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Livro - Organização e Gestão da Educação Básica

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Organização e gestão da educação básica 
Autora: D.ra Jezuina Kohls Schwanz 
Revisão de Conteúdos: M.e Gilson Brun 
Designer Instrucional: Vianeis Rodrigues Pereira 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Jezuina Kohls Schwanz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização e gestão da 
educação básica 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Conselho Editorial 
D.r Alex de Britto Rodrigues / D.ra Diana Cristina de Abreu / 
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Gilian Cristina Barros / D.r Jefferson 
Zeferino / D.r João Paulo de Souza da Silva / D.ra Marli Pereira de Barros 
Dias / D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno / 
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia 
 
Revisão de Conteúdos 
Gilson Brun 
 
Designer Instrucional 
Vianeis Rodrigues Pereira 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
SCHWANZ, Jezuina Kohls. 
Organização e gestão da educação básica / Jezuina Kohls Schwanz. – 
Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
68p. 
ISBN: 978-85-5475-508-9 
1.Educação Básica. 2. Plano Nacional de Educação. 3. Metas Educacionais. 
Material didático da disciplina de Organização e gestão da educação básica – 
Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870. 
 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Sumário 
Prefácio ........................................................................................... .... 07 
Aula 1 – Aspectos gerais da educação básica................................... 08 
Apresentação da aula 1....................................................................... 08 
 1.1 A Educação básica e sua natureza no contexto brasileiro. 09 
 1.2 Como é composta está educação básica?....................... 10 
 1.3 Quanto às competências e responsabilidades: os órgãos 
reguladores da educação básica........................................................ 12 
 1.4 A União............................................................................... 14 
 1.5 Os Estados......................................................................... 16 
 1.6 Os Municípios..................................................................... 17 
 1.6.1 Ferramentas reguladoras................................................. 18 
 1.7 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). 18 
 1.7.1 O Plano Nacional de Educação (PNE)............................ 19 
 1.8 O Conselho Nacional de Educação (CNE)......................... 21 
 1.9 Câmara de Educação Básica- CEB e Conselhos de 
Educação (CEE).................................................................................. 22 
Conclusão da aula 1............................................................................ 25 
Aula 2 – Os níveis de ensino e suas peculiaridades na educação 
básica.................................................................................................. 26 
Apresentação da aula 2....................................................................... 26 
 2.1 A Educação Infantil no Brasil.............................................. 27 
 2.2 Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 31 
 2.3 O Ensino Fundamental....................................................... 33 
 2.4 Os anos iniciais do Ensino Fundamental, 1º ao 5º ano.... 34 
 2.5 Os anos finais do Ensino Fundamental, 6º ao 9º ano........ 36 
 2.6 O Ensino Médio.................................................................. 36 
 2.7 O novo ensino médio: breves considerações...................... 39 
Conclusão da aula 2............................................................................ 40 
 
6 
 
Aula 3 – Os aspectos da gestão na educação básica....................... 41 
Apresentação da aula 3....................................................................... 41 
 3.1 Introdução à gestão educacional........................................ 41 
 3.2 Gestão democrática............................................................ 44 
 3.2.1 Gestão pública................................................................. 45 
 3.2.2 O financiamento da educação......................................... 48 
Conclusão da aula 3............................................................................ 51 
Aula 4 – As metas traçadas para a educação brasileira e seus 
índices.................................................................................................. 51 
Apresentação da aula 4....................................................................... 51 
 4.1 A educação como direito de todos..................................... 53 
 4.2 Metas para a Educação..................................................... 53 
 4.3 As metas do PNE................................................................ 55 
 4.4 Os índices da educação brasileira..................................... 59 
 4.5 O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa......... 61 
Conclusão da aula 4........................................................................... 63 
Índice Remissivo.................................................................................. 65 
Referências.......................................................................................... 68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Prefácio 
 
Você é convidado a participar deste espaço de aprendizagem, em que 
questões específicas sobre a educação básica e seus meios de organização e 
gestão serão abordados. Vale ressaltar que a motivação e o comprometimento 
do(a) estudante neste processo de ensino, a distância, são fundamenteis para o 
desenvolvimento de sua formação e para o êxito de nosso trabalho quanto 
professores. 
Esta disciplina será dividida em quatro aulas, e em cada uma delas haverá 
atividades para que os conhecimentos aqui transmitidos sejam dinamizados e 
trabalhados pelo(a) educando(a). Ao longo das aulas,recursos didáticos serão 
utilizados para que o(a) estudante possa refletir e perceber com melhor 
desenvoltura os temas abordados. Os tópicos de cada aula também são 
elaborados no intuito de facilitar a cognição e, de modo mais claro possível, 
transmitir o conteúdo proposto na ementa desta disciplina. 
A Organização e gestão da educação básica é uma disciplina elaborada 
com o propósito de inteirar o(a) estudante a respeito dos aspectos gerais da 
educação básica segundo as particularidades da organização e da gestão 
escolar. Tal intento visa apresentar um panorama da Educação Infantil, do 
Ensino Fundamental e Médio, bem como da educação especial, da educação de 
jovens e adultos e da educação profissionalizante. 
Ainda, para um maior aprofundamento do assunto aqui abordado, esta 
matéria contará com apresentação e análise de indicadores socioeducacionais 
que balizam a real situação da educação básica no Brasil, percebendo dados 
quantitativos e qualitativos da educação nas esferas citadas. 
Ao final das quatro aulas, será possível uma melhor compreensão do 
quadro da educação básica em suas diferentes esferas em nosso país, com a 
reflexão e compreensão dos itens levantados em cada aula desta disciplina. 
Boa jornada! E lembre-se: a sua dedicação é um fator fundamental neste 
processo de ensino. 
 
 
 
8 
 
 
Aula 1 – Aspectos gerais da Educação Básica 
 
Apresentação da aula 1 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à primeira aula da disciplina de 
Organização e gestão da Educação Básica, que apresentará aspectos gerais 
deste campo educacional (Educação Básica) brasileiro. Assim, a partir desta 
aula, você conhecerá um pouco mais sobre os fatores que vêm a caracterizar 
essa etapa educacional, principalmente no que tange os órgãos legais que a 
definem. 
A educação é uma área que concentra muitas outras e, por si só, 
contempla amplas fronteiras na esfera social. Essa afirmação é ainda mais 
específica quando tratamos da formação humana. Estamos inseridos em uma 
sociedade que funciona a partir de suas instituições, desde a família à escola. 
Esse conjunto institucional oferece, por sua vez, condições para esta 
formação do ser, o qual instrui-se a partir de conhecimentos prévios, planejados 
e estipulados com um intuito bem delimitado: a concepção da cidadania por 
meio do desenvolvimento de cada indivíduo. A Educação Básica, por sua vez, 
é o campo fértil do crescimento individual do cidadão. Veremos, então, nesta 
aula suas particularidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organização educacional conjunta 
Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/o-trabalho-em-equipe-empresarial-junta-as-
maos-juntas-conceito-de-trabalho-em-equipeempresarial_1185949.htm#term=trabalho 
em equipe&page=1&position=4 
 
 
9 
 
1.1 A Educação Básica e sua natureza no contexto brasileiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Educação é a base 
Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/madeira-ideia-de-papelaria-estudante-
contemplativa_1074172.htm#term=educacão infantil&page=1&position=1 
http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2017/04/Base0416.pdf 
 
No Brasil, a Educação Básica tem um objetivo claro: garantir a qualquer 
cidadão brasileiro a formação comum para o desenvolvimento de suas 
capacidades e o pleno exercício da cidadania, a partir do fornecimento de meios 
para que cada indivíduo possa, de acordo com sua progressão formativa, 
avançar, seja nos estudos avançados, seja no trabalho escolhido e exercido em 
seu ambiente social. 
 
