ERP (entrerprise resource planning) ou sistemas de planejamento de recursos empresariais. A ideia do ERP é fornecer um acesso totalmente integrado de forma automatizada para os departamentos, por meio de módulos de softwares específicos. Já os sistemas interorganizacionais são aqueles utilizados de forma conjunta por mais de uma organização com titularidades e gerências independentes. Quanto ao nível decisório, os sistemas podem ser classificados em: operacional, tático e estratégico. Vejamos sua representação na sequência: Sistemas de informações empresariais Sistemas de processamento de transições (SPTs) Sistemas de informações gerenciais (SIGs) Sistemas de informações estratégicas (SISs) Sistemas de apoio à decisão (SADs) Sistemas de apoio aos executivos (SAEs) Quanto ao nível decisório Registro dos dados produzidos pela operação Informações gerenciais, planejamento e gestão da operação Apoio às decisões complexas, simulações, modelagem de problemas Visão estratégica dos negócios, indicadores críticos de desempenho Figura 3 – Classificação dos sistemas de informação quanto ao nível decisório Apresentaremos a seguir a disposição destes sistemas considerando a pirâmide do conhecimento. Sistemas de apoio à decisão Sistemas de informações gerenciais Sistemas de processamento de transações Sistemas de Sistemas de apoio aos apoio aos executivosexecutivos SPTs SIGs SADs SAEs Alta gestão Gerência sênior Gerência intermediária Nível operacional Nível estratégico SISs Conhecimento Informações Dados Figura 4 – Pirâmide do conhecimento e os sistemas de informação 19 GESTÃO DE BANCO DE DADOS 1.2.4 Planejamento de recursos empresariais (ERP) As organizações foram percebendo a importância da TI e dos sistemas de informações. Assim, constatou-se a utilização de muitas aplicações com suas próprias bases de dados, sem uma integração entre departamentos e setores, de forma que a multiplicidade de sistemas “reinasse” em uma mesma empresa. Uma tomada de decisão eficiente envolvendo mais do que uma área dentro do ambiente organizacional gerava a necessidade dos mais variados dados relacionados a diversos sistemas de processamento de transação (SPT). Estes dados, em muitas situações, não apresentavam consistência, além de serem imprecisos, o que resultava em um material inadequado para a tomada de decisão. É neste contexto de falta de integração entre sistemas que se menciona o conceito de silos organizacionais, como “entidades” isoladas e sem comunicação. Há vários tipos deles que acabam limitando as tarefas das organizações, comprometendo o atingir de seus objetivos de negócio. Por natureza, os silos apresentam-se como verticais, em uma perspectiva totalmente diferente ao atendimento a qualquer cliente, que requer uma visão horizontal. As organizacionais precisam combater os silos percebidos na falta de integração tecnológica, a fim de se tornar mais ágil, flexível, resiliente e eficaz, além de prover de forma efetiva o relacionamento entre clientes, usuários e outros atores envolvidos nos processos. Nos dias de hoje, não são mais concebíveis aplicações isoladas. A exigência de interface entre as aplicações para atender uma necessidade de negócios é mandatária, requerendo uma comunicação, ou seja, uma integração, capaz de lidar com diversos desafios. Entre eles, é possível citar: redes de comunicações com baixa confiabilidade e lentidões; aplicações desenvolvidas em diferentes formatos e linguagens; plataformas que não atendem as necessidades de negócio etc. Tudo isto torna a integração da empresa, por meio de um sistema de informação, uma tarefa complexa. Diante do contexto exposto, convém dizer ainda que três grandes problemas surgem em consequência da falta de integração. São eles: redundância de dados, retrabalho e falta de integridade de informações. A redundância de dados é verificada quando da existência de diversas bases de dados repetidas, devido a vários processos de negócios operando com os mais diversos sistemas de processamento de transações. Assim, por exemplo, informações que estão nos sistemas da área financeira também se encontram nos sistemas de recursos humanos. O retrabalho é uma consequência direta de processos interligados e sistemas independentes. Desta forma, a saída de um sistema precisa ser digitada como a entrada do outro, gerando o retrabalho e o consumo de uma mão de obra que poderia ser substituída por uma integração eficiente. A falta de integridade de informações surge a partir da redundância e do retrabalho mencionados como o problema mais crítico. A sua criticidade reside no desencontro e inconsistência de dados utilizados pelos processos de negócios. 