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Resumo Unidade 02

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Resumo – Unidade 02
Lançamentos das Estruturas e Critérios
Lançamentos estruturais em Arquitetura
A concepção estrutural, ou como também podemos designar de uma estruturação ou lançamento da estrutura, corresponde à escolha de um dos sistemas estruturais para execução do edifício, denominado de parte resistente. 
Essa etapa é considerada uma das mais importantes na fase do projeto estrutural e resume-se em escolher e delimitar os elementos a serem utilizados, definindo suas posições, de maneira a formar um conjunto estrutural que seja eficaz, responsável por absorver os esforços atuantes no sistema, as ações e transferi-los à fundação.
Segundo Torroja (1960), um dos primeiros a defender a ideia de que a concepção estrutural, enquanto objeto de um processo criativo, necessariamente deve estabelecer a conexão entre processos técnicos e artísticos, a discussão conceitual da forma e da estrutura deve ser privilegiada, para que o modelo matemático seja o resultado e não a causa do projeto. Afinal, para ele, a concepção de um sistema estrutural é essencial e antecede o cálculo, que tem a função de confirmar ou testar aquilo que foi concebido pela mente humana.
O projeto estrutural deve adotar uma solução que respeite os requisitos mínimos estabelecidos pelas normas técnicas, referentes ao desempenho da estrutura em serviço, a sua resistência e durabilidade. Podemos utilizar inúmeros sistemas estruturais. Em edifícios verticais comumente aplicamos nos modelos de lajes maciças, nervuras ou moldadas no local. Entretanto, quando precisamos vencer grandes vãos, possuímos a opção de melhorar o desempenho do elemento laje através da proteção. Esse melhor desempenho se dá em termos de resistência, controlando as deformações da estrutura e consequentemente sua fissuração.
Outra alternativa de modelo estrutural, entretanto não muito recomendada, é usar lajes sem vigas diretamente apoiadas sobre os pilares da estrutura, com ou sem capitéis, casos referenciados como lajes planas, lisas ou ainda lajes-cogumelos. Nessa solução no alinhamento dos pilares são consideradas as vigas embutidas, com altura igual à espessura das lajes, sendo também chamadas vigas-faixa. A escolha do sistema estrutural depende de infinitos fatores técnicos e econômicos, dentre eles salientamos: a capacidade do meio profissional para desenvolver o projeto e executar a obra como um todo e, também, a disponibilidade de materiais para essa solução, mão de obra especializada e equipamentos necessários para a execução.
O primeiro ponto da concepção estrutural é identificar a finalidade da edificação e atender ou resolver todas as condições impostas pela arquitetura do projeto. O projeto arquitetônico é o ponto de partida para a elaboração do projeto estrutural. Um projeto arquitetônico desenvolvido em pensamento consoante ao projeto estrutural, de fato trará ótimos resultados e proporcionará facilidade no dimensionamento. Ademais, é necessário pensar no posicionamento dos elementos respeitando sua disposição nos diferentes cômodos dos pavimentos, devendo estar, contudo, em consonância com os demais projetos, permitindo a coexistência e a qualidade de todos os sistemas incorporados na edificação. São exemplos de projetos: instalações elétricas hidráulicas, telefonia, segurança, som, televisão e ar condicionado, sabendo que a estrutura precisa estar coerente com as condições e características do solo no qual ela irá se apoiar.
A composição dos edifícios comumente se procede pelos seguintes pavimentos: subsolo, reservatório inferior, térreo, tipo (aqui podemos ter várias disposições de tipo, ou seja, tipo 1, 2, 3, ou simplesmente um tipo), cobertura, casa de máquinas e reservatório superior. Na existência de pavimento-tipo ou vários pavimentos-tipos, a estruturação parte dessa etapa. Caso não haja pavimentos repetidos, a estruturação parte dos andares superiores, seguindo na direção dos pavimentos inferiores.
A designação de planta de forma estrutural é a localização dos elementos pilares, em sequência com o posicionamento dos elementos vigas e das lajes, geralmente nessa ordem, considerando como prerrogativa a compatibilização com o projeto arquitetônico.