1.2 Como é composta esta Educação Básica? 
 
A Educação Básica está dividida em: Educação Infantil, Ensino 
Fundamental e Ensino Médio. Essa estrutura corresponde aos níveis básicos 
da educação nacional, prevista pela Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 
(LDB 9394/96). 
No nível da Educação Infantil, está inserida a creche, com a duração de 4 
anos, com faixa etária de 0 a 3 anos; e a pré-escola, na duração de 2 anos, com 
a faixa etária de 4 a 5 anos. 
No nível do Ensino fundamental, este sim obrigatório, a duração é de 9 
anos, sendo que a faixa etária prevista é de 6 a 14 anos, e está dividida em anos 
iniciais, do 1º ao 5º ano, e anos finais, que vão do 6º ao 9º ano. Os sistemas 
http://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2017/04/Base0416.pdf
 
10 
 
estaduais e municipais devem estabelecer especial forma de colaboração, 
visando à oferta do Ensino Fundamental e à articulação sequente entre a 
primeira fase, no geral assumida pelo Município, e a segunda, pelo Estado, 
garantindo a organicidade e a totalidade do processo formativo escolar. 
Dos 15 aos 17 anos, a estrutura do sistema educacional brasileiro prevê 
que o aluno esteja matriculado e cursando o Ensino Médio, que tem a duração 
de 3 anos ou mais. 
Como observação, ressalto que, fora desta estrutura da Educação Básica, 
tem-se a Educação Superior, composta por cursos e programas de graduação e 
pós-graduação, que se dividem em áreas de conhecimento. A duração desse 
nível é variável (geralmente, levando em consideração cursos tecnólogos, pode-
se estimar uma duração entre 2 a 6 anos, em média) e, segundo a estrutura 
educacional, a faixa etária prevista para se cursar o ensino superior está acima 
dos 17 anos de idade. A pós-graduação, por sua vez, estaria para além da 
formação superior. 
Ainda sob as diretrizes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- 
LDB 9.394 de 1996, mais especificamente nos artigos 37 e 38 da mesma lei, há 
Educação de Jovens e Adultos: uma Modalidade de Ensino. 
Essa modalidade tem por intuito atender uma demanda específica no 
campo educacional, pois é destinada a indivíduos que, por razões diversas, 
foram impossibilitados de acessar o âmbito escolar como estudantes ou que não 
puderam dar continuidade aos seus estudos, independentemente do nível 
(dentro da Educação Básica) que tenham parado. 
Sendo assim, com a Educação de Jovens e Adultos, fica garantido o acesso 
ou retorno ao Ensino Fundamental ou Médio, não importando a idade do 
(re)ingressante. Tal ensino é gratuito e moldado às peculiaridades desse público. 
As certificações dessa modalidade de ensino se dão mediante ao exame 
de conclusão do Ensino Fundamental para maiores de 15 anos e no nível de 
conclusão do Ensino Médio, para os maiores de 18 anos. 
 
 
 
11 
 
 Saiba mais 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a 
legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil 
(da educação básica ao ensino superior). Na história do Brasil, essa é a segunda 
vez que a educação conta com uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que 
regulamenta todos os seus níveis. A primeira LDB foi promulgada em 1961 (LDB 
4024/61). 
A LDB 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição 
Federal. Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em 
relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime 
de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Segundo a LDB 9394/96, a educação brasileira é dividida em dois níveis: a 
educação básica e o ensino superior. 
É de competência da União, podendo ser oferecida por Estados e Municípios, 
desde que estes já tenham atendido os níveis pelos quais é responsável em sua 
totalidade. Cabe à União autorizar e fiscalizar as instituições privadas de ensino 
superior. Além dessas determinações, a LDB 9394/96 aborda temas como os 
recursos financeiros e a formação dos profissionais da educação. 
Trecho extraído do texto de Thais Pacievitch. Disponível em: 
http://www.infoescola.com/educacao/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao/ 
 
Outra Modalidade de Ensino é a Educação Especial, prevista pela 
mesma lei anteriormente citada, nos artigos 58, 59 e 60. Para essa modalidade, 
estipula-se uma educação escolar voltada para educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação,com 
preferência de atender a rede regular de ensino. 
 
A Educação Especial busca possibilitar um atendimento aprimorado 
para os educandos com demandas específicas e busca a integração 
entre os públicos e classes. 
Sendo assim, uma série de pontos devem ser assegurados, pelos 
sistemas de ensino, aos educandos desta natureza, como: 
I – Currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
II – Terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas 
 
12 
 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa 
escolar para os superdotados; 
III – Professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
IV – Educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na 
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não 
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante 
articulações com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que 
apresentam uma habilidade superior nas áreas artísticas, intelectual ou 
psicomotora; 
V – Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf 
 
No prosseguimento das especificações da lei, em parágrafo único, afirma-
se que O Poder Público tem por adoção a ampliação do atendimento específico 
ao público com necessidade especial, no ensino regular em rede pública. 
A Educação Profissional também se enquadra como modalidade de 
Ensino e está integrada “às distintas formas de educação, ao trabalho, à ciência 
e à tecnologia”, segundo a lei, e tem por intuito manter o educando em contínuo 
desenvolvimento de suas capacidades, visando ao meio produtivo no âmbito 
social. 
Tanto em ambiente de trabalho ou instituição especializada, a Educação 
Profissional deverá estar atrelada ao ensino regular e, por conseguinte, todo o 
conhecimento desenvolvido e adquirido neste espaço profissionalizante poderá 
contar como item avaliativo, além de ser reconhecido e certificado para o término 
dos estudos. Esses espaços (Escolas profissionais e/ou técnicas) devem 
oferecer seus cursos para a comunidade em geral, após matrícula legal, visando 
o aproveitamento das capacidades individuais. 
A Educação a distância é considerada uma modalidade de ensino, na 
medida em que atende um público também específico. Neste caso, trata-se do 
atendimento aos educandos que, por razões e preferências diferentes, formam-
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf
 
13 
 
se em tempos e espaços distintos. Essa prática de ensino ocorre com a utilização 
da tecnologia. 
Em geral, o uso de computadores e/ou outros meios tecnológicos, como 
até mesmo o celular, e sua conexão com a internet, são recorrentes para o 
acesso a conteúdo e informações pertinentes à formação do educando. Como 
podemos notar, hoje, nesta disciplina, estamos inseridos nessa modalidade de 
ensino. 
A Educação Indígena também pode ser considerada como modalidade 
de ensino, já que faz o atendimento às comunidades indígenas, tradicionais, com 
o zelo e competência para agir em respeito às diferenças culturas (e até mesmo 
linguísticas) dos povos originários. 
Entende-se que o indígena advém de uma outra cultura, que não a branca 
e, por esse motivo, é visto como um público diferenciado, o qual deve ser 
contemplado com políticas educacionais específicas para o desenvolvimento de 
suas capacidades, bem como sua formação profissional, mas acima de tudo para 
a valorização de sua cultura e fortalecimento de sua identidade. 
Fugindo do tema Educação Básica, vale ressaltar que as políticas e ações 
afirmativas que tratam das minorias e grupos em situação de vulnerabilidade 
social já destinam, em muitas instituições superiores (universidades), o ingresso 
de forma diferenciada ao público indígena. Eis um reforço da ideia de “diferença” 
e diversidade cultural que tempos em nosso país que, por uma reparação de 
desigualdades, busca um acesso mais igualitário, aprimorando as condições de 
seleção e avaliação. 
Você deve estar se perguntando: “quantas regulações e legislações tenho 
que entender?” Não se preocupe! Procurarei tornar esses assuntos mais 
acessíveis para que você possa entender um pouco mais a respeito da 
Educação Básica no país! 
 
1.3 Quanto às competências e responsabilidades: os órgãos reguladores 
da Educação Básica 
 
Segundo as diretrizes que regem a estrutura do ensino brasileiro, para cada 
Estado haverá competências e responsabilidades distintas, as quais não devem 
 
14 
 
ser negligenciadas pelos devidos órgãos, na pena de não ocorrência de êxito 
das funções que se ocupam a Organização e a Gestão da Educação Básica. 
 
1.4 A União 
 
Para a União, entende-se que a responsabilidade confere na coordenação 
da Política Nacional de Educação e, concomitantemente, articular os distintos 
níveis e sistemas de ensino, na execução de função “normativa, redistributiva e 
supletiva”, relacionadas aos outros âmbitos da Educação. 
 
Segundo o artigo 9º da Organização da Educação Nacional (LDB de 
1996), a União tem a incumbência de: 
I – Elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II – Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos territórios; 
III – Prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal 
e aos municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o 
atendimento prioritário à PNE obrigatória, exercendo sua função 
redistributiva e supletiva; 
IV – Estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino 
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus 
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum; 
V – Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação; 
VI – Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no 
Ensino Fundamental, Médio e Superior, em colaboração com os sistemas 
de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade 
do ensino; 
VII – Baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação; 
 
15 
 
VIII – Assegurar processo nacional de avaliação das instituições de 
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem 
responsabilidade sobre este nível de ensino; 
IX – Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino. 
Fonte: http://www.cp2.g12.br/alunos/leis/lei_diretrizes_bases.htm 
 
Essas normativas pautadas pela lei recomendam um amplo direito de 
regência, por parte da União, direito que também é dever. No trato da coisa 
pública, a União deve assegurar o bom funcionamento do ensino brasileiro, no 
intuito de desenvolvimento da educação de nosso país. As formas que 
asseguram a qualidade do ensino estão, principalmente, nos atos de supervisão 
e avaliação das instituições educacionais. 
 