20 Unidade I A fim de resolver todos esses problemas, é possível o desenvolvimento dos sistemas integrados de gestão. Eles trazem diversos benefícios tangíveis e intangíveis. Podemos citar como benefícios tangíveis: redução de pessoal, aumento de produtividade, aumento de receitas/lucros e entregas pontuais. Já na qualidade de benefícios intangíveis, é possível citar: aprimoramento dos processos, padronização dos processos, flexibilidade e agilidade. Os sistemas ERP são um conjunto integrado de programas que gerenciam as operações vitais dos negócios de uma empresa para uma organização global com múltiplas localizações. O ERP é uma solução capaz de gerar uma integração de toda a corporação, com banco de dados único, abrangendo todos os setores e os processos vitais do negócio. Eles se fundamentam a partir de um conjunto de módulos de software integrados e dedicados a cada uma das áreas do ambiente organizacional. Consta a seguir a representação da ideia de integração: Vendas e marketing Finanças e contabilidade Manufatura e produção Recursos humanos Dinheiro em caixa Contas a receber Crédito ao cliente Receita Matérias-primas Programações de produção Datas de expedição Capacidade de produção Compras Horas trabalhadas Custo do trabalho Requisitos de cada cargo Banco de dados centralizado Pedidos Previsões de vendas Pedidos de devolução Alterações de preço Figura 5 – Arquitetura deum ERP A integração promovida pelos sistemas ERP pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc.) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, de informações gerenciais, de apoio à decisão etc.). Os sistemas ERP começaram a ser utilizados mundialmente no início da década de 1990. No Brasil, as primeiras implementações ocorreram por volta de 1997 e 1998. Em razão do alto valor, eram viáveis apenas para 21 GESTÃO DE BANCO DE DADOS grandes corporações e multinacionais. Podemos caracterizar os sistemas ERP como uma evolução do MRP – material requirement planning, cuja principal função é calcular as necessidades de materiais em manufatura, e dos MRP II – material resource planning, que envolvem o planejamento de recursos de manufatura, abrangendo todos os processos de produção (CAIÇARA JUNIOR, 2015, p. 98). O conceito integrativo que cerca o ERP foi desenvolvido pela empresa alemã SAP quando lançou o seu primeiro produto chamado de R/2 na década de 1990, que foi atualizado para o R/3, dotado de arquitetura mais moderna. A fim de atender a integração de dados em tempo real, o ERP trabalha com um único banco de dados, compartilhado por todos os módulos, conforme perfis de acesso configurados pelo administrador do sistema. O ERP é formado por módulos de software para atender às mais diversas demandas de processamento e de integração de dados e informação em uma organização. Entretanto, a composição de um ERP varia entre empresas, mesmo que sejam do mesmo ramo de negócio, porque normalmente demandam funcionalidades e apresentam processos operacionais, administrativos e produtivos diferentes. Seus módulos são agrupamentos de funcionalidades e podem se dividir em dois tipos distintos: • Módulos horizontais: módulos básicos comuns a todos os ramos de negócios. Por exemplo, os módulos financeiro, de compras, de produção, entre outros. • Módulos verticais: módulos específicos de cada ramo de negócio. Por exemplo, os módulos de empresas de call center, de agronegócio, de universidades etc. Na implementação de um ERP, é possível que uma corporação comece com a implantação de módulos básicos de vendas, contabilidade e finanças. Quando o sistema e a organização ganham maturidade em seu uso, outros itens podem ser implantados sem prejuízo para aqueles em produção e sem grandes preocupações à instituição. 2 INFRAESTRUTURA DE TI 2.1 Hardware 2.1.1 Introdução O hardware é um dos componentes mais importantes da infraestrutura de TI. Ele nos remete à toda a parte física do computador. Com o intuito de dar uma definição apresentável sobre ele, Stair e Reynolds (2011) afirmam que hardware é qualquer maquinário (utilizando circuitos digitais) que auxilia tarefas de entrada, saída, processamento e armazenamento de um sistema computacional. 