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Plot and plot structure

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TEXTOS 
FUNDAMENTAIS DE 
FICÇÃO EM LÍNGUA 
INGLESA
Rafael Lamonatto dos 
Santos
Plot and plot structure
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Ampliar o panorama dos elementos de ficção.
 � Reconhecer a estrutura do enredo do texto de ficção.
 � Identificar a função e a importância do enredo do texto de ficção.
Introdução
Um escritor de textos de ficção se utiliza de vários elementos para contar 
uma história, tais como caracterização, ponto de vista, enredo, contex-
tualização (tempo e espaço) e tema. Esses elementos funcionam em 
conjunto na criação de um conto ou romance, a fim de intensificar a 
experiência do leitor.
O enredo se refere a um conjunto de eventos e atividades em que 
os personagens se inserem e se relacionam. É a força motriz que leva 
adiante qualquer obra literária, gerando curiosidade e tensão. É a partir 
do enredo que os personagens se revelam e que se estabelecem seus 
papéis no conflito colocado pelo autor. 
Neste capítulo, você vai ampliar o panorama dos elementos de ficção, 
identificar a função e a importância do enredo, bem como sua estrutura 
no texto de ficção.
Os elementos de ficção: panorama
O modo como os autores de obras de ficção nos despertam o interesse pela 
sua história passa por um processo complexo de criação e imaginação. 
Eles têm que pensar como a história deve ser contada, que efeito ela deve 
ter sobre o leitor e qual é a melhor maneira de apresentar suas ideias. Para 
trazer a atenção do leitor, elementos literários, ou seja, técnicas ou modos 
de elaboração de obras, são utilizados pelos autores. O uso adequado desses 
componentes permite que o autor nos mantenha interessados durante a 
leitura de uma história. 
Para que fique mais claro, vamos descrever brevemente esses elementos.
 � Ponto de vista: é a perspectiva (de primeira, segunda ou terceira pessoa) 
a partir da qual a história é narrada. 
 � Personagens: são as pessoas, objetos ou animais que irão interagir na 
trama. Suas características e personalidades são expostas ao leitor pelo 
narrador ou por meio do diálogo.
 � Contextualização (tempo e espaço): trata-se do cenário ou pano de fundo 
em que os personagens atuam e a trama se desenvolve.
 � Tema: é a mensagem (ou mensagens) que nos é colocada pelo autor. 
Geralmente, fica implícito a partir das atitudes dos personagens no 
desenvolvimento da história.
 � Enredo: consiste na estruturação de ações inter-relacionadas, as quais 
foram selecionadas e organizadas pelo autor a fim de criar interesse 
pela narrativa. 
Embora todos esses elementos tenham importância em qualquer narrativa, 
em algumas histórias, um deles acaba ganhando maior relevância do que o 
outro. Os contos de Edgar Allan Poe, por exemplo, incluem vários personagens 
mentalmente instáveis que contam a história (ponto de vista de primeira 
pessoa). Isso pode causar uma grande dúvida ao leitor em relação a confiar, 
ou não, em seus relatos, o que gera a tensão necessária para que o leitor não 
interrompa a leitura. 
Do mesmo modo, em outras narrativas, a contextualização (tempo, espaço) 
pode ser um elemento-chave para criar o enredo, suas complicações e motivos. 
Na obra Moby Dick, de Herman Melville, que se refere à caça de uma baleia, 
o mar (local) se configura como uns dos elementos mais importantes. Já no 
livro Wuthering Heights, de Emily Brontë, é a partir do tempo histórico (guerra 
civil americana) que toda a trama se desenvolve. 
Muitas vezes, o foco recai em personagens marcantes, como na saga 
Harry Potter, de J. K. Rowling, ou no livro Emma, de Jane Austen. Já o 
tema é um dos elementos essenciais das histórias infantis, como as fábulas 
e os contos de fada.
Plot and plot structure2
Finalmente, o enredo tem sempre que ser marcante na história, pois é o 
fio condutor que move os personagens pela trama. Esse elemento auxilia o 
leitor a compreender as escolhas que os personagens fazem, bem como gerar 
o conflito, que é aquilo que dá vida ao enredo. 
Estruturação do enredo no texto de ficção
Enredo (plot) é um termo literário usado para descrever os eventos que com-
põem uma história ou a parte principal de uma história. Esses eventos se 
relacionam entre si em um padrão ou sequência. A estrutura de um romance 
depende da organização de eventos no enredo da história.