Vocabulário 
Coisa pública: em sentido literal, significa “coisa do povo”, tem como origem a 
palavra latina república. O termo em questão é utilizado para uma coisa que 
não é de propriedade privada. 
 
No caso da Educação Básica, o acompanhamento está nos sistemas de 
ensino nos níveis fundamentais e médio, além das modalidades de ensino de 
Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Educação Técnica e 
Profissionalizante. 
No decorrer das incumbências por parte do Estado, a Uniãoprevê um 
Conselho Nacional de Educação, inserido na estrutura educacional, o qual 
deverá exercer os cargos normativos e de supervisão, com atividade constante, 
este criado por lei. 
É importante salientar que o sucesso das nove incumbências da União, 
dependerá do acesso total às informações e dados necessários, de qualquer 
http://www.cp2.g12.br/alunos/leis/lei_diretrizes_bases.htm
 
16 
 
estabelecimento ou instituição educacionais, ou seja, a União tem o direito amplo 
à coleta de dados em qualquer ambiente de ensino, no interesse das 
regulamentações e provisões avaliativas e de supervisão comuns. 
 
1.5 Os Estados 
 
Quanto aos Estados, a lei prevê outras diretrizes que corroboram os 
deveres da União para com a Educação brasileira. 
 
O artigo 10 apresenta as incumbências dos Estados: 
 
I – Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
sistemas de ensino; 
II – Definir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do ensino 
fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das 
responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos 
financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; 
III – Elaborar e executar políticas educacionais, em consonância com as 
diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as 
suas ações e as dos seus Municípios; 
IV – Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino; 
V – Baixar normas complementares para o sistema de ensino; 
VI – Assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino 
médio; 
VII – Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído 
pela Lei nº 10.709, de 31 de julho de 2003). 
Fonte: Guia do Transporte Escolar (FNDE). 
 
Vale lembrar que, no caso do Distrito Federal, as incumbências que lhes 
são dirigidas são referentes não apenas àquelas aplicadas aos Estados. 
 
https://www.fnde.gov.br/index.php/centrais-de-conteudos/publicacoes/category/131-transporte-escolar?download=6897:guia-do-transporte-escolar
https://www.fnde.gov.br/index.php/centrais-de-conteudos/publicacoes/category/131-transporte-escolar?download=6897:guia-do-transporte-escolar
 
17 
 
1.6 Os Municípios 
 
Os Municípios da federação assim como a União e o Estado, também 
possuem incumbências quanto ao cumprimento da oferta de educação. De 
acordo com a LDB, são elas: 
I – Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da 
União e dos Estados; 
II – Exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; 
III – Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
IV – Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu 
sistema de ensino; 
V – Oferecer a Educação Infantil em creches e pré-escolas, e, com 
prioridade, o Ensino Fundamental, permitida a atuação em outros níveis de 
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de 
sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos 
vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do 
ensino; 
VI – Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal (Incluído 
pela Lei nº 10.709, de 31 de julho de 2003). 
A opção de integração do ensino municipal ao sistema estadual, bem como 
a composição de um sistema único, é facultativa aos Municípios, podendo eles 
optar por tais medidas ou não. 
Como você pode perceber, as funções dos Estados e Municípios passam a 
ser mais específicas no tocante de suas estruturas. Da instância federal à 
municipal, as incumbências tratadas pela lei passam a perceber características 
ainda mais tênues em relação às suas especificidades, de modo a ter um cunho 
mais democrático se atendidas às demandas provenientes de cada ente 
federado: União, Estados e Municípios. 
 
 
 
 
18 
 
1.6.1 Ferramentas reguladoras 
 
Para que a Educação Básica brasileira funcione de acordo com a 
legislação, existem as chamadas ferramentas reguladoras. É sobre esses 
instrumentos que você vai estudar a partir do próximo item. 
 
1.7 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
 
Até então, podemos dizer que tudo o que vimos nesta aula corresponde 
ao que está escrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a 
LDB. Trata-se da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
De modo geral, as principais normativas em relação ao ensino brasileiro 
podem ser averiguadas e, pelas instituições de ensino, atendidas, segundo essa 
lei. Ela foi sancionada pelo ex-ministro Paulo Renato Souza, quando Fernando 
Henrique Cardoso era presidente do Brasil. A LDB/96 é constituída por 96 
artigos. 
Segundo Scuarcialupi (2008), a característica que mais se ressalta dessa 
lei é sua natureza nada detalhista. Ou seja, a LDB, diferente do que ocorre na 
legislação brasileira, oportuniza liberdade para as escolas e demais instituições 
de ensino, ao creditar aos Estados e Municípios normas gerais para o trato com 
a Educação, dando a esses entes flexibilidade para desenvolverem estratégias 
que estariam, então, mais atreladas à realidade de cada sistema de ensino. 
Portanto, a LDB 9394/96 é a legislação que traz uma regulamentação 
mais aprimorada ao sistema de educação brasileiro, no meio público e no meio 
privado, trazendo normas e regras para a educação básica e, também, para o 
ensino superior. Anterior a ela, houve a promulgação de outra Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Brasileira, a LDB 4024, DE 1961. 
A LDB 9394/96 objetiva, de modo democrático, a extensão da Educação 
a todos os brasileiros em sua diversidade, direito esse já garantido pela 
Constituição Federal e reafirmado pela lei em questão. Ao trazer esse motivo, a 
LDB estabelece o teor da educação básica e superior na promulgação dos 
princípios educacionais e nos detalhamentos dos deveres da União, do Estado 
e dos Municípios em relação ao ensino público, elencando incumbências 
 
19 
 
ordenadas aos entes federativos que, em um regime de colaboração, trabalham 
em conjunto para o trato digno à educação. 
A LDB especifica os níveis de ensino na estrutura educacional, além de 
prever modalidades de ensino, que são particularidades na estrutura de 
Educação brasileira. Ainda, a formação de pessoal (profissionais da área da 
Educação) e a disposição dos recursos financeiros também são temas 
abordados pela lei que regulamenta essas questões. 
 
1.7.1 O Plano Nacional de Educação (PNE) 
 
Outro documento norteador para a Educação Básica brasileira é o Plano 
Nacional de Educação (PNE), 2014-2024. 
Em 2014, o Congresso Federal sancionou o Plano Nacional de 
Educação (PNE) com a finalidade de direcionar esforços e investimentos 
para a melhoria da qualidade da educação no país. Com força de lei, o PNE 
estabelece 20 metas a serem atingidas nos próximos 10 anos e tem como 
discussão principal a elevação do nível de escolaridade da população, melhoria 
da qualidade da educação, democratização educacional, em termos sociais e 
regionais e democratização da gestão do ensino público. 
 
 Saiba mais 
O Plano Nacional de Educação (PNE) constitui uma conquista legislativa do país, 
depois dos grandes marcos da Constituição Federal, da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação e da Lei do FUNDEF [...]. O PNE, assim, busca ações integradas 
dos três níveis de governo, criando um entrelaçamento intergovernamental, 
consubstanciado no regime de colaboração (outra singularidade do setor), e abre 
as portas para a integração intragovernamental, isto é, no âmbito de cada 
governo, para que não se compartimentem as políticas sociais. Com a duração 
de dez anos, suas consequências financeiras devem ser sentidas pelos planos 
plurianuais de investimento, pelas leis de diretrizes orçamentárias epelas leis 
orçamentárias anuais de qualquer nível. Com parte da lei, o PNE é cogente, ou 
seja, compulsório, e deve orientar a alocação de recursos, além de ser 
continuamente acompanhado e avaliado. (UNESCO, 2001), p. 7, 9). 
 
 
20 
 
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado em 26 de junho de 
2014 e terá validade de 10 anos. Lei n° 13.005/2014. 
Este plano estabelece diretrizes, metas e estratégias que devem reger 
as iniciativas na área da educação. 
Por isto, todos os estados e municípios devem elaborar planejamentos 
específicos para fundamentar o alcance dos objetivos previstos, considerando a 
situação, as demandas e necessidades locais. 
Para o apoio às funções no PNE, é prevista uma comissão interinstitucional, 
a qual tem por meta gerenciar e acompanhar a execução do Plano, sua avaliação 
e seus desdobramentos nas esferas estaduais e municipais. Essa comissão que 
reúne distintos setores dos poderes é constituída pelos representantes da 
seguinte ordem: 
 
Comissões de Educação do Senado Federal e de Educação, Cultura e 
Desporto da Câmara dos Deputados, no Ministério da Educação, da 
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura (UNESCO), do Conselho Nacional dos Secretários de 
Educação (CONSED), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de 
Educação (UNDIME) e da Associação Brasileira de Organizações Não 
Governamentais (ABONG), (UNESCO, 2001, p.10-11). 
 