22 Unidade I Trata-se de um dos dispositivos mais importantes e que demandam maiores investimentos na área de TI e até na vida das pessoas. A ideia do hardware (parte física do computador) é apresentar algo tangível que execute o máximo de tarefas em substituição à pessoa humana, de forma que cada vez mais serviços “braçais” sejam feitos por “máquinas”. Observação O computador (na verdade a sua parte física) é a melhor forma de exemplificar o hardware. Em suma, o grande desejo seria fazer com que computadores substituíssem pessoas. No entanto, esbarramos em alguns problemas que residem na diferença entre homens e máquinas. A primeira delas é que um computador executa todas as suas atividades a partir de informações que foram anteriormente prestadas. Portanto, se não dissermos a ele o que precisa fazer, ele não o fará. Em segundo lugar, o computador só funciona por meio da base de numeração binária. Nós somos educados a ter a compreensão de tudo ao nosso redor com a base decimal. O computador, não. Ele só entende bits e bytes. Mas o que são bits e bytes? Um bit é a representação de um dígito numérico no sistema de numeração binário. Ou seja, ele pode ser representando pelos números 1 (um) ou 0 (zero). Um byte é um conjunto de oito bits. A partir de ambos são formadas as instruções primitivas e os códigos que fazem o computador funcionar. Tais códigos formam os softwares. O hardware do computador se baseia no sistema computacional básico estabelecido pelo sr. John Von Neumann e é formado por: unidade central de processamentos, memórias, dispositivos de entrada e saída e barramento. Grande parte desses componentes estão instaladas na placa-mãe em um computador comum. O primeiro item do sistema computacional a ser mencionado é o processador ou unidade central de processamento (UCP), conhecida também como CPU, que é o seu acrônimo em inglês. É ele o coração de todo o sistema, responsabilizando-se pela execução das instruções dos programas de computador. A função básica da CPU é executar programas por meio da procura de uma instrução na memória, interpretação da instrução, busca de dados, processamento de dados e escrita de dados. De forma geral, ela é composta de três componentes: unidade lógica e aritmética (ULA), unidade de controle, registradores. A unidade de controle é responsável por buscar informações na memória principal. Já a lógica e aritmética tem a função de realizar os cálculos e a comparação entre os valores. Os registradores compõem uma memória de alta velocidade (interna à CPU) utilizada para armazenar resultados temporários e para o controle do fluxo de informações. 23 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Observação De forma errada, algumas pessoas se referem ao gabinete do computador (artefato metálico onde se situam todas as placas e componentes de hardware) como CPU. CPU é um circuito integrado (chip). O segundo componente do sistema computacional é a memória. Considerado como um item da estrutura interna do computador, ela armazena programas e dados, apresentando-se sob diversos tipos, quanto à hierarquia, proximidade da CPU e características próprias. Entre todas as suas características, duas são fundamentais para o bom funcionamento do computador, no que tange à sua dependência das memórias: tempo de acesso e capacidade de armazenamento. O tempo de acesso, também conhecido como latência, é o tempo gasto para realizar uma operação de leitura e escrita. A operação de leitura é nada mais que copiar algo da memória e a operação de escrita é copiar algo na memória. A outra característica importante é a capacidade, que expressa a quantidade de bytes que podem ser armazenados na memória. O terceiro item é o barramento. Ele representa os caminhos elétricos que proveem a ligação de dois ou mais dispositivos. Na história da computação existiram diversos tipos de barramentos; alguns já estão em desuso, enquanto outros continuam sendo utilizados por diversas placas. O quarto elemento é o conjunto de dispositivos de entrada e saída, que são responsáveis por fazer a interface com o mundo exterior, ou seja, com o usuário. Eles são conhecidos como periféricos e são conectados ao restante do sistema computacional por meio de barramentos e portas de comunicação. Entre os principais dispositivos de entrada e saída, é possível citar: teclado, mouse, scanner, leitores de código de barras, microfones etc. Cada dispositivo de E/S consiste em duas partes: o dispositivo em si e o seu controlador. Sua função principal é controlar o dispositivo de entrada e saída, garantindo o acesso ao barramento. 2.1.2 Tipos de computadores Os principais tipos de computadores são: microcomputadores, computadores portáteis, supercomputadores, mainframes e servidores. Os microcomputadores são computadores de pequeno porte criados para serem utilizados em mesas, por isso muitas vezes ele é chamado também de desktop. Eles têm praticamente a mesma aparência. São formados por gabinete (onde está situado o sistema computacional básico que envolve CPU, memória e demais placas e circuitos eletrônicos),pelo monitor de vídeo e normalmente um mouse/teclado. 