O sistema estrutural de um edifício deve ser projetado e dimensionado, de modo que seja capaz de resistir às ações verticais e às ações horizontais. Essas ações precisam ser levadas em conta, pois resultam ou não em um longo período de vida útil da construção.
As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais, revestimentos, paredes divisórias, peso de equipamento, ações permanentes e ações variáveis, decorrentes da utilização, cujos valores vão depender da utilidade do edifício. O trajeto das ações verticais inicia nas lajes, que suportam, além de seus pesos próprios, outras ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo, peso de paredes que se apoiem diretamente sobre elas. As lajes transmitem essas ações para as vigas através das reações de apoio.
As vigas possuem a capacidade de suportar seu peso próprio, as reações decorrentes das lajes, peso de paredes e as ações de outros elementos que nelas descarregam. Trabalham aos esforços de flexão e cisalhamento e transmitem suas reações para os elementos verticais, que são os pilares e as paredes estruturais.
Os pilares e as paredes estruturais, por sua vez, recebem as reações das vigas que neles se apoiam, juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, transferindo para os andares inferiores e, finalmente, para o solo, através dos respectivos elementos de fundação.
Já as ações horizontais constituem-se da ação do vento, empuxo ou abalos sísmicos onde há ocorrência. Elas são absorvidas pela estrutura e transmitidas para o solo de fundação. Na ação do vento, o caminho tem início nas paredes externas do edifício, onde o vento atua com maior incidência. Essa ação é resistida por elementos verticais de grande rigidez, como os pórticos, as paredes estruturais e núcleos em concreto, que formam a estrutura de contraventamento de um edifício.
“As lajes exercem importante papel na distribuição dos esforços decorrentes do vento entre os elementos de contraventamento, pois possuem rigidez praticamente infinita no seu plano, promovendo, assim, o travamento do conjunto”, segundo Pinheiro e colaboradores (2021, p.4.4). 
Fundações
A primeira decisão em um projeto é quanto ao tipo de fundações. A escolha do tipo implicará diretamente aos custos, entretanto, nem sempre a alternativa mais barata será a mais adequada à situação de projeto. O desempenho em serviço da fundação e a vida útil da estrutura deverão ser levados em consideração, já que uma série de patologias das edificações estão relacionadas às falhas no seu sistema de fundações.
A escolha das fundações precisa ser uma decisão sempre com embasamentos em sondagens do solo, caracterizando-se as propriedades geotécnicas como um guia para determinar a escolha. Normalmente, para obras de pequeno porte, o uso de sapatas é bastante adequado em solos com boa capacidade de carga nas camadas superficiais, e essa informação é retirada da sondagem SPT. Mas em casos onde as condições superficiais do solo não são adequadas, as fundações profundas são uma boa solução ao projeto.
Na Figura 1, segue um ensaio com o perfil geológico e os dados de SPT.
Já na Figura 2, apresenta-se um esquema de uma fundação profunda, o qual possui todas as informações de leitura de barras, dimensão e execução.
Posição dos Pilares
A localização usualmente inicia-se com os pilares, estes devem ser locados pelos cantos e seguir para as áreas que são comuns a todos os pavimentos, ou seja, escadarias, elevadores, garagem, reservatório, casa de máquinas, corredores, etc.
O próximo passo é posicionar os pilares do extremo e, em seguida, os pilares internos (do meio da estrutura), buscando sempre que possível embuti-los (escondê-los) nas paredes ou procurando respeitar as imposições apresentadas pelo projeto arquitetônico. A disposição mais correta e assertiva é a dos pilares alinhados, entretanto,nem sempre isso é possível, mas deve ser previsto, a fim de formar pórticos que se unam diretamente com as vigas. Dessa forma, eles contribuem para a estabilidade global da estrutura.
As variáveis que compõem o lançamento e a estruturação dos pilares podem ser resumidas em: dimensão, posição e direção. Essas três premissas garantem o dimensionamento da peça. Desse modo, o lançamento dos pilares na planta é um fator que irá influenciar todo o projeto e, por isso, é prudente ter muita atenção nessa etapa.
