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Centros de responsabilidade e preço de transferência Prof. Poueri do Carmo Mário Contabilidade Gerencial (Controladoria) Conceito e a finalidade do controle gerencial: – planejar o que a organização deve fazer; – coordenar as atividades de várias partes da organização; – comunicar a informação; – avaliar a informação; – decidir se deve ser tomada uma decisão, ou que decisão tomar; e – influenciar as pessoas para que alterem seu comportamento. Considerações gerais MEIO-AMBIENTE - Relações Empresa SISTEMA MODELO DE GESTÃO SISTEMA DE GESTÃO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO SISTEMA FÍSICO SISTEMA SOCIAL SISTEMA ORGANIZACIONAL SISTEMA MODELO INSTITUCIONAL Fornecedores Comunidade ClienteGoverno Valor Controle Cadeia de Valor Uma definição.... Centros de Responsabilidade = micro- entidades = partes da empresa (entidade) encarregadas de desenvolver determinadas atividades (ou funções, ou tarefas) coordenadas por um gestor (ou mais) ao qual são delegadas atribuições e cujo desempenho é mensurado de acordo com as responsabilidades assumidas. diversos nomes: unidades de negócio, departamentos, células administrativas e até centros de custos! Todas as unidades (centros de responsabilidade) consomem inputs (entradas) e produzem outputs (saídas), sejam bens ou serviços. As unidades diferem umas das outras pela facilidade com que os outputs podem ser medidos e nas regras de controle aplicadas sobre como estes inputs são adquiridos. Considerações gerais Estas características ensejam a classificação dos Centros de Responsabilidade em quatro tipos: – Centro de custo (ou gasto); – Centro de receita; – Centro de resultado; e – Centro de investimento. Centro de Custo (Gasto) Não medidas objetivamente em termos monetários ($) Medidas objetivamente em termos monetários ($) Centro de Custo (Gasto) Entradas Saídas “Mensuração objetiva em termos monetários” – menos arbitrária, menos vulnerável e menos subjetiva. Se a mensuração do desempenho dos centros de responsabilidade afeta diretamente o comportamento dos gestores desses centros. – Se existem diversos métodos de custeio e a mensuração é fundamental para o processo decisório. • Logo, é necessário utilizar critérios de mensuração (para este fim) menos passíveis de questionamentos e manipulações, dentro do possível. Centro de Custo (Gasto) O Centro de Custos divide-se em: – Centro de Custo-Padrão e – Centro de Gasto Discricionário. Centro de Custo (Gasto) Itens Teórico Histórico Atingível Cômputo Exclui todas as deficiências Exclui as deficiências possíveis de serem sanadas Exclui as deficiências desejadas de serem sanadas Alcance Praticamente impossível Provável Difícil, mas possível Fatores de produção Os melhores recursos, mesmo que não disponíveis Os recursos disponíveis, sendo empregados da mesma forma que no passado recente Os recursos disponíveis, sendo melhor empregados, conforme o desejado e viável Execução Longo prazo (improvável) Imediato / curto prazo Curto / médio prazo Efeito prático Proporciona desconforto e desestímulo ou concorrência exacerbada Gera descontrole Pode manter ineficiências e gerar descontrole Permite mensurar o desempenho dos responsáveis (reconhecimento / punição) Facilita o controle Efeito psicológico Desmotivação e frustração, pois é praticamente impossível de se alcançar Desmotivação, pois é extremamente fácil de ser alcançado Motivação, pois corresponde a um desafio factível de ser alcançado com algum esforço Centro de Custo (Gasto) Finalidades de se estabelecer um custo-padrão: – Análise de custos; – Permitir comparação do esperado (ou orçado) com o real (ou efetivo); – Identificação das causas das variações – Sanar as deficiências, propondo medidas corretivas; – Mensurar desempenho dos responsáveis; – Rever o orçamento; – Determinar preço de transferência; – Estimar o preço de venda ou, pelo menos, avaliar se o preço praticado no mercado é suficiente para recuperar o custo (padrão) e remunerar adequadamente o capital aplicado. Centro de Custo (Gasto) No centro de gastos discricionários, as entradas e as saídas não