O enredo é conhecido como a base de um romance ou história em torno da 
qual os personagens e configurações são construídos. Destina-se a organizar 
informações e eventos de uma maneira lógica. 
Convém observar que o enredo não é somente uma série de eventos que 
ocorrem ao acaso: o que transforma uma história em um enredo é o modo 
como esses eventos se inter-relacionam, engajando o leitor e mantendo-o 
interessado.
O filósofo grego Aristóteles, em seu livro clássico The Poetics, conside-
rava o enredo, ou mythos, como o elemento mais importante do drama, ainda 
mais importante que os personagens. Para Aristóteles, o enredo tinha que ter 
começo, meio e fim. Além disso, cada evento no enredo seria causa para que 
o próximo evento acontecesse. 
Em 1863, o escritor alemão Gustav Freytag propôs um modelo baseado em 
Aristóteles, dividindo a história em cinco partes, cada qual com sua função. 
Essa estruturação do enredo, também denominada de estruturação dramática, 
consiste numa sequência de eventos que se organizam a partir do princípio de 
causa e efeito, conforme visto na Figura 1.
Gustav Freytag (1816-95) foi um romancista e dramaturgo alemão, autor de várias 
obras sobre a cultura e história alemãs. Em 1863, publicou um estudo denominado 
Die Technik des Dramas (A Técnica do Drama), em que propõe a estrutura dramática 
em cinco partes, denominada Pirâmede de Freytag.
3Plot and plot structure
Figura 1. Pirâmide de Freytag.
Fonte: Plot (Narrative) (2018, documento on-line).
Climax
Falling ActionRi
sin
g A
ct
io
n
DenouementExposition
Os enredos geralmente começam com um personagem principal, um pro-
tagonista, e tudo está bem no mundo da história (equilíbrio) em seu início. 
Então, o protagonista tem um problema (desequilíbrio) e tenta resolvê-lo, mas 
surgem complicações.
O enredo segue adiante, um evento causa outro evento (causalidade). 
A tensão aumenta. No final da história, parece que o protagonista está em 
um ponto sem retorno e não há nenhuma maneira possível com a qual ele 
possa resolver seu problema (clímax). No final da história, o protagonista 
geralmente resolve seu problema (resolução) e um novo equilíbrio surge 
(desenlace).
A seguir, veremos as partes que podem estruturar o enredo.
Exposição ou introdução (exposition or introduction)
Este é o começo da história, no qual os personagens são apresentados, especial-
mente o personagem principal, também conhecido como protagonista. Mostra 
como os personagens se relacionam uns com os outros, seus objetivos e suas 
motivações, bem como seu caráter moral. Durante a exposição, o protagonista 
aprende seu objetivo principal e o que está em jogo. A contextualização (tempo 
e espaço) também pode estar presente nessa parte, a fim de mostrar o cenário 
ou pano de fundo a partir do qual a história será desenvolvida.
Plot and plot structure4
Complicação ou desenvolvimento (rising action)
Nesta parte, ocorre uma série de eventos que culminam no conflito. Os per-
sonagens principais terão papel de destaque, ao mesmo tempo em que os 
eventos começam a ficar complicados. É durante essa parte que a tensão ou 
a crise são encontradas.
Além disso, nessa fase, o protagonista entende seu objetivo e começa a 
trabalhar em direção a ele. Problemas menores frustram seu sucesso inicial e seu 
progresso é direcionado principalmente contra esses obstáculos secundários. 
Essa fase demonstra como o protagonista supera esses obstáculos.
Clímax
O clímax é o ponto de virada ou o ponto mais alto da história. O protagonista 
toma a única grande decisão que define não apenas o resultado da história, 
mas também quem ele é como pessoa. No início dessafase, o protagonista 
finalmente elimina as barreiras preliminares e se envolve com o adversário. 
Normalmente, tanto o protagonista quanto o antagonista têm um plano para 
vencer um ao outro quando entram nessa fase. Pela primeira vez, o público 
vê o par indo um contra o outro em conflito direto ou quase direto.
Essa luta geralmente não resulta em nenhum personagem vencendo ou 
perdendo completamente. Na maioria dos casos, o plano de cada personagem 
é parcialmente bem-sucedido e parcialmente frustrado por seu adversário. A 
luta central entre os dois personagens é única na medida em que o protagonista 
toma uma decisão que mostra sua qualidade moral e, finalmente, decide seu 
destino. Em uma tragédia, o protagonista toma uma má decisão ou um erro 
de cálculo que demonstra sua falha trágica. 