Resumindo:
É recomendado adotar como 19 cm, pelo menos, a menor dimensão do pilar e escolher a direção da maior dimensão de maneira a garantir rigidez à estrutura, nas suas duas direções (x, y).
A disposição dos pilares deve seguir uma distância usual entre seus eixos na ordem de 4 a 6 metros. Distâncias maiores geram vigas com dimensões elevadas ou, até mesmo, incompatíveis com o projeto, além de elevar os custos da obra. Seções transversais de pilares elevam a taxa de armadura e também dificultam a montagem da armação e formas. Entretanto, se os pilares estiverem muito próximos, com vãos menores, isso pode interferir nos elementos de fundação, também aumentando os custos com o consumo de material e mão de obra.
Após posicionar os elementos das áreas comuns, recomenda-se seguir o posicionamento dos pilares no pavimento-tipo e, nessa etapa, é importante verificar sua interferência aos demais pavimentos que compõem a obra. Isso significa que se faz necessário verificar se o arranjo dos pilares permite a realização de manobras dos carros nos andares de garagem ou até mesmo se não haverá pilares no meio de um cômodo de outro pavimento, por exemplo.
Na impossibilidade de compatibilizar a distribuição dos pilares entre os pavimentos, pode haver a necessidade de um pilar de transição. Nesse caso, a prumada do pilar é alterada, empregando-se uma viga de transição, que recebe a carga do pilar superior e a transfere para o pilar inferior, em sua nova posição. Nos edifícios muito altos, devem ser evitadas grandes transições, pois elas provocam aumento significativo de custos. Quando acontece de o projeto estar com inúmeras vigas de transições, costuma-se dizer que ele não foi compatibilizado e otimizado de forma correta.
A Figura 3 mostra a seção de um pilar em uma planta de baldrame, com todas as informações de leitura de barras, dimensão, execução de estribo e gancho.
Posição das Vigas
Após o posicionamento dos pilares, a estruturação passa para a etapa da locação das vigas nos pavimentos do edifício. As vigas que ligam um pilar ao outro já ficam determinadas, formando os pórticos. Entretanto, outras vigas são necessárias para dividir, por exemplo, painéis de laje com grandes vãos ou vigas para suportar paredes de divisão e evitar que essas se apoiem diretamente sobre as lajes da obra, ou ainda as vigas de transição, como já mencionamos, que são responsáveis por suportar a carga de um pilar que muda de direção entre os pavimentos.
Assim como os pilares, as vigas possuem algumas variáveis de extrema importância, que são as vinculações de apoio para ligar as vigas aos pilares. Elas podem ser rotuladas, engastadas ou semirrígidas. Mas o que isso influencia no projeto? Se bem utilizada, as vinculações adotadas podem gerar grandes economias, solucionar alguns problemas de dimensionamento e influenciar diretamente na concepção da estrutura.
Na sequência, podemos ver a seção de uma viga em uma planta (Figura 4). Nela, possuímos todas as informações de leitura de barras, dimensão e execução de estribo.
Posição das Lajes
Como as vigas delimitam os painéis de laje, suas disposições devem levar em consideração o valor econômico do menor vão que, para lajes maciças, é da ordem de 3,50 a 5,50 m. O posicionamento das lajes fica, então, praticamente definido através da posição das vigas. A escolha do tipo de laje é um dos fatores que mais repercute nos custos da execução. Normalmente, aquelas pré-moldadas são as cotadas como a opção economicamente mais vantajosa.
Veja, na Figura 5, o detalhe de uma laje pré-moldada cerâmica e informações na seção.
Desenho das Formas
De posse do arranjo dos elementos estruturais, é possível fazer os desenhos preliminares de formas de todos os pavimentos, inclusive cobertura e caixa d’água, com as dimensões baseadas no referido projeto arquitetônico.