24 Unidade I Com a popularização e o crescimento do uso da informática por parte das pessoas na década de 1990, a utilização de microcomputadores começou cada vez mais a se dar tanto nas empresas como no uso pessoal pelos usuários domésticos para as mais diversas aplicações. Sua utilização tem experimentado ao longo de anos um declínio e gradativamente os usuários têm optado (principalmente usuários domésticos) pela utilização de computadores portáteis, provocando assim a aplicação dos microcomputadores para finalidades específicas, como os jogos digitais, por exemplo. Nas organizações ainda se observa muito o uso dos microcomputadores e as razões para isso se lastreiam na ideia de custos, porque investir em hardware é ainda muito caro. Atendendo ao desejo de mobilidade tão atual, os microcomputadores (desktops) estão gradativamente sendo substituídos pelos computadores portáteis, notebooks, netbooks, tablets ou smartphones. Embora os termos computadores pessoais ou seu acrônimo em inglês PC (personal computer) nos remetam imediatamente a desktops (microcomputadores), alguns autores consideram os notebooks, netbooks e similares como computadores pessoais. Observa-se também uma evolução no uso deste tipo de dispositivo. Primeiro foram os notebooks, que receberam o nome devido à sua semelhança com um livro. Eles normalmente têm gabinetes dobráveis e com capacidade muito semelhante aos microcomputadores. O fato de serem menores que um microcomputador acarreta um aumento no seu preço, que é compensado pelo benefício da mobilidade, favorecendo a execução de tarefas com eles em qualquer lugar, bastando apenas uma mochila para carregá-los. Os netbooks são computadores portáteis ainda menores em praticamente todos os sentidos: capacidade, desempenho e dimensões. Embora sejam considerados uma evolução dos notebooks, eles não tiveram tanta aceitação e estão praticamente fora do mercado de informática. Um dos motivos que levaram à pouca aceitação deles reside na ideia de ser algo situado entre o notebook e o smartphone. Os usuários aceitam bem o uso de notebooks, assim como o dos smartphone, mas não o do netbook. Os tablets têm pouco mais que 25 anos de vida. O primeiro foi lançado em 1994 pela Acorn Computers e recebeu o nome de Newspad. O auge do seu uso foi alcançado no surgimento do Ipad, que foi lançado pela Apple em 2010, e no mesmo momento com o surgimento do Galaxy Tab, lançado pela Samsung. Mesmo com versões lançadas por diversos outros fabricantes (Huawei, Lenovo, LG, AOC etc.), verificou-se uma diminuição consistente na venda de tablets, sinalizando novamente a opção do usuário pelo smartphone ou pelo notebook, quando o desejo é mobilidade. 25 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Os smartphones nasceram da ideia de estabelecer uma solução que envolva computação e telefonia. O primeiro smartphone foi criado em 1994 pela IBM e recebeu o nome de Simon, mas não teve sucesso comercial, embora tivesse tela sensível ao toque e conseguisse enviar e receber e-mails. Ainda na década de 1990, os smartphones eram chamados de PDA e só no final dela a empresa Ericsson se referiu ao seu PDA como smartphone, cunhando pela primeira vez este termo. Após isso, eles começaram a se popularizar com soluções bastante conhecidas (BlackBerry, Apple, Nokia, HTC, entre outros). A explosão da telefonia móvel celular no mundo verificada neste milênio impulsionou ainda mais o uso dos smartphones, fazendo com que eles fossem um instrumento importantíssimo e presente no dia a dia das pessoas. Exemplo de aplicação Observe quantas soluções de smartphone estão disponíveis no mercado. Faça uma pesquisa sobre pelo menos três características de pelo menos quatro fabricantes diferentes e reflita a respeito de suas configurações e modelos. Saindo um pouco daquilo que é mais acessível para a maior parte das pessoas, o mundo dos supercomputadores, mainframes e servidores é bem fascinante e traz uma série de curiosidades. Comecemos pelo mais antigo dos três, que é o mainframe. Os mainframes são os computadores de grande porte utilizados no início da TI nas organizações, caracterizados por um alto desempenho e capacidade. A empresa IBM foi uma das primeiras a fabricar e a comercializar esta tecnologia para muitas corporações, tais como: bancos, empresas públicas e indústrias. A IBM sofreu forte concorrência de outras empresas, como a Unisys e a HP. Hoje tal mercado é mais limitado a um número menor de modelos de negócios. Os mainframes são mantidos em centros de dados com acesso restrito e processam grandes quantidades de transações, trabalhando com computação e processamento centralizados. Aos poucos os mainframes têm perdido espaço para os servidores, que cumprem um papel relativamente parecido, mas em um contexto diferente. Os servidores são computadores responsáveis pelo gerenciamento de uma rede de computadores e pelo fornecimento de serviços. Os supercomputadores são também potentes, com altíssimo desempenho, mas, diferentemente dos mainframes, são utilizados em aplicações específicas que exigem capacidades computacionais extensas e rápidas. Entre elas, encontram-se: pesquisas militares, previsão de desastres naturais, pesquisas nas áreas de saúde etc. Os primeiros supercomputadores foram desenvolvidos pela empresa Cray Research, que durante muito tempo era a principal fabricante deste tipo de tecnologia, mas que com o passar dos anos foi perdendo espaço para outras empresas como IBM, Dell, entre outras. 