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Graduando em História pela UEPB. 8° período. E-mail:danielson.souza@aluno.uepb.edu.br. Universidade Estadual da Paraíba Componente Curricular: Historiografia Brasileira II Turno: Noturno. Danielson Jovencio de Souza1 VAINFAS, Ronaldo. História cultural e historiografia brasileira. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 50, p. 217-235, jan./jun. 2009. No artigo intitulado "História cultural e historiografia brasileira", de autoria de Ronaldo Vainfas, é realizada uma análise a respeito da origem e da recepção da abordagem cultural na historiografia do Brasil, bem como de suas interações com a história das mentalidades na França e com a prática da micro-história. Vainfas estabelece um diálogo crítico com o trabalho de Laura de Mello e Souza, intitulado "Aspectos da Historiografia da Cultura sobre o Brasil Colonial", no qual ela propõe uma periodização para os estudos culturais no contexto brasileiro. Vainfas argumenta que os autores mencionados como precursores por Laura de Mello e Souza não teriam realizado algo substancialmente similar, apesar de, na conclusão, ele reconhecer a importância deles por terem "sinalizado o caminho" e, assim, permitido que historiadores brasileiros que adotaram a abordagem cultural pudessem avançar em suas pesquisas. Além disso, é importante destacar que a produção histórica no Brasil estava predominantemente ligada ao marxismo e suas vertentes. Isso resultou em críticas e ataques direcionados àqueles que se dedicaram aos estudos culturais, pois qualquer pessoa que não adotasse uma abordagem militante na história era vista como colaboradora do imperialismo. Por exemplo, aqueles que tentaram ir além das análises das relações de dominação entre escravos e senhores foram acusados, por figuras como Jacob Gorender, de buscar abordagens consideradas não condizentes com a verdade histórica, como a perspectiva contratualista para entender a escravidão. No entanto, houve um aumento significativo na adoção da abordagem cultural, influenciada em grande parte pela tradução de obras francesas. Temas como sexualidade, religiosidade e o cotidiano passaram a ser mais explorados, especialmente a partir do final dos anos 80, quando historiadores culturais começaram a se concentrar em estudos relacionados ao período colonial. Apesar do crescimento da popularidade da abordagem cultural, esses historiadores enfrentaram críticas por serem considerados seguidores de modismos estrangeiros. A expressão "micro-historiador" era frequentemente usada de forma pejorativa. Ronaldo Vainfas observa que, na realidade, tanto os defensores quanto os críticos dessas abordagens, em sua maioria, não compreendiam bem as distinções entre história das mentalidades, história cultural e micro-história. Isso contribuiu Graduando em História pela UEPB. 8° período. E-mail:danielson.souza@aluno.uepb.edu.br. para um atraso na difusão dessas correntes no Brasil em comparação com seus centros de origem. Vainfas apresenta argumentos de forma consistente e usa uma linguagem acessível ao longo do texto, o que permite que a maioria de suas ideias seja compreendida de maneira fluente. Ele também oferece uma proposta de cronologia para os estudos históricos de abordagem cultural no Brasil. No entanto, é importante notar que Vainfas não fornece definições claras dos principais conceitos discutidos, como o que exatamente é História Cultural, História das Mentalidades e Micro-História. O texto de Vainfas está repleto de exemplos e comparações que ilustram esses conceitos, mas não oferece definições explícitas ou uma análise detalhada das correntes teóricas subjacentes a esses termos. Embora possamos compreender a natureza das obras e como elas se encaixam nas discussões históricas, não somos capazes de definir com precisão a que correntes teóricas essas obras pertencem com base apenas neste artigo. No geral, o texto de Vainfas é uma opção valiosa para leitores iniciantes nas discussões sobre história cultural no Brasil, pois oferece uma visão abrangente e uma cronologia dos desenvolvimentos nesse campo, mesmo que não forneça definições formais dos conceitos-chave.
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