Nesse sentido, precisamos entender primeiramente o que é uma planta de formas. Na verdade, ela é identificada pelo projeto, posicionando os elementos (vigas, pilares, lajes e fundações). Quanto às formas, o termo refere-se aos elementos de madeira, aço ou pvc, que permitem a moldagem e execução dos elementos de concreto armado.
As larguras das vigas adotadas na execução da planta de formas, sempre que possível, devem ser embutidas na alvenaria, respeitando as condições do projeto arquitetônico ou limitações construtivas. Em muitos casos, essas vigas precisam prever a passagem de tubulações, ou seja, o projeto precisa ser otimizado em conjunto com o projeto hidrossanitário. Uma observação de extrema importância é que o cobrimento mínimo das faces das vigas em relação às das paredes finalizadas é de 1,5 a 2,5 cm, em geral. Isso deve ser respeitado, para que realmente a viga fique embutida.
O desenho de planta de forma, é basicamente o resumo do dimensionamento do projeto estrutural propriamente em desenho. A planta de formas é o documento responsável por fornecer todas as informações da execução das formas e da disposição e distribuição das armaduras. A planta de formas é a planta do modelo que deverá ser concebida com fidelidade, assim, ou seja, quanto mais clareza tenham os elementos e detalhes, mais qualidade será apresentada na execução e no processo.
O ideal é que todas as vigas tenham a mesma altura, para facilitar a execução e o cimbramento da estrutura. Entretanto, quando não é possível, adota-se no máximo três dimensões diferentes para as suas seções transversais. Em edifícios residenciais, é conveniente que as seções das vigas não ultrapassem 60 cm de altura, para não interferir nos vãos das aberturas (portas e janelas).
Comumente a numeração de todos os elementos que compõem a estrutura é realizada de cima para baixo e da esquerda para a direita:
Na planta devem ser previstas a colocação das cotas parciais e totais em cada direção (x,y), posicionadas fora do contorno do desenho da planta de forma, para facilitar a visualização e leitura.
Ao final da disposição e numeração dos elementos (lajes, vigas e pilares), obtém-se o anteprojeto de todos os pavimentos, e pode-se então prosseguir com o pré-dimensionamento.
Apesar de ser uma planta consideravelmente simples, é necessário estar atento a todos os detalhes como, por exemplo, a falta de uma hachura, indicação de nível ou dimensão, que pode prejudicar todo o projeto. Não indicar o rebaixamento de uma laje de sacada, no caso, fará com que o pedreiro considere que a laje esteja no mesmo nível das demais, prejudicando o escoamento de água e podendo causar patologias na construção.
A planta de formas deve conter todos os elementos gráficos e textuais necessários para identificação, posicionamento e execução da estrutura no lote. Podemos citar: origem (ou seja, a referência), as cotas (dimensões e distâncias), níveis, ligações entre as vigas e lajes, as fundações, pilares, vigas, lajes e se o pavimento constar algum shaft, este também deve estar previsto.
Na sequência, temos a legenda dos pilares.
E, por fim, temos a Tabela 2 indicando as características das lajes.
Vamos resumir o lançamento dos elementos nas estruturas?
O lançamento da estrutura é, basicamente, realizado através do projeto arquitetônico e seus requisitos. Ao lançar a estrutura, devemos ter algumas prerrogativas em mente e podemos resumi-las em: resistência, estética, economia e funcionalidade.
- Resistência: Ao lançarmos os elementos estruturais, devemos procurar estabelecer uma estrutura capaz de resistir aos esforços verticais e horizontais. Para isso, necessitamos de meios para atingir a resistência necessáriaem cada estrutura, podendo ser através de pórticos, núcleos rígidos, pilares com grande inércia, dentre outros;
- Estética: Devemos sempre procurar embutir ao máximo a estrutura dentro das paredes, isso serve para vigas e pilares;
- Economia: Deve-se lançar a estrutura, pensando em minimizar o custo de execução da obra. Atingimos a tal “boa” economia através da uniformização da estrutura, da compatibilidade entre os vãos, da escolha dos materiais e, principalmente, do método de escolha dos elementos (laje maciça ou protendida, por exemplo). As vigas de transição devem ser evitadas ao máximo, pois são inimigas dos princípios da economia;
- Funcionalidade: Como um princípio de extrema importância, podemos levar o exemplo das garagens. Caso os posicionamentos dos elementos não sejam funcionais, podemos perder vagas ou tornar uma garagem inviável de se estacionar. Um aproveitamento adequado dos cômodos pode ser obtido, espaçando os pilares a cada 4,80 ou 5,50 m.