Desfecho (falling action)
A ação de queda, ou a liquidação da história, ocorre quando os eventos e as 
complicações começam a se resolver. O resultado das ações dos personagens 
principais é apresentado.
Segundo Freytag, a fase do desfecho consiste em eventos que levam ao 
final da história. As ações do personagem resolvem o problema. No começo 
dessa fase, o antagonista geralmente tem a vantagem. O protagonista nunca 
esteve longe de realizar seu objetivo. O resultado depende do lado em que o 
protagonista se colocou. 
5Plot and plot structure
Resolução (denouement)
Nesta fase, o protagonista e o antagonista resolveram seus problemas e o 
protagonista ou antagonista vence o conflito — que termina oficialmente. 
Algumas histórias mostram o que acontece com os personagens após o término 
do conflito e/ou mostram o que acontece com os personagens no futuro. 
Convém observar que, em muitos casos, o desfecho e a resolução ocorrem em 
conjunto, sem que se possa estabelecer um limite entre eles.
Veja o exemplo a seguir.
Primeiramente, veja um breve resumo da história, que tem origem árabe 
e faz parte da coletânea “As Mil e Uma Noites”:
Aladim nasceu na China e era filho de um alfaiate. Não quis aprender o ofício 
do pai, e preferiu levar uma vida sem preocupações. Um dia foi procurado por 
um mago que precisava de um aprendiz. O objetivo desse mago era conseguir 
uma “lâmpada maravilhosa” que abrigava um gênio que lhe daria poderes 
e que era capaz de realizar desejos. O mago pediu a Aladim que entrasse 
numa caverna misteriosa para retirar a lâmpada e, em troca, lhe daria uma 
pequena fortuna. Aladim acha a lâmpada, mas acaba ficando preso na caverna. 
Num gesto acidental, esfrega a lâmpada, libertando o gênio. Esse concede a 
Aladim a realização de seus desejos. Aladim, então casa-se com a filha do 
sultão. Depois da morte desse, Aladim fica em seu lugar, governando o Reino 
(CHALLITA, 1948).
Ao estudar a estrutura do enredo desse conto, podemos analisar o enredo 
por meio dos seus elementos.
 � Exposição ou introdução (exposition or introduction): momento em que 
ocorre a apresentação dos personagens: Aladim, Jasmine (princesa), 
Iago (papagaio) e Jafar (mago), Abu (o macaquinho) e o Sultão. Também 
temos uma ideia inicial da contextualização: embora não saibamos o 
tempo específico em que ocorre a história, ela se passa em Agrabah, 
uma cidade do Oriente Médio. Na exposição, temos as partes iniciais da 
história, em que o mago pede a Aladim que consiga a lâmpada mágica.
 � Complicação ou desenvolvimento (rising action): inclui os eventos em 
que Aladim encontra o Gênio, torna-se príncipe de Ababwa, apaixona-se 
por Jasmine e tem a lâmpada roubada por Iago.
 � Clímax: a reviravolta ocorre quando Aladim luta com Jafar, que se 
transforma em uma cobra gigante. Mesmo assim, Aladim consegue 
enganar Jafar.
Plot and plot structure6
 � Desfecho ( falling action) e resolução se combinam na história com a 
libertação do gênio e com Jasmine resolvendo casar-se com Aladim.
Embora as obras literárias da contemporaneidade sejam mais livres e não 
sigam sempre essa organização, essa estrutura continua sendo útil tanto na 
interpretação quanto na elaboração de histórias, criando expectativas que vão 
sendo resolvidas no decorrer da história, até sua finalização.
Conflito
O enredo geralmente envolve um ou mais conflitos, que são problemas que 
precisam ser resolvidos. O “movimento” em direção a uma solução é o que 
impulsiona a narrativa, e é o que ocupa a maior parte do tempo do protagonista. 
Os enredos mais gratificantes são frequentemente construídos em torno de 
conflitos mentais, emocionais e morais. Enredos que envolvem conflitos físicos, 
guerras, exploração e fugas, muitas vezes, contêm mais emoção e suspense. 
Algumas perguntas podem nortear o leitor na identificação do conflito:
 � Quem ou o que é o protagonista?
 � Quem ou o que é o antagonista?