Segundo o Plano, o sucesso das metas formuladas por este acordo que se 
atualiza a cada década só é possível com a cooperação dessas esferas e com 
a íntima participação da UNESCO. Tal compromisso, renovado periodicamente, 
passa a ser um compromisso entre presente e futuro, já que suas ações são 
planejamentos que objetivam o melhoramento da Educação brasileira em 
médio/longo prazo. 
No que se refere ao novo PNE, que contempla os anos de 2011 a 2020, 
seu projeto de lei foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de 
dezembro de 2010. 
Esse documento é mais sucinto, e também quantificável por estatísticas, 
podendo facilitar a sua execução e fiscalização. Tal fato também permite que ele 
seja discutido nas escolas, aumentando as chances de seus objetivos serem, de 
fato, compreendidos e também alcançados. 
 
 
21 
 
Suas diretrizes são as seguintes: 
 
➢ I - Erradicação do analfabetismo; 
➢ II – Universalização do atendimento escolar; 
➢ III - Superação das desigualdades educacionais; 
➢ IV - Melhoria da qualidade do ensino; 
➢ V - Formação para o trabalho; 
➢ VI - Promoção da sustentabilidade socioambiental; 
➢ VII - Promoção humanística, científica e tecnológica do País; 
➢ VIII - Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos 
em educação como proporção do produto interno bruto; 
➢ IX - Valorização dos profissionais da educação; 
➢ X - Difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade 
e à gestão democrática da educação. 
 
1.8 O Conselho Nacional de Educação (CNE) 
 
O CNE é outra ferramenta reguladora do ensino brasileiro. Sua atuação 
ocorre no acompanhamento do desempenho da Educação em observâncias das 
atribuições do Poder Público Federal. As incumbências relativas ao conselho são 
de caráter normativo e deliberativo, além do assessoramento ao Ministro. A 
competência que pesa sobre o Conselho e às Câmaras de Educação Básica é 
o exercício de suas atribuições conferidas por lei. 
O Conselho Nacional de Educação elaborou cinco compromissos, os quais 
regem os deveres desse órgão. 
 
 Saiba mais 
Os cinco compromissos traçados pelo CNE são: 
1 - Consolidar a identidade do Conselho Nacional de Educação como Órgão de 
Estado, identidade esta afirmada e construída na prática cotidiana, nas ações, 
intervenções e interações com os demais sistemas de ensino. 
 
22 
 
2 - Participar do esforço nacional comprometido com a qualidade social da 
educação brasileira, cujo foco incide na escola da diversidade, na e para a 
diversidade, tendo o PNE e o PDE como instrumentos de conquista dessa 
prioridade. 
3 - Articular e Integrar, em um diálogo permanente, as Câmaras de educação 
básica e de educação superior, correspondendo às exigências de um Sistema 
Nacional de Educação que ultrapasse barreiras burocráticas, mediante prática 
orgânica e unitária. As câmaras devem intensificar o diálogo entre si. Não há 
subordinação entre elas, pois representam níveis de ensino de um único sistema 
nacional de educação. Estrategicamente, a articulação e integração CES e CEB 
possibilita aperfeiçoar as leituras das diferentes etapas do processo de 
escolarização, aproximando as câmaras, constituindo um todo orgânico, que se 
exerce no Conselho Pleno e, consequentemente, um verdadeiro Conselho 
Nacional de Educação. 
4 - Consolidar a estrutura e diversificar o funcionamento do CNE. Não queremos 
que ele responda apenas às demandas, mas que se constitua em espaço de 
fortalecimento de suas relações com os demais sistemas de ensino e com os 
segmentos sociais, espaço de estudos para as comissões bicamerais, 
audiências públicas, fóruns de debates, sempre cuidando da dotação de 
infraestrutura material necessária e do quadro de pessoal próprio. 
5 - Instaurar um diálogo efetivo, articulado e solidário, com todos os sistemas de 
ensino (em nível federal, estadual e municipal), em compromisso com a Política 
Nacional de Educação, em regime de colaboração e de cooperação. Talvez este 
se constitua no desafio maior para o CNE. (Informação disponível no portal do 
MEC, no link: http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-
educacao/apresentacao 
 
1.9 Câmara de Educação Básica - CEB e Conselhos de Educação (CEE) 
 
A Câmara de Educação Básica tem como atribuições a análise e emissão 
de pareceres sobre os procedimentos dos processos avaliativos da educação 
em seus diferentes níveis (infantil, fundamental, médio, profissional e especial), 
bem como os resultados provenientes desse acompanhamento. Ainda, cabe à 
Câmara de Educação Básica o acompanhamento da execução do PNE. 
Os órgãos vistos até então são responsáveis por aspectos administrativos 
em âmbito nacional, exercendo as capacidades de planejamento e fiscalização, 
agindo em função normativa e deliberativa. Além da LDB, esses conselhos estão 
presentes na estrutura educacional com o dever de regularização do ensino. 
Fora os órgãos citados, temos os Conselhos dos Estados e dos Municípios. 
http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/apresentacao
http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/apresentacao
 
23 
 
 
Estrutura Organizacional do CEERS 
Fonte: http://www.ceed.rs.gov.br/lista/496/estrutura-organizacional 
 
O Conselho Estadual de Educação é caracterizado enquanto órgão 
normativo e deliberativo, da mesma forma que o CNE, porém, em um âmbito 
estadual. Os Conselhos de Educação que temos hoje surgem em 1961, com a 
LDB 4024, e passam a se tornar órgãos normativos, referentes aos seus 
Sistemas de Ensino. Tais regulamentações, provenientes desses órgãos, partem 
dos próprios educadores: trata-se da constituição de um quadro de conselheiros 
com notório saber quanto à área da educação. 
 
 
http://www.ceed.rs.gov.br/lista/496/estrutura-organizacional
 
24 
 
 Importante 
Os conselhos Estaduais possuem em sua organização comissões responsáveis 
por nichos distintos em sua estrutura. Tomaremos como exemplo o quadro 
organizacional do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. 
 
As legendas correspondentes à primeira coluna (da esquerda) em quadros 
da cor laranja, tratam das comissões, que são: 
Comissão de Ensino Fundamental (CEF); Comissão de Ensino Médio e 
Educação Superior (CEMES); Comissão de Legislação e Normas (CLN); 
Comissão Especial de Educação Profissional (CEEP); Comissão Especial de 
Educação Infantil (CEEI); Comissão de Planejamento (CP); Centro de 
Documentação (CD); e Comissão Especial do Regime de Colaboração (CERC). 
Além do CEE, há o Conselho Municipalde Educação. Em 2013, os 
conselhos municipais de educação estavam presentes em mais de 80% dos 
municípios de nosso país, mostrando então a expansão dos órgãos 
fiscalizadores e normativos em todo o território nacional, bem como a 
preocupação na qualidade da educação brasileira. 
Você pode observar que esses conselhos possuem diferentes 
funcionalidades, as quais objetivam auxiliar a gestão municipal de ensino e, 
quando conduzido de forma exitosa, podem vir a ser fundamentais quanto ao 
aspecto democrático, na participação das comunidades em decisões relativas 
ao ensino. 
Assim, os Conselhos Municipais de Educação mediam e articulam a relação 
entre a gestão da educação dos municípios e a sociedade civil. Suas funções 
são: normatizar com a elaboração de diretrizes que vêm a adaptar as normativas 
federais para a esfera municipal; deliberar, ou seja, inferir sobre o funcionamento 
ou não funcionamento de estabelecimentos de ensino, tanto da rede pública 
quanto da rede privada, legalizando cursos e decidindo acerca dos currículos 
das escolas; assessorar, atendendo as demandas e questionamentos, tanto da 
sociedade quando do Poder Público. 
 
25 
 
Além de fiscalizar; com o acompanhamento atento da execução, por parte 
das escolas, das políticas públicas voltadas à Educação, bem como o 
monitoramento dos resultados em âmbito educativo municipal. 
De acordo com o que você viu até aqui, deve ter percebido que a estrutura 
do ensino brasileiro é, em essência, complexa em sua formação. Além das leis 
e documentos deliberativos referentes à educação, Conselhos também tomam 
as rédeas do ensino brasileiro, deliberando diferentes incumbências e deveres 
aos federados. 
 Os Conselhos são responsáveis pela organização e qualidade 
educacional, em nível federal, estadual e municipal. O êxito da educação 
brasileira, ou seu insucesso, depende da competência dos órgãos. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Você pôde ter um panorama amplo daquilo que considero fundamental para 
a organização da Educação Básica, bem como do ensino brasileiro em geral. 
Além da LDB, legislação ímpar para a normatização dos sistemas de 
ensino, estudou-se sobre o Plano Nacional de Educação e os Conselhos de 
Educação (Nacional, Estaduais e Municipais), instrumentos que corroboram 
entre si para os desenvolvimentos dos quadros de ensino, sua fiscalização e 
avaliação. Tais órgãos são responsáveis pelo cumprimento da lei e dos acordos 
referentes à Educação no Brasil, deliberando funções em prol de um ensino de 
qualidade, igualitário e progressivo. 
 