Na Figura 8, temos uma planta de formas completa de uma estrutura com três pavimentos, onde apresentamos a planta do pavimento 1, realizado no programa Eberick. Podemos visualizar os elementos distribuídos, enumerados e as cotas.
Critério para escolha de sistema estrutural
Como escolhemos um sistema estrutural e o que deve ser observado? Desempenho, durabilidade, capacitação de mão de obra, materiais disponíveis e assistência técnica são alguns dos quesitos decisivos para a especificação de um sistema estrutural seguro e eficaz.
Ao se avaliar a viabilidade econômica de um projeto estrutural, não se deve levar em consideração somente os consumos de materiais e mão de obra, mas sim todos os sistemas de serviços que são influenciados pela escolha das diversas opções estruturais, além das características executivas e equipamentos necessários. Como exemplo, podemos citar a escolha de uma estrutura com o pé direito, isto é, distância de piso a piso, se escolher por este ser mais baixo, provocará uma economia na alvenaria de vedação, no reboco e nos revestimentos externos e internos em cada pavimento. Contudo, se a escolha for por um pé direito mais alto nos apartamentos, isso vai agregar um grande valor para os compradores e, por consequência, acarretará em um maior custo de execução. Então, qual será a melhor opção: economizar na estrutura, reduzindo o pé direito, ou aumentar o valor de venda do empreendimento?
Para uma avaliação mais completa, deve-se realizar também uma análise das implicações que cada alternativa acarreta nas instalações, nas alvenarias, tipos de forro e nos demais sistemas. Pode-se definir por custo direto da estrutura os materiais e a mão de obra, tais como: formas, escoras, cimbramento, concreto, bombeamento, aço de armadura passiva e ativa, carpinteiros, pedreiros, serventes, etc. Já os custos indiretos são os impactos que a solução condiciona aos demais sistemas, como revestimentos, forro, pintura, instalações elétricas e hidráulicas, elementos de fachada, tempo e dificuldade de execução.
Para análise de critério de escolha de um sistema estrutural, selecionamos duas opções para que seja possível fazer uma análise comparativa, quantitativa e qualitativa em relação a cada uma. Também podemos considerar essas duas opções como uma das mais usuais em obras.
Estrutura convencional com lajes maciças 
Estrutura convencional é aquela na qual as lajes se apoiam nas vigas, que por sua vez se apoiam em pilares. A laje maciça é basicamente uma camada de concreto “maciço” sobre ela. Essa laje não vence grandes vãos, devido ao seu elevado peso-próprio. Comumente usa-se vão de lajes maciças em torno de 3,5 a 5,50 m.
De acordo com a norma 6118, item 13.2.4.1, as lajes maciças devem respeitar os seguintes limites mínimos para a espessura:
a) 7 cm para cobertura não em balanço; b) 8 cm para lajes de piso não em balanço; c) 10 cm para lajes em balanço; d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN; e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN; f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de   para lajes de piso biapoiadas e  para lajes de piso contínuas; g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel (ABNT, 2014, p.74).
Algumas das principais desvantagens apresentadas caracterizam-se devido:
· Ao limite dos vãos, que apresenta uma grande quantidade de vigas;
· À grande quantidade de vigas e seus recortes, pois diminuem o reaproveitamento das formas; 
· Ao grande consumo de concreto e aço.
E algumas das principais vantagens são:
· A formação de muitas vigas cria muitos pórticos, que garantem uma boa rigidez à estrutura de contraventamento;
· Sistema estrutural utilizado por muitos anos na construção civil e, por esse fato, a mão de obra é bastante treinada.