 � Por que essa pessoa ou coisa é o antagonista?
 � Por que o antagonista e o protagonista estão em conflito?
 � Quais eventos contribuem para o conflito em desenvolvimento?
 � Qual evento ou episódio é o clímax?
 � O que o resultado do conflito lhe revela sobre o protagonista?
As obras de ficção costumam apresentar alguns tipos comuns de conflito 
que recaem nas seguintes categorias: 
Conflitos externos
a) Homem versus homem: envolve um conflito externo entre o protagonista 
e o antagonista. Esse tipo de conflito é muito comum e pode ser visto em 
muitas histórias tradicionais, mitos e contos de fadas. Um conflito pode 
envolver um confronto direto (luta armada) ou ser mais sutil (disputa 
entre famílias rivais). Alguns exemplos incluem: The Adventures of 
Tom Sawyer, Harry Potter e The Outsiders.
b) Homem versus natureza: envolve um conflito externo no qual o 
protagonista luta contra uma força da natureza, como um tornado ou 
7Plot and plot structure
LUPPI
Realce
um enxame de abelhas. Alguns exemplos incluem: Robinson Crusoé, 
Lord of the Flies e Life of Pi.
c) Homem versus sociedade: envolve um conflito interno ou externo em 
que o protagonista se opõe a uma instituição (corporação) ou norma 
social (intimidação) criada pelo homem. Alguns exemplos incluem: 
Fahrenheit 451, Charlotte's Web e The Giver.
d) Homem versus si mesmo: envolve um conflito interno do protagonista 
geralmente devido a uma escolha difícil ou um dilema. Usualmente, 
a luta é entre o bem e o mal ou para a manutenção de padrões morais. 
Alguns exemplos incluem: Hamlet, Requiem for a Dream e Death of 
a Salesman.
Encontramos, ainda, na literatura, dois outros tipos de conflito:
e) Homem versus sobrenatural: o conflito com o sobrenatural pode parecer 
equivalente a um conflito com o destino ou com Deus, ou representativo 
de uma luta com uma evocação de si mesmo (Dr. Jekyll e Mr. Hyde) 
ou natureza (The Birds).
f) Homem versus tecnologia: o ceticismo inato da humanidade sobre 
as maravilhas da tecnologia resultou em muitas histórias em que os 
antagonistas usam a tecnologia para ganhar poder ou nos quais a 
tecnologia toma conta ou se torna uma influência maligna na sociedade, 
como em Brave New World, de Aldous Huxley.
Exemplos de conflito na literatura:
1. Hamlet, de William Shakespeare
O conflito interno de Hamlet é o principal conflito na peça de William Shakespeare, 
Hamlet. Esse conflito interno decide sua trágica queda e revela seu estado de espírito 
nas seguintes linhas do ato 3, cena 1 da peça:
To be, or not to be – that is the question:
Whether ’tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune
Or to take arms against a sea of troubles
And by opposing end them. To die, to sleep...
Plot and plot structure8
LUPPI
Realce
O conflito aqui é que Hamlet quer matar o assassino de seu pai, Cláudio, mas ele 
também procura provas para justificar sua ação. Isso acaba destruindo sua vida e 
a vida de seus entes queridos. Devido ao seu conflito interno, Hamlet estraga seu 
relacionamento com sua mãe e leva Ophelia (o interesse amoroso de Hamlet) a um 
estado de desespero que culmina em seu suicídio. O conflito interno de Hamlet, que 
é considerado indeciso, quase matou todo mundo ao final da peça. A resolução do 
conflito veioquando ele matou Cláudio, assumindo uma falsa loucura, para que não 
lhe pedissem nenhuma justificativa. Na mesma peça, encontramos Hamlet envolvido 
em um conflito externo com seu tio Cláudio.
2. Doctor Faustus, de Christopher Marlowe
Outro exemplo de conflito interno é encontrado no personagem Doctor Faustus em 
Doctor Faustus, de Christopher Marlowe. Fausto tem uma natureza ambiciosa; apesar de 
ser um estudioso respeitado, ele vendeu sua alma para Lúcifer, assinando um contrato 
com seu sangue, a fim de alcançar o poder supremo e prazer ilimitado neste mundo. 
Ele aprende a arte da magia negra e desafia o cristianismo; depois disso, vemos Faustus 
sofrendo de um conflito interno, pensando honestamente sobre o arrependimento, 
agindo a partir do conselho do "anjo bom". Mas "o anjo mau" ou o mal dentro deve 
distrai-lo e o conflito é resolvido quando os demônios levam sua alma para o inferno, 
e ele sofre condenação eterna por causa de sua ambição excessiva.
