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RESENHA NANCY FRASER - Da Redistribuição ao Reconhecimento De que forma políticas de reconhecimento e políticas de redistribuição podem se fortalecer ou se enfraquecer? Esse é o questionamento principal de Nancy Fraser no texto selecionado. Para Fraser, na era “pós-socialista”, a luta pelo reconhecimento da identidade de determinados grupos têm somado lugar com os interesses de classe nas manifestações políticas do povo. Ou seja, o novo imaginário político possui identidade e reconhecimento como questões centrais dos debates, impulsionados por uma crescente desigualdade material. Nesse contexto, a autora propõe o desenvolvimento de uma teoria crítica do reconhecimento, combinando a igualdade social e o reconhecimento cultural, de forma que ambos se fortaleçam e caminhem juntos. Fraser distingue a injustiça econômica (caracterizada pela exploração, privação e marginalização econômica) da injustiça cultural (manifestada por meio da dominação cultural, ausência de reconhecimento e desrespeito). Para ela, os dois tipos de injustiça estão interligados: o Estado e a economia institucionalizam normas culturais em seus processos e práticas. Sendo assim, ambas as injustiças devem ser combatidas. Como remédios para essas situações, de maneira muito ampla, há a redistribuição e o reconhecimento, que por vezes tratam-se como expressão um do outro. A autora também assinala interferências mútuas entre os remédios das injustiças econômica e cultural: enquanto uma procura enfraquecer diferenciações de grupo, a outra as promove.
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