Atividade de aprendizagem 
 
Conforme o material didático, sobre a Lei de Diretrizes e Bases e a organização 
escolar, escreva sobre o objetivo do Ensino Fundamental segundo a LDB e o 
panorama organizacional da educação infantil, do ensino fundamental e médio. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Aula 2 – Os níveis de ensino e suas peculiaridades na Educação Básica 
 
Apresentação da aula 2 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à segunda aula desta disciplina. Neste 
momento, apresento a você os níveis de ensino presentes na estrutura 
educacional brasileira. Com isso, o objetivo desta aula é apresentar as 
características de cada nível de ensino, de acordo com seus respectivos deveres 
para com a educação. Lembro, no entanto, que abordarei apenas os ciclos 
referentes à Educação Básica, matéria que nos interessa nessa jornada de 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Gestão da Educação Básica: tarefa de todos 
Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/grupo-multietnico-de-homens-e-mulheres-
jovens-que-estudam-em-ambientesfechados_1174221.htm#term=educacão&page= 
1&position=16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://br.freepik.com/fotos-gratis/grupo-multietnico-de-homens-e-mulheres-jovens-que-estudam-em-ambientesfechados_1174221.htm#term=educacão&page=
http://br.freepik.com/fotos-gratis/grupo-multietnico-de-homens-e-mulheres-jovens-que-estudam-em-ambientesfechados_1174221.htm#term=educacão&page=
 
27 
 
2.1 A Educação Infantil no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Educação Infantil 
Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/rapaz-pequeno-com-as-maos-cheias-de-tinta-e-
com-a-boca-aberta_1019853.htm#term=infancia&page=1&position=30 
 
A educação na infância é um assunto bastante específico na área 
educacional, justamente por se tratar de um ensino voltado às crianças. 
Historicamente, esta concepção de “infância” mudou e a educação para este 
público também. 
Em um primeiro momento, o que se pensava sobre a criança e a educação 
para este grupo estava vinculado a um “cuidado”, para aqueles que precisavam 
de atenção. Como se, apenas para suprir o tempo em que os pais estavam no 
trabalho, à criança precisasse apenas de quem a observasse, sendo estas 
deixadas em locais que oferecessem tal serviço. Com o passar dos anos, isso 
mudou. 
Contudo, a criança enquanto sujeito, dotada de necessidades, atenção e, 
principalmente, formação particulares voltadas às suas especificidades de 
acordo com sua idade, só veio a ser uma realidade no decorrer do século XVIII. 
Nesse período, as concepções acerca da criança se modificam e, assim, passa-
se a perceber a infância como uma idade importante para o desenvolvimento do 
sujeito. 
http://br.freepik.com/fotos-gratis/rapaz-pequeno-com-as-maos-cheias-de-tinta-e-com-a-boca-aberta_1019853.htm#term=infancia&page=1&position=30
http://br.freepik.com/fotos-gratis/rapaz-pequeno-com-as-maos-cheias-de-tinta-e-com-a-boca-aberta_1019853.htm#term=infancia&page=1&position=30
 
28 
 
 Saiba mais 
O trabalho já clássico de Ariès sobre a infância dividiu as águas entre os 
historiadores da psicologia social. Pelo menos, os historiadores da infância não 
mais puderam afirmar impunemente uma noção a-histórica da infância ou, em 
todo caso, deveram enfrentar os argumentos de Ariès, que se tornou referência 
obrigatória para acólitos e profanos. As teses centrais de Ariès são duas; a 
primeira é que nas sociedades europeias durante a época medieval não havia 
um sentimento ou consciência de "infância". Nessas sociedades, o que hoje 
chamamos de infância estava limitado a esse período relativamente curto, mais 
frágil da vida, em que uma pessoa ainda não pode satisfazer por si mesma suas 
necessidades básicas. Segundo esta tese, em um longo período que vai até um 
momento difuso entre os séculos XVII e XVIII, aqueles a quem chamamos de 
crianças eram adultos menores ou em menor escala de tamanho. Esta afirmação 
se vê corroborada pelos produtos culturais da época. Até o século XIII, a arte 
medieval desconhecia a infância. Gradualmente as obras artísticas incluem cada 
vez mais a quem hoje chamamos de crianças, retratadas como pequenos 
adultos, adultos "em miniatura". As crianças, tal como as compreendemos 
atualmente, eram mantidas pouco tempo no âmbito da família. Tão logo o 
pequeno pudesse abastecer-se fisicamente, habitava em um mundo de adultos, 
confundindo-se com eles. Nesse mundo, aqueles que hoje chamamos crianças 
eram educados sem que existissem instituições especiais para eles. Tampouco 
existia nessa época a adolescência ou a juventude: os pequenos passavam 
diretamente de bebês a homens (ou mulheres) jovens. Não havia naqueles 
tempos nenhuma ideia ou percepção particular ou específica de natureza da 
infância diferente da adultez. A segunda tese, complementar à primeira, é que a 
partir de um longo período, e, de um modo definitivo, a partir do séc. XVII, se 
produz uma mudança considerável: começa a se desenvolver um sentimento 
novo com relação à "infância". A criança passa a ser o centro das atenções 
dentro da instituição familiar. A criança se torna uma fonte de distração e 
relaxamento para o adulto que começa a expressar e tornar cada vez mais 
ostensivos tais sentimentos. [...] O Estado mostra um interesse cada vez maior 
em formar o caráter das crianças. Surgem assim uma série de instituições com 
o objetivo de separar e isolar a criança do mundoadulto, dentre elas, a escola. A 
criança adquire um novo espaço dentro e fora da instituição familiar. (Trecho 
extraído do texto de Walter Omar Kohan. A infância escolarizada dos 
modernos, disponível em: 
http://www.lite.fe.unicamp.br/papet/2002/fe190d/texto04.htm 
 
 
As casas responsáveis pelo cuidado das crianças, ainda nesse período, 
não ofereciam condições ideais de formação, nem sequer de higiene, segundo 
MARTINS (2013). Chamavam de “mães mercenárias” as cuidadoras de 
crianças, para as famílias que trabalhavam fora. No entanto, a falta de condições 
http://www.lite.fe.unicamp.br/papet/2002/fe190d/texto04.htm
 
29 
 
mínimas de integralidade desses ambientes fez com que aumentasse o número 
de doenças e mortalidade no público infantil. 
A criação de locais mais propícios e específicos para as crianças surgem, 
então, após esses fatos. Em um primeiro momento, com a iniciativa filantrópica 
e, após, com espaços públicos. Ainda assim, tais ambientes tinham um cunho 
assistencial, lançando à criança um olhar de fragilidade, dependência, um ser 
indefeso que precisava de zelo. Portanto, não é difícil entender o motivo de não 
haver uma formação especializada para o trato de crianças nesse período, já 
que os únicos cuidados necessários se restringiam à higiene e comportamento, 
basicamente. 
Entretanto, o grande “boom” no aumento de estabelecimentos que 
correspondem a creches e pré-escolas se deu, segundo MARTINS (2013), 
apenas em 1970 com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, 
resultando em um crescimento dessas instituições. 
É nesse sentido que o espaço reservado à Educação Infantil começa a 
tomar corpo, com os devidos deveres da ordem Pública. A educação passa a ter 
a criança como mais um agente de interesse e, em uma reparação à educação 
para as famílias mais pobres, as creches/pré-escolas passam a elaborar uma 
formação, para o público infantil. 
Assim, em primeiro instante, pode-se dizer que as propostas de trabalho 
dos espaços em questão eram direcionadas àquelas crianças em situação de 
vulnerabilidade social – isso em nível público. No âmbito privado, para as famílias 
com mais poder aquisitivo, a situação era diferente. 
Ao contrário dessas, as crianças mais pobres eram vistas como carentes 
e frequentar um ambiente de ensino para a sua própria idade reverberaria em 
uma “superação” compensatória, no atendimento de demandas, tanto de ordem 
orgânica quanto de ordem cultural, até mesmo no atendimento específico de 
déficit linguístico, muito comum em tal período. 
 
 
 
30 
 
Vocabulário 
Déficit linguístico: de acordo com a teoria da deficiência cultural, o déficit 
linguístico é atribuído à pobreza do contexto linguístico em que vive a criança, 
particularmente no ambiente familiar. Na teoria da carência cultural, crianças de 
camadas populares, apresentam um déficit linguístico, resultado da privação 
linguística de que são vítimas no contexto cultural em que vivem (CASTRO, 
2009, s/p). 
 