3. To Kill a Mocking Bird, de Harper Lee
Este é outro tipo de conflito externo que define um personagem agindo contra o 
mal que domina a sociedade. Nesse tipo de conflito, um personagem pode confrontar 
um grupo dominante com prioridades opostas. Por exemplo, no romance To Kill a 
Mockingbird, de Harper Lee, um advogado honesto, Atticus Finch, enfrenta a sociedade 
racista em que vive. Atticus tem a coragem de defender um homem negro, Tom 
Robinson, que foi falsamente acusado de estupro. Embora Atticus tenha o apoio de 
algumas pessoas que pensam como ele, a maioria das pessoas da cidade expressa 
sua desaprovação pela defesa de um homem negro.
Função e importância do enredo no texto de 
ficção
O enredo consiste em uma série de eventos que ocorrem na história, mas o 
que é mais importante é como esses eventos são narrados e sequenciados. 
Segundo Peter Brooks (1992), o enredo é um modo de organizar e interpretar 
o mundo e de entender como a vida humana adquire significado. Se contarmos 
a alguém, por exemplo, que soubemos que o dono da padaria e sua esposa 
morreram, isso é uma história. Entretanto, se dissermos que o dono da 
9Plot and plot structure
padaria e sua esposa faleceram durante um assalto, isso se transforma em 
um enredo. Por quê? Porque o ouvinte ou o leitor vai querer saber qual é 
a relação entre o assalto e a morte: o casal reagiu, o marido foi defender a 
mulher e foi baleado? Do mesmo modo, sem o enredo, a obra de J. K. Rowling, 
Harry Potter, seria apenas a história de um menino que frequentava uma 
escola de mágicos.
E como os elementos do enredo fornecem ao leitor uma experiência única 
em sua leitura?
Em princípio, o enredo começa com a exposição, para que possamos co-
nhecer os personagens. Sem isso, nós conheceríamos somente um Harry (de 
Harry Potter) ou um Frodo (de The Lord of the Rings) sem saber quem eles 
são, o que querem e quais são seus problemas. Os grandes personagens seriam 
apenas estranhos. Em seguida, vem a complicação, ou seja, os problemas que 
compelem nossos heróis a lutar contra aquilo que está em seu caminho. Sem 
isso, não saberíamos a força (ou fraqueza) de nossos protagonistas. Então, 
temos o clímax, o momento de maior provação. Se os personagens que tanto 
amamos não passassem por isso, por sua luta mais terrível, não saberíamos 
como eles reagiriam quando toda a esperança parecia perdida e como eles são 
surpreendentes em seguir em frente, mesmo nos momentos mais sombrios. 
Depois do clímax vem o desenlace, em que vemos do quão longe nossos heróis 
vieram e que os obstáculos que eles enfrentam são ínfimos se os compararmos 
aos desafios que eles superaram. Por fim, há a resolução, o restante do final 
da história e o destino final dos personagens que amamos.
Enredos lineares e não lineares 
Um enredo linear, gráfico, consiste em uma série de eventos que têm início, 
meio e fim claros. A história se desenrola em uma ordem cronológica, o que 
significa que os eventos são contados na ordem em que aconteceram. 
Segundo Kumar e McKean (2003), a partir do início do século XIX, muitos 
autores começaram a desenvolver enredos que não seguiam a ordem prototípica 
dos elementos do enredo. Muitos, inclusive, aboliram a típica “resolução”, 
em que os heróis sempre vencem, para incluir finais inesperados, tais como 
em Madame Bovary, de Gustave Flaubert, e Crime e Castigo, de Fiodor 
Dostoiévski. Outros autores mais contemporâneos, como Virginia Woolf, 
Marcel Proust e William Faulkner, também abandonaram a ordem linear. A 
partir daí, a preocupação passou a centrar-se mais na causa e na consequência 
dos eventos do que em alguma ordem preestabelecida. 
Plot and plot structure10
Para elaborar enredos mais intrigantes, os autores podem se utilizar de 
várias técnicas, que se aplicam especialmente aos enredos não lineares.
 � Suspense: é a falta de certeza que o autor cria, deixando o leitor indeciso 
sobre o que vai acontecer. Ele atrai o leitor para a história e cria uma 
sensação de incerteza para o enredo. Frequentemente, envolve um 
dilema.