26 Unidade I Saiba mais Com o objetivo de conhecer quais são os supercomputadores mais potentes do mundo, acesse o site a seguir e veja a lista: TOP500.ORG. TOP500 List – November 2019. 2019. Disponível em: https://www.top500.org/list/2019/11/. Acesso em: 9 jun. 2020. As características dos supercomputadores deixam qualquer um impressionado. Por exemplo, o supercomputador mais potente do mundo, segundo a lista Top500 (2019) (que divulga os números de supercomputadores do mundo) tem aproximadamente mais de 2 milhões de cores (núcleos). Outra curiosidade é o consumo de energia elétrica, que é da ordem de mais de 10 megawatts, bem maior que aquele de algumas cidades do Brasil. 2.2 Software 2.2.1 Sistemas operacionais O computador, quando saído da linha de montagem, vem sem softwares instalados, ou seja, sem quaisquer funcionalidades. O primeiro software instalado e encontrado é o sistema operacional, que normalmente fica em “segundo plano” e não é observado por nós. Lembrete O software abrange todos os programas de computador que gerenciam as atividades computacionais (software de sistemas) e que auxiliam o usuário em suas práticas básicas nos processos de negócios (software aplicativo). O sistema operacional é um conjunto de programas que controla o hardware do computador, dos recursos de entrada e saída, de armazenagem dos programas e de dados, agindo como interface com os softwares aplicativos. O mais conhecido deles, utilizado em computadores pessoais, é o Windows. Ele possui diversas versões e ao longo de mais de 20 anos esteve e está presente no cotidiano de quem trabalha com computadores. Pensando na plataforma de smartphones, encontramos dois sistemas operacionais extremamente populares: Android e iOS. Utilizado na maior parte dos smartphones (que não são da fabricante Apple), o Android é de propriedade da Google e empregado em dispositivos móveis de forma geral de grandes fabricantes, como: Samsung, Motorola, LG, Sony, entre outros. O iOS é o sistema operacional desenvolvido para dispositivos móveis fabricados pela Apple, como o iPhone, o iPod e o iPad. Há 27 GESTÃO DE BANCO DE DADOS controvérsias sobre qual dos dois foi criado primeiro. No entanto, o que se observa é que ambos foram lançados entre 2007 e 2008. Ao ligar um computador, é dado início àquilo que chamamos de boot (termo que significa iniciação), no qual os mecanismos de hardware são verificados e testados.Após isso, ocorre a carga (ou carregamento) do sistema operacional, em que começa a efetuar as suas funções e (dependendo do sistema operacional) solicita-se a senha ou um PIN, que nada mais é que um número de identificação pessoal. A figura a seguir apresenta esta tela, utilizando um sistema operacional Windows 10. Figura 6 – Tela inicial do Windows 2.2.2 Software de aplicação Os softwares também podem ser considerados como softwares de aplicação. Eles auxiliam na execução das tarefas de usuário, ou seja, são voltados para expectativas específicas atendendo finalidades gerais e particulares. Por exemplo: processadores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de e-mail, geradores de apresentação etc. Segundo Stair e Reynolds (2011), os softwares de aplicação interagem com os softwares de sistemas para utilizar os recursos de hardware necessários à sua operação e assim exercer as suas funcionalidades. Os softwares de aplicação podem ser divididos em: softwares vertical e horizontal. Os verticais executam tarefas comuns a um determinado ramo de negócio. Já os softwares horizontais são dedicados a quaisquer áreas, pois automatizam processos comuns a todas as indústrias. 28 Unidade I Eles também podem se dividir em softwares proprietários e de prateleira. O software proprietário é desenvolvido para atender a uma necessidade específica da organização. Pode ser elaborado internamente (pelos profissionais de TI) ou por empresas terceirizadas com expertise suficiente. Quando tal desenvolvimento ocorre internamente, permite maior controle sobre os processos de criação e, consequentemente, sobre os resultados. Existem dezenas de aplicações disponíveis para computadores pessoais e para abrir qualquer uma delas, basta apenas clicar no botão iniciar do computador e verificar os programas que estão à disposição. 