Martins (2013) explica que nesse período ocorreu um aumento da 
demanda por pré-escolas, sendo assim, a Educação Infantil iniciou um processo 
de municipalização, perdendo seu caráter, passando a ter uma função educativa. 
E conclui: “em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, a 
educação foi reconhecida como um direito de todas as crianças e um dever do 
Estado” (MARTINS, 2013, s/p). 
Mesmo com a Constituição de 1988, os grandes avanços na Educação 
Infantil vieram a ocorrer na década de 90 do século XX, com a promulgação do 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no objetivo ímpar de concretizar, 
de fato, os direitos desse público específico. 
Após o ECA, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 
1986 passa a ser a legislação que reconhece a Educação Infantil como um nível 
específico da Educação Básica. É nesse momento que o ensino da criança é, de 
fato, valorizado: reflexo da importância que se dá à infância. Nota-se, no público 
infantil, um caráter ativo e a capacidade integral de construção do próprio 
conhecimento. 
Nesse cenário, o educador toma a criança como produtora de saber, 
potencialmente engajada na relação de aprendizagem e, por tal motivo, o 
professor começa a ser um mediador. A família, nesta ocasião, é coparticipante 
no processo ensino-aprendizagem. 
Nessa educação voltada à criança, os conteúdos elaborados e 
transmitidos em sala de aula são construídos propriamente para o mundo infantil, 
ou seja, o professor como mediador passa todo o ensinamento cabível para a 
 
31 
 
idade do educando de maneira lúdica e, assim, respeita-se a cultura infantil e a 
vivência sociocultural de cada indivíduo na sala de aula. 
 
2.2 Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) 
estabeleceu, pela primeira vez na história de nosso país, que a educação infantil 
é a primeira etapa da educação básica. 
Este documento constitui-se em um conjunto de referências e orientações 
pedagógicas que visam a contribuir para a implantação ou implementação de 
práticas educativas de qualidade que possam promover e ampliar as condições 
necessárias para o exercício da cidadania das crianças brasileiras. 
Sua função é contribuir para as políticas e programas de Educação 
Infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, subsidiando o 
trabalho educativo de técnicos, professores e demais profissionais da Educação 
Infantil e apoiando os sistemas de ensino estaduais e municipais. 
Vejamos na íntegra os parâmetros da LDB/96, na sua Seção II, que 
configuram o primeiro nível da Educação Básica: 
 
Seção II 
Da Educação Infantil 
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, 
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando 
a ação da família e da comunidade. 
 
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: 
 
I - Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de 
idade; 
 
II - Pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. 
 
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante 
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de 
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. 
 
Fonte: http://secon.udesc.br/leis/ldb/ldb5cap2.html 
http://secon.udesc.br/leis/ldb/ldb5cap2.html
 
32 
 
É neste tom que a Educação Infantil passa a ser o primeiro ambiente 
oferecido à criança para o desenvolvimento de sua cidadania e sua interação 
com a sociedade. Será nesse espaço que toda a criança articulará relações que 
possibilitarão que suas faculdades sejam, de fato, melhoradas, na construção de 
hipóteses e aprendizagens sobre si e o mundo, além da solução de problemas 
a partir do desenvolvimento de si quanto sujeito. 
Portanto, é visível que a inserção da criança neste primeiro nível da 
estrutura de ensino brasileiro é fundamental para o ganho e evolução de suas 
capacidades e compreensão; para a melhoria dos níveis de aprendizado (e um 
médio prazo); e avanço significativo quanto à escolaridade e, até mesmo, em um 
prazo maior. 
Para uma educação de qualidade ao nível infantil, seja nas Creches ou 
nas Pré-escolas, seis pontos são ressaltados: 
 
➢ Profissionais com bom nível de formação; 
➢ Programa Pedagógico adequado a cada faixa etária; 
➢ Turmas com número reduzido de crianças por educador; 
➢ Ambientes seguros e estimulantes à participação ativa da criança; 
➢ Atenção à higiene e ao cuidado pessoal; 
➢ Atendimento e orientação para os pais. 
 
Na atenção aos pontos mencionados, você deve compreender que para 
se ofertar uma educação de qualidade para a infância, é necessária uma ação 
conjunta de todos aqueles órgãos que avaliam e regulamentam o ensino 
brasileiro. 
Sabendo da realidade da educação brasileira, entende-se que na prática 
muitacoisa difere dos pontos e diretrizes traçadas em papel. Contudo, ao 
conhecer a lei, os documentos e acordos reguladores e os Conselhos 
responsáveis, pode-se reivindicar a educação que almejamos, bem como 
acompanhar de perto as ações de nível público, e até mesmo privado, que estão 
a reger o ensino em nosso município, estado e nação. 
 
33 
 
Neste passo, você deve lembrar que é dever do Estado a garantia da 
oferta da Educação Infantil, de forma pública, de qualidade e gratuita, sem 
requisito de seleção. 
 
2.3 O Ensino Fundamental 
 
O segundo nível da Educação Básica na estrutura de ensino brasileiro é 
o que chamamos de Ensino Fundamental. Em épocas anteriores, tínhamos em 
seu lugar o “primeiro grau”, que era, por sua vez, uma soma dos cursos 
“primário” e “ginásio”. O primeiro tinha a duração entre quatro e cinco anos, 
sendo que o ginásio tinha mais quatro anos – sendo ele, até 1971, um ensino 
secundário. 
Entretanto, regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, 
torna-se obrigatório o ingresso e a permanência no Ensino Fundamental. Pelo 
Projeto de Lei nº 3.675/04, a obrigatoriedade desse nível de ensino é ampliada 
de oito para nove anos. A Lei nº 11.274/06 prevê ainda a obrigatoriedade do 
ingresso à classe de alfabetização, antes mesmo da primeira série (1ª série), e 
é ampliada a duração de oito para nove anos. 
 
No Ensino Fundamental, mesmo não havendo um currículo 
regulamentar, com um padrão de elaboração, há a obrigatoriedade, 
segundo a LDB/96 em sua Seção III, dos seguintes pontos: 
I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
II - A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 
III - O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores; 
IV - O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 
Fonte: https://www.infoescola.com/educacao/ensino-fundamental/ 
https://www.infoescola.com/educacao/ensino-fundamental/
 
34 
 
Os pontos mencionados devem ser desenvolvidos, de modo imperativo, 
no nível fundamental da Educação Básica. Entretanto, no parágrafo primeiro da 
mesma Seção II da LDB/96 ressalta-se que é facultado aos sistemas de ensino 
o desdobramento deste nível de ensino em ciclos. 
A lei ainda prevê a progressão continuada para os estabelecimentos que 
utilizam a progressão regular por série; a utilização da língua portuguesa, salvo 
as línguas maternas das comunidades indígenas, no respeito de suas 
peculiaridades; e a forma presencial para o ensino fundamental, havendo a 
ocorrência de ensino a distância apenas para a complementação da 
aprendizagem, salvo ocorrências emergentes. 
O artigo 33 da mesma lei contempla o ensino religioso que, mesmo sendo 
de matrícula facultativa, é visto como item que integra a formação básica do 
sujeito, como cidadão. Constitui-se, então, o ensino religioso como disciplina, na 
intenção de assegurar o respeito à diversidade religiosa e cultural brasileira, 
vedando qualquer inclinação à proselitismo. 
 
Vocabulário 
Proselitismo: é a ação ou empenho de tentar converter uma ou várias pessoas 
em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião. 
A diretriz para a jornada escolar no Ensino Fundamental ressalta a inclusão de 
no mínimo quatro horas, que devem ser destinadas ao trabalho efetivo em sala 
de aula, com a progressão deste tempo para a permanência do educando no 
ambiente escolar. 
 
A diretriz para a jornada escolar no ensino fundamental ressalta a inclusão 
de no mínimo quatro horas, que devem ser destinadas ao trabalho efetivo em 
sala de aula, com a progressão deste tempo para a permanência do educando 
no ambiente escolar. 
 
2.4 Os anos iniciais do Ensino Fundamental 1º ao 5º ano 
 
Quanto aos Anos Iniciais, as Diretrizes Curriculares Nacionais objetivam 
que nesta etapa do Ensino Fundamental o educando tenha o direito garantido 
 
35 
 
ao acesso de conhecimentos e elementos da cultura, os quais são de suma 
importância para o desenvolvimento sociocultural e de vida da criação. Além 
disso, a etapa dos anos iniciais consiste em uma formação comum, 
independente das diferenças culturais da população brasileira, mesmo levando 
em conta nossas fronteiras de proporções continentais. 
As metas correspondentes aos anos iniciais estão pautadas no processo 
de alfabetização e letramento, no desenvolvimento das formas diversas de 
expressão e nos conhecimentos, os quais vêm a constituir os pontos 
fundamentais e obrigatórios curriculares. 
Os estímulos às crianças, no primeiro ciclo, ocorrem por meio de jogos, 
interação com imagem e som, leituras, atividades lúdicas e outros procedimentos 
revistos por pessoal qualificado que desenvolvem um material didático 
específico ao público infantil dos anos iniciais. Essa conduta utiliza ferramentas 
pedagógicas que visam à condução da criança ao conhecimento de seu próprio 
mundo, de seu contexto social e familiar. 
 