 � Flashback: é quando o autor interrompe a narrativa para incluir eventos 
que ocorreram no passado.
 � Foreshadowing: são pistas, geralmente muito sutis, antecipando 
algum fato que irá ocorrer posteriormente na história. Um exemplo 
de foreshadowing em Lord of the Flies ocorre logo após o acidente de 
avião. O autor, William Golding, descreve o bando de meninos vestidos 
de preto movendo-se como se fosse uma criatura. A criatura negra é 
liderada por Jack e é um prenúncio do mal que em breve irá atingi-lo, 
bem como a seus seguidores. 
 � Enredos paralelos: dois ou mais enredos que ocorrem ao mesmo 
tempo e se cruzam por toda parte, particularmente no clímax. Os 
enredos geralmente ocorrem ao mesmo tempo. Em uma história com 
uma estrutura de trama paralela, cada trama é essencial para a história. 
Por exemplo, o final irônico e trágico de Romeo and Juliet se baseia no 
conhecimento do público sobre o que está acontecendo com Romeo e 
Juliet (separadamente) ao longo da história.
 � Subenredo: é uma história secundária em uma narrativa. Um subenredo 
pode servir como uma força motivadora ou complicadora para o enredo 
principal do trabalho ou pode dar ênfase ou alívio ao enredo principal. 
É diferente de uma trama paralela, já que pode ter seu próprio clímax, 
que não está relacionado ao clímax da história principal.
No livro To Kill a Mockingbird, Scout sente que tem que defender seu 
pai quando as crianças de sua escola começam a atacá-lo por sua escolha em 
representar Tom Robinson. Isso não está diretamente relacionado à trama 
principal da história, mas oferece oportunidades para que Atticus e Scout 
discutam suas crenças sobre o que é certo, o que permite ao leitor conhecer 
a personalidade desses personagens.
Finalmente, podemos afirmar que o enredo é uma das partes mais 
importantes de uma história e tem muitos propósitos diferentes. Em primeiro 
lugar, o enredo chama a atenção para os personagens importantes e seus papéis 
11Plot and plot structure
na história, o que motiva os personagens e conecta os eventos de maneira 
ordenada. O enredo cria um desejo para o leitor continuar lendo, absorvendo 
a história, sempre atentando ao que pode acontecer a seguir.
Durante o enredo de um livro, o leitor se envolve emocionalmente, 
conectando-se com o livro, não se permitindo interromper a leitura. O enredo 
também revela toda a história, dando ao leitor uma sensação de que a trama 
chegou a uma conclusão.
O enredo permite ao leitor pensar sobre o livro e o leva a querer lê-lo 
novamente. Ao identificar e compreender o enredo, o leitor é capaz de 
compreender a mensagem transmitida pelo autor e a moral explícita ou 
implícita da história.
Em suma, o enredo é o que faz com que apreciemos a literatura; pode seguir 
uma fórmula e usar os mesmos arquétipos repetidas vezes, mas a jornada 
apresentada pela trama, interna ou externa, é aquela que compartilhamos 
com os personagens.
Plot and plot structure12
BROOKS, P. Reading forthe Plot: Design and Intention in Narrative. Cambridge: Harvard 
University Press, 1992.
CHALLITA, M. As Mil E Uma Noites. São Paulo: Gráfica O Cruzeiro, 1948. 
KUMAR. S.K.; MCKEAN, K. Critical Approaches to Fiction. London: Atlantic Publishers 
and Distributors, 2003.
PLOT (NARRATIVE). Wikipédia. 2018. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/
Plot_(narrative)>. Acesso em: 26 jul. 2018.
Leituras recomendadas
BRADBURY, R. Fahrenheit 451. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul, 2003.
FOCA, A. To Kill a Mockingbird. 2018. Disponível em:<https://www.britannica.com/
topic/To-Kill-a-Mockingbird>. Acesso em: 25 jul. 2018.
ORWELL, G. A revolução dos bichos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SALINGER, J. D. Nine Stories. New York: Little Brown Books, 1991.
THE GUARDIAN. The 100 best novels: No 56 - Brave New World by Aldous Huxley (1932). 
2018. Disponível em: <https://www.theguardian.com/books/2014/oct/13/100-best- 
novels-brave-new-world-aldous-huxley>. Acesso em: 25 jul. 2018.
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