2.2.3 Navegadores da internet Para navegar pelo conteúdo da internet, é necessário que tenhamos uma aplicação (software aplicativo) conhecida como browser ou navegador de internet. Os mais conhecidos são: Internet Explorer, Microsoft Edge, Google Chrome, Opera, Safari, Dolphin, Vivaldi, entre outros. Considerado pelos críticos da área de redes um dos melhores navegadores de internet, o Google Chrome foi lançado em 2008 para uso em computadores com sistema operacional Windows e pouco depois se estendeu para aqueles com outros sistemas operacionais. Em pouco menos de 5 anos, ele passou a ser o browser mais utilizado do mundo, desbancando grandes concorrentes como Internet Explorer e Firefox. A figura a seguir apresenta uma janela do Google Chrome: Figura 7 – Google Chrome 29 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Outro browser bem conhecido por todos é o Internet Explorer. O seu lançamento data de 1995 pela Microsoft e a sua última versão lançada com o Windows 10 foi substituída pelo navegador Microsoft Edge. Ele já foi o navegador mais utilizado pelo mercado, mas aos poucos foi sendo ultrapassado pelo Chrome e por outros. Consta na sequência uma janela do Internet Explorer. Figura 8 – Internet Explorer O Microsoft Edge foi lançado oficialmente em 2015, mas só tem sido mais utilizado com o Windows 10. Trata-se do sucessor do Internet Explorer. A seguir consta uma janela dele. Figura 9 – Microsoft Edge 30 Unidade I Lembrete Os navegadores são softwares de aplicação. 2.2.4 Aplicativos em smartphones É comum afirmamos que os smartphones substituíram uma série de ferramentas que utilizávamos. Apenas para citar alguns exemplos, temos: despertadores, mapas, espelhos, livros, controle remoto, câmeras fotográficas, rádio, TV, bloco de anotações, vídeo games, scanner, afinador de instrumentos musicais, lanterna, bússola, calculadora, entre outros. Tudo isto foi trocado por algo praticamente igual e melhor que os dispositivos/ferramentas originais. Os aplicativos ou simplesmente apps, baixados diretamente de lojas de fornecedores como Google Play com os apps “nativos”, fornecem diversas funcionalidades. Encontramos aplicações para atender a quase todo tipo de necessidade pelos mais variados custos possíveis, sendo em sua grande maioria com custo zero ou próximo a isso. Ao adquirir um smartphone, ele já vem dotado de sistema operacional e diversas aplicações que podem ser executadas pelo usuário. Um smartphone que contém o sistema operacional Android tem como opção a Google Play Store para baixar os mais diversos aplicativos disponíveis. Consta a seguir a figura de sua tela principal. Figura 10 – Google Play Store Na tela da Google Play Store é possível visualizar os apps já instalados, jogos novos e atualizados, aplicativos recomendados para você, novidades, produções nacionais, entre outros. 31 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Para instalar um aplicativo no smartphone, basta apenas localizá-lo, digitando na barra de pesquisa da Google Play Store o nome do app e depois proceder com a instalação que ocorre de forma automática, sem muitos problemas para o usuário. Entre as mais diversas aplicações instaladas nos smartphones, podemos citar: acesso a redes sociais (por exemplo: Facebook, Instagram etc.), acesso a serviços de streaming e multimídia (por exemplo: YouTube, Netflix etc.), serviços de mensagens instantâneas (por exemplo: WhatsApp; Telegram etc.). Os modelos de negócios utilizados pelas empresas e pessoas que desenvolvem aplicativos são bem interessantes e de forma geral se encaixam em quatro tipos: venda direta, publicidade, assinatura e suporte à operação do negócio. No modelo de venda direta, o app é disponibilizado na Google Play Store e é cobrado um valor pelo seu download. No modelo de publicidade, o app é disponibilizado gratuitamente na Google Play Store e empresas terceiras que desejem anunciar na plataforma do sistema remuneram os donos do app. No modelo de assinatura, o app é disponibilizado gratuitamente, mas o usuário deve remunerar o dono do app mensalmente pelo consumo do serviço. Um bom exemplo é o app Spotify, utilizado para ouvir músicas. No modelo que suporta a operação do negócio, encontramos app disponibilizados gratuitamente e que se comportam como um complemento ao serviço prestado. Por exemplo, apps de bancos. 