2.5 Os anos finais do Ensino Fundamental 6º ao 9º ano 
 
Os anos finais configuram a segunda etapa do Ensino Fundamental e, 
segundo as mesmas diretrizes, objetivam praticamente a segurança dos 
mesmos direitos dos anos iniciais. No entanto, os objetivos educacionais são 
diferentes, sendo pautados em três áreas: 
 
1. Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se 
fundamenta a sociedade. 
2. No desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. 
3. Nos conhecimentos que constituem os componentes curriculares 
obrigatórios. 
É neste ciclo que os estudantes aprofundam seus conhecimentos àqueles 
adquiridos nos anos iniciais e passam a ingressar ao estudo de outras matérias 
 
36 
 
que serão fundamentais para o prosseguimento da carreira escolar do 
educando, no ensino médio e, posteriormente, no ensino superior. 
Essa etapa é caracterizada como delicada e sensível, já que protagoniza 
uma mudança gritante na prática do ensino e, até mesmo, na forma que os(as) 
estudantes se relacionam com aquilo que estudam. A autonomia do jovem deve 
ser observada atentamente pelo educador e potencializadas suas capacidades, 
contemplando dessa maneira a integralidade do aprendiz em sua faixa-etária. 
 
2.6 O Ensino Médio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Ensino Médio no Brasil 
Fonte: http://br.freepik.com/fotos-gratis/o-campus-dos-jovens-estudantes-ajuda-o-
amigo-a-recuperar-o-atraso-e-a-aprender_1211551.htm#term=grupo de 
jovens&page=1&position=13 
 
O Ensino Médio é o último nível de ensino da Educação Básica e possui 
diferentes características em todo o território nacional. Sua origem vem de três 
cursos. Podemos observar que, até 1967, era dividido em: 
 
➢ Curso Científico; 
➢ Curso Normal; 
➢ Curso Clássico. 
 
 
37 
 
A partir de 1996, com a LDB, novas diretrizes tratam por regulamentar o 
Ensino Médio como o ponto final da Educação Básica. Seus dispositivos de 
ensino têm por meta o aprofundamento de todos os conhecimentos adquiridos 
no ciclo anterior, ou seja, no Ensino Fundamental. Ainda, cabe ao Ensino Médio 
a capacitação e formação do indivíduo como cidadão, preparando-o para a vida 
em sociedade, para mundo do trabalho e etapas posteriores de vida. 
Seção IV do Ensino Médio. 
A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, nº 9.394 de 31 de 
dezembro de 1996, estipula que: 
 
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração 
mínima de três anos, terá como finalidades: 
I - A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridosno 
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II - A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para 
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com 
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento 
posteriores; 
III - O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a 
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico; 
IV - A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos 
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de 
cada disciplina. 
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I 
deste Capítulo e as seguintes diretrizes: 
I - Destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do 
significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de 
transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como 
instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da 
cidadania; 
II - Adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a 
iniciativa dos estudantes; 
III - Será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina 
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em 
caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição; 
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão 
organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando 
demonstre: 
I - Domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a 
produção moderna; 
II - Conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; 
 
38 
 
III - Domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários 
ao exercício da cidadania; 
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá 
prepará-lo para o exercício de profissões técnicas, (regulamento); 
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao 
prosseguimento de estudos; 
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação 
profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos 
de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em 
educação profissional. 
Fonte: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf 
 
Um dos parâmetros avaliativos sobre o último ciclo de estudos da Educação 
Básica é o ENEM: Exame Nacional de Ensino Médio. Esse processo em 
avaliação consiste na observância dos conhecimentos adquiridos pelos 
educandos em toda sua Educação Básica. Atualmente, o ENEM é requisito para 
o ingresso em quase todas as universidades brasileiras. 
Outro processo de acompanhamento e fiscalização do conhecimento é o 
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), o qual objetiva o 
levantamento de indicadores, na intenção de monitorar as etapas de ensino-
aprendizagem em toda a rede escolar, nesse sentindo, contribuindo para a 
elaboração de metas e políticas, sobre a responsabilidade da União, dos Estados 
e dos Municípios. Tais ferramentas avaliativas exercem uma função ímpar na 
Educação brasileira: a melhoria da qualidade de ensino em todo o país. 
Os dados que abordam os níveis de abandono escolar e êxito no processo 
de ensino, em toda a Educação Básica, são preocupantes quando se trata de 
Ensino Médio. Em particular, esse ciclo de estudos é o que mais vem 
apresentando demandas preocupantes em relação ao educando e sua 
permanência escolar, da mesma forma que seu rendimento e aproveitamento. 
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no compromisso 
com o avanço das taxas de êxito nos âmbitos educacionais, lançou 10 desafios 
para o Ensino Médio. Trata-se, neste caso, de metas que vêm a fomentar uma 
evolução no processo de ensino-aprendizagem neste ciclo de estudos. Esse 
órgão aponta, em justificativa de suas ações frente às demandas do Ensino 
Médio, que a garantida dos direitos educacionais aos adolescentes entre 15 e 
17 anos é um “grande desafio” para o Brasil. Mesmo que, a partir da Emenda 
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70320/65.pdf
 
39 
 
Constitucional nº 59, de 2009, o Brasil tenha declarado obrigatória tal etapa de 
ensino para a faixa-etária mencionada, percebe-se que o grupo de adolescentes 
é o público mais atingido pela exclusão. 
 
2.7 O novo ensino médio: breves considerações 
 
Tratando-se de um assunto novo no campo da educação, o que vem 
sendo debatido nos dias atuais é a inserção de um Novo Ensino Médio, ação 
articulada no governo de Michel Temer. Este Novo Ensino Médio preconiza uma 
ampliação, de forma gradativa, na jornada de ensino escolar, levando em 
consideração as normativas do Plano Nacional de Educação (visto em aula 
anterior). 
A proposta em voga tem por objetivo o estímulo e a ampliação da oferta 
do tempo integral, sendo que seria de responsabilidade da União formar parceria 
com os estados na meta de duplicação do número de educandos nesse sistema 
de ensino. Vale lembrar que, segundo tais parâmetros, o foco de implementação 
do tempo integral será justamente as áreas de maior vulnerabilidade social, 
priorizando escolas com indicies sociodemográficos baixos. 
A grande preocupação por parte de uma parcela da sociedade e de 
profissionais da área da Educação é a alteração curricular, proposta pelo Novo 
Ensino Médio. Nele, as disciplinas ofertadas de forma obrigatória seriam apenas 
língua portuguesa e matemática, na duração total do curso (3 anos). As outras 
disciplinas curriculares, presentes na Base Comum, ficariam a cargo das 
próprias escolas, conforme diretrizes da própria rede. Uma das justificativas é 
que, segundo exames avaliativos nacionais, os (as) estudantes desse ciclo de 
estudos passaram a aprender menos, tanto matemática quanto língua 
portuguesa. 
Outra razão para a implementação do Novo Ensino Médio é a comparação 
da estrutura de ensino brasileiro com países como Inglaterra, França e Austrália, 
que apontaram índices crescentes no aspecto educativo seguindo modelo 
semelhante. 
 
 
 
40 
 
 Importante 
Quais são as especificações para cada nível de estudo da Estrutura do sistema 
educacional de nosso país? Segundo a Lei de Diretrizes e Bases para a 
Educação – LDB nº 9.394/1996, temos o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: (DOURADO, LUIZ FERNANDES), gestão da Educação escolar. Brasília: 
universidade de Brasília, centro de Educação a distância, 2006. 
 
Conclusão da aula 2 
 
O sistema brasileiro de ensino, regulado pelos conselhos nacionais, 
estaduais e municipais e, principalmente, pela legislação, traduzida na LDB de 
1996, estrutura a educação brasileira em níveis e subníveis de ensino. Na 
Educação Básica, a criança vai da Educação Infantil ao Ensino Médio guiada 
pelas diretrizes respectivas a cada nível, no interesse constante de seu 
desenvolvimento social e de cidadã no mundo em que vive. 
Os níveis de ensino são complementares, mesmo havendo 
independência entre cada um deles. Ou seja, para cada nível de ensino há metas 
e objetivos particulares, para o processo de desenvolvimento cognitivo e cultural, 
da criança e do adolescente, de acordo com sua faixa etária. O êxito educacional 
em todas essas esferas dependerá do acesso e da permanência dos educandos 
no ambiente escolar e do comprometimento profissional de professores, da 
família e da sociedade. 
Atividade de aprendizagem 
 
Pesquise e descreva sobre os níveis de ensino e suas peculiaridades, 
contemplando tudo o que envolve a Educação Básica. 
 