Estrutura convencional com lajes nervuradas
A designação por lajes nervuradas é um conjunto de nervuras solidarizadas por uma mesa de concreto. O fato de as armaduras serem responsáveis pelos esforços resistentes de tração, permite que a zona tracionada seja discretizada em forma de nervuras e, assim, não comprometa a zona comprimida onde o concreto exerce a função de suportar.
Segundo a norma 6118, item 14.7.7, as lajes nervuradas são “moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte” (ABNT, 2014, p. 86). Além disso, essa mesma norma, no item 13.2.4.2, descreve limites a serem respeitados pelas lajes nervuradas. “A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm” (ABNT, 2014, p. 67).
O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm, quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm. A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm. Nervuras com espessura menor que 8 cm, não devem conter armadura de compressão.
Para o projeto de lajes nervuradas, devem ser seguidas tais condições:
a) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento da região das nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje; 
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm e a largura média das nervuras for maior que 12 cm; 
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites mínimos de espessura (BASTOS, 2021, p.68).
A principal vantagem de usar laje nervurada é a redução do peso próprio da estrutura, já que o volume de concreto diminui e ainda há um aumento na inércia, uma vez que a laje tem sua altura aumentada. Essa solução de laje vem sendo utilizada em todas as regiões do país, com um grande número de fornecedores, pois é de fácil execução e pode ser lançada com grandes vãos.
Algumas das várias vantagens de se usar lajes nervuradas são:
· Devido a sua capacidade de vencer grandes vãos, o pavimento possui pouco número de lajes;
· A forma possui poucas vigas, ou seja, é pouco recortada, facilitando a execução principalmente das formas;
· O fato de ter poucas vigas faz com que a estrutura não interfira muito na arquitetura;
· O consumo da laje nervurada é muito baixo.
A escolha da melhor concepção estrutural está ligada a uma série de particularidades de cada projeto que impactam diretamente nessa opção. Primeiramente você deve elencar algumas características da obra:
· Altura da edificação;
· Tipo de ocupação (por exemplo, comercial, residencial ou institucional);
· Geometria;
· Vãos livres;
· Tipo de solo;
· Localização da obra;
· Repetição dos pavimentos.
Vamos a um exemplo para elucidar:
· Edifícioscom mais de 15 pavimentos tornam a alternativa de alvenaria estrutural inviável, por causa de motivos econômicos e técnicos.
Outro exemplo é:
· Edifícios com forros nos ambientes (por exemplo, os prédios comerciais) tornam o uso de lajes nervuradas mais interessante. Entretanto, essa solução não é nada comum em edifícios residenciais.
Nesse tópico, a pergunta que devemos buscar resposta é: existe um sistema estrutural ideal?
Para cada projeto, um sistema estrutural é demandado. Não existem fórmulas mágicas nas escolhas ou na produção de planta de formas e dimensionamento.
Projetos residenciais, industriais ou comerciais apresentam, cada um, uma demanda diferente.
Quanto mais prática for a solução adotada e escolhida para ser a executada, ainda que os materiais tenham maior custo, ela estará menos suscetível a erros, à perda de produtividade e consequentemente será mais segura.
O primeiro passo é conhecer todas as singularidades do projeto, pois não podemos e não devemos generalizar as condições da obra, as condições do cliente e suas necessidades, tampouco a geometria do projeto arquitetônico e seus requisitos ou a localização da obra.
Na hora da escolha do sistema estrutural, é importante frisar a necessidade de estudar com afinco cada método para possuir o conhecimento e o discernimento de qual é o mais indicado e adequado para a construção em questão.
 
É importante ter o conhecimento de algumas definições apresentadas pela norma 8681 no item 3, seguem abaixo:
3.4 ações: Causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. Do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas como se fossem as próprias ações. As deformações impostas são por vezes designadas por ações indiretas e as forças, por ações diretas. 
3.5 ações permanentes: Ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. A variabilidade das ações permanentes é medida num conjunto de construções análogas. 
3.6 ações variáveis: Ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção.
3.7 ações excepcionais: Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas. 