2.2.5 Utilização das redes sociais As redes sociais são constituídas por grupos de pessoas formadas em uma mesma estrutura que possibilita a troca de interesses e informações. Elas surgiram por volta da década de 1990, com grande sucesso e destaque para as redes classmates e ICQ, e hoje alcançam praticamente todos os usuários da internet através de conhecidas plataformas, como: Facebook, LinkedIn, Twitter, Google+, Instagram. Com grande penetração em praticamente todos os tipos de públicos, as redes sociais se apresentam como verdadeiras oportunidades para alavancar negócios, agregar valor a produtos por meio de propagandas e até mesmo fornecer informações para as empresas conhecerem melhor o perfil dos consumidores. Elas contribuem muito para as discussões na sociedade e o desencadeamento de processos de mobilização de massa, além de favorecer a criação de vínculos e amizades entre as pessoas. Não obstante, é importante dizer que mesmo com grandes benefícios oferecidos, o uso das redes sociais infelizmente tem cooperado para criação de ambientes que podem ser considerados “estranhos” ao convívio humano. Lamentavelmente, a sua utilização está associada algumas vezes a manifestações racistas, brigas ideológicas sem sentido e as vezes até irracionais. Entre as redes sociais, uma das mais conhecidas é o Instagram. Sua ideia é prover o compartilhamento de fotos e vídeos das pessoas nele cadastradas. Este compartilhamento inclusive pode ser feito para outras 32 Unidade I redes sociais, como o Facebook, por exemplo. O Instagram foi criado em 2010 e em 2012 foi adquirido pelo Facebook por mais de 1 bilhão de dólares. Ele também está disponível em plataformas de smartphone. Consta a seguir a figura da tela inicial do Instagram. Figura 11 – Tela inicial do Instagram O Facebook é outrarede social que surgiu em 2004 e durante muitos anos foi a principal e imbatível em número de acessos. Ele foi fundado por Mark Zuckerberg, Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. A sua história ficou bem conhecida no Brasil, ainda mais pelo fato de um de seus fundadores (Eduardo Saverin) ser brasileiro e por conta do filme A rede social, exibido em 2010. A sua aplicação pode ser baixada em celulares ou utilizada por meio do seu website de forma gratuita. Nele, os usuários criam os seus perfis e compartilham imagens, vídeos e textos, além de terem acesso a propagandas e informações sobre produtos, sendo este último a principal fonte de receitas do Facebook. Figura 12 – Tela inicial do Facebook 33 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Saiba mais Para conhecer mais detalhadamente a história do Facebook, assista o seguinte filme: A REDE social. Direção: David Fincher. Estados Unidos: Columbia Pictures, 2010. 120 min. Outra interessante rede social é o LinkedIn, que foi lançado em 2003 como uma rede de relacionamentos mais voltada para área de negócios e o ambiente empresarial. Neste campo é a mais utilizada, inclusive no Brasil, e foi adquirida pela Microsoft em 2016. Sua ideia é favorecer a relação entre profissionais, oferta de mão de obra e de vagas de trabalho, fornecer histórico profissional etc. Segue exemplo da tela inicial do LinkedIn: Figura 13 – Tela inicial do LinkedIn 2.2.6 Aplicações na nuvem As aplicações na nuvem são possíveis graças a uma tecnologia conhecida como computação nas nuvens ou cloud computing. A computação nas nuvens é a tecnologia que permite o compartilhamento de capacidades de armazenamento, cálculos e aplicativos centralizados que podem ser acessados por qualquer computador com acesso à internet. Ou seja, a ideia é não ter mais armazenados os seus arquivos em seu próprio computador ou smartphone, mas deixar tudo em servidores na internet. 34 Unidade I Este pensamento já muito é utilizado por nós hoje em dia. Um bom exemplo é o Google Drive, que possibilita o armazenamento de arquivos diretamente nos servidores da Google. Sua ideia é que haja um serviço de armazenamento em nuvem (na internet). Consta a seguir a figura da tela do Google Drive. Figura 14 – Google Drive Tem se popularizado bastante esta forma, podemos recorrer como modelo ao Google Docs. Lá é possível encontrar planilhas eletrônicas, editores de texto, slides e formulários. O mais interessante é que como os arquivos são salvos na nuvem, o ambiente de trabalho com esses documentos pode ser compartilhado e os documentos alterados ao mesmo tempo por mais de um usuário. Por exemplo, dois usuários conseguem trabalhar com a mesma planilha e modificá-la simultaneamente estando em lugares diferentes. Segue referência à tela do Google Docs: Figura 15 – Google Docs 35 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Resumo Observamos a apresentação dos conceitos de tecnologia da informação (TI). Primeiramente, encontra-se uma abordagem histórica sobre tecnologia e sobre TI, ressaltando o seu surgimento e os principais períodos. Abordou-se as concepções de dado, informação e conhecimento, além de uma pequena introdução à infraestrutura de TI. Na sequência, vimos as