guardam uma nítida relação de causa e efeito. É recomendado para controlar unidades que produzem resultados não mensuráveis em termos financeiros (departamentos de apoio) ou para as unidades que apresentam fraca correlação inputs/outputs: – Pesquisa e desenvolvimento; – Algumas atividades de marketing; – Departamentos contábil e jurídico. Centro de Custo (Gasto) Centro de Gasto Discricionário Centro de Receita Medidas objetivamente em termos monetários ($) Não medidas objetivamente em termos monetários ($) Centro de Receita Entradas Saídas “Mensuração objetiva em termos monetários” – menos arbitrária, menos vulnerável e menos subjetiva. A abordagem do centro de receita avalia o centro de responsabilidade baseado somente nas receitas que ele gera, porém a maioria desses centros incorre nos custos de venda e comercialização e apresentam vários graus de controle sobre esses custos. – Ausência de avaliação de custos e investimentos! Centro de Receita Centro de Resultado Medidas objetivamente em termos monetários ($) Medidas objetivamente em termos monetários ($) Centro de Resultado Entradas Saídas “Mensuração objetiva em termos monetários” – menos arbitrária, menos vulnerável e menos subjetiva. Os centros de resultado são centros de responsabilidade cujos gestores controlam as receitas e os gastos dos produtos (bens e serviços) que produzem. A caracterização de um centro de responsabilidades como um centro de resultado envolve uma significativa descentralização. A delegação da gestão das entradas e das saídas, pela alta administração da entidade para o gestor responsável pela micro-entidade analisada. Centro de Resultado Delegação Velocidade de decisão; Liberdade de criação; Isenção; Sinalização e Incentivos; Entendimento; Treinamento para ocupar cargos de maior responsabilidade. Centro de Resultado Vantagens Assimetria informacional; Pressões; Competição; Perda do foco; Atritos e Ruídos; Ênfase no Curto Prazo; Complexidade do sistema de informações gerenciais. Centro de Resultado Desvantagens Quando os gestores têm as responsabilidades descritas para os centros de resultado, e também têm responsabilidade e autoridade para decidir sobre o capital de giro e os ativos físicos investidos no centro, temos os centros de investimentos. Centro de Investimento Centro de Investimento Medidas objetivamente em termos monetários ($) Medidas objetivamente em termos monetários ($) Centro de Investimento Entradas Saídas Ativos Identificados, individualizados e mensurados objetivamente em termos monetários ($) A resposta aparentemente objetiva é: “– Os ativos e passivos sobre os quais os gestores exerçam ingerência!”. Tal resposta é “aparentemente” objetiva porque podem ocorrer situações nas quais seja muito sutil a identificação de tal ingerência. Centro de Investimento – Que ativos e passivos alocar? Imagine uma situação na qual o gestor possa escolher se manterá a máquina atualmente utilizada na produção – que está defasada – ou se a substituirá; e se pagará à vista ou de forma financiada, escolhendo, ainda, os termos desse financiamento. Centro de Investimento – Que ativos e passivos alocar? Imagine, agora, o caso de um gestor que não tem opção quanto à máquina da produção a ser utilizada (a defasada ou uma nova),mas somente decide as datas das paradas para manutenção da máquina atualmente utilizada (a defasada). A alta administração pode substituir a máquina defasada por outra nova à revelia desse gestor, o qual não participa nem na decisão quanto à forma de financiamento da máquina nova! Centro de Investimento – Que ativos e passivos alocar? Imagine o gestor que não tenha ingerência direta sobre a decisão de compra e financiamento das máquinas utilizadas sob sua responsabilidade, o fluxo de informações na organização lhe propicia a possibilidade de, indiretamente, influenciar a decisão da alta administração. Centro de Investimento – Que ativos e passivos alocar? Bibliografia Básica CARDOSO, Ricardo Lopes; MÁRIO, Poueri do Carmo; AQUINO, André Carlos B. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2007, cap. 7.
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