3.8 cargas acidentais: Cargas acidentais são as ações variáveis que atuam nas construções em função de seu uso (pessoas, mobiliário, veículos, materiais diversos etc.) (ABNT, 2004, p.1-2).
E também termos conhecimento sobre as ações em que a nossa estrutura está submetida pela norma 8681 no item 4, seguem abaixo:
4.2.1.1 Ações permanentes: Consideram-se como ações permanentes: a) ações permanentes diretas: os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-se o peso próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos dos equipamentos fixos e os empuxos devidos ao peso próprio de terras não removíveis e de outras ações permanentes sobre elas aplicadas; b) ações permanentes indiretas: a protensão, os recalques de apoio e a retração dos materiais (ABNT, 2004, p.3). 
Pela norma 6120, ações para o cálculo de estruturas de edificações podem consultar o peso específico de cada tipo de material de construção, além de valores característicos para cargas variáveis, que devem ser considerados em cada tipo de ambiente de uma edificação. Para construções residenciais, a mesma norma determina valores mínimos de cargas verticais para edifícios residenciais – dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro 1,5 kN/m² e despensa, área de serviço e lavanderia 2,0 kN/m² (ABNT, 2020). Assim, retomando a norma 8681, temos ainda:
4.2.1.2 Ações variáveis: Consideram-se como ações variáveis as cargas acidentais das construções, bem como efeitos, tais como forças de frenação, de impacto e centrífugas, os efeitos do vento, das variações de temperatura, do atrito nos aparelhos de apoio e, em geral, as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas. Em função de sua probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, as ações variáveis são classificadas em normais ou especiais: a) ações variáveis normais: ações variáveis com probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de construção; b) ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade especiais, elas também devem ser admitidas como ações variáveis. As combinações de ações em que comparecem ações especiais devem ser especificamente definidas para as situações especiais consideradas. 
4.2.1.3 Ações excepcionais: Consideram-se como excepcionais as ações decorrentes de causas tais como explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes ou sismos excepcionais. Os incêndios, ao invés de serem tratados como causa de ações excepcionais, também podem ser levados em conta por meio de uma redução da resistência dos materiais constitutivos da estrutura (ABNT, 2004, p.3).
Pré-Dimensionamento
O dimensionamento é o ato ou efeito de dimensionar, de atribuir ou de fixar as dimensões (tamanho) de algo: dimensionamento de valores.
O pré-dimensionamento tem como função o trabalho de concepção do edifício, a realização de uma projeção prévia das dimensões dos elementos estruturais para que esses possam suportar sua própria carga. Esse conhecimento é necessário para planejar estruturas viáveis e seguras. Com o conhecimento do pré-dimensionamento, é possível realizar o cálculo de ligações entre os elementos da estrutura e, a partir dessa previsão inicial, o profissional técnico realiza o dimensionamento completo do projeto, seguindo todos os protocolos e normas técnicas exigidas.
O modelo estrutural corresponde à representação da estrutura real no computador. Existem vários tipos de modelos que podem ser adotados. Na Figura 11, temos um modelo estrutural completo de uma estrutura realizada no programa Eberick.
A norma 6118 recomenda, tendo em vista os requisitos referentes à durabilidade das estruturas de concreto, que se utilize sempre concretos com resistência característica à compressão (fck) ≥ a 20 Mpa e para estruturas executadas em concreto armado ≥ 25 MPa para estruturas protendidas (ABNT, 2014). A escolha do fck do concreto depende também de uma análise de custo, meio em que a estrutura está inserida, e dos esforços em que ela vai estar submetida. Sempre que possível, deve-se escolher uma resistência que minimize o custo por Mpa de resistência. A escolha do aço estrutural, segundo a referida norma, não permite mais a possibilidade de utilização dos aços da denominada classe B. Dessa forma, os projetos utilizam o aço CA50A, comumente denominado CA50.
Na sequência, veremos um resumo esquemático, mostrando os requisitos necessários para um projeto estrutural de qualidade. Também estão elencadas todas as normas técnicas necessárias para elaborar um projeto com segurança.

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