aplicações da TI nas organizações, ressaltando seu papel estratégico e sua importância no delinear e planejamento das operações do negócio, bem como de um esboço sobre sistemas de informação, suas classificações e o seu uso no negócio. Adentramos ainda mais nos recursos que compõem a infraestrutura de TI nas empresas, apresentando várias informações relativas a hardware e software. Mencionamos uma abordagem histórica sobre a evolução dos computadores, bem como o que se entende sobre sistema computacional básico formado por memórias, processador, dispositivos de entrada e dispositivos de saída, além da sua utilização no ambiente corporativo. Finalizamos com a referência às tecnologias de software utilizadas no ambiente corporativo, apresentando conceitos gerais, classificações e fatores críticos no seu uso. Na classificação dividimos entre software de sistemas e de aplicativo. Exercícios Questão 1. Analise a seguinte situação. Figura 16 36 Unidade I Você já pensou em ganhar dinheiro todas as vezes que um usuário acessa seu aplicativo? Muitos apps possuem o modelo de negócios baseado em Ads. Neste post vamos esclarecer as maiores dúvidas sobre o tema e mostrar como você pode também entrar neste mercado. Dessa forma, entenderá como funciona a lógica deste serviço, o que é o serviço de anúncios do Google e seu funcionamento, como instalar no seu app e muito mais. Aproveite! Primeiro, o que é o Admob do Google? O Admob do Google é uma plataforma gratuita a qual o desenvolvedor de apps pode exibir anúncios nos aplicativos e ganhar dinheiro com isso. Ela foi feita especificamente para aplicativos nativos, ou seja, publicados nas lojas. Como funciona? O Google se posiciona entre o desenvolvedor do app e empresas, as companhias pagam para exibir seus anúncios e os desenvolvedores recebem parte deste dinheiro por exibi-las no seu app. Figura 17 Como ganho dinheiro? Qual é o meu potencial ganho com a plataforma? Existe um conceito importante, o RPM, Revenue per 1.000 Impressions, que significa receita por mil impressões. Todas as vezes que cada usuário visualiza o anúncio, isto conta como uma impressão. 37 GESTÃO DE BANCO DE DADOS Como e quando eu recebo pelos meus pagamentos? Os pagamentos do Admob são mensais, ou seja, todos os meses você poderá transferir o saldo para sua conta. Vale ressaltar que o primeiro pagamento só ocorre depois que você acumula 100 dólares na conta e que também é quando você configura sua conta bancária. Disponível em: https://blog.fabricadeaplicativos.com.br/fabrica/admob-google-app/. Acesso em: 14 jun. 2020. Com base nas informações do site anterior do desenvolvedor de um aplicativo, assinale a alternativa do modelo de negócio utilizado: A) Venda direta. B) Assinatura. C) Publicidade. D) Suporte à operação de negócio. E) Play Store. Resposta correta: alternativa C. Análise da questão Justificativa: “dessa forma, você entenderá como funciona a lógica deste serviço, o que é o serviço de anúncios do Google... Todas as vezes que cada usuário visualiza o anúncio, isto conta como uma impressão.” Os modelos de negócios utilizados pelas empresas e pessoas que desenvolvem aplicativos são bem interessantes e, de forma geral, se encaixam em quatro tipos diferentes: venda direta, publicidade, assinatura e suporte à operação do negócio. No modelo de venda direta, o app é disponibilizado na Google Play Store e é cobrado um valor pelo download. No modelo assinatura, ele é disponibilizado gratuitamente, mas o usuário deve remunerar o dono do app mensalmente pelo consumo da assinatura do serviço. No modelo de publicidade, o app é oferecido gratuitamente na Google Play Store e empresas que anunciam na plataforma do sistema remuneram os donos do app. Portanto, trata-se do modelo de publicidade. 38 Unidade I Questão 2. Analise a seguinte situação: Diante da pandemia do novo coronavírus, uma empresa contata seu escritório de advocacia com o intuito de requerer a suspensão do cumprimento de obrigação de quitar suas dívidas decorrentes de um acordo. Para elaborar a petição, os advogados consultaram a legislação (1) e, a partir desta consulta, notaram que havia um artigo tratando justamente sobre casos de força maior, o que se adequava à situação. À vista disso, ao encaixar-se com o caso concreto (2), tal dispositivo seria um forte embasamento para o convencimento do juiz e, por conseguinte, o deferimento do pedido. Considerando que em primeira instância o pedido não foi deferido, mas quando encaminhado ao Tribunal Superior a decisão foi favorável à empresa, que logrou a suspensão do cumprimento de obrigação com base no artigo citado, o escritório notou que a presente decisão, como jurisprudência (3), poderia ser aplicada a casos semelhantes. Ante