 
41 
 
Aula 3 – Os aspectos da gestão na Educação Básica 
 
Apresentação da aula 3 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo(a) à terceira aula desta disciplina. Aqui, você 
aprenderá as nuances de gestão no âmbito da Educação Básica. 
Nossa aula contará com pontos específicos da gestão, com o objetivo de ao 
final dela, estarmos cientes de que a formação de uma gestão no contexto brasileiro 
deve possuir um cunho democrático, em que os envolvidos exerçam seus direitos deforma a contribuírem para uma educação para todos e de qualidade. 
Estudante, é de fundamental importância a resolução das atividades propostas 
nesta disciplina, bem como a leitura atenta do texto que apresenta cada aula, cada 
tema da disciplina. Lembre-se de que, para o êxito de sua jornada de estudos, a 
disciplina e atenção são os melhores métodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://br.freepik.com/fotos-gratis/pessoas-de-forca-reuniao-de-sucesso-das-
maos_1145801.htm#term=trabalho em grupo&page=1&position=11 
 
 
 
 
42 
 
3.1 Introdução à gestão educacional 
 
Pode-se afirmar que a gestão da educação, no seu sentindo mais amplo, é 
configurada pela pura prática de todas as diretrizes que comportam a estrutura 
de ensino em todos os âmbitos da federação, ou seja, a gestão se faz no decorrer 
da materialização da lei, no seu cumprimento. As intenções do Poder Público 
traduzidas no dia a dia escolar retratam a realidade ou o ideal de um sistema de 
gestão. 
Porém, a gestão educacional não é apenas isso. As materializações que 
vêm a ocorrer pós-análise e cumprimento das objetivações da lei, dos 
documentos e Conselhos que normatizam a educação são apenas uma parte do 
que ocorre na natureza gestacional do ensino brasileiro. 
Logo você perceberá que a gestão educacional tem peculiaridades com 
amplo espectro, já que trata das relações sociais em seu contexto educativo. Por 
se tratar de uma interação de pessoas que, num ramo profissional, objetiva o 
desenvolvimento do ser, bem como da pessoa quanto cidadão, a gestão 
educacional constitui fundamental papel, como uma grande engrenagem, no 
êxito do ensino brasileiro. 
Na gestão, decorrem atitudes que implicam diretamente na forma de 
regência institucional e, em concordância com a legislação e seus órgãos 
reguladores, as inferências nos processos de decisão/participação, bem como 
planejamento e desenvolvimento no campo socioeducativo, partem diretamente 
do meio de gestão. 
Assim, levando em consideração a extensão da gestão educacional, você 
perceberá que o programa administrativo de ensino corresponde a uma 
constante articulação de instâncias educacionais e em duas deliberações e 
cumprimento dos pontos políticos-pedagógicos que norteiam o sistema de 
ensino. As recursões a programas, políticas e projetos educacionais e 
pedagógicos são funções constantes da gestão, a qual deve sempre se remeter 
a este eixo do ensino, até mesmo para que seja possível uma fecunda 
implementação de autonomia nos âmbitos escolares e institucionais. 
A formação de pessoal capacitado para o exercício da gestão também é 
uma baliza importante. Portanto, a formação docente e a técnica estão 
 
43 
 
estreitamente ligadas ao mundo da gestão da Educação Básica, interferindo na 
forma de organização dessa gestão que, quando preenchido os quadros por 
funcionários capacitados, faz girar as engrenagens administrativas da estrutura 
de ensino. 
A capacidade de recursos por parte da União, dos Estados e dos 
Municípios, bem como a destinação exata desses recursos às escolas, é mais 
uma baliza importante para o cumprimento das diretrizes educacionais e, na sua 
materialização, no aspecto de gestão da educação brasileira. A integralidade de 
suas fontes e o bom uso do recurso material e financeiro no âmbito escolar 
motivam demasiadamente o trabalho de todos os agentes de educação, desde 
o professor, aos funcionários e estudantes. 
Ainda, a natureza da gestão educacional no Brasil apresenta condições de 
dualidade que devem ser apaziguadas por processos democráticos de 
participação. Um exemplo disso são os fatores que margeiam a estrutura de 
gestão, os quais são intra e extraescolares. Entre o público e o privado, as 
margens da gestão educacional são pontos flexíveis e que merecem todo 
cuidado. 
Lembre-se de que a educação, de acordo com a Constituição brasileira, “é 
dever de todos”. A sociedade civil, portanto, deve estar totalmente emaranhada 
à educação e vice-versa. Nesse sentido, a participação dos pais, dos servidores 
da Educação e dos (as) estudantes correspondem a uma ideal construção 
educativa, em que toda a “comunidade escolar” trabalha para uma maior 
fiscalização, avaliação e consequentemente pela busca de uma qualidade no 
ensino. 
Entretanto, as políticas e as normativas de gestão do ensino brasileiro, 
principalmente da Educação Básica, sofreram descontinuidades e uma notável 
centralização. 
É o que afirma o Luiz Fernandes Dourado, doutor em educação e professor 
titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás: “a 
constituição e a trajetória histórica das políticas educacionais no Brasil, em 
especial os processos de organização e gestão da educação básica nacional, 
têm sido marcadas hegemonicamente pela lógica da descontinuidade [...]”, o 
autor ainda enfatiza que essa “[...] dinâmica tem favorecido ações sem a devida 
 
44 
 
articulação com os sistemas de ensino, na gestão e organização, na formação 
inicial e continuada, na estrutura curricular e nos processos de participação” 
(DOURADO, 2007, p.5). 
As descontinuidades nas esferas políticas e de gestão são sintomas dos 
desencontros administrativos e até mesmo legislativos do amplo contexto da 
educação brasileira. As mudanças socioculturais correspondem parte deste 
fenômeno que, pela implementação de novas políticas públicas, por exemplo, 
fazem com que novas demandas no setor educativo surjam. A supressão dessas 
demandas, no cumprimento da lei, traz novidades. A formação contínua dos 
profissionais de ensino pode ser tomada aqui como a representação efetiva da 
materialização do atendimento dessa demanda. 
Como você pode perceber, as alterações na ordem da educação no Brasil 
ocorreram desde os primórdios da sociedade brasileira. Porém, nesse sentido, 
pode ser ressaltado o período de redemocratização do país, já que neste 
processo relevantes e acentuadas mudanças vieram a ocorrer. O ápice desse 
período está na Constituição Federal de 1988 e a garantia da educação como 
um direito social “inalienável” para todos. 
A garantia desse direito contaria então com a participação ativa de todos os 
entes da federação: União, Estados e Municípios; na prevenção e 
disponibilização de recursos e no entrelaçamento de forças entre todos esses 
entes no processo e na estrutura de ensino, de acordo com suas particularidade 
e objetivações. 
 
3.2 Gestão democrática 
 
Caro(a) estudante, a questão “democrática” é muito discutida no meio 
educacional, questionada pelos profissionais da área. Mas, o que de fato seria 
uma “gestão educacional democrática”? 
Respondendo a essa questão tem-se o entendimento de que a questão 
democrática é um sistema político, o qual está sob a responsabilidade e cuidados 
de toda a sociedade brasileira que, por sua vez, atua no sistema de ensino e 
sobre ele. A descentralização do poder é, nesse caso, um valor objetivo, pois em 
 
45 
 
sua concepção teórica busca, exatamente, a reunião de setores sociais como 
educadores, professores, pesquisadores, os pais, a sociedade em geral, o 
Estado. 
É importante que você entenda que a compreensão da gestão democrática 
não tem uma linha fixa, ou ponto comum. Existem distintas compreensões e até 
mesmo discordância, já que os setores que possuem a capacidade de optar 
dentro do sistema de ensino estão, primeiramente, em uma posição que acata 
as leis e diretrizes já estipulados em âmbito legislativo. 
Mesmo assim, há fatores que garantem a inferência dos grupos 
interessados em uma educação exitosa e de qualidade: o direito universal à 
educação é um desses fatores e, além disso, o direito a um ensino que seja 
totalmente público e que prevê, em sua normatização, a participação da 
sociedade de forma democrática. Essa participação deve, pela previdência da 
lei, inferir na gestão dos sistemas de ensino, bem